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Porto Alegre - RS
2022
Marcelo Cavalheiro Pereira
Tainara Alves Barreto Peruna
Às pessoas que pude contar com o apoio para realização deste estudo e as
quais me deram forças para vencer todos os obstáculos, expresso minha gratidão e
espero que jamais esqueçam que eu levarei um pedaço do seu ser dentro do meu
- Dina Cardoso Cavalheiro que derramou lágrimas para que eu fosse feliz e
- Paulo Roberto Todi Pereira pelas noites de sono que perdeu para que eu
1 Introdução.....................................................................................6
1.1 – Justificativa.....................................................................7
2 Objetivos........................................................................................9
2.3 Hipóteses.............................................................................9
3 Metodologia...................................................................................10
4 Referencial Teórico........................................................................11
5 Resultados e discussões.................................................................29
6 Conclusão.........................................................................................35
7 Referências.......................................................................................36
Resumo
As dietas restritivas levam o sujeito a não ingerirem alguns nutrientes,
Vitaminas e minerais essenciais para o funcionamento do corpo. Quando o corpo
não é respeitado, vários problemas surgem e o que será retratado no presente
trabalho é sobre transtornos alimentares e como a nutrição auxilia esse sujeito nisso.
Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar as estratégias que serão
utilizadas pelo nutricionista e a relação com as dietas restritivas perante uma equipe
multidisciplinar.
Através da análise dos artigos foi possível verificar melhor conhecimento em
nutrição, métodos pouco divulgados como o comer intuitivo, a terapia cognitiva
comportamental, o mindfulness e como auxilia em pacientes com transtornos
alimentares, a nutrição vai além do emagrecimento, ser nutricionista não é só passar
dietas e sim ajudar o indivíduo a se relacionar com seu corpo e como a mente é
importante nesse processo.
Abstract
Restrictive diets lead the subject to not ingest some nutrients, vitamins and
minerals essential for the functioning of the body. When the body is not respected,
several problems arise and what will be portrayed in this article is about eating
disorders and how nutrition helps this subject in this. Thus, the present study aimed
to identify the strategies that will be used by the nutritionist and the relationship with
restrictive diets before a multidisciplinary team.
Through the analysis of the articles, it was possible to verify better
knowledge in nutrition, little-known methods such as intuitive eating, cognitive
behavioral therapy, mindfulness and how it helps patients with eating disorders,
nutrition goes beyond weight loss, being a nutritionist is not just about spending diets
but to help the individual to relate to his body and how the mind is important in this
process.
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1 INTRODUÇÃO
As dietas restritivas vêm crescendo muito nos últimos tempos, principalmente
depois das redes sociais, pois influencers digitais acabam compartilhando foto dos
seus corpos visto como perfeito incentivando outros indivíduos a não se alimentarem
em busca do mesmo objetivo, porém cada sujeito tem o seu biotipo, tem a sua
genética e quando usam o mesmo produto indicado por outrem não consegue o
mesmo resultado gerando algum transtorno, principalmente o alimentar. O
transtorno alimentar segundo o DSM-4 é:
Caracterizado por uma perturbação persistente na alimentação ou
no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou
na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a
saúde física ou o funcionamento psicossocial.
1.1 justificativa
O presente artigo visa mostrar para a sociedade sobre o quão prejudicial
são as dietas restritivas tanto para o corpo quanto para a mente. Provocam
desequilíbrios hormonais, desordens no corpo, ansiedade, sentimento de culpa e
obsessão pela comida. A pratica de restrição alimentar acarreta efeitos nocivos
prejudicando a nutrição do organismo. A mídia idealiza um corpo perfeito gerando
uma pressão social para que o indivíduo se encaixe em um padrão, aderindo às
dietas da moda para alcançar uma redução de peso em curto prazo. Pessoas que
vivem fazendo dietas tendem a ser mais propícios a obsessões alimentares,
episódios de compulsão alimentar e transtornos relacionados à alimentação,
desenvolvendo hábitos como a preocupação excessiva com as calorias consumidas,
além disso, muitas vezes sofrem as consequências de uma dieta com baixo aporte
nutricional como maior irritabilidade, dificuldade de concentração, fadiga, intolerância
ao frio, nervosismo, euforia, cefaleia, queda de cabelo, unhas fracas, colesterol
elevado. As dietas da moda geram um grande impacto no perfil comportamental de
indivíduos que fazem adesão a elas, acreditando no seu “potencial milagroso” de
redução drástica e veloz de peso. Cada vez mais pessoas adotam dietas da moda
devido à influência das mídias, principalmente das redes sociais, que atualmente
dão muito poder de persuasão para influenciadores que muitas vezes não têm
nenhum conhecimento técnico, o que em uma área da saúde como a Nutrição é
completamente negativo para a sociedade. “A alternância constante entre dietas
restritivas e sem base científica, como são as dietas da moda, é um fator precursor
para o desenvolvimento de hábitos característicos de transtornos alimentares” (Lima
et al., 2015). Acreditava-se que os transtornos alimentares ocorriam apenas em
adolescentes, atualmente através de estudos percebe-se uma incidência maior entre
homens e mulheres com mais idade, pessoas engajadas em dietas da moda,
fazendo jejum apoiadas até mesmo por profissionais de saúde, tomando remédios e
usando produtos prometendo o emagrecimento em 30 dias. Diante desses cenários
o estudo tem como objetivo analisar a relação das dietas radicais com os transtornos
alimentares e como isso afeta a saúde tanto de homens quanto de mulheres que
querem emagrecer de forma que venha a agredir o seu próprio corpo.
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2 OBJETIVOS
Diante do cenário de dietas restritivas, o objetivo principal do artigo é
perceber a relação do homem com o corpo e como isso tem impactado na sua forma
de se alimentar, qual a relação do comer transtornado e o transtorno alimentar.
2.3 Hipótese
As dietas impactaram de forma drástica os indivíduos levando os mesmos a
adquirirem transtornos alimentares que vão desde o não comer até o comer de
forma compulsiva.
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3 METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido por meio de referencial teórico, a partir de
materiais disponíveis na internet em sites confiáveis, como: google acadêmico,
scielo e BDTD (Biblioteca digital de teses e dissertações), foram coletados dados
com base em artigos científicos por meio de uma revisão bibliográfica. O artigo
começou a ser desenvolvido no semestre passado com a disciplina de projeto de
TCC e dado continuidade a partir do semestre vigente.
Conforme Gil (2002), “o levantamento bibliográfico é constituído de livros e
artigos científicos com materiais já elaborados, tendo como vantagem principal uma
cobertura mais ampla”. “A pesquisa bibliográfica é um procedimento metodológico
que se oferece ao pesquisador como uma possibilidade na busca de soluções para
seu problema de pesquisa “(LIMA; MIOTO, 2007). O trabalho científico teve como
objetivo reunir e analisar os dados pelos quais já tinham sido publicados, textos
disponíveis para dá um respaldo para a pesquisa executada.
A pesquisa científica engloba diversos aspectos para obter um resultado, a
pesquisa realizada foi a básica, foi realizada um aprofundamento de um
conhecimento científico já existente. Utilizamos a pesquisa básica estratégica, aonde
recomendamos a construção de futuros estudos que possam resolver as causas dos
transtornos alimentares.
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 História sobre o alimento
A culinária diz muito sobre a sociedade, um modo de se reunir em torno da
mesa, um modo de dividir a comida, as memórias que determinada comida traz e
assim por diante. O ato de comer vai além de apenas nutrir o corpo.
O alimentar-se vai além de uma questão fisiológica de necessidade de
nutrientes e constrói costumes selando relações entre indivíduo e a sociedade.
Segundo Gallian, “não é mera coincidência que alguns os acontecimentos e ideias
mais importantes e marcantes da história da civilização ocidental estão inseridos em
contextos de refeições ou banquetes”. Esse autor cita a última ceia de Jesus Cristo,
que representa um marco histórico na espiritualidade e que é rememorada em
cerimônia até hoje como um momento sagrado. Cita também o banquete de Platão,
que representa um marco histórico no pensamento como um debate fisiológico
sobre o amor. Bakhtin reflete sob o espírito renascentista, no banquete de Rabelais,
através do personagem Gordo-Guilherme, um espirito que revela verdade na
imanência do mundo: o encontro do homem com o mundo que se opera na grande
boca (...) é um os assuntos mais antigos e marcantes do pensamento humano. Para
Gallian, “ O banquete é sempre uma escola dos sentidos”.
nervosismo, fadiga, pele seca e muitas outras, essas dietas levam a carências
nutricionais fazendo com que indivíduos desenvolva doenças tanto de cunho físico
como emocionais como é o caso dos transtornos alimentares. A escritora feminista
Naomi Wolf defende que a cultura focada na magreza feminina não revela uma
obsessão com a beleza feminina, mas com a obediência feminina. Ainda afirma que
“fazer dietas é o sedativo político mais potente na história das mulheres, uma
população passivamente insana pode ser controlada”. A mesma retrata como a
cultura da dieta oprime as pessoas e as mulheres é o principal alvo.
A dieta impacta tanto na saúde física quanto mental gerando um comer
transtornado, ansiedade e depressão. Muitas vezes a perda de peso é necessária,
mas não é dessa forma que é realizada, é um processo que deve ser feito com
atenção e cuidado, respeitando o corpo de cada indivíduo. Quando o corpo do
indivíduo não é respeitado dietas da moda levam os mesmo a desenvolverem vários
problemas, dentre eles o transtorno alimentar que são doenças que afetam tanto
adolescentes quanto adultos principalmente do sexo feminino levando a prejuízos
psíquicos e sociais aumentando a sensação de fracasso, aumentando a
preocupação com a comida, aumentando a sensação de privação e diminuindo a
força de vontade. A indústria da dieta e os padrões estéticos fazem com que a
maioria das pessoas deixem de se preocupar com a quantidade da alimentação e
passem a beber e comer com base no que engorda e emagrece.
Conhecer a composição dos alimentos é importante, assim como a educação
nutricional também, esse artigo não visa fazer apologia a obesidade e sim mostrar
que alimentos fazem parte de determinado contexto e viver contando calorias pode é
na maioria das vezes exaustivo causando ansiedade, levando o indivíduo ao
adoecimento o que é totalmente contrário ao juramento feito por nutricionista
instituído pelo art. 1º da resolução CFN nº 382, de 27 de abril de 2006 que diz:
Prometo que, ao exercer a profissão de nutricionista, o farei com
dignidade e eficiência, valendo-se da ciência da nutrição, em benefício da
saúde da pessoa, sem discriminação de qualquer natureza. Prometo, ainda,
que serei fiel aos princípios da moral e da ética. Ao cumprir este juramento
com dedicação, desejo ser merecedor dos louros que a profissão
proporciona.
Logo, através de estudos foi revelado que o efeito sanfona é responsável por
mortalidade atribuída ao tamanho do corpo. Ao invés de entrar em guerra com seu
corpo, respeite-o. Cuidar da saúde não tem nada a ver com uma nutrição pautada
na restrição e na privação e sim numa mudança de atitude, a mudança de hábitos
vem aos poucos, é reeducando um paladar que era muito doce, é comprando mais
frutas, é comendo um chocolate ao invés de dois é cozinhando mais e comprando
menos em restaurantes. Aos poucos você vai adquirindo qualidade de vida sem
maltratar a si mesmo. Não estabelecer metais é o ponto chave, já pensou se você
estabelece determinada data e não consegue cumprir? Logo virá a sensação de
fracasso e então a perda de peso fica mais difícil de ser alcançado.
As pessoas só adquirem o peso que tanto almejam quando entende os sinais
de fome e saciedade, e quando entende que liberdade incondicional para comer não
é comer de forma aleatória e nem comer compulsivamente e sim você escolher o
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alimento de acordo com o contexto e ter uma alimentação variada e sem restrições
para não cair na armadilha do comer transtornado e do transtorno alimentar.
essa fixação leva a restrição, pois o mesmo se alimenta de alimentos segundo eles
“puros”. Segundo donini et al,
A ortorexia nervosa se aproxima de um distúrbio de personalidade
ou de comportamento podendo ter 10 relações com as crenças ou as
atitudes ligadas a costumes religiosos ou filosóficos, já que muitas religiões
valorizam práticas alimentares ascéticas.
quanto mentais que esse transtorno pode causar. O paciente precisa sentir
confiança com o nutricionista para que o vínculo seja estabelecido assim o mesmo
irá permitir intervenções e alterações na relação paciente/alimento, para que esse
indivíduo alcance a autonomia de forma consciente e saudável, conquistando os
benefícios que os alimentos produzem em seu organismo (GALISA et al., 2014).
Diante desses cenários, onde o alimento é visto muitas vezes como escape
para questões de natureza psicológica, novas abordagens foram surgindo e dentre
elas se destacam o mindfulness, mindful eating, e o comer intuitivo. São estratégias
utilizadas para tratar de comportamentos alimentares disfuncionais. O mindfulness
também é chamado de atenção plena, Segundo Baer (2003, p. 125) “o mindfulness
remete para a observação não julgadora da contínua corrente de estímulos internos
e externos à medida que eles surgem”. Alimentar-se de forma consciente é entrar
em contato com seu corpo e usar todos os sentidos na hora de comer. Ser
consciente é prestar atenção no presente, sem julgamento, comer quando tem fome
e parar quando tiver satisfeito. O mindfulness tem sido descrito na literatura como
detendo qualidades de traços, enquanto uma capacidade inerente e natural do
organismo humano (Brown & Ryan, 2004, p.246), onde se mantém o foco de
atenção, abertura e aceitação, “na vida diária” (Baer, Smith, Hopkins, Krietemeyer, &
Toney, 2006). Reconhece-se, não obstante, que esta qualidade pode ser promovida
através de práticas meditativas e o seu treino tem sido incluído em intervenções com
resultados positivos (Baer, 2003) em termos psicológicos e físicos (Kabat-Zinn,
1990; Shapiro, Schwartz, & Bonner, 1998), predizendo maior autorregularão, bem-
estar e menor perturbação cognitiva e emocional (Brown & Ryan, 2003). A
abordagem do mindfulness faz com que o sujeito entre em contato consigo e
estabeleça uma relação com a comida através de uma atenção plena e do seu
autoconhecimento. Diante de algum pensamento distorcido por meio da quebra de
regras alimentares, o mindfulness trata desse sujeito sem nenhum juízo de valor
facilitando o processo com a alimentação. Num artigo de 2003, Brown e Ryan
trabalharam uma definição de mindfulness a partir dos conceitos de consciência,
explicando que a percepção e atenção fazem parte desse constructo. A percepção
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que essa é uma jornada com altos e baixos levando em consideração que o comer
intuitivo não faz apologia à obesidade, e sim ajuda o sujeito a fazer as pazes com o
corpo e com a comida, confiando nesse processo levando a escolhas saudáveis a
longo prazo. Em 2006, Tracy Tylka, da universidade Estadual de Ohio, publicou um
estudo referência com quase 1300 universitárias que validou os três pilares do
comer intuitivo:
1. Permissão incondicional para comer o alimento desejado quando estiver
com fome.
2. Comer por razões físicas, não emocionais.
3. Confiar nos sinais internos de fome e saciedade para determinar quando
e quanto comer.
Essa pesquisa foi importante para validar as premissas do comer intuitivo,
tornando-o essa teoria científica. O pilar central do comer intuitivo é a consciência
interoceptiva que é a capacidade de perceber as sensações que acontecem no
corpo do indivíduo, como a pessoa se reconecta com o corpo. O grande desafio que
a cultura da dieta coloca é justamente não confiar nos sinais de fome e saciedade
que o corpo apresenta, as pessoas comem de acordo com o que os desafios
milagrosos acreditam e por meio das regras que norteiam a sociedade. Segundo
Ricciardelli,2016, o comer intuitivo foi associado a alguns benefícios como:
1. Maior satisfação e apreciação do corpo
2. Funcionamento emocional positivo
3. Maior satisfação com a vida
4. Autoestima e otimismo incondicionais
5. Resistência psicológica
6. Maior motivação para atividades físicas, com foco no prazer e não na
culpa ou aparência.
comer intuitivo também tinham a sensibilidade interoceptiva mais alta, depois que as
pessoas com anorexia apresentaram boa recuperação e ganharam até peso. O
estudo foi promissor para demonstrar que o comer intuitivo funciona na recuperação
do transtorno alimentar. Além da recuperação o comer intuitivo trabalha na
prevenção dos transtornos alimentares pois fortalece a autonomia do sujeito, a
alegria ao comer, tornando o comer uma pratica prazerosa, superando
preocupações com o corpo.
Uma prática que pode auxiliar o indivíduo a entrar em contato com a suas
questões e evitando que seja descontado no ato de comer é a meditação. As
práticas meditativas visam atingir um estado de calma, generosidade, compaixão,
concentração, ética e autorregulação da atenção à consciência das experiências
imediatas (VISCARDI et al., 2019). Segundo Souza et al. (2020), a meditação
também favorece o desenvolvimento de habilidades e regulação das emoções,
como o cultivo do bem-estar e o equilíbrio emocional.
A palavra mindfulness para os budistas remete a atividade da mente, a
constante de manter a consciência. Neste contexto, dimensões afetivas, éticas e o
ato da vigilância (lembrar de manter a consciência) se integram em mindfulness
como uma prática, um processo dinâmico que pode estar inserido na vida como um
todo (GROSSMAN; DAM, 2011). É voltar a sua atenção para o ato de comer, é
manter a mente ativa e ter uma consciência voltada para aquele ato. Atenção plena
não é apenas comer devagar, prestando atenção ao que se está comendo, é
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As pessoas que comem mais frutas, verduras e legumes têm menos risco de
desenvolverem doenças, até mesmo o câncer, pois são ricos em fibras e
antioxidantes e ainda fito químicos, que são aqueles que reduzem a pressão arterial,
modulam os hormônios, alteram o metabolismo do colesterol, fazem atividade
antibacteriana e antiviral. O que acontece com pesquisas realizadas é que as
pessoas preferem fazer restrição alimentar por que não gostam desses alimentos,
por que são oferecidos de forma sem graça, sem tempero, sem molho. Uma forma
de auxiliar o sujeito a comer de forma saudável e prazerosa é mostrando que pode
acrescentar verduras no molho, fazer lasanha de berinjela, arroz com brócolis,
pimentão e batatas recheadas, macarrão com legumes, vitaminas de frutas,
panqueca de couve, couve-flor gratinado. São infinitas possibilidades de comer de
forma prazerosa e saudável, não precisa retirar todos os alimentos, muito pelo
contrário, deve incluir alimentos para que assim garantir uma boa saúde não só
física como mental.
Utilizar chás é excelente, mas a maioria das pessoas estão o substituindo
pela água, que é uma bebida essencial e que ajuda na retenção de líquido assim
como diversos chá. A água além de transportar minerais, nutrientes e vitaminas para
as células ela também atua na produção de energia, ajuda a desintoxicar o corpo
eliminando-o na urina toda toxina, regula a temperatura do corpo, regula o intestino
dentre diversos benefícios. As pessoas ficam horas sem beber água e não se dão
conta de como uma riqueza dessa é tão essencial e que não deve ser substituída
por nenhuma bebida, ela deve ser incluída. Ao praticar o comer intuitivo você deve
pensar na qualidade nutricional dos alimentos. Evelyn Tribole e Elyse Resch cita em
seu livro os segredos para saber se você está pronto para seguir o comer intuitivo e
são eles:
Pensar em nutrientes provoca uma sensação de
neutralidade ou reacende velhos pensamentos de dieta?
Você é capaz de escolher sem culpa um alimento que pode
não ter alto valor nutritivo, mas é muito prazeroso?
Ao fazer uma escolha alimentar, você pensa nas
características sensoriais dos alimentos, ao mesmo tempo
que respeita como a maneira como se sente fisicamente ao
comer?
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2 – Histórico de dietas
3 – Habituação sistemática
Pode ser uma ferramenta importante para auxiliar a pessoa a fazer as pazes
com a comida. Para isso, o paciente deve escolher um alimento que sinta dificuldade
de comer sem sentir culpa ou sem realizar julgamentos. Ele deverá planejar um
momento para consumi-lo, anotando como se sentiu antes da experiência e após a
experiência. A partir dessa reflexão é possível melhorar a permissão incondicional
para comer.
O que seria o respeito ao corpo? É aceitar a sua genética! Ter uma visão real
do tamanho do seu corpo e pensar que precisa amá-lo por meio de uma nutrição
gentil. A tendência é culpar o corpo pela maldade das pessoas, pelos julgamentos
alheios, o que a maioria das pessoas querem é atender a expectativa do outro. Se
movimentar, praticar atividades físicas tem diversos benefícios para a saúde, mas
deve ser escolhida essa pratica de acordo com as aptidões do sujeito, qual exercício
lhe traz mais prazer? Não é o modismo que precisa determinar que tipo de exercício
você deve fazer, o corpo é seu. O modismo molda o indivíduo através de uma
aparência ideal e não real tornando a gordura como vilã e estabelecendo uma
guerra com a comida.
Evelyn Tribole e Elyse Resh cita uma frase faz todo sentido sobre o assunto:
“Tirar a perda de peso da equação abre a porta para liberdade que o respeito ao
corpo proporciona”. Não é você deixar o autocuidado, muito pelo contrário é
valorizar o que tem, assim fazendo uma reconciliação com a sua autoestima. No
livro comer intuitivo as autoras citam premissas básicas para o respeito ao corpo.
O movimento ao corpo não deve ser estabelecido por um artista, não é por
que ele faz aquela atividade física que você deve fazer. Evitar se comparar é
essencial no comer intuitivo. A comparação leva muitas vezes a uma alimentação
disfuncional e decisões alimentares que não condiz com o que você gosta. A
competição faz com que uma pessoa se sinta inferior em relação ao corpo da outra
e isso é adoecedor. Faça parte do time de pessoas que aceitam a diversidade dos
corpos, assim irá contribuir para uma mudança de mentalidade onde o magro é o
saudável e bonito. Se os estigmas são estimulados ficará difícil uma mudança na
sociedade, as regras sociais precisam ser transformadas em aceitação corporal. Os
donos da Beauty Redefined, uma ONG fundada por Lexie Kite e Lindsay tem um
mantra que diz: “Veja seu corpo como um instrumento, não como um enfeite”. Tudo
bem focar na aparência, mas quando você foca apenas nisso, gera uma ansiedade
ultrapassando limites da saúde tanto física quanto mental. A dieta vem além de
suprir as necessidades do corpo, ela é mais psicológica do que as pessoas sabem,
preenche o tempo até as pessoas acharem que está no controle, sendo uma forma
de lidar com a vida.
A maioria dos indivíduos começam uma dieta numa fase de transição, sempre
tem um acontecimento dito por ele como importante e que faz o mesmo fazer isso.
Rejeitar a mentalidade da dieta é um dos passos do comer intuitivo, estudos
mostram que a dieta é um gatilho para o comer excessivo. Dietas restritivas não
funcionam a longo prazo.
Evelyn Tribole e Elyse Resch cita em seu livro o comer intuitivo exemplos de
comportamentos típicos da pseudodieta como um que é bem comum e que a
maioria das pessoas devem conhecer alguém que é a contagem de calorias e de
nutrientes, quem faz dietas loucas fica contando os carboidratos de cada alimento
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para não ultrapassar o recomendado. Agora vocês acham que uma pessoa que faz
isso está com a sua saúde mental preservada?
Outro comportamento típico é comer apenas alimentos in natura, nenhum
ultra processado é ingerido. Comer apenas em um único horário é outra mentalidade
da dieta, mesmo que o sujeito esteja com fome ele não come, pois já estabeleceu
que só pode comer naquele horário. Algumas pessoas retiram a janta, alegando
melhor digestão.
E quando não consegue resistir a um bolinho de aniversário? Eles pagam
penitência, isso mesmo, pulam refeições no dia seguinte, faz atividade física de
forma excessiva. Os indivíduos costumam tomar café para acalmar o estômago
vazio, agora vale uma reflexão: o café sendo ácido num estômago vazio, que mal
pode causar? Gastrite até mesmo câncer. E o pior! Existem profissionais de saúde
que estão ditando regras nas redes sociais sobre perda de peso de forma rápida e
fazendo sugestões como essa.
Tem pessoas que fingem fazer dieta para atender as expectativas alheias,
simulando uma imagem que não é a dela. Olha como restringir alimentos é
prejudicial.
Qualquer forma de fazer dieta leva o indivíduo ao fracasso. O psicólogo John
P. Forety e G. Ken Goodrick criou um modelo de dieta que diz: “O dilema é acionado
pelo desejo de reduzir medidas do corpo disseminado pela cultura da dieta, que leva
a restrição alimentar”. O que as dietas fazem? Aumenta o desejo de comer. A
pessoa acaba comendo de forma excessiva e não só recupera o tempo perdido
como ultrapassa o peso original. Então a pessoa volta a fazer dietas e entra num
novo ciclo.
Para rejeitar a mentalidade da dieta precisa haver uma mudança de
paradigma, ou seja, de um padrão estabelecido pela sociedade que tenta encaixar o
sujeito num modelo. É preciso romper com esse padrão cultural de que o corpo
magro é o corpo bonito e que o sujeito precisa estar magro para estar bem. Lembre-
se: Não é uma medida que determina quem você é. Balança são apenas números,
seres humanos é maior do que isso.
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No livro comer intuitivo de Evelyn Tribole e Elyse Resch ela define o comer
intuitivo sobre perspectivas científicas e aborda temas importantes de ser estudado
33
que chamou atenção é que mais homens do que mulheres foram classificados como
comedores intuitivos. Uma revisão acadêmica ainda avaliou a relação entre comer
intuitivo e indicadores de saúde e descobriu que o comer intuitivo estava associado
a melhoria na pressão sanguínea, colesterol e quantidade de comida ingerida. (Van
Dyke e Drinkwater,2014).
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6 CONCLUSÃO
O presente estudo procurou fazer uma análise por meio de artigos científicos
sobre como o nutricionista pode interceder nos indivíduos com transtorno alimentar,
apresentando para os leitores a cerca de uma abordagem comportamental pouco
difundida, que é o comer intuitivo.
Essa pesquisa sugere o comer intuitivo como proposta no tratamento de
transtornos alimentares, uma abordagem científica e inovadora, bem avaliada
perante a literatura, com resultados positivos no controle do IMC e da saúde
psicológica. Essa abordagem visa estudar o sujeito como um todo, na sua
integralidade, trata-se de prestar atenção nas mensagens do corpo através uma
tomada de consciência. Foram apresentadas técnicas utilizadas quando o transtorno
já está instalado como: TCC e Mindfulness.
Em pesquisas futuras novas propostas serão apresentadas no intuito de
auxiliar os jovens na prevenção de transtornos alimentares. É importante ressaltar
que ainda são inúmeros os caminhos que devem ser trilhados em relação a nutrição
e o comer intuitivo, porém com estudo e divulgação sobre o tema um bom resultado
será alcançado.
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7 REFERÊNCIAS
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COUTO, GBL. Frequência de comportamentos alimentares inadequados e sua
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