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Você vai ler, a seguir, três fragmentos da Carta de Pero Vaz de Caminha, um cartum de Laerte

e uma tira de Luís Fernando Verissimo. Após a leitura, responda às questões propostas.
Fonte: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. Vol. Único. – São Paulo:
Atual, 2003. p. 75-79.

07. Ainda sobre o texto IV: quem são os navegantes que estão tendo contato com os índios? Que
elementos da imagem permitiram que você descobrisse isso?
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08. Pero Vaz de Caminha, na Carta ao rei D. Manuel, comenta algumas curiosidades da terra recém-
descoberta: como são fisicamente, como se vestem e se comportam os índios; como são o clima,
os animais, as plantas, os rios etc. Quanto ao cartum de Laerte (texto IV), levante hipóteses:
Que traço dos índios, nessa gravura, condiz com o dos brasileiros de hoje?
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09. A tira de Luís Fernando Verissimo (texto V), entre outras coisas, evidencia, de forma
engraçada, a desigualdade de condições culturais e tecnológicas entre índios e portugueses
quando do descobrimento do Brasil. Explique essa desigualdade.
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10. O culto à natureza, característica da Literatura Brasileira, tem sua origem nos textos da
Literatura de Informação. Assinale o fragmento da carta de Caminha que melhor revela a
mencionada característica.
A) ‘’Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas,
e lançou-as ao pescoço.’’
B) ‘’Assim, quando o batel chegou à foz do rio, estavam ali dezoito ou vinte homens pardos, todos
nus, sem nenhuma roupa que lhes cobrisse suas vergonhas.’’
C) ‘’Mas a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temperados como os de Entre Douro e Minho,
porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas.
De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, dar-se-á nela tudo por bem das águas que
tem.’’
D) ‘’Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta deve
ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lançar.’’
E) ‘’Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e
acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali.’’

(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda à questão 11.


A carta de Pero Vaz de Caminha
A Carta conhecida como “Carta de Pero Vaz de Caminha” é também conhecida como “Carta a el-
Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil”, é um documento no qual Pero Vaz de Caminha
registrou suas primeiras impressões sobre a terra descoberta. [...]
Vaz de Caminha era escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, e redigiu essa carta para Dom
Manoel I para comunicar-lhe o descobrimento das novas terras. [...]
A carta é o exemplo típico do deslumbramento dos Europeus para com o novo. No caso, o “Novo
Mundo” como era chamado as Américas. Caminha documenta algumas características físicas da terra
encontrada e o momento em que viram um monte, denominado logo depois por Pedro Álvares Cabral
como “Monte Pascoal”. Logo após disso, ele narra o desembarque dos Portugueses na praia e o
primeiro contato com os índios onde praticam o primeiro escambo (troca de mercadorias). Ele (Vaz
de Caminha), narra também a primeira missa realizada na terra descoberta.
Em 2005, este documento foi inscrito no Programa Memória do Mundo da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
RODRIGUES, Pedro Augusto Rezende. Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/carta-de-pero-vaz-de-
caminha/>. Acesso em: 8 abr. 2012. Fragmento.
11. O trecho que contém a informação principal do texto é:
A) “... é um documento no qual Pero Vaz de Caminha registrou suas primeiras impressões sobre a
terra descoberta.”
B) “Vaz de Caminha era escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral,...”.
C) “... o momento em que viram um monte, denominado logo depois por Pedro Álvares Cabral como
“‘Monte Pascoal’”.
D) “Ele (Vaz de Caminha), narra também a primeira missa realizada na terra descoberta.”.
E) “Em 2005, este documento foi inscrito no Programa Memória do Mundo...”.

12. Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas
guerras de religião opuseram católicos e protestantes. No texto abaixo, ele relata o cerco da
cidade de Sancerre por tropas católicas.
“[…] Desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior frequência, tornou-se
necessário que todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um
lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens
americanos (entre os quais eu estive durante dez meses) o que foi imediatamente imitado por todos
os nossos soldados, de tal maneira que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram
assim puderam confirmar o quanto esta maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto
para manter as roupas limpas […].”

Neste texto, Jean de Léry


A) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas americanos.
B) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de “selvagens”.
C) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas com relação aos europeus.
D) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, adaptando-o às suas necessidades.
E) valoriza os costumes dos indígenas americanos porque eles também eram perseguidos pelos
católicos.

13. Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, no trecho, as guerras das sociedades
Tupinambá com as chamadas “guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do
século XVI, opunham católicos e protestantes.
“[...] não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual
considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. [...] Não me parece excessivo julgar bárbaros
tais atos de crueldade [o canibalismo], mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à
cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer
depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos
poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas
vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que
assar e comer um homem previamente executado. [...] Podemos portanto qualificar esses povos
como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos,
que os excedemos em toda sorte de barbaridades.”
MONTAIGNE, Michel Eyquem de. Ensaios. São Paulo: Nova Cultural,1984.

De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,


A) a ideia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua
religião.
B) a diferença de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.
C) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da
piedade.
D) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e
racional.
E) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus
costumes são similares.

14. A primeira imagem abaixo (publicada no século XVI) mostra um ritual antropofágico dos índios
do Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa
portuguesa.

A comparação entre as reproduções possibilita as seguintes afirmações:


I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil.
II. A antropofagia era parte do universo cultural indígena, e o esquartejamento era uma forma de se
fazer justiça entre luso-brasileiros.
III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”,
indígenas e europeus.

Está correto o que se afirma em:


A) I apenas. B) II apenas. C) III apenas. D) I e II apenas. E) I, II e III.

Leia os textos abaixo para responder à questão 15.

A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de


bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem
nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem
mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta
inocência como têm em mostrar o rosto.
(CAMINHA, P. V. A carta)
15. (ENEM-2009.2) Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de
Caminha, conclui-se que:

A) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do


movimento romântico das artes plásticas.
B) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o
texto é apenas fantasioso.
C) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras
que sofreriam processo colonizador.
D) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.
E) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto
da catequização jesuítica.

Leia os textos abaixo para responder à questão 16.


TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez
deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E
parece-me que viriam, este dia, à praia,
quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta.
Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos
trocaram por carapuças ou por qualquer coisa
que lhes davam. [...] Andavam todos tão bem-
dispostos, tão bem feitos e galantes com suas
tinturas que muito agradavam.
(CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto
Alegre: L&PM, 1996)

16. Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de
Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:
A) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
B) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
C) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
D) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística.
E) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momento histórico, retratando a colonização.

Para responder às questões 17, 18 e 19, leia o texto abaixo:


Tratado descritivo do Brasil em 1587
C A P Í T U L O XI
Em que se declara a costa da baía da Traição até Paraíba.
Do rio de Camaratibe até a baía da Traição são duas léguas, a qual está em seis graus e 1/3,
onde ancoram naus francesas e entram dos arrecifes para dentro. Chama-se esta baía pelo gentio
potiguar Acajutibiró, e os portugueses, da Traição, por com ela matarem uns poucos de castelhanos
e portugueses que nesta costa se perderam. Nesta baía fazem cada ano os franceses muito pau de tinta
e carregam dele muitas naus. Desta baía da Traição ao rio Maguape são três léguas, o qual está em
seis graus e meio. Do rio de Maguape ao da Paraíba são cinco léguas [...];a este rio chamam – na
carta de marear – de São Domingos, onde entram naus de 200 tonéis, e no rio de Maguape entram
caravelas da costa; mas o rio de São Domingos se navega muito pela terra adentro, de onde ele vem
de bem longe. Tem este rio um ilhéu da boca para dentro que lhe faz duas barras, e pela que está da
banda do norte entram caravelões que navegam por entre a terra e os arrecifes até Itamaracá [...]; e
porque entravam cada ano neste rio naus francesas a carregar o pau de tinta com que abatia o que ia
para o Reino das mais capitanias por conta dos portugueses e porque o gentio potiguar andava mui
levantado contra os moradores da capitania de Itamaracá e Pernambuco, com o favor dos franceses,
com os quais fizeram nessas capitanias grandes danos, queimando engenhos e outras muitas fazendas,
em que mataram muitos homens brancos e escravos; [...]
SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587. 4. ed. São Paulo: Companhia Ed. Nacional, EDUSP,
1971, p. 52.
Rio Camaratibe = rio Camaratuba Carta de marear = carta de navegação Mui levantado = muito rebelde
Rio Maguape = rio Mamanguape Abatia = diminuía

17. Como é mais conhecida a árvore no texto chamada de “pau de tinta”?


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18. De acordo com o texto, quais são os outros europeus, além dos portugueses, que carregavam
o “pau de tinta”?
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19. Que elemento da natureza é mais descrito nesse trecho?


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