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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

EM PROTEÇÃO
LATO SENSU

Uma cooperação entre o ONS e o IME

DAC I GP I GPD - Gerência de Desenvolvimento de Pessoas


DPL I EG I GEP - Gerência de Proteção e Controle 08.2022
DISCIPLINA VIII
TRANSFORMADORES DE CORRENTE E DE POTENCIAL
PARTE 1
Jorge Miguel Ordacgi Filho
TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS [1 e 2]
Nomenclatura

Transformadores para instrumentos ou redutores de medida fazem parte de um conjunto


de equipamentos que compõem um vão e são destinados a reduzir a corrente e a tensão
do componente protegido a valores adequados à segurança física dos seres humanos e à
injeção de sinais em dispositivos de Proteção, Automação e Controle (PAC) e Medição de
Faturamento.
Para redução da corrente são empregados os Transformadores de Corrente (TCs).
Para redução da tensão são empregados os Transformadores de Potencial Indutivos (TPs)
ou os Transformadores de Potencial Capacitivos (TPCs).
Os fabricantes de equipamentos já estão introduzindo no mercado os Transformadores de
Corrente ou Potencial Óticos, ditos Transformadores Não Convencionais para Instrumentos
(NCITs – Non Conventional Instrument Transformers).

4
Transformadores de Corrente e de Potencial
Conceitos Gerais

5
Funcionamento

Lei de JHP (Eng. José Henrique Pereira): “Um transformador é um transformador, apenas
um transformador, somente um transformador, nada mais que um transformador!”
Idealmente um transformador é equacionado por compensação de Ampères x espiras e
de Volts por espiras. Na figura abaixo NP e NS são os números de espiras:

IP H1 RT X1 IS
𝑁𝑃
𝑅𝑇 = >1
𝑁𝑆
𝑁𝑆 𝐼𝑆 AT VP NP NS VS BT
𝑁𝑃 ∙ 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 ∙ 𝐼𝑆 𝐼𝑃 = ∙ 𝐼𝑆 =
𝑁𝑃 𝑅𝑇
𝑉𝑃 𝑉𝑆 𝑁𝑃
= 𝑉𝑃 = ∙ 𝑉𝑆 = 𝑅𝑇 ∙ 𝑉𝑆
𝑁𝑃 𝑁𝑆 𝑁𝑆 H2 X2
NP > N S

6
Tipos Básicos de Transformadores

Do ponto de vista da Proteção de Sistemas Elétricos, os transformadores podem ser:

 Transformadores de força ou de potência;

 Transformadores para instrumentos ou redutores de medida:

 Transformadores de corrente,

 Transformadores de potencial.

7
Transformadores de Força ou de Potência

Os transformadores de potência são parte dos componentes do sistema elétrico que


devem ser protegidos.
Seu projeto, fabricação, ensaios, operação e manutenção são regidos pelo conceito de
eficiência ou máximo rendimento. Assim, a tônica quanto aos transformadores de
potência é de minimizar as perdas ativas e reativas.
As perdas ativas compõem-se por:
 Perdas no cobre (enrolamentos);
 Perdas no ferro (núcleo magnético de aço de grão orientado).
As perdas reativas correspondem à magnetização do núcleo.
Se a tensão aplicada ao transformador for excessiva, pode haver saturação do núcleo
magnético.

8
Transformadores para Instrumentos

Os transformadores para instrumentos são equipamentos destinados a Proteção, Automação


e Controle (PAC), bem como de Medição Energia e Demanda para Faturamento (MEDF).
Seu projeto, fabricação, ensaios e manutenção são regidos pelo conceito de exatidão ou
mínimo erro.
Os transformadores para instrumentos (TIs) proporcionam isolamento entre o primário de
alta tensão e o secundário de baixa tensão onde estão conectados instrumentos ao
alcance das mãos de seres humanos.
A função precípua dos TIs é oferecer uma imagem acurada do sistema primário ao sistema
secundário onde estão conectados os instrumentos (dispositivos) de PAC e MEDF.
As perdas ativas e reativas são insignificantes devido às características construtivas
direcionadas para a exatidão.

9
Transformadores Ideais

Os transformadores idealmente trabalham pelo princípio de fluxo magnético nulo em seu


núcleo. As forças magnetomotrizes do primário e do secundário são iguais, assim como os
respectivos fluxos magnéticos são iguais em módulo, porém de sentidos opostos.
IP VP IP
H1 H2
ɸP
NP
Polaridade subtrativa é a usual.
Φ𝑃 − Φ𝑆 = 0
NS
ɸ

IS X1 VS X2 IS

10
Transformadores Reais

Na realidade, uma fração da força magnetomotriz do primário é gasta na magnetização do


núcleo e impõe a circulação do fluxo magnético de trabalho:

VP Polaridade subtrativa é a usual.


IP IP
H1 H2
Φ𝑃 − Φ𝑆 = Φ 𝑇
ɸP
NP Magnetização:

ɸT ɸT
NS
ɸS

IS X1 VS X2 IS

11
TRANSFORMADORES DE CORRENTE
Transformadores de Corrente
Visão Eletromagnética
Visão de Engenharia

13
Características Básicas
O TC como Transformador
O TC como Transformador

TRANSFORMADOR

ISOLAMENTO

CONEXÕES DO
SECUNDÁRIO

BRITA?

15
O TC como Transformador

 Primário conectado em série com o sistema elétrico, em analogia com o amperímetro.


 NS >> NP
 TC de pedestal ou de subestação, vide figura anterior.
 TC de bucha – instalado em bucha de transformador, reator e disjuntor de grande
volume de óleo.
 Abaixo, TC com uma única espira no primário (hollow core ≡ núcleo oco):

16
O TC como Transformador

Polaridade:
 Subtrativa;
 A corrente do primário cria um fluxo magnético que induz tensão no secundário;
 A tensão induzida cria no secundário uma corrente que impõe um fluxo magnético que
se opõe ao fluxo do primário, anulando-o no caso de um TC ideal.
IP IP
H1 H2

ɸP
NP

ɸT ɸT

NS
ɸS

IS X1 X2 IS

17
O TC como Transformador

O valor inverso da relação de transformação de transformadores de corrente é


denominado RTC (relação do TC):

𝑁𝑃 IP
H1 H2
IP
𝑅𝑇 = ≪1
𝑁𝑆
ɸP

𝑁𝑃 ∙ 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 ∙ 𝐼𝑆 NP

ɸT ɸT
𝑁𝑃 𝐼𝑃
𝐼𝑆 = ∙ 𝐼𝑃 = 𝑅𝑇 ∙ 𝐼𝑃 =
𝑁𝑆 𝑅𝑇𝐶 NS
ɸS
𝐼𝑃 𝑁𝑆 1
𝑅𝑇𝐶 = = = IS X1 X2 IS
𝐼𝑆 𝑁𝑃 𝑅𝑇

18
O TC como Transformador

Circuito equivalente:

H1
X1 C1
IP/RTC RS IS RL
IP
XE IE ES VT RB IED
RTC
IP/RTC IS RL
X2 C2
H2

19
O TC como Transformador

Circuito equivalente:

H1 Convenção:
X1 C1 RTC – relação do TC
RS IS RL
IP IP/RTC IP – corrente do primário
XE IE ES VT RB IED IP/RTC – corrente idealmente transformada
RTC
IP/RTC IS RL XE – reatância de excitação
X2 C2 IE – corrente de excitação
H2 ES – tensão secundária
RS – resistência do enrolamento secundário
Terminais: VT – tensão terminal
H1 e H2 – primário do TC IS – corrente do secundário
X1 e X2 – secundário do TC RL – resistência dos cabos
C1 e C2 – entradas de corrente do IED RB – “resistência” da entrada de corrente do IED

20
O TC como Transformador

Circuito equivalente:
 TC com uma espira no primário (ZP = 0);
 Perdas no ferro do núcleo são desprezíveis;
 Reatância de excitação tem valor fixo na faixa de 10 % da corrente nominal até o valor
da tensão secundária correspondente ao “joelho” da característica de excitação (fim
da faixa linear);
ES

FAIXA LINEAR

IE
Importante: dimensionar o TC para operar em sua faixa linear é viável, desde que a
corrente primária seja senoidal. Este assunto será tratado adiante, visto estar além do
básico.
21
O TC como Transformador
Característica de Excitação

Por não ser linear, como é inerente aos materiais magnéticos, a característica de excitação
impõe distorção harmônica à corrente de magnetização.
Os transformadores de potência e os de potencial (TP) trabalham com a densidade de
fluxo magnético variando numa faixa relativamente estreita, função dos limites de tensão
de operação do respectivo barramento.
Os TCs trabalham com densidade de fluxo muito variável, por ser função da corrente
primária.
A característica de excitação é o lugar geométrico das extremidades dos loops de histerese
do material utilizado no núcleo magnético do TC.

22
O TC como Transformador
Característica de Excitação

Diferentes materiais magnéticos levam a características de excitação distintas, o que


permite dimensionar o núcleo para obter o desempenhos mais adequados para cada
aplicação.

23
O TC como Transformador
Característica de Excitação

O levantamento da característica de excitação deve ser executado por ensaio, no qual o


enrolamento primário fica aberto, forçando toda a corrente injetada a passar no ramo que
caracteriza o material do núcleo:

circuito
H1 aberto X1 ES
RP → ∞ RS A
IE
Fonte de
RTC ZM ES
V Corrente
Variável

X2 IE
H2

24
O TC como Transformador
Loop de Histerese

Repetindo: A característica de excitação é o lugar geométrico das extremidades dos loops


de histerese do material utilizado no núcleo magnético do TC.
A corrente de magnetização não é senoidal, sendo rica em 5º e 7º harmônicos.

25
Características Básicas
O TC como Equipamento
O TC como Equipamento

TUDO

27
O TC como Equipamento

Neste tópico estão apresentadas características de aplicação dos transformadores de


corrente sob o ponto de vista da proteção.
O dimensionamento dos transformadores de corrente como equipamentos transcende
em muito o escopo deste curso. Os temas abaixo podem ser encontrados em [3]:
 Correntes Nominal(is) e Relação(ões) Nominal(is);
 Tensão Máxima do Equipamento e Níveis de Isolamento;
 Carga(s) Nominal(is);
 Exatidão;
 Número de Núcleos para Medição e Proteção;
 Fator Térmico Nominal;
 Corrente Térmica Nominal;
 Corrente Dinâmica Nominal;
 Uso Interno ou Externo.
28
O TC como Equipamento
Fator Térmico

O Fator Térmico (FT) é um escalar adimensional que representa a razão entre a corrente
máxima admissível em regime permanente e a corrente primária nominal, sem exceder
o limite térmico (temperatura ambiente de referência - TAR).
FT é uma designação da capacidade de sobrecarga do TC.
Temperaturas ambientes de referência (TAR) da Norma IEEE C57.13: 30° C ou 55° C.
No Brasil a temperatura ambiente de referência (TAR) adequada é de 55° C.
Valores de FT pela Norma IEEE C57.13: 1.0, 1.25, 1.33, 1.5, 2.0, 3.0 e 4.0.
Exemplo: um TC de relação 1200 – 5 A = 240:1 tem FT igual a 1,25. Qual é a máxima
corrente admissível em regime permanente?
𝐼𝑃 = 1.200 A 𝐼𝑃𝑀𝑎𝑥 = 1,25 × 1.200 = 1.500 A

29
O TC como Equipamento
Fator Térmico

A Norma IEEE C57.13 permite estimar o FT para uma temperatura superior à nominal:

𝐹𝑇𝑛𝑜𝑣𝑜 2 85 − 𝑇𝐴𝑅𝑁𝑜𝑣𝑎
2
=
𝐹𝑇𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 55
Exemplo:
Um TC (RTC = 1.200 – 5 A) de temperatura ambiente de referência de 30° C tem FT = 4,0.
Calcular o FT aplicável a 55° C e a corrente máxima admissível em tal condição.

85 − 𝑇𝐴𝑅𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 2
85 − 55
𝐹𝑇𝑛𝑜𝑣𝑜 = ∙ 𝐹𝑇𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = × 42 = 2,95
55 55

𝐼𝑃𝑀𝑎𝑥 = 𝐹𝑇𝑛𝑜𝑣𝑜 ∙ 𝐼𝑃 = 2,95 × 1.200 = 3.540 A

30
O TC como Equipamento
Fator de Sobrecorrente

O fator de sobrecorrente de um TC de proteção é número adimensional pelo qual se


multiplica a corrente secundária nominal e obtêm-se a máxima corrente que assegura a
classe de exatidão nominal, desde que a tensão secundária não ultrapasse o joelho da
curva de excitação em regime permanente.
Na Rede Básica este fator é tipicamente 20.
Assim, a classe de exatidão nominal é elevada, tipicamente 10 % no Brasil, por englobar
correntes de curto-circuito.
Na faixa de medição (faixa linear), um TC de proteção pode ser tão acurado quanto um
TC de medição, bastando aferir o seu desempenho contra um TC padrão.
Para corrente inferior a 10 % da corrente secundária nominal, o erro pode ser superior ao
erro do TC de medição devido ao maior volume de ferro do núcleo.

31
O TC como Equipamento
TCs de Pedestal

Os TCs de pedestal ou de estação podem conter vários núcleos de TCs de proteção e


também núcleos de medição:

32
O TC como Equipamento
TCs de Pedestal

Arranjos internos:

33
O TC como Equipamento
TCs de Bucha (Isolador Passante)

São TCs instalados nas buchas de equipamentos como geradores, transformadores,


disjuntores, etc.
Têm núcleos mais volumosos para acomodar o condutor primário.
Maior corrente de excitação para magnetizar o núcleo para correntes menores que 10 %
do valor nominal.

34
O TC como Equipamento
Primários Série/Paralelo

TCs de pedestal podem ter dois primários para duplicar a relação de transformação.
Isto se aplica a TCs de medição e de proteção.
Com primários em série a relação de transformação é metade da obtida com os primários
em paralelo.
Mudar a ligação dos primários implica em desligamento e isolamento dos TCs.

35
O TC como Equipamento
Primários Série/Paralelo

Ligar os enrolamentos primários em série implica em obter relação de transformação


igual à metade da RTC correspondente a um enrolamento singelo (primário único):

IP
NP 𝑁𝑃 𝐼𝑃 + 𝑁𝑃 𝐼𝑃 = 2𝑁𝑃 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 𝐼𝑆
H1

NP 2𝑁𝑃 𝐼𝑃 𝐼𝑃
H2 𝐼𝑆 = =
𝑁𝑆 𝑅𝑇𝐶𝑆É𝑅𝐼𝐸

NS 𝑁𝑆 𝑅𝑇𝐶𝑆𝐼𝑁𝐺𝐸𝐿𝑂
𝑅𝑇𝐶𝑆É𝑅𝐼𝐸 = =
X1 IS IS X2 2𝑁𝑃 2

36
O TC como Equipamento
Primários Série/Paralelo

Ligar os enrolamentos primários em paralelo implica em obter relação de transformação


igual à metade da RTC correspondente a um enrolamento singelo (primário único):
IP/2
NP 𝐼𝑃 𝐼𝑃
H1 𝑁𝑃 + 𝑁𝑃 = 𝑁𝑃 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 𝐼𝑆
IP/2 2 2
NP 𝑁𝑃 𝐼𝑃 𝐼𝑃
H2 𝐼𝑆 = =
𝑁𝑆 𝑅𝑇𝐶𝑃𝐴𝑅𝐴𝐿𝐸𝐿𝑂

NS 𝑁𝑆
𝑅𝑇𝐶𝑃𝐴𝑅𝐴𝐿𝐸𝐿𝑂 = = 𝑅𝑇𝐶𝑆𝐼𝑁𝐺𝐸𝐿𝑂 = 2𝑅𝑇𝐶𝑆É𝑅𝐼𝐸
X1 IS IS X2 𝑁𝑃

37
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

TCs de Relação Múltipla ou Multi Ratio CTs em inglês.


Os TCs de proteção costumam ter derivações (taps) no enrolamento secundário, de modo
a prover uma ampla gama de relações de transformação.
Desta forma, a RTC pode ser alterada, em geral para mais, conforme o sistema elétrico
evolui, de modo a manter a máxima sintonia entre a proteção e os níveis crescentes de
curto-circuito.
Os TCs de medição podem ter uma única derivação no enrolamento secundário,
oferecendo duas RTCs. Um número maior de derivações poderia prejudicar a exatidão do
equipamento.
No caso de TCs de pedestal com primários série/paralelo, o número de relações de
transformação aumenta bastante, mas não necessariamente dobra.

38
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

Habitualmente o enrolamento secundário apresenta cinco terminais.


Nem todos os pares de terminais do enrolamento secundário podem ser necessariamente
utilizados em TCs antigos, sendo válidas apenas as relações correspondentes aos pares de
terminais listados na placa do equipamento.
Só pode ser usado um par de terminais a cada vez.

39
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

Tomando como exemplo o TC 600 – 5 A da tela anterior, são possíveis as seguintes relações
de transformação:

Relações de Relações de
Terminais Terminais
Espiras Correntes (A)
X1-X5 120 : 1 X2-X3 50 – 5
X2-X5 100 : 1 X1-X2 100 – 5
X3-X5 90 : 1 X1-X3 150 – 5
X4-X5 40 : 1 X4-X5 200 – 5
X1-X4 80 : 1 X3-X4 250 – 5
X2-X4 60 : 1 X2-X4 300 – 5
X3-X4 50 : 1 X1-X4 400 – 5
X1-X3 30 : 1 X3-X5 450 – 5
X2-X3 10 : 1 X2-X5 500 – 5
X1-X2 20 : 1 X1-X5 600 – 5

40
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

O que define se uma das relações múltiplas é efetivamente possível, corresponde à


capacidade de todas as espiras abertas suportarem as tensões ali induzidas.
Normalmente, quando o enrolamento secundário é feito com isolamento pleno, todas as
relações são possíveis.
Quando o enrolamento secundário tem isolamento progressivo (menos custoso), o
recomendável é usar apenas as relações apresentadas na placa de dados do equipamento.
Na próxima tela estão reproduzidas placas de dados de dois transformadores de corrente
nos quais nem todos os pares de terminais do enrolamento secundário podem ser
utilizados. Só podem ser utilizadas as relações citadas nas placas.

41
42
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

A cada RTC possível corresponde uma característica de excitação específica, conforme


apresentado na figura exposta na próxima tela.
A figura consta de [4] com o seguinte texto:

43
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

44
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

É importante atentar que a exatidão apresentada na placa de dados do TC é válida apenas


para a relação máxima (nominal).
Para as demais relações (inferiores), na falta de resultados de ensaios, o joelho da curva de
excitação correspondente a cada relação pode ser estimado pelos conceitos de força
magnetomotriz constante (Ampères x espiras) e densidade de fluxo magnético constante
(Volts/espiras).
Exemplo: Um TC de relação de transformação máxima de 1200 – 5 A = 240:1 tem o joelho
da curva de excitação em 800 V e 80 mA. Quais são as coordenadas correspondentes à
RTC = 400 – 5 A = 80:1?
800 𝑉 800 × 80
= 𝑉= = 267 Volts
240 80 240
0,08 × 240
0,08 × 240 = 𝐼 × 80 𝐼= = 0,24 Ampères
80
45
O TC como Equipamento
TCs de Relação Múltipla

No caso de TCs de pedestal (estação) com primários série/paralelo, o número de RTCs


teoricamente dobra, mas podem ocorrer coincidências numéricas:

Primários Primários em
Terminais em Paralelo Série
RTCs (A) RTCs (A)
X2-X3 50 – 5 25 – 5
X1-X2 100 – 5 50 – 5
X1-X3 150 – 5 75 – 5
X4-X5 200 – 5 100 – 5
X3-X4 250 – 5 125 – 5
X2-X4 300 – 5 150 – 5
X1-X4 400 – 5 200 – 5
X3-X5 450 – 5 225 – 5
X2-X5 500 – 5 250 – 5
X1-X5 600 – 5 300 – 5
46
Transformadores de Corrente
Ligações e Carga Secundária

47
Ligação em Estrela
Ligação em Estrela

O advento da tecnologia digital numérica fez com que a única ligação trifásica de TCs seja
em estrela.
Na era das tecnologias analógicas a ligação em delta era empregada exclusivamente para
simplificar a concepção e aplicação da função de proteção diferencial de transformadores;
de qualquer modo, a ligação em delta será apresentada resumidamente adiante.
Em ambas as ligações é necessário prover o aterramento do circuito secundário de
corrente em um único ponto por questão de segurança dos seres humanos, de modo a
assegurar que a tensão de passo e a tensão de toque sejam baixas o suficiente em todo o
circuito secundário e nos instrumentos a ele conectados.
A figura apresentada na tela a seguir expõe a ligação em estrela e chama a atenção para a
necessidade de empregar terminais que curto-circuitem o secundário quando da eventual
retirada dos dispositivos de proteção. Outra alternativa é usar chaves de aferição.

49
Ligação em Estrela

RTC
A A
B B

C C
Aterramento
de Segurança

RL RL RL RL

50 50 50 50 RELÉS EXTRAÍVEIS
A B C R CURTO-CIRCUITAM O
51 51 51 51 CIRCUITO SECUNDÁRIO
DE CORRENTE

50
Ligação em Estrela
Condição Trifásica Equilibrada

Curto-circuito trifásico, carregamento em regime permanente e carregamento com


instabilidade angular (oscilações ou perda de sincronismo):
IA RTC
A A
IB
B B
IC
C C
IA IB IC
RL RL RL RL

50 50 50 50
A B C R
51 51 51 51

51
Ligação em Estrela
Condição Trifásica Equilibrada

A carga secundária (burden) pode ser determinada pelo somatório das impedâncias que
compõem o circuito secundário de corrente:
 Resistência do cabo – RL;
 Impedância da bobina da unidade instantânea de sobrecorrente de fase – Z50;
 Impedância da bobina da unidade temporizada de sobrecorrente de fase – Z51;
 Impedância da bobina da unidade instantânea de sobrecorrente residual – Z50R;
 Impedância da bobina da unidade temporizada de sobrecorrente residual – Z51R.
Os relés eletromecânicos de sobrecorrente de terra (residuais) têm estrutura magnética
idêntica à dos reles de fase. Para que sejam mais sensíveis (capazes de atuar para
correntes mais baixas, tal como 10 % da corrente secundária nominal), os relés de terra
têm bobinas com mais espiras. Logo, essas bobinas impõem carga secundária mais
elevada, ou seja, têm maior impedância.

52
Ligação em Estrela
Condição Trifásica Equilibrada

A carga secundária (burden) pode ser determinada pelo somatório das impedâncias que
compõem o circuito secundário de corrente:

𝑍𝐵𝜙𝐴 = 𝑍𝐵𝜙𝐵 = 𝑍𝐵𝜙𝐶 = 𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51

Transcrição de parte da página 101, capítulo 7 de [5]:

As tensões terminais terão o seguinte valor modular, pois: 𝐼𝐴 = 𝐼𝐵 = 𝐼𝐶 = 𝐼

𝑉𝑇𝐴 = 𝑉𝑇𝐵 = 𝑉𝑇𝐶 = 𝐼 𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51


53
Ligação em Estrela
Condição de Falta Bifásica

Curto-circuito bifásico C-A radial:


ICC RTC
A A
B B
ICC
C C
ICC ICC 𝑍𝐵𝜙𝐴 = 𝑍𝐵𝜙𝐶 = 𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51
RL RL RL RL
𝑉𝑇𝐴 = 𝑉𝑇𝐶 = 𝐼𝐶𝐶 𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51

50 50 50 50
A B C R
51 51 51 51

54
Ligação em Estrela
Condição de Falta Monofásica

Curto-circuito monofásico B-N radial:


RTC
A A
ICC
B B

C C
ICC ICC
𝑍𝐵𝜙𝐵 = 2𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51 + 𝑍50𝑅 + 𝑍51𝑅
RL RL RL RL
𝑉𝑇𝐵 = 𝐼𝐶𝐶 2𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51 + 𝑍50𝑅 + 𝑍51𝑅

50 50 50 50
A B C R
51 51 51 51

55
Ligação em Estrela
Condição de Falta Bifásica à Terra

Curto-circuito bifásico à terra A-B-N radial:


ICCA RTC
A A
ICCB 𝑍𝐵𝜙𝐴 = 𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51
B B

C C 𝑍𝐵𝜙𝐵 = 𝑅𝐿 + 𝑍50 + 𝑍51

ICCA ICCB ICCR 𝑍𝐵𝑅 = 𝑅𝐿 + 𝑍50𝑅 + 𝑍51𝑅


RL RL RL RL
𝐼𝐶𝐶𝑅 = 𝐼𝐶𝐶𝐴 + 𝐼𝐶𝐶𝐵

𝑉𝑇𝐴 = 𝐼𝐶𝐶𝐴 𝑍𝐵𝜙𝐴 + 𝐼𝐶𝐶𝑅 𝑍𝐵𝑅


50 50 50 50
A B C R
51 51 51 51 𝑉𝑇𝐵 = 𝐼𝐶𝐶𝐵 𝑍𝐵𝜙𝐵 + 𝐼𝐶𝐶𝑅 𝑍𝐵𝑅

56
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

A figura abaixo descreve TCs ligados em estrela conectados a relés eletromecânicos de


sobrecorrente de fase e residual. A figura 3-4 [5] apresenta os ajustes de pick-up (corrente
mínima de operação) dos relés e as impedâncias das respectivas bobinas de corrente:

57
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

Os TCs, que são de relação múltipla, estão ligados na RTC = 100 – 5 A = 20:1 e têm as
características de excitação apresentadas na figura {parte da figura 3-3 [5]} abaixo:

58
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

A parte complementar da figura 3-3 [5], apresentada abaixo, contém as resistências do


enrolamento secundário para cada RTC:

59
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

Considerando que a condição imposta ao primário é de um curto-circuito monofásico na


fase A e que a corrente mínima de operação do relé de terra (residual) é de 0,5 A,
determinar o valor da respectiva corrente primária.

A figura da próxima tela {figura 3-5 [5]} apresenta a ligação em estrela com os circuitos
equivalentes dos transformadores de corrente:

60
Ia = ?

61
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

Se há meio Ampère fluindo na bobina do relé de terra (residual), ocorre uma queda de
tensão de 11 V:

𝑍51𝑅 = 22 Ω
𝐼𝑅 = 0,5 A

Δ𝑉51𝑅 = 𝑍51𝑅 ∙ 𝐼𝑅 = 22 × 0,5 = 11 V

A figura apresentada na próxima tela agrega a queda de tensão ao diagrama trifilar com
os circuitos equivalentes dos TCs:

62
Ia = ?

63
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

Pode-se assumir que a queda de tensão de onze Volts está diretamente aplicada aos
terminais dos TCs das fases B e C.

Não há exatidão suficiente para justificar um processo iterativo que leve em conta a
queda de tensão adicional na bobina dos relés 51 (de fase) das fases B e C, cujas bobinas
têm impedância de 0,68 Ω, e na resistência do secundário dos TCs, que é de 0,08 Ω.

A figura apresentada na próxima tela agrega a queda de tensão sobre o relé 51R aos
terminais dos TCs das fases B e C e, consequentemente ao ramo de excitação:

64
Ia = ?

11 V 11 V

11 V 11 V

65
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

Logo, pela característica de excitação correspondente à RTC = 100 – 5 A = 20:1 pode-se


determinar as correntes de excitação dos transformadores de corrente das fases B e C,
conforme exposto na próxima tela:

66
RTC = 100 – 5 A
11 V

0,6 A

67
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

A figura apresentada na próxima tela agrega as correntes de excitação de 0,6 A drenadas


pelos transformadores de corrente das fases B e C, bem como acrescenta a corrente da
fase A:

𝐼𝐴 = 𝐼𝑅 + 𝐼𝐸𝐵 + 𝐼𝐸𝐶

𝐼𝐴 = 0,5 + 0,6 + 0,6

𝐼𝐴 = 1,7 A

68
Ia = ?

11 V 11 V

11 V 11 V

69
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

Desta forma, a tensão secundária do transformador de corrente da fase A corresponde


aos 11 V da queda de tensão sobre a bobina do relé de terra (residual) mais as quedas de
tensão na impedância da bobina do relé da fase A (0,68 Ω) e na resistência do
enrolamento secundário (0,082 Ω). É importante observar que, no livro [5], a resistência
do enrolamento secundário foi considerada como 0,08 Ω:

𝐸𝑆𝐴 = 𝐼𝐴 0,08 + 0,68 + 11

𝐸𝑆𝐴 = 1,7 × 0,08 + 0,68 + 11

𝐸𝑆𝐴 = 13,5 V

A figura exposta na próxima tela ilustra o acréscimo da tensão secundária da fase A :

70
Ia = ?
13,5 V

11 V 11 V

11 V 11 V

71
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

Logo, pela característica de excitação correspondente à RTC = 100 – 5 A = 20:1 pode-se


determinar a corrente de excitação do transformador de corrente da fase A, conforme
exposto na próxima tela:

72
13,5 V
RTC = 100 – 5 A

0,8 A

73
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

A próxima tela apresenta o diagrama trifilar acrescido da corrente de excitação do TC da


fase A (0,8 A) e da corrente primária idealmente transformada (IPIT):

𝐼𝐸𝐴 = 0,8 A

𝐼𝐴 = 1,7 A

𝐼𝑃𝐼𝑇 = 𝐼𝐸𝐴 + 𝐼𝐴 = 2,5 A

Portanto, a corrente primária é o valor idealmente transformado multiplicado pela RTC,


também agregado ao diagrama trifilar:

𝐼𝑃 = 𝐼𝑃𝐼𝑇 × 𝑅𝑇𝐶

𝐼𝑃 = 2,5 × 20 = 50 AP
74
13,5 V

11 V 11 V

11 V 11 V

75
Ligação em Estrela
Exemplo Cruel [5]

É fundamental perceber que, usando a RTC para passar ao primário a corrente residual, a
corrente primária seria de apenas:

𝐼𝑃𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝐼𝑅 × 𝑅𝑇𝐶

𝐼𝑃𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 = 0,5 × 20 = 10 AP

No entanto, a corrente primária real é 50 AP, ou seja, cinco vezes maior!

SERÁ QUE ATUALMENTE AINDA EXISTEM


INSTALAÇÕES DE EAT EM QUE ISTO SEJA APLICÁVEL?
76
Ligação em Delta
Ligação em Delta

Há duas ligações em delta:


 A que adianta de 30o as componentes simétricas de sequência positiva e que atrasa do
mesmo ângulo as componentes simétricas de sequência negativa:
 Na sequência de fases A-B-C as correntes externas ao delta são IAB, IBC e ICA;
 A que atrasa de 30o as componentes simétricas de sequência positiva e que adianta do
mesmo ângulo as componentes simétricas de sequência negativa:
 Na sequência de fases A-B-C as correntes externas ao delta são IAC, IBA e ICB;

Nas figuras a seguir foram supostos relés diferenciais eletromecânicos com uma unidade
de alto ajuste (87H) diferencial do tipo de sobrecorrente e uma unidade mais sensível (87L)
diferencial do tipo percentual.

78
IA RTC
A A
IA
IB RΔ
B B
IB
IC RΔ
C C
IC

IAB = IA - IB IBC = IB - IC ICA = IC - IA

RL RL RL
C

87H 87H 87H


A ω
AB BC CA
87L 87L 87L B

79
Ligação em Delta

Ligação que adianta de 30o as componentes simétricas de sequência positiva e que atrasa
do mesmo ângulo as componentes simétricas de sequência negativa:
 Na sequência de fases A-B-C as correntes internas ao delta são IA, IB e IC;
 Na sequência de fases A-B-C as correntes externas ao delta são IAB, IBC e ICA;

𝑍𝐵𝐼 = 𝑅Δ 𝑍𝐵𝐸 = 𝑅𝐿 + 𝑍87𝐻 + 𝑍87𝐿

𝐼𝐴 = 𝐼𝐵 = 𝐼𝐶 = 𝐼 𝐼𝐴𝐵 = 𝐼𝐵𝐶 = 𝐼𝐶𝐴 = 3𝐼

𝑉𝑇 = 𝑍𝐵𝐼 𝐼 + 𝑍𝐵𝐸 3𝐼

Não há necessidade de acrescentar o ângulo de trinta graus à segunda parcela da equação


acima, visto que o resultado seria apenas um pouquinho menos pessimista.

80
IA RΔ
A A
IA
IB RΔ
B B
IB
IC RΔ
C C
IC
IAC = IA - IC IBA = IB - IA ICB = IC - IB

RL RL RL
C

87H 87H 87H


A ω
AB BC CA
87L 87L 87L B

81
Ligação em Delta

Ligação que atrasa de 30o as componentes simétricas de sequência positiva e que adianta
do mesmo ângulo as componentes simétricas de sequência negativa:
 Na sequência de fases A-B-C as correntes internas ao delta são IA, IB e IC;
 Na sequência de fases A-B-C as correntes externas ao delta são IAC, IBA e ICB;

𝑍𝐵𝐼 = 𝑅Δ 𝑍𝐵𝐸 = 𝑅𝐿 + 𝑍87𝐻 + 𝑍87𝐿

𝐼𝐴 = 𝐼𝐵 = 𝐼𝐶 = 𝐼 𝐼𝐴𝐵 = 𝐼𝐵𝐶 = 𝐼𝐶𝐴 = 3𝐼

𝑉𝑇 = 𝑍𝐵𝐼 𝐼 + 𝑍𝐵𝐸 3𝐼

Não há necessidade de acrescentar o ângulo de menos trinta graus à segunda parcela da


equação acima, visto que o resultado seria apenas um pouquinho menos pessimista.

82
Transformadores de Corrente
Exatidão

83
Aspectos Básicos
Exatidão
(Eufemismo para Erro)
O erro composto é causado pela corrente de excitação (magnetização).
Trata-se do valor eficaz da diferença entre a corrente primária idealmente transformada e
a corrente secundária real, incluindo o defasamento e os harmônicos da corrente de
excitação.
Num TC sem dispersão de fluxo magnético, o erro composto é o percentual do valor
eficaz da corrente de excitação em relação à corrente primária idealmente transformada.
Para que o erro seja apenas modular, a carga secundária (burden) deve ter o mesmo
ângulo de fase que a impedância de magnetização, o que é extremamente raro.
H1
X1 C1
IP/RTC RS IS RL
IP
XE IE ES VT RB IED
RTC
IP/RTC IS RL
X2 C2
H2
85
Exatidão
Característica de Excitação

Por não ser linear, como é inerente aos materiais magnéticos, a característica de
excitação impõe distorção harmônica à corrente de magnetização.
Os transformadores de potência e os de potencial (TP) trabalham com a densidade de
fluxo magnético variando numa faixa relativamente estreita, função dos limites de tensão
de operação do respectivo barramento.
Os TCs trabalham com densidade de fluxo muito variável, por ser função da corrente
primária.

86
Exatidão
Regimes Operativos e Normas

A exatidão dos transformadores de corrente de proteção depende das condições


operativas impostas a eles pelo sistema elétrico:
 Regime permanente;
 Regime transitório.

No Brasil são adotadas as seguintes normas:


 NBR 6856, 1992, 2015 e 10023 (COBEI/ABNT) para TCs de fabricação nacional;
 ANSI/IEEE C57.13 para TCs de fabricação norte-americana;
 IEC 61869 para TCs de fabricação europeia.

87
Exatidão em Regime Permanente
Exatidão em Regime Permanente

Em linhas gerais, a exatidão de placa do TC em regime permanente é mantida enquanto a


operação do equipamento restringe-se à faixa linear, ou seja, acima de 10 % da corrente
nominal e abaixo do joelho da característica de excitação:
ES

IE

Neste caso, o fluxo magnético supera o joelho da característica de excitação.


89
Exatidão em Regime Permanente

Quando o TC opera na faixa linear, o respectivo loop de histerese assume um formato


lenticular, conforme ilustrado na figura abaixo:

Limítrofe

Linear

90
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]

A especificação da exatidão é dada por:


 Tipo de núcleo (alta ou baixa reatância de dispersão);
 Fator de sobrecorrente;
 Classe de exatidão;
 Tensão secundária máxima.

As normas fazem distinção entre os tipos de núcleos, uma vez que nos TCs com reatâncias
de dispersão desprezível, a corrente de carga que normalmente possui fator de potência
baixo (0,5) está praticamente em fase com a corrente de magnetização, o que permite
obter o erro de relação por meio de cálculo.

91
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
Tipos de Núcleo {Tabela 2.2 de [1]}:

TCs de baixa reatância de dispersão são aqueles cuja exatidão pode ser determinada por
cálculo. Neles a reatância de dispersão não causa efeito apreciável no erro de relação.
Efeito apreciável corresponde a uma diferença de 1 % entre o erro de relação real e o
calculado.
TCs de alta reatância de dispersão são aqueles cuja exatidão só pode ser determinada por
teste. Em geral os TCs que têm primário enrolado apresentam alta reatância de dispersão.
O autor nunca teve que lidar com um TC de alta reatância de dispersão. 92
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]
Tipos de Núcleo {Tabela 2.2 de [1]}:

 L significa low;
 H significa high;
 C significa cálculo;
 T significa teste;
 B significa baixa;
 A significa alta.
93
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]

Fator de sobrecorrente é a relação entre a corrente de falta simétrica, para a qual a


exatidão é garantida, e a corrente nominal. Abaixo, a Tabela 2.3 de [1]:

94
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]

Limite do erro composto para a corrente de falta simétrica definida pelo fator de
sobrecorrente, quando alimentando a carga secundária nominal especificada. Abaixo, a
Tabela 2.4 de [1]:

95
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]

Tensão secundária é a tensão que o TC fornecerá à carga padrão nominal quando


submetido à corrente de falta simétrica determinada pelo fator de sobrecorrente, sem
exceder o limite de erro definido pela classe de exatidão especificada. Abaixo, a Tabela
2.5 de [1]:

96
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR [1]

Exemplo de especificação de TC de proteção, conforme a Figura 2.15 de [1]:

97
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR

Exemplo 1 [1]:

Um TC de relação 1200 – 5 A = 240:1 e exatidão C400 (ES = 400 V) com a curva de


excitação mostrada na figura apresentada na próxima tela é conectado a uma carga de
2,0 Ω. Qual é a máxima corrente de curto-circuito que pode ser aplicada ao TC sem
exceder o erro de relação de 10 %?

98
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR
Exemplo 1 [1]:
Figura 5.8 de [6]:

99
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR

Exemplo 1 [1]:
Solução:
Pela figura anterior, a resistência secundária do TC é 0,61 Ω e a carga conectada ao TC é
igual a 2,0 Ω.
Tensão secundária:
ES = IS (RS + ZB) = 20 x IN (0,61 + 2,0) = 100 x 2,61 = 261 V
Na classe de exatidão C400, a corrente máxima secundária para a carga total no TC é:
IS = 400/2,61 = 153 A
A máxima corrente primária é: 153 x 240 = 36.720 AP.

100
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR

Exemplo 2 [1]:
Um TC de relação 1200 – 5 = 240:1 e exatidão C400 com a curva de excitação mostrada na
figura do Exemplo 1 é conectado ao tap de 1.000 A. Qual a máxima carga que pode ser
conectada ao secundário mantendo a sua precisão em 20 vezes a corrente nominal?
Solução:
A tensão secundária correspondente ao tap de 1.000 A é:
ES = (1.000/1.200) x 400 = 333 V
ES = IS(RS + RB)
Logo: RB = (ES/IS) – RS
IS = 20 x 5 = 100 A
Da tabela da curva de excitação: RS = 0,51 Ω
RB = (333/100) – 0,51
RB = 2,72 Ω

101
Exatidão em Regime Permanente
Por Normas ASA, IEEE e NBR

Exemplo 3 [1]:
Um TC de relação 300 – 5 A = 60:1 de exatidão C400 com a curva de excitação mostrada
na figura anterior alimenta um relé cujo burden é 5 Ω e corrente de pickup de 2,0 A.
Calcular a corrente primária para atuar o relé.
Solução:
Da tabela da curva de excitação: RS = 0,15 Ω
ES = IS(RS + RB)= 2,0 (5,0 + 0,15) = 10,3 V
Entrando na curva de excitação com ES = 10,3 V, IE = 0,04 A
Corrente total secundária é: IS = 2,0 + 0,04 = 2,04 A
Corrente primária: IP = 2,04 x 60 = 122,0 AP

102
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC

A Norma IEC trata este tema de forma distinta da Norma ANSI/IEEE.


Esta apresentação permanece com a simbologia abaixo:

H1
Convenção:
X1 C1 RTC – relação do TC
RS IS RL
IP IP/RTC IP – corrente do primário
XE IE ES VT RB IED IP/RTC – corrente idealmente transformada
RTC
IP/RTC IS RL XE – reatância de excitação
X2 C2 IE – corrente de excitação
H2 ES – tensão secundária
RS – resistência do enrolamento secundário
Terminais:
VT – tensão terminal
H1 e H2 – primário do TC
IS – corrente do secundário
X1 e X2 – secundário do TC
RL – resistência dos cabos
C1 e C2 – entrada de corrente do IED
RB – “resistência” da entrada de corrente

103
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]

A Norma IEC trata este tema de forma distinta da Norma ANSI/IEEE.

𝐼𝑃
Relação de transformação na faixa linear de operação: 𝑅𝑇𝐶 =
𝐼𝑆

Tensão terminal: 𝑉𝑇 = 𝑅𝐵 𝐼𝑆
Observação: Para reduzir o número de variáveis, RB engloba a resistência da entrada de
corrente do IED e a resistência do(s) cabo(s) RL.

Potência suprida pelo TC: 𝑃𝑇𝐶 = 𝐼𝑆2 𝑅𝐵

Tensão secundária: 𝐸𝑆 = 𝐼𝑆 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵

104
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]

O dimensionamento do TC deve assegurar a exatidão para corrente de faltas até um valor


denominado corrente limite da exatidão nominal, considerando a carga secundária
nominal (RBN). O limite de corrente da exatidão nominal é dado na forma de múltiplo da
corrente nominal (IN) mediante o fator ALF (Accuracy Limit Factor).

Assim: 𝐼𝑃𝐴 = 𝐴𝐿𝐹 ∙ 𝐼𝑃𝑁 𝐼𝑆𝐴 = 𝐴𝐿𝐹 ∙ 𝐼𝑆𝑁

O ALF corresponde ao fator de sobrecorrente FSC da Norma Americana.

A tensão secundária que é induzida quando flui a corrente limite da exatidão nominal é
dita a tensão de saturação do TC.

Portanto: 𝐸𝑆𝐴 = 𝐴𝐿𝐹 ∙ 𝐼𝑆𝑁 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵𝑁

105
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]

Há duas classes de exatidão, conforme a tabela abaixo {Tabela 5.1 de [7]}:

106
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]
Um TC de proteção é especificado pelos parâmetros resumidos abaixo:

A questão do magnetismo residual ou remanescente será tratada adiante.


107
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]

As diferentes classes de exatidão de TC são aplicadas na prática da seguinte forma:


 A classe 5P é preferida para proteção diferencial e de distância devido à melhor
exatidão;
 A classe 10P é normalmente aplicada com proteção de sobrecorrente temporizada em
redes de distribuição;
 As classes PR são usadas até certo ponto para evitar problemas de saturação
causados ​pelo magnetismo residual ou remanescente de TCs Classe P;
 A classe PX é usada principalmente com proteção diferencial de alta impedância.
O exemplo a seguir fornece informações complementares:

108
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC

Exemplo 5-1 de [7] – Real accuracy limit factor in operation ALF’ (ALF’ é o fator limite de
exatidão real em operação):
Dados: TC de proteção, ALF = 10, RTC = 400/1 A; 5P10; 30 VA; RS = 6,2 Ω; carga secundária
(cabos mais IED) RB = 3,5 Ω. Determinar o fator limite de exatidão real do TC (ALF’) em
operação.
Solução:
O fator limite de exatidão nominal do TC só se aplica com carga secundária nominal. Se
uma carga secundária menor for conectada, a tensão secundária fica menor e pode-se
empregar um fator limite de exatidão real em operação ALF’ > ALF calculado da seguinte
forma:

𝑃𝑆 + 𝑃𝐵𝑁 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵𝑁
𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹
𝑃𝑆 + 𝑃𝐵 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵

109
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]

𝑃𝑆 + 𝑃𝐵𝑁 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵𝑁
𝐴𝐿𝐹 ′ = 𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹
𝑃𝑆 + 𝑃𝐵 𝑅𝑆 + 𝑅𝐵

Convenção:
 PN = Carga secundária nominal do TC
 PS = RS·(ISN)2 = Carga secundária interna do TC
 PB = RB·(ISN)2 = Carga secundária real
 RS = Resistência secundária
 RBN = Resistência nominal da carga secundária
 RB = RL + RIED = Resistência da carga secundária real
 RL = Resistência do(s) cabo(s)
 RIED = resistência da entrada de corrente do IED

110
Exatidão em Regime Permanente
Por Norma IEC [7]

Aplicando ao exemplo:


𝑅𝑆 + 𝑅𝐵𝑁
𝐴𝐿𝐹 = 𝐴𝐿𝐹
𝑅𝑆 + 𝑅𝐵

𝐴𝐿𝐹 = 10

𝑃𝐵𝑁 30
𝑅𝑆 = 6,2 Ω 𝑅𝐵𝑁 = 2 = 2 = 30 Ω 𝑅𝐵 = 3,5 Ω
𝐼𝑆𝑁 1

6,2 + 30
𝐴𝐿𝐹 ′ = 10 × = 37,3
6,2 + 3,5

O TC pode, portanto, operar com até 37,3 vezes a corrente nominal com exatidão de 5%.

111
Exatidão em Regime Permanente
Operação com Secundário Aberto
Abertura do Circuito Secundário de Corrente

A abertura do circuito secundário de corrente caracteriza o caso extremo de carga


secundária (burden) excessiva.
Os dispositivos de proteção devem ter terminais curto-circuitáveis ou contar com chaves
de aferição externamente aos terminais de corrente.
Chaveamentos automáticos nos circuitos secundários com outros propósitos devem ser
cautelosamente evitados. Por exemplo:
Quando TCs de pedestal (de estação) têm seu primário inserido no loop de uma linha de
transmissão isolada e aterrada sujeita a acoplamento magnético com outra(s) linha(s) de
transmissão em serviço, vai circular nos TCs da LT isolada e aterrada a corrente induzida
pelo(s) acoplamento(s) magnético(s), a qual será injetada pelo sistema secundário na
função de proteção de barramentos. A citada corrente induzida não participa do nó
primário que é o barramento, portanto será um desbalanço no secundário que pode levar
a proteção de barras a atuar intempestivamente em regime permanente de carga.
113
Abertura do Circuito Secundário de Corrente

A abertura do circuito secundário de corrente caracteriza o caso extremo de carga


secundária (burden) excessiva.
Os dispositivos de proteção devem ter terminais curto-circuitáveis ou contar com chaves
O escabroso caso do
de aferição externamente aos terminais de corrente.

erro de manobra que


Chaveamentos automáticos nos circuitos secundários com outros propósitos devem ser
cautelosamente evitados. Por exemplo:
propiciava surras e
Quando TCs de pedestal (de estação) têm seu primário inserido no loop de uma linha de
transmissão isolada e aterrada sujeita a acoplamento magnético com outra(s) linha(s) de
acabou em suicídio!!!
transmissão em serviço, vai circular nos TCs da LT isolada e aterrada a corrente induzida
pelo(s) acoplamento(s) magnético(s), a qual será injetada pelo sistema secundário na
função de proteção de barramentos. A citada corrente induzida não participa do nó
primário que é o barramento, portanto será um desbalanço no secundário que pode levar
a proteção de barras a atuar intempestivamente em regime permanente de carga.

114
Abertura do Circuito Secundário de Corrente

H1 X1
RP → 0 RS
IP IE

RTC ZM ES

H2 X2

Os picos da tensão secundária podem ser muito elevados, culminando por deteriorar o
isolamento entre primário e secundário.

115
Transformadores de Corrente
Resposta Transitória
Resposta Transitória

A corrente de curto-circuito contém uma


componente exponencial transitória, também
chamada componente CC.
Num TC ideal de relação 1:1, o fluxo magnético
máximo é muitas vezes maior do que o fluxo
alternado que ocorreria sem a componente DC,
de modo a induzir a tensão secundária capaz de
compensar Ampères x espiras.
Se a indutância de magnetização (excitação) for
infinita (LE = ∞), o máximo fluxo transitório é
regido pelo grau de assimetria de IP e pela
constante de tempo TP do sistema primário, ou
seja, pela área hachurada exposta na figura.
117
Resposta Transitória

Com máxima assimetria e circuito secundário


resistivo, a razão entre o fluxo máximo e o valor
de pico do fluxo alternado é aproximadamente
igual à constante X/R do sistema primário para
aquele curto-circuito.
Quando LE é finita, a componente exponencial
de IS torna-se menor do que a de IP devido ao
valor da componente exponencial da corrente
de excitação IE.
Assim, as componentes CC da tensão secundária
ES e do respectivo fluxo unidirecional são
reduzidas.
118
Resposta Transitória

Para o TC ser acurado em tais condições, a seção


reta do seu núcleo deve ser grande o bastante
para acomodar o fluxo magnético sem saturação
do material que constitui o núcleo.
Há limitações óbvias para o volume de material
magnético usado no núcleo.

119
Resposta Transitória

A figura ao lado descreve o efeito da saturação


se a área da seção reta do núcleo for
insuficiente.
A reatância de magnetização LE é reduzida pela
saturação e a corrente de excitação IE drena boa
parte de IP, distorcendo a forma de onda de IS.
Ao longo das excursões negativas da corrente há
redução do fluxo, tirando o núcleo da saturação.
Ao crescer positivamente o fluxo causa nova
saturação e assim por diante.
Conforme a componente exponencial se atenua,
as excursões negativas do fluxo crescem e IS
volta ao normal.
120
Resposta Transitória
SEMPRE PODE SER PIOR

I swear there ain't no heaven and pray there ain't no hell,


But I'll never know by living, only my dying will tell.

And When I Die


Laura Nyro

121
Resposta Transitória
SEMPRE PODE SER PIOR

122
Resposta Transitória
Magnetismo Residual [7]

Devido ao loop de histerese, quando ocorre a abertura do(s) disjuntor(es), a intensidade


de campo magnético é imediatamente anulada, mas a densidade de fluxo magnético
impõe um valor residual que decai, porém não decresce rapidamente:

Figura 5.5 de [7].


123
Resposta Transitória
Caso Crítico

Pode ocorrer num ciclo malsucedido de abertura


e religamento automático de LT:
 Curto-circuito interno,
 Detecção pela proteção,
 Abertura do(s) disjuntor(es),
 Magnetismo residual,
 Tempo morto,
 Fechamento de disjuntor,
 Curto-circuito interno impõe
fluxo crescente de mesma
polaridade,
 Forte saturação do TC,
 Problemas na proteção. Figura 5.6 de [7].

124
Resposta Transitória
Entreferro - “Introduzir ou não introduzir, eis a questão!”

A Norma IEC considera os seguintes tipos de TC:


P – O limite de exatidão é definido pelo erro composto com a corrente primária simétrica de
regime permanente. Nenhuma limitação para o magnetismo remanente.
TPS – Transformador de corrente com baixo fluxo de dispersão, cujo desempenho é definido pela
característica de excitação secundária e os limites de erro da relação de espiras. Nenhuma
limitação para o magnetismo remanente.
TPX – O limite de exatidão é definido pelo erro instantâneo de pico durante um ciclo transitório
especificado. Nenhuma limitação para o magnetismo remanente.
TPY – O limite de exatidão é definido pelo erro instantâneo de pico durante um ciclo transitório
especificado. O magnetismo remanente não excede 10% da densidade de fluxo de saturação. Tem
um pequeno entreferro.
TPZ – O limite de exatidão é definido pelo erro da componente AC instantânea de pico durante
uma energização simples, com máximo deslocamento DC para uma constante de tempo
secundária especificada. Nenhum requisito para limitação da componente DC. O fluxo
remanescente deve ser desprezível. Tem entreferro significativo.
125
Resposta Transitória
Entreferro - “Introduzir ou não introduzir, eis a questão!”

TC TPZ TC convencional
Os TCs TPY e TPZ podem ser especificados
para sistemas elétricos que utilizam
religamento automático (função 79), em
que o magnetismo remanescente pode
afetar o desempenho da proteção.
Nos sistemas de EAT no Brasil é usual a
aplicação de TCs TPZ (IEC).
A figura descreve a diferença entre os
loops de histerese de um TC convencional
e um TPZ (praticamente não há
magnetismo remanescente).

126
Transformadores de Corrente
Transactor

127
Transactor

Transactor (transformador e reator) é um componente eletromagnético capaz de figurar


como indutância quase pura, transformando um sinal de corrente em um sinal de tensão
adiantado de 90o e livre da componente exponencial da corrente de curto-circuito.
Foi muito utilizado em diversas gerações de proteções analógicas de distância.
Trata-se de um transformador de dois enrolamentos com um grande entreferro que
lineariza o circuito magnético: RGAP + RFE ≈ RGAP
Assim se tem a indutância inversamente proporcional à relutância do entreferro:
L = N2/RGAP

128
Transactor

𝑉𝑇 = 𝑗𝑋𝑇 𝐼𝑆 IP RTC

IS

𝐼𝑃 RL RL
𝐼𝑆 =
𝑅𝑇𝐶
TRANSACTOR

jXT
𝑗𝑋𝑇 𝐼𝑆
𝑉𝑇 = VT
𝑅𝑇𝐶

129
Transactor

O transactor concebido pelo Prof. Wedepohl na década de 1950 tinha primário enrolado
e seu núcleo era feito com lâminas de material magnético na forma da letra F.
Com um transactor dotado de primário com uma única espira e construído com lâminas
de material magnético em forma de C, Raul Sollero e Rui Moraes (CEPEL) dotaram a
proteção estática de distância DI de sobrealcance transitório quase nulo.

130
Transactor
O transactor concebido pelo Prof. Wedepohl na década de 1950 tinha
primário enrolado e seu núcleo era feito com lâminas de material
magnético na forma da letra F.
Com um transactor dotado de primário com uma única espira e
construído com lâminas de material magnético em forma de C, Raul
Sollero e Rui Moraes (CEPEL) dotaram a proteção estática de distância
DI de sobrealcance transitório praticamente nulo.

131
Transformadores de Corrente e de Potencial
Referências Bibliográficas

132
Referências

[1] A. C. da Rocha Duarte, “Introdução à Proteção de Sistemas Elétricos de Potência -


Equipamentos de Geração e Transmissão - Conceitos e Critérios”, Artliber Editora,
ONS, 2018.
[2] M. V. González Sábato, “Transformadores de Corriente y de Tensión”, Ediciones
Tecnodeba, 1989.
[3] A. D’Ajuz, F. M. Salgado Carvalho et al, “Equipamentos Elétricos – Especificação e
Aplicação em Subestações de Corrente Alternada”, FURNAS/UFF, 1985.
[4] C. R. Mason, “The Art and Science of Protective Relaying”, John Wiley and Sons Inc.,
1956.
[5] Westinghouse, “Applied Protective Relaying – Silent Sentinels”.
[6] J. L. Blackburn and T. J. Donin, “Protective Relaying – Principles and Applications”, CRC
Press, Fourth Edition, 2014.
133
Referências

[7] G. Ziegler, “Numerical Differential Protection – Principles and Applications”, Siemens.


[8] ASEA, RAZFE, “High Speed Phase and Ground Distance Protection for High
Voltage Transmission Lines and Cables”, 61-12AG Application Guide, 1979.

134
FIM
A SEGUIR: TRANSFORMADORES DE POTENCIAL

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