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Uma Viúva que Sabia Usar o Dinheiro 1

UMA VIÚVA QUE SABIA USAR O DINHEIRO

"Não darei qualquer valor a algo que possua, exceto ao Reino


de Cristo. Se alguma coisa que tenho irá alargar os interesses
da Reino, será dado ou conservado, só na medida em que
possa promover a glória dAquele a quem devo todas as minhas
esperanças no tempo e na eternidade". David Livingstone *

Marcos 12:41-44
2 Coríntios 9:6.8

Jerusalém estava cheia de movimento nesse dia. Judeus de todo o


mundo conhecido estavam chegando à cidade. Em breve se realizaria a
Páscoa, e todo o judeu devoto queria celebrar esses dias festivos na
cidade santa.
Nas casas, as mulheres estavam muito ocupadas com a preparação
da refeição da Páscoa. Tinham comprado grandes quantidades de comida
para cozinharem e assarem para a importante festa.
Mas houve uma mulher que não se juntou às festividades. Não tinha
gasto o dinheiro em gêneros alimentícios, porque não tinha muito e,
portanto, tinha de o usar com sabedoria. Não ganhava muito dinheiro –
mas sabia exatamente o que fazer com o que tinha. Dirigiu-se ao templo,
e lá, sem qualquer hesitação, foi pôr as suas duas pequenas moedas de
cobre na arca do tesouro. Homens ricos empurravam-na ao passarem por
ela, e deitavam grandes quantias de dinheiro na arca parte da sua
abundância. Depois, ela retirou-se de modo tão imperceptível como
havia chegado.
Imperceptível?
Não, no que diz respeito a Jesus. Ele estava no templo. As Suas
visitas à casa do Pai podiam contar-se. Dentro de mais alguns dias seria
*
Studies in Christian Living (Estudos Sobre o Viver Cristão), Livro 6, "Crescendo em Serviço''.
1964, The Navigators, Colorado Springs, Colorado.
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feito prisioneiro num jardim oposto à praça do templo, precisamente do
outro lado do ribeiro de Cedron. Seria então crucificado. Coisas
importantes estavam para acontecer. De fato, o ato mais significativo da
história estava prestes a ocorrer. E, contudo, Ele teve tempo para notar
que uma pobre viúva deu a Deus duas pequenas moedas.
Pôs-Se a observar as pessoas que deitavam dinheiro na arca do
tesouro. Viu os ricos que davam muito, e isso era bom. Mas as dádivas
deles mal se faziam sentir nos seus muitos bens. Ainda lhes sobrava
muito. Tinha chegado então a viúva pobre. Jesus sabia o que ela estava a
fazer. Sabia que as duas moedas eram as últimas que possuía. Ela havia
dado, literalmente, toda a sua riqueza material a Deus, a Quem amava.
As moedas não adiantariam muito para o pagamento das contas do
templo – o que é que se poderia comprar com duas moedas?
Mas Jesus achou que a sua oferta foi tão importante, que chamou a
atenção dos discípulos para ela. Disse-lhes: "Esta pobre viúva deitou
mais na arca das ofertas, do que todos os outros; pois enquanto os outros
deitaram do que lhes sobejava, ela, pobre como é, deitou tudo o que
tinha''. Para o Senhor, o quanto ela deu não era tão importante como
aquilo com que ficou depois de dar. Ela não ficou com nada. Jesus estava
interessado no que o dinheiro representava para o ofertante. Para esta
mulher representava tudo.
O dinheiro em si não tem qualquer valor para Deus. Paulo escreveu:
"O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo Senhor do céu e da
terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tão pouco
é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa;
pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida e a respiração, e todas as
coisas'' (At. 17:24,25). Deus está interessado nos motivos da pessoa que
dá. Sabe que, por natureza, as pessoas tendem a agarrar ciosamente o seu
dinheiro. Esquecem freqüentemente que só pela graça de Deus podem
ganhá-lo, uma vez que é Ele que dá a saúde e capacidade mental (Prov.
10:22). Pensam muitas vezes, erradamente, "Posso fazer o que quiser
com o meu dinheiro''.
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Deus não quer que as pessoas dêem por precisar. Só deseja que elas
usem o seu dinheiro de maneira correta. Ele sabe que se uma pessoa der
do seu sustento a Deus, fá-lo porque O ama; porque quer partilhar tudo –
mesmo os seus bens com Ele. Então, multiplica o real valor do dinheiro,
como multiplicou os pães e os peixes (Lc. 9:12-17). Pode realizar
milagres com isso. Uma pessoa que partilha tudo com Deus descobrirá
que muito se pode fazer com o pouco, quando Deus lhe junta a Sua
bênção.
E impressionante ver esta pobre viúva que sentiu a atmosfera do Novo
Testamento, dando enquanto vivia sob o concerto do Velho Testamento,
onde o ato de dar era regulamentado pela lei, com regras dadas por Deus
quanto ao uso do dinheiro – dez por cento de toda a receita para ser
usado nos Seus propósitos (Lev. 27:30,32). Destes dez por cento eram
pagos os que serviam no templo, os levitas. Nenhum judeu podia escapar
a esta obrigação. Mesmo os levitas tinham de, por sua vez, dar 10 % do
seu dinheiro (Núm. 18:21, 25-30).
Mas no Novo Testamento a situação era diferente. Não havia
regulamentos rígidos, nem quantias especificadas. O fator que motivava
era o amor em vez da lei. E o amor não pode ser regulado pela lei. Tem
de ser uma expressão voluntária. Aqueles que são guiados por este
princípio, têm prazer em dar. Dão regularmente (1 Cor. 16:2). Dão
discretamente (Mat. 6:2-4).
Teria esta mulher a sensação de que Deus ia dar o Seu Filho ao
mundo? De fato, o maior ato de amor? Seria essa a razão por que
desejava provar-Lhe o seu amor através de uma dedicação total? Ela
compreendia que dar não era privilégio exclusivo dos ricos. As pessoas
pobres têm a mesma oportunidade. A percentagem que o pobre pode dar
dos seus salários não é menor do que a dos ricos. Embora a importância
real possa ser mais pequena, a percentagem é igual.
O dinheiro não precisa de ser considerado "coisa má''. Tem um
extraordinário potencial quando dedicado a Deus e ao Seu serviço. Então
o seu valor perdura. "O dinheiro", disse alguém certo dia, "é algo que
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não podes levar contigo para o céu, mas que podes enviar à frente". Pode
ser usado em questões de valor eterno, como no caso da viúva. O
dinheiro torna-se então um capital investido no céu (Filip. 4:17).
É pena que o véu que cobre a vida desta mulher só fosse levantado
ligeiramente. Seria interessante saber como é que Jesus, que foi tocado
pela sua oferta sacrificial, tomou cuidado dela. Não disse Deus, através
de Salomão, "Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de
toda a tua renda; e se encherão de trigo os teus celeiros e transbordarão
de mosto os teus lagares" (Prov. 3:9,10)? Não tinha Ele prometido pela
boca de Malaquias chuvas de bênçãos sobre a pessoa que desse a
percentagem de dez por cento sobre a sua receita? (Mal. 3:10)
A viúva pobre não se contentou em dar apenas uma parte do seu
dinheiro. Dez por cento era demasiado pouco num ato de devoção a
Deus. Queria dar 100 %. Uma vez que Deus não quer ser devedor de
ninguém, não há limites para as bênçãos que Ele pode ter derramado
sobre esta viúva pobre! Uma coisa é certa – ela celebrou a Páscoa de um
modo maravilhoso.

Uma viúva que sabia usar o dinheiro


(Marcos 12:41-44; 2 Coríntios 9:6-8)
Perguntas:
1. O que é que houve de extraordinário em relação à quantia de dinheiro que a
viúva deu?
2. Como é que Jesus avaliou esta pequena importância (menos de 3 centavos)
em vista das outras ofertas maiores?
3. O que é que Deus disse a respeito de dar no Velho Testamento? Provérbios
3:9, 10; Malaquias 3:10).
4. Que diretrizes são dadas no Novo Testamento no que toca a dar? (2
Coríntios 9:6,7; 1 Coríntios 16:2; Mateus 6:2-4).
5. Como é que Deus recompensa aqueles que Lhe dão do seu dinheiro?
6. Será que a história da viúva o influenciou no sentido de usar as suas
finanças? Se sim, como?

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