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Curso Livre de Formação em Psicanálise Disciplina: Introdução a Psicanálise FIC SERVIÇOS EDUCACIONAIS LTDA

FIC SERVIÇOS EDUCACIONAIS LTDA

CURSO LIVRE DE FORMAÇÃO


EM PSICANÁLISE

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A PSICANÁLISE

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CONCEITO GERAL

Ninguém melhor do que o homem, que sozinho descobriu tudo o que


sabemos hoje sobre uma ciência, que tendo sofrido uns poucos
acréscimos e algumas correções de curso é a mesma: Psicanálise, vez
que ninguém, de qualquer ramo de Psicologia, conseguiu, de modo
racional e final, demolir a grande obra que já completou 100 anos de bons
serviços prestados à humanidade.
PSICANÁLISE É
• É um procedimento para a investigação de processos mentais que, de
outra forma, são, praticamente, inacessíveis
• É um método baseado nessa investigação para o tratamento de
distúrbios neuróticos;

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• É uma série de concepções psicológicas adquiridas por esse meio e


que se somam umas às outras, para formarem, progressivamente, uma
nova disciplina científica.
O Psicanalista é um profissional clínico que pratica a Psicanálise em
consultórios, em hospitais, empregando a metodologia e a técnica dos
princípios da psicanálise.
O Psicanalista é o profissional que aplica os princípios, os postulados, as
técnicas e os métodos da Psicanálise no tratamento ou na prevenção de
distúrbios psíquicos de natureza inconsciente, tais como: Perturbações
caracterológicas estados neuróticos: inadaptações, timidez, impulsividade,
sentimentos de culpa, desgostos obsedante, escrúpulo excessivo,
distrações desagradáveis, dúvidas persistentes, fobias, obsessões,
neurastenias, neuroses de fracasso etc.
A Psicanálise é a ciência do inconsciente, é conhecida também como
ciência arte, é a forma de tratamento de todas as neuroses e da

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problemática humana, através do processo de livre associação,


interpretação de sonhos, resistência e dos conflitos internos
A Psicanálise surgiu dentro da Medicina como uma tentativa de curar os
sintomas histéricos por meio psicológico.
A Psicanálise não é uma sub-especialidade da psiquiatria, também não é
especialização médica. São ciências afins, completamente definida e
cuidando da parte do psiquismo que não se confunde.
A Psicanálise é considerada como a Teoria da Personalidade.
A Psicanálise com seus métodos:
1. Técnica;
2. Objetivo;
3. Princípios.

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A Psicanálise é uma técnica, um método de investigação que consistem


em descobrir o significado inconsciente das palavras, das ações e das
produções imaginárias:
1. Sonhos
2. Fantasias
3. Delírios de um indivíduo baseado na associação livre.

A Psicanálise é um conjunto de princípios determinantes com fatores de


eliminação de sintomas.
A Psicanálise é análise, métodos de tratamento criados por Freudianos:
1. Métodos das desordens mentais e emocionais que constituem a
estrutura das neuroses como toda problemática de vida;
2. Conflitos internos

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3. Perturbações;

4. Transtornos. A Psicanálise é investigação psicológica que tem por fim


lhe trazer a luz da consciência, os sentimentos obscuros ou recalcados.
A Psicanálise é o estudo de uma obra de arte.
A Psicanálise é o método de tratamento de doenças de origens psíquicas,
tendo por base sua investigação.
A Psicanálise é um método de psíquico-terapia fundamentado na
investigação e especificado pela a interpretação da resistência, da
transferência e do desejo.
A Psicanálise é um conjunto de teoria psicológica e psico-patológica,
sistematizando aos dados introduzidos pelo método e técnica de
Psicanálise Clínica de observação, investigação de tratamento.

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O OBJETIVO DA PSICANÁLISE
Não pretende e não tem por objetivo modificar o homem. O objetivo da
psicanálise é formar o inconsciente, o consciente (trazer o paciente de
volta para o seu mundo real); há pessoas que tomando consciência dos
seus motivos, dos seus conflitos consigo mesmo poderá se quiser ter a sua
vida transformada e modificada.
Segundo Freud, a Psicanálise é um método de:
1. Processos mentais, quase inacessíveis por outros meios.
2. Uma técnica baseada na investigação, no tratamento de distúrbios
neuróticos e transtorno de personalidade.
3. Um conjunto de informações psicológicas que trata de todas neuroses.

Considerações iniciais. Se há alguma coisa, que se destaca, no exercício


das nossas atividades num consultório, é o conceito que estabelece que

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não há como se separar o conhecimento prático do teórico, vez que a


mente inconsciente do analista e a sua, são os recursos mais importantes
de que se dispõem para terapia.
Por isso mesmo não há como se negar que haja, na prática psicanalista,
todo um trabalho intelectual a ser desenvolvido com os dados que se
houver levantado, mais temperado com a empatia, que,
dicionaristicamente, se define como sendo a apreciação emocional dos
sentimentos alheios ou a abstração da própria vida-interior, para aceitar um
conteúdo psíquico diferente.
Empatia é apreciação emocional (afetiva) dos sentimentos alheios, ou a
abstração da própria vida anterior, para aceitar um conteúdo psíquico
diferente.
Não sendo assim, não haverá uma visão de conjunto do paciente, nem
reconstruções de seguimentos mais amplos da vida dele, pois o máximo de
que se disporá, será de um acúmulo de introvisões por parte do paciente e
do psicanalista.

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Por outro lado, pode haver erros numa posição oposta, que seria a do
analista que formulasse teorias precipitadamente, por estar trabalhando
com dados insuficientes. Teríamos então algo como um exercício
meramente intelectual, vindo de um analista que tenha tomado por norma
evitar o envolvimento com seus pacientes e que, por isso mesmo, se
robotizam, transformando-se em verdadeiros arquivos de dados e quando
muito, em produtores automáticos de informações, que, por sua vez, serão
reduzidas à interpretações.
Se há algo que não se pode, nunca, esquecer, é o fato que a Psicanálise
exige muitíssimo do analista, pois ele tem de ouvir todo material que o
paciente reduza, com muita atenção, ao mesmo tempo em que se permite
que suas lembranças associativas, suas fantasias se formem de maneira
inteiramente livre, em quanto ele se põe a escutar. Mas isso não pode
desligá-lo de uma realidade: ambos são seres humanos, dotados de
sentimentos inalienáveis, sendo que alguns deles, por especial
conformação, podem e devem ser utilizados numa sessão psicanalítica em

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benefício do avanço da compreensão da situação que levou alguém ao


consultório. A empatia é um desses sentimentos.

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UM POUCO DE HISTÓRIA
Como foi que Sigmund Freud começou tudo? Na verdade foi com um
consultório, uma cadeira, um divã e uma atitude de interesse pelo
problema do paciente, que ele começou a evoluir, partindo, exclusivamente
de observações pessoais. Ele que era um médico neurologista em Viena,
especialista em doenças nervosas, que na continuação do seu esquema,
ele se deu conta de que podia descobrir muito mais de que, até então,
pudera presumir, já que, na verdade, a chave de tudo estava no ouvir o
inconsciente, embora, a esse tempo, houvesse, ainda, muito de intuição.
A partir desse convencimento, tudo foi feito com o objetivo de formular um
processo terapêutico. E o que é um processo terapêutico? Ora um
processo terapêutico é uma série de inter-relacionamento de fatos, que, no
caso, teriam de ser psíquicos, os quais, apropriadamente instigados por
processos técnicos, ensejariam efeitos terapêuticos. Como processos
terapêuticos temos a ab-reação, a compreensão interna, o resgate das
lembranças antigas.

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Para chegar a uma conclusão, resolveu ele estudar com psiquiatra francês,
Charcot, que usava a hipnose no tratamento das histerias.
Um ano depois, juntou-se a Breuer, que levava seus pacientes à catarse,
solicitando deles que falassem dos seus sintomas. De suas observações, a
esse tempo Freud deduziu que, na base da histeria, o que havia eram
conflitos sexuais e que a hipnose era um método muito pobre para se
alcançar a cura dos vitimados pelas doenças no nível psíquico, convicções
essas, que levou Breuer a separar-se de Freud.
Munidos dessas experiências, começa ele, então, a formular os métodos
da associação livre (dizer, sem qualquer censura, o quer que venha à
mente) e a interpretação dos sonhos, como instrumentos técnicos de
tratamento.
Ao final do seu esforço, temos hoje, que Psicanálise é uma forma especial
de terapia, embasada numa extensa teoria acerca de estrutura da
personalidade (tanto normal, quanto patológica), que admite que as

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principais forças psico-dinâmicas se originam, muito especialmente, da


parte inconsciente da mente.
No primeiro de seus trabalhos, Sigmund Freud apresentou a significação
simbólica da expressão projeção, em relação aos conflitos, como sendo um
mecanismo de defesa dos doentes mentais, que acabou sendo, também
aplicada aos normais, pois se constatou que estes se valem do mesmo
mecanismo.
O sentido geral da palavra Psicanálise (ou seja, análise psicológica), é o
mesmo que identificação de motivos inconscientes e pré-conscientes uma
teoria desenvolvida para ser usada como um recurso terapêutico, mas que,
logo em seguida, passou a ser uma obra completa em si mesma, uma
nova psicologia, apta para uma cabal interpretação do ser humano.
Na Psicanálise encontramos a distinção de três sistemas ou instâncias da
personalidade humana: o Id, o Ego e o Superego .

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O Id, que é o sistema original da personalidade, compreende todos os


componentes psicológicos presentes no nascimento, incluindo-se, aí, os
instintos, exprime o que haja de impessoal, involuntário, e inconsciente,
nas forças mais profundas que governam a vida: é a própria
preponderância das necessidades, as quais caracterizam por não atender
nunca ao principio da realidade, mais sim única e exclusivamente, o do
prazer, não tomando, também, conhecimento, nem do tempo nem das
razões causais ou lógicas.
É o Id a fonte e o reservatório de toda a energia psíquica que anima a
operação dos outros dois sistemas (Ego e Superego), que por sua vez se
origina dos processos físicos.
Seu modo característico de funcionamento (do Id), dá-se via processo
primário do pensamento, ou seja: procura a resposta direta e imediata ante
um estímulo instintivo, sem destinguir entre realidade e a fantasia.
Instalando-se, entre tanto, uma impossibilidade, o Id encontra, nos

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indivíduos sadios, uma saída nos sonhos e nos mentalmente enfermos ,


nas alucinações.
É o Id é quem vai gerar os dois outros sistemas da personalidade, que são
o Ego e o Superego.
O Ego, é a parte executiva da personalidade e que compreende as partes
consciente da personalidade (com quanto haja no Ego partes inscientes),
venha se desenvolver por meio da diferenciação das capacidades
psíquicas em contato com as realidades exteriores. Sua atividade é, em
parte, consciente (percepção externa e interna, processos intelectuais) e
em parte pré-consciente e também inconsciente.
Sua estrutura é dominada pelo princípio da realidade, que é o fator que se
incube do ajustamento ao ambiente e da solução dos conflitos entre o
organismo e a realidade.
É o Ego, mediador entre o Id e o mundo exterior, tento que se haver,
também como o Superego, com as lembranças de toda ordem e com as

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necessidades físicas do corpo. Opera de acordo com o princípio da


realidade, cujo o objetivo é a avaliação da situação, pelo que pode vir a
adiar a satisfação de uma necessidade, até que um método satisfatório
seja encontrado.
A estrutura do Ego é dominado pelo princípio da realidade, que é o fator
que se incube do ajustamento ao ambiente e da solução dos conflitos entre
o organismo e a realidade. Seu modo característico de funcionamento dá-
se via processo secundário do pensamento, o que significa dizer que busca
satisfazer os impulsos do Id, mas agindo, sempre através de meios
indiretos e freqüentemente demorados, em função do fato de estar
avaliando as condições determinadas pela realidade ambiental. Este tipo
de pensamento é verbal e se caracteriza pela lógica e pela objetividade. E
o pensamento do indivíduo maduro.
O Superego é uma integração das forças sociais repressivas que o
indivíduo encontra no decurso do seu desenvolvimento. Sua atividade se
evidencia nos conflitos com o Ego, por afetos relacionados com

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amoralidade e muito principalmente, com a culpabilidade. É formado pela


identificação da criança do genitor do mesmo sexo, o que se dá ao
solucionar-se o conflito edipiano, momento em que a criança integra à sua
personalidade aquilo quecrê sejam os princípios básicos e ideais dos seus
pais. É nesse momento, que se desenvolve um autocontrole, que será o
substituto do controle parental.

Possui o Superego duas partes:


1. a que se baseia nos fatos ou coisas que sofreram desaprovação
e punição, ao tempo da infância, pela ação dos pais e/ ou de outros
que intervieram na educação inicial e;

2. chamado Ego Ideal, que representa os fatos ou coisas que


receberam calorosa aprovação, recompensas, por parte dos pais

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ou por outras pessoas. A satisfação do Ego Ideal, provoca intensos


sentimentos de bem estar e de orgulho.

O Superego é o representante é o internalizado daquilo que o indivíduo


considera ser basicamente certo ou errado. Ou seja: é a proporção moral
da personalidade. Freud nos ensinou que o Id todo e partes do Superego e
do Ego, são inconsciente.

Notícias históricas sobre publicações


Seu trabalho de pesquisas e observações levou um vasto número de
complexas teorias a cerca da personalidade, em que empenhou e muitas
vezes alterou, a partir de 1890, até sua morte que ocorreu em 1939.
Com seus estudos, Freud acabou por estabelecer que as suposições
básicas da psicanálise são:

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O DETERMINISMO, ou CAUSALIDADE PSÍQUICA e A TEORIA DO


INCONSCIENTE
O conceito do determinismo psíquico admite que cada evento psíquico é
determinado pêlos eventos que o precederam, do mesmo modo que todos
os eventos físicos tem determinantes causais. Quanto ao processo mental
inconsciente, descobriu Freud o tremendo papel vital que por ele exercido
na conduta e nos processos do pensamento humano, não obstante parecer
que outras causas estejam, atuando, ou que os fenômenos observados
sejam sem sentido.

Usando uma figuração, Freud comparou a mente a um iceberg, cuja


porção menor que aparece sobre a superfície da água, é semelhante ao
que nos é consciente, enquanto que a parte maior, aquela que é submersa
(4/5), representa a região do inconsciente.

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Personalidade.
Quando se fala de Psicanálise, fala-se de uma teoria que pode ser
classificada como uma teoria psico-dinâmicas da personalidade, vez que
nela se busca explicar a natureza e o desenvolvimento da personalidade,
dando-se ênfase na importância das motivações, dos afetos e de outras
forças internas. É uma teoria que presume que o desenvolvimento da
personalidade só se desencadeia, quando o conjunto dos conflitos
psicológicos são resolvidos,sabendo-se que todos eles, tem suas raízes no
início da infância e que são absolutamente inconscientes. É desse tempo
esta declaração:
É por demais fácil esquecer que, via de regra, um sonho é somente um
pensamento como qualquer outro, possibilitado pelo afrouxamento da
censura e pela intensificação inconsciente e distorcido pela ação da própria
censura elaboração inconsciente.
Fala-se, também, de uma coisa que o seu criador definiu dizendo que
psicanálise é o nome:

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1. De um procedimento para investigação de processos mentais, que, de


outra forma, são inacessíveis;

2. De um método baseado nessa investigação para o tratamento de


distúrbio neuróticos e;

3. De uma série de concepções psicológicas adquiridas por este meio e


que se somam uma às outras, para formarem, progressivamente, uma
nova disciplina científica.

Fala-se de uma disciplina fundada por Sigmund Freud, em que se


distinguem três níveis:

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1. Um método de investigação que consiste em evidenciar o significado


inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias de um
indivíduo. Um método baseado principalmente nas associações livres;

2. Um método psicoterápico, especificado pela acurada interpretação da


resistência, da transferência e do desejo e;

3. Um conjunto de teorias psicológicas e psico-patológicas em que são


sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de
investigação e de tratamento.

Neurose
A palavra neurose é muito antiga: segundo alguns autores, foi um termo
criado por um médico escocês, Dr. William Cullen, que o introduziu num

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tratado médico, que foi publicado em 1777, sob o título geral First lines of.
the Practice of. Physics, sendo que, numa segunda parte de sua obra, a
quem, titulou de Neurosis or. Nervous Diseases é que aparece a palavra
que Freud veio a consagrar em suas descobertas.
Aliás, foi em cima das descobertas clínicas resultantes dos estudos das
neuroses, que foi formulada toda a teoria psicanalítica.
Freud nos ensinou e nós, os psicanalistas, temos comprovado nos nossos
consultórios, que as neuroses se baseiam no conflito neurótico.
É o conflito neurótico que provoca a obstrução da descarga dos impulsos
instituais que ocorrem no estado em que estejam reprimidos. Assim sendo,
o Ego vai ficando cada vez mais capacitado para administrar as tensões
sempre crescente, o que acaba resultando na sua total sujeição. Mas
acontecem as descargas involuntárias.
Suas primeiras pesquisas positivas foram desenvolvidas no campo das
recordações, ficando demonstrado que vezes há em que conseguem

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aflorar à consciência lembranças muito antigas, que poderiam ser


consideradas como perdidas. A partir disso, ficamos então sabendo que se
muitos episódios, muito especialmente os acontecidos nos primórdios de
nossas vidas, não nos voltam à consciência, não será porquê os tenhamos
perdido, mas porquê, de alguma forma, não se adequam à -vida atual, ou
entre eles e a sua recuperação, está firmemente implantado um obstáculo
qualquer, nesse ponto Freud foi muito eficiente, pois descobriu o meio de
se acessar às recordações mais arcaicas, ensinando a nós seus
seguidores e aos seus detratores, que as lembranças infantis se
conservam no inconsciente e que de lá podem ser trazidas, na vida adulta,
ao exterior, mediante procedimentos analíticos, valendo-se o analista de
sonhos, erros de linguagem, atos falhados e de um imenso número de
manifestação absolutamente inconscientes ao analisando.
Nos seus trabalhos, comprovou ele:
1. que o inconscientes se formam desde o primeiro momento da vida extra-
uterina e;

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2. que na primeira infância, os impulsos instintivos se orientam, as vezes,


como violência, para o primeiro indivíduo capaz de satisfazê-los, resultando
este fenômeno, no que se poderia comprar com um forte enlaçamento,
sendo que o intenso ímpeto deste direcionamento, nos anos que se
seguem, acabam por determinar que ocorram conflitos relacionados com
outros impulsos e do mesmo modo, com outras tendências.
Dessa comprovada teoria, temos que se os primeiros impulsos sexuais não
podem se manifestar às claras, adotam o mascaramento, com o que o
indivíduo engana a si mesmo, com o ocultamente que se instala, fazendo
com que tudo o que se massacrou, se torne inconsciente. Só o processo
não se encerra por aí, pois tudo o que se tornou inconsciente continua
operante, como operantes também são todos os esquemas implantados
em forma de defesa, conquanto sejam, também estes, absolutamente
inconscientes.
Quando me impus a tarefa de trazer à luz o que os seres humanos
guardam dentro de si, não pelo poder compulsivo da hipnose, mas

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observando o que eles dizem e mostram, pensei que a tarefa fosse mais
difícil do que realmente se mostrou ser. Aquele que tem olhos para ver e
ouvir, pode convencer-se de que nenhum mortal pode guardar um segredo.
Estando seus lábios silenciosos, fala ele com as pontas dos dedos, traindo-
se por todos os poros.
Assim a tarefa de tornar consciente os mais escondidos recessos da mente
se torna perfeitamente factível.
Os objetivos terapêuticos da Psicanálise compreendem a reconstrução ou
uma modificação importante dos padrões de personalidade e defesas
básicas do paciente, bem como o alivio dos sintomas.
Para obtenção desses objetivos, os primeiros psicanalistas esforçavam-se
para alcançar o assim chamado material do Id, e , as primeiras
experiências da vida com os impulsos básicos (sexuais e agressivos),
memórias reprimidas (amnésia infantil) como são as memórias da cena
original, que é ter presente uma visão de relacionamentos sexuais dos
pais, etc.

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A moderna Psicanálise esta muito mais envolvida com a psicologia do Ego,


que é uma compreensão da estrutura do caráter básico do indivíduo e dos
mecanismos de defesa mais freqüentemente por ele empregados, quando
da manipulação das ansiedades.
Em qualquer uma dessas formas de Psicanálise, deve haver um interesse
considerável em relação aos fatos do passado, devido às marcantes
influências na vida emocional atual do paciente .
Como resumo das idéias regentes dos seus seguidores podemos
apresentar as seguintes teses gerais:
1. Há que se estudar as leis e os determinantes da personalidade (normal
e anormal) e elaborar-se os métodos de tratamento para as desordens da
personalidades;

2. Os motivos inconscientes, as lembranças, os medos, os conflitos e as


frustrações, são aspectos importantes da personalidade. Trazer esses

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fenômenos à consciência é uma terapia crucial para as desordens da


personalidade;

3. A personalidade é formada durante a primeira infância. A exploração das


lembranças dos primeiros cinco anos de vidas é essencial ao tratamento;

4. A forma mais apropriada de se estudar a personalidade é dentro do


contexto de um relacionamento íntimo e prolongado entre paciente e
analista. Durante o transcurso dessa associação, os pacientes relatam
pensamentos, sentimentos, lembranças, fantasias e sonhos, enquanto o
profissional analisa e interpreta o material e observa o comportamento do
paciente.

Na verdade, a teoria Psicanalítica criou uma revolução na concepção e no


tratamento dos problemas afetivos, gerando, entre os acadêmicos, um
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grande interesse pela motivação inconsciente, pela personalidade, pelo


comportamento anormal e pelo desenvolvimento infantil.
Neurótico é quem porta um conflito inconsciente entre o Ego e o Id, conflito
este, que, por sua vez, segue obstruindo as descargas instintuais.
Do que até agora foi exposto, podemos ter uma boa idéia do quanto de
alterações no trato do ser humano, Freud, com suas teorias acabou por
impor. Contudo convém que nos detenhamos ainda nas suas idéias, para
que, mergulhando nelas, saiamos impregnados da única metodologia que
pode, realmente, solucionar a problemática daquele que está mal em
vários graus, por trazer, no seu íntimo, um grave conflito, absolutamente
inconsciente, entre o seu Ego e o seu Id a causar uma compacta obstrução
ante uma indispensável descarga instintual, que é o neurótico.
Neurótico é quem porta um conflito inconsciente entre o Ego e o Id, conflito
este, que, por sua vez,segue obstruindo as descargas instituais. Freud,
quando o lemos, parece que o ouvimos, tal é a sua expressividade e foi por
isso mesmo que tomamos o título que colocamos neste tópico: é que

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queremos que suas idéias se mantenham presentes como se estivessem


sendo ditas ao pé do ouvido, isto para que, realmente, venhamos a ser
Psicanalistas.
Quando ele tratava de seus pacientes, sua busca se concentrava nos
insights, o que ensejava a compreensão daquelas personalidades. Com o
mesmo cuidado, ele as observava, sendo assim que acabou por formular
todo um grande conjunto teórico a que chamou de Psicanálise, que
explicava o quanto de normalidade e podia haver num analisando.

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INTRODUÇÃO À TEORIA TOPOGRÁFICA, OU FREUD E A SUA


CONCEITUAÇÃO DE INCONSCIENTE
Nada mais freudiano do que o conceito de inconsciente, que é,
primordialmente, uma noção tópica e dinâmica, surgida na experiência do
tratamento, aonde se pode ver que o psiquismo não é restrito ao
consciente e que determinados conteúdos só são alcançáveis depois de
superados certas resistências: revelou, também, que a vida psíquica era
"cheia de pensamentos eficientes, porém absolutamente inconscientes e
que era destes que emanavam os sintomas".
O tratamento levou, também, a suportar a existência de grupos psíquicos
separados e de um modo mais geral, a admitir o inconsciente, como um
lugar psíquico particular que há que ser concebido não como uma segunda
consciência, mas como um sistema e como tal, possuindo conteúdos,
mecanismos e talvez, uma energia específica.
Vejamos, então os conteúdos acima referidos:

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Quando Freud, em 1915, escreveu o artigo O Inconsciente (Duas


Unbewusste), aos conteúdos, deu ele, o nome de representante da pulsão.
Explicou, também que a pulsão, que se localiza entre o psíquico e o
somático, está muito aquém da posição entre consciente e inconsciente e
que por um lado, nunca poderá vir a se tornar objetivo da consciência e por
outro , só se apresenta no inconsciente, por meio de seus representantes,
essencialmente o representante - representação.
A isso deve ser acrescentado que um dos primeiros modelos teóricos
freudianos, define o aparelho psíquico como uma verdadeira sucessão de
inscrições (Niederschriften) de sinais, que é uma idéia que vai ser
retomada e discutida em trabalhos posteriores.
As representações inconscientes são dispostas em fantasias, histórias
imaginárias em que a pulsão se fixa e que podemos conceber como
verdadeiras encenações do desejo.
A maior parte dos textos freudianos anteriores à segunda tópica, assimilam
o inconsciente recalcado. Há que se notar que tal assimilação não deixa de

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ter restrições. Além disso, vários textos reservam um lugar para os


conteúdos filogenéticos (os não adquiridos pelo indivíduo), que acabariam
por constituir o núcleo do inconsciente.
Essa idéia se completa na noção de fantasias originárias, como esquemas
pré-individuais, os quais vem acrescentar informações às experiências
sexuais infantis do indivíduo.
Acresçamos ainda, que pelas suas observações, Freud constatou que nas
pessoas são conscientes apenas uma pequena parte de seus
pensamentos, recordações, sentimentos e desejos, havendo muitos que
são pré-conscientes , ou seja, que estão situados um pouco abaixo do
nível de percepção, mas que são facilmente recuperáveis, convivendo com
uma imensurável maioria, que o é absolutamente inconsciente.
Com o passar do tempo, ele concluiu que este material inconsciente entra
na consciência de forma disfarçada, pelo que aparece em sonhos, em
lapsos de linguagem, em parapraxias, enganos, acidentes e durante a livre
associação de idéias, que é um método em que o analisando fala a

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respeito do que lhe vem a mente, sem ter por qualquer censura ou
coordenação, que, por sua vez, resulta num material que o analista
relacionará com o que dispuser acerca do comportamento do indivíduo de
suas memórias, seus sonhos, erros e acertos no transcurso da vida.
Ao acento dado por Freud na formulação de suas teorias, recai sobre o
inconsciente: lendo-o vemos seu permanente enfoque sobre os aspectos
inconscientes da personalidade. Assim em sua opinião, os impulsos
componentes da personalidade, as lembranças das experiências do início
da infância e os dolorosos conflitos psicológicos, tendem, todos, a serem
conscientes.
O inconsciente, conforme escreveu Numberg, nos é revelado por seus
conteúdos e pelo seu modo de funcionamento.
Quando desejos originários de um conflito intrapsíquico são muito intensos
e inacessíveis à consciência, podem ele geral sintomas neuróticos.

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Tornado-se, entretanto, via tratamento psicanalítico, perfeitamente


conscientes, os sintomas a que deram origem desapareceram: é apenas
quando são inconsciente, que os desejos podem ser, então, patogênicos.
Resumindo, podemos dizer que Freud estabeleceu que a teoria topográfica
que reflete, em grande parte, a sua experiência ao analisar neurótico e
que, em decorrência desta experiência, a sua teoria retrata a mente
humana em geral, dividida em três sistemas distintos, função, entretanto,
dá acessibilidade à consciência.
Dito isso, podemos, agora trabalhar mais a Teoria e assim teremos:
1. somatório da energia mental investida num processo ou representação,
é chamada de a sua catexização;
2. aspecto do funcionamento mental que se relaciona com a energia
mental empenhada em determinado fenômeno psíquico, é chamada de o
aspecto econômico (ou seja, quantitativo) desse fenômeno e;

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3. Tendo sido a energia mental definida como originário dos impulsos


instintivos e desencadeadora da atividade mental, podemos, então,
presumir que a gratificação, instintiva, resulta em uma descarga de energia
mental e qualquer tipo de atividade psíquica, costuma fazer-se
acompanhar de transferência ou de um fluxo de energia mental.

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TOPOGRAFIA DA PERSONALIDADE
A divisão topográfica da Personalidade compreende o Consciente, o Pré-
consciente e o Inconsciente.
O Consciente inclui as porções da vida mental a que o indivíduo tem
acesso de forma imediato. Inclui, também, a maior parte, mais não a
totalidade, do Ego.
Pré-consciente inclui as partes da vida mental que podem ser trazidas ao
consciente após um esforço da concentração da atenção. Compreende,
principalmente o Ego.
O Inconsciente é desconhecido para o indivíduo, conquanto parte do seu
conteúdo possa, às vezes, passar para a pré-consciência e daí virem a se
manifestar no consciente.

O sistema Ics

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Já ficou dito que o sistema Ics se caracteriza pelo fato de serem os seus
elementos:

1. Inacessíveis à consciência;
2. Caracterizados por uma determinada maneira de funcionar que se
denomina processo primário (no processo primário, a energia psíquica se
escoa livremente, passando sem barreiras, de uma representação para
outra, em função dos mecanismos de deslocamento e de condensação,
reinvestindo-se nas representações ligadas às vivências de satisfação
constitutivas do desejo);
3. Pela natureza não verbal dos seus resíduos anêmicos;
4. Pelo fato de ser incapaz de outra forma de mentalização além do desejo,
ou seja: pelo fato de operar conformidade com o princípio do prazer;
5. Por sua relação com a vida instintiva e;

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6. Por seu caráter infantil, se deve juntar, para ser ressaltar pela repetição,
que os seus conteúdos são de grande significação na determinação da
conduta e do pensamento.
Os conteúdos do Inconsciente são de grande significação na determinação
da conduta e do pensamento. Técnicas especiais foram elaboradas com o
propósito de provocar jogo das forças mentais, modificações de tal sorte
que aquilo que em outras circunstâncias suscitaria desprazer, pode, numa
determinada ocasião, resultar em prazer. Sempre que um mecanismo
dessa natureza entra em funcionamento, a repressão de um representante
instintivo, que, em outras circunstâncias, seria repelido, vê-se, então,
removida. Contudo a repressão é, apenas temporariamente removida não
tardando muito o seu restabelecimento.

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Nota importante:
Fechar-se-ia uma apreciação completa da Teoria Topográfica a se a partir
daqui se tratasse dos sistemas Pcs e Cs, contudo o que nos importa, no
âmbito desta apostilha, é a visão de Sigmund Freud acerca do
inconsciente, pelo que não distenderemos sobre o tema lembrando,
entretanto, que se Freud, acabou por rejeitar certos aspectos da teoria
Topográfica (o que levou a concepção da Teoria estrutural, ele jamais
negou os princípios que descobriu e lapidou, por serem regentes dos
sistemas que determinam que sejamos do jeito que somos).

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A PERSONALIDADE E A SUA DINÂMICA


A energia psíquica, de que, mais acima, já se falou, aparece,
subjetivamente, nas manifestações de força e de entusiasmo. É universal e
indiscutivelmente reconhecida, ma é, também intraduzível em termos
fisiológicos. Constitui-se numa hipotética força propulsora, responsável por
todas as ações psicológicas.
No interior da personalidade, encontram-se, em plena atividade, os
instintos e a ansiedade. Vejamo-los: Os instintos emanam, todos, do Id e
basicamente, dispomos de dois: o sexual e o agressivo:
1. Sexual (libido, instinto de vida), compreende o conjunto de energias
instintivas que produzem a gratificação individual e a perpetuação da
espécie. Sua parte principal está relacionada ao impulso sexual, que tem
suas fontes nas zonas erógenas do corpo (genital, oral e anal), cujo
estímulo ou manipulação pode produzir sensações agradáveis. Temos
como derivado desse instinto, o afeto, o amor, o desejo de reprodução, a

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necessidade de nos associarmos a outras pessoas, a criatividade no


trabalho, a prática das artes etc.

2. Agressivo: compreende todas as forças destrutivas e hostis da psique


humana e seus derivados compreendem o impulso de auto-afirmação, a
ambição, a competição, o desejo de vencer e o impulso para triunfar.

3. A ansiedade: sob condições normais, a ansiedade previne contra um


perigo iminente, pois ao ser despertada motiva a pessoa a se por em
condições de luta ou fuga.
Há três tipos de ansiedade:
1. A real: que é o medo de perigos reais do mundo exterior, assim é que,
ao sentirmos o cheiro de fumaça, tememos o fogo.

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2. A neurótica: que é o medo de que os instintos escapem do controle,


obrigando a pessoa a fazer algo que não a leve a punição. É o caso do
indivíduo que odiando um chefe, tema que por meio de seus atos
transpareça o ódio, o que poderia resultar na sua demissão do emprego.
3. A moralística: que é o medo do Superego, que sente o indivíduo quando
faz algo que fira o seu código moral. Pode acontecer que a ansiedade
neurótica se torne em ansiedade livremente-flutuante. Isso ocorre quando
os sentimentos ansiosos que emanam de um conflito específico se
expandem para uma série de situações aparentemente neutras ou
irrelevantes, de tal modo que o indivíduo não consegue explicar qualquer
ligação entre os sentimentos ansioso e quaisquer outras situações
específicas.

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A PERSONALIDADE E O SEU DESENVOLVIMENTO


Falando-se de forma bem sintética, podemos dizer que a personalidade se
desenvolve em resposta a três principais fonte de tensão:
1. Processos fisiológicos do crescimento;
2. Frustações externas ao impulsos e;
3. Conflitos internos entre forças dinâmicas.

Tais fontes constituem as ameaças ao Ego infantil, contra o qual a criança


tem de desenvolver os meios necessários para alcançar a redução destas
tensões que se caracterizam por serem recorrentes, o que, ao final,
resultam no processo de desenvolvimento da personalidade.
Não sendo o período edipiano satisfatoriamente resolvido, podem ocorrer
algumas variações de alterações afetivas:

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1. A excessiva identificação com o genitor de sexo oposto, pode estar


associada ao desenvolvimento de características femininas
(homossexuais) no menino, ou o mesmo nas meninas.
2. O medo do genitor do sexo oposto, pode prejudicar a capacidade
individual em lidar com pessoas deste sexo em fase ulterior da vida.

Um estágio edipiano parcialmente solucionado, pode resultar num


superego mal formado ou mesmo deficiente, o qual pode vir a ser
determinante de alterações sociopáticas do caráter e das neuroses.
Até onde se sabe, parece que mesmo as psicoses, podem provir de
problemas edipianos precoces.

Causas de uma solução não satisfatória do estágio edipiano:

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1. Acesso ao período edipiano com conflitos na fase oral, ou anal, ou fálica,


que são do período pré-edipiano, trazendo para período novo, alguém sem
energia suficiente para enfrentar as novas circunstâncias;
2. A ausência de um dos genitores (sem, também, haver um substituto à
altura), devido a divórcio ou qualquer outro tipo de separação;
3. Severa psicopatologia da parte de um dos genitores, dos tipos, por
exemplo, ser um deles excessivamente sedutor, ou cruel, ou
ameaçador, ou daquele os que vivem a rejeitar, ou inconsistente, ou
inseguro, ou em constantes transformações, ou frio etc.
4. Severos defeitos no Superego, como um pai efeminado, poderá vir a ser
determinante de uma confusa identificação com tal genitor, que pode
resultar numa formação superegoica instável, inconsistente e não razoável.

Adolescência final e adulto jovem:

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Neste período, a partir dos 16 - 18 anos e pelo resto da vida, podem ser
observados os chamados pontos de fixação, que são correspondentes às
fases não solucionadas, ou pelo mesmos não satisfatoriamente
solucionadas, que determinam a existência de um indivíduo adulto, que
passa um quadro de imaturidade em algumas áreas do seu caráter, de sua
identificação sexual, de seu equilíbrio afetivo, suas tendências a regredir
ante relacionamento estável, suas eleições sexuais (não somente as
homossexuais em qualquer grau) e pelas evidentes indicações de eclosão
de um comportamento neurótico.

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FIXAÇÃO E REGRESSÃO
No tópico anterior há referências a estes pontos, que, por serem
importantes, merecem comentários.
A dificuldades que podem conduzir ao quadro de fixação, são, geralmente,
desencadeadas por:
Quanto à regressão, define-se como um retorno à uma conduta
característica de uma fase anterior (mas não, necessariamente, a
imediatamente anterior), ante um eventual enfrentamento de uma situação
estrelante. Seria o caso de um menino, já pêlos seus 6, 7 anos, treinado
com sucesso nos hábitos higiênicos, voltar a urinar na cama, ou nas
calças, o que marcaria uma regressão à fase anal.
O interessante, porém, é que o simples fato de haver uma regressão,
significa que há um ponto de fixação, no mínimo parcial, que levou o
menino a regredir ao anal, especificamente e não ao oral, por exemplo.

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Para explicar o quadro de regressão, Freud apresentou uma analogia


bastante didática:
Suponhamos que um exército avance, dispondo de uma tropa composta
por um bom número de soldados. A medida que avance, vai conquistando
cidades e para dominá-las, o comandante vai deixando parcelas da tropa
em cada ponto que capturou. O número de soldados ocupantes da posição
variará em função da maior ou menor dificuldade encontrada na conquista
da cidade. Assim, quanto maior a oposição, maior será o número de
soldados que -deixará para trás (em termospsicanalíticos, estão aí os
pontos de fixação).
O fato, porém, é que mesmo sendo um sucesso o avanço, por ser coroado
de êxitos, ao chegar ao fim da campanha, a tropa inicial já estará bastante
desfalcada, pelo que, ante uma eventual batalha em que tenha
inesperadamente de se empenhar, quando já parecia que todos os seus
problemas haviam terminado, o comandante não terá alternativa, senão
recuar (em termos psicanalítico está aí a regressão) e recuar para onde

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deixou um maior número de soldados, que por sua vez, será sempre o
lugar que conquistou em função de grandes dificuldades com que se
deparou.
Em termos psicanalíticos, a tropa corresponde à energia psíquica que se
despende no enfrentamento das situações que possam significar
dificuldades.

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A PSICANÁLISE: A FREQUÊNCIA E A DURAÇÃO


É usual requerer a psicanálise, que sejam realizadas no mínimo uma e até
cinco sessões por semana, com a duração de 50 minutos cada uma, em
que o objetivo é o conhecimento da estrutura do Ego, com o fim de se
alcançar a sua plena soberania e não, apenas, eliminar-se os sintomas.
Começa, então uma exploração meticulosa de todas as fases do
desenvolvimento do paciente, sabendo o analista, que qualquer que seja o
estado em que se apresente o paciente, aliciará as resistências,
justamente em nível do Ego, ante às eventuais modificações das defesas
estabelecidas, quer sejam mais ou menos esgotantes, indesejáveis ou
mesmo ineficazes: o fato é que todas se tornaram habituais do Ego e por
isso mesmo de difícil remoção.
É a psicanálise um procedimento caro e demorado. Aliás, sobre custos,
Meninger, um Psicanalista lido no mundo inteiro, nos diz: Quando dinheiro
se constitui num problema, a Psicanálise não é o tratamento indicado.

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O USO DO DIVÃ
Na maioria das vezes, as sessões são conduzidas com o paciente deitado
num divã, ficando o analista sentado de tal modo que fique fora das vistas
do paciente, vez que se quer levá-lo, completamente desligado da lógica e
da censura, à livre expressão de material associativo, de fantasias, de
divagações, de descrições de cenas de qualquer época, de pensamentos
do momento, de sonhos antigos ou atuais, de sentimentos recorrentes ou
não: qualquer material que flua, vindo de alguém que se encontra
confortavelmente instalado e inteiramente relaxado.

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ASSOCIAÇÃO LIVRE
A REGRA BÁSICA, áurea, fundamental para uma frutuosa análise é a
associação livre, que é um processo que começa depois de concluídas as
entrevistas preliminares: é a oportunidade que se oferece ao paciente de
livremente, sem qualquer constrangimento, venha a dizer o quer que lhe
venha à mente, sabendo que, num consultório psicanalítico, tudo é segredo
e nada é pecado, nem mentira, nem despropósito. Não há o mau, não há o
indelicado, não há o envergonhoso, não há o trivial: tudo é bom, tudo é
significativo, tudo é segredo, tudo é muito importante e por isso mesmo, o
quer que seja exteriorizado, será tomado como indicador dos derivados do
inconsciente, que são como peças de um quebra-cabeças que, como se
fossem sobrenadantes, se põem ao alcance do analista, vindo, ao tempo
próprio, estabelecer a devidas conexões, por sua vez, ensejará que o
paciente integre novas posturas ante o mundo que o cerca.
É o melhor meio pelo qual podemos aprender acerca do inconsciente do
indivíduo: fora dele não há Psicanálise!

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A Associação Livre enseja que o analista avalie a capacidade do paciente


em trabalhar na situação analítica, e determina o quanto ele, nas suas
funções egóicas, dispõe de suficiente elasticidade para oscilar entre as
funções mais regressivas do Ego e as mais maduras, que são aquelas que
o levarão à compreensão das intervenções analíticas, respondendo a
perguntas diretas e retornando à realidade, ao final da sessão.
Geralmente o paciente associa durante todo o transcurso da sessão, mas
pode acontecer que ele relate sonhos e outros incidentes do dia-a-dia, ou
do seu passado. Uma das características da sessão psicanalítica é
justamente essa, a de incluir associações quando apresenta sonhos ou
quaisquer outras experiências.
A resistência interfere no Ego raciona e tem de ser analisada antes que
qualquer outro trabalho psicanalítico possa ser feito. (Greenson, 1967).
Por se falar em resistência, convém que se traga para cá, uma sua
conceituação. Esta está sendo transcrita do vocábulo da Psicanálise de
autoria de Laplanche e Pontalis (Imago, p.458);

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Chama-se resistência a tudo o que, nos atos e palavras do analisando,


durante o tratamento psicanalítico, se opõe ao acesso ao seu inconsciente.
Por extensão, Freud falou de resistência à Psicanálise, para designar uma
atitude de oposição à suas descobertas, na medida em que elas revelavam
os desejos inconscientes e submetiam o homem a um "vexame
psicológico".
Acrescentamos:
Por trás de cada sintoma neurótico há um conflito entre desejos sexuais e
forças repressivas e esse mesmo conflito se torna responsável pela
resistência que invariavelmente surge no consultório e que se constitui na
fonte principal de problemas que o analista há que enfrentar.

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O SONHO
Não quereis assumir a responsabilidade pêlos vossos sonhos! Pois sabeis
que não há nada mais vosso do que os vossos sonhos.
Sim, não há obra mais vossa!. Tudo no sonho, a substância, a forma, a
duração, o ator, a plateia, enfim, tudo nessa comédia representa a vossa
pessoa!
H. Nunberg (princípios da Psicanálise; Atheneu; p.7). diz:É imperativa a
compreensão do sonho, se quisermos chegar a um entendimento da vida
mental do ser humano Na verdade o que o levou a dizer tal frase, que é
perfeita em termos psicanalíticos, foi o fato de Freud haver descoberto que
os sonhos se constituem no caminho de acesso mais direto ao
inconsciente humano, vez que ocorre quando a mente, como acontece
durante a vigília, não está de prontidão, ensejando, assim, que material
inconsciente aflore à superfície. Assim, o sonho é uma externalização de
um processo interno, vez que é a realização de um desejo reprimido
(Freud), pelo que dizemos que, em todo sonho, os desejos reprimidos ou

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se realizam ou tentam se realizar, mas sob um disfarce onírico, sendo,


muitas vezes de natureza sexual ou ambiosa, prevalecendo, entretanto,
nos sonhos dos adultos, os temas sexuais.
Mas há, também, os sonhos infantis, que pela sua simplicidade, são muito
diferentes dos sonhos dos adultos, por serem, dizemos, mais diretos:
trazem uma correspondência imediata, sem disfarces, com os seus
desejos reprimidos, pelo que não têm a importância dos sonhos dos
adultos, conquanto nas clínicas especializadas em psicanálise infantil, eles
sejam considerados.
Os sonhos mais simples são os das crianças, na medida em que as suas
atividades psíquicas são, certamente, menos complicadas que as dos
adultos.
E acrescentemos, ainda, para se ter uma idéia da importância dos sonhos
na Psicanálise, o que Freud disse quando completou seu trabalho acerca
do tema:

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A teoria dos sonhos ocupa um lugar peculiar na história da Psicanálise. Tal


teoria representa um ponto de transição. Com ela, a análise passou de um
método psicoterápico, à categoria de psicologia das profundezas da
natureza humana.
O trabalho psíquico na formação do sonho, divide-se em duas operações:
a produção dos pensamentos do sonho e a sua transformação em
conteúdo manifesto do sonho.
Desse ensinamentos tiramos que há um...
Trabalho do sonho, que, na realidade, é um conjunto de operações que
transformam os materiais do sonho (estímulo corporais, restos diurnos,
pensamentos do sonho), num produto: o sonho manifesto.

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OS MECANISMOS DE DEFESA

Foi este o nome que Freud adotou para apresentar os diferentes tipos de
manifestações que as defesas do Ego podem apresentar, já que este não
se defronte só com as pressões e solicitações do Id e do Superego, pois,
aos dois se juntam o mundo exterior e as lembranças do passado. Quando
o Ego está consciente das condições reinantes, consegue ele. sair-se bem
das situações, sendo lógico, objetivo e racional., mas quando se
desencadeiam situações que possam vir a provocar sentimentos de culpa
ou ansiedade, o Ego perde as três qualidades citadas. É quando a
ansiedade sinal de defesa, com o fim de proteger o Ego contra uma dor
psíquica iminente.
Há vários mecanismos de defesa, sendo alguns mais eficientes do que
outros. Há os que exigem menos dispêndio de energia para funcionar a
contento. Outros há que são menos satisfatórios, mas todos requerem
gastos de energia psíquica.

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A Repressão: É a operação psíquica que pretende fazer desaparecer, da


consciência, impulsos ameaçadores, sentimentos, desejos, ou seja,
conteúdos desagradáveis ou inoportunos.

A Racionalização: É uma forma de substituir, por boas razões, uma


determinada conduta que exija explicações, de um modo geral, da parte de
quem a adota. Os Psicanalistas, em tom jocoso, dizem que racionalização
é uma mentira inconsciente que se põe no lugar de algo que se reprimiu ...

A Sublimação: É o mais eficaz dos mecanismos de defesa, na medida em


que canaliza os impulsos libidinais para uma postura socialmente útil e
aceitável.

A Projeção: Manifesta-se quando o Ego não aceita reconhecer um impulso


inaceitável de Id e o atribui a outra pessoa. É o caso do menino que
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gostaria de roubar frutas do vizinho sem entretanto ter coragem para tanto,
e diz que soube que um menino, na mesma rua, esteve tentando pular o
muro do vizinho.

O Deslocamento: É um processo psíquico, através do qual o todo é


representado por uma parte ou vice-versa. Também pode ser uma idéia
representada por uma outra, que, emocionalmente, esteja associada à ela,
esse mecanismo não tem qualquer compromisso com a lógica. É o caso de
alguém que tendo tido uma experiência desagradável com um policial,
reaja, desdenhosamente, em relação a todos os policiais.
É muito corrente nos sonhos, onde uma coisa representa outra. Também
se manifesta na Transferência, fazendo com que o indivíduo apresente
sentimentos em relação a uma pessoa, que na verdade, lhe representa
uma outra do seu passado.

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A Identificação: É o processo psíquico, por meio do qual um indivíduo


assimila um aspecto, uma característica de outro e se transforma, total ou
parcialmente, apresentando-se conforme o modelo desse outro.
A Regressão: É o processo psíquico em que o Ego recua, fugindo de
situações conflitivas atuais, para um estágio anterior. É o caso de alguém
que depois de repetidas frustações na área sexual, regrida, para obter
satisfações, à fase oral, passando a comer em excesso.
Isolamento: É um processo psíquico típico da neurose obsessiva, que
consiste em isolar um comportamento ou um pensamentos, de tal maneira,
que as suas ligações com os outros pensamentos, ou com o auto-
conhecimento, ficam absolutamente interrompidas, já que foram (os
pensamentos, os comportamento), completamente excluídos do
consciente.
Formação Reativa: É o processo psíquico que se caracteriza pela adoção
de uma atitude de sentido oposto a um desejo que tenha sido recalcado,
constituindo-se, então, numa reação contra ele. Uma outra definição: é o

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processo psíquico, por meio do qual um impulso indesejável é mantido


inconsciente, por conta de uma forte adesão ao seu contrário.
A Substituição: Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente,
mas que não pode ser possuído, é inconscientemente substituído por
outro, que geralmente se assemelha ao proibido. É uma forma de
deslocamento.
A Fantasia: É um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma
situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não
pode ser, na vida real, satisfeito.
A Compensação: É o processo pelo qual o indivíduo se compensa por
alguma deficiência, pela imagem que tem de si próprio, por meio de um
outro aspecto que o caracterize, que ele, então, passa a considerar como
um trunfo.

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1 - TEORIA PSICANALITICA
Se há empreitada que realmente não é fácil realizar é analisar, ou melhor,
psicanalisar, vez que o exercício de tal atividade exige que desenvolvamos
a capacidade de sermos, simultaneamente, analistas e terapeutas, somos
analistas quando desmontamos, componente por componente, o conjunto
que é o paciente que se senta na nossa frente. Somos terapeutas, quando,
integralmente, respondemos às expectativas daquele ser que nos buscou
no consultório, com queixas que podem variar entre um "Não consigo
arranjar um namorado!", passando por "Estou sentindo um medo, não sei
de que!", até um vastíssimo sentimento de culpa por ter concordado com o
desligamento de todo um equipamento que mantinha, respirando, alguém
num quadro de morte cerebral. Há um problema inicial que surge quando
se faz psicanálise, mas que, na verdade, não é dos mais graves: acontece,
em quase 100% das vezes, que o nosso paciente nos busca, trazendo, na
ponta da língua, um auto-diagnóstico, residindo o problema, no fato de que
é a nós que compete o diagnóstico, que se delineará quando tivermos

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identificado a patologia. Resume-se a situação dizendo-se que o paciente


chega buscando uma cura, enquanto nós o abordamos buscando uma
doença... Há aqueles que sugerem terapias, indicando aconselhamentos,
hipnose, relaxações. Quando isso acontece, há que se ser firme nas
sondagens (ensaios) referentes à capacidade de associar, de aceitar as
interpretações, com o fim de, com diplomacia e habilidade, patentear que
há uma fundamentação técnica nos nossos procedimentos e que, em
nenhum momento, prevalecerá, no consultório, o princípio do bom senso.
Uma forma muito proveitosa de se começar uma análise, é desde os
primeiros momentos, formular-se perguntas que levem o paciente uma
introspecção, mas com respostas que não se limitem a um sim ou a um
não. Este tipo de abordagem tem a vantagem de trazer, ao paciente, a
idéia de prosseguimento no tratamento, vez que a introspecção o leva a
focalizar-se no meio em que vive e a ver-se agindo e reagindo. Para tanto,
não nos é lícito cobrar, respostas ricas e sim formular-se perguntas que
gerem respostas esclarecedoras. A propósito, nunca nos esqueçamos que

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todo paciente tem, durante quase todo o tempo, apenas um "assunto: as


pessoas com quem se relaciona, ou aquelas com quem deixou de se
relacionar, daí a importância de levá-lo ao foco em si mesmo, que é o
princípio do auto-conhecimento, do Nosce te ipsum, cujo vislumbre, via de
regra, é decisivo para a opção pela psicanálise.
Podemos dividir a Psicanálise em três momentos: o do início, o do meio e o
do término. O inicial é aquele em que as nossas interpretações, provindas
das questões introspectivas, despertam no paciente cogitações acerca do
como será na próxima sessão? E a instalação de um processo que pode
ser chamado de processo da continuidade da psicanálise, que é filho de
introspecção. O do meio é marcado pelo surgimento da transferência,
muito especialmente, quando o analista é o alvo do fenômeno. O momento
do término é aquele em que se evidenciam marcantes alterações
indicadoras de cura, referida à queixa inicial. É um momento que quase
nunca é comemorado pelo paciente, vez que ele, simultaneamente à
consolidação da cura, começa ainda que inconscientemente, a viver um

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quadro de separação. É aí que se recapitula a patologia identificada e todo


o trabalho em que ambos se empenharam para neutralizá-la, confirmando-
se, destarte, a cura.

2 - O DIAGNOSTICO
Este é um tema que é, também introdutório, constituindo-se, por outro lado
numa grande preocupação para o profissional de Psicanálise, vez que é o
diagnóstico o fator que preside a abordagem, estabelecendo a linha
condutora durante toda a sequência terapêutica a ser adotada. SF falou
disso, para, em seguida, destacar a problemática referente à fixação do
diagnóstico na nossa arte, pois a situação do diagnóstico na nossa arte,
pois a situação dentro do consultório só se configura após um certo tempo
de tratamento.
Quando temos alguém, sob nossos cuidados, não podemos, por conta das
características especiais da Psicanálise, estabelecer os dois objetivos

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clássicos: primeiro determinar a natureza do mal que mina o paciente que


está sentado diante de nós e em segundo, localizar, no quadro nosológico,
os componentes incidentes da doença.
Fundamentalmente o que fazemos, é ouvir, mas mesmo nessa atividade,
aparece um fator embaraçante: o paciente, que sistematicamente, só vai
falar das pessoas a quem conhece, sempre nos apresenta uma história
preenche de fantasias, romances e agravamentos, que tumultuam o
quadro, mas é o que se tem e o que se pode usar ... para determinar a
escolha do tratamento, o que nos faz concluir que, entre nós, o diagnóstico
é algo que virá após um tempo de análise, que é todo um procedimento
que acaba por expor as pessoas a novos aspectos de suas vidas, para o
que doses de empatia, de tolerância, são ministradas inclusive no
transcurso do período de sondagem.
Ante as dificuldades, só nos resta, enquanto não dispomos de dados para
o estabelecimento de um diagnóstico, formularmos um prognóstico, que

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nos servirá para caminharmos rumo à solução da problemática que nos


tenha sido confiada.
O problema é que mesmo se aceitando a constatação das dificuldades,
permanece a necessidade de se chegar a uma conclusão o mais rápido
que se possa, para se alcançar a cura, aliando-se, a isso, a compressão de
que qualquer interferência terapêutica há que ser adiada em nome da
prudência e mesmo da ética profissional. Para se tranquilizar, convém que
o Analista tenha diante de si este comentário de SF:
"Essa experiência preliminar já constitui, no entanto, o início de uma
análise que deve se conformar às regras que a regem; a única diferença
pode ser a de o psicanalista deixar falar, sobretudo o paciente, sem
comentar sua fala além do absolutamente necessário para o
prosseguimento do seu relato." (O início do Tratamento, in A Técnica
Psicanalítica.).

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3 - COMO FREUD CHEGOU À ASSOCIAÇÃO LIVRE,


Tem-se como marco do início da Psicanálise a publicação dos Estudos
sobre Histeria (1893-1895). Neles vemos Freud se esforçando por
identificar o como fazer, isto é, fixar-se num processo terapêutico no
tratamento dos que, ao tempo, eram classificados como histéricos. Era o
tempo, então, de se estabelecer a abordagem, que por conta das
continuadas experimentações no consultório, somadas a um agudo senso
de observação, o conduziram, com êxito, à formulação da Psicanálise, que,
na verdade, é obra de um homem só. Quando começou, Freud (em 1882)
já se ligara a Breuer e prosseguindo com seus estudos, passou por
Charcot (hipnose), para, a partir de 1885, valer-se de vários métodos em
voga naqueles dias, como o eram a estimulação elétrica, a hidroterapia, as
massagens etc. O problema é que os resultados eram, ao ver de Freud,
absolutamente insatisfatórios, pelo que adotou, em 1887, cheio de
esperança, a hipnose, que só vai abandonar em 1896.

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O sintoma histérico de cada indivíduo desaparecia, imediata e


permanentemente, quando conseguíamos trazer à tona, a lembrança do
fato que provocara tal sintoma, fazendo surgir o afeto correspondente e
quando o paciente descrevia o fato mais detalhadamente possível,
conseguindo verbalizar o afeto. Freud, 1893.
Temos, então, que a este tempo, tinham, Breuer e Freud, a convicção de
que somente via ab-reação, o paciente poderia chegar à um momento
perfeitamente catártico e assim se livrar do sintoma histérico, vez que as
experiências determinantes do quadro, sob condições normais, se
mantinham ausentes da memória do paciente, alcançando-se o acesso a
elas, unicamente via hipnose.
Era um tempo em que se cria que as idéias patogênicas instalavam-se com
intensidade em função de uma negação de esvaziamento por meio de um
processo que pudesse ser considerado normal. Tinha-se que os afetos se
encontravam estrangulados, pelo que a descarga deles, tiraria a força da
lembrança patogênica, determinando, conseqüentemente, o

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desaparecimento dos sintomas: era a catarse curativa. Mais tarde, porém,


Freud vai perceber que a ab-reação como forma de terapia, era
simplesmente sintomática e não causal. Mas é só no caso Dora (publicado
em 1905, mas escrito em 1901) que ele declara que toda a técnica
Psicanalítica fora reformulada, pois já não mais, apenas, e esclarecia os
sintomas e quanto a hipnose, esta apenas encobria as resistências,
obstruindo a visão que o analista necessitava para a compreensão das
forças psíquicas. É desse tempo a afirmativa que estabelece que o
trabalho terapêutico consiste em superar as resistências, desmanchar as
repressões, oportunizando assim, o preenchimento dos vazios da memória.
Tomando-se os dados disponíveis, podemos dizer que Freud descobriu a
Associação Livre entre 1892 e 1896, sendo que quando se lê o caso Emmy
von N. (Breuer e Freud 1893/95), encontra-se referências ao método. Mas
o momento histórico dá-se mesmo quando do tratamento de Elizabeth von
R., que é a paciente que, num momento inesperado, critica Freud por a
estar pressionando e interrompendo o fluxo de seus pensamentos, ante o

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que, Freud, percebe que ali estava a solução perfeita para a análise dos
pacientes: deixar fluir: começa ali a descoberta da Associação Livre!
Mais tarde Freud explicou que abandonara a hipnose e a sugestão, vez
que sob seus efeitos, não acontecia um alargamento da consciência, que
fornecesse ao analista as lembranças patogênicas, enquanto que a
Associação Livre se mostrara amplamente satisfatória para este fim, por
ensejar a entrada dos pensamentos involuntários do paciente na situação
terapêutica.

4 - OBJETIVO DA PSICANÁLISE.
A Psicanálise não pretende ou não tem por objetivo modificar o homem.
Isto talvez seja tarefa de outra ciência, talvez da religião. O objetivo da
Psicanálise é tornar o inconsciente consciente. A pessoa tomando
consciência dos seus motivos interiores poderá se quiser, ter a sua vida
modificada.

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5 - BASES PARA AS TEORIAS PSICANALISTAS


São três as afirmações feitas por Freud, as quais podem ser consideradas
as bases da Teoria Psicanalítica: a- O processo de esquecimento, em vez
de ser puramente passivo e resultado da simples usura ou desgaste das
recordações, é um processo ativo, devido a intensidade tanto maior quanto
mais inúteis ou prejudiciais sejam para o bem-estar individual. E tal força é
a mesma que se opõe à evocação espontânea ou artificial das
recordações, exercendo, a todo momento, uma repressão deste, b- Os
acontecimentos atuaram como traumatismo mental (choques mentais),
surgindo como agentes das perturbações psiconeuróticas, são exceção de
ordem sexual, e estão ligados sempre a algum desejo que, sendo
incompatível com as normas sociais e morais, foram reprimidos e
rechaçados da consciência, depois de uma luta mais ou menos intensa
(conflito mental). c- Nos casos de psiconeuroses puramente, e,
singularmente nos casos de histeria, os desejos causadores dos sintomas
mórbidos, foram reprimidos em época passada do desenvolvimento

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psíquico individual, isto é, na infância. É justamente tal repressão o motivo


do esquecimento, apesar de já se encontrar bem desenvolvida, nesta
época, a memória.

6. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL DE FREUD


Somente em 1921, cerca de 30 anos depois de suas primeiras publicações
sobre a Psicanálise, foi que Freud propôs uma teoria geral da estrutura e
função da mente:
6.1. ID - De acordo com o conceito freudiano de estrutura da
personalidade, o ID é o comportamento arcaico e inconsciente de energias
mentais que dinamiza o comportamento humano. Do Id promana os
impulsos cegos e impessoais devotados à gratificação direta ou indireta,
mas tanto quanto possível imediata, do instinto sexual (libido),-
estreitamente vinculado às necessidades primárias das pessoas (comer e
não ter fome). O Id, portanto, é o verdadeiro inconsciente ou a parte mais

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profunda psique. Ignora o mundo exterior, com quem não está cm contato,
e o objeto único de seus interesses é o corpo, sendo suas relações com
ele dominadas unicamente pelo princípio do prazer. Freud descreveu ainda
a hegemonia total dos instintos do prazer nas fases primitivas do
desenvolvimento mental, em decorrência direta do fato de as duas
atividades básicas da criança pequena - mamar e defecar - terem
provocado a sexualização (libidinização) da base e do ânus, zonas
erógenas. Ulteriormente Freud ampliaria, com algumas modificações, esta
sua primeira teoria (Para Além do Princípio do Prazer) e a libido deixaria de
identificar-se exclusivamente com o instinto sexual e o princípio do prazer
para se Eros, o instinto da vida e de auto-preservação, no qual o
componente sexual estava logicamente incluído.
O ID, devido a sua qualidade impessoal é um reservatório de impulsos
caóticos, instintivos, não harmonizados ainda entre si ou com os fatos da
realidade externa. O ID é um nome coletivo para os impulsos biológicos
primitivos.

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6.2. EGO - De acordo com Freud, o ego constitui o componente


intermediário das energias mentais (entre o Id, inconsciente, e o superego,
ego ideal ou consciência). Exerce o controle das experiências conscientes
e regula as ações entre pessoa e o meio ocupado, portanto, a posição de
um centro de referência para todasas atividades psicológicas e qualidades
egocêntricas. É através do ego que aprendemos tudo sobre a realidade
externa e orientamos o comportamento no sentido de evitar os estados
dolorosos, as ansiedades e punições. O Ego é um mecanismo que tem
duas superfícies preceptivas, uma dirigida para o interior, para os impulsos
e necessidades instintivas, e outra dirigida para a realidade externa,
através da percepção sensória. A função integradora do ego é comparar a
percepção interna com os resultados da percepção sensória e harmonizar
as necessidades subjetivas com as circunstâncias externas, de modo que
seja possível uma satisfação máxima. Além da função integradora, o ego
tem a função executiva que depende do seu controle do comportamento
motor voluntário. O EGO é o agente do princípio da estabilidade. Freud diz

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que a função do ego é manter o volume da excitação do organismo em


nível constante.
O EGO trabalha seletivamente na sua recepção das percepções e também
na autorização que dá a que os impulsos ganhem motilidade; opera como
aparelho inibidor, o qual controla, por esta função inibidora, a posição do
organismo no mundo exterior. Ego é a parte ou função da personalidade
que estabelece um relacionamento com o mundo em que vivemos.
6.3. SUPEREGO - Na estrutura teórica da personalidade, descrita por
Freud, o Superego é a mais recente formação ou componente do sistema
de energias mentais e foi correlacionado com o declínio e dissolução
docomplexo de Édipo.
Disse Freud: "O efeito geral amplo da fase sexual governada pelo
complexo de Édipo pode, por conseguinte, admitir-se que seja a formação
de um precipitado no ego ... Esta modificação do ego mantém sua posição
especial, e contrasta com os outros constituintes do ego sob a forma de
superego".

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O superego é o representante de uma natureza superior no eu, atuando no


sentido de evitar punições por transgressões morais ou fomentar ideais
moralmente aceitos. Assim, tanto pode reprimir e criticar idéias, impulsos e
sentimentos inconscientes que afetam o comportamento moral e judicativo
da personalidade (atividade que se dá, comumente o nome de consciência)
como pode apoiar a realização de um natureza superior (ego ideal).
Uma vez estabelecido, o superego decide quais impulsos ou necessidades
serão permitidos e quais reprimidos.
A satisfação das exigências do superego não só alivia, como traz
sentimentos definidos de prazer e segurança do mesmo tipo que as
crianças experimentam a partir de provisões experimentam a partir de
provisões externas de amor. Em certo sentido a constituição do superego é
duplicata da constituição do ego; um segundo ego, um "super" ego, forma-
se, então, limitado, é verdade, às esferas da ameaça e da promessa, da
punição e da recompensa. As funções do superego são as que mais

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depressa aparecem quando um paciente, tendo experimentado um perda


do muno objetivo, tenta recuperá-lo sem ter capacidade plena para tanto.
O homem apesar de apresentar imagem de um ser adequado, carrega, na
verdade, e na maioria quando analisado, um grau de ineficiência psíquico
comportamental exuberante. Um homem, no entanto, é mais que o seu
corpo, mais que o seu emprego mais que sua posição social. Estes são
apenas aspectos através dos quais eles se expressam. A totalidade destas
expressões é o reflexo exterior daquela estrutura interna que chamamos,
um tanto vagamente, de personalidade. Os instintos, impulsos, as
emoções, as relações entre o eu como o centro das experiências psíquicas
e o mundo exterior são pontos cruciais na vida do homem, enquanto o
homem, ser pensante, ser ativo e ser participativo.
O que estaremos vendo, portanto, nesta tese reflete exatamente, o citamos
acima, ou seja, a relação existente entre o ID, o EGO, e o SUPEREGO
(assunto desenvolvido por Freud na teoria do desenvolvimento
psicosexual), anomalias da sexualidade, tipos de neuroses, sonhos etc ...

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Não estamos fechando o assunto neste trabalho, ao contrário, alargamos


mais as possibilidades para que tantas outras pesquisas sejam feitas na
intenção de se conhecer mais ainda o que julgamos desconhecido ou um
tanto vago. Na estrutura teórica da personalidade, descrita por Freud o
superego é a mais recente formação ou componente do sistema de
energias mentais e foi correlacionado com o declínio e dissolução do
complexo de Édipo. A noção de superego foi inspirada nos estudos de
introjeção pela criança dos eventos em seu meio vital e suas relações com
o desenvolvimento de uma instituição moral a partir do ego. O superego é
o representante de uma natureza superior no eu (Freud), atuando no
sentido de evitar punições por transgressões ou fomentar idéias
moralmente aceitas. Assim, tanto pode reprimir e criticar as idéias,
impulsos e sentimentos inconsciente que afetam o comportamento moral e
judicativo da personalidade (atividade essa a que se dá usualmente o
nome de consciência) como pode apoiar a realização de uma natureza
superior (Ego-ideal). Assim, os três componentes básicos do sistema
encontram-se permanentemente empenhadas numa interação que é uma

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batalha constante: o Id em busca de sua satisfação irracional; o ego


procurando ajustar as exigências e impulsos do Id ao mundo da realidade e
o superego tentando reprimir ou apoiar o impulso que for moral e
socialmente reprovável ou louvável. Escreveu Freud: "o superego não é
apenas o depositário das anteriores opções objetais e representa também
uma enérgica formação de reação contra essas opções. Sua relação com o
ego não se limita ao preceito: "você deve ser tal e tal (ego ideal)"mas
também abrande a proibição: "você não deve ser como tal (consciência)".

7- FASES DO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE


Padrões de personalidade que se caracterizam pêlos hábitos, atitudes e
valores formados durante os estágios de desenvolvimento infantil.
Distinguem-se três tipos, isto é, fase oral, fase anal e a fase fálica.
7. l-FASE ORAL

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É a fase que se reflete as experiências infantis durante o estágio oral da


libido. As tendências caracterológica para a prepotência, domínio sobre os
outros, veracidade, cobiça e inveja estão radicadas no impulso primitivo da
criança para incorporar oralmente a mãe (objeto total) ou o seio materno
(objeto parcial). O otimismo é também considerado um produto psicogênico
de uma amamentação abundante e sem restrições. Observando uma
criança, poderíamos dizer que ela se interessa por alimentos em função de
sua libido oral, mas não é bem assim, vez que, mesmo saciado, ele põe
tudo o que alcança na boca; suga sua própria língua; chupa os dedos e até
os artelhos, parando de chorar quando lhe dão uma chupeta. Logo após
nascer, mantém-se a criança inteiramente alheia ao mundo exterior,
revelando suas sensações por meio de choro, sossego, risos eencontrando
prazer apenas no seio materno ou no seu próprio corpo, sem saber ainda
como localizar estes elementos. É por isso mesmo que o seio, que lhe
causa tanto prazer, é entendido como parte do seu ego. E, também, por
isso mesmo que dizemos que esta superposição seio-ego, que descreve
uma ausência de objeto, é a imagem perfeita do narcisismo. A seguir

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começa a criança a perceber que as repetidas experiências alívio lhes


foram fornecidas por meio do seio, o que é determinante para que ela
possa entender que há algo fora dela, estabelecendo uma diferença mais
ou menos definida entre os mundos interno e externo. Como resultante do
instinto de auto-preservação, o indivíduo é levado a contactos prazerosos
com o mundo exterior e como resultado da união entre libido e o ego, estes
instintos se tornam carregados de energia sexual desde o princípio,
devendo vir a se dirigir ao mundo exterior em busca de gratificação O fato,
porém, é que como para a criança pequena ainda não existe uma
separação muito bem definida entre ela mesma e o mundo exterior, a libido
permanece legada ao ego. Entretanto, chega o momento em que ele se dá
conta que nem sempre lhe é oferecido o seio em caso de desconforto: é o
contacto com a privação, com que ela acaba se familiarizando, levando-a
reter a libido, que produz sensações de tensão e de desprazer, que a
levam a deixar a posição narcisista e dirigir-se a um objeto no mundo
exterior, premido pela necessidade de alimento. Aí começa algo
interessante: tendo-se em vista que nem toda a quantidade de libido

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armazenada no ego, poderá se satisfazer com os alimentos, a libido


excedente passa a se tornar independente das satisfações com a nutrição.
Começa, então, o desenvolvimento de outras necessidades libidinais: o
tocar, o ver, o ouvir a mãe, o que representaum "descolamento" da libido
em relação ao ego, determinando uma desassociação da libido com a
alimentação. É quando a criança, já muscularmente mais desenvolvida,
pega objetos. Mas ela continua a sugar tudo o que pode, mas quando lhe
aparecem os dentes, ela morde e machuca o seio, quadro que
descrevemos como uma tendência à incorporação por devorá-lo. Na fase
oral, este momento é chamado de "canibalística". Mas isto logo se atenua,
porquanto a vontade de devorar passa apenas a ser esboçada.
Há, também, uma outra circunstância que empurra a criança para outros
objetos: é o fato de ser ela um ser desamparado, necessitando de
cuidados para sobreviver. Além disso, enquanto é cuidada, ela
experimenta vários estímulos, entrando em contacto com quem dela cuida,
quem lhe dá amor. Esse amor vem a ser retribuído através do ato de ato

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de se achegar, pois ela sente anseio pela mãe, ou por quem exerce o seu
papel, que, correspondendo, perceberá evidentes sinais de felicidade.
Atentando para tudo o que aqui se disse, podemos perceber um caminho
levando a libido ao objetos:
1. A dupla função de muitos órgãos, que ensejam haver, simultaneamente,
a satisfação de uma necessidade fisiológica e a de um instinto parcial da
zona erógena correspondente e
2. o fato de ser a criança um ser desamparado, que se vê obrigada a se
dirigir à pessoa que tenha se responsabilizado por ela. Laplanche e
Pontalis, no Vocabulário da Psicanálise, nos ensinam:
"Primeira fase da evolução libidinal, em que o prazer sexual está
predominantemente legado à excitação da cavidade bucal e dos lábios. A
atividade de nutrição fornece as significações eletivas pelas quais se
exprime e se organiza a relação de objeto; por exemplo, a relação de amor
com a mãe será marcada pelas relações seguintes: comer e ser comido.

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Abraham propôs subdividir-se esta fase em duas atividades diferentes:


sucção (fase oral precoce) e mordedura (fase oral-sádica)”.

1.2- FASE ANAL É a fase que reflete as experiências infantis durante a


aprendizagem do controle da defecação. As tendências caracterológicas
para a validade, desconfiança, ambição e generosidade sem amor estão
associadas ao prazer da evacuação anal; as tendências para a
meticulosidade, parcimônia, amor a ordem ao método, obstinação e
avareza estão radicadas na retenção anal; das fezes, sendo prazeres
ambivalentes (evacuar pode significar, para a criança, expelir um mau
objeto interno ou oferecer a mãe um bom objeto interno; reter as fezes
pode significar a conservação de um bom objeto interno ou o temor de
oferecer a mãe um mau objeto interno que a envenene ou a destrua), tais
tendências podem-se combinar no tipo de personalidade anal. Quando
excessivamente acentuada, a personalidade anal pode resultar de uma
fixação infantil, em virtude de a criança não ter sido capaz de conciliar os

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prazeres anais com as exigências sociais (por exemplo, o trono de toalete,


a disciplina da higiene pessoal).É no transcurso do surgimento e da
instalação da agressividade, que a zona anal se torna muito ativa. Nela a
criança passa a obter prazer pela estimulação da agressividade, e nela a
zona anal se torna muito ativa e a criança passa a obter prazer pela
estimulação da membrana mucosa retal e das partes imediatamente
adjacentes, passando a ser, a função do ânus preponderantemente
prazerosa, tanto quanto o era a entrada no trato digestivo. É quando
começam as manobras de retenção das fezes, ou freqüentes evacuações,
que estimulam a mucosa retal e a região glútea, o que resulta em prazer. É
a fase do desenvolvimento da libido, em que a evacuação e a tendência à
agressão se encontram saturadas de impulsos sexuais: é a fase
denominada de sádico-anal, que chega até aos 2-3 (+-) anos de idade.
Esta fase, pela desimportância dos órgãos genitais, é chamada de pré-
genital da organização da libido. No Vocabulário da Psicanálise, temos:
"Para Freud, a segunda fase da evolução libidinal, que pode ser situada
aproximadamente entre os dois e quatro anos; é caracterizada por uma

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organização da libido sob o primado da zona erógena anal. A relação de


objeto está impregnada de significações ligadas à função de defecação
(expulsão-retenção) e ao valor simbólico das fezes. Vemos aqui afirmar-se
o sado-masoquismo em relação com o desenvolvimento do domínio da
musculatura”.
7.3- FASE FÁLICA É a fase que reflete as experiências infantis marcadas
pelo interesse e sentimentos associados ao pênis (para a mulher, o
símbolo equivalente). As tendências caracterológicas para a ostentação,
generosa ou benemerente, narcisismo, camaradagem, afiliação e
atividades lúdicas (jogos, competições esportivas, etc.) estão associadas à
primazia fálica.
São estes os três padrões básicos de personalidades originadas nos
estágios pré-genitais do desenvolvimento psicosexual. À fase culminante
do desenvolvimento sexual, em que a pessoa contém relações
verdadeiramente afetivas com o parceiro sexual, corresponde, na
caracterologia adulta, a personalidade genital, que é a síntese dos

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impulsos psicosexuais medidos não só pela potência fisiológica mas


também pela capacidade do amor em termos adultos.
É o padrão equilibrado e maturo - personalidade adulta.É no período da
amamentação que começa a excitabilidade dos órgãos genitais como zona
erógena, obtendo, a criança, prazer na masturbação infantil. Entretanto,
somente após a superação das fases oral e sádica-anal e que os genitais
se tomam importantes, assumindo o comando como zona sexual, em
detrimento das outras, agora ultrapassadas.
Contudo após a puberdade, percebe-se expressões do tocar, abraçar e
beijar, que aparecem no prazer prévio, que são remanescentes da fase
oral. Nesta fase não ocorre orgasmo como entre os adultos, vez que não
há produção de fluido seminal, nem a conseqüente ejaculação. Assim, a
gratificação é obtida através substância mucosa pelas glândulas urtrais e,
nas meninas, nas secreções vaginais. Somente aí pelo terceiro ano de
vida, é que órgão sexual se torna central na atividade sexual da criança e

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isso vai durar ate aí pêlos cinco/ seis anos: é a fase fálica e foi esta fase
que S F chamou de organização genital infantil Voltemos ao Vocabulário:
"Fase de organização infantil da libido que vem depois das fases oral e
sádica-anal e se caracteriza por uma unificação das pulses parciais sob o
primado dos órgãos genitais; mas, o que não será mais o caso na
organização genital pubertária, a criança, de sexo masculino ou feminino,
só conhece nesta fase um único órgão genital, o órgão masculino e a
oposição dos sexos é equivalente à oposição fálico-castrado. A fase fálica
corresponde ao momento culminante e ao declínio do complexo de Édipo;
o complexo de castração é aqui predominante. "

8. O INCONSCIENTE
Tomando como adjetivo, corresponde ao que não é encontrado presente
no campo da consciência. Já no sentido tópico, é usado para designar um
dos sistemas definidos por SF no conjunto de sua teoria a respeito do

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aparelho psíquico, constituindo-se de conteúdos recalcados, aos quais é


vedado o acesso ao sistema Pcs-Cs, por intermédio da repressão. Em
resumo, as características são: 1 - os conteúdos são representantes das
pulsões, que, por sua vez, são regidos pêlos mecanismos do processo
primário (condensação e deslocamento);
2 - atuando sobre estes representantes, há uma grande carga de energia
pulsional, que os induz a retornar à consciência (sistema Pcs-Cs), só o
conseguindo, entretanto, após as formações de compromisso e depois de
terem sido submetidos às transformações impostas pela censura;
3 - são os desejos da infância que se fixam no Ics.

9 - O PRÉ-CONSCIENTE.
Tomando como adjetivo, qualifica o que tendo saído da consciência atual, •
sem, contudo, se tornar inconsciente. Já como substantivo, qualifica um

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sistema diverso do sistema Ics, pois todo o seu material ausente do


consciente, permanece acessível de uma forma não-atualizada.
10 - O CONSCIENTE. Definindo, segundo os ensinamentos de SF,
Consciente será a qualidade atual caracterizador-a das percepções
externas e internas.
Ao lado da visão acima, há outra, em outro nível; o Consciente é parte de
um sistema denominado de Pcs-Cs (percepção-consiência). Nele não
ocorre a inscrição de qualquer traço durável das excitações, enquanto no
Ics isto acontece sob a forma de traços mnéticos, que, na verdade, são o
próprio Inconsciente e o Pré-consciente.
Sob o aspecto tópico, tem-se que o sistema Pcs-Cs se situa na periferia do
aparelho psíquico, apto a receber todas as informações (sensações), tanto
interiores, quanto exteriores.
11-AS INSTÂNCIAS

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Ativas, dentro de cada um de nós, encontram-se três instâncias de suma


importância, que são o Ego, o Superego e o Id, em que o Ego é pré-
consciente, o Superego consciente com componentes inconscientes e pré-
conscientes q o Id insciente.
Cada um desses substantivos corresponde a um grupo, ou estrutura, em
que o Ego se define como sendo o conjunto de funções ligadas às relações
do indivíduo com o mundo exterior. O Superego engloba as legislação
moral a que nos subordinamos e o Id é composto dos representantes
psíquicos dos instintos, que são presentes desde o nascimento, do mesmo
modo que é verdade que, durante bom tempo, nos primórdios da infância,
será o Id que preencherá tudo o que se entende por aparelho psíquico, até
o momento em que comece uma diferenciação que acabe por constituir o
Ego, para, mais tarde, aí pêlos cinco/seis anos, a diferenciação, produza
um Superego, que só vai se cristalizar entre os dez/onze anos.
Temos, então, que o Ego provém do Id, num processo de diferenciação e
que pode ser definido como uma agência representante da realidade

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circunstante, destinado ao domínio progressivo dos instintos^ pelo que se


empenha em fazer prevalecer o princípio da realidade sobre o princípio do
prazer, que é característico dold.
O Superego (vulgarmente chamado de consciência), tem as funções ( 1 )
de censor em relação ao Ego e é, segundo SF, o responsável pelo
envolvimento da consciência moral, da auto-observação, da formação dos
ideais e (2) de protetor e de salvador, conforme aprendemos no que nos
ensinou o nosso mestre maior:
"O Superego exerce a mesma ação protetora e salvadora anteriormente
exercida pêlos pais".

12. ANOMALIAS DA SEXUALIDADE


O comportamento na esfera sexual que se desvia do normal, mas não é
necessário considerado patológico. O termo para as anomalias patológicas

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(quer sejam socialmente condenáveis ou não) é perversão e por vezes,


inversão. Alguns autores preferem a terminologia sexopatologia.

12.1- FETICHISMO No fetichismo o objeto do amor deixa de ser o homem


ou a mulher, passa a ser um objeto inanimado ou uma coisa. Só nisso
encontra o prazer sexual.
12.2- EXIBICIONISMO O exibicionismo é o desejo incontrolável de expor
na presença do sexo feminino, os órgãos sexuais; normalmente se
masturbam em presença de outrem. A mulher, encontra certo prazer
sádico em usar roupas sumárias (mini-saias, decotes usados, etc., para
provocar ao macho)

12.3- EXIBICIONISTA VERBAL É o que faz propaganda ou alarde sobre o


tamanho do seu órgão genital.

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12.4- NECROFILÍA A necrofilia é a compulsão (desejos incontroláveis) de


ter relações sexuais com cadáveres devido a uma atração irresistível
principalmente com mulheres recentemente sepultadas, não importando a
idade. Não conseguem resistir a seus impulsos.
12.5 MASOQUISMO São anomalias caracterizadas pelo desejo de ser
maltratado (a) como prévia condição de gratificação sexual. A flagelação
estimulante pode ser infligida por si próprio ou pelo parceiro (a), levando-os
ao orgasmo (prazer atingido). A dor constitui a única condição de
satisfação sexual.
12.7- SADOMASOQUISMO O sadomasoquismo é a tendência para o
sadismo e o masoquismo simultaneamente.
12.8- INFANTILISMO É a preferência incontrolável para a prática sexual
com parceiros de muito menos idade.
12.9- GERONTOFILISMO O gerontofílismo é a preferência por parceiros
bem mais idosos.

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12.10 - NINFOMANIA A ninfomania é a paixão intensa, de caráter mórbido.


A mulher não se satisfaz sexualmente com um só homem. Chega a
sangrar seus órgãos genitais, e não encontra o prazer satisfatório no final.
12.11 NARCISISMO É o prazer com a admiração do próprio corpo ou
imagem. O impulso sexual não se transfere para outras pessoas.
12.12- HOMOSSEXUALISMO O homossexual é aquele ou aquela que tem
impulsos sexuais voltados para pessoas do mesmo sexo.
12.13- PEDOFILÍA E a atração sexual que o adulto tem por criancinhas.
Deseja ter relações sexuais e as violentas (ocorre até com muitos pais
pedófilos).
12.14- PEDOLATRIA A pedolatria é o indivíduo que só encontra estímulo
na concentração de seus impulsos sexuais em pés femininos, quando são
anatômicamente perfeitos, caso contrário, não conseguem a ereção
peruana para o prazer sexual.

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12.15- ONANISMO (MASTURBAÇÃO) É a atitude da pessoa friccionar o


seu membro sexual, afim de alcançar determinada satisfação. Não
somente o rapaz pode ser vítima da masturbação ou do onanismo (termo
técnico), como também a mulher pode intentar nesta prática. Traz desgaste
mental e físico, pela canalização excessiva de suas energias; debilita
mentalmente, trazendo impotência em raciocinar, vergonha após o ato, e,
dependência. O habituado em masturbação, jamais se completará com um
parceiro ou parceira.
13- COMPLEXO DE ÉDIPO Sigmund Freud observou, através das
recordações de neuróticos e das interpretações dos sonhos que a criança,
em determinada idade, passa a estar sexualmente interessada, de modo
regular, no genitor do sexo oposto ao seu, desenvolvendo-se o sentimento
de rivalidade e o desejo de afastar o genitor do mesmo sexo. Freud conclui
estar em presença de um fenômeno universal que ocorre entre os três e
cinco anos de idade, e acreditou, por algum tempo, que todas as neuroses
tinham origens nessa situação, que, de fato, as neuroses não podiam

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originar-se em experiências ocorridas em período anterior àquele. O mito


de herói grego que perpetra o parricídio (assassina o pai) e vive em
relações incestuosas com a mãe, crimede tão terríveis conseqüências que
Édipo quis expiá-los provocando a própria cegueira, parecia provar a tese
freudiana de que os impulsos incestuosos se encontram presentes em
todas as crianças de modo velado e desfigurado: assim o código secreto
do mito (aquilo que lung chamaria o mitologema) corroborava osestudos de
Freud que assim escrevia na interpretação dos sonhos: "o destino do rei
Édipo comove-nos ainda hoje porque também poderia ter sido o nosso,
porque um oráculo fez recair sobre nós, antes do nosso nascimento, a
própria maldição que sobre ele tombara. Talvez estivéssemos todos
destinados a dirigir os nossos primeiros impulsos sexuais para a nossa
própria mãe, os nossos primeiros impulsos de ódio e resistência para o
nosso pai. E os nossos sonhos convencem de que de fato, estávamos. O
rei Edipo, que assassina o seu pai Laio e desposa a sua mãe Jocasta, não
é outra coisa senão a efetivação de um desejo da nossa infância. Mas nós,
mais felizes do que ele na medida em que não nos convertemos em

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psiconeuróticos, conseguimos, desde a infância, afastar de nossa mãe os


impulsos sexuais e esquecer o ciúme em relação ao pai. O aspecto
problemático do complexo de Edipo teria, para Freud, a seguinte causa: o
menino, por exemplo, aprende em breve que o interesse sexual pela mãe
não é tabu mas, ao mesmo tempo, passa a considerar o pai um rival e
sente hostilidade em relação, a ele. Mas também ama o pai e isso
ocasiona que sentimentos de ódio constituam uma fonte de desgosto e
aflição. Além disso por causa de seus sentimentos hostis para com o pai e
sentimentos sexuais em relação à mão, a criança espera ser punida e a
punição que se enquadra ao crime de castração. Algo semelhante se
passa com a menina (complexo de electra), que coloca o pai no centro do
interesse erótico mas, no caso dela, o medo da castração desempenha
papel reduzido, visto que não possui pênis, que possa ser amputado. Esse
remoto interesse sexual nos pais, pensou Freud, era a fonte de fantasias
neuróticas dos adultos, relativas à sedução na infância. As fantasias eram
a manifestação de um desejo de gratificação dos interesses edipais sem
culpa. Na realidade Freud verificou haver mais implicações na história da

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neurose do que do complexo de Edipo. Havia provas crescentes de que


algumas condições tinha início em idade ainda mais recuada o que levou o
estudo daquilo que Freud designou porestágios pré genitais da libido. O
complexo de Édipo, embora aceito por todos os colaboradores de Freud,
provaria as primeiras divergências quanto a seus fatores formativos, isto é,
quanto à teoria defendida porFreud de que o complexo de Édipo e as
neuroses adultas resultantes tinham explicação exclusivamente sexual
(daí, o pansexualismo Freudiano, ou seja: toda neurose tem por etiologia
problemas sexuais mal resolvidos ou simplesmente reprimidos. Adler, o
primeiro desviacionista, não rejeitou a idéia de que os impulsos sexuais
pudessem estar na raiz da neurose mas disse que, na pessoa em busca de
um sentimento de superioridade, o ato sexual e um dos que estão
envolvidos e nada mais significa senão a luta de duas pessoas para
exercer domínio uma sobre a outra.O complexo de Édipo é uma tentativa
da criança pequena para subjulgar a mãe e lutar vitoriosamente com o pai.

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A dedicação erótica é um expediente para manter-se agarrada aos pais,


por uma questão de insegurança (complexo de inferioridade). Jung
desviou-se de Freud ao formular uma teoria da libido em que o fato sexual
era apenas uma forma da libido primordial - uma energia psíquica que
atribuiu o significado de uma força vital. E complexo de Édipo é encarada
como um símbolo dos laços infantis com os pais, é certo, mas negando
Jung que a sexualidade fosse fator de importância decisiva na infância.
Considerou esse período dominado pêlos fatores de nutrição e
crescimento. A mãe seria o primeiro objeto de amor, mas o interesse da
criança por ela não é sexual: a mãe representa, sem, a fornecedora de
alimento, o ser nutriente. Por outras palavras, a primeira dedicação da
criança não se relacionacom o sexo, mas com a auto-preservação. A mais
recente interpretação do complexo de Édipo foi formulada por Erich
Fromm: o esforço da criança para libertar-se de sua dependência infantil e
tornar-se indivíduo. O aspecto sexualpode ser importante, mas não é, em
qualquer caso, a causa da luta de Édipo com pai. A verdadeira causa, que
omito procurou descrever (Édipo não mata o pai por rivalidade pela posse

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da mãe e sim porque lhe estava impedindo a passagem numa estrada,


desconhecido nessa altura que Laio fosse seu pai), é a luta do indivíduo
numa sociedade patriarcal e autoritária que, deseja modera-lhe a vida de
acordo com os desejos dela.
No Vocabulário da Psicanálise, vamos encontrar o seguinte:
"Conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente
em ralação aos pais. Sob a forma dita positiva, apresenta-se como na
história de Édipo-Rei: desejo de morte do rival, que é o personagem do
mesmo sexo e desejo sexual pelo personagem do sexo oposto. Sob a
forma negativa, apresenta-se de modo inverso: amor pelo progenitor do
mesmo sexo e ódio ciumento pelo progenitor do sexo oposto. Na realidade,
essas duas formas se encontram em graus diversos na chama forma
completa do Complexo de Edipo ë vivido entre os três e cinco anos,
durante a fase fálica; o seu declínio marca a entrada no período de
latência. E revivido na puberdade e é superado, com maior ou menor êxito,
num tipo especial de escolha do objeto.

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O Complexo de Édipo desempenha papel fundamental na estruturação na


personalidade e na orientação do desejo humano. Para os Psicanalistas
ele é o principal eixo de referência da psicopatologia; para cada tipo
patológico eles procuram determinar as formas particulares da sua posição
e da sua solução
A antropologia psicanalítica procura encontrar a estrutura triangular do
Complexo de Edipo, afirmando a sua universalidade nas culturas mais
diversas e não apenas naquelas em que predomina a família conjugal."

14- INSIGHT
O insight é o poder ou o ato de penetrar numa situação. Ato de aprender a
natureza interna das coisas ou de perceber intuitivamente. Profundidade de
discernimento se for o caso de traduzir o termo inglês por uma só palavra,
a mais próxima será introvisão.

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15- CLEPTOMANIA
A cleptomania é o impulso essencialmente psicopatológico para a prática
de furtos.

16- COMPULSÃO
Ato de forçar uma pessoa a agir contrariamente ao seu desejo. Estado da
pessoa que foi constrangida contra sua vontade. Motivo que impele a
pessoa a agir contra a sua vontade. Motivo que impele a pessoa a agir
contra a sua inclinação. A compulsão pode ser externa ou interna e
subjetiva.

17- NEUROSES
Esse termo, que data da segunda metade do século XVIII, significa
originalmente uma doença dos nervos, depois mais tarde no século XIX, foi

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utilizada para descrever "distúrbios funcionais", isto é, doença que se


acreditava serem devidas a distúrbios funcionais do sistema nervoso que
não se faziam acompanhar por
mudanças estruturais. Desde que Freud descobriu que uma das neuroses,
a histeria, constituía um distúrbio da personalidade e não dos nervos, o
termo foi empregado para descrever exatamente os distúrbios mentais que
não são doenças do sistema nervoso. A teoria clássica distingue os
seguintes tipos de neuroses:

18- PSICONEUROSES
Devidas as causas passadas e explicáveis apenas em função da
personalidade e história da vida do paciente (anamnese). Existem três
tipos de psiconeuroses - a histeria de conversão, a histeria de angustia
(fobia) e a neurose obsessiva.

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19- NEUROSES ATUAIS


Devidas as causas atuais e explicáveis em função dos hábitos do paciente.
Em seus primeiros trabalhos, Freud fazia distinção entre psiconeuroses e
neuroses atuais, as primeiras devendo-se a conflitos psicológicos e
acontecimentos passados e as últimas sendo as conseqüências
fisiológicas de distúrbios atuais no funcionamento sexual. Distinguiu-se
posteriormente duas formas de neurose atual: a neurastenia, resultados de
excessos sexuais, e neurose de angústia, resultado de estimulação sexual
não-aliviada.

20- NEUROSES TRAUMÁTICAS Devidas a choques. É uma doença


psiquiátrica que os sintomas se desenvolvem pouco após alguma
experiência traumática, inesperada, chocante. Não são explicáveis como
resultado físico de dano ao cérebro ou a qualquer outra parte do corpo.
Incluem ações estereopadas ou "acessos", nos quais partes do evento
traumático são repetidas, e/ou sonhos estereotipados, que repetem a

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experiência. Difere das outras neuroses porque seus sintomas, inclusive os


sonhos traumáticos, não são acessíveis à interpretação. Não possui
significado consciente. As neuroses traumáticas curam-se
espontaneamente, ou tornam-se crônicas, ou transformam-se em psico-
neurose. A última hipótese só tem probabilidade de ocorrer se os sintomas
se mostrarem vantajosos; por exemplo, concederem ao paciente direito a
uma pensão, no caso de um militar pois incapacita para o serviço ativo.

21- NEUROSE NARCÍSICA São neuroses nas quais o paciente é incapaz


de formar transferência.

22- NEUROSE DE CARÁTER São as neuroses nas quais os sintomas são


traços de caráter ou caracterológicos.

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23- NEUROSES DE ÓRGÃO OU ORGANEUROSES Termo raramente


utilizado para designar doenças psicossomática.

24- NEUROSES INFANTIS Termo refere-se da infância. A teoria clássica


supõe que todas as neuroses da vida adulta foram precedidas por outra na
infância.

25- NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA OU TRANSFERENCIAL É a


neurose em que o paciente é capaz de transferência. Ou o interesse
obsessivo pelo analista que o paciente desenvolve durante o curso do
tratamento psicanalítico. nota: uma neurose de angústia ou de ansiedade é
qualquer neurose em que a ansiedade é o sintoma principal, ou uma das
neuroses atuais.

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26 - HIPOMANIA Termo psiquiátrico para designar o estado de pessoas


que apresentam, em forma branda, a exultação e a aceleração
psicomotora da mania. A diferenciação entre a hipomania e a vitalidade
exuberante e infatigável depende de se demonstrar que o paciente utiliza
defesas maníacas contra a depressão.

27- HISTERIA l- termo diagnóstico médico para designar doenças


caracterizadas:
(a) pela presença de sintomas físicos;
(b) pela ausência de sinais físicos ou de qualquer prova de patologia física;
(c) por um comportamento que sugere que os sintomas desempenham
alguma função patológica. A noção de histeria deriva dos antigos gregos,
que aplicavam o termo apenas a doenças de mulheres explicadas como
devidas ao mau funcionamento do útero (hysteron). Segundo determinada
teoria, o útero constituía órgão móvel, capaz de movimentar-se pelo corpo

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e pressionar outros órgãos; de acordo com outra, a abstinência sexual


conduzira à inanição do útero ou a retenção de espíritos animais não
utilizados, que saíam para fora do útero, provocando a perturbação de
outros órgãos. Um dos efeitos da psicanálise foi demolir as teorias uterinas
de causação da histeria, enquanto retinha a idéia de, que de certa maneira,
ela se vincula à sexualidade.

2- A teoria clássica distingue entre duas formas de histeria: A histeria


conversão, corresponde ao conceito médico tradicional, e a histeria de
angústia, hoje mais comumente conhecida como fobia. A histeria ocupa
lugar importante na história da psicanálise, já que esta começou com a
publicação dos estudos sobre a histeria (1895), Freud e Breuer, livros em
que os sintomas histéricos são explicados como resultado de lembranças
reprimidas e da conversão de idéias em sintomas físicos. Embora ambos
esses conceitos sobrevivam na teoria psicanalítica, nenhum analista
contemporâneo sustentaria que eles fornecem uma explicação adequada

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da histeria. Um fato curioso, para o qual Wisdom chamou a atenção, é que


Freud jamais formulou definitivamente seus pontos de vista sobre a
histeria, e que é extremamente difícil descobrir qual seja a teoria clássica
dessa doença. Existe, contudo, tendências a supor que essa teoriaafirma
que o ponto de FIXAÇÃO histérico ocorre durante a fase edipiana e que
seus mecanismos de DEFESA característicos são a repressão e a
dissociação. Melanie Klein também silenciou sobre o tema da histeria, e o
único adepto da teoria dos objetos a interessar-se por ela foi Fairbairn, que
denominou uma de suas técnicas defensivas de "histérica" e sustentou que
a origem da histeria reside na posição esquizóide. Segundo Veith, a
histeria é doença quase extinta, que só ocorre entre "pessoas sem
instrução, dos stratos sociais inferiores", não influenciadas pela difusão das
idéias psicanalíticas.

28- SONHOS Nós vivemos entre duas realidades: - a vida objetiva


(realidade externa, realidade propriamente dita) e a da vida subjetiva, isto

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é, da nossa vida psíquica (realidade interna: a realidade que, em verdade


desejamos). A primeira é sempre agressiva e representa, por isso, o
desprazer.
Para que exista um equilíbrio entre essas duas realidades, a natureza nos
deu a faculdade de sonhar. Através dos sonhos nós vivemos, então, a
nossa vida. Através deles realizamos todos os nossos desejos. Assim, já
podemos definir os sonhos como uma função psíquica encarregada de
compensar, de suavizar, de substituir mesmo uma realidade, que nos é
hostil, por outra, totalmente diferente, onde um novo mundo se descortina
diante da alma e onde todas as nossas ações parecem absurdas,
juntamente por que as mais censuráveis, na sociedade em que vivemos,
gozam enquanto dormimos, de uma espécie de liberdade condicional,
quando se expandem nos sonhos.

29 - INSTINTOS SEXUAIS : Já temos que os instintos sexuais são os que


a Psicanálise classifica como instintos de vida, convindo, então, que

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acrescentemos que eles possuem (1) uma fonte, (2) uma meta e (3) um
objeto.
Mas retomemos, antes, a finalidade do instinto: "... é a sua satisfação, ou,
com mais precisão, o ato de descarga muito específico que faz cessar a
condição física de excitação, e assim produzir a satisfação". Quanto ao "...
objeto de um instinto, é aquele instrumento pelo qual, ou mediante qual, o
instinto consegue atingir a sua finalidade. A fonte de um instinto é o estado
quimico-físico, que faz que um estímulo sensorial produza excitação."
Estas conceituações podem variar de autor para autor, mas o que aí
temos, assinado por Fenichel, preenche muitas das exigências de grande
parte dos Psicanalistas. As discordâncias surgem em decorrência de algo
que se sua fora do âmbito de nossa arte, pois nós só manuseamos os
instintos depois da obtenção de uma resposta dada pela fisiologia, que por
sua vez, não preenche todas as nossas expectativas.
Quanto a meta, ouçamos o que nos diz o Vocabulário de Psicanálise (p.
281): "Atividade impelida pela pulsão (instinto), que leva a uma resolução

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da tensão interna e é sustentada e orientada por fantasias." O objeto,


segundo nossos melhores autores, é visto sob dois aspectos (há um
terceiro, o filosófico, de que podemos nos abstrair):
1. Enquanto correlacionado com o instinto, é aquilo em que e por que o
instinto busca atingir a satisfação (meta), que pode ser um objeto real ou
fantasmático.
2. Relacionado com o amor (ou com o ódio), a variação, referido o número
acima, é uma relação da totalidade de uma pessoa com um objeto tomado
(pessoa, ideal, entidade etc), também, de maneira total.
Quanto ao mais, os instintos trazem em si a força que os impele e excita.
É, também, sempre ativo, quer a meta seja ativa, quer seja passiva. Assim,
inclusive o feminino, que, como meta, é ativo, quanto à atração do ser
masculino, que é uma postura que poderia sugerir passividade. A meta, ou
a finalidade de um instinto, é alcançar a gratificação por intermédio de uma
ação adequada.

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"É manifesto o caráter sexual das perversões. Quando se cede aos


impulsos patológicos, obtém-se o orgasmo".
"Nas perversões, a sexualidade infantil substitui a sexualidade adulta.
Alguma coisa deve ser repulsiva nesta e alguma coisa particularmente
sedutora naquela. Mas este último fator varia, ao passo que aquele é
constante; é sempre o complexo de castração que interfere na capacidade
de desfrutar sexualidade genital plena. Na realidade, as diferenças que
existem entre o complexo de castração masculino e o feminino,
correspondem às diferenças existentes entre as perversões masculinas e
femininas."
"Há quem pense que os pervertidos estão desfrutando algum tipo de
prazer sexual mais intenso do que as pessoas normais. Não é verdade: a
descarga deles só se faz possível depois que se removem os obstáculos
ou se encontram distorções, daí ser, necessariamente, incompleta. São,
como diz Freud, pobres diabos que tem de pagar o preço alto pelo seu
limitado prazer. A opinião adversa talvez resulte do fato de que os

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pervertidos, embora experimentando menos gozo do que as pessoas


normais, experimentam, em certo sentido, mais prazer do que os
neuróticos, cujos desejos sexuais infantis reprimidos não são gratificados.
Os neuróticos, que tem desejos perversos reprimidos, invejam, às vezes,
os pervertidos, os quais exprimem abertamente os desejos perversos." (2)
(2) Fenichel in Teoria Psicanalítica da Neuroses. P.305/307
Sob condições normais, o objeto do instinto sexual é o sexo oposto é a
meta o contacto genital, a menos que haja desvios. Assim, o homossexual
prefere um igual. O sádico amarrará e chicoteará sua parceira. O pedófilo
preferirá um infante. O praticante da bestialidade elegerá um animal.
Há o caso da meta sexual ser obtida sem a união genital, porém com
descarga de fluidos sexuais, em indivíduos do sexo oposto, através da
estimulação de partes do corpo, que não a genitália, com abraços, beijos
etc. Contudo, respeitados alguns limites, um desvia da meta sexual final
não pode ser considerada anormal e sim uma atividade preliminar ou
prazer prévio, com a finalidade de aumentar o prazer final. Caso o prazer

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prévio se torne o fim exclusivo de atividade sexual, teremos então uma


perversão.
Resumindo, uma perversão resultará da separação entre o objeto e a meta
sexual.
As genitálias constituem-se nos órgãos contrais da sexualidade e a
satisfação sexual específica é obtida via sua estimulação. Não obstante, as
perversões demonstram que a mesma meta (com descarga genital), pode
ser alcançada através da estimulação de partes outras do corpo. Isto é: há
outros órgãos que se relacionam com os genitais, dispondo, além da
função biológica característica, uma função sexual, representando o papel
de zonas erógenas, nos quais surgem impulsos sexuais, que podem ser
gratificados via estimulação adequada. Há, também, as zonas erógenas
ditas preferenciais, que são: membrana da mucosa da boca, os olhos,
membrana da mucosa do reto e as excitações desencadeadas em tais
zonas, ou nos respectivos órgãos, recebem o nome de instintos parciais ou
componentes.

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Não é incomum observar-se uma combinação entre perversões e


neuroses, resultante da fixação pré-genital comum, combinando-se com as
neuroses obsessivas e as psicoses, podendo acontecer as três seguintes
possibilidades:
1. a perversão e a neurose se desenvolvem lado a lado;
2. estabelecida primariamente uma perversão, é ela complicada por uma
neurose e;
3. estabelecida primariamente uma neurose, soma-se a ela uma
perversão. (Fenichel). No Vocabulário da Psicanálise (Laplanche e
Pontalis), encontramos na página 341:
"Desvio em relação ao ato sexual "normal", definido este como coito que
visa a obtenção do orgasmo por penetração genital, com uma pessoa do
sexo oposto.
Diz-se que houve perversão quando o orgasmo foi obtido com outros
objetos sexuais (homossexualidade, pedofilia, bestialidade etc.) ou por

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outras zonas corporais (coito anal, p. ex.) e quando o orgasmo é


subordinado deforma imperiosa a certas condições extrínsecas (fetichismo,
travestismo, voveurismo e exibicionismo, sadomasoquismo); estas podem
mesmo proporcionar, por si sós, o prazer sexual. De forma mais
englobante, designa-se por perversão o conjunto de comportamento
psicossexual que acompanha tais atipias na obtenção do prazer sexual. "
AS DOZE FUNÇÕES EGOIGAS (DO EGO), SEGUNDO BELLAK,
JUNTAMENTE COM SEUS COLABORADORES.
30 - A REALIDADE: O TESTE. Objetiva-se num teste de realidade a
verificação da capacidade do indivíduo perceber a diferença entre as idéias
e as percepções, ou seja: discernir os estímulos internos dos externos.
Verificando-se, paralelamente, a exatidão da percepção a orientação no
tempo e no espaço a adequada interpretação de fatos externos e a
exatidão da realidade externa.
31- A REALIDADE: O SENTIDO. Tem-se por sentido de realidade a
sensação de adequação individual do funcionamento do próprio corpo,

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bem como de comportamento, incluindo-se, no mesmo grau de


importância, o nível de auto-estima e a convicção do próprio espaço em
relação aos demais indivíduos e ao mundo exterior.
32 - RELAÇÕES OBJETAIS O que se deseja saber é:
Os termos gerais dos relacionamentos do indivíduo com os outros,
enfatizando-se a repetição de padrões anteriores, para resolver os
eventuais problemas de adaptação ante novos relacionamentos, e ainda,
se, ante situações frustrantes, evoca ele, lembranças agradáveis
relacionadas com outras pessoas.
33 - JUÍZO (OU JULGAMENTO). Nesta função avalia-se a capacidade do
indivíduo de antecipar as conseqüências dos diversos comportamentos
adotados, seja sob a ótica social, seja em relação aos ditames legais. De
igual interesse, é a adequação social, adequação do comportamento aos
juízos externados. Acessoriamente observa-se o grau de veemência
adotado para referir-se às conseqüências.

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34 - IMPULSOS, AFETOS E INSTINTOS: REGULAÇÃO.


As perguntas a serem postas são:
a) quanto consegue o indivíduo adiar e controlar impulsos, afetos e
instintos? e;
b) como e a que direciona ele a expressão dos seus impulsos, afetos e
instintos?
• Avalia-se a importância dos três fatores por meio dos sonhos,
associações livres, fantasias, observações etc.
• Sendo a regulação, uma função do ego, torna-se indispensável conhecer-
se os mecanismos adotados para a obtenção do dimensionamento, bem
como os graus de tolerância às frustrações decorrentes, tendo-se presente
que ele pode se dar via ideação, expressão afetiva e/ou comportamento
manifesto.

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35 - O PENSAMENTO: SEUS PROCESSOS


• Há que se ter presente que o pensamento se fundamenta nas seguintes
funções: atenção, concentração, antecipação, memória, linguagem e
formação conceptual, incluindo-se o grau em que se organiza e se orienta,
em conformidade com os padrões de realidade. E indispensável, também,
avaliar-se o quanto de ilusório e de autista aparece, além da presteza com
que se manifestam os processos associativos.

36- O FUNCIONAMENTO AUTÓNOMO


• Na prática, avalia-se o funcionamento autônomo propondo-se um
pergunta: em que grau se contabiliza os prejuízos que atinjam a
aprendizagem, a audição, o funcionamento motor, a intenção, a linguagem,
a memória, a capacitação para completar uma atividade programada e a
manutenção da continuidade de um comportamento?

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37 - AS DEFESAS: O FUNCIONAMENTO
• Neste caso, as perguntas são: a) quanto de influência exercem as
defesas sobre a ideação, o afeto e o comportamento? e b) quão eficazes
são as defesas ante os estressores, o que, aliás, se infere a partir do
quantum se detecta de depressão, ansiedade e de outros afetos
disfóricos?

38- REGRESSÃO ADAPTATIVA


• Quer-se saber da capacidade de fazer aportar material pré-consciente na
consciência, que então reorganizado, pode proporcionar um aumento no
potencial adaptativo, ensejando uma produção rica quando da
exteriorização do pensamento.
• Quando se cogita de regressão, há que se considerar que o paciente,
portador de algum desajustamento, logo descobre que passou a receber
um tratamento diferenciado do usual, já que se propõe a ouvi-lo com igual

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atenção, sem críticas, sugestões, opiniões, sejam quais sejam as palavras


que aleatoriamente queira dizer,ou então histórias, recordações ou fatos
que queira e/ou seja estimulado a narrar. É claro que no transcurso do
processo, experienciará ele momentos de satisfação e de frustração,
quando do aparecimento de desejos primaríssimos inconscientes, o que se
inclui no quadro da regressão. O Psicanalista atento ver-se-á, de saída,
ante uma história de fachada, que, aos poucos, vai se esmaecendo, até
que apareçam os níveis inferiores de que nos falam Meningger & Holzman
(1973) in Teoria e Técnica Psicanalítica (Zahar) citando S. Rado:

39- REGRESSÃO
"Estou coincidentemente encantado por poder cooperar com o doutor e
usar esta oportunidade para descobrir como melhor usar os meus
potenciais. " Ou então ... "Tenho problemas que não consegui resolver
sozinho, pelo que vou cooperar com o doutor para aprender as soluções."

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Ou então ... "Não sei o que faça, mas quero descobrir. Quem sabe por
meio da Psicanálise eu o consiga? "
Ou então ... "Estou em desespero e quero do doutor qualquer ajuda que
possa me oferecer para alcançar alivio. "
É a chamada regressão psíquica, que é um processo caracterizado pelo
retomo da atividade psíquica a uma forma de atuação mais anterior, mais
simples e por isso mesmo inferior, mais simples e por isso mesmo inferior.
Há três tipos de regressão: tópica, cronológica e formal.

A tópica trata do movimento de descenso: é uma forma de retrocesso à


etapas já ultrapassadas do seu desenvolvimento; a cronológica descreve
uma experiência atual reativa a uma outra do passado, em que o indivíduo
reage hoje, como reagiu naqueles dias. A forma refere-se ao pensamento
quando se torna arcaico nos momentos de sua expressão.

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40 - FUNÇÃO SINTÉTICO-INTEGRADORA
• A capacitação sintético-integradora se infere dos seguintes fatores: a) a
capacidade de integrar os variados aspectos dos fatos psíquicos e
comportamentais; b) a capacidade de integrar e de conciliar diferenças em
afetos, atitudes, auto-representações, comportamentos e valores; c) o grau
de manutenção da continuidade comportamental, que é asseguradora da
condição necessária para o completamento de atividades programadas e
d) o grau de manutenção, tanto da estabilidade, quanto do nível de
organização, mesmo quando influências externas, repentinamente, se
tomam estressantes.

41 - O DOMÍNIO-COMPETÊNCIA
• DOMÍNIO-COMPETÊNCIA é avaliado considerando-se o que se infere
dos sentimentos de adequação manifestos e conscientes, ou seja: a
maneira como o indivíduo age e o que ele pode realizar com eficácia.

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42 - LIMITE DE ESTÍMULOS
• Considerando-se os estímulos das variadas modalidades sensoriais,
levantar-se a consciência, o limiar e a sensibilidade apresentados pelo
indivíduo, bem como os limites estabelecidos em relação aos variados
níveis de estimulação sensorial, visando-se quantificar a extensão dos
prejuízos ou dos retraimentos provocados, bem como dos mecanismos de
defesa e de manejo adotados.

43- A PSICANÁLISE:
SF disse que Psicanálise é: (1) um método de processos mentais, quase
inacessíveis por outros meios; (2) uma técnica (baseada nessa
investigação) usada no tratamento de distúrbios neuróticos e (3) um
conjunto de informações psicológicas obtidas por essa via e que se vem
constituindo, gradativamente, em uma nova disciplina científica.

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A Psicanálise pretende tomar consciente aquilo que é inconsciente e


facilitar a descarga afetiva.
Ou...
Revelar os conflitos inconscientes, por meio da associação livre e sonhos,
analisando e interpretando as difesas, as resistências, as tensões e
estimulando e interpretando as transferências, além de re-estruturar os
mecanismos de defesa, visando o manejo mais eficaz dos impulsos do
Inconsciente.
Na Psicanálise há duas hipóteses fundamentais: o determinismo (ou
causalidade psíquica): eventos que determinaram eventos e a teoria do
inconsciente, que é o determinante vital da conduta e processos do
pensamento.
No VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE de Laplanche Pontalis, lemos que
instinto é "...um esquema de comportamento herdade, próprio de uma
espécie animal que pouco varia de um indivíduo para o outro e que se

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desenrola segundo uma sequência temporal, pouco suscetível de


alterações e que parece corresponder a uma finalidade," Uma definição
que não sendo de autoria de SF (que foi vago sobre o assunto), é muito
bem ajustada às realidades das espécies e nos serve para os fins dos
nossos estudos. Um dos problemas do estudo dos instintos é o fato de se
situarem entre os campos biológico e o psicológico. O outro problema é a
constatação da existência de uma grande quantidade deles.
A isto, temos, ainda, de aduzir que o instinto, enquanto fenómeno
biológico, possui representantes psíquicos (impulsos, tendências, desejos
e fantasias inconscientes afetivamente interligados), sendo que, somente
por intermédio destes é que podemos discernir a natureza deles.
Escrevendo sobre o assunto, autores há que os dividem em dois grandes
grupos: os instintos sexuais ou de vida e os destrutivos ou de morte,
acrescentando que há um principio governando a vida instintiva: o princípio
da realidade, opondo-se ao princípio do prazer-desprazer. Tomemos
alguém faminto e sem dinheiro: uma alternativa seria furtar. Mas o fato é

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que somente uma minoria assim procede, enquanto que a maioria, em


função de um temor em relação às leis, ou da esperança de uma outra
solução, renuncia à ilegalidade, levando, portanto, a um nível de
importância, no mesmo nível de importância da urgência de se alimentar, o
respeito pela lei e/ou a esperança.
Temos aqui, um exemplo de motivos racionais, levando um indivíduo a
considerar as circunstâncias reais ante a meta colimada, a comparar o
prazer inerente à satisfação com o rigor das sanções e adiar gratificação.
Isso é agir de acordo com o princípio da realidade, , pois se trata de
alguém em condições de resistir ao desprazer e de, antecipadamente,
avaliar as consequências de um ato, vez que suas ações se desenvolvem
de acordo com o princípio da realidade.
Quanto ao princípio do prazer-desprazer, este se encontra à serviço dos
instintos, ou seja, do Id. O nome deste princípio decorre do fato de ser
sabido que um instinto desencadeia tensões que são prazerosas e
desprazer osas, simultaneamente, o que se aplica ao instinto sexual, por

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exemplo. Sabemos que um indivíduo em estado de reação, tem sensações


prazerosas e dolorosas, o que é agravado a medida do aumento da tensão
correspondente o que acaba exigindo uma urgente descarga, que é
seguida da libertação das sensações dolorosas e de relaxação.
Mas há, também, a compulsão de repetição, que é oposto ao princípio da
realidade, que também conduz ao esgotamento das energias instintivas,
mas com uma finalização diferente do princípio do prazer-desprazer, já que
leva exclusivamente ao repouso, enquanto que este tende a evitar a dor e
alcançar o prazer. O que os une é o fato de serem, ambos, os regentes da
vida instintiva. E interessante notar que onde aparecem em forma pura,
apresentam-se independentes um do outro e buscam finalidades que se
excluem mutuamente. Assim se um indivíduo guiado pelo princípio do
prazer-desprazer, estará sempre perseguindo novas sensações,
empenhando-se em novas experiências e se dedicando às novidades. Já
um que se submeta à compulsão da repetição, vive em função de

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experiências anteriores: é um conservador empedernido, que só consegue


resolver num estado de repouso absoluto.
Agora já podemos dizer que os instintos controlados pelo princípio do
prazer-desprazer, são os instintos de vida (os sexuais), que ultrapassam os
limites da atração física e alcançam o amor-Eros, enquanto que os
relacionados com compulsão de repetição não se dedicam ao crescimento
na busca, tendendo, antes, ao repouso, cuja máxima expressão é o
suicídio e é por isso mesmo que são chamados de instintos destrutivos ou
instintos da morte.
"A teoria dos instintos é, por assim dizer, a nossa mitologia.
Instintos são entidades míticas, magnificientes em suas indefinições.
No nosso trabalho não podemos, nem por um momento, desviar a nossa
atenção deles, mesmo porque nós, jamais, poderemos estar seguros de
que os estejamos vendo com a devida clareza!" (3)

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44 - O PSICANALISTA E SEU TRABALHO:


Dizemos que o oficio do Psicanalista é interpretar, vez que ele busca
capacitar o Ego para a resolução dos seus conflitos e assim reduzir a
necessidade de Mecanismos de Defesa e conseqüentemente do gasto de
energia psíquica para a manutenção dessas defesas. O analista não se
valerá apoio direto, sugestões ou conselhos. Usará uma postura polida e
firme, porém empática, visando objetivamente o Ego, vez que ele, o Ego,
tem acesso direto ao Id, ao Superego e ao mundo exterior. (Greenson).
Ademais, em cumprimento ao preconizado por SF, o Analista se fixará no
analisando num estado de atenção flutuante, ou seja: ouvindo sem
privilegiar qualquer aspecto do material. Ou melhor: sem focalizar sua
atenção, vez que, o seu objetivo é descobrir as conexões inconscientes. (3)
SF em carta (1897) a Fiess.
Compete ao Psicanalista prevenir, além de curar, sendo ambas as funções
interligadas e inseparáveis. A respeito do nosso oficio, SF disse que "A

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tarefa do Psicanalista consiste em converter um possível conflito futuro em


conflito presente."

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O PROCESSO PSICANALÍTICO

1- O QUE É?
Embora lidando com uma palavra aparentemente simples, quando
contextualizamos a mesma à Psicanálise observamos que começa ser
objeto de polemica. Entretanto, vamos nos prender a significação mais
simples, embora encontremos mesmo assim uma possível dificuldade,
quando se trata de sua semelhança com Situação Analítica. Por enquanto
consideremos Processo como sinônimo de Situação Analítica.
Pretendendo definir Processo Psicanalítico, podemos dizer que o
tratamento psicanalítico tem um sítio, um lugar, e esse lugar é encontrado
dentro da Situação Analítica. O processo é então o conjunto de fases
sucessivas dentro da situação como um todo. E, em particular, a Situação
fica sendo "a configuração total das relações interpessoais que se
desenvolve entre o Psicanalista e seu paciente".

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Podemos criar conceito mais simples ainda, se dissermos que o Processo


inclui todos os procedimentos havidos entre Psicanalista e paciente a
escolha do primeiro até a RNT (reação terapêutica negativa) que o
paciente experimenta quando de fato seu tratamento já está encerrado.

2- ANALISABILIDADE
Segundo os Didatas mais famosos, toda vez que não existir uma contra
indicação específica e irrecusável, a Psicanálise é indicada.
Entretanto, falando das contra indicações, podemos relacionar as de
natureza familiar, religiosa, amizade etc.. Mas, seriam todos os paciente
analisáveis? Seriam todos os paciente analisáveis? Seriam todos os
pacientes analisáveis por quaisquer Psicanalista? Há enfermidades do
universo psíquico que não são analisáveis?

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Outras perguntas poderiam ser levantadas, contudo, tentaremos responder


estas que nos parecem mais prementes. Seriam todos os pacientes
analisáveis?
Embora do ponto de vista etiológico, da natureza da enfermidade o sejam,
há pacientes que não preenchem os requisitos para tal. E nesse caso, até
os fatores inteligência, cultura, universo religioso, em outras, etc, podem
contra-indicar. Nesse caso o paciente não produzirá o suficiente par ao
processo de interpretação ou não acompanhará o raciocínio sempre
avançado do Psicanalista. Um outro fator que não podemos descartar é a
idade. Seriam todos pacientes analisáveis por quaisquer Psicanalista?
Quando estivermos diante de um paciente analisável, precisamos ainda
considerar a possibilidade do tal não ser analisável por nós. Há sempre a
incidência de fenomenologia que pode contra-indicar. Por exemplo: A
contra-transferência Negativa Imediata. Além deste fator, pode o paciente
apresentar uma postura e características de personalidade desfavoráveis à

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constituição do Par Analítico. Isto exige muito cuidado na fase das


entrevistas. Há enfermidade do psiquismo que não são analisáveis?
Certamente, todos as enfermidades psicogênicas, em princípio, não
oferecem condições. É claro que estamos agora lidando com o conceito de
estrutural. Entretanto, há certos casos de esquizofrenia que parecem
responder a uma análise profunda. Diante dessas considerações, uma
outra pergunta se levantará: Quais são os pacientes tributários da
psicanálise? Os Neuróticos. Só existe um tratamento eficaz para as
neuroses - Psicanálise. O tratamento psiquiátrico para as neuroses é
apenas sintomático. É como tirar a febre de alguém com infecção.
Entretanto incluímos neste roteiro um capítulo sobre Psicanálise e Paciente
Psiquiátrico.
Por outro lado, temos ainda duas outras questões a considerar nesta parte:
• A Psicanálise pode contribuir para os pacientes não indicados? Sim. A
Psicanálise cura as neuroses, ajuda aos psicóticos e não agrava
quaisquer enfermidades;

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• Os Psicanalistas têm que ser rigorosos na questão da analisabilidade?


Em princípio sim. Pelo menos nos acasos de contra-indicação familiar, de
amizade etc. Contudo não será fácil recusar um paciente, especialmente
se lavarmos em conta as necessidades financeiras e a natureza sacerdotal
de que nossa profissão se reveste. Não deve, contudo, forçar uma situação
que saiba ser improdutiva.
Vamos dar, ainda que resumidamente, os critérios da Dra. Zetzel de
analisabilidade:
• A capacidade de manter a confiança básica em ausência de uma
gratificação imediata;
• A capacidade de manter a discriminação entre o objeto e o self na
ausência do objeto necessitado;
-A capacidade potencial de admitir as limitações da realidade. Finalizando,
teremos sempre bastante dificuldade com os pacientes que tendem a

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desenvolver prematuramente uma intensa transferência erótica desde as


entrevistas face a face.

3- O PAR ANALÍTICO
A figura do Par Analítico (e não casal) surge em decorrência da
analisabilidade. Se os requisitos para a situação analítica não forem
atendidos, certamente que paciente e psicanalista formarão uma dupla de
estranhos. Queremos afastar desde já a idéia de que o Par Analítico
engloba aspectos transferenciais. Não engloba, mas predispões ao
surgimento da mesma. E se não ocorrer a transferência, o trabalho será
inútil, não haverá cura. Assim, para entender o mesmo, temos que
considerar se um determinado paciente vai responder melhor a um analista
do que a outro, ou que um analista pode tratar melhor uns pacientes do
que outros. Par Analítico, é, portanto, o melhor analista para determinado
paciente e paciente adequado para determinado analista.

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Vale ainda considerar que essa figura não surge com imediatismo, sendo
necessário um tempo determinado de contato para se Ter idéia de sua
medida. Isto torna fundamental as entrevistas.

PASSOS DO PROCESSO PSICANALÍTICO:


1- O AMBIENTE
Do ponto de vista metodológico, ambiente não faz parte do processo.
Entretanto, se precisamos dele para tal, não podemos ignorar a sua
importância. E claro que existe ambiente e ambiente. Também sabemos
que as pessoas se sentem melhor em função de certas disposições, cores
etc.. Assim, pensemos um pouco sobre um ambiente adequado para a
prática psicanalítica - Disposição de um Consultório ou Gabinete:
-A sala não deve ser pequena em demasia;

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-Deve possuir os móveis apenas necessários;


• Não deve ter decoração com o fim de embelezar;
• Não deve ter nas paredes nada que chame a atenção;

-Deve ser ambiente de pouca claridade;


-A cortina deve ser de cor neutra;
-Deve-se evitar enfeitas sobre a mesa ou coisas que pareçam ostentação;
-Se tiver estante, nela devem ter apenas livros;
-Deve ser ambiente afastado de ruídos sistemáticos;
-A limpeza e disposição dos móveis e demais pertences deve ser rigorosa;
-Divã deve ser confortável e suficiente largo para acomodar quaisquer
pacientes;

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- A cadeira do analista deve estar disposta por detrás do divã, de


maneira que o analista não seja visto pelo paciente enquanto livremente
associa;
-Não deve ter telefone nem campainha que soe dentro dessa sala, etc.;
-Deve existir uma ante-sala levemente decorada.
O ambiente deve oferecer ao paciente oportunidade de bem estar. Ele
deve ter a sensação de que aquele local é o mais agradável possível para
os 50 (cinquenta) minutos a quem tem direito.

2- ANAMNESE
Em Psicanálise, anamnese não é entrevista. Reservamos para a entrevista
um caráter formal de oportunidade para termos uma visão anímica do
paciente.

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A anamnese é o primeiro, ou segundo contato. E a ocasião em que o


paciente chega ou é trazido, e neste caso já temos uma forte contra-
indicação para a análise. O ideal é que o paciente venha de livre e
espontânea vontade. Se bem que as vezes necessite de apoio, do
encorajamento de alguém, da família ou não.
Na anamnese primeiramente ouvimos as razões de nossa procura, e, em
certos casos já podemos refugar um paciente neste estágio, se
constatarmos tratar-se de psicótico, de alguém que já conhecemos, já
tivemos algum tipo de negócio com o mesmo, enfim.
Mas, como proceder na anamnese? Fazer a ficha do paciente. Esta ficha
deve ter:
-Nome completo;
-Data de nascimento;
-Filiação;
-Estado civil;
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-Nível cultural;
• Condição sócio-econômica;
• Condição sócio-econômica e cultural da família (pais);

-Número de irmãos;
-Relação com os irmão;
-Desempenho escolar;
-Como se relaciona na sociedade;
-Religião e como pratica essa religião;
-Grau de conhecimento da psicanálise;
-Enfermidades que possui;
-Enfermidade que padeceu, inclusive as doenças próprias da infância;

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-Lesões provocadas por enfermidades;


-Acidentes que padeceu; -Cirurgias que padeceu; -Quantidade de amigos; -
Hábitos; -Passatempo preferido; -Medos, etc.
De posse dessas informações e outras que poderão ser obtidas com as
respostas a certas perguntas do chamado "Interrogatório forçado", o
psicanalista terá uma visão da analisabilidade e das possibilidades de
formação do par analítico bem como das condições económicas que darão
sustentação ao processo.
Na anamnese o Psicanalista não deve prometer nada, além de sua boa
vontade para com o caso, mas deixando claro que tudo vai depender do
processo de entrevista. Não podemos garantir cura, nem mesmo se
poderemos continuar com o caso, se bem que isto é mais teórico do que
prático.
Pela anamnese o médico estabelece contato inicial e importante com o
doente. Uma anamnese fiel e clara é sempre necessária para o diagnóstico

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correio. Para que se tenha idéia de importância da anamnese, lembramos


que em diversas circunstâncias é ela o único elemento com que contamos
para o diagnóstico. Uma anamnese de boa qualidade é, no mínimo,
metade do caminho a ser percorrido para o diagnóstico. A anamnese
tradicional compreende duas etapas:
1. Identificação
2. História Clínica

2.1. IDENTIFICAÇÃO NOME: Escreva-o sempre por extenso e completo.


Para fins de apresentação casos com ilustração visual ou em publicações
escritas o nome do paciente deve ser registrado apenas pelas iniciais. Em
sessões com platéia reduzida poder-se-á referir o nome do paciente. Este
procedimento intenta reforçar a posição do paciente como ser humano e
não apenas como símbolo de curiosidade médica.

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IDADE: Importância ligada a frequência de certas moléstias. Ex.: o infarto


do miocárdio é mais frequente acima dos 40 anos, a febre reumática é
mais comum entre os 5 e 15 anos.
SEXO: Algumas doenças são mais comuns nos homens que nas mulheres.
Ex.: a gota é mais comum no homem, o lúpus eritematoso disseminado é
mais comum na mulher.
COR: Algumas enfermidades predominam nos negros, com, por exemplo,
a anemia falciforme. Em situações especiais o conceito de tribo deve ser
lembrado. Ex.: o câncer-hepático e sua prevalência nos negros da tribo
Bantu.
2.2. HISTÓRIA CLÍNICA É a história da doença narrada pelo próprio
doente, sempre que possível, ou por intermédio de um responsável, no
caso de crianças, débeis mentais ou doentes impossibilitados de falar, fato
que deverá ser anotado. A colheita da história clínica poderá ser efetuada
de dois modos: Anamnese livre. Quando o doente conta por si mesmo a
história da própria doença. Anamnese dirigida. Quando o profissional,

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querendo se informar a respeito de certos fatos, dirige ao doente perguntas


específicas. Ex.; "alguma vez escarrou sangue?" ou "A sua dor abdominal
tem alguma relação com a ingestão de bebidas alcoólicas?", etc... A
anamnese (livre ou dirigida) pressupõe espontaneidade, podendo ser, no
máximo, orientada, nunca sugerida. As perguntas formuladas serão
simples, acessíveis e de acordo com o nível educacional e cultural de cada
doente. Assim, por exemplo, perguntaremos a um paciente de baixo nível
social e intelectual - "... já botou alguma lombriga?" ao invés de "... já
eliminou áscaris alguma vez?" "... tem alguém na família com pressão
alta?" ao invés de "... alguém sofre de hipertensão na família?", e assim por
diante, para que as perguntas sejam sempre inteligíveis para o paciente.
A história clínica clássica compreende:

1. Queixa principal (Q.P.)


2. História da doença atual (H.D.A.)

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3. História patológica pregressa (H.P.P.)


4. História fisiológica (H. FIS.)
5. História familial (H. Faz.)
6. História familiar (H. Far.)
7. História social (H. S.)
Queixa principal (Q.P) - Motivo ou motivos principais pêlos quais o paciente
procura o médico. Deve ser anotada com as próprias palavras do doente,
evitando-se, naturalmente, transcrever expressões porventura grosseiras.
Exemplo: "soltura". "Dor na barriga". "Canseira e inchação das pernas".
"Pressão alta". "Fraqueza, anemia e vômitos".
Não é recomendável fazer longas listas de queixas principais. Caso
existam várias queixas, apurar as mais significativas. Registrar, no máximo,
três queixas principais.

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História da doença atual (H. D. A.) - Nesta fase, as informações prestadas


devem ser transcritas preferentemente em termos técnicos (médicos). Es.:
"... a dor de barriga é acompanhada de falta de ar e inchação dos pés"- "a
dor abdominal é acompanhada de dispneia e edema dos pés". Em certas
ocasiões, será licito transcrever para a história da doença atual as palavras
leigas, especialmente se elas se referirem a um sintoma permanentemente
enfatizado pelo paciente. Ex.: "... Dr., esta minha dor sempre foi do tipo
"manhoso", desde o início da doença". Nessa situação emprega-se o
vocábulo latino sic entre parênteses, logo após o relato do paciente. Ex.:
"... minha barriga parece ter chocalho no seu interior (sic)".
A história da doença atual deve ser colhida e transcrita segundo o seguinte
roteiro:

1. Época e modo do início da doença.


2. Modo de evolução da doença e tratamentos efetuados.

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3. Intercorrência de outros sintomas.


4. Queixas atuais.
Sintomas - São as queixas do paciente relativas a suas(s) doenças(s). São
dados subjetivos. Ex.: "Dor de cabeça". "Dor nas pernas". "Digestão difícil".
"Formigamento nos dedos".
Sinais - Tudo aquilo que podemos verificar no paciente, através dos nossos
sentidos. São dados objetivos.Ex.: "Úlcera na região maleolar externa".
"Ginecomastia bilateral". "Tumor no epigástrio". "Urina sanguinolenta".
Análise de um sintoma - "Qualquer sintoma deve ser pesquisado com
profundidade e transcrito para a ficha de observação clínica.
Ao analisar um sintoma utiliza o seguinte roteiro:
1. Época do aparecimento à duração total.
2. Modo de aprecimento - súbito ou gradual.

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3. Fatores desencadeardes, agravantes ou atenuantes na época inicial do


aparecimento - emoções, esforços físicos, alimentação, posições,
gestações, drogas e outros.
4. Caráter e aparecimento - Qualidade do sintoma.
5. Localização e irradiação - (em caso de dor).
6. Intensidade - Forte, fraco, moderado, insuportável, etc.
7. Características - Contínuo, paroxístico surdo, rítmico.
8. Curso do sintoma - Evolução com episódio único, ataques recorrentes
agudos, ocorrência diária, ocorrência periódica (semanal, mensal, anual,
etc.).
9. Análise atual - Melhora, piora, estacionário. 10.Efeitos e tipo da
terapêutica.
Síndrome - Associação de sinais e sintomas evoluindo em conjunto,
provocada por mecanismos vários, e dependente de causas diversas.

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Exemplos: síndrome de hipertensão: porta, cuja etiologia pode ser: cirrose


hepática, fibrose hepática esquistossomótica, trombose da veia porta, etc.
Síndrome disabsortiva, podendo ser devida a: pancreatite crónica, enterite
regional, doença de Whipple, tuberculose intestinal, etc. Síndrome
edematosa, cujas causas podem ser: insuficiência cardíaca,
glomerulonefrite aguda, estados hipoproteinêmicos, etc.História patológica
pregressa (H. P. P.) - É a observação de estados mórbidos passados.
Pesquisar, de rotina, os seguintes fatos:
1. Infecções, infestações, doenças de generativas e outras.
2. Alergias - Asma, eczemas, urticária, alergias medicamentosas e
alimentares, doença do soro. Intervenções cirúrgicas - Tipo, época,
complicações e resultados.
3. Traumatismos
4. Medicamentos - Uso de anti-hipertensivos, diuréticos, antibióticos,
psicotrópicos,...

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5. Doenças psíquicas - aparecimento, evolução e tratamentos.


6. Doenças psíquicas - Aparecimentos, evolução e tratamentos
História fisiológica (H. Fis.) - referente às condições de nascimento (parto
eutócico, distócico, retirada a rórceps e outros acidentes),...
História familial (H. fal.X - Relativa aos ascendentes e descendentes.
Muitas doenças têm caráter hereditário.
História familiar (H. Far.) - A história familiar se refere às pessoas e outros
seres que convivem com o doente, podendo ser da mesma árvore
genealógica ou não.
História social (H. S.) - Avaliação das condições de habitação, higiene
(alimentação).
Revisão de regiões, aparelhos e sistemas - Realizada por intermédio da
anamnese dirigida. Indagar sobre os sintomas e sinais mais frequentes a
cada um deles. Mandamentos da Anamnese:

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1. Nunca manifeste surpresa ou formule julgamento a respeito do relato da


história de seu paciente. Você é um colecionador de informações, não um
juiz.
2. Expresse sempre interesse a respeito dos problemas dos pacientes. Os
problemas das pessoas são a base de sua profissão.
3. Lembre-se que não há melhor recurso para "medir" um sintoma do que
história cuidadosa.
4. Tente "assemelhar-se" ao seu paciente
5. Não acredite em tudo que ouça. Os pacientes esquecem, podem
deliberamente suprir informações (muitas vezes por medo), podem,
inconscientemente, reprimir declarações e, às vezes, falsificar dados
(muitas vezes por propósitos de compensação, insegurança).
6. Evite quanto puder os "por quês"? - estes podem representar um desfio
à competência das pessoas. Pergunta como "por que o Sr. Parou de tomar
a medicação"? - pode ser interpretada como hostilidade, enquanto outra

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mais neutra e aberta como - "diga-me as razoes pelas quais o Sr. Não fez
uso da medicação?" - permite a manutenção da empatia e maior
possibilidade de informação verdadeira.
7. Não julgue o tratamento prévio efetuado por outro profissional. É posição
segura, pois nem você nem o paciente têm informações precisas para
fazer um julgamento.
8. Certifíque-se de que suas palavras e as do paciente tenham o mesmo
significado. Você, por exemplo, sabe que nem todos os tumores são
malignos -saberá o paciente? Mantenha um diálogo claro e inteligível.
2.3. RELACIONAMENTO PSICANALÍSTA - PACIENTE
Naturalmente, é da maior importância a capacidade do psicanalista em
relacionar-se bem com seu paciente. Conquistando-lhe a confiança e
levando-o a. ver que está interessado em verdadeiramente em
compreendê-lo e ajudá-lo, o psicanalista conseguirá uma "aliança

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terapêutica" com o paciente, o que, por si só, já preconiza a possibilidade


de um tratamento mais eficaz e que realmente beneficie o doente.
Eventualmente, indivíduos considerados emocionalmente ajustados,
tornam-se, durante uma enfermidade, irritadiços, rebeldes e ansiosos,
situação que costuma ceder com a cura do doença.
A informação ao doente sobre o seu estado real deve levar em conta as
condições psíquicas individuais e de realidade objetiva. As enfermidades
de curso inexorável podem ser, em situações especiais, comunicadas ao
próprio paciente. Nestes casos, no entanto, o médico deve sempre entrar
em contato com o familiar que lhe pareça mais equilibrado,a fim de colocá-
lo a par da verdadeira situação e assim trabalharem conjuntamente para
maiores benefícios do paciente. É aconselhável a precaução na
comunicação do prognóstico, mesmo nos casos em que haja uma
convicção pessoal ou estatística a respeito da provável evolução da
doença.

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3- ENTREVISTA
Já dissemos que em Psicanálise anamnese não é entrevista. Entrevista é
um termo reservado para algum encontro de tipo especial, não para
contatos regulares. Trata-se portanto do que se faz antes de empreender
um tratamento psicanalítico. Sua finalidade é, do modo mais amplo que na
anamnese, decidir se a pessoa que consulta deve realizar um tratamento
psicanalítico ou de outra natureza. Também nela se terá uma visão
profunda das contra-indicações.

Na entrevista devemos facilitar ao entrevistado a livre expressão de seus


processos mentais, o que nunca se consegue com um enquadre formal de
perguntas e respostas, embora durante a mesma possamos submeter
algumas perguntas ou pedir que o futuro paciente fale sobre algo
específico.

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Algumas considerações resumidas sobre a entrevista:


. Tanto melhor será o campo da entrevista quanto menos participe o
entrevistador;
É comum observarmos pacientes com forte dose de ansiedade e/ou
angústia já na entrevista;
. analisado deve ser informado que a entrevista tem a finalidade de
responder a uma consulta sobre sua análise mental e seus problemas,
para ver se necessita de tratamento;
. A entrevista se realiza sempre face a face e o uso do divã está
formalmente afastado;
. A entrevista não se baseia nas regras de livre Associação, embora já
se inicie uma espécie de ensaio da mesma;

-Psicanalista deve influenciar com atitudes não verbais;

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Psicanalista deve anotar ao máximo, de modo elegante e não acintoso,


tudo que interesse à decisão quanto a analisabilidade;
Psicanalista não deve interpretar nem fazer, diagnóstico durante a
entrevista. Suas palavras devem induzir apenas;
Psicanalista não deve recorrer a procedimentos que evitem a ansiedade,
como o apoio ou a sugestão, e tampouco resolvê-la com o instrumento
específico da interpretação;
No fim de cada entrevista já predomina a angústia de separação, que será
fortalecida no curso da análise;
A entrevista deve ter tempo limitado, como duas, três ou mais sessões,
não deve ser arrastada indefinidamente;
Deve ser distinta do processo de Psicanálise formal, de maneira que o
paciente saiba onde terminou uma e começou a outra; A entrevista informa

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sobre fatos fundamentais, não como objeto de análise, mas como para
definir se será ou não possível o trabalho de análise;
Na entrevista, também o paciente poderá chegar a conclusão de que esse
Psicanalista não lhe é indicada, sem contudo abrir mão do tratamento com
um outro (é comum pacientes que vão de analista, até encontrar um
indiciado, embora isso já possa ser estudo como uma busca de um
profissional que satisfaça suas fantasias à priori), etc.

4- O CONTRATO ANALÍTICO:
Vamos tomar um termo das relações civis para designar certo
procedimento necessário à prática psicanalítica. Antes de definirmos o
Contrato psicanalítico, precisamos entender que uma das estratégias da
Entrevista é preparar o futuro paciente para subscrever o metafórico
Contrato Psicanalítico. Esta expressão deve ficar circunscrita ao jargão dos
psicanalistas, sem conotações legais.

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Mas, o que é? É um acordo sobre as bases ou as condições do tratamento.


"Vale a pena assinalar, ..., que o contrato psicanalítico não só implica
direitos e obrigações, mas também riscos, os riscos inerentes a todo o
empreendimento humano".
O Contrato Psicanalítico poderá ser democrático ou autoritário. Aquele é o
que tem em conta as necessidades do tratamento e as harmoniza com o
interesse e a comodidade de ambas as partes (paciente e analista).
Lembremos que a cada obrigação do analisado corresponde
simetricamente uma do analista. No contrato autoritário, temos a busca da
conveniência do analista antes que preservar o desenvolvimento da tarefa.
Há também um tipo menos comum, que é o demagógico, em que o
psicanalista satisfaz o paciente em prejuízo do processo.
Surge, naturalmente, a pergunta: Quando deve ser formalizado o Contrato
Psicanalítico? Na fase inicial das entrevistas. Pode mesmo ser alinhavado
durante as entrevistas, entretanto, deve haver um momento em que se
trate apenas dele. Um momento quando o paciente se veja de frente com

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obrigações definidas, com algo que ele terá que respeitar, uma vez que
pretende a cura, o seu bem estar.
4.1. Generalidades sobre o Contrato Psicanalítico:
-Não é um documento formal, escrito;
. Deve incluir os elementos tradicionais, que veremos, bem como a
possibilidade de sua alteração;
. Deve prever uma certa flexibilidade que não comprometa o
andamento do processo nem do tratamento;
. Deve frisar bem a responsabilidade do Psicanalista;
. Deve esclarecer que tudo que o paciente faça, não faça, falte etc., será
objeto de interpretação etc.

4.2. Principais itens do Contrato Psicanalítico: A questão das anotações.


Devemos informar ao paciente que temos o direito de anotar elementos

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colhidos da Livre Associação que consideramos necessários para


interpretações futuras ou para dirimir dúvidas quando de resistências
contumazes apresentadas pelo paciente. Mas é preciso constar que as
anotações não são obrigatoriedade, uma vez que há psicanalistas que
simplesmente não anotam nada.
Aconselhamos, contudo, que todos anotem determinadas coisas, porque a
pura e simples postura audível, por melhor que seja a memória do
Psicanalista, poderá provocar uma sensação de inutilidade das suas
palavras, com acentuado descrédito pelo nosso trabalho.
4.3. USO DO DIVÃ: (ANEXO I)
O divã não é um sofá, onde o paciente senta se quiser. Trata-se de um
instrumento do nosso trabalho. Entretanto, não devemos impor ao paciente
como algo obrigatório, com pena de nosso Contrato torna-se auditório o
que deve ser evitado. Devemos, isto sim, esclarecer quanto a sua utilidade,
o seu emprego histórico desde o mestre, Freud.

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Qual a razão do Divã? Freud o concebeu para possibilitar o maior


relaxamento possível ao paciente enquanto fala. Ele tem por objetivo tirar o
paciente da rotina de atividades musculares, diminuir as tensões, afastar
as responsabilidades com equilíbrio e outras que consomem bastante
energia. O divã é fundamental também porque permite ao psicanalista se
posicionar em relação a ele de modo a ficar menos exposto, diminuindo
assim a carga transferência e o constrangimento dos olhares insinuativos,
que são responsáveis pela contra-transferência fenômeno que pode
ameaçar todo o trabalho.
No contrato deve ficar claro que o divã é para o Psicanalista como a
cadeira do equipo de um dentista, e tantas outras. Sem o divã, fazemos
vários tipos de psicoterapias, menos psicanálise.
4.4. INTERCÂMBIO DE TEMPO E DINHEIRO
O dinheiro da psicanálise tem uma função económica por excelência. Pode
parecer absurdo esta afirmação, umavez que dinheiro é sempre fator
económico. Só que termos económico em psicanálise tem outro

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significado. É uma carga de valores que domina uma relação. O dinheiro


tem aqui importância diferente dos demais atendimentos médico ou
paramédicos. É tanto assim que empregamos o nome sessão em vez de
consulta. Além do mais, o paciente de psicanálise gasta muito mais e
durante muito tempo, do modo como não despende recursos quaisquer
outros pacientes, excetuando os casos de internação e cirurgias.
Deve ficar claro que o paciente precisa do analista para resolver os seus
problemas e este tem um preço e uma competência que lhe coloca ao
dispor. O Psicanalista deve ser rígido na questão dos honorários, não
atendendo de graça, sob nenhuma hipótese. E por que? Quem não pode
pagar pela análise também não será beneficiado por ela. Sem falar nos
complexos que seriam plasmados, dentre eles o de inferioridade, o de
devedor eterno etc..
O Psicanalista informará que aqueles 50 (cinqüenta) minutos lhe pertence
(ao paciente) e deve pagar por eles.

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Quanto a questão do valor (axiologia), é inversamente proporcional aos


problemas enfrentados e às dificuldades deles advindos. No contrato, o
Psicanalista deve fixar o seu preço, o modo de pagamento, podendo ser
por sessão, semanal ou mensal, sendo este o preferido. Podemos também
ter preços diferenciados, de acordo com as condições do paciente e a
quantidade de sessões semanais. Entretanto, que nunca um paciente
saiba o quanto os demais estão pagamento. Não devemos ter uma tabela
de preços afixada.
Finalizando, o Psicanalista não deve dar a mínima para as alegações
financeira do paciente, ter pena, ou mesmo trocar idéias sobre tais
problemas. Quanto a isto, ouvimos, como a qualquer outro problema. Não
nos esqueçamos de que tudo deve ser interpretado.
4.5. FREQUÊNCIA E DURAÇÃO DAS SESSÕES: Freud psicanalisava
com cinco (05) sessões semanais, dando folga apenas nos fins de semana
e feriados. Com o passar do tempo as condições econômicas e do próprio
tempo que se dispõe têm mudado. Nos últimos anos temos encontrado

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uma situação intermediária que satisfaz - três sessões por semana. Mesmo
assim é muito difícil encontrar quem possa arcar com tamanha despesa. E
por causa desses complicadores, tem-se optado por duas sessões e, não
havendo outra maneira, uma sessão.
Mas seria isto um barateamento da Psicanálise? Não. É uma adaptação da
ciência de Freud aos tempos bicudos que vivemos. Mas, não enganemos
os nossos pacientes - é muito difícil trabalhar assim. A Psicanálise acaba
virando uma psicoterapia comum, com pequeno alcance material
reprimido.
O que fazer? O Psicanalista precisa, ao menos neste caso, forçar um
pouco para que o paciente entenda a necessidade de uma freqüência mais
amiúde, pelo menos duas vezes por semana, mesmo que isto sacrifique
suas economias e obrigue uma mudança radical nas suas contas pessoais.
Quanto a duração das sessões, é igualmente histórico e comprovado que
um período de cinquenta minutos é adequado. E tempo suficiente para o

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paciente relaxar e começar a falar. Não devemos diminuir o tempo com a


desculpa de abaixar o preço.
Vale a pena tomar cuidado com certas correntes modernas de psicanálise
que pregam a possibilidade de gasto de tempo menor. Os Lacanianos têm
imaginado sessões de até cinco (05) minutos, o que é um absurdo.
4.6. TEMPO PROVÁVEL DE UM TRATAMENTO PSICANALÍTICO:
Embora haja psicoterapia rápidas, algumas até com fundamentação
psicanalítica, vale lembrar que psicanálise não se preocupa com o fator
tempo. Não podemos submeter ao tempo fatores ponderáveis e que
dependerão de circunstâncias mil para virem à tona. O próprio processo
psicanalítico está sujeito a vai-e-vens que cada caso determina. Além
disso, existe o problema potencial da relação: neurose- profundidade -
conseqüência - personalidade - cor ater -psicanalista -questões do par
analítico — intensidade da transferência — complicação da contra-
transferência - inteligência do paciente - idade RTN etc. Tudo isto acena
para a impossibilidade de fixação de prazos. Contudo, a experiência tem

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mostrado que, em média, um tratamento completo dura cerca de cinco


anos. Pode ir até dez anos. Em alguns casos é interminável.
Quando falamos na possibilidade de uma análise interminável, quase
sempre causamos um bom susto. Mas não é difícil argumentar. Basta
lembrar que muita enfermidade somáticas são mais ou menos assim:
Cardiopatias, diabetes, neuropatias, reumatismo etc., tem que ser tratadas
a vida toda. Não há cura do ponto de vista do banimento da enfermidade
do organismo. Sem falar nos casos renais crônicos que obrigam o paciente
a hemodiálise três vezes por semana, permanecendo ali cerca de quatro
horas. E ninguém desiste por causa disto.
4.7. FERIAS
O Psicanalista deve contratar também o seu período de descanso
semanal, aos feriados e anual. Estas férias devem atender também as
necessidades de descanso financeiro do paciente quanto de um período de
cessação de trabalho, que funciona bem para realimentar as esperanças e
fortalecer a transferência, quando for o caso.

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Podemos optar por trinta dias corridos ou dois períodos de quinze dias.
Entretanto, esses períodos devem ser fixados de antemão. Muito
raramente se f admite alteração nessa cláusula. Trabalhar direto, "nem
morta". E contra-indicado por todos os motivos.
4.8. REGRA DA LIVRE ASSOCIAÇÃO:
Nos contratos fixamos também que o nosso trabalho tem uma metodologia
rígida, não por uma questão de intransigência, mas de princípio, de
doutrina. A regra áurea é livre Associação de Idéias. Psicanálise é isto.
Fora dessa regra o que existe é método catártico, apoio, papoterapia,
condutoterapia, menos Psicanálise. Nosso objetivo, o da Psicanálise, é
tomar o inconsciente, o Id, consciente. Pretendemos e conseguimos trazer
todo recalcado no Id para a superfície, para o consciente, para o Ego. Uma
vez à tona, interpretamos e o próprio paciente se dará conta dos
problemas, suas causas e aprenderá conviver com os tais, e, se for o caso,
promoverá a catarse.

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Naturalmente que o paciente não se envolverá tão facilmente assim. Leva


algum tempo para entender e conseguir falar o que vai passando pelo
mente. Durante bom tempo ele vai tentar dialogar com psicanalista, o que
evitamos, com o silêncio absoluto.
Será necessário uma ligeira palestra do psicanalista ensinando ao paciente
o que é Livre Associação. Pode ser recomendável que se dê alguma coisa
a respeito para o paciente ler. Podemos fazer certos exercícios que
introduzam no método etc. De qualquer maneira, tratamento psicanalítico
não é um papo em dias e horas e local marcados.
4.9. PAGAMENTO DAS FALTAS:
Embora este critério não seja exclusivo da psicanálise, tem para nós uma
importância capital. O paciente às vezes foge das sessões por motivos
conscientes ou inconscientes. De qualquer maneira tais motivos são
resistência. Mesmo quando diz que não tinha dinheiro, razão pelo que
optamos pelo pagamento mensal, para evitar esta desculpa.

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Deve ficar claro que a sessão agendada é dele e ele paga, quer
compareça ou não. Isto aumenta a responsabilidade do tratamento.
Devemos ser rígidos nesta cláusula dado à fenômenologia presente e
intensa. Não devemos entender também o aumento inesperado de
sessões semanais, fora do que se contratou, a não ser por motivos bem
claros e discutidos, pois pode se tratar de necessidade transferencial que
não deve ser alimentada ou fortalecida. O processo deve ter a necessária
rigidez, porque tudo é tratamento.
4.10. MUDANÇA DE HORÁRIOS:
É bastante comum ser solicitado em pacientes fóbicos, ansiosos ou
limítrofes (especialmente esquizofrênicos). Não deve ser de tudo proibida
nem incentivada. Damos bom exemplo quando subordinamos toda nossa
vida aos compromissos da psicanálise. Se o psicanalista hoje e amanhã
troca o horário das sessões por motivos fúteis, é claro que o paciente vai
se sentir no direito, e isto nos é adverso.

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4.11. O MATERIAL ONÍRICO:


Psicanalista que se preza não pode fugir dos sonhos nem possuir deles
idéia mística, fantástica, sobrenatural, religiosa ou banal. O sonho é o
melhor material que a mente fornece. No sonho as informações são
completas e livres de bloqueios. Vêm, contudo, revestidas de simbolismo
aparentemente intransponíveis.
O que fazer com os sonhos? Interpretá-los à luz da técnica Freudiana,
fartamente estudada. Não se interpreta sonhos sob a ótica astrologia, ou
do jogo do bicho. CUIDADO! Lembremos também que os sonhos são
reconhecidos até mesmo na Bíblia como material merecedor de crédito.
Todo sonho é satisfação de uma necessidade. E claro, que não estamos
falando dos sonhos proféticos, mas daqueles produzidos pelo inconsciente
para romper a barreira do superego, das censuras.
4.12. REGRA DE ABSTINÊNCIA:

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Por abstinência entendemos o não envolvimento do psicanalista com os


afetos ou os problemas do paciente. E claro que existe a contra-
transferência que cada analista terá que trabalhar, embora não ocorra com
a mesma intensidade com todos os pacientes, e nem mesmo durante toda
a nossa vida.
CUIDADO! E de Freud esta máxima: "se quisermos que alguém nos abra o
coração, devemos começar por abrir o nosso". Ela serve para tudo, menos
para a prática psicanalítica. A primeira vista poderia parecer justo que o
psicanalista permitisse, da parte do paciente, a visão de seus próprios
defeitos e de seus próprios conflitos anímicos, abrindo a sua vida íntima
aos olhos do analisado. Mas esse modo de proceder não carreta nenhuma
vantagem ao tratamento, pelo contrário. Incapacita o paciente no sentido
de vencer as suas resistência profundas, provocando-lhe, cada vez mais e
mais, uma curiosidade insaciável, chegando mesmo a encontrar na análise
do psicanalista encantos e atrativos bem mais interessantes que a sua

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própria análise. Sem falar no fato de que o analista informaria sobre sua
contra-transferência, seus afetos pelo paciente.
Nessa linha de raciocínio, também o psicanalista não se interessa pelo
paciente. Não existimos para satisfazer o paciente. Não temos como
satisfazer e não nos deve interessar, nem mesmo como é que o paciente o
conseguirá.

5. POSTURA DO PSICANALISTA
O Psicanalista não deve provocar distanciamento com a máscara de
semideus ou super-homem. Deve ser uma figura natural, que inspire
confiança e não provoque especulação além das fenomenológicas
naturais.
O Psicanalista deve vestir-se bem, sem ostentação. Não deve usar roupas
anacrônicas nem modismo demasiado. Deve, contudo, ser uma pessoa
agradável, quer pela indumentária, quer pela higiene geral. Precisa ouvir

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sem manifestar susto com o conteúdo comunicado. Não pode manifestar


escrúpulos nem qualquer espécie de julgamento.
Na recepção do paciente, deve estender-lhe a mão para um bom dia, boa
tarde ou boa noite, sem exageros. Nada de beijinhos ou tapinhas -essas
coisas serão interpretadas pelo paciente como afetividade e favorecerá ou
fortalecerá a transferência. Quando o paciente falar algum gracejo,
devemos rir de leve. Se não o fizermos provocaremos o constrangimento
inibitório. Não devemos ir às gargalhadas com o paciente -o paciente é que
está em análise, não nós. Não podemos dar ao paciente a idéia de que a
sessão nos interessa de modo pessoal, que nos sentimos bem com ela etc.
E quando de encontros fora do consultório? Cumprimentamos, sem fazer
qualquer referência a condição de paciente e psicanalista. Não devemos
apresentar o paciente a outros como tal. Não devemos "nos abrir", nem
mesmo nesta situação. Paciente é paciente, em qualquer lugar que esteja.

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- LIVRE ASSOCIAÇÃO
l- Definição:
Podemos dizer que é caudal de idéias que se relacionam entre si e que
são verbalizadas sem preocupação lógica ou estilo.
A Livre Associação é parte fundamental do processo Psicanalítico. Sem ela
não existe Psicanálise, porém monólogo ou diálogo. O processo
Psicanalítico não consiste em um paciente falando o que consegue lembrar
ou simplesmente ocupando os ouvidos do analista. Na Livre Associação
fala-se do que cem naturalmente à cabeça e não daquilo que procuramos
no material mnético.
Podemos afirmar que leva algum tempo para que um paciente Associar
Livremente. Quando no muito, começa falando desembaraçadamente, o
que não é o mesmo. Para a Livre Associação é fundamental o uso do Divã.
Ali o paciente encontra uma posição de conforto que favorece essa
manifestação do inconsciente encontra uma posição de conforto que

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favorece essa manifestação do inconsciente mais naturalmente.


Lembremos que todo material recalcado ao inconsciente está ali como que
colado, arraigado. Não é fácil desprendê-lo. Certas condições mínimas são
necessárias. A mais eficiente é aquela em que o indivíduo éconvidado para
falar em uma posição que normalmente não utiliza para tal, e simpara
dormir. Há uma predisposição mental ao relaxamento próprio do sono e a
capacidade de verbalizar.
l- O processo:É indiferente o tipo de material que se tenha, que o paciente
apresente: Pode ser a história do analisado, as recordações infantis ou
mesmo a história da enfermidade.
Não é um interrogatório nem um diálogo travado entre Psicanalista e
paciente. Algumas vezes fazemos perguntas, mas não sistematicamente.
Aliás, procedemos melhor quando as nossas perguntas induzem uma
compreensão e praticamente não exige resposta.
A Psicanálise visa sondar o inconsciente para trazer à tona da consciência
as idéias que aí se acham recalcadas elibertá-las através da compreensão.

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É verdade que tal libertação é, de certa forma, um pouco de aplicação do


método catártico. Outrossim, que, traz à tona tais idéias latentes é o
paciente, não o analista. O Psicanalista não é escafandrista, um
mergulhador. No máximo atua dando cordas à imaginação mnética;
O paciente escolhe o ponto de partida de sua conversação. Entretanto,
cabe ao Psicanalista perceber se suaconversa não passa de "um contar do
dia a dia ". Ás vezes o paciente fala muito exatamente para não falar o
pouco que deve. A conversa funciona muitas vezes como bloqueio,
resistência. Desse modo, o psicanalista pode alertar sobre a
improdutividade do material verbalizado, mas isto com muito cuidado.
Devemos ensinar que o paciente deve falar o que apareça sem esforço de
recordação na mente, e não falar por falar;
O paciente não deve raciocinar sobre o que está dizendo, quando ocorre o
raciocínio, o que há de fato é uma seleção, como se o paciente pudesse
definir o que é importante e o que não é. Na base dessa seleção é
encontrada a resistência.

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Uns dizem "Lembrei de algo, mas isso não é importante, não tem nada a
ver ". E exatamente aí que temos que trabalhar e fazê-lo entender a
presença de uma resistência, de um bloqueio.
O paciente não deve se preocupar com o que está dizendo. Deve agir
como que estando a "pensar em voz alta". Transmite todas as idéias que
forem surgindo, mesmo que sejam agressivas, pareçam vergonhosas,
banais, conflito com os seus costumes. Aliás, uma das coisas mais
responsáveis pelo recalque é exatamente o "pensar de um modo de falar
de outro ". Isto é cometido pêlos padrões culturais e pela hipocrisia das
religiões etc.
Sintetizando: "Coloque-se diante do Psicanalista com um passageiro
olhando da janela de um trem, em velocidade, e, vá narrando o que se
passa na tela a sua imaginação". (Dr. Gastão Pereira da Silva)
2- Exemplo de Livre Associação: Uma aula sobre como trazer à tona as
idéias recalcadas. O conteúdo que incluímos sob este título foi extraído do
livro de J. Ralph, "Conhece-te pela Psicanálise".

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"Vou ensinar ao aluno como se deve pescar. E não só como pescar, mas
também, o lugar bom para uma boa pescaria.
Mas não se trata de peixes; trata-se de pescar idéias. Não as alheias, mas
as suas próprias idéias.É verdade que, sob certas condições, precisamos
pescar as idéias dos outros; mas, comumente não há necessidade disso.
Há muitos indivíduos, com efeito, que com a maior sofreguidão, nos
oferecem as suas, graciosamente, sob a forma de convicções e de
preconceitos. A média dos indivíduos, recusa-se a admitir qualquer
associação com sua última atitude mental; e com que energia procuram
demonstrar que suas idéias são próprias, expontâneas e desinteressadas.
Não, o que pretendo agora é ensiná-lo a pescar as próprias idéias.
Naturalmente, elas lhe interessam muito. Mas vai uma grande distância
entre interessar-se por uma coisa e possuí-la e gozá-la integralmente.
De nada nos vale uma ótima coisa, que precisamos muito e pela qual muito
nos interessamos, se não podemos utilizá-la justamente, quando e como
queremos. E se não podemos fazer, é porque a coisa não nos pertence de

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fato, e, se por acaso a consideramos nossa, somos, positivamente, vítimas


de uma ilusão.
Nesta pescaria, que empreendemos juntos, vamos adotar um anzol mental.
Será uma pesca extremamente prática e de grande proveito para a sua
personalidade. Quero ensiná-lo a trazer à consciência (de medo a que se
possam confrontar) as idéias responsáveis pelo seu temperamento: as
boas e más, as fortes e as fracas. Nas profundezas do inconsciente há um
grande sortimento de idéias e lembranças que a gente supões serem
próprias, originais; na realidade, a natureza e as tendências do
procedimento consciente são condicionadas por esses elementos mentais
submersos.
Poucas, entretanto, são as pessoas que têm a noção exata se sua próprias
reservas mentais; ou uma noção inteligente dos alicerces inconscientes
sobre as soterradas (idéias). E, quando afluem, escolhemos as que são
utilizáveis, rejeitando as restantes para as profundidades do espírito.

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O nosso equilíbrio mental depende do critério de seleção: se o critério na


escolha é bom, será o nosso beneficio; se mau, o nosso bem-estar sofrerá
os prejuízos resultantes. Há, ainda, uma outra maneira de pensar, a que
devemos referir, de passagem: é o sonho acordado, o devaneio. É um
modo de pensar que não dá vantagens ao indivíduo na luta pela vida. Com
efeito, a atenção, em vez de se dirigir, intencionalmente, a um objeto
mental definido, é atraída, nesse caso, pelas idéias desejos. Representa
um esforço para alcançar uma via imaginária e que não se consegue na
vida real. Sendo um meio de se fugir às realidade da vida, constitui uma
espécie de ópio mental, que devemos, portanto, evitar a todo o custo.
O que o aluno vai conhecer agora é uma outra atitude mental, onde a
atenção não é, nem dirigida, nem atraída, mas assiste, como um
espectador passivo, ao desfile das idéias que, sob certas condições,
aparecem no horizonte da consciência. Essa atitude é conhecida,
tecnicamente, sob o nome de livre Associação de Idéias.

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Na Livre Associação as idéias fluem e se sucedem sem intervenção


consciente, sejam agradáveis ou desagradáveis, importantes ou não, na
aparência. O que não significa que basta levantar a tampa do caldeirão do
inconsciente para que transborde uma variada procissão de idéias e, com
isso, se obtenha um resultado proveitoso. Não. O resultado pode ser
inteiramente outro.
Sabemos que toda idéias que surge na consciência tem suas raízes nas
profundidades do espírito; e sabemos, também, que se pudéssemos seguir
essas raízes desde a consciência até as suas origens no inconsciente,
haveríamos de chegar à origem dessa idéias, isto é, às lembranças
soterradas de que ele não é mais do que a expressão.
Tomemos uma determinada idéia; coloquemo-la, como se fosse uma isca,
na consciência; abstenhamo-nos de qualquer análise consciente;
afastemos toda a crítica, todo juízo, toda a coordenação, enfim, toda e
qualquer forma de intervenção consciente; deixemos que outras idéias
venham juntar-se à primeira, que faz o papel de isca, apenas por uma

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associação puramente simpática, que entre elas possa existir. Vamos


obter, assim, uma Livre Associação de Idéias. Nesse processo, a idéia que
ocupa em um determinado momento o campo da consciência, liberta,
atraindo-a para si, a idéia imediata, exclusivamente em virtude de uma
associação simpática que as une. Não entra no processo nenhum
interferência intelectual.
O pensamento consciente, ao contrário, é um processo essencialmente de
seleção; somos nós que atraímos as idéias para a consciência e, então,
depois de analisá-las, julgá-las, retemos as que nos convém e rejeitamos
as que não nos interessam.
Para se obter uma boa associação de idéias é necessário afastar
completamente esses esforços intelectuais e assumir, perante a
consciência, a atitude de simples espectador do que vai acontecer. Deve-
se assistir à procissão de idéias sem interpor nenhuma influência
intelectual.

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Essa atitude mental não é difícil de se obter. É antes uma questão de


habilidade. E, uma vez, conseguida, basta um pouco de prática para repeti-
la,sempre que se entender ser útil e necessária.
Lembre-se sempre que nenhuma idéia penetra na consciência por ação do
acaso.
Toda idéia que, mesmo que seja por um tempo mínimo, ocupa o centro da
consciência, ai não entrou por acaso. Ou foi empurrada pelas influências
subjacentes, ou foi atraída pelas condições de superfície.
Se, como no exemplo da idéia - isca, nos abstivermos de qualquer
influência intelectual sobre ela, vai se operar uma associação livre de
idéias, constituída das lembranças que são as suas próprias raízes; e
deixando que essas associações se realizem livremente, nem fluxo
ininterrupto e contínuo, a consciência há de reconhecer, por fim, a
lembrança exata que constitui a sua origem. Na Livre Associação, a idéia
estimulador (isca), que se encontra na consciência está presa, nos laços
bem definidos, a um conjunto de lembranças localizados em algum ponto

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da vasta região do inconsciente; e se pudéssemos seguir a linha de


associações que une entre si, estes dois fatores, haveríamos de conhecer,
rápida e nitidamente, a influência que as memórias soterradas exercem
sobre a nossa conduta consciente. E isso porque teríamos assim
conseguido ligar o efeito a causa."
Resumindo:
A Livre Associação de Idéias é a VIA RÉGIA que conduz à compreensão
do processo pelo qual a conduta é encontrada pelo espírito inconsciente;
se o método for bem aplicado, pode-se, mesmo, reconstruir a
personalidade consciente, abrindo-se aos nossos olhos perspectivas de
maravilhosas possibilidades.
4 - Questionário para atuação do Psicanalista:
Obs.: Os presentes questionários oferecem perguntas que o Psicanalista
pode empregar nos mais variados momentos do seu trabalho. Algumas
perguntas podem ser formuladas na anamnese, outras no curso da

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entrevista e outras quando de flagrantes resistências percebidas no


paciente. Entretanto, é melhor não utilizá-las do que empregá-las mal..
CUIDADO!
a) Relação Edipiana:
1- De que se lembra você em relação ao corpo de sua mãe?
2- Recorda você alguma coisa das partes sexuais de sua mãe?
3- Foi você alguma vez impressionado com algum detalhe do corpo de sua
mãe?
4- Quais são as lembranças mais antigas que você tem de sua mãe?
5- Era sua mãe carinhosa ou severa?
6- Sua mãe o castigou alguma vez?
7- Em que consistia o castigo?
8- Que espécie de carícias você recebia de sua mãe?

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9- Você a admirava? I -Você a viu alguma vez enferma? II -Você a viu


morta?
12-Você tocou alguma vez nas suas partes sexuais, nos seus seios, ou
alguma outra parte do seu corpo?
13-Viu você alguma vez o contato sexual entre seu pai e sua mãe?
14-Você a viu alguma vez urinando ou defecando?
15-Tinha a sua mãe aspecto atrativo?
16-Ama você sua mãe? Por que?
17-Você a temeu alguma vez?
18-Ela o assustava quando o olhava?
19-Desejou você alguma vez a sua mãe?
NOTA: no caso de se tratar de um paciente do sexo feminino, todas estas
perguntas devem ser dirigidas ao pai.

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b) Relação com criança:


1-Interessa-se você pelas partes sexuais das crianças?
2-Em que consistem as suas atividades sexuais?
3-Que pensa você da micção ou da defecação?
4-Acredita que as crianças devem ser castigadas?
5-Gosta de crianças? Por que?
6-Quais foram os momentos mais felizes que você passou entre elas?
7-Deseja Ter filhos? Por que?
8-Gostaria de Ter um menino ou uma menina?
9-Deseja você que este se pareça com algum membro de sua família? Por
que?

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c) Relação com animais:


1- Gosta de animais? Por que ?
2- Eles o assustam?
3- Teve alguma vez medo de ser devorado por animais?
4- Foi mordido por algum? Quantas vezes?
5- Gosta de torturar ou ferir animais?
6- Viu alguma vez o coito de algum animal?
7- Que efeito produz em você os úberos de uma vaca?
8- Comparou alguma vez as partes sexuais de algum animal com as suas?
9- Viu nascer algum animal?
10- Sabe você o que isto significa?
11- Teve você alguma fantasia ou intento sexual com algum animal?
12- Sonha com animal?

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13- Qual é o animal que lhe causa aversão?


14- Já pensou alguma vez que não devemos matar nem comer os
animais?

d) Relação com o próprio corpo:


1- Que pensa você do seu físico?
2- Acha-se efeminado (ou masculinizado)?
3- Qual é para você a parte mais importante do corpo?
4- Qual é a parte do corpo que você tem mais perfeita?
5- Tem medo de sofrer golpes nas partes sexuais?
6- Acredita que a masturbação é um mal?
7- Que acha você das partes sexuais do sexo oposto?
8- Envergonha-se de ser surpreendido nu? Por quê?

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e) Relação com as funções do próprio corpo:


1- Quando se masturbou pela primeira vez?
2- Em que circunstância?
3- Realizou a masturbação espontaneamente? ou lhe disseram que o
fizesse?
4- Como se realizou? Usou as mãos? A realizou por outros meios?
5- Em que pensava ou pensa durante a masturbação?
6- Por que se masturba? 7- Como se sente, uma vez realizada a
masturbação?
8- Você foi criado com mamadeira ou com seio?
9- Lembra-se como mamava?
10-Recorda-se de Ter visto alguém mamar?
11-Que impressão lhe produz o seio feminino?

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f) Relações amorosa:
1-Que é amor?
2-Qual é o tipo de pessoa preferida?
3-Seria você capaz de persistir em uma atitude amorosa ser ter satisfação
sexual?
4-Gosta em geral das pessoas a quem julga superiores, iguais ou inferiores
a você?
5-Que pensa você das chamadas perversões sexuais?
6-Que pensa você do ciúme?

g) Situação de família:
1-Foi você criado pela sua mãe, por algum parente ou por estranhos?
2-Teve você companheiros de infância?

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3-Quais eram os brinquedos escolhidos?


4- Em que colégio esteve?
Quais as lembranças que traz desse tempo? Era interno ou externo?
5- Que livro você lia quando era pequeno?
6- Que classe de divertimentos você preferia?
7- Qual é a pessoa que exerce maior autoridade sobre você em sua
família?
8- Quais eram as suas idéias religiosas? Quais são agora?

h) Sobre a morte:
1- Pensa você constantemente na morte?
2- Qual é a idéia que lhe ocorre quando pensa nela?
3- Tem você medo da morte, de morrer ou de ser morto?

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4- Desejou alguma vez morrer ou de ser morto? Quando e como?


5- Chegou você a pensar no suicídio? Que processo seria preferível?
6- Estabelece você alguma relação entre o amor e a morte?
7- Como imagina você a vida depois da morte?
8- Tem medo de ver um cadáver?
9- Já pensou na morte de pessoas queridas?
10- Desejou a morte de algumas delas?
11- Pensou em matar alguém?
12- Já matou animais? Quais?
13- Que espécie de morte comove mais a você?
14- Rápida, lenta?
Essas perguntas podem ser ampliadas, melhoradas e até modificadas
ligeiramente.

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IV - ALIANÇA TERAPÊUTICA: Na primeira parte deste estudo abordamos


o chamado Par analítico. Vimos na ocasião que o par analítico constitui a
combinação do melhor Psicanalista para determinado paciente, e vice-
versa. Na seqüência e combinação de fatores, em decorrência deste par,
surge a transferência e a contra-transferência que estudaremos dentro em
pouco.
Antes, porém, aparece este delicado assunto, a Aliança, por muitos
confundida com transferência. Mas, não confundamos - a transferência
ocupa urna parte definida do universo psicanalítico. Nem tudo que ocorre
na situação analítica é transferência. Temos, contudo, que reconhecer que
a linha divisória entre a Aliança Terapêutica e a Transferência é muito
tênue.
Como defini-la? Segundo Zetzel, Aliança Terapêutica é uma espécie de
transferência racional. Essa transferência racional se caracteriza,
sobretudo, por não ter o aspecto de neurose, o que chamamos de neurose
de transferência. A diferença está na intensidade, racionalidade,

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consciência de que os afetos que surgem não são frutos de paixão mas do
relacionamento. Por outro lado, a transferência se reveste da
irracionalidade, envolvimento afetivo que não permite ao paciente distinguir
os níveis de sentimentos.
Podemos situar melhor a Aliança Terapêutica em relação a Transferência,
do seguinte modo: A Aliança Terapêutica é favorável, colaboradora do
processo, enquanto que a transferência, embora fundamental para a cura,
em princípio opera negativamente, tende a atrapalhar. Aparece como
embaraço que deve ser interpretado, caso contrário inviabilizado o
tratamento, isto se perpetualizar.
A experiência tem nos ensinado também outra coisa: a Aliança Terapêutica
não necessita de interpretação, nem teríamos como fazê-lo. Precisamos
confessar, entretanto, que a diferença entre a neurose de transferência e a
aliança não é absoluta. É mais uma diferença de compreensão do paciente
do que de natureza de sentimentos. Em suma, o que o paciente sente, em

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ambos os casos, é a mesma coisa. Mas a posição pessoal do paciente


difere.
Outra situação interessante, é que na transferência, a luta do psicanalista é
para interpretá-la, afastá-la, dando lugar a possibilidade da instalação da
dinâmica interpretativa. Na aliança terapêutica ocorre exatamente o
contrário: o Psicanalista a reforça. Ele precisa da manutenção desse clima
para sustentar a confiabilidade.
Finalizando, diríamos que o ideal da transferência é que se transforme ou
evolua para a Aliança Terapêutica. Uma coisa não se encontrará ao
mesmo tempo em um paciente: Outra coisa se discute: Pode existir Aliança
Terapêutica sem o processo inicial da transferência?
V- TRANSFERÊNCIA.
Definição: Atitudes, sentimentos e fantasias que um paciente experimenta,
na situação analítica, em relação ao seu Psicanalista, muitas das quais
emergem, de modo aparentemente irracional, de suas próprias

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necessidades inconscientes e conflitos, em vez de circunstâncias reais de


suas relações com o analista. Assim, o paciente atribui, inconscientemente,
características de seu pai, mãe, irmãos etc. ao analista, enquanto este
representará qualquer dessas pessoas em relação ao paciente.
A teoria da transferência é uma das maiores contribuições de Freud à
ciência e também o pilar do trabalho psicanalítico. A transferência precisa
ser entendida com um falso enlace, que tem, em princípio, dois objetivos,
ambos inconscientes:
a) satisfazer as necessidade propriamente inconscientes, confundindo a
pessoa do Psicanalista com as pessoas que faltaram ou faltam na vida do
paciente
b) Evitar a subida do mundo inconsciente ao consciente, funcionando
desse modo como resistência, como dissimulação, com o fim de direcionar
as energias mentais para um lado que embarque a manifestação do
universo inconsciente.

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Em ambos os casos, "a transferência que se destina a ser maior obstáculo


para a Psicanálise, se converte em seu auxiliar mais precioso, quando se
consegue detectar em cada caso (e manifestação) e traduzi-la para o
enfermo".
Em qualquer caso, a transferência jamais poderá ser entendida como uma
fraqueza de caráter, como "safadeza" do paciente, mas como algo
inevitável às pessoas mais sérias. É sempre um problema da
personalidade no que diz respeito às neuroses, carências etc. As pessoas
que sufocam as manifestações transferenciais, o que consegue é plasmar
mais uma carência, fortalecendo assim o patrimônio neurótico.
Não nos esqueçamos também que a transferência não é fenômeno
exclusivo das relações psicanalíticas, mas presente em todo trabalho
relacional. E é pior nas outras profissões e contatos, porque os envolvidos
não tem o conhecimento cientifico do que está ocorrendo, tomando, de
acordo com o lado, como oportunidade de satisfação. A confusão que
segue será sem precedentes nessas vidas.

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VI - CONTRA-TRANSFERÊNCIA. Definição: As atitudes, sentimentos e


fantasias que o psicanalista experimenta, muitas das quais provém,
aparentemente de modo irracional, de suas próprias necessidade e
conflitos psíquicos e não de circunstâncias reais de suas relações com o
paciente.
A Contra-Transferência pode ser, como deduzimos da definição,
conseqüência de carência do Psicanalista, de problemas não resolvidos
desse profissional. Pode também ser conseqüência da situação
psicanalítica em si. Nesse caso, é, "uma resposta emocional do
Psicanalista aos estímulos que provêm do paciente, como resultado da
influência do analisado sobre os sentimentos inconscientes do profissional"
(Etchegoyen).
Se na transferência temos que estar atentos para interpretá-la, de igual
maneira precisamos estar atentos aos nossos sentimentos e sempre
dispostos a auto-interpretação, com pena de ficarmos vendidos no
relacionamento e impedidos de trabalhar em benefício do paciente.

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Quando falamos na Aliança Terapêutica que deve ser uma evolução da


transferência, a própria transferência racional, de certa forma postulamos o
mesmo para a contra-transferência. Nesse caso, quando nos
interpretamos, quando identificamos os motivos dessa afetividade etc.,
transformamos esse sentimento intenso no correspondente a Aliança
Terapêutica, que chamamos descendente. Essa Aliança Terapêutica
Descendente, que vem do Psicanalista, é igualmente um importante
instrumento do processo, porque liga o psicanalista ao paciente, sem
interdependência a nível de sentimento.
VII-RESISTÊNCIA: E a oposição a qualquer tentativa de revelação de um
conteúdo inconsciente. A maior ou menor intensidade da luta travada pelo
paciente contra o analista que ameaça por a descoberta esse conteúdo
oculta constitui sempre uma medida de força repressora, isto é, da
resistência.
Temos como grande objetivo da resistência, manter a neurose. A razão
desse procedimento inconsciente reside no mal-estar que a revelação da

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neurose ocasiona. O paciente, também inconscientemente, opta pelo


desprazer de manutenção do recalque, com o qual já está acostumado.
Tipos de Resistência:
a) Resistência consciente - é a retenção internacional de informações por
parte de um paciente, causada pela vergonha, medo de rejeição, temor de
perder a consideração do analista. Aceita-se que, subentendida na
resistência consciente, haja sempre motivos inconscientes;
b) Resistência inconsciente - aquela produzida pelo inconsciente de modo
defensivo, sem que o paciente percebe. Tão somente atua ou deixa de
atuar. O tipo mais conhecido é denominado atos falho (falhados).
Generalidades sobre resistências:

01. Os atos falhos ou lapsos são os esquecidos, os cortes, as "evitações"


que o inconsciente pratica com uma intenção definida. Aparece nos erros

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de leitura, de escrita, nas trocas de nomes, empregos de palavrões em


momentos de solenidade e até discursos e sermões;
02. A própria transferência é um tipo de resistência, porque visa cercear o
processo e redirecionar os contatos;
03. Resistência é tudo aquilo que impede que o sujeito transfira o material
reprimido para o consciente;
04. A Resistência pode se manifestar no paciente que fala muito,
colocando o seu dia a dia para servir de manto sobre o seu passado;
05. A resistência pode ser encontrada no silêncio. Em todo caso precisa
ser interpretada;
06. A crítica a todo comentário do analista é sempre uma resistência;
07. Também a aceitação de tudo que o profissional fale pode ser
resistência, na medida em que limita o avanço do mesmo, é a cortesia que
protege a necessidade de reviver seus conflitos instintivos.

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VI - OS MECANISMOS DE DEFESA:
Em alguns casos, os mecanismos de defesa podem ser interpretados
como resistências. Também podem ser tratados como mecanismos de
adaptação do Ego. São atuações que visam dar um tratamento sintomático
aos complexos e aos deslizes, quando a consciência se sente
desequilibrada.
IX - ANGÚSTIA DA SEPARAÇÃO:
Fenômeno que percebemos, em alguns casos, desde as entrevistas, onde
o paciente apresenta uma sensação de abandono, quando o seu tempo vai
terminando, como se estivesse para perder algo muito caro. Na angústia
de Separação é diretamente proporcional à transferência e à Aliança
Terapêutica. No caso de pacientes com forte resistência, que retardam ao
máximo a instalação desses fenômenos, também se notará uma frieza, um
corte de cordão umbilical indolor.

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Em caso de pacientes psicótico, não tributários da psicanálise, junto aos


quais se esteja praticando uma psicoterapia de fundamentação
psicanalítica, notar-se-á que a angústia de separação pode incluir certos
tipos agressivos de evite. Pode também o paciente insistir em continuar, ter
surtos na saída, simular insegurança, quadros fóbicos etc.
X - INTERPRETAÇÃO: A interpretação é o instrumento mais nobre da
psicoterapia. Entendemos por interpretação o método de deduzir o que o
paciente tem em sua alma e lhe comunicamos. A interpretação, é, portanto,
a aplicação da racionalidade ao material que nos é oferecida através da
Livre Associação. E quando o psicanalista entende e junta os fatos,
montando o quebra-cabeça com o material mnético apresentado.
A interpretação se dá sobre coisas lógicas apresentadas pelo paciente que,
entretanto, não se vê com lógica alguma quando fala. Entretanto, em fase
do arrazoado do psicanalista, há a compreensão, a clareza. E, com o
passar do tempo, a medida que o tempo de análise aumenta, o paciente já
vai percebendo, e em algumas vezes se antecipa à interpretação. Mas

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nesse caso, algumas vezes erra. Quando o paciente se antecipa na


interpretação, o que temos, nem sempre é insight, mas a inveja do
psicanalista e a tentativa de tomar o seu lugar. Na interpretação o
psicanalista precisa ser curto e educado. Não deve se estender em uma
palestra longa, que dê lugar a divagações. Sempre que possível deverá
interpretar com linguagem indagativa. Fazendo perguntas que induzem
uma resposta. Esse caso é aparentemente melhor, porque o paciente fica
com a sensação de ter concluído a respeito. Tem mais facilidade de aceitar
que se tivesse recebido uma idéia pronta.
Na interpretação o Psicanalista em um aliado - insight. Este termo tem em
psicanálise, uma significação maior do que a terminológica. O insight
acontece no paciente, e será proporcional à inteligência dele e a disposição
ou vontade de descobrir a sua verdade. Depende também de uma boa
aliança terapêutica. Nele o paciente vê claramente, em um momento, toda
a verdade da interpretação. Normalmente o insight desencadeia uma
aceleração no processo associativo, em alguns casos fazendo o paciente

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calar, para, por algum tempo, desfrutar das memórias ligadas à verdade da
interpretação.
XI - ETAPAS DA ANÁLISE:
Quando dizemos que há etapas, o que queremos dizer é que na evolução
do processo psicanalítico, há momentos característicos, definidos, distintos
de outros, momentos com uma dinâmica especial que os distingue. Aliás,
tudo nesta vida tem princípio, meio e fim.
Vejamos as três etapas clássicas da análise: Primeira etapa - a abertura da
análise. Vai da primeira sessão (anamnese) até mais ou menos uns três
meses, quando estamos com contrato de duas a três sessões semanais.
Nessa fase temos os ajustes necessários, o início da transferência etc;
Segunda etapa - o mesmo que etapa média. É a menos típica e mais longa
e criativa. Começa quando o analisando compreendeu e aceitou as regras
do jogo, como livre Associação, interpretação, ambiente permissivo etc..
Prolonga-se por um tempo variável até que a enfermidade originária (ou

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sua réplica, a neurose de transferência) haja desaparecido ou tenha se


modificado substancialmente;
Terceira etapa - o término da análise. Não prolonga muito tempo. Deve
durar, contudo, o suficiente para que a reação Terapêutica Negativa (RTN)
seja vencida, para que a angústia de separação definitiva seja igualmente
interpretada e assumida.
Como vemos, a análise, que vem de resolver problemas, no fim, por causa
do intenso e duradouro relacionamento, acaba se tornando um
problema.Entretanto, o tal não será enfermidade e tem caráter gratificante.
Em alguns casos, Freud mesmo já o considerou, nos deparamos com o
caso de análise interminável, sem que o paciente seja um psicótico. São
pessoas que, embora tenham os problemas resolvidos, não conseguem
suficiente força e independência. O mais comum é que sejam pessoas
submetidas a uma intensa carga de neuroses atuais, neuroses estas que,
com o tempo e complexidade da vida vão aumentando. Algumas pessoas

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precisam de apoio, uma espécie de muleta, tornando a análise


interminável.
XII - VICISSITUDE DO PROCESSO PSICANALÍTICO: Toda ciência, bem
como todo relacionamento apresenta suas dificuldades naturais.
Precisamos estar conscientes que há fatores que dificultam sobremaneira
a análise: Idade avançada, condições econômicas, religiosidade,
inteligência de menos. Por outro lado, a inteligência de mais também pode
dificultar. Entre as principais vicissitudes, temos:

01. Insight - tanto a sua ausência, nos desinteligentes"(burros), quando a


sua fartura, podem atrapalhar. Além do mais, em termos de interpretação,
quantas vezes o paciente vê uma coisa e o psicanalista vê outra;
02. Elaboração - é o tempo que o paciente gasta para se organizar e reagir
à postura do Psicanalista. É o conjunto de fatores que diz que o paciente

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assumiu a sua condição de, compreende o papel do profissional e pratica


as partes que lhe acabe;
03. Acting-out - problema difícil de explicar. Poder-se-ia dizer que se trata
de uma ação fora da situação analítica ou que tem por objetivo afastar o
paciente ou o Psicanalista de seu suporte. Mas para simplificar, é quando o
paciente faz uma coisa em vez da outra.

A PSICANÁLISE NÃO É APENAS UM TRATAMENTO.


Além de ser "um processo terapêutico, a situação analítica é, também, um
peculiar método de investigação sobre o funcionamento da mente humana.
Os conteúdos do inconsciente emergem na sessão de análise através da
livre associação de idéias proposta ao paciente. A interpretação de seus
sonhos, atos falhos, condutas e afetos constituem outros elementos desse
método; mas é, sobretudo, a maneira como tudo isso se expressa na
relação entre paciente e analista que será o objeto vivo e presente da

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observação psicanalítica”. Os dados obtidos por esse método permitiram


construir um conjunto de teorias psicológicas e psico-patológicas, dando à
Psicanálise um lugar de destaque como ramo das ciências humanas. Hoje
em dia não é mais possível compreender qualquer evento oriundo da ação
do homem sem levar em conta os fundamentos da teoria psicanalítica. Sua
influência enriqueceu a ciência médica e todas as áreas ligadas à
promoção da saúde. Teve um papel decisivo nas modernas teorias
pedagógicas, na psicologia infantil e nos métodos educacionais. Seus
postulados tornaram-se indispensáveis a outras áreas do conhecimento
como a antropologia, a sociologia, a história e a filosofia. As obras
artísticas e literárias revelaram uma nova dimensão após a abordagem
psicanalítica. Aliás, é notável a afinidade da Psicanálise com a literatura, a
arte e suas ramificações; desde a refinada utilização da linguagem escrita,
musical, ou plástica, passando pela produção cinematográfica, até os
meios mais imediatos de comunicação de massas como a televisão, em
todos há sempre algum ponto de contato com o referencial psicanalítico.

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A Psicanálise, portanto, não se restringe à condição de tratamento, apesar


dessa continuar sendo sua principal função, mantendo-a como ciência viva
ao longo de um século.
IPA (ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA INTERNACIONAL) O
reconhecimento e sucesso crescente de suas idéias não foram, apenas,
motivos de regozijo para Freud.
Ele pressentia os abusos que poderiam ser cometidos em nome da
Psicanálise assim que ela se difundisse largamente. Com o intuito de
prevenir esse mau uso, os pioneiros decidiram fundar, em 1910, um
organismo que coordenasse o movimento psicanalítico mundial. Seu
objetivo seria estabelecer os preceitos éticos e de rigor científico para a
prática da Psicanálise, bem como zelar pela manutenção de padrões
básicos para a formação de analistas. Sendo assim, a Associação
Psicanalítica Internacional surgiu com a função primordial de garantir a
qualificação de seus membros. Para tanto, a IPA coordena, atualmente 46
sociedades, componentes e 8 Grupos de Estudos, espalhadas em 32

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países; seu quadro associativo conta, até agora, com aproximadamente


10.000 membros. Além disso, por tratar-se de uma agremiação científica,
estimula o avanço e a difusão do conhecimento psicanalítico. O
intercâmbio entre seus membros é mantido sistematicamente através da
circulação de um Boletim e, a cada dois anos, pela realização de um
Congresso Internacional de Psicanálise e uma Conferência de Analistas
Didátas.

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