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Psicologia educacional no Brasil

No Brasil as duas principais fontes de influência na á rea da psicologia educacional


foram os países dos Estados Unidos e França. Tendo também como uma de suas
bases as á reas de Ciências Bioló gicas, Medicina e a pró pria Educaçã o.
Durante a Repú blica Velha (1889 a 1930) instrumentos psicoló gicos começaram a
ser utilizados em instituiçõ es médicas e educacionais.
Nessa época a psicologia nã o era regulamentada, e as prá ticas psicoló gicas eram
normativas, adaptativas e corretiva. Visando classificar os alunos de acordo com
sua normalidade e anormalidade.
Como a psicometria estava em alta, as pessoas tinham suas capacidades
intelectuais e aptidõ es medidas, analisadas e segregadas numa espécie de seleçã o.
Usando- se como base a Teoria da evoluçã o de Charles Darwin.
Entã o ocorreu o que pode ser chamado de biologizaçã o dos fenô menos escolares.
Ou seja, os profissionais solicitados pelas escolas trabalhavam em uma perspectiva
diagnó stica, avaliativa e classificató ria
As diferenças individuais entre as crianças eram explicadas por esses recursos
psicométricos da psicologia (testes psicoló gicos) trazidas por Clemente Quaglio
em uma pesquisa sobre deficiência mental em ambiente escolar, utilizando dos
instrumentos desenvolvidos por Alfred Binet, psicó logo francês e Theodore
Simon, médico francês.
Toda essa ideia fez parte da chamada Higiene Mental Escolar, subordinada ao
Departamento de Educaçã o do Estado de Sã o Paulo. O que por sua vez, continuou
segregando os alunos, mas em vez de chamados de anormais passaram a ser
denominados como “crianças-problema”.
Apesar de uma origem remota, a profissã o de psicó logos no Brasil surgiu só em
1962. Lembrando que no cená rio brasileiro foi uma década marcada pela
movimentaçã o civil em oposiçã o ao regime político, ajudando a desencadear
questionamentos da relaçã o da psicologia com a sociedade. O que
consequentemente liga as á reas de atuaçã o da saú de e da educaçã o, surgindo assim
psicó logos que se voltaram aos estudantes.
Entã o, em 1971 o sistema educacional se ampliou diante da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação n° 5.692/71 efetivando a obrigatoriedade e gratuidade no
â mbito escolar. O que claramente trouxe alunos em diversos contextos
socioculturais que resultou no desconcerto de adaptaçã o, tanto em termos de
infraestrutura nas escolas quanto nas concepçõ es e metodologias de aprendizagem
adequadas ao novo panorama educacional.
Até que ainda na década de 1970 surgiu a Teoria da Carência Cultural, originaria
nos Estados Unidos, a fim de justificar os déficits de aprendizagens em diferentes
contextos, transformando o cená rio da educaçã o e consequentemente o
posicionamento do psicó logo dentro da rede educacional. Com isso a psicologia foi
convocada para auxiliar o sistema educacional a fim de compreenderem as queixas
escolares.
Entã o, psicó logos utilizavam na época critérios de neutralidade, acordando
também com a proposta positivista que ao longo das duas décadas seguintes se
deu explicaçõ es para as dificuldades acadêmicas, relacionando as condiçõ es
socioeconô micas e/ou o ambiente familiar.
Conclui-se que a funçã o do psicó logo educacional passou a ser de identificar
criticamente as origens dos processos educativos, o que dura até hoje, explicando
os fenô menos e ditando os procedimentos de tratamento.

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