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Marcelo Lamy
PODER DE POLÍCIA
Evolução Conceitual
1 Caio Tácito. Princípio de legalidade e poder de polícia. Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, jul./dez. 2001
DIREITO ADMINISTRATIVO. Prof. Dr. Marcelo Lamy
Modos de Atuação
Ordem de Polícia
A “ordem de polícia” revela-se por preceitos de duas
ordens: a) não faça algo que pode prejudicar o interesse
coletivo ou o bem-estar coletivo (restrições ao exercício
dos direitos ou das faculdades); b) não deixe de fazer algo
que pode redundar em prejuízo público (condicionamentos ao
exercício dos direitos ou das faculdades).
Esse modo de atuação, no Estado Democrático de Direito,
é exercido pelo Estado enquanto legislador, pois apenas por
lei se pode limitar e condicionar as liberdades e os
direitos.
A primeira forma de manifestação do Poder de Polícia dá-
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Consentimento de Polícia
É a anuência prévia da Administração Pública para se
utilizar determinadas propriedades ou exercer determinadas
atividades. Ocasião em que se verifica e direciona o uso de
determinado bem ou o exercício de determinada atividade ao
interesse coletivo.
O ato de consentimento é intitulado alvará.
Se as condições para o condicionamento são e somente
podem ser as estritamente previstas nas normas positivas, o
cabal atendimento das mesmas obriga que a Administração
Pública outorgue o alvará de licença. Suplantadas as
barreiras opostas ao exercício do direito, a licença apenas
reconhece que os mesmos são exeqüíveis (de outro modo, a
licença não constitui o direito, apenas declara que o mesmo
é exeqüível). Trata-se, portanto, de ato vinculado e
irrevogável.
Se as condições não estão totalmente previstas nas normas
e abre-se a possibilidade de se considerar a oportunidade ou
a conveniência para o interesse público do consentimento, a
Administração Pública goza da faculdade de conceder o alvará
de autorização. A expectativa de direito (de exercer
determinada atividade ou de usar determinado bem), pela
autorização, torna-se direito (em outras palavras, a
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Sanção de Polícia
Trata-se da aplicação de instrumentos de intervenção
persuasiva e compulsiva do Estado na propriedade privada ou
sobre as atividades particulares que visa a assegurar, pelo
constrangimento gerado, a repressão de infração
administrativa ou o restabelecimento do interesse público
violado, compelindo o infrator à pratica de um ato corretivo
ou dissuadindo-o de persistir no cometimento do ilícito
administrativo. Seus instrumentos são a multa e a interdição.
Fiscalização de Polícia
A dimensão fiscalizatória do Poder de Polícia espraia-
se nas seguintes facetas: a) verificação do cumprimento das
ordens de polícia, b) verificação de eventuais abusos na
utilização dos bens ou no exercício de atividades atreladas
ao consentimento de polícia, c) preparação da sanção de
polícia pela constatação formal dos atos infringentes.
Deve o Estado (nas três esferas federativas), por outro
lado, regulamentar os aspectos referentes à estruturação
administrativa (indicando os órgãos ou as entidades
responsáveis pela fiscalização e controle) e ao sistema
procedimental para apuração das infrações e imposição de
penalidades.
Legalidade e Juridicidade
6 Cf. Iara Leal Gasos. A Omissão Abusiva do Poder de Polícia. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 1994. p. 53
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Proporcionalidade
7 Caio Tácito. Princípio de legalidade e poder de polícia. Rev. Direito, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, jul./dez. 2001
8 Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas
serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo
de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei. (Interessante observar que a Constituição estabelece gradativamente a ponderação
mais adequada, ou seja, o sacrifício mínimo, médio e máximo razoável. Para isto verificar, basta analisar os
seguintes dispositivos: art. 5, XXII e XXIII e XXIV + 182, §4º, III + 184, caput + 185, I e II + 243, caput)
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Moralidade administrativa
9 Iara Leal Gasos. A Omissão Abusiva do Poder de Polícia. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 1994. p. 8
10 Cf. Agustín Gordillo. Tratado de Derecho Administrativo. T. 1. Buenos Aires, Macchi Lopes, 1975, p. 50
11 Cf. Celso Antonio Bandeira de Melo. Discricionariedade e Controle Jurisdicional. Rio de Janeiro: Malheiros, 1952.
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12 Estabelece o Código de Processo Penal: Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 239. Considera-se
indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a
existência de outra ou outras circunstâncias.
13 Iara Leal Gasos. A Omissão Abusiva do Poder de Polícia. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 1994. p. 44
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