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Santo Agostinho foi um dos mais importantes teólogos e filósofos do período da filosofia cristã
conhecido como patrística. Influenciado pelo maniqueísmo (de cuja doutrina mais tarde se tornará um
grande crítico) e pelo neoplatonismo, Agostinho se converteu ao cristianismo e chegou a ser bispo em
Hipona, cidade romana da África.
A Filosofia de Santo Agostinho foi elaborada com base em uma aproximação entre o neoplatonismo
de Plotino e Porfírio e a doutrina cristã, o assim chamado, platonismo cristão. Mas o verdadeiro e
legítimo conhecimento é a teologia, e é a esses ensinamentos que o homem deve dedicar-se, pois
prepara sua alma para a salvação e para a visão de Deus
O problema da moral
A obra prima de Santo Agostinho, as Confissões, revela um homem profundamente voltado para a sua
interioridade e para esse grande mistério que é o homem, pondo a nu o seu espírito e o intenso drama
vivido interiormente por ele mesmo, para alcançar um mais alto grau de espiritualidade. Esse mergulho
na nossa interioridade mostra-nos a nossa real essência, revela-nos que há dentro de nós algo de mais
profundo que o nosso eu exterior e é dentro desta perspectiva de uma filosofia introspectiva que
Agostinho agrega uma série de conceitos fundamentais, sendo um deles precisamente a ética.
A moral agostiniana é teísta e cristã. A nota característica da sua moral é a primazia do prático, da ação,
contrariamente ao primado do teorético, do conhecimento. Além disso, a virtude não é uma ordem de
razão, hábito conforme à razão, como dizia Aristóteles, mas uma ordem do amor. É fácil constatar em
sua obra Confissões que a essência do homem está no amor: ama et fac quod vis (ama e faça o que
quiseres).
Entretanto a vontade é livre, e pode querer o mal, pois somos um ser limitado, podendo agir
desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus e, por isso, o problema do mal tem um
lugar de destaque nas reflexões do bispo de Hipona.
O problema do mal
Agostinho foi profundamente impressionado pelo problema do mal – de que dá uma vasta e viva
fenomenologia. Se tudo provém de Deus, que é o Bem e fonte de todas as coisas, de onde provém o
mal? A solução deste problema por ele achado foi a sua libertação e a sua grande descoberta filosófico-
teológica. Antes de tudo, Agostinho nega a realidade metafísica do mal. O mal não é ser, mas privação
de ser, como a obscuridade é ausência de luz. “Podemos começar a descrever o “mal” a partir do que
ele não é: o “mal” não é uma realidade. Ele é privação. Ele é ausência de bem. Ele não é uma realidade
existente. Só o bem é real” (FERRAZ, 2014, p. 79). Tal privação é imprescindível em todo ser que não seja
Deus, enquanto criado, limitado. Destarte é explicado o assim chamado mal metafísico, que não é
verdadeiro mal, porquanto não tira aos seres o que lhes é devido por natureza.
Foi o primeiro a formular a Teologia abrangente. Este defende que a felicidade do homem é base da
hierarquia de seres e valores no qual os objectivos inferiores (ligados à esfera secular) se subordinassem
aos superiores (ligados à esfera espiritual).
Este condenava o comércio, receando que podia desviar os homens do caminho de Deus, mas que era
impossível impedir o comercio, o que podia fazer, era tentar regulamentá-lo. Para Santo Agostinho, a
noção de preço justo não pode ser explicada por considerações de ordem económica por que tem bases
morais.
Um comprador honesto, mesmo que o vendedor ignoras se o valorda mercadoria, deveria pagar o preço
justo.