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RESENHA

Esse texto é uma narrativa que abrange anos de história e a ocupação dos continentes
a partir das migrações constantes dos povos da África, Ásia e Europa. A história da
humanidade é uma forte narrativa de grandes movimentações de povos em busca de
espaço para viver melhor e garantir a sobrevivência. A proposta destes capítulos é
responder o porquê das diferenças econômicas, sociais e culturais entre as sociedades
ditas industrializadas e as demais, enfocando a história da humanidade desde o seu
surgimento, há cerca de sete milhões de anos. Explica também como a Europa acabou
conquistando e colonizando todos os continentes e não o contrário.
Informa que o homem iniciou sua saga a partir da África Equatorial, chegou à Ásia por
volta de um milhão de anos a.C., à Europa em 500 mil, à Austrália por volta de 40 mil, à
Sibéria, 20 mil, alcançou a América em torno de 12 mil anos a.C. pelo Estreito de
Bering, no final da última Era Glacial, e a Groenlândia em 2 mil a.C. Partindo do sudeste
da China, povoou as ilhas do Pacífico, alcançou o Havaí no século VI d.C., a ilha de
Madagascar, próxima à África, oceano Índico, por mais incrível que possa parecer, no
século VI, e a Nova Zelândia no século XI d.C.
O capítulo 4 mostra como a produção de alimentos, isto é, a produção de comida por
meio da agricultura ou da criação de gado, em vez da caça ou coleta de alimentos
silvestres, em última análise, gerou aqueles fatores imediatos das conquistas
europeias.
Sustenta que no período Neolítico, cerca de 8.500 a.C., iniciou-se a domesticação de
plantas e animais no Oriente Médio, dada a fertilidade do Crescente Fértil e a
abundância ali de gramíneas, típicas de pradarias, à época pós Era Glacial, onde havia
possibilidade de cultivo da mesma cultura o ano inteiro pela movimentação das tribos
nas diferentes altitudes do relevo. Excedente de alimentos, aumento populacional,
sedentarismo, mais gente para pensar, inovações tecnológicas, exploração dos metais,
fabricação de armas, excedente de produtos agrícolas e de animais, aumento das
trocas (escambo), surgimento do comércio, invenção da roda e da escrita, formação de
aldeias e cidades, organização política, tudo isso, a história convencional já nos traz.
Mas o que ela não nos esclarece é que os processos iniciados e acelerados no Oriente
Médio, dadas as condições propícias, se alastraram para o leste e para o oeste da
Eurásia (Ásia e Europa, respectivamente) e para o norte da África, antes de as
sociedades destes locais reunirem independentemente condições de iniciá-las. Sem
grandes diferenças de latitudes e, portanto, com condições climáticas semelhantes ao
longo do seu maior eixo, a Eurásia pôde distribuir e absorver rapidamente este pacote
tecnológico, ao qual logo se adaptava, da Índia à Europa Ocidental.
No capítulo 5, alguns povos foram aprendendo a produção de alimentos em grande
escala desde tempos idos, enquanto outros nem desenvolveram nem adquiriram esse
conhecimento, permanecendo caçadores-coletores até os tempos modernos.
Basicamente é retratada uma breve história da humanidade, principalmente no início
quando se fala sobre os caçadores-coletores nômades e a peregrinação humana da
África até todos os outros continentes. Essas informações serviram de base para tentar
explicar o avanço das diferentes sociedades. Afirma a importância das várias situações
que transportaram as diversas civilizações na viagem histórica da humanidade, desde o
fim da última era glacial, quando ocorreram os desaparecimentos dos grandes
mamíferos e iniciou-se o desenvolvimento do homo sapiens, período que a
arqueologia nomeou de revolução neolítica.
O capítulo 6 examina os numerosos fatores que produziram a mudança do estilo de
vida caçador-coletor para o produtor de comida em algumas áreas e não em outras.
Diamond procura mostrar a centralidade da dificuldade de produção de alimentos
para o colapso experimentado por diversas civilizações. No passado, as perdas de
florestas, pela própria ação humana, tinham como consequência a desproteção das
bacias hidrográficas e a erosão do solo, fundamentais para o ciclo das águas e para a
continuidade da vida de plantas e animais.
O capítulo 7 mostra como o cultivo de plantas e a domesticação de animais surgiram
na chamada “pré-história”, a partir de plantas e animais selvagens.
A domesticação do primeiro data de 10.000 a.C. e a do último de 2.500 a.C. jared
Diamond escreve explicando de maneira inventiva e bastante lúcida a história da
civilização e as causas que levaram ao atual estado dos povos e das culturas. Traz à
tona - contra as ideias racistas de determinismo e de prevalência intelectual - a
convincente explicação de como a geografia e as soluções aleatórias da evolução das
espécies permitiram que determinados povos fossem contemplados com fatores que,
mais do que eventual talento ou predisposição natural, permitiram o progresso e o
domínio da tecnologia.

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