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Neste primeiro capítulo, o autor traz a realidade do Brasil, onde afirma ter ocorrido a
chegada da modernidade tardia. O autor trata da evolução do estado medieval para o
moderno, citando e criticando o atual anseio por redução da máquina pública e da
inferência do estado na sociedade. Destaca em tom de defesa um retorno ao
keynesianismo como forma de proteção da sociedade, avançando cronologicamente até
os dias atuais, com a globalização.
Adiante afirma que no Brasil e estado social implantado beneficiou as classes média e
alta, e não a classe baixa referindo haver dois tipos de cidadãos no Brasil: o
sobrecidadão (aquele que dispões do sistema, mas a ele nao se subordina) e o
subcidadão (aquele que depende do sistema, mas dentro dele não se insere).
Dispõe ainda que existe um interesse, até mesmo do Estado, em manter a desigualdades
entre os cidadãos, por meio de situações anormais verificadas na política do país, com o
fim de tentar sustentar o estamento que representa o patrimonialismo estatal, da mesma
forma que existe, por parte da mídia, a dedicação de tentar amenizar a ideia de
normalidade e a aceitação decorrente da exclusão social.
A tese de Faoro vai no sentido de que o poder político no Brasil se articula, devido a
uma herança lusitana, a partir de um estado que é patrimonialista em seu conteúdo e
estamental na forma.
Conclui este capítulo fazendo a paráfrase de Jurandir Freire Costa (1996): “hoje
aposentamos os Rousseau. Em vez de utopias, (existem os) manuais de autoajuda,
psicofármacos, cocaína e terapêuticas diversas para os que têm dinheiro; banditismo,
vagabundagem, mendicância ou religiosismo fanático para os que apenas sobrevivem”.