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Índice

1.Introdução ................................................................................................................................ 2

1.1.Objectivos ......................................................................................................................... 2

1.2.Objectivo geral .................................................................................................................. 2

1.2.1.Objectivos específicos ................................................................................................... 2

2.A desestabilização de Moçambique pelo regime de Apartheid e no contexto da guerra fria .. 3

2.1.Os países do terceiro mundo e o movimento dos paises não alinhados ............................... 4

2.1.1.Países do terceiro mundo ................................................................................................... 6

3.Conclusão ................................................................................................................................ 7

Bibliografia ................................................................................................................................. 8

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1.Introdução

Moçambique tornou-se independente em 1975, depois de uma luta armada de libertação


nacional. A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, que havia conduzido a luta
durante 10 anos, formou o primeiro governo, com um programa de trabalho orientado para a
construção de uma sociedade socialista.

Em 1976 surgiram os primeiros indícios de desestabilização em Moçambique, cujo


desenvolvimento atinge a forma de uma guerra civil alargada a todo o país, sobretudo na
década de 80, opondo o governo e a RENAMO - Resistência Nacional de Moçambique. A
desestabilização provocada por estes conflitos internos é agravada por agressões militares que
a Rodésia faz a Moçambique, mais tarde transferidas para o regime de apartheid da África do
Sul.
Portanto, é deste assunto sobre a desestabilização de Moçambique no ambito da guerra fria e
o regime apartheid que este trabalho procura desenvolver, tendo como os objectivos:
1.1.Objectivos

1.2.Objectivo geral

 Compreender as causas da desestabilização de Moçambique pelo regime de Apartheid


e no contexto da guerra fria.

1.2.1.Objectivos específicos

 Conceituar os termos Países do terceiro mundo e não-alinhados;


 Falar dos países do terceiro mundo e o movimento dos países não alinhados.
 Descrever as causas da desestabilização de Moçambique pelo regime de Apartheid e
no contexto da guerra fria.

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2.A desestabilização de Moçambique pelo regime de Apartheid e no contexto da guerra
fria

Em 1977, dois anos após a independência nacional, a FRELIMO, liderada por


Samora Machel, reunida no 3º congresso declarou-se um Partido de orientação marxista-
leninista e passou a orientar o país na ideologia comunista. Em Moçambique iniciaram
profundas transformações políticas, económicas para adoptar o país a uma economia
socializada e a eliminação da propriedade privada dos meios de produção para além do
estabelecimento de uma ditadura do proletariado.

A saúde, educação e habitação foram massificados e passaram a ter um carácter gratuito e


com pagamentos simbólicos. A reacção de tensão que existiu na nossa região, fizeram com
que Moçambique se transformasse num centro de divergência de interesse ideológico das
esferas até então participantes do contexto da Guerra Fria (Leste/Oeste), fruto disso foi a
intensificação da guerra civil iniciada em 1976, sob iniciativa e suporte dos regimes
minoritários da Rodésia do sul (actual Zimbabwe) e da África do Sul racista mais tarde.
Dirigida pela RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique), esta guerra trouxe muitas
consequências para o país, cujo alcance ainda não pode ser avaliado na sua total dimensão.

a) O Acordo de Incomati:

Este acordo foi assinado em 1984 entre o governo de Moçambique liderado por
Marechal Samora Machel (Presidente da República Popular de Moçambique) e o governo sul-
africano liderado por Pieter Botha (presidente da África do Sul). Este acordo tinha como
objectivo pôr fim à Guerra Civil em Moçambique e estreitar laços de boa vizinhança.
Este acordo tinha como objectivo pôr fim à Guerra Civil em Moçambique. Para tal,
os signatários do acordo acordaram em:

 Deixar de apoiar a RENAMO (responsabilidade da África do Sul);


 Deixar de apoiar ANC (responsabilidade de Moçambique).
Apesar disso, cada parte continuou a agir por conta própria, e os guerrilheiros da
RENAMO prosseguiram com a guerra civil em Moçambique até 1992 quando foi assinado o
Acordo Geral de Paz em Roma apoiado pela Comunidade de Santo Egídio.

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b)Linha de Frente:
Foi a primeira forma de coordenação e integração regional formalmente reconhecida
dos países da África Austral e tinha em vista a mobilização e cooperação de esforços
para fortalecer os Movimentos de Libertação Nacional que lutavam contra a opressão colonial
na região.
Por iniciativa dos presidentes Agostinho Neto (Angola), Samora Machel
(Moçambique), Seretse Khana (Botswana), Kenned Kaunda (Zâmbia) e július Nyerere
(Tanzania), criou-se a Linha de Frente em Abril de 1977cujo objectivo era a libertação total
dos povos e territórios oprimidos sob dominação política, económica e social da África
Austral.

No caso de Moçambique, de 1975 a 1990, aplicou a política de não-alinhamento e também


apoiou as lutas dos povos do Zimbabwe e da África do Sul. Por isso, a independência do
Zimbabwe foi sem dúvida a vitória da linha de Frente.

Solidificada a organização dos Estados independentes, preocupa-se no


desenvolvimento socioeconómico com vista a erradicação da pobreza dos países e povos da
região.

Assim, a 01 de Abril de 1980, em Lusaka foi criada a (SADCC), cujo objectivo era tornar a
região economicamente livre da dependência económica que alguns países tinham da África
do Sul.

No encontro de 17 de Abril de 1992 em Windhoek, os chefes de Estado e de governo


da região, livres do colonialismo, não obstante a guerra Civil que ainda se fazia sentir em
alguns países da região (Angola e Moçambique), a SADCC deu lugar à Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC) com objectivo de promover a paz, reduzir
a pobreza, melhorar o nível de vida na região, fomento e da cooperação nas
estratégias económicas.

2.1.Os países do terceiro mundo e o movimento dos paises não alinhados

A expressão “Terceiro Mundo” e “não – alinhados”, surgiu na época da Guerra Fria,


denominando os países que não estavam nem do lado dos EUA nem do lado da URSS, os
chamados não – alinhados.

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Associação livre de países que, durante a guerra fria, não tinham nenhum compromisso
formal com qualquer dos dois poderosos blocos antagónicos dirigidos pelos Estados Unidos e
pela União Soviética.

A génese da formação deste grupo, conhecido pelo nome de Movimento dos Não Alinhados
(MNA), encontra-se na divisão do mundo em dois blocos, o comunista e o capitalista, depois
da Segunda Guerra Mundial, e no subsequente processo de descolonização. De facto, este
movimento foi lançado a partir de 1960 por líderes de países cujo processo de independência
relativamente às potências europeias era ainda muito recente, e que se recusavam ligar a
qualquer uma das duas superpotências.

Em 1961 após a grande vaga de descolonização, realizou-se em Belgrado (Jugislavia) uma


conferência sobre a iniciativa de Nehru (Índia), Nasser (Egipto) e Tito (Jugoslavia). A
conferência de Belgrado reafirmou o “direito dos povos a autodeterminação”, recusou a
bipolarização e defendeu o não alinhamento dos novos países com nenhuma das duas
superpotências (EUA e URSS). Nasceu assim o Movimento dos Não-Alinhados.

Entre estes homens destacaram-se Jawaharlal Nehru, da Índia, Sukarno, da Indonésia, Gamal
Abdel Nasser, do Egito, Kwame Nkrumah, do Gana, Sékou Touré, da Guiné e Josip Broz
Tito, da Jugoslávia. O não alinhamento não representava uma atitude de neutralidade, pois
distinguia-se dela na medida em que implica uma participação ativa nos assuntos
internacionais. Desta maneira os seus adeptos afirmavam a necessidade de serem avaliadas
cuidadosamente diversas matérias, recusando juízos pré-determinados.

Uma larga maioria das nações não-alinhadas opôs-se aos Estados Unidos durante a Guerra do
Vietname e à União Soviética após a invasão do Afeganistão. Na prática, porém, muitas
nações não-alinhadas não conseguiram manter esse espírito de total independência,
inclinando-se nitidamente para um dos blocos em detrimento do outro.

Estas nações, no entanto, foram importantes mediadoras entre alianças militares rivais e,
como organização, contribuíram para impedir a escalada de violência em muitos confrontos.
Qualquer tentativa para se constituir como "aliança militar", contudo, foi travada pela enorme
diversidade de regimes governativos que iam desde os mais esquerdistas aos mais
conservadores, dos mais democratas aos mais ditatoriais; foi travada também pelas
dificuldades económicas e pela fraqueza militar de muitos países membros que, por isso,
dependiam da ajuda externa e das superpotências.

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O desmembramento da União Soviética em 1991, levou as nações não-alinhadas a redefinir o
seu papel (processo ainda em curso, bem longe da sua resolução) num mundo onde a intensa
rivalidade militar e ideológica entre dois blocos deixou de ser um fator decisivo.

2.1.1.Países do terceiro mundo

Os países terceiro-mundistas estiveram sobre influência mais directa de ambos os polos de


poder da Guerra Fria.

A primeira conferência dos ignorados países do terceiro mundo foi a Conferência de


Bandung, na Indonésia em 1955, da qual participaram Índia, Egipto, Iugoslávia,
Indonésia, Cingapura, China, Japão, os dois Vietnãs e outros países totalizando 29 países
asiáticos e africanos.

A URSS bem que tentou alegando representar suas colónias, mas sua participação foi vetada.
Então, nos anos 70, após a independência dos países africanos, o terceiro mundo ganha
representatividade na ONU.

Mas o espírito de Bandung se esvaiu. Após o final da Guerra Fria e a independência dos
países do terceiro mundo, parecia não fazer mais sentido discutir a questão daquilo que os
intelectuais pretendiam que fosse a “terceira força” política.

Actualmente o termo “terceiro mundo” não serve mais para o mesmo propósito de designar os
não-alinhados, mas é substituído por um outro termo que ainda é fruto de uma polarização
mundial, a económica. Os países do terceiro mundo são chamados hoje de países em
desenvolvimento.

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3.Conclusão

Moçambique ganhou independência de Portugal a 25 de Junho de 1975. A Frelimo tinha o


objectivo de desenvolver a situação através do implemento de muitas ideologias Marxista-
Leninistas, tais como a nacionalização da economia e um banimento da propriedade privada.

Neste momento, militares portugueses e dissidentes da Frelimo instalaram-se na Rodésia, que


vivia uma situação de independência unilateral não reconhecida pela maior parte dos países
do mundo. O regime de Ian Smith, primeiro-ministro da Rodésia, já idealizando um
movimento interno de resistência que aparentemente tinha algumas bases em Moçambique,
aproveitou esses dissidentes para atacar a Frelimo.

Além da Rodésia, a Renamo também estava a favor da guerra civil na vizinha África do Sul,
cujo regime apartheid estava contra o facto de Moçambique prestar apoio ao Congresso
Nacional Africano (ANC) e, em particular, o seu armamento.

Contudo, Terceiro Mundo é um termo da Teoria dos Mundos, originado na Guerra Fria, para
descrever os países que se posicionaram como neutros na Guerra Fria, não se aliando nem aos
Estados Unidos e os países que defendiam o capitalismo, e nem à União Soviética e os países
que defendiam o socialismo.

O conceito actualmente, refere-se aos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, ou


seja, os que possuem uma economia e/ou uma sociedade pouco ou insuficientemente
avançada.

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Bibliografia

RECAMA, D. C. BOND, R. A. Livro do Aluno - História - 10.ª Classe. Plural editor. 2021.

REIS, Maria do Céu. Poderes e Saberes: Estado, financiadores e investigação, a África ao


Sul do Sahara e algumas questões’. Estudos Moçambicanos. 1996.

RITA-FERREIRA. Povos de Moçambique: história e cultura. Porto: Afrontamento. 1975.

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