Patrimonial
Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Marcela Gimenes Bera Oshita
Prof.ª Thauane Lima de Souza
O82s
ISBN 978-85-515-0485-7
1. Bens móveis e imóveis – Brasil. I. Souza, Thauane Lima de. II. Centro
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 340
Impresso por:
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ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
SEGURANÇA
PATRIMONIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
O CONCEITO DE SEGURANÇA
PATRIMONIAL EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal Brasileira de 1988 apresenta o termo “segurança” como
um direito fundamental individual e coletivo do cidadão brasileiro ou residente no país,
assegurada pelo próprio Estado. A Declaração Universal de Direitos Humanos também
apresenta a segurança como um direito e como uma meta que deve ser alcançada por
todos os países (BRASIL, 1988).
2 O QUE É PATRIMÔNIO?
O patrimônio, tanto no âmbito legal como econômico, é definido como um
conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica. Assim,
é possível afirmar que patrimônios são todos os bens que uma empresa ou que um
indivíduo possui, como por exemplo, os imóveis, veículos ou até mesmo as obrigações,
como as duplicatas a pagar a um fornecedor, impostos, despesas de aluguel etc.
3
Como o patrimônio se apresenta de várias formas, a segurança patrimonial
tem como objetivo garantir a prevenção desses diferentes tipos de bens de forma
personalizada. Por exemplo, os bens intelectuais devem ser protegidos de forma que
preserve a inviolabilidade das informações e dos direitos autorais. Isso difere muito
da segurança dos bens físicos, por exemplo, que necessitam de controle de fluxo de
pessoas, monitoramento e, em alguns casos, até de um tipo de guarda mais adequado,
como cofres ou bancos.
INTERESSANTE
A segurança, por atender as necessidades básicas do ser humano, é um
direito que está relacionado diretamente com a dignidade da pessoa
humana, sendo obrigatória a sua execução. Mesmo que não estivesse
expressa, explicitamente, na Constituição Federal, seria uma ordem jurídica
pré-existente (GLINA, 2020).
4
recursos naturais como dispositivos de segurança. Alguns exemplos são a cidade de
Jamestown, atual Virgínia, EUA, no século XVI, que era protegida pela topografia elevada
que possibilitava a visão da chegada de inimigos, e a cidade de Quebec, Canadá, no
século XIX, protegida por muros para autoproteção dos habitantes (MOREIRA, 2007).
5
FIGURA 1 – EXEMPLOS DE BENS PATRIMONIAIS E IMÓVEIS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
6
A segurança patrimonial busca proteger, mais especificamente, os bens
classificados como econômicos, que são aqueles adquiridos pelo indivíduo. Além disso,
garante também a proteção dos bens materiais e de serviços, visto que a prestação de
serviços é um bem intangível e deve ser preservada. Os bens duráveis são aqueles em
que se direcionam maiores investimentos na segurança privada, já que possuem um valor
monetário superior aos bens não duráveis. Já os bens concorrentes e complementares
são preservados de ambas as formas.
7
• a segunda fonte de informação: inclui a legislação, estatutos ou regulamentos que as
empresas de segurança devem atender;
• a terceira fonte de informação: é um conjunto de princípios do negócio, sua meta,
visão e objetivos que conduzem as operações.
Salienta-se que os bens livres devem ser protegidos por todos – inclusive por
órgãos públicos – por meio de programas de preservação ao meio ambiente com o
objetivo de garantir que esses recursos estejam sempre disponíveis para a população.
FONTE: A autora
8
Ao contratar uma empresa de segurança patrimonial alguns parâmetros devem
ser realizados com o objetivo de prevenir os tipos de delitos contra o bem, como o assalto,
furto, espionagem, sequestro, lesão e dano. O objetivo da segurança patrimonial é propor
estratégias de prevenção desses delitos, além de instalação de equipamentos que
auxiliem no processo de controle dos bens, como sistemas que registrem a quantidade
de materiais que saíram do estoque, ou que entraram, além de um monitoramento das
pessoas que entram e saem do estabelecimento.
INTERESSANTE
Desde a Antiguidade, observa-se a natureza violenta por alguns indivíduos,
apresentando diferentes motivações, como as guerras religiosas, territoriais,
desigualdade social, pobreza e reinvindicações diversas. A violência tem níveis
maiores ou menores, dependendo do país (MOREIRA, 2007).
9
FIGURA 3 – ETAPAS E PRIORIDADES DAS AÇÕES DE SEGURANÇA DO PATRIMÔNIO
FONTE: A autora
Por fim, a terceira etapa da segurança, que deve englobar até 5% das atividades
e recursos em segurança, consiste na reação a algum evento adverso. Devem ser
realizadas medidas para que os bens que foram roubados, furtados ou danificados sejam
recuperados, por meio da polícia, pela análise da gravação das câmeras de segurança e
até mesmo pelo controle do fluxo de pessoas.
Atente que cada passo deve ser seguido para que a segurança patrimonial
obedeça aos requisitos básicos de instalação e que se torne eficiente e eficaz dentro da
organização a fim de evitar eventuais prejuízos ao patrimônio.
10
GIO
De acordo com Moreira (2007), o termo “segurança” tem origem latina e
significa seguro ou livre do perigo. Na língua inglesa, o termo é escrito como
“security”.
Moreira (2007) enfatiza que alguns fatores devem ser verificados no momento
da instalação de um sistema de segurança em uma empresa: a análise da propriedade,
riscos, ameaças e possíveis vulnerabilidades, que serão determinantes para estabelecer
quais procedimentos de segurança deverão ser instalados.
ESTUDOS FUTUROS
Agora que você já compreendeu a importância da segurança patrimonial,
você irá estudar sobre os crimes que podem ocorrer contra os bens
patrimoniais de um indivíduo, e conhecer o que o Código Penal Brasileiro traz
de crimes e penas contra quem comete algum delito contra o patrimônio.
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Existem diferentes tipos de bens de uma empresa, sendo classificados por diferentes
critérios, como a escassez, realidade física, função, duração, origem e relações
recíprocas.
12
AUTOATIVIDADE
1 Os bens de uma empresa são classificados de acordo com suas especificações,
como: pela sua escassez, realidade física, função, duração, origem e relações
recíprocas. Cada empresa possui bens com determinadas particularidades
e especificações, que devem ser observadas no momento da prática
profissional. Sobre as classificações dos bens e as características de cada
um deles, assinale a alternativa CORRETA:
13
de segurança patrimonial foram se modificando. De acordo com o conteúdo
estudado sobre a evolução da segurança patrimonial, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
14
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
DIREITO PENAL E A SEGURANÇA
PATRIMONIAL
1 INTRODUÇÃO
A segurança patrimonial é aquela voltada à guarda dos bens do indivíduo. No
entanto, para que seja realizada, é necessário que obedeça à legislação. O Código Penal
Brasileiro apresenta o que é lícito ou ilícito no momento da prática da segurança. Trata-
se de uma legislação que aborda a aplicação de penas para pessoas que cometem
algum delito, é considerado como uma base para determinada conduta.
Dentro da segurança patrimonial, existem algumas normas que devem ser
seguidas para que os direitos individuais não sejam extrapolados. Da mesma forma, são
estabelecidas normas que permitem a aplicação de determinadas penalidades em caso
de situações ilícitas.
15
tal como conhecemos hoje, foi criado em 1940, baseado nas ideias de Alcântara
Machado. Esse Código tem como objetivo garantir a ordem social, visto que determina
os tipos de penalidades, as medidas de segurança, os procedimentos da ação penal,
além de tratar sobre os tipos de crimes e suas respectivas punições. No entanto, sua
vigência foi efetivada apenas em 1942.
NOTA
Você sabia que em 1969 foi criado um Código Penal, desenvolvido por Nélson
Hungria? No entanto, o documento foi revogado em 1978, retornando ao
Código de 1940, vigente até os dias de hoje (D’OLIVEIRA, 2014).
16
FIGURA 4 – DIVISÕES DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
FONTE: A autora
17
A garantia constitucional à segurança está assegurada também por meio
do Código Penal Brasileiro, no momento que descreve os delitos e suas respectivas
penas, além de determinar que a vida e o patrimônio do cidadão estejam protegidos e
amparados por lei.
É importante destacar que os bens que estão resguardados pelo Código Penal
são de todos os tipos e espécies, incluindo bens tangíveis ou materiais (como um carro
ou um computador), até os intangíveis ou imateriais (como a propriedade intelectual de
um professor, ou a marca de uma empresa).
IMPORTANTE
Lembre-se que existem vários tipos de bens, e que cada um necessita de um
tipo de cuidado específico. Por isso, as penas para aquele que violar esses
bens são baseadas em seu tipo ou característica.
18
QUADRO 2 – CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
É importante destacar que para cada tipo de crime existem algumas agravantes
que fazem com que a pena seja aumentada. Por exemplo, em uma situação onde o dano
é relacionado a algum bem com valor histórico, a detenção aumenta para seis meses
a dois anos. Outro exemplo de agravante é no caso que, para roubar é empregada a
violência contra a pessoa com o objetivo de ficar impune do crime. Nesse caso, a pena
pode aumentar de um terço até a metade. Em casos em que ocorre o dano qualificado,
ou seja, quando o crime for cometido por meio de violência ou ameaça, a pena de
detenção poderá ser de seis meses a três anos. Em crimes de fraudes eletrônicas, a
pena é reclusão de quatro a oito anos, mais aplicação de multa.
ESTUDOS FUTUROS
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre o Código Penal Brasileiro,
você terá a oportunidade de conhecer os crimes ao patrimônio. Confira!
19
2.1.1 Tipos de crimes contra o patrimônio
Para melhor compreensão da temática, a legislação brasileira classifica os crimes
contra o patrimônio em várias categorias (Figura 5), que serão detalhadas a seguir.
FONTE: A autora
20
IMPORTANTE
A extorsão de forma indireta é aquela em que o delinquente exige ou
recebe, como forma de garantia de dívida, algum documento que possa
ser causa de procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiros.
Nesse caso a pena é de reclusão de um a três anos mais multa (BRASIL,
1940).
O estelionato ocorre quando uma pessoa obtém para si ou para outro vantagem
ilícita, gerando prejuízo a terceiros, induzindo alguém a um erro. Pode ser relacionado
à fraude de cheque, de valor de seguro, entre outros. Por fim, a legislação define
receptação como o fato de adquirir, receber, transportar, ou ocultar, em proveito próprio
ou de outra pessoa um bem proveniente de crime, e pode ser agravado em situações
em que os bens pertençam ao Estado, ou que tenham relação com animais.
INTERESSANTE
O Código Penal, ao determinar as espécies de crimes contra o patrimônio,
estabelece que medidas privativas possam ser adotadas visando a sua
proteção e que estarão resguardadas pelo Estado. Também determina
que as provas possam ser utilizadas com o objetivo de punir os culpados
pelos delitos.
21
3 PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA AO PATRIMÔNIO:
ESTUDO DE CASO
O processo de planejamento da segurança patrimonial (Figura 6) deve ser
organizado de forma detalhada visando garantir que todas as medidas sejam executadas,
para isso é necessário que o planejamento ocorra de forma a abranger, tanto o curto,
como médio e o longo prazo.
FONTE: A autora
Ao definir que uma empresa iniciará suas atividades, é necessário que a alta
administração, juntamente com os gerentes e supervisores, elaborem as diretrizes que
serão executadas ao longo dos anos na instituição. No que diz respeito às etapas da
gestão de segurança patrimonial, é importante, nesse momento, definir os tipos de bens
que estarão disponíveis na empresa, o tipo de atendimento ao cliente e os sistemas
de segurança que serão implantados. Esse tipo de planejamento é definido como o
estratégico, e garante uma visão geral das etapas que serão executadas a longo prazo
na empresa.
22
Por fim, os supervisores e a equipe de funcionários devem colocar em prática as
ações e estratégias definidas. Para tal, deve-se realizar a gestão do controle, análise e
verificação dos bens, além do acompanhamento junto aos responsáveis pela segurança
dos sistemas operacionais de controle de fluxo de pessoas.
INTERESSANTE
O objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma
ferramenta que os municie de informações para a tomada de decisões,
ajudando-os a atuar de forma proativa, antecipando-se às mudanças que
ocorrem no mercado em que atuam (ANDION; FAVA, 2002).
IMPORTANTE
Salienta-se, que a análise de risco deve preceder o processo de
planejamento de instalação de um sistema patrimonial com o objetivo
de garantir que sejam verificadas todas as condições de risco antes da
implantação da empresa.
23
Vale destacar, que o planejamento deve obedecer ao ciclo do curto, médio e
longo prazo, delimitando a operacionalização, inclusive, das etapas futuras de execução.
DICA
Para aprofundar seu conhecimento sobre o processo de planejamento da
implantação de um sistema de segurança patrimonial em um condomínio,
leia o documento disponível neste link:
http://cassiopea.ipt.br/teses/2011_HAB_Ellen_Pompeu.pdf.
Ainda de acordo com Pessoa (2012), alguns requisitos principais devem ser
analisados, como a área de recepção, os sistemas de alarmes, detecção de intruso, e os
processamentos de organização em localização diferente das gerenciadas.
Pessoa (2012) ainda destaca que, quanto maior o valor relacionado ao grupo de
ativos da empresa, maior será a capacidade de resistência da solução implantada. Além
disso, alguns critérios devem ser analisados no momento de instalação das estratégias
de segurança, como o local da área de recepção da empresa, os alarmes, se existe
sistema para registrar a quantidade de pessoas que entram e saem do estabelecimento,
como um sistema de detecção de intrusos, e se existe uma sala restrita da administração,
diferenciada dos terceiros.
24
Também é preciso considerar o tipo de bem que será protegido. Em instituições
financeiras, por exemplo, os sistemas de segurança devem estar voltados para a
segurança das informações, por meio da tecnologia de informação do controle de
acesso do banco de dados dos clientes, informações bancárias sigilosas, entre outros.
INTERESSANTE
Segundo a empresa KPMG (Cutting Throug Complexity), um dos maiores
bancos britânicos foi multado em um milhão de Libras quando um
portátil que continha informações de clientes foi roubado da casa de um
funcionário (PESSOA, 2012).
ESTUDOS FUTUROS
No próximo tópico você terá a oportunidade de aprender sobre o dia a dia
de um profissional de segurança patrimonial, o controle de entrada e saída
de pessoas e os tipos de portaria e vigilância com arma letal e não letal.
25
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Código Penal Brasileiro apresenta uma parte geral e outra específica, que trata
exclusivamente sobre os tipos de crimes e suas respectivas penalidades.
26
AUTOATIVIDADE
1 O Código Penal Brasileiro trata, na parte especial, sobre os crimes que
podem ser incorridos contra o patrimônio das pessoas, além de descrever as
penalidades que devem ser aplicadas em quem comete algum desses delitos.
Sobre os crimes contra o patrimônio descritos no Código Penal Brasileiro,
assinale a alternativa CORRETA:
I- O estelionato praticado contra pessoas idosas ou vulneráveis tem sua pena aumentada.
II- Se tratando de bens do patrimônio do Estado em um crime de receptação, a pena é
aumentada.
III- O crime de roubo, no Direito Penal Brasileiro, a pena ocorre por meio de detenção.
27
( ) O planejamento estratégico é aquele que visa analisar as demandas de curto prazo
juntamente com os supervisores.
( ) O planejamento à médio prazo é definido como operacional e é realizado, basicamente,
pela alta administração.
( ) O planejamento tático é aquele realizado à médio prazo, sendo desenvolvido por
gerentes.
4 O patrimônio de uma pessoa deve ser protegido. Para isso, o Código Penal
Brasileiro detalhou os crimes que podem ser cometidos contra esses bens
visando protegê-los, além de definir a penalidade que deve ser aplicada a
indivíduos que infringirem essas regras. Disserte sobre os crimes de roubo,
descrevendo sobre a penalidade e agravamento de cada um.
28
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
CONTROLE DA ENTRADA/SAÍDA DE PESSOAS/
VEÍCULOS
1 INTRODUÇÃO
A segurança patrimonial de um estabelecimento se inicia no momento da entrada
ou saída de pessoas ou de veículos. Por isso, é preciso conhecer os procedimentos que
devem ser adotados para evitar possíveis danos ao patrimônio.
29
Inicialmente, ao ser determinado o controle de fluxo do estabelecimento, é
importante observar alguns fatores, como a adequação do sistema ao estabelecimento,
a abrangência e o funcionamento desse sistema de segurança, assim como o
treinamento dos funcionários que manusearão o sistema.
Salienta-se que cada empresa deve optar por um sistema único individual que
atenda aos requisitos particulares do estabelecimento. Por exemplo, um sistema de
controle de entrada e saída de pessoas e veículos dentro de um condomínio deve ser
diferente de um sistema implantado em um posto de combustível, visto que, no último,
o fluxo de veículos é variado e mais frequente do que no condomínio.
IMPORTANTE
O sistema de controle do fluxo de pessoas e veículos de um
estabelecimento deve ser escolhido levando em consideração todas as
particularidades do estabelecimento, bem como a segurança dos dados
que estejam sendo captados, além de apresentar a possibilidade de
backup de segurança das informações.
30
DICA
Para conhecer sobre a Tecnologia da informação — Técnicas de segurança
— Código de prática para a gestão da segurança da informação, a ABNT
disponibilizou a norma. Acesse neste link:
http://www.aulasemparedes.com.br/wp-content/
uploads/2014/09/215545813-ABNT-NBR-177991.pdf.
A ABNT (2005) apresenta uma norma que trata sobre técnicas de segurança
e destaca que é importante o planejamento e a preparação dos sistemas com o
objetivo de garantir os recursos necessários para evitar falhas, reduzir sobrecargas,
e procedimentos de cópias de segurança, além de implantação de sistema capaz de
recuperar os dados que porventura sejam perdidos. Outro item que não pode deixar de
ser protegido é o gerenciamento das redes de internet evitando o ataque de hackers.
3 PORTARIA E VIGILÂNCIA
Você sabe dizer o que é um serviço de portaria e de um vigilante? Consegue
descrever as diferenças entre eles?
DICA
A Lei n. 7.102/1983 e a Portaria n. 3.233/2012 da Diretoria Geral/
Departamento Polícia Federal regulam as atividades do vigilante.
31
3.1 VIGILÂNCIA ARMADA LETAL E NÃO LETAL
Para se tornar vigilante, o profissional deverá cumprir alguns requisitos
estabelecidos na Portaria 3.233/2012, como você pode observar na Figura 7:
FONTE: A autora
32
Art. 164 São deveres dos vigilantes:
I – exercer suas atividades com urbanidade, probidade e denodo,
observando os
direitos e garantias fundamentais, individuais e coletivos, no exercício
de suas funções;
II – utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em
serviço;
III – portar a CNV;
IV – manter-se adstrito ao local sob vigilância, observando-se as
peculiaridades das atividades de transporte de valores, escolta
armada e segurança pessoal; e
V – comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes
ocorridos no serviço, assim como quaisquer irregularidades relativas
ao equipamento que utiliza, em especial quanto ao armamento,
munições e colete à prova de balas, não se eximindo o empregador
do dever de fiscalização (BRASIL, 2012).
DICA
Para conhecer sobre o curso de formação de vigilante, o programa e
outras informações importantes, leia o Anexo I da Portaria nº 3.233/2012,
disponível neste link:
https://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/seguranca-privada/legislacao-
normas-e-orientacoes/portarias/portaria-3233-2012-2.pdf/view.
Vale destacar que a vigilância patrimonial pode ser realizada por escolta armada,
e de acordo com a Portaria nº 3.233/2012, alguns requisitos devem ser obedecidos
como:
33
Art. 63 O exercício da atividade de escolta armada dependerá de
autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento dos seguintes
requisitos:
I – possuir autorização há pelo menos um ano na atividade de
vigilância patrimonial ou transporte de valores;
II – contratar, e manter sob contrato, o mínimo de oito vigilantes com
extensão em escolta armada e experiência mínima de um ano nas
atividades de vigilância ou transporte de valores; e
III – comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo, dois veículos,
os quais deverão possuir as seguintes características:
a) estar em perfeitas condições de uso;
b) quatro portas e sistema que permita a comunicação ininterrupta
com a sede da empresa em cada unidade da federação em que
estiver autorizada; e
c) ser identificados e padronizados, com inscrições externas que
contenham o nome, o logotipo e a atividade executada pela empresa
(BRASIL, 2012).
Para os vigilantes que trabalham na escolta armada, é preciso ter uma guarnição
mínima de quatro vigilantes habilitados por veículo. Além da escolta armada, os vigilantes
também podem prestar serviço de segurança pessoal. Nesse caso específico, a Portaria
nº 3.233/2012, Art. 69, determina como requisitos:
34
A profissão de vigilante também pode ser exercida com a utilização de cães
adestradores, desde que os cães sejam adestrados por profissionais comprovadamente
habilitados, com curso de cinofilia. Os animais devem ser de propriedade de empresa de
vigilância ou de um canil de organização militar. Além disso, os cães devem ser sempre
acompanhados por vigilantes habilitados em condução de animal.
INTERESSANTE
Entre as armas e munições não-letais estabelecidas na Portaria nº
3.233/2012, cita-se: os espargidor de agente químico lacrimogêneo
e arma de choque elétrico em quantidade igual à de seus vigilantes;
granadas fumígenas lacrimogêneas e granadas fumígenas de sinalização.
35
A profissão de vigilante, em termos de segurança patrimonial, é aquela que
melhor representa a guarda dos bens, e deve sempre ser realizada por profissionais
habilitados e que contemplem todos os requisitos para garantir a boa execução dos
serviços e a preservação dos bens. Em casos em que não seja possível a proteção, o
profissional deve estar apto a detectar e corrigir falhas para recuperar eventuais danos
ao patrimônio da empresa ou da pessoa.
36
LEITURA
COMPLEMENTAR
SEGURANÇA PRIVADA: CARACTERÍSTICAS DO SETOR E IMPACTO SOBRE O
POLICIAMENTO
André Zanetic
VIGILANTES
Embora, inicialmente, o perfil dos vigilantes tenha sido marcado pela baixa
profissionalização do setor, com um nível de qualificação, escolaridade e renda bastante
inferior ao dos policiais, este quadro vem se alterando significativamente ao longo do
tempo. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar – PNAD/
IBGE, ocorreram importantes mudanças no perfil socioeconômico e profissional da
população empregada tanto na segurança pública quanto na atividade de vigilância e
guarda, nas diferentes regiões do Brasil. O nível de escolaridade dos vigilantes privados
é, ainda hoje, consideravelmente menor do que o dos policiais, porém vem melhorando
aceleradamente, assim como entre os profissionais das forças públicas. Em 1985,
10,3% possuíam escolaridade equivalente ao ensino médio (completo ou incompleto),
passando para 18,8% em 1995 e para 31,3% em 2001.
37
Na segurança pública, essas proporções eram de 31%, 48,7% e 59%, nos três
anos mencionados. Além disso, há uma melhora em termos de profissionais do setor
frequentando o ensino superior: de 1985 para 2005, o percentual passou de 0,9% para
2,7% (na segurança pública esse número é muito superior, sendo 14,3% em 1985 e 30%
em 2001). É importante notar que a melhora da escolaridade entre os profissionais
do setor de segurança privada é significativamente superior àquela verificada para a
população em geral: enquanto em 1985 a proporção de indivíduos com nível de ensino
médio da população em geral era de 16,2% e a dos profissionais da segurança pública
correspondia a 10,3%, em 2001 estes últimos passaram a possuir uma proporção
(31,3%) muito acima do total da população (21%) com esse nível de escolaridade.
Possivelmente, esse aumento na escolaridade possa estar refletindo um crescimento
da demanda por profissionais mais qualificados na área de segurança, sobretudo em
função da necessidade de atualização e capacitação para operação de equipamentos
mais sofisticados, cada vez mais em uso no setor. Se o nível de escolaridade vem
crescendo em ambos os setores, com relação à renda essa melhora é nítida apenas
para a segurança privada. Ainda de acordo com as informações da PNAD, enquanto os
salários se mantiveram estáveis na segurança pública durante o período de 1985 a 1995,
a renda média dos vigilantes cresceu consideravelmente.
38
de segurança pessoal), que dizem respeito aos armamentos considerados de “curta
distância” (ou seja, cujo alcance seja de no máximo dez metros), são os borrifadores de
gás pimenta (spray) e a arma de choque elétrico (air taser).17 Para fazer uso dessas armas
e munições não-letais, o vigilante deve possuir treinamento específico que o capacite
à utilização adequada desses instrumentos. A vigilância patrimonial exercida pelas
empresas que possuem serviço de segurança orgânica, de acordo com o ordenamento
jurídico do setor, segue as mesmas normas vigentes para as empresas que prestam
serviços terceirizados de vigilância patrimonial.
39
O módulo de Criminalística e Técnica de Entrevista também objetiva a
cooperação com o trabalho policial, visando familiarizar o vigilante com noções básicas
de reconhecimento contextual das situações observadas (como evidências, vestígios
e local do crime). Nesse curso, pretende-se instrumentalizar o vigilante com uma série
de técnicas específicas para sua atuação diante da ocorrência de um crime, tais como:
isolamento do local do crime; preservação de vestígios até a chegada da polícia técnica;
coleta de evidências iniciais que possam desaparecer antes da chegada da polícia e que
importem na apuração policial; busca de provas e autoria; observação e descrição de
pessoas, objetos e locais; além de outras iniciativas que lhe competem na prevenção e
repressão de ocorrências delituosas. Além disso, o curso também tem como objetivo o
aprendizado de técnicas específicas de entrevista que possam ajudar o vigilante a coletar
dados relevantes às investigações policiais, bem como instruções para elaboração de
relatórios para serem entregues à polícia. Assim, ao menos em teoria, a colaboração
com as forças públicas é uma preocupação expressa no ordenamento jurídico que
regula as condutas do setor. No entanto, embora muitas vezes os proprietários tenham
interesse na atuação da polícia para a resolução de conflitos em seu estabelecimento,
nem sempre sua presença é desejável, mesmo quando ela deveria estar presente. A
seguir, são explicitados mais detidamente os aspectos problemáticos que se referem à
inter-relação entre as forças públicas de segurança e a segurança privada.
40
a polícia poderá agilizar ou retardar esse atendimento. É possível imaginar, também, que
a polícia possa tender a dar menos prioridade ao atendimento de um estabelecimento
que sabidamente disponha de um sistema de segurança privada, caso seja necessário
fazer uma escolha. Esta é uma das questões fundamentais em relação à interface entre
os setores e que pode influenciar diretamente na distribuição do policiamento público
em relação aos espaços e situações que lhe cabem responder. Dada a dimensão que
atualmente esses espaços possuem, pode-se afirmar que seu impacto na distribuição
do policiamento é bastante significativo, embora não existam informações substantivas
capazes de delinear como de fato ocorre esta influência.
Fora esse caso específico dos instrumentos utilizados pelos vigilantes, a decisão
sobre o registro das ocorrências nas delegacias será do proprietário. Normalmente,
sobretudo nos grandes estabelecimentos, esse tipo de decisão caberá ao responsável
pela chefia ou coordenação da segurança do estabelecimento. Em muitos casos, deve-
se esperar que a empresa tenha interesse em registrar ocorrência, para auxiliar a polícia
a solucionar problemas que eventualmente tenham tido. Entretanto, em casos em que a
repercussão de um fato ocorrido no interior do estabelecimento venha a ser considerada
negativa para os interesses do proprietário, deve-se imaginar que a comunicação à
polícia não será feita. Assim, é comum que os vigilantes sejam orientados a intermediar
as ocorrências sem ter que passar pelos constrangimentos do sistema de justiça
criminal. Os vigilantes poderão também fazer seus próprios registros de ocorrências, de
acordo com os procedimentos estabelecidos pela chefia ou coordenação de segurança
da empresa, como, por exemplo, em fatos relatados pelo público frequentador, como
pequenos furtos ou casos de agressão entre jovens, que ficarão acessíveis apenas a
quem esteja autorizado pelo proprietário. Nesse sentido, poderia haver uma grande
quantidade de ocorrências com menor probabilidade de ser efetuado um registro oficial,
o que prejudicaria o conhecimento não apenas sobre o montante de crimes existentes,
mas também a respeito dos problemas que costumam estar presentes neste tipo de
41
local. Além disso, poderia haver uma ampliação do enviesamento dessa distribuição,
uma vez que não há uma distribuição randômica dos estabelecimentos que possuem
policiamento privado.
42
a forma como esses diferentes instrumentos são utilizados na prática, e a eficácia
que eles possam ter sobre o controle e as práticas de responsabilização do setor, que
permitiriam traçar um panorama a respeito das transformações que ocorrem quando
focalizamos a atuação das forças privadas, com seus mecanismos diferenciados de
controle em relação à polícia.
FONTE: Adaptada de ZANETIC, A. Segurança privada: características do setor e impacto sobre o policiamen-
to. Revista Brasileira de Segurança Pública, São Paulo, ano 3, p. 134-51, mar./abr. 2009. Disponível
em: https://revista.forumseguranca.org.br/index.php/rbsp/article/download/44/42. Acesso em: 29 dez.
2021.
43
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
44
AUTOATIVIDADE
1 A profissão de vigilância patrimonial é regulamentada por lei e portaria
específica da Polícia Federal, que apresenta os direitos e deveres do
profissional, bem como as penalidades que podem ser aplicadas caso o
profissional cometa algum delito. Sobre os direitos do vigilante patrimonial,
assinale a alternativa CORRETA:
45
( ) Cada empresa deve realizar um sistema de segurança de acordo com as
especificações particulares do estabelecimento.
( ) O controle de entrada e saída de pessoas e veículos só pode ser realizado de forma
eletrônica.
( ) Após ser definido o sistema de segurança que será implantado na empresa, deverá
ser concedido treinamento aos funcionários.
46
REFERÊNCIAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 17799 –
Tecnologia da informação, técnicas de segurança, código de prática para a gestão da
segurança da informação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. Disponível em: http://www.
aulasemparedes.com.br/wp-content/uploads/2014/09/215545813-ABNT-NBR-177991.
pdf. Acesso em: 29 dez. 2021.
GLINA, N. Segurança pública: direito e dever. São Paulo: Grupo Almedina (Portugal),
2020.
47
MOREIRA, K. B. Diretrizes para projeto de segurança patrimonial em edificações.
2007. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da Arquitetura) – Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/
disponiveis/16/16132/tde-17052010-090837/publico/Dissertacao_Katia_B_R_
Moreira_FAUUSP_2007.pdf. Acesso em: 30 dez. 2021.
48
UNIDADE 2 —
SEGURANÇA PRIVADA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
49
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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50
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
A GESTÃO DA SEGURANÇA PRIVADA
1 INTRODUÇÃO
A segurança patrimonial é realizada de duas formas: a primeira pelo poder
público, por meio das polícias militar, civil e federal; e a segunda pelo setor privado,
por meio de empresas especializadas em segurança, ou por profissionais habilitados e
credenciados.
A segurança privada iniciou no Brasil com o objetivo de proteger o patrimônio
das instituições financeiras, em virtude do aumento do número de assaltos a bancos. No
entanto, com o passar dos anos, a necessidade de proteger o patrimônio das pessoas e
empresas também aumentou, o que culminou na regulamentação da atividade no ano
de 1983 por meio de legislação própria.
Após a regulamentação da segurança privada, foram definidos alguns princípios
que norteiam a atividade profissional, bem como foram traçados os procedimentos que
devem ser adotados para a execução da atividade profissional.
Acadêmico, no Tópico 1 você terá oportunidade de conhecer sobre as diferenças
entre segurança privada e segurança pública. Também irá aprender sobre as práticas
dos princípios que norteiam a segurança, e a forma que os gestores devem implantar o
sistema de segurança patrimonial.
No entanto, não existem relatos sobre a polícia, como conhecemos hoje, até o
século XIX. A polícia corresponde a uma agência especializada, sendo uma característica
de uma sociedade organizada com a estrutura política, exercida por agentes da
comunidade (MORETTI, 2020).
ESTUDOS FUTUROS
Agora que você já compreendeu sobre os aspectos da segurança pública
e segurança privada, você irá conhecer sobre cada espécie da segurança
privada, suas características, e definições.
FONTE: A autora
52
INTERESSANTE
A empresa de vigilância patrimonial tem sua atuação voltada para a
preservação de bens e patrimônio, prevenção de riscos provenientes
de ações criminosas, e as áreas de atuação são bancos, organizações
comerciais, órgãos públicos, condomínios, prédios, entre outros (GLINA,
2020).
DICA
Para aprofundar seu conhecimento sobre os requisitos necessários
para abrir uma empresa de escolta armada, leia dos Artigos 63 a 65 da
Portaria nº 3.233, de 2012. Acesse em:https://www.legisweb.com.br/
legislacao/?id=248148.
53
IMPORTANTE
Entre os treinamentos do curso de formação, há o treinamento
complementar de tiro, que é ministrado para armamentos como: revolver
calibre 38, carabina calibre 38, pistola calibre 380 ou espingarda calibre
12 (BRASIL, 2012).
Como você pode observar, a segurança privada está restrita à área contratada.
Desse modo, só é permitido exercer a atividade profissional nos eventos e áreas
delimitadas e, em alguns casos, em eventos sociais a qual foram contratados, como os
eventos de grande porte.
DICA
A segurança privada não pode ser realizada em áreas públicas, pois de
acordo com a Constituição Federal de 1988, é atribuição da Polícia Militar
o policiamento dessas áreas, exceto em casos de segurança de transporte
de valores, escolta armada e segurança pessoal.
54
A inteligência, tanto empresarial quanto policial, está relacionada com a
forma como podem ser tratadas as informações coletadas, atrelando a estratégias de
antecipação a determinadas situações que podem ocasionar o delito.
IMPORTANTE
No Brasil existem cerca de 4.680 carros-fortes nas 83 empresas
especializadas em transporte de valores. Essas empresas empregam
cerca de 42,6 mil funcionários, e devem possuir ao menos dois veículos
especiais e 16 vigilantes com curso de extensão em transporte de valores.
(MORETTI, 2020).
55
ESTUDOS FUTUROS
Na sequência, você irá estudar sobre a gestão da segurança privada e o
planejamento dos procedimentos para realizar uma eficiente vigilância
patrimonial, escolta armada, transporte de valores.
Essas diretrizes garantem maior controle das empresas que estão atuando na
área de segurança privada, além dos armamentos e munições. Com isso, é importante
sempre conhecer sobre o regimento do país que está atuando, para planejar de forma
eficiente todos as etapas do processo de instalação de um sistema de segurança privada.
56
Além dos objetivos, a Portaria nº 3.233, de 2012 (BRASIL, 2012), descreve alguns
conceitos de termos que são utilizados na área de segurança privada que são:
• empresa especializada;
• empresa possuidora de serviço orgânico de segurança;
• vigilante e plano de segurança.
IMPORTANTE
A empresa especializada é autorizada a exercer as atividades de vigilância
patrimonial, transporte de valores, escolta armada, segurança pessoal
e cursos de formação; a empresa possuidora de serviço orgânico de
segurança é autorizada a constituir um setor próprio de vigilância
patrimonial (BRASIL, 2012).
57
Quando um alarme de segurança é ativado, também deverá ser instalado um
sistema que permita uma comunicação imediata com a polícia ou com outras empresas
de segurança privada visando auxiliar a captura de eventuais delinquentes. Os
equipamentos de captação e gravação da movimentação do público devem armazenar
as informações por um período mínimo de trinta dias. Essas gravações podem ser
utilizadas para auxiliar a capturar situações que coloquem em risco a segurança do
local.
Também é preciso atentar aos artefatos e anteparos que serão utilizados pelas
empresas, buscando retardar a ação dos criminosos, além de identificá-los e capturá-
los. Os anteparos blindados devem ser utilizados durante toda a atividade do vigilante
em seu expediente com o público.
DICA
A Polícia Federal, por meio da Portaria nº 3.233 (BRASIL, 2012), determinou
todas as exigências que uma empresa de segurança privada deve cumprir
para que possa atuar na área. Elas estão detalhadas no Capítulo V da
Portaria. Para estudá-las, basta clicar em:
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=248148.
IMPORTANTE
Os estabelecimentos financeiros que utilizarem portas de segurança
deverão possuir detector de metal portátil, utilizado em casos
excepcionais, na revista pessoal. As salas de autoatendimento, deverão
possuir, pelo menos, um vigilante armado, ostensivo e com colete à prova
de balas (BRASIL, 2012).
58
3.1 O PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA
Ao ser traçado um planejamento dos sistemas de segurança privada, alguns
critérios devem ser seguidos para que todas as etapas da instalação, manutenção e
prevenção sejam realizadas conforme o que estabelece a legislação.
59
IMPORTANTE
Entre as exigências no momento do planejamento, deve-se observar se
a empresa possui instalações físicas adequadas, comprovadas mediante
certificado de segurança, com acesso exclusivo ao estabelecimento;
dependências administrativas e operacionais (BRASIL, 2012).
60
Entre os indicadores de desempenho que podem ser avaliados em uma empresa,
cita-se: os indicadores de produtividade, de criatividade, de capacidade e estratégicos.
Cada um visa garantir um direcionamento e auxiliar nas tomadas de decisão por parte
dos gestores e administradores. Por isso, no momento de estabelecer qual indicador
se pretende utilizar, é necessário um planejamento sobre o que está se buscando, o
que pretende alcançar, e quais os objetivos que serão realizados após a avaliação dos
resultados.
61
ESTUDOS FUTUROS
A legislação acompanha todo o processo de implantação da segurança
privada. Várias portarias foram homologadas pelo Departamento de Polícia
Federal com o intuito de ordenar a sua atividade. Prepare-se agora para
conhecer sobre as legislações que tratam sobre segurança privada no
próximo tópico.
62
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O planejamento deve iniciar pela definição das metas e objetivos, seguido da análise
dos materiais necessários e do monitoramento dos indicadores de desempenho.
63
AUTOATIVIDADE
1 A segurança privada visa garantir a guarda, proteção e zelo dos bens
patrimoniais de uma empresa ou de uma pessoa física, e deve estar vinculada
às diretrizes da legislação, além de estabelecidas as etapas de planejamento,
garantindo a efetividade das atividades. Sobre a segurança privada e suas
divisões, assinale a alternativa CORRETA:
64
3 O planejamento de uma empresa de segurança privada deve estar
diretamente relacionado com a legislação brasileira, preenchendo todos os
requisitos necessários para o funcionamento e traçando as metas e objetivos
que serão seguidos no decorrer das atividades. De acordo com as etapas de
planejamento de uma empresa de segurança privada, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O planejamento deve ser traçado levando em consideração as etapas de curto, médio
e longo prazo, prevendo eventuais riscos.
( ) A definição das metas e objetivos devem ser elaboradas apenas com os gestores,
visando garantir um eficiente planejamento.
( ) O monitoramento das ações e a avaliação dos indicadores de desempenho é a
primeira etapa do planejamento de uma empresa de segurança.
65
66
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO
SEGMENTO
1 INTRODUÇÃO
A segurança privada no Brasil iniciou pelo aumento da criminalidade, no ano
de 1626. No entanto, só teve sua regulamentação, por meio de um decreto, em 1969.
Desde então, foram expedidos portarias e regimentos que determinam como devem
ser realizadas as atividades profissionais das empresas especializadas em segurança
privada.
• as instituições bancárias;
• a Caixa Econômica;
• as cooperativas de crédito.
IMPORTANTE
Os decretos de 1969 e 1970 regulamentavam uma atividade considerada
paramilitar e exigiam que os estabelecimentos financeiros fossem
protegidos por seus próprios funcionários (segurança orgânica) ou
através de empresas especializadas (contratadas) (MORETTI, 2020).
Esse decreto foi revogado em 1983, pela Lei nº 7.102, a qual passou a
regulamentar a atividade de segurança privada no país. A Lei nº 7102/1983 estabeleceu
normas para a criação e funcionamento de empresas particulares de segurança privada
e de transporte de valores (BRASIL, 1983).
A Lei nº 7.102 apresentou algumas medidas de segurança e tecnologia que
devem ser implementadas nas instituições financeiras com o objetivo de inutilizar as
cédulas que porventura fossem furtadas ou roubadas, como:
68
A legislação ainda determina que as medidas de vigilância ostensiva e de
transporte de valores sejam executadas por empresas especializadas em segurança
privada ou pela própria instituição, desde que atendam aos requisitos necessários para
a realização das medidas de segurança.
Ainda, entre as normativas da legislação de 1983, foram estabelecidas
penalidades em caso de descumprimento das medidas de segurança, como advertência,
multa e até mesmo a interdição do estabelecimento.
Outro fator marcante na implantação do sistema de segurança privada no Brasil
foi a transferência da fiscalização do Estado de São Paulo para o Departamento de
Polícia Federal, que passou a controlar a atividade no país.
Com a consolidação das normativas de segurança privada no Brasil, as
atividades foram se estendendo para outros ramos, deixando de ser exclusivas das
instituições bancárias. Em 2012, por meio da Portaria nº 3.233, foram definidas as áreas
de atuação da segurança.
DICA
A Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983 estabelece em seu artigo sexto
as competências do Ministério da Justiça, e em seu artigo décimo as
finalidades da prestação do serviço. Para saber mais, basta acessar http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7102.htm.
• em 1969 foi sancionado o Decreto nº 1034, que trata sobre as medidas de segurança
para instituições bancárias, Caixas Econômicas e cooperativas de créditos, e dá
outras providências;
• em 1970, foi sancionado o Decreto nº 1.103, que foi revogado pela Lei n. 7.102;
• em 1983, foi promulgada a Lei nº 7.102, que fala sobre segurança para estabelecimentos
financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas
particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá
outras providências.
69
2.1 AS PORTARIAS DA POLÍCIA FEDERAL
Com a determinação que o Ministério da Justiça realizaria o acompanhamento
e fiscalização por meio da Polícia Federal, foram criadas portarias visando direcionar,
orientar e supervisionar as empresas de segurança.
IMPORTANTE
A Portaria nº 3.233 determina que o controle e a fiscalização das atividades
de segurança privada sejam exercidos pela Comissão Consultiva para
Assuntos de Segurança Privada, Coordenação-Geral de Controle de
Segurança Privada, Delegacias de Controle de Segurança Privada, e
Comissões de Vistoria.
70
Também é determinada pela portaria a carga horária do curso de formação, que
será de duzentas horas-aula, sendo que, diariamente, o curso não pode ultrapassar
dez horas aula. O curso de formação é composto por algumas disciplinas que estão
relacionadas com direito penal, primeiros socorros, direitos humanos, segurança
eletrônica, entre outras. Todas essas questões estão detalhadas no Anexo I, da Portaria
nº 3.233, de 2012.
Em 2013, foi emitida a Portaria nº 3.258 (BRASIL, 2013), que alterou algumas
informações da portaria anterior, visando a correção de formal nos anexos. No entanto,
a nova portaria manteve a vigência das informações apresentadas na portaria emitida
em 2012, sendo ainda utilizada atualmente.
ESTUDOS FUTUROS
Acadêmico, agora que já estudou sobre como foi o início da legislação
referente à segurança privada, quais são as principais portarias sobre o
tema, você irá conhecer sobre os princípios que regem a segurança privada
e o que os gestores precisam saber sobre a temática.
71
A segurança privada deve ser baseada em alguns princípios que estão
relacionados ao comportamento do profissional, e devem ser observados durante a
execução de suas atividades profissionais. Entre os princípios que cercam a segurança
privada, destaca-se a assiduidade do funcionário, tendo em vista que é uma atividade
profissional que deve ser realizada vinte e quatro horas por dia. Assim, a assiduidade do
profissional deve ser uma característica primordial, pois o seu descumprimento poderá
prejudicar toda a atividade.
IMPORTANTE
O profissional que entrar no ramo de segurança privada deverá ter
como princípios que a sua atuação profissional poderá afetar o serviço
de forma positiva ou negativa. Desse modo, ele deve sempre cumprir as
recomendações da legislação, além de buscar estar atendo ao local de
trabalho e analisar as suas particularidades.
O investimento que deve ser realizado deve considerar o porte da empresa que
será contratada, as áreas que serão abrangidas e os aspectos da localidade, dos riscos
e da quantidade de funcionários necessários.
As barreiras físicas que podem ser implementadas nos locais em que estejam
sendo operadas as atividades de segurança privada. Como exemplo, cita-se: os muros
mais altos, grades, cancelas, cercas elétricas. Qualquer equipamento que seja instalado
que impeça a entrada de pessoas não autorizadas é importante nesse momento.
73
As barreiras tecnológicas estão relacionadas às ferramentas de controle de
entrada e saída de pessoas, como o acesso ao ambiente por meio de senhas eletrônicas
ou sensores de presença os quais identificam o momento em que as pessoas entram no
recinto. Além disso, é possível, incluindo câmeras internas ou acionamento de portões
por meio de um vigilante.
As barreiras psicológicas que podem existir num ambiente que está sob a
segurança privada são todo conjunto de barreiras físicas e tecnológicas que irão afetar
o psicológico do delinquente no momento de realizar alguma invasão, visto que irá
observar que está sendo monitorado, e isso já será um fator inibidor da ação.
Verifique as barreiras que podem ser implementadas num ambiente, para torná-
lo mais seguro:
Os assaltos, furtos e roubos devem ser evitados por meio de uma vigilância mais
ostensiva dos profissionais, buscando identificar todas as práticas delituosas – até as
mais discretas –, além de atuar na prevenção para que o ato não ocorra.
74
As fraudes são as ações praticadas por pessoas de má fé, como meio de obter
vantagem sobre determinada situação, ou coisa. Por isso, é necessário estar sempre
monitorando as atividades, realizando medidas de indicadores de desempenho, e caso
seja observada alguma irregularidade, as medidas de auditoria devem ser executas
visando identificar e corrigir as fraudes.
IMPORTANTE
O gestor responsável pelo esquema de segurança privada em uma
organização deve estar voltado para as ameaças que possam ocorrer.
Caso seja identificada alguma fraude, o fato deve ser tratado como
prioridade, tendo em vista que pode prejudicar todo o esquema de
segurança da organização.
75
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A legislação brasileira que trata sobre a segurança privada no Brasil é emitida por
meio de portarias do ministério da justiça e expedidas pelo Departamento de Polícia
Federal.
• As barreiras físicas e tecnológicas que são traçadas num ambiente contribuem para
a geração de barreiras psicológicas no delinquente.
76
AUTOATIVIDADE
1 A segurança privada no Brasil iniciou de maneira informal, e sua primeira
legislação sobre o tema foi apenas em 1969. No entanto, com o passar dos anos,
a profissão passou a ser regulamentada com o objetivo de se encaixar com a
realidade do Brasil. Sobre a evolução da legislação brasileira relacionada à
segurança privada, assinale a alternativa CORRETA:
77
( ) A assiduidade é considerada um princípio da atividade profissional, pois garante que
o serviço não seja interrompido por atrasos ou faltas injustificadas.
( ) Saber aplicar as regras de segurança no ambiente de trabalho, analisando o que cada
caso particular e agindo de forma proativa deve ser uma característica do profissional.
( ) O profissional que trabalha com sistemas de segurança não tem obrigação de
conhecer os sistemas, visto que essa é uma atribuição dos gestores.
78
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
A INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
As ações de segurança privada, em cada situação particular, devem obedecer
aos regulamentos que definem sua estrutura, direcionamento e aplicabilidade. No
entanto, outros aspectos devem ser levados em consideração quando se trata de
segurança privada: a inteligências das operações.
A atividade de inteligência é dividida em duas subáreas, que são a inteligência
e a contrainteligência. Ambas estão pautadas no poder decisório e no conhecimento
antecipado e confiável dos assuntos relacionados à avaliação da estrutura do segmento
que está sendo monitorado.
Essas medidas de inteligência devem ser predefinidas no momento do
planejamento do plano de segurança da empresa para que consigam captar todos os
aspectos relevantes da situação, antecipando-se aos fatos e ameaças que porventura
venham existir.
Acadêmico, neste tópico serão abordadas as principais características da
inteligência e contrainteligência, incluindo sua definição e fundamentos. Também será
realizado um estudo de caso relacionado a uma empresa de segurança privada.
79
Como você pôde notar na citação, a inteligência está relacionada com o
tratamento das informações coletadas, com o objetivo de produzir conhecimento que
assessora as estratégias e tomadas de decisão.
80
Entre as ameaças a um estabelecimento de segurança, você já estudou que o
acesso às pessoas não autorizadas ao estabelecimento é a primeira preocupação que
deve ser tomada. Com as informações sobre a inteligência, isso também é observado,
visto que, se algumas informações sigilosas estiverem disponibilizadas para todas as
pessoas, ou pessoas mal-intencionadas, as estratégias de segurança, a prevenção ao
crime, e o planejamento das ações passará a ser prejudicado. Por isso, a contrainteligência
deve ser estabelecida como prioridade do mesmo modo que a inteligência em uma
instituição.
DICA
A Agência Brasileira de Inteligência define todos os aspectos conceituais e
as características da inteligência e contrainteligência relacionados a área
pública. Para saber mais informações, basta acessar em: https://www.gov.
br/abin/pt-br/assuntos/inteligencia-e-contrainteligencia.
81
diretrizes devem ser adotadas em empresas de segurança privada, pois estão baseadas
na proteção de pessoas e de bens patrimoniais.
Como pode ser observado nos conceitos apresentados pela Agência Brasileira
de Inteligência, a inteligência adversa é a obtenção de informações sigilosas por pessoas
não autorizadas, destinadas a promover ações diversas da que está sendo executada,
direcionada a atender o interesse de particulares ou de seus patrocinadores. Essas
ações devem ser identificadas e imediatamente neutralizadas – função desempenhada
pela contrainteligência.
82
3 A SEGURANÇA PRIVADA E INTELIGÊNCIA
O plano de segurança privada em uma unidade deve iniciar a partir da coleta
de informações sobre o local que será monitorado, das notícias sobre o índice de
assaltos, furtos e roubos, das condições da estrutura física do local, e da quantidade
de funcionários que se pretende contratar, além dos equipamentos de segurança que
serão instalados no local.
Em seguida, a partir da análise de todas essas informações, será iniciado o
processo de planejamento das ações, juntamente com os gestores e responsáveis.
Nessa etapa, os planos serão determinados, juntamente com os prazos de instalações
e de adequações do local.
Agora que você já compreende sobre os procedimentos básicos necessários
para a instalação de um monitoramento de segurança privada em uma instituição,
você terá a oportunidade de analisar o seguinte estudo de caso, aplicando os conceitos
aprendidos nesta unidade.
83
segurança?
7. Qual a equipe que será responsável pela análise das informações?
8. Qual mudança na estrutura física do estabelecimento será exigida para a implantação
de todos os equipamentos de segurança?
9. Qual será o período de treinamento e capacitação dos funcionários responsáveis pelo
monitoramento?
10. Qual o investimento necessário para implementação de todo o sistema de
segurança?
IMPORTANTE
Essas informações serão necessárias para que todos os procedimentos
de segurança sejam adotados de forma eficiente, pois, a depender das
respostas que forem coletadas, as estratégias serão modificadas, visando
sempre o bom funcionamento de toda a atividade.
84
Acadêmico, ao iniciar suas atividades profissionais em uma empresa de
segurança privada, ou ao montar sua própria empresa de segurança, você deve estar
atento a todos os riscos da profissão. Antes de iniciar suas atividades, realize sempre
questionamentos sobre a situação que envolve a empresa, as condições de trabalho e
as ameaças que existem, para evitar que você seja prejudicado ou até mesmo coloque
em risco a vida de pessoas e a integridade dos bens.
85
LEITURA
COMPLEMENTAR
A SEGURANÇA PRIVADA NO BRASIL: HISTÓRICO E EVOLUÇÃO
SEGURANÇA PATRIMONIAL
86
ser vigilante? O vigilante é o profissional capacitado em curso de formação, empregado
de empresa especializada ou empresa possuidora de serviço orgânico de segurança,
registrado no DPF e responsável pela execução de atividades de segurança privada.
Para realizar o curso de formação é necessário: I - ser brasileiro, nato ou naturalizado; II -
ter idade mínima de vinte e um anos; III - ter instrução correspondente à quarta série do
ensino fundamental; IV - ter sido aprovado em curso de formação de vigilante, realizado
por empresa de curso de formação devidamente autorizada; V - ter sido aprovado em
exames de saúde e de aptidão psicológica; VI - ter idoneidade comprovada mediante
a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais, sem registros
indiciamento em inquérito policial, de estar sendo processado criminalmente ou ter
sido condenado em processo criminal de onde reside, bem como do local em que será
realizado o curso de formação, reciclagem ou extensão: da Justiça Federal; da Justiça
Estadual ou do Distrito Federal; da Justiça Militar Federal; da Justiça Militar Estadual ou
do Distrito Federal e da Justiça Eleitoral; VII - estar quite com as obrigações eleitorais e
militares; e VIII - possuir registro no Cadastro de Pessoas Físicas.
SEGURANÇA EMPRESARIAL
87
privada, pelo menos por enquanto, pois está previsto no projeto de lei, o estatuto da
segurança privada, que ela (a segurança eletrônica) passará a ser segurança privada,
fiscalizada e controlada pela Polícia Federal. Hoje a segurança eletrônica é o acessório
mais importante da segurança privada.
CONCLUSÃO
88
SEGURANÇA PRIVADA CONTRA O MERCADO DA SEGURANÇA CLANDESTINA
De nada adianta ter o curso de vigilante e trabalhar numa empresa que não tem
autorização de funcionamento. Quando esse “vigilante” for autuado pela Polícia Federal,
Civil ou Militar, não vai adiantar dizer que a empresa é de um policial ou que você não
sabia que a empresa atuava ilegalmente, principalmente no caso de uso de arma de
fogo. Se o vigilante estiver armado (com a sua arma ou que estejam em nome de pessoa
física) ele será autuado por porte ilegal de arma, em qualquer dessas situações, e, com
isso, deixará de poder exercer sua profissão. A arma só poderá estar registrada em
nome da empresa de segurança, com a devida autorização de funcionamento emitida
pela Polícia Federal e somente nesta condição. Além disso, ele deve estar trabalhando
intramuros (caso da segurança patrimonial), com uniforme, com CNV, registrado na
empresa como vigilante, curso/reciclagem em dia, só assim ele poderá portar a arma.
Mas por que eu comecei este artigo dizendo que as empresas lutam uma luta inglória?
Porque é fato que existem muitas empresas clandestinas atuando em todos os eventos
onde é necessária a atuação da segurança privada. Também é fato que essas empresas
estão proliferando em todos os seguimentos, seja de segurança patrimonial, de escolta
armada, de segurança pessoal e de grandes eventos, aliás, nos grandes ou “pequenos”
eventos é onde elas mais atuam. Uma maneira de se comprovar isso é observando
o número de ocorrências geradas nesses “pequenos” eventos (de acordo com a
Portaria do DPF, grandes eventos, onde há a necessidade de contratação de vigilantes,
especialmente preparados, são aqueles com mais de três mil pessoas). Observem a
quantidade de ocorrências, como por exemplo, agressões que envolvem o nome da
segurança privada e, quando analisadas, descobre-se tratar-se de uma empresa
clandestina que prestava serviço como segurança, muitas vezes usando os chamados
leões de chácara para atuar nestes locais. A falta de preparo dessas pessoas é visível,
89
basta ele ter que intervir em qualquer incidente para demonstrar todo o seu despreparo.
Enquanto isso, o Estado não consegue agir contra essas empresas, seja por falta de
efetivo, envolvimento de policiais, disposição, falta de uma legislação mais específica
para este tipo de ação etc. É claro que as empresas devem ser fiscalizadas, afinal
elas pagam por isso, mas a luta inglória são as empresas, em alguns casos, vizinhas,
atuando num mercado “sem lei”. Digo sem Lei, não porque faltem Leis e Portarias para
regulamentar a atividade de segurança privada, até porque é uma das mais completas
que existe, mas é a falta de Lei para punir os contratantes e contratados que atuam ao
arrepio de toda essa legislação. Esperamos que a nova Lei, o Estatuto da Segurança
Privada, traga novo alento a este seguimento. Vamos aguardar.
90
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
91
AUTOATIVIDADE
1 A inteligência e contrainteligência são diretrizes que estão relacionadas
tanto com a segurança pública quanto com a segurança privada, e visam
coletar e guardar informações apenas para as pessoas responsáveis pela sua
gestão. Sobre estas grandes áreas do conhecimento, assinale a alternativa
CORRETA:
92
( ) A inteligência visa garantir a proteção dos conhecimentos produzidos.
( ) A prevenção, identificação e neutralização de ameaças são funções da inteligência.
( ) A contrainteligência é responsável pela salvaguarda de dados e conhecimentos.
93
94
REFERÊNCIAS
ABIN – AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGENCIA. Gov.br, 2021. Inteligência e
Contrainteligência. Disponível em: https://www.gov.br/abin/pt-br/assuntos/
inteligencia-e-contrainteligencia. Acesso em: 15 jan. 2022.
95
BRASIL. Portaria nº 3.233/2012, de 10 de dezembro de 2012. Dispõe sobre as
normas relacionadas às atividades de Segurança Privada. Brasília: Serviço Público
Federal. Disponível em: https://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/seguranca-privada/
legislacao-normas-e-orientacoes/portarias/portaria-3233-2012-2.pdf/view. Acesso
em: 15 de janeiro de 2022.
GLINA, N. Segurança pública: direito e dever. São Paulo: Grupo Almedina (Portugal),
2020.
96
UNIDADE 3 —
PROTEÇÃO PERIMETRAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar e conhecer os principais tipos de armas letais e não letais para utilização
na segurança patrimonial;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
97
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A TRILHA DA
UNIDADE 3!
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98
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
ARMAS LETAIS E NÃO LETAIS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos o tema relacionado às armas letais e não
letais, apresentando uma diversidade de percepções sobre a temática. No entanto,
precisamos realizar uma consideração importante antes de entrarmos neste tema, que
é entender a diferença entre a força letal (aquela que uma pessoa razoável assumiria
causar morte ou grave dano) e qualquer coisa menos (força não letal). A força letal está
relacionada a algo grave, como o homicídio. Já a forca não letal é algo que imobiliza o
indivíduo, machucando de uma forma menos séria ou não.
Bons estudos!
99
De acordo com Tumbarska (2017), ainda não há uma definição comumente
aceita, a nível universal, para armas não letais. Esse problema é generalizado e afeta
quase todos os aspectos da área não letal. Nessa perspectiva, grande parte das
confusões e controvérsias em torno desse tema foi à falta de definições ou terminologias
comumente aceitas.
• Austrália: incapacitação não letal (ou menos letal) significa tornar um suspeito
incapaz de agir por meio da força que é altamente improvável de causar morte ou
ferimentos graves quando devidamente aplicado.
• Alemanha: armas não letais são meios técnicos, cuja intenção é evitar (prevenir
ou parar) operações hostis sem causar morte ou ferimentos duradouros aos seres
humanos. Além disso, efeitos secundários causados pelo uso desses meios para
pessoas inocentes, propriedades e meio ambiente devem ser minimizados.
• Israel: armas destinadas a causar lesões sobre quem elas são usadas, sem matá-
los ou causar danos irreversíveis ao longo do tempo. A função de tais armamentos é
deter, confinar, remover da atividade, paralisar, confundir, parar, neutralizar, distrair,
dispersar, isolar, remover do foco ou privar a entrada de pessoas ou veículos [em uma
determinada área].
• Reino Unido: "menos letal" é um termo cuidadosamente definido para abranger
armas e equipamentos que, embora menos provável do que armas de fogo, possam
resultar em uma lesão grave ou fatal, no entanto, levar algum grau de risco. O objetivo
é fornecer à polícia opções para permitir um uso da força proporcional com a ameaça
que está sendo enfrentada.
Assim as armas não letais são os dispositivos ou táticas projetadas para induzir
a conformidade sem risco substancial de lesão grave ou permanente ou morte. A
definição armas não letais que é mais usada na literatura, conforme Tumbarska (2017),
100
é a da Diretiva do Departamento de Defesa dos EUA, adotado também pela OTAN em
1999. De acordo com ela, armas não letais são aquelas explicitamente projetadas e,
principalmente, empregadas de modo a incapacitar pessoas ou materiais, minimizando
fatalidades, ferimentos permanentes ao pessoal, e danos indesejados à propriedade e
ao meio ambiente.
Note que a definição como um todo permite uma análise subjetiva e não objetiva
do que pode ser "não letal". Tumbarska (2017) salienta que uma série de publicações,
especialmente na segunda metade dos anos 1990, são dedicadas à crítica do termo
"não letal. Muitas alternativas são sugeridas como resultado de tentativas de descrever
a natureza desta classe de armas, oferecendo, dessa forma, termos como "armas menos
letais”.
Armas não letais têm efeitos reversíveis sobre pessoas e materiais. A segunda
parte da versão editada da definição do Departamento de Defesa dos EUA enfatiza as
características das armas não letais destacando que, ao contrário das armas letais que
destroem seus alvos, principalmente através de explosão, penetração e fragmentação,
as armas não letais empregam meios que não destruição física grosseira para evitar que
o alvo funcione (TUMBARSKA, 2017).
Assim, armas não letais são destinadas a ter uma, ou ambas, das seguintes
características: possuem efeitos relativamente reversíveis em pessoal ou material; e
afetam objetos de forma diferente dentro sua área de influência. Este último significa
que os alvos ao retornar ao seu estado anterior sem ajuda externa (em caso de dano
material, é rentável para restaurar totalmente sua funcionalidade em vez de substituí-
los) (TUMBARSKA, 2017).
101
Nesse contexto, as armas não letais podem deixar alvos diferentes dentro de
seu raio de efeito total ou parcialmente desativado, ou totalmente ileso. Comparando as
várias definições, pode-se notar que cada uma delas reflete um ou mais dos propósitos
das armas não letais, como: deter ou neutralizar pessoas-alvo; não matar e causar
dano permanente ou lesão incidental; ter efeito temporário e reversível; causar danos
colaterais mínimos na propriedade e no meio ambiente (TUMBARSKA, 2017). Apesar das
diferenças e da integralidade de sua formulação, perceba que é evidente que todas as
definições compartilham a obrigatoriedade de que a intenção de força não letal inclui
evitar morte ou ferimentos permanentes. Além disso, nenhuma definição incluiu a
íntegra garantia da ausência de efeitos letais.
Além disso, Tumbarska (2017) ressalta que muitos documentos oficiais apontam
que as armas não letais não são livres de riscos. Por exemplo, a Política da OTAN sobre
armas não letais afirma que os armas não letais não devem ser obrigadas a ter zero
probabilidade de causar fatalidades ou ferimentos permanentes. É reconhecido que
algumas armas não letais, especialmente aquelas usadas não apenas no modo passivo
e defensivo, mas também em ativo e ofensivo operações, têm o potencial de causar
efeitos não desejados graves em certas condições. Por outro lado, muitas armas letais,
como balas de rifle e outras armas de fragmentação, não tem um 100% taxa de letalidade.
Nessa perspectiva, pergunta-se por que essas armas são denominadas de "não
letais", uma vez que representam riscos de lesões significativas e desfechos fatais? Por
que os riscos de tais consequências não podem ser completamente eliminados? E,
ainda, como eles diferem das armas convencionais?
Tumbarska (2017) destaca que uma crítica generalizada das armas não letais
é que muitas delas não são realmente não letais e podem ser altamente dolorosas. Na
verdade, mesmo melhoradas, as armas não letais permaneceriam armas e poderiam
ser associadas com várias consequências desagradáveis, especialmente se usadas de
forma calculada para ter tais consequências.
Sem dúvida, as coisas mais inofensivas ou tecnologias podem ser usadas com
a intenção de matar, enquanto poderosas armas letais podem ser usadas em ações
não letais, como aviso de tiros ou "mostrar força". Perceba que esse exemplo ressalta
a percepção de que não é a tecnologia escolhida, mas a intenção do usuário que é
decisiva para não-letalidade.
102
As armas não letais visam desativar, desencorajar, deter ou repelir o oponente
sem causar danos graves. O rótulo "não letal" foi inventado para enfatizar a intenção
dessas capacidades. Não há garantias com armas não-letais. Em vez disso, elas
representam um esforço dedicado para fornecer opções adicionais quando o uso da
força letal não é desejado (TUMBARSKA, 2017).
Alguns comparam os efeitos das armas não letais com os associados às drogas
terapêuticas: ambos têm efeitos desejáveis (incapacitante/terapia) e efeitos colaterais
103
(dano permanente/efeitos colaterais). Eles podem ser caracterizados pelas chamadas
curvas dose-resposta, isto é, a dependência entre o poder/dose da arma não letal/droga
aplicada e a probabilidade de resposta (desejável/indesejada) (TUMBARSKA, 2017).
Para algumas armas não letais, essa janela é estreita e, por isso, apresentam um
desafio técnico sério, uma vez que entrega uma dose de alto impacto e alta segurança.
Mesmo com uma composição "ideal", haverá obstáculos significativos à não letalidade,
pois a arma não letal pode ser eficaz, mas precisa também que essa eficácia seja de
forma segura para cada pessoa em uma determinada área, independentemente da
idade, peso e diferenças de saúde e problemas de concentrações desiguais e ação
cumulativa do agente (TUMBARSKA, 2017).
Ao aplicar armas não letais dentro da, extremamente ampla, gama de ambientes
e situações diversas contra pessoas de vários estados físicos, há sempre um problema
inerente, não passível de diminuir, risco de acidentes. Por exemplo, um mecanismo não
letal que produziria uma leve indisposição para um jovem soldado ao ar livre poderia ser
fatal para uma criança fechada em um quarto ou para um idoso em má saúde.
O termo "não letal", no primeiro olhar, parece estar conectado com ações contra
humanos (como controle de multidões, pessoas incapacitantes, impedindo o acesso a
determinadas áreas, removendo pessoas de edifícios ou áreas etc.). No entanto, esse
termo inclui também antimaterial, armas projetadas para aplicações contra materiais e
infraestruturas (como a proteção de uma determinada área a partir da entrada de veículos,
embarcações ou aeronaves, desativando ou neutralizando veículos, equipamentos ou
104
infraestrutura etc.). Entretanto, algumas ações não letais contra materiais, que levam
a uma estrutura ou falha do veículo, também podem ter consequências fatais para o
pessoal (TUMBARSKA, 2017).
Além disso, existem armas não letais com ação combinada, afetando dois ou
mais sentidos humanos, chamadas de armas não letais multissensoriais, cujos efeitos
incluem vários tipos de tecnologias (por exemplo, som de luz, luz-som-químico, som leve-
cinética etc.), que às vezes são determinadas como uma categoria separada. Finalmente,
o rótulo "arma" parece bastante inapropriado para alguns meios incluídos na categoria
de armas não letais, como mal odor, substâncias, marcadores, lubrificantes, barreiras,
espinhos, cordas para parar veículos e embarcações, e muitos outros. É igualmente
importante esclarecer o que o termo armas não letal não inclui. Embora essencialmente
de natureza não letal, as operações psicológicas, operações de ciberespaço e a guerra
eletrônica está excluída da categoria armas não letais (TUMBARSKA, 2017).
Uma arma letal usada de forma não letal também não cai no escopo de armas não
letais. Não obstante, as armas não letais têm o potencial de aumentar as oportunidades
para: dissuadir, desencorajar, atrasar ou prevenir ações hostis ou ameaças, impedindo o
acesso a edifícios e áreas, movendo-se ou eliminando pessoas, além de parar, desativar,
desviar ou prevenir.
Atualmente, as armas não letais são vistas não apenas como oportunidades
potenciais para aplicação, mas como tecnologias por trás das quais há uma necessidade
operacional. É geralmente aceito que as armas não letais criem opções para ações
controladas e possam impedir o uso de armas convencionais em situações críticas.
Outros afirmam que as armas não letais não são mais do que uma extensão
da força para preencher a lacuna entre avisos e força mortal, e armas letais estarão
sempre disponíveis. Sem dúvida, as armas não letais desempenham um papel essencial
na aplicação da lei de hoje, sendo uma forma de apoio à paz, antiterrorista e outras
operações, e se tornarão cada vez mais relevantes no futuro.
105
As armas não letais oferecem um complemento à força letal, e ainda são capazes
de completar substituir seu uso em uma série de situações. Na verdade, embora muito
eficazes para a realização de várias tarefas operacionais, elas não são adequadas em
todos os casos, uma vez que seu sucesso depende, em grande parte, da especificidade
da situação e o grau de ameaça. No momento, sua aplicação militar é limitada ao uso
de uma faixa estreita de armas não letais, por várias razões, incluindo o fato de que
são consideradas insuficientemente eficazes no campo de batalha em grandes conflitos
armados. Consequentemente, as armas não letais não podem substituir completamente
o uso de força letal no estágio atual (TUMBARSKA, 2017).
106
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A expressão “não letal” se refere ao objetivo final de evitar acidentes fatais e destruição
desnecessária que seria causada por armas convencionais usadas nas mesmas
circunstâncias.
• As armas não letais usam esses níveis de impacto que produzem, imediatamente,
efeito previsível e planejado permitindo que o sujeito alvo recupere suas funções
anteriores. Eles têm que desativar, desencorajar, deter ou repelir o oponente sem
causar danos graves.
• O efeito de uma arma não letal depende não apenas da tecnologia e características
de armas, mas também sobre o contexto em que é usado, as características do
sujeito alvo, o uso adequado da arma e muitos outros fatores. Portanto, há sempre
uma probabilidade de causar resultados indesejados sob certas circunstâncias.
• As armas não letais criam opções para ações controladas e podem prevenir o uso de
armas convencionais em situações de crise. Elas preenchem a lacuna entre o não
uso da força e o uso da força letal, segurando uma posição intermediária dentro do
contínuo de força.
107
AUTOATIVIDADE
1 A ênfase na intenção é um fator determinante para o conceito de não letais
e determinação fator que os distingue das armas convencionais. As armas
não letais usam esses níveis de impacto que produzem imediatamente,
efeito previsível e planejado. Sobre as armas não letais, assinale a alternativa
CORRETA:
108
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) V – V – F.
d) ( ) F – F – V.
109
110
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
PROTEÇÃO PERIMETRAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os aspectos que envolvem a proteção
perimetral de forma a entendermos como funciona a segurança do perímetro das
propriedades, a partir da limitação ao acesso de pessoas, veículos e materiais. Assim,
entenderemos como otimizar os benefícios de segurança a partir de melhores medidas
de segurança para aumentar o nível de proteção em torno de uma propriedade.
Bons estudos!
2 PROTEÇÃO PERIMETRAL
Você já parou para pensar que a proteção perimetral está ligada à segurança nos
limites da propriedade, seja ela residencial ou comercial? Pois bem, a preocupação aqui
está relacionada em evitar que o invasor perceba que existem pontos de vulnerabilidade
e queira invadir a propriedade.
• barreiras naturais: incluem rios, lagos e outros corpos d'água, penhascos e outros
tipos de terreno que são difíceis de atravessar, e áreas densas com certos tipos de
vida vegetal (por exemplo, arbustos de amora que são muito espinhosos e densos);
• barreiras estruturais: incluem rodovias, cercas, muros, portões e outros tipos de
construção que proíbem ou inibem o acesso.
111
Nessa perspectiva, o perímetro geralmente marca o limite da propriedade. Isso
ajuda a delimitar a propriedade residencial e a comercial. Para marcar o limite, a cerca
não precisa ser alta, uma vez que não se destina a ajudar a proteger a propriedade
(ARATA, 2006).
No entanto, deve haver uma zona livre ao redor da cerca do perímetro. A visão
não deve ser obstruída de fora do perímetro. Isso ajudará a detectar um intruso que
tenha obtido acesso à propriedade. A zona clara também ajudará a detectar o intruso
tentando obter acesso escalando, ou cortando a cerca (ARATA, 2006).
No entanto, as cercas não são impecáveis como barreiras físicas, pois não
costumam parar a penetração do veículo. Eles também são suscetíveis ao corte, a
natureza de sua construção auxilia o dimensionamento, e eles podem ser encapsulados,
a menos que barreiras adicionais possam ser fornecidas. As cercas requerem um alto
nível de manutenção e, geralmente, têm uma vida finita dependendo do ambiente
(SMITH; BROOKS, 2012).
112
ATENÇÃO
O arame farpado pode ser instalado sobre uma cerca de elo de corrente
segurando-o em braços de extensão instalados sobre a cerca. O fio de
farpado pode ser instalado para fora do perímetro sendo protegido,
enquanto o fio de dupla farpada é instalado em braços de extensão em
forma de V. O arame farpado é instalado para dificultar o acesso de quem
tentar escalar uma cerca.
Os muros de concretos podem ser cobertos com arame farpado ou também com
arames lisos conhecidos como “cercas elétricas”. Os portões limitam o acesso do tráfego
de veículos. Para permitir o baixo tráfego de veículos na propriedade, é necessário ter
algum tipo de portão motorizado. Como as paredes são instaladas em torno de um local
de alta segurança, o motor do portão pode ser operado por um controle remoto de
acesso ou um teclado com senha. Os portões são de ferro forjado ou elos de corrente
para facilitar o movimento. Quando uma abertura para pedestres é instalada, às vezes
é feita uma porta de metal para evitar acesso ao pessoal não autorizado (ARATA, 2006).
113
As cercas de madeira de privacidade geralmente têm 1,5 metros de altura ou
mais, e são feitas com ripas de placa com trilhos superior e inferior para fixar as ripas.
Nesse tipo de cerca, normalmente há visibilidade limitada de ambos os lados, porque
as tábuas são colocadas juntas com um pequeno espaço para a expansão da madeira
(ARATA, 2006).
IMPORTANTE
Os portões são pontos vulneráveis à integridade da cerca perimetral, que
existem para facilitar e controlar o acesso. O perímetro mais seguro não
permite que ninguém passe. No entanto, isso não é prático ou desejável:
as pessoas devem ir e vir. Funcionários, clientes e outros visitantes
precisam ter fácil acesso a uma instalação, e os portões permitem isso.
Dessa forma, Arata (2008) salienta que devemos garantir uma abertura segura.
O projetista deve considerar:
Um portão pequeno também pode ser usado como portão de pedestres, que
às vezes pode ser bloqueado eletronicamente com PINs ou cartões de acesso. Se os
portões, de modo geral, não forem motorizados, devem ser abertos manualmente. Em
muitos locais, o portão abre no início do dia de trabalho e fica aberto o dia todo. Isso
cria uma grande abertura no perímetro, se tornando uma brecha na segurança (ARATA,
2006).
114
O recurso que você selecionar depende de suas necessidades e condições
específicas (por exemplo, níveis de risco aceitáveis). O número de portões para uma
instalação deve ser mantido ao mínimo necessário, não ao mínimo desejado. Controlar
portões requer o uso de recursos. Dessa forma Kovacich e Halibozek (2013) destacam
que quanto mais portões forem utilizados, mais recursos serão necessários e mais
problemas potenciais são criados, pois qualquer abertura é sempre uma vulnerabilidade
potencial.
Para Kovacich e Halibozek (2013), os portões, quando não estão em uso, devem
ser bloqueados ou eliminados. Ter a flexibilidade para abrir um portão adicional quando
as demandas de tráfego são altas é útil. Eliminar uma vulnerabilidade potencial é mais
útil. Se houver uma necessidade periódica de um portão adicional, quando o portão
não estiver em uso, ele deve ser fechado, bloqueado e monitorado. O monitoramento é
feito por câmeras de vídeo por patrulhas itinerantes, ou através do uso de um sistema
de alarme.
115
• as farpas em lâmina de aço são usadas em cercas de alta segurança como prisões,
instalações governamentais e instalações industriais;
• as farpas em lâmina de aço, quando usado em instalações de alta segurança,
geralmente possuem três bobinas, uma no topo da cerca, um no meio do caminho e
outro na parte inferior;
• o fio é feito de aço galvanizado ou inox. Isso evita o fio de enferrujar e precisar de
substituição;
• as farpas em lâmina de aço não podem ser cortadas com ferramentas convencionais
de corte de fio, o que torna mais desejável do que arame farpado.
Locais industriais com arame farpado, geralmente, não têm mais de duas
bobinas, mas a maioria tem apenas um no topo da cerca. O arame farpado e as farpas
em lâmina de aço também são usadas em cima de portões de veículos, e são amarrados
através de fios retos de arame farpado (ARATA, 2006).
116
A instalação de cercas elétricas é algo simples, porém é uma
instalação no qual se deve obedecer a uma série de normas de
segurança de cada estado ou região, caso não tenha, é importante
que siga as normas de segurança nacional, para esse tipo de
equipamento. Além disso, a compra de equipamentos desse porte,
deve ser feita por um fabricante no qual seu produto tenha a
aprovação e o selo do INMETRO, para que a instalação ocorra de
forma segura (SANTOS, 2019, p. 34).
Cabe destacar que a segurança da cerca elétrica pode ser usada em combinação
com outros sistemas de alarme de alta tecnologia. Assim, você terá a capacidade de
detectar intrusos antes que cheguem perto de sua propriedade e ativos.
2.1.3 Alarmes
Os pontos de alarme podem ser integrados ao sistema de controle de acesso
eletrônico para os propósitos de monitoramento. A detecção possibilitada pelo alarme é
um aspecto importante porque, sem ela, não poderia haver uma resposta oportuna, ou
qualquer resposta a um intruso ou intrusos. Assim, o uso de sistemas de detecção de
intrusão e alarmes ajudam a tornar o trabalho dos agentes de segurança mais eficiente
e pode reduzir o número de seguranças necessários se o sistema for devidamente
implantado (ARATA, 2006).
117
Um sistema básico de alarme é dividido em três camadas: proteção do perímetro,
proteção da área e proteção de manchas. A proteção do perímetro é a primeira linha
de defesa para detectar um potencial intruso. Sensores de alarme no perímetro são
tipicamente montados em portas, janelas, aberturas e claraboias (DURANT; PUND, 2010).
Uma vez que a grande maioria dos roubos ocorre usando tais aberturas, é importante
que elas sejam uma prioridade para a proteção.
118
detector. Esses sensores são dispositivos passivos, porque não transmitem energia.
Eles monitoram a energia irradiada pelo ambiente circundante;
• sensores de dupla tecnologia: para minimizar a geração de alarmes causados
por fontes diferentes de intrusos, sensores de dupla tecnologia combinam duas
tecnologias diferentes em uma unidade. Idealmente, isso é conseguido combinando
dois sensores que, individualmente, têm alta confiabilidade e não respondem às
fontes comuns de falsos alarmes. Os sensores de tecnologia dupla disponíveis
combinam um sensor ultrassônico ou micro-ondas ativo com um sensor PIR;
• proteção spot: é usada para detectar atividades não autorizadas em um local
específico. Serve como a camada de proteção final de um sistema de alarme típico.
Os ativos mais comumente protegidos com proteção spot incluem cofres, armários
de arquivo, objetos de arte, joias, armas de fogo e outras propriedades de alto valor.
Esses sensores (às vezes chamados de sensores de proximidade) detectam um intruso
chegando perto, tocando ou levantando um objeto. Vários tipos diferentes estão
disponíveis, incluindo sensores de capacitância, tapetes de pressão e interruptores
de pressão;
• sensores de capacitância: detectam um intruso se aproximando ou tocando um
objeto de metal, detectando uma mudança na capacitância (armazenamento de
uma carga elétrica) entre o objeto e o solo. Um capacitor consiste em duas placas
metálicas separadas por um meio dielétrico (uma substância isolante através da qual
as cargas elétricas podem viajar por indução). Uma mudança no meio dielétrico ou
carga elétrica resulta em uma mudança na capacitância e, portanto, um alarme;
• tapetes de pressão: os tapetes de pressão geram um alarme quando a pressão
é aplicada em qualquer parte da superfície do tapete. Por exemplo, um alarme é
acionado quando alguém pisa em um tapete. Tapetes de pressão podem ser usados
para detectar um intruso se aproximando de um objeto protegido, ou podem ser
colocados por portas ou janelas para detectar entrada. Como os tapetes de pressão
são fáceis de fazer, eles devem estar bem escondidos, como por exemplo, sob o
carpete;
• interruptores de pressão: interruptores de contato ativados mecanicamente
podem ser usados como interruptores de pressão. Objetos que requerem proteção
podem ser colocados em cima do interruptor. Quando o objeto é movido, o interruptor
atua e gera um alarme. Naturalmente, em tais aplicações, o interruptor deve ser bem
escondido. A interface entre o interruptor e o objeto protegido deve ser projetada
para que um intruso não possa deslizar um pedaço fino de material sob o objeto para
substituir o interruptor enquanto o objeto é removido.
119
O sensor é o que detecta o intruso ou fogo e envia um sinal para a estação
de monitoramento. Os sensores utilizam diversas tecnologias como circuitos ou
infravermelhos. A estação de monitoramento pode ser um painel, ou uma tela de
notificação de alarme através do acesso ao software do sistema de controle. O painel
ou console de alarme pode estar localizado na estação do oficial de segurança ou em
alguma área especifica da propriedade (ARATA, 2006).
NOTA
Os alarmes de incêndio, de acordo com os códigos de incêndio, precisam
de um painel separado para fins de monitoramento. Eles também podem
ser monitorados através do sistema de controle de acesso. Além disso,
fornecem um alarme sonoro e visual para evacuação. Outros tipos de
alarmes podem ser usados para
monitorar sistemas prediais críticos.
Ainda existem outros alarmes que são usados para monitorar sistemas de
processo quanto à temperatura e à vazão. A maioria dos softwares dos sistemas de
controle de acesso eletrônico permite monitoramento de alarmes de edifícios.
120
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Por meio de barreiras artificiais, como cercas, portões, arames farpados, cercas
elétricas, é possível retardar ou coibir a entrada de intrusos.
• Existem outros aspectos que podem contribuir para aumentar a segurança dentro da
propriedade: a iluminação, a estrutura do edifício, paredes, janelas, portas, alarmes,
circuito interno de TV, sensores de movimento etc.
121
AUTOATIVIDADE
1 A proteção perimetral pode auxiliar na proteção da propriedade contra
vandalismo, roubo ou espionagem industrial. Nessa perspectiva, a proteção
do local é um assunto popular no campo dos sistemas de segurança. Sobre a
proteção de propriedade, assinale a alternativa CORRETA:
( ) O alarme pode ser integrado com sistema interno de circuito de TV.
( ) O alarme pode aumentar a necessidade de agentes de segurança.
( ) O alarme pode tornar o trabalho dos agentes de segurança eficiente.
122
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
123
124
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
TÉCNICAS DE PORTARIA
1 INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos algumas técnicas de portaria. Um porteiro tem diversas
funções, que podem incluir cumprimentar moradores ou visitantes, auxiliar sua entrada,
também podem segurar a porta, auxiliar com uma bagagem ou pacotes, e garantem
que os moradores e visitantes cheguem facilmente ao seu destino no edifício. Porteiros
monitoram áreas de entrada perto da porta dos edifícios para garantir segurança, e
segurança adequada. Eles utilizam excelentes habilidades de vigilância e bom senso
para proteger a segurança e a privacidade das pessoas no interior do edifício, bem como
da propriedade em geral.
Bons estudos!
2 TÉCNICAS DE PORTARIA
Olá! Estudante, você já passou pela portaria de uma empresa, residência, ou
condomínio? Pois bem, normalmente nesses locais, observa-se a presença de um
porteiro, o qual possui atribuições de exercer o controle de acesso de pessoas em
propriedades. Esse trabalhador pode ser contratado diretamente pelo responsável da
propriedade ou mediante a uma empresa terceirizada (GODOY, 2020).
Diante disso, o Godoy (2020) salienta que o porteiro, de forma geral, possui
alguns deveres mínimos como:
126
• chamar o zelador para entender sobre as infrações constantes nos regulamentos do
edifício e buscar solucionar problemas e dúvidas;
• atender o interfone prontamente;
• devem notificar a suspeita de má intenção sobre alguém que está dentro da
propriedade e, se necessário, avisar o zelador;
• preencher de forma correta os livros de controle e serviço;
• manter-se atualizado nos fundamentos de informática em caso de precisar utilizar
cadastros e controles informatizados;
• conhecer onde está e como utilizar todos os equipamentos relacionados ao combate
de incêndio que existem no edifício;
• estar consciente de que deve promover o controle de acesso e não deixar que
estranhos entrem na propriedade sem a autorização de quem lhe dê o direito.
Assim, podemos notar que o porteiro não tem somente a função de: abrir ou
fechar o portão; receber correspondência; atender ligações e transferi-las; recepcionar
visitantes; indicar locais exatos aos usuários; acender e apagar as luzes (GODOY, 2020),
mas o autor salienta que ser porteiro é: ter responsabilidade de abrir e fechar o portão;
saber quando e como receber correspondência; ser educado ao atender ligações e
transferi-las; saber recepcionar os visitantes; ser gentil em ensinar o caminho exato aos
usuários; saber exatamente quando deve acender e apagar as luzes.
Cabe destacar que essa função exige que a identificação de pessoas, no caso
daquelas não autorizadas, a princípio, se faça, geralmente, por meio de documentos:
127
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os porteiros possuem como atribuição principal zelar pela segurança patrimonial, por
meio do controle de entrada e saída de pessoas.
128
AUTOATIVIDADE
1 Os porteiros são peças fundamentais no processo de segurança da
propriedade, uma vez, que são responsáveis por controlar a entrada e saída
de pessoas em um dos principais pontos de vulnerabilidade: o portão. Sobre
uma das responsabilidades administrativas do porteiro, assinale a alternativa
CORRETA:
I- Segurança predial.
II- Verificarão de correspondências.
III- Limpeza e manutenção das instalações prediais.
129
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
130
UNIDADE 3 TÓPICO 4 -
ILUMINAÇÃO E ENERGIA ELÉTRICA NA
SEGURANCA PERIMETRAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 4, veremos que o uso adequado da iluminação de
segurança é prático e econômico, proporcionando maior qualidade à estratégia de
segurança global dentro do perímetro da propriedade.
Vamos lá!
INTERESSANTE
A iluminação de segurança, por si só, não desencorajará uma pessoa
não autorizada de tentar entrar no local, mas a iluminação ajudará o
pessoal de segurança a detectar a pessoa não autorizada. A iluminação
permitirá que a força de segurança observe as atividades ao redor do
local, tornando menos necessária a presença da força de segurança.
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Junto com uma iluminação mais intensa, algumas coisas podem ser feitas para
auxiliar a iluminação. Por exemplo, pintar listras fornece quebras no fundo, o que ajuda
a contrastar contornos ou silhuetas. Essas quebras não fornecerão nenhuma cobertura
para um intruso se esconder (ARATA, 2006).
1. iluminação contínua;
2. iluminação de espera;
3. iluminação móvel;
4. iluminação de emergência.
• projeção de brilho: também conhecida como luzes de segurança. São luzes que
causarão brilho externo de dentro do perímetro, fazendo com que qualquer intruso
que tente entrar no local seja cegado temporariamente, dificultando a visão dentro do
perímetro;
• iluminação controlada: o melhor exemplo de iluminação controlada é a iluminação
pública ao longo das rodovias, onde a largura da faixa iluminada é ajustada para caber
em uma determinada área.
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A iluminação móvel pode ser movida e não é contínua. É semelhante a uma luz
de busca para rastrear o movimento de um intruso. Um bom exemplo é a luz de busca
da prisão, que permite, ao se mover, observar várias áreas (ARATA, 2006).
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Arata (2006) salienta que existem alguns tipos gerais de sistemas de iluminação
de segurança:
• holofotes: são luminárias que usam um feixe estreito para focalizar uma área
específica. As luzes são muito brilhantes e concentradas e, portanto, produzem brilho.
Eles são eficazes para direcionar o brilho para fora do local. Os holofotes podem ser
acionados automaticamente, usando um dispositivo de inferência passiva, sensores
de movimento ou manualmente pelo pessoal de segurança;
• lentes Fresnel: produzem iluminação em um longo feixe horizontal. Um bom exemplo
é um farol. As lentes Fresnel foram projetadas para uso em faróis para alertar navios
de perigo. Em segurança, a iluminação pode ser concentrada para produzir brilho
para o intruso, mas não para aqueles dentro do perímetro. As lentes Fresnel podem
ser disparadas por um dispositivo, sensores de movimento ou manualmente;
• holofotes com foco estreito: podem ser movidos e focados em qualquer local
dentro ou fora do perímetro. Holofotes são usados para grandes inaugurações de
lojas, restaurantes etc.;
• lâmpadas de rua: também são consideradas uma luz de segurança. Os postes de
luz são usados em estacionamentos e, às vezes, nas entradas de veículos no local.
As luzes da rua também são usadas ao longo do perímetro. Existem dois tipos de
luzes de rua, simétricas e assimétricas. Luzes simétricas são usadas para dispersar a
iluminação uniformemente, e luzes assimétricas são usadas para dispersar a luz por
reflexão.
Cabe destacar que cada um dos quatro tipos de iluminação de segurança tem
seu uso próprio, conforme a aplicação necessária, assim nenhum tipo é usado para todas
as aplicações igualmente. Ao projetar o sistema, você precisa considerar a quantidade
mínima de iluminação necessária (ARATA, 2006).
As luzes devem ter escudos nas luminárias para evitar que a luz seja visível
em outras propriedades e estradas. O uso geral de holofotes como parte do projeto de
iluminação de segurança é desencorajado e pode não ser permitido (ARATA, 2006).
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posicionada para olhar diretamente para o plano de iluminação, especialmente se
luz lateral é usada. Para aliviar este problema, a câmera e a iluminação devem ser
direcionadas na mesma direção;
• a compatibilidade espectral é outro ponto importante a considerar ao fornecer luzes
para iluminação do sistema de circuito interno de TV. A compatibilidade espectral é
quando a quantidade de a luz emitida pela fonte de luz é a mesma necessária para a
lente da câmera para funcionar corretamente. Uma vez que existem uma variedade
de câmeras disponíveis. Para a Segurança do Perímetro uso externo, é importante
que os espectros da fonte de luz e a lente da câmera correspondência de espectros,
de modo que a luz fornece iluminação ideal para a lente;
• é importante considerar a coordenação da capacidade de reinicialização da iluminação
com o sistema de circuito interno de TV para garantir que as câmeras tenham a
iluminação adequada. Se o sistema de circuito interno de TV for para vigilância de uma
área ou função crítica, faça certifique-se de que qualquer interrupção na iluminação
não criará um problema para a lente da câmera escolhido para o projeto. Existem
câmeras que se adaptam a situações de pouca luz, mas isso afetará a qualidade da
imagem capturada pela lente da câmera.
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º gerador de reserva: apresenta um gerador automático ou partida manual, e é
usado para gerar a energia necessária para manter as luzes acesas durante uma
interrupção na fonte de energia normal.
• O tempo de reacendimento ou inicialização de algumas lâmpadas usadas na
iluminação de segurança deve ser considerado ao projetar uma fonte de alimentação
de backup. Por exemplo, com lâmpadas de descarga de alta intensidade, o tempo de
partida é estendido quando se utiliza um gerador, devido ao tempo necessário para
refazer o arco em uma luminária.
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Os controles manuais são semelhantes a um interruptor de luz tradicional.
Esses controles precisam ser acessíveis e operado apenas por pessoal autorizado.
Os controles automáticos para ligar a iluminação de segurança podem ser um sensor
ativado pela escuridão, por um dispositivo infravermelho passivo ou um sensor de
movimento (ARATA, 2006).
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LEITURA
COMPLEMENTAR
AVALIAÇÃO ECONÔMICA DA ILUMINAÇÃO DE ÁREAS DE CIRCULAÇÃO DE
EDIFICAÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO
Miguel Martins
Diego Berlezi Ramos
Deve ser pelo menos igual a 10% da iluminância normal, com um valor superior
a 15 lux, segundo a norma europeia EN 1838. É o caso por exemplo de galvanoplastias.
FONTE: Adaptada de MARTINS, M.; RAMOS, D. B. A. Iluminação de segurança. 2007. Disponível em:
www.ploran.com/artigos/iluminacao_seguranca.pdf. Acesso em: 25 jan. 2022.
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RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A luz branca é útil para respostas de guarda e para impedir intrusos de entrar no local.
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AUTOATIVIDADE
1 O local em que as luzes são colocadas pode ser um fator muito importante.
Veículos altos podem bloquear a luz, mesmo quando ela vem de janelas ou
lâmpadas que estão altas em postes, ou em paredes, tetos, copas e assim por
diante. Luzes devem ser colocadas sobre o espaço entre baias de veículos,
em vez de sobre o centro da baía onde um veículo alto poderia bloqueá-los.
Sobre a iluminação de segurança, assinale a alternativa CORRETA:
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Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, A. V. Porteiro & Vigia: Portaria. O desafio de atender pessoas e proteger
o patrimônio alheio em nossas mãos. Rio de Janeiro: SENAC, 2011.
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