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INFECÇÃO URINARIA NA MULHER

APRESENTAÇÕES

 Bacteriúria assintomática
 Bacteriúria assintomática na gestante
 Infecção urinária não complicada na mulher
 Infecção urinária não complicada na gestante
 Infecção urinária recorrente

BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA

 Presença, na urina, de uma ou mais espécies bacterianas em quantidade significativa na ausência de sinais ou sintomas
de infecção urinária;
 Urina I não faz diagnóstico de bacteriuria assintomática!

QUANDO DEVE-SE RASTREAR E TRATAR BACTERIURIA ASSINTOMÁTICA?

Em apenas DUAS situações:

 Durante a gestação;
 Antes de procedimentos urológicos invasivos.

 NÃO DEVE-SE PEDIR EXAME DE URINA I E UROCULTURA COMO EXAMES DE “ROTINA" GINECOLÓGICA /
CLIMATÉRIO!!!

NÃO HÁ BENEFÍCIOS NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO EM QUALQUER OUTRA SITUAÇÃO


Urina turva ou fétida em paciente sem outros sintomas;

Exame de controle pós-tratamento em pacientes assintomáticas (exceto em gestantes).

NÃO RASTREAR E NÃO TRATAR!!!


Pós-menopausa Diabetes mellitus

Crianças Transplantados

Idosos com disfunção cognitiva Cateterização vesical de demora

Lesão ráquimêdular Cirurgias não urológicas

Mulheres não-gestantes

BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA NA GESTAÇÃO

 Prevalência semelhante a mulheres não-gestantes (2 - 10%);


 Evolução para infecção urinária => 25% dos casos;
 Incidência relacionada a prematuridade e baixo peso fetal;
 ATENÇÃO!
 Bacteriúria assintomática NÃO TRATADA => evoluem em até 40% dos casos para pielonefrite!
 Bacteriúria assintomática TRATADA => apenas 3% dos casos evoluem para pielonefrite!
 Quando rastrear?
- Início do pré-natal - Início do 3o trimestre
 Considerar intervalos menores em situações onde há maior risco de infecção => pacientes com diabetes / ITU de
repetição
POR QUE REPETIR A UROCULTURA DURANTE A GESTAÇÃO?
 Racional para realizar novas uroculturas ao longo da gestação
 Bacteriuria é transitória e pode ocorrer posteriormente;
 Apenas 40% das bacteriúrias assintomáticas são diagnosticadas na 1a amostra de três (20, 28 e 36 semanas).
 O Ministério da Saúde recomenda exames mensais de urocultura em gestantes que tiveram bacteriuria assintomática ou
infecção urinária!

BACTÉRIAS MAIS FREQUENTES


ENTEROBACTÉRIAS:

 Escherichia coli (∽80%)


 Klebisiella spp.
 Enterobacter spp.
 Proteus mirabilis

GRAM-POSITIVOS

 Staphylococcus saprophyticus
 Streptococcus agalactiae (estreptococo beta-hemolítico do grupo B)

TRATAMENTO DA BACTERIURIA ASSINTOMÁTICA NA GRAVIDEZ

 Antimicrobiano direcionado pelo antibiograma


 Usar opções mais seguras => categoria B do FDA (sem evidência de risco humano)
 Orientar a paciente sobre os riscos de tratamento incompleto ou incorreto

TRATAMENTO ORIENTADO PELO ANTIBIOGRAMA


Fármaco Dose Duração Observações

Fosfomicina trometamol 3g Dose única

Nitrofurantoína 100mg 6/6 horas 7 dias Não usar após 37 semanas de gestação

Cefalexina 500mg 6/6 horas 7 dias Podem ser usadas outras cefalosporinas em
doses habituais

Cefuroxima 250mg 12/12 horas 7 dias Podem ser usadas outras cefalosporinas em
doses habituais

Amoxicilina 500mg 8/8 horas ou 7 dias Tratamento padrão para Strepto B e


875mg 12/12 horas Enterococcus faecalis
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SEGUIMENTO

 Urocultura => entre 1 a 2 semanas


Droga Dose Observações
após final do tratamento
 Urocultura positiva => novo
tratamento conforme antibiograma Nitrofurantoína 100mg Não usar após 37 semanas de gestação
 Quando iniciar antibioticoprofilaxia
(uso contínuo ou pós-coito) Cefalexina 250 - 500mg
 Após 2 episódios de bacteriuria
assintomática ou ITU
 Após 1 episódio de bacteriuria assintomática ou cistite em paciente com antecedente de ITU de repetição

INFECÇÃO URINÁRIA (ITU) OU CISTITE

ITU na mulher

Paciente com queixa de disúria e polaciúria há 2 dias

O quadro clínico é suficiente para o diagnóstico de ITU? É necessário solicitar exames de urina?

DIAGNÓSTICO CLÍNICO DA CÍSTICA AGUDA

DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DA CISTITE: UROCULTURA

 Indicada nos casos mais sujeitos a complicações ou com maior risco de resistência bacteriana
 Gestantes
 Diabéticas
 Idosas
 ITU recorrente ou uso recente (3-6 meses) de antibióticos
 Pielonefrite aguda
 Valor de corte em pacientes sintomáticas => > 10.000 UFC/mL

TRATAMENTO DA CISTITE

 Medidas gerais
 Ingestão adequada de líquidos
 Micções regulares e completas
 Analgésicos
 Anti-inflamatórios

 Fenazopiridina

 Corante com ação analgésica no trato urinário


 Pode ser administrada para disúria moderada/intensa
 Posologia: 200 mg 3X/dia
 Usar no máximo por 48 horas (toxicidade, mascaramento de sintomas)

TRATAMENTO ANTIMICROBIANO
 O tratamento da ITU é empírico => não são necessários resultados de exames para o início do uso de antimicrobiano
 Fatores a serem considerados na escolha do antibiótico
 Prevalência e padrão de sensibilidade bacteriana local
 Tolerabilidade / efeitos adversos
 Risco de desenvolvimento de resistência bacteriana
 Custo / disponibilidade

ANTIBIÓTICOS NÃO INDICADOS PARA TRATAMENTO EMPÍRICO DA CISTITE


 Quinolonas fluoradas (norfloxacino, ciprofloxacino, levofloxacino)
 Ampicilina / amoxicilina
 Cefalexina
 Sulfametoxazol-trimetropina

ANTIBIÓTICOS NÃO INDICADOS PARA TRATAMENTO EMPÍRICO DA CISTITE

 NÃO USAR fluoroquinolonas (norfloxbcino, ciprofloxacino, levofloxacino) como 1a opção na cistite não complicada
 Redução da sensibilidade dos uropatógenos
 Danos ecológicos - desenvolvimento de resistência
 Possibilidade de efeitos adversos graves e debilitantes, incluindo tendinite/rotura de tendões, fraqueza muscular,
neuropatia periférica, disfunções autonômica e cognitivas, convulsão, demência, alterações psiquiátricas, rotura de
aneurisma de aorta, arritmias - conjunto de sintomas definido pelo FDA em 2016 como INCAPACIDADE ASSOCIADA ÀS
FLUOROQUINOLONAS (FQAD)

FLUOROQUINOLONAS PARA CISTITE

SOMENTE USAR QUANDO NÃO HOUVER OUTRA OPÇÃO DISPONÍVEL!!!

Continua sendo uma boa opção para tratamento de pielonefrite em não-gestantes => porém cautela em pacientes idosas (maior
risco de eventos adversos)

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