Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EM PROTEÇÃO
LATO SENSU
4
Transformadores de Corrente e de Potencial
Conceitos Gerais
5
Funcionamento
Lei de JHP (Eng. José Henrique Pereira): “Um transformador é um transformador, apenas
um transformador, somente um transformador, nada mais que um transformador!”
Idealmente um transformador é equacionado por compensação de Ampères x espiras e
de Volts por espiras. Na figura abaixo NP e NS são os números de espiras:
IP H1 RT X1 IS
𝑁𝑃
𝑅𝑇 = >1
𝑁𝑆
𝑁𝑆 𝐼𝑆 AT VP NP NS VS BT
𝑁𝑃 ∙ 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 ∙ 𝐼𝑆 𝐼𝑃 = ∙ 𝐼𝑆 =
𝑁𝑃 𝑅𝑇
𝑉𝑃 𝑉𝑆 𝑁𝑃
= 𝑉𝑃 = ∙ 𝑉𝑆 = 𝑅𝑇 ∙ 𝑉𝑆
𝑁𝑃 𝑁𝑆 𝑁𝑆 H2 X2
NP > N S
6
Tipos Básicos de Transformadores
Transformadores de corrente,
Transformadores de potencial.
7
Transformadores de Força ou de Potência
8
Transformadores para Instrumentos
9
Transformadores Ideais
IS X1 VS X2 IS
10
Transformadores Reais
ɸT ɸT
NS
ɸS
IS X1 VS X2 IS
11
TRANSFORMADORES DE CORRENTE
Transformadores de Corrente
Visão Eletromagnética
Visão de Engenharia
13
Características Básicas
O TC como Transformador
O TC como Transformador
TRANSFORMADOR
ISOLAMENTO
CONEXÕES DO
SECUNDÁRIO
BRITA?
15
O TC como Transformador
16
O TC como Transformador
Polaridade:
Subtrativa;
A corrente do primário cria um fluxo magnético que induz tensão no secundário;
A tensão induzida cria no secundário uma corrente que impõe um fluxo magnético que
se opõe ao fluxo do primário, anulando-o no caso de um TC ideal.
IP IP
H1 H2
ɸP
NP
ɸT ɸT
NS
ɸS
IS X1 X2 IS
17
O TC como Transformador
𝑁𝑃 IP
H1 H2
IP
𝑅𝑇 = ≪1
𝑁𝑆
ɸP
𝑁𝑃 ∙ 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 ∙ 𝐼𝑆 NP
ɸT ɸT
𝑁𝑃 𝐼𝑃
𝐼𝑆 = ∙ 𝐼𝑃 = 𝑅𝑇 ∙ 𝐼𝑃 =
𝑁𝑆 𝑅𝑇𝐶 NS
ɸS
𝐼𝑃 𝑁𝑆 1
𝑅𝑇𝐶 = = = IS X1 X2 IS
𝐼𝑆 𝑁𝑃 𝑅𝑇
18
O TC como Transformador
Circuito equivalente:
H1
X1 C1
IP/RTC RS IS RL
IP
XE IE ES VT RB IED
RTC
IP/RTC IS RL
X2 C2
H2
19
O TC como Transformador
Circuito equivalente:
H1 Convenção:
X1 C1 RTC – relação do TC
RS IS RL
IP IP/RTC IP – corrente do primário
XE IE ES VT RB IED IP/RTC – corrente idealmente transformada
RTC
IP/RTC IS RL XE – reatância de excitação
X2 C2 IE – corrente de excitação
H2 ES – tensão secundária
RS – resistência do enrolamento secundário
Terminais: VT – tensão terminal
H1 e H2 – primário do TC IS – corrente do secundário
X1 e X2 – secundário do TC RL – resistência dos cabos
C1 e C2 – entradas de corrente do IED RB – “resistência” da entrada de corrente do IED
20
O TC como Transformador
Circuito equivalente:
TC com uma espira no primário (ZP = 0);
Perdas no ferro do núcleo são desprezíveis;
Reatância de excitação tem valor fixo na faixa de 10 % da corrente nominal até o valor
da tensão secundária correspondente ao “joelho” da característica de excitação (fim
da faixa linear);
ES
FAIXA LINEAR
IE
Importante: dimensionar o TC para operar em sua faixa linear é viável, desde que a
corrente primária seja senoidal. Este assunto será tratado adiante, visto estar além do
básico.
21
O TC como Transformador
Característica de Excitação
Por não ser linear, como é inerente aos materiais magnéticos, a característica de excitação
impõe distorção harmônica à corrente de magnetização.
Os transformadores de potência e os de potencial (TP) trabalham com a densidade de
fluxo magnético variando numa faixa relativamente estreita, função dos limites de tensão
de operação do respectivo barramento.
Os TCs trabalham com densidade de fluxo muito variável, por ser função da corrente
primária.
A característica de excitação é o lugar geométrico das extremidades dos loops de histerese
do material utilizado no núcleo magnético do TC.
22
O TC como Transformador
Característica de Excitação
23
O TC como Transformador
Característica de Excitação
circuito
H1 aberto X1 ES
RP → ∞ RS A
IE
Fonte de
RTC ZM ES
V Corrente
Variável
X2 IE
H2
24
O TC como Transformador
Loop de Histerese
25
Características Básicas
O TC como Equipamento
O TC como Equipamento
TUDO
27
O TC como Equipamento
O Fator Térmico (FT) é um escalar adimensional que representa a razão entre a corrente
máxima admissível em regime permanente e a corrente primária nominal, sem exceder
o limite térmico (temperatura ambiente de referência - TAR).
FT é uma designação da capacidade de sobrecarga do TC.
Temperaturas ambientes de referência (TAR) da Norma IEEE C57.13: 30° C ou 55° C.
No Brasil a temperatura ambiente de referência (TAR) adequada é de 55° C.
Valores de FT pela Norma IEEE C57.13: 1.0, 1.25, 1.33, 1.5, 2.0, 3.0 e 4.0.
Exemplo: um TC de relação 1200 – 5 A = 240:1 tem FT igual a 1,25. Qual é a máxima
corrente admissível em regime permanente?
𝐼𝑃 = 1.200 A 𝐼𝑃𝑀𝑎𝑥 = 1,25 × 1.200 = 1.500 A
29
O TC como Equipamento
Fator Térmico
A Norma IEEE C57.13 permite estimar o FT para uma temperatura superior à nominal:
𝐹𝑇𝑛𝑜𝑣𝑜 2 85 − 𝑇𝐴𝑅𝑁𝑜𝑣𝑎
2
=
𝐹𝑇𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 55
Exemplo:
Um TC (RTC = 1.200 – 5 A) de temperatura ambiente de referência de 30° C tem FT = 4,0.
Calcular o FT aplicável a 55° C e a corrente máxima admissível em tal condição.
85 − 𝑇𝐴𝑅𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 2
85 − 55
𝐹𝑇𝑛𝑜𝑣𝑜 = ∙ 𝐹𝑇𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = × 42 = 2,95
55 55
30
O TC como Equipamento
Fator de Sobrecorrente
31
O TC como Equipamento
TCs de Pedestal
32
O TC como Equipamento
TCs de Pedestal
Arranjos internos:
33
O TC como Equipamento
TCs de Bucha (Isolador Passante)
34
O TC como Equipamento
Primários Série/Paralelo
TCs de pedestal podem ter dois primários para duplicar a relação de transformação.
Isto se aplica a TCs de medição e de proteção.
Com primários em série a relação de transformação é metade da obtida com os primários
em paralelo.
Mudar a ligação dos primários implica em desligamento e isolamento dos TCs.
35
O TC como Equipamento
Primários Série/Paralelo
IP
NP 𝑁𝑃 𝐼𝑃 + 𝑁𝑃 𝐼𝑃 = 2𝑁𝑃 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 𝐼𝑆
H1
NP 2𝑁𝑃 𝐼𝑃 𝐼𝑃
H2 𝐼𝑆 = =
𝑁𝑆 𝑅𝑇𝐶𝑆É𝑅𝐼𝐸
NS 𝑁𝑆 𝑅𝑇𝐶𝑆𝐼𝑁𝐺𝐸𝐿𝑂
𝑅𝑇𝐶𝑆É𝑅𝐼𝐸 = =
X1 IS IS X2 2𝑁𝑃 2
36
O TC como Equipamento
Primários Série/Paralelo
NS 𝑁𝑆
𝑅𝑇𝐶𝑃𝐴𝑅𝐴𝐿𝐸𝐿𝑂 = = 𝑅𝑇𝐶𝑆𝐼𝑁𝐺𝐸𝐿𝑂 = 2𝑅𝑇𝐶𝑆É𝑅𝐼𝐸
X1 IS IS X2 𝑁𝑃
37
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla
38
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla
39
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla
Tomando como exemplo o TC 600 – 5 A da tela anterior, são possíveis as seguintes relações
de transformação:
Relações de Relações de
Terminais Terminais
Espiras Correntes (A)
X1-X5 120 : 1 X2-X3 50 – 5
X2-X5 100 : 1 X1-X2 100 – 5
X3-X5 90 : 1 X1-X3 150 – 5
X4-X5 40 : 1 X4-X5 200 – 5
X1-X4 80 : 1 X3-X4 250 – 5
X2-X4 60 : 1 X2-X4 300 – 5
X3-X4 50 : 1 X1-X4 400 – 5
X1-X3 30 : 1 X3-X5 450 – 5
X2-X3 10 : 1 X2-X5 500 – 5
X1-X2 20 : 1 X1-X5 600 – 5
40
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla
41
42
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla
43
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla
44
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla
Primários Primários em
Terminais em Paralelo Série
RTCs (A) RTCs (A)
X2-X3 50 – 5 25 – 5
X1-X2 100 – 5 50 – 5
X1-X3 150 – 5 75 – 5
X4-X5 200 – 5 100 – 5
X3-X4 250 – 5 125 – 5
X2-X4 300 – 5 150 – 5
X1-X4 400 – 5 200 – 5
X3-X5 450 – 5 225 – 5
X2-X5 500 – 5 250 – 5
X1-X5 600 – 5 300 – 5
46
Transformadores de Corrente
Ligações e Carga Secundária
47
Ligação em Estrela
Ligação em Estrela
O advento da tecnologia digital numérica fez com que a única ligação trifásica de TCs seja
em estrela.
Na era das tecnologias analógicas a ligação em delta era empregada exclusivamente para
simplificar a concepção e aplicação da função de proteção diferencial de transformadores;
de qualquer modo, a ligação em delta será apresentada resumidamente adiante.
Em ambas as ligações é necessário prover o aterramento do circuito secundário de
corrente em um único ponto por questão de segurança dos seres humanos, de modo a
assegurar que a tensão de passo e a tensão de toque sejam baixas o suficiente em todo o
circuito secundário e nos instrumentos a ele conectados.
A figura apresentada na tela a seguir expõe a ligação em estrela e chama a atenção para a
necessidade de empregar terminais que curto-circuitem o secundário quando da eventual
retirada dos dispositivos de proteção. Outra alternativa é usar chaves de aferição.
49
Ligação em Estrela
RTC
A A
B B
C C
Aterramento
de Segurança
RL RL RL RL
50 50 50 50 RELÉS EXTRAÍVEIS
A B C R CURTO-CIRCUITAM O
51 51 51 51 CIRCUITO SECUNDÁRIO
DE CORRENTE
50
Ligação em Estrela
Condição Trifásica Equilibrada
50 50 50 50
A B C R
51 51 51 51
51
Ligação em Estrela
Condição Trifásica Equilibrada
A carga secundária (burden) pode ser determinada pelo somatório das impedâncias que
compõem o circuito secundário de corrente:
Resistência do cabo – RL;
Impedância da bobina da unidade instantânea de sobrecorrente de fase – Z50;
Impedância da bobina da unidade temporizada de sobrecorrente de fase – Z51;
Impedância da bobina da unidade instantânea de sobrecorrente residual – Z50R;
Impedância da bobina da unidade temporizada de sobrecorrente residual – Z51R.
Os relés eletromecânicos de sobrecorrente de terra (residuais) têm estrutura magnética
idêntica à dos reles de fase. Para que sejam mais sensíveis (capazes de atuar para
correntes mais baixas, tal como 10 % da corrente secundária nominal), os relés de terra
têm bobinas com mais espiras. Logo, essas bobinas impõem carga secundária mais
elevada, ou seja, têm maior impedância.
52
Ligação em Estrela
Condição Trifásica Equilibrada
A carga secundária (burden) pode ser determinada pelo somatório das impedâncias que
compõem o circuito secundário de corrente:
50 50 50 50
A B C R
51 51 51 51
54
Ligação em Estrela
Condição de Falta Monofásica
C C
ICC ICC
𝑍𝐵𝜙𝐵 = 2𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51 + 𝑍50𝑅 + 𝑍51𝑅
RL RL RL RL
𝑉𝑇𝐵 = 𝐼𝐶𝐶 2𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51 + 𝑍50𝑅 + 𝑍51𝑅
50 50 50 50
A B C R
51 51 51 51
55
Ligação em Estrela
Condição de Falta Bifásica à Terra
56
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
57
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
Os TCs, que são de relação múltipla, estão ligados na RTC = 100 – 5 A = 20:1 e têm as
características de excitação apresentadas na figura {parte da figura 3-3 [5]} abaixo:
58
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
59
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
A figura da próxima tela {figura 3-5 [5]} apresenta a ligação em estrela com os circuitos
equivalentes dos transformadores de corrente:
60
Ia = ?
61
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
Se há meio Ampère fluindo na bobina do relé de terra (residual), ocorre uma queda de
tensão de 11 V:
𝑍51𝑅 = 22 Ω
𝐼𝑅 = 0,5 A
A figura apresentada na próxima tela agrega a queda de tensão ao diagrama trifilar com
os circuitos equivalentes dos TCs:
62
Ia = ?
63
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
Pode-se assumir que a queda de tensão de onze Volts está diretamente aplicada aos
terminais dos TCs das fases B e C.
Não há exatidão suficiente para justificar um processo iterativo que leve em conta a
queda de tensão adicional na bobina dos relés 51 (de fase) das fases B e C, cujas bobinas
têm impedância de 0,68 Ω, e na resistência do secundário dos TCs, que é de 0,08 Ω.
A figura apresentada na próxima tela agrega a queda de tensão sobre o relé 51R aos
terminais dos TCs das fases B e C e, consequentemente ao ramo de excitação:
64
Ia = ?
11 V 11 V
11 V 11 V
65
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
66
RTC = 100 – 5 A
11 V
0,6 A
67
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
𝐼𝐴 = 𝐼𝑅 + 𝐼𝐸𝐵 + 𝐼𝐸𝐶
𝐼𝐴 = 1,7 A
68
Ia = ?
11 V 11 V
11 V 11 V
69
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
𝐸𝑆𝐴 = 13,5 V
70
Ia = ?
13,5 V
11 V 11 V
11 V 11 V
71
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
72
13,5 V
RTC = 100 – 5 A
0,8 A
73
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
𝐼𝐸𝐴 = 0,8 A
𝐼𝐴 = 1,7 A
𝐼𝑃 = 𝐼𝑃𝐼𝑇 × 𝑅𝑇𝐶
𝐼𝑃 = 2,5 × 20 = 50 AP
74
13,5 V
11 V 11 V
11 V 11 V
75
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]
É fundamental perceber que, usando a RTC para passar ao primário a corrente residual, a
corrente primária seria de apenas:
𝐼𝑃𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝐼𝑅 × 𝑅𝑇𝐶
𝐼𝑃𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 = 0,5 × 20 = 10 AP
Nas figuras a seguir foram supostos relés diferenciais eletromecânicos com uma unidade
de alto ajuste (87H) diferencial do tipo de sobrecorrente e uma unidade mais sensível (87L)
diferencial do tipo percentual.
78
IA RTC
A A
IA
IB RΔ
B B
IB
IC RΔ
C C
IC
RΔ
IAB = IA - IB IBC = IB - IC ICA = IC - IA
RL RL RL
C
79
Ligação em Delta
Ligação que adianta de 30o as componentes simétricas de sequência positiva e que atrasa
do mesmo ângulo as componentes simétricas de sequência negativa:
Na sequência de fases A-B-C as correntes internas ao delta são IA, IB e IC;
Na sequência de fases A-B-C as correntes externas ao delta são IAB, IBC e ICA;
𝑉𝑇 = 𝑍𝐵𝐼 𝐼 + 𝑍𝐵𝐸 3𝐼
80
IA RΔ
A A
IA
IB RΔ
B B
IB
IC RΔ
C C
IC
IAC = IA - IC IBA = IB - IA ICB = IC - IB
RL RL RL
C
81
Ligação em Delta
Ligação que atrasa de 30o as componentes simétricas de sequência positiva e que adianta
do mesmo ângulo as componentes simétricas de sequência negativa:
Na sequência de fases A-B-C as correntes internas ao delta são IA, IB e IC;
Na sequência de fases A-B-C as correntes externas ao delta são IAC, IBA e ICB;
𝑉𝑇 = 𝑍𝐵𝐼 𝐼 + 𝑍𝐵𝐸 3𝐼
82
Transformadores de Corrente
Exatidão
83
Aspectos Básicos
Exatidão
(Eufemismo para Erro)
O erro composto é causado pela corrente de excitação (magnetização).
Trata-se do valor eficaz da diferença entre a corrente primária idealmente transformada e
a corrente secundária real, incluindo o defasamento e os harmônicos da corrente de
excitação.
Num TC sem dispersão de fluxo magnético, o erro composto é o percentual do valor
eficaz da corrente de excitação em relação à corrente primária idealmente transformada.
Para que o erro seja apenas modular, a carga secundária (burden) deve ter o mesmo
ângulo de fase que a impedância de magnetização, o que é extremamente raro.
H1
X1 C1
IP/RTC RS IS RL
IP
XE IE ES VT RB IED
RTC
IP/RTC IS RL
X2 C2
H2
85
Exatidão
Característica de Excitação
Por não ser linear, como é inerente aos materiais magnéticos, a característica de
excitação impõe distorção harmônica à corrente de magnetização.
Os transformadores de potência e os de potencial (TP) trabalham com a densidade de
fluxo magnético variando numa faixa relativamente estreita, função dos limites de tensão
de operação do respectivo barramento.
Os TCs trabalham com densidade de fluxo muito variável, por ser função da corrente
primária.
86
Exatidão
Regimes Operativos e Normas
87
Exatidão em Regime Permanente
Exatidão em Regime Permanente
IE
Limítrofe
Linear
90
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
As normas fazem distinção entre os tipos de núcleos, uma vez que nos TCs com reatâncias
de dispersão desprezível, a corrente de carga que normalmente possui fator de potência
baixo (0,5) está praticamente em fase com a corrente de magnetização, o que permite
obter o erro de relação por meio de cálculo.
91
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
Tipos de Núcleo {Tabela 2.2 de [1]}:
TCs de baixa reatância de dispersão são aqueles cuja exatidão pode ser determinada por
cálculo. Neles a reatância de dispersão não causa efeito apreciável no erro de relação.
Efeito apreciável corresponde a uma diferença de 1 % entre o erro de relação real e o
calculado.
TCs de alta reatância de dispersão são aqueles cuja exatidão só pode ser determinada por
teste. Em geral os TCs que têm primário enrolado apresentam alta reatância de dispersão.
O autor nunca teve que lidar com um TC de alta reatância de dispersão. 92
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
Tipos de Núcleo {Tabela 2.2 de [1]}:
L significa low;
H significa high;
C significa cálculo;
T significa teste;
B significa baixa;
A significa alta.
93
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
94
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
Limite do erro composto para a corrente de falta simétrica definida pelo fator de
sobrecorrente, quando alimentando a carga secundária nominal especificada. Abaixo, a
Tabela 2.4 de [1]:
95
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
96
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
97
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR
Exemplo 1 [1]:
98
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR
Exemplo 1 [1]:
Figura 5.8 de [6]:
99
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR
Exemplo 1 [1]:
Solução:
Pela figura anterior, a resistência secundária do TC é 0,61 Ω e a carga conectada ao TC é
igual a 2,0 Ω.
Tensão secundária:
ES = IS (RS + ZB) = 20 x IN (0,61 + 2,0) = 100 x 2,61 = 261 V
Na classe de exatidão C400, a corrente máxima secundária para a carga total no TC é:
IS = 400/2,61 = 153 A
A máxima corrente primária é: 153 x 240 = 36.720 AP.
100
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR
Exemplo 2 [1]:
Um TC de relação 1200 – 5 = 240:1 e exatidão C400 com a curva de excitação mostrada na
figura do Exemplo 1 é conectado ao tap de 1.000 A. Qual a máxima carga que pode ser
conectada ao secundário mantendo a sua precisão em 20 vezes a corrente nominal?
Solução:
A tensão secundária correspondente ao tap de 1.000 A é:
ES = (1.000/1.200) x 400 = 333 V
ES = IS(RS + RB)
Logo: RB = (ES/IS) – RS
IS = 20 x 5 = 100 A
Da tabela da curva de excitação: RS = 0,51 Ω
RB = (333/100) – 0,51
RB = 2,72 Ω
101
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR
Exemplo 3 [1]:
Um TC de relação 300 – 5 A = 60:1 de exatidão C400 com a curva de excitação mostrada
na figura anterior alimenta um relé cujo burden é 5 Ω e corrente de pickup de 2,0 A.
Calcular a corrente primária para atuar o relé.
Solução:
Da tabela da curva de excitação: RS = 0,15 Ω
ES = IS(RS + RB)= 2,0 (5,0 + 0,15) = 10,3 V
Entrando na curva de excitação com ES = 10,3 V, IE = 0,04 A
Corrente total secundária é: IS = 2,0 + 0,04 = 2,04 A
Corrente primária: IP = 2,04 x 60 = 122,0 AP
102
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC
H1
Convenção:
X1 C1 RTC – relação do TC
RS IS RL
IP IP/RTC IP – corrente do primário
XE IE ES VT RB IED IP/RTC – corrente idealmente transformada
RTC
IP/RTC IS RL XE – reatância de excitação
X2 C2 IE – corrente de excitação
H2 ES – tensão secundária
RS – resistência do enrolamento secundário
Terminais:
VT – tensão terminal
H1 e H2 – primário do TC
IS – corrente do secundário
X1 e X2 – secundário do TC
RL – resistência dos cabos
C1 e C2 – entrada de corrente do IED
RB – “resistência” da entrada de corrente
103
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]
𝐼𝑃
Relação de transformação na faixa linear de operação: 𝑅𝑇𝐶 =
𝐼𝑆
Tensão terminal: 𝑉𝑇 = 𝑅𝐵 𝐼𝑆
Observação: Para reduzir o número de variáveis, RB engloba a resistência da entrada de
corrente do IED e a resistência do(s) cabo(s) RL.
Tensão secundária: 𝐸𝑆 = 𝐼𝑆 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵
104
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]
A tensão secundária que é induzida quando flui a corrente limite da exatidão nominal é
dita a tensão de saturação do TC.
105
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]
106
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]
Um TC de proteção é especificado pelos parâmetros resumidos abaixo:
108
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC
Exemplo 5-1 de [7] – Real accuracy limit factor in operation ALF’ (ALF’ é o fator limite de
exatidão real em operação):
Dados: TC de proteção, ALF = 10, RTC = 400/1 A; 5P10; 30 VA; RS = 6,2 Ω; carga secundária
(cabos mais IED) RB = 3,5 Ω. Determinar o fator limite de exatidão real do TC (ALF’) em
operação.
Solução:
O fator limite de exatidão nominal do TC só se aplica com carga secundária nominal. Se
uma carga secundária menor for conectada, a tensão secundária fica menor e pode-se
empregar um fator limite de exatidão real em operação ALF’ > ALF calculado da seguinte
forma:
′
𝑃𝑆 + 𝑃𝐵𝑁 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵𝑁
𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹
𝑃𝑆 + 𝑃𝐵 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵
109
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]
𝑃𝑆 + 𝑃𝐵𝑁 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵𝑁
𝐴𝐿𝐹 ′ = 𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹
𝑃𝑆 + 𝑃𝐵 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵
Convenção:
PN = Carga secundária nominal do TC
PS = RS·(ISN)2 = Carga secundária interna do TC
PB = RB·(ISN)2 = Carga secundária real
RS = Resistência secundária
RBN = Resistência nominal da carga secundária
RB = RL + RIED = Resistência da carga secundária real
RL = Resistência do(s) cabo(s)
RIED = resistência da entrada de corrente do IED
110
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]
Aplicando ao exemplo:
′
𝑅𝑆 + 𝑅𝐵𝑁
𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹
𝑅𝑆 + 𝑅𝐵
𝐴𝐿𝐹 = 10
𝑃𝐵𝑁 30
𝑅𝑆 = 6,2 Ω 𝑅𝐵𝑁 = 2 = 2 = 30 Ω 𝑅𝐵 = 3,5 Ω
𝐼𝑆𝑁 1
6,2 + 30
𝐴𝐿𝐹 ′ = 10 × = 37,3
6,2 + 3,5
O TC pode, portanto, operar com até 37,3 vezes a corrente nominal com exatidão de 5%.
111
Exatidão em Regime Permanente
Operação com Secundário Aberto
Abertura do Circuito Secundário de Corrente
114
Abertura do Circuito Secundário de Corrente
H1 X1
RP → 0 RS
IP IE
RTC ZM ES
H2 X2
Os picos da tensão secundária podem ser muito elevados, culminando por deteriorar o
isolamento entre primário e secundário.
115
Transformadores de Corrente
Resposta Transitória
Resposta Transitória
119
Resposta Transitória
121
Resposta Transitória
SEMPRE PODE SER PIOR
122
Resposta Transitória
Magnetismo Residual [7]
124
Resposta Transitória
Entreferro - “Introduzir ou não introduzir, eis a questão!”
TC TPZ TC convencional
Os TCs TPY e TPZ podem ser especificados
para sistemas elétricos que utilizam
religamento automático (função 79), em
que o magnetismo remanescente pode
afetar o desempenho da proteção.
Nos sistemas de EAT no Brasil é usual a
aplicação de TCs TPZ (IEC).
A figura descreve a diferença entre os
loops de histerese de um TC convencional
e um TPZ (praticamente não há
magnetismo remanescente).
126
Transformadores de Corrente
Transactor
127
Transactor
128
Transactor
𝑉𝑇 = 𝑗𝑋𝑇 𝐼𝑆 IP RTC
IS
𝐼𝑃 RL RL
𝐼𝑆 =
𝑅𝑇𝐶
TRANSACTOR
jXT
𝑗𝑋𝑇 𝐼𝑆
𝑉𝑇 = VT
𝑅𝑇𝐶
129
Transactor
O transactor concebido pelo Prof. Wedepohl na década de 1950 tinha primário enrolado
e seu núcleo era feito com lâminas de material magnético na forma da letra F.
Com um transactor dotado de primário com uma única espira e construído com lâminas
de material magnético em forma de C, Raul Sollero e Rui Moraes (CEPEL) dotaram a
proteção estática de distância DI de sobrealcance transitório quase nulo.
130
Transactor
O transactor concebido pelo Prof. Wedepohl na década de 1950 tinha
primário enrolado e seu núcleo era feito com lâminas de material
magnético na forma da letra F.
Com um transactor dotado de primário com uma única espira e
construído com lâminas de material magnético em forma de C, Raul
Sollero e Rui Moraes (CEPEL) dotaram a proteção estática de distância
DI de sobrealcance transitório praticamente nulo.
131
Transformadores de Corrente e de Potencial
Referências Bibliográficas
132
Referências
134
FIM
A SEGUIR: TRANSFORMADORES DE POTENCIAL