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Texto bônus sobre classificação das ervas e como desenhar seus preparos!

Vamos em frente na nossa Erveirança 5.0

E nesse nosso caminho de Erveirança, já passamos a primeira dezena de plantas comentadas,


mais um pouquinho de história e causos que foram sendo encaixados pelo caminho.

Penso que conhecer cada erva seja de suma importância. Entender seu funcionamento em
banhos, defumações e benzimentos é vital para que suas potências sejam aproveitadas em
integridade. Então, que tal falarmos um pouquinho sobre nosso sistema de classificação e
como colocar em prática nos nossos preparos? Vamos lá, começando com um pouquinho de
história!

Este trabalho com ervas nasceu dentro do universo religioso, no chão de terreiro, na prática.
Orientado pelos mestres espirituais, fui buscando e acrescentando ao meu conjunto de
conhecimentos e habilidades todo um manancial de saberes que convergiram com suas
inspirações e afunilaram nesse imenso campo de possibilidades em magia natural, aplicada
não só no campo religioso, mas no dia a dia. Gosto de dizer que se o uso das ervas fosse
exclusividade do religioso cresceria só no quintal do pai de santo. E não é verdade, cresce nos
quintais de todos nós, assim como o conhecimento está ao alcance de todos que pretendam
alcançá-lo, todos que queiram e se disponham a olhar e se comportar com liberdade, respeito
e responsabilidade nesse meio ritualístico.

Nosso sistema de classificação das ervas é simples, original e de fácil entendimento. Nossa
tarefa é levar conhecimento simples e objetivo, cuidando para que os dogmas e preceitos
tenham explicações lógicas e se tiverem que ser seguidos, que nos dêem bons motivos para
isso.

Uma definição resumida bem simples de erva QUENTE OU AGRESSIVA é: aquelas que têm
capacidade, energia e magnetismo para encontrar e anular definitivamente larvas, miasmas,
acúmulos energéticos, magnéticos, vibratórios, espirituais, conscientes ou não, assim como
seres vivos espirituais, inteligências, elementos condensadores, e toda e qualquer forma
negativa ou negativada que por ventura esteja atuando, natural ou impositivamente, na vida
de uma pessoa, sua casa, família, trabalho ou local sagrado.

Resumindo a função de uma ERVA QUENTE, para seu melhor entendimento: é como um ácido
do astral, capaz de dissolver qualquer substância acumulada que seja prejudicial à saúde
espiritual.

Já as ervas MORNAS OU EQUILIBRADORAS são aquelas que carregam a capacidade de


regenerar, reconstruir, verdadeiramente equilibrar um campo energético, trazendo-o à
naturalidade. Sua estrutura vibracional contém energias vivas que atuam no sentido de corrigir
as perdas energéticas causadas pelo uso das ervas quentes ou agressivas, harmonizar seus
chacras (centros de força), equilibrar as energias vitais importantíssimas para o bom
funcionamento do organismo espiritual humano e consequentemente do físico.

São poderosíssimos energéticos, levantadores de astral e direcionadores. Ervas que podemos


usar no dia a dia, sem restrição alguma.
Já as ervas FRIAS OU ESPECÍFICAS são idênticas às ervas mornas, no entanto têm campos de
ação muito bem definidos, ou seja, tem especialização em algum sentido. Por exemplo, ervas
para tranquilidade, masculinas, femininas, de atração pessoal, prosperidade entre outras
tantas. Uma erva FRIA pode aparecer classificada como MORNA, mas dentro do seu campo de
ação específico participar de um preparo especializado.

Exemplo de ervas QUENTES OU AGRESSIVAS: Arruda, Guiné, Alho, Cebola, Eucalipto, Pinhão
Roxo, Espadas, etc.

Exemplo de ervas MORNAS OU EQUILIBRADORAS: Alecrim, Boldo, Alfazema, Manjericão, Anis


Estrelado, etc.

Exemplo de ervas FRIAS OU ESPECÍFICAS: Rosa-branca, Capim-limão, Melissa, Cipó-Prata, etc

Preparos com SETE ERVAS

A combinação das ervas e sua aplicação depende muito mais do propósito do que de alguma
regra ou técnica.

Não se sabe quando ou onde foi a primeira vez que alguém recomendou um banho de SETE
ERVAS, ou usou o termo SETE ERVAS da JUREMA, mas é sabido que virou um hábito e nós o
herdamos com toda a força da egrégora de pensamentos e condensação de conhecimentos
que ampara as repetições das práticas assertivas.

Por fundamento, podemos entender a base de onde se ergue uma tradição, que é copiada,
reproduzida, uma, duas, dezenas e centenas de vezes até se consolidar como prática habitual,
aceita, funcional, eficaz e com poder realizador comprovado.Então, antes de afirmar que algo
é fundamento, deve-se levar em consideração o que essa prática gerou de base para que
outras pessoas a seguissem, copiassem e praticassem estritamente sem modificações.

Cada prática ritualística tem suas próprias características, e é baseada em pessoas, seus
conhecimentos e convicções.

Em termos coloquiais, ou seja, no modo de dizer, ao invés de afirmar “Ah, isso é fundamento
da minha casa!”, seria mais interessante: “Isso é uma prática minha, própria da minha casa e
dos que seguem essa doutrina”.

Afinal o que é correto para um, pode não ser para o outro. E digo mais: Não há nada mais
errado do que afirmar que o outro está errado! Afinal, a experiência é dele, ninguém sabe o
que ele passou para chegar até ali.

Nós nunca afirmamos sermos os donos da razão, em momento nenhum nas últimas duas
décadas de trabalho com as ervas, seja em matérias escritas nos veículos de informação que
tive a oportunidade de colaborar, seja nas páginas, blogs e redes sociais.

Sempre que oferecemos uma forma de trabalhar com as ervas foi como sugestão, para quem
entende que é livre e pode, com essa liberdade, aproveitar a experiência que outros já
tiveram, uma oportunidade de comprovar a eficácia.

O conhecimento é libertador!

Um dos objetivos desse trabalho é nos libertar de mitos e dogmas sem fundamento, que só
servem para nos acorrentar a práticas que não se explicam com clareza. Isso serve para todos
nós, calejados pelo tempo, e principalmente para as pessoas que estão buscando
conhecimento sobre as religiões naturais e práticas ritualísticas no começo de suas
caminhadas.

Estamos cercados de profundos conhecedores da superfície das coisas, que por necessidade
de dominar aqueles que se colocam no seu caminho, criam e adaptam procedimentos mal
compreendidos como ferramenta para manter seu pseudo poder.

Aqueles que trazem conhecimento de base fundamentada, explicada e coerente, com certeza
não se incomodam com essas palavras, pois estão seguros do que fazem, afirmam suas
convicções com a leveza da sabedoria. Diferente de quem precisa desqualificar o trabalho
alheio para se manter vivo.

Voltando às SETE ERVAS: é toda e qualquer combinação de ervas num preparo de base com
sete elementos vegetais diferentes, equilibrados entre si e com um objetivo bem definido.

Então, se sabemos o que são as ervas QUENTES, MORNAS e FRIAS, conseguimos nós mesmos
definir nossos preparos a partir de uma necessidade.

A grande maioria desses preparos tem 3 ou 4 ervas quentes, assim como as mornas. Os
chamaremos assim: 3x4 ou 4x3... três para quatro ou quatro para três... veja na tabela a
seguir:

Tabela Base 7

Quente Morna-Fria

7 --- 0

6 --- 1

5 --- 2

4 --- 3

3 --- 4

2 --- 5

1 --- 6

0 --- 7

Se eu souber o que quero, mais limpeza em profundidade e regeneração relativa, posso usar
um banho 5x3, cinco ervas quente mais três ervas mornas.

Quero um preparo de "defesa", 3x4, três ervas quentes e quatro mornas, vamos usar esse
exemplo:

Três ervas quentes: Arruda, Guiné e Casca de Alho

Quatro ervas mornas: Alecrim, Manjericão, Pitanga e Anis Estrelado

Terei nesse banho ou defumação, capacidade de limpeza, descarrego, corte de energias


enfermiças e vampirizadoras, além de equilíbrio, regeneração e energização dos corpos
espirituais, direcionamento e clareamento das ideias. Resumindo, seu banho de sete ervas
está desenhado com os detalhes que tem aprendido de cada erva que eu posto aqui,
formando assim um preparo único, com objetivo definido.

No próximo texto bônus vamos falar sobre a maior polêmica de todas: os banhos de ervas na
cabeça! Acompanhe os vídeos também! A Erveirança não para!

Gratidão imensa! Com fé vamos longe!

Adriano Camargo Erveiro

Erveirança 5.0 Ver menos

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