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DANIELLE SCHULHAN
NATHANY GOMES RABELO
CURITIBA
2022
UNIVERSIDADE POSITIVO
DANIELLE SCHULHAN
NATHANY GOMES RABELO
CURITIBA
2022
1. INTRODUÇÃO
O Diabetes constitui um grupo heterogêneo de doenças crônicas que tem como elementos comuns a
hiperglicemia e a intolerância à glicose (Gabanyi 2010), é decorrente da falta de insulina ou da
ineficiência da insulina exercer adequadamente seus efeitos (Ministério da Saúde 2021), sendo este
hormônio secretado pelas células β das ilhotas pancreáticas, e o controle da secreção mediado pelos níveis
sanguíneos de glicose, respondendo também positivamente aos aminoácidos, ácidos graxos e corpos
cetônicos (Martins 2016). Esta doença é classificada de acordo com sua etiologia e apresentação clínica
(WHO, 1999), são os tipos mais comuns a diabetes melitos tipo 1 (DM1) e tipo 2. O tipo 1 atinge
majoritariamente crianças e adolescentes por função de uma resposta autoimune resultando na destruição
imunomediada das células beta pancreáticas, com grau de destruição celular é variável (Ferreira 2009,
Sousa et al., 2016), enquanto a tipo 2, atinge principalmente a população entre 30 e 69 anos, embora seja
crescente o número de casos em crianças, pode ser oriunda de vários fatores principalmente a não
utilização adequadamente a insulina produzida, porem grande parte destes casos e agravamentos tem
ações preventivas relacionadas a hábitos saldáveis.(Gabanyi 2010)
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões
de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. A DM1 concentra entre
5% e 10% do total de diabéticos no Brasil (Ministério da Saúde 2021) , e ainda é necessário determinar,
exatamente, quais fatores estão relacionados com a indução da autoimunidade, vários agentes etiológicos
foram apontados como desencadeantes da autoimunidade entre eles os vírus da rubéola, coxsackie,
citomegalovírus, retrovírus, toxinas como pesticidas e nitratos, o reduzido número de infecções, a
deficiência de vitamina D, alguns alimentos e ainsulinorresistência. Já são conhecidos alguns variantes
alélicos relacionados a DM1 que também estão relacionados com outras doenças autoimunes como:
doença tiroideia autoimune, doença celíaca, vitiligo, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistémico,
esclerose múltipla entre outras. (Sousa et al., 2016).
O grau de destruição celular costuma se apresentar rápido e intenso em crianças e adolescentes, e de
instalação mais lenta, em adultos (Sousa et al 2016). Alguns autores acreditam que a evolução não é
aguda e sim um processo de autoagressão de evolução lenta que provavelmente se desenvolve durante
anos numa fase pré-clínica. No período de manifestação da doença, com a presença de hiperglicemia e
cetose, as células secretoras de insulina já estão em número muito diminuído ou praticamente ausentes
(Coppieters et al., 2012). Atualmente, o tratamento padrão é a insulinoterapia visando o desaparecimento
dos sintomas, melhorar a qualidade de vida e minimizar o risco de complicações desacelerando a
progressão das complicações de retina, renal e neurológica, porém o tratamento pode ser de difícil
administração, e possui associações com um aumento do risco de reações hipoglicêmicas, algumas de
grande gravidade, e indesejável ganho de peso (Hissa et al., 2001).Ainda podemos destacar que as
necessidades de insulina do paciente com DM1 variam muito de um dia para o outro e não há como os
pacientes saberem o que precisam (enrich).Entre os pacientes com DM1 ainda há uma fração variada que
apresenta o “diabetes melito tipo 1 lábil”, sendo caracterizado por incursões imprevisíveis da glicemia ao
longo de poucas horas, com hiperglicemias seguidas por hipoglicemias graves, estas incursões podem
evoluir para convulsões e coma levando a morte. Neste grupo de pacientes, as únicas alternativas de
terapias são as de substituição de células-β pancreáticas como o transplante de pâncreas inteiro ou de
ilhotas pancreáticas, o transplante de pâncreas como órgão inteiro é indicado apenas para pacientes com
DM1 com insuficiência renal terminal, por ser uma cirurgia de grande porte que está associada à morbi-
mortalidade. Por sua vez o transplante de ilhotas é uma opção que não requer cirurgia ou anestesia geral,
pois representam apenas 2% do órgão, são purificadas e infundidas no fígado pela veia porta, através de
técnicas de radiologia (Rheinheimer et al., 2010).
O transplante de ilhotas é uma técnica promissora porem ainda enfrenta grandes desafios como:
escassez de doadores de órgãos em morte encefálica, as ilhotas começam a ser danificadas mesmo antes
da retirada do pâncreas, alto tempo de isquemia fria do órgão, mais de 50% da massa de ilhotas é perdida
durante o isolamento, quantidade de ilhotas isoladas insuficiente, 50-70% das ilhotas são destruídas no
período imediato após o transplante, terapia imunossupressora e prevenção de infecções no receptor
(Rheinheimer et al., 2010). Com o procedimento, uma diminuição na frequência e gravidade dos
episódios de hipoglicemia, no entanto, a verdadeira independência da insulina, se alcançada, geralmente
dura no máximo alguns anos (Chhabra e Brayman 2014), segundo (Rodrigues 2012) a ocorrência é
devido à baixa qualidade e quantidade das ilhotas isoladas e a imunossupressão, assim justificando as
atuais pesquisas em imunoproteção das ilhotas transplantadas. Enquanto outras linhas de pesquisas visam
o desenvolvimento de fontes alternativas de células produtoras de insulina a partir de células-tronco, se
baseando na justificativa que um dos maiores problemas em relação a esta terapia é a falta de massa
celular adequada para ser infundida no paciente (Gabanyi 2010).
Estudos associando mutações no gene pax4 ao diabetes ainda são um pouco controversos porem a
proteína pax4 é um dos fatores responsáveis pela diferenciação de células β, sendo essencial para o
apropriado desenvolvimento e maturação destas ja usado para induzir a diferenciação de células-tronco
em células produtoras de insulina in vitro. O aumento do número de células α é atribuído à falta de
repressão exercida pelo Pax4 (Gabanyi 2010) e testes em cobaias relataram conversão fenotípica de
células α pancreáticas para β (Zhang et al., 2015). Sendo as células α as de segunda maior quantidade nas
ilhotas pancreáticas (Montenegro et al., 2016) o uso da proteína pax4 no processo de isolação de ilhotas
possa ser uma alternativa para melhorar a resultado dos transplantes, e futuramente basear novos
tratamentos que tenham como objetivo o aumento na produção de insulina ou a diminuição da expressão
do glucagon por células α, deste modo abrangendo pacientes com variados tipos de diabetes.
2. OBJETIVOS