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Melhores Poemas Castro Alves

Castro Alves pertence a uma linhagem de poetas de que é impossível, ou


pelo menos inconveniente, separar vida e obra. Palavra por palavra: sadio,
sem nada da morbidez de seus colegas românticos, sensual, sempre
apaixonado, libertário, defensor dos direitos da mulher, um tanto
demagógico.Como bom romântico, o amor ocupa o primeiro lugar em sua
obra, um amor obsessivo, carnal, quase pagão, purificado pela ardente
sensibilidade do poeta que, de certa forma, reivindicava direitos iguais
para o corpo e o espírito. O que levou um crítico a chamá-lo de precursor
do amor livre.A outra grande vertente da obra castroalvina é a poesia
social, na qual se incluem os poemas patrióticos. Sem ser o primeiro,
Castro Alves foi a voz mais eloquente e forte na defesa da raça negra e de
sua libertação do cativeiro. Quem nunca se emocionou com o Navio
Negreiro? Mas nada disso teria importância não fosse o gênio do poeta.
Falecido aos 24 anos, com apenas um livro publicado em vida (Espumas
Flutuantes), Castro Alves deixou alguns dos mais belos poemas da língua,
como "Sub Tegmine Fagi","A Hebreia" e "Boa Noite", de um inconfundível
sabor brasileiro, pela expressão e "a maneira de ver e de sentir o
ambiente e a vida brasileira", como observou Eugênio Gomes.Brasileira,
um tanto barulhenta e retórica, como o seu temperamento, a poesia de
Castro Alves tem momentos de um frescor matinal, como saída do limbo
admiráveis modulações em surdina, de voz cochichada ao ouvido, e
quadros soberbos da natureza tropical. Eça de Queirós, ao ouvir um
amigo declamar: "Às vezes, quando o sol nas matas virgens/ a fogueira
das tardes acendia", exclamou, arrebatado: "Aí está, em dois versos, toda
a poesia dos trópicos".A poesia de Castro Alves caiu no gosto do povo. A
praça é do povo como o céu é do condor, diz o orador popular, sem saber
que repete um verso do poeta baiano.

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