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1ª Edição
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Sumário
Métodos de Custeio e Critérios de Avaliação dos Estoques
Para início de conversa… ................................................................... 4
Objetivo ............................................................................................ 5
1. Painel Básico da Contabilidade de Custos ................................. 6
1.1 Métodos de Valoração de Estoques ......................................... 7
2. Métodos de Custeamento ...................................................... 13
2.1 Formas de Custeio ................................................................ 32
Referências ........................................................................................ 34
Para início de conversa…
A contabilidade de custos tem muitas especificidades peculiares deste
ramo da contabilidade que variam desde os métodos de controle de estoques,
até aos sistemas de custeamento, as formas de controles gerenciais etc.
Por fim, você terá uma breve introdução sobre o custo padrão, também
conhecido como custo orçado, e o custo real, também conhecido como custo
histórico.
4 Custos Empresariais
Objetivo
Compreender os métodos de custeio e critérios de avaliação de
estoques.
Custos Empresariais 5
1. Painel Básico da Contabilidade de Custos
A fabricação dos produtos é um processo de transformação da
matéria-prima e outros materiais em produtos finais ou acabados, assim
sendo, temos a matéria-prima no início desse processo. A contabilidade
irá registrar a compra da matéria-prima que permanecerá no estoque até o
início da fabricação propriamente dita, quando esta será transferida para o
estoque de matéria-prima em elaboração. Após a finalização da produção,
este produto se tornará estoque de produtos acabados, estando pronto para a
etapa de vendas, como pode ser visto na Figura 1. Após a venda, o estoque
de produtos acabados se torna Custo dos Produtos Vendidos (CPV), sendo
evidenciado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
FÁBRICA PRODUTOS
ALMOXARIFADOS
PRODUÇÃO EM ACABADOS
Envia materiais para fábrica ELABORAÇÃO Expede os produtos
acabados (vendas)
(Em processo)
Incorpora aos materiais;
Mão de obra, gastos e
depreciação
6 Custos Empresariais
As empresas possuem vários formulários/procedimentos específicos
para o controle de materiais, desde sua compra até o final do processo. Para
a compra de materiais, temos o pedido de compras, depois as cotações feitas
junto aos fornecedores, a autorização de compra pela cotação mais vantajosa
para a empresa, a nota fiscal eletrônica de venda dos materiais pelo fornecedor, a
verificação dos itens pelo setor de almoxarifado, o registro efetivo dos materiais
no estoque de matéria-prima da empresa por meio da ficha de controle de
estoques, a requisição de materiais pelo setor de fabricação (Figura 1), o
envio e registro do estoque de produtos acabados (há, também, o formulário
de conformidade do produto de acordo com o setor de qualidade) e, por fim,
a baixa do estoque de produtos acabados, mediante a emissão de nota fiscal
eletrônica de venda e o reconhecimento do Custo do Produto Vendido (CPV).
▪ Custo Específico.
▪ Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS) ou também
conhecido como First In, First Out (FIFO).
▪ Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS), conhecido como
Last in, First Out (LIFO).
▪ Custo médio ou média ponderada.
Custos Empresariais 7
O custo ou preço específico é utilizado quando o valor unitário real de
aquisição pode ser especificado e dado baixa no correto momento. Exemplo:
Quando uma concessionária de veículos compra vários veículos da montadora
ela registra cada veículo adquirido pelo custo específico, pois um pode possuir
características básicas, outro pode ter acessórios diversos. Quando um dado
veículo entra na concessionária ele é registrado na ficha de estoque pelo
seu custo específico e quando ele é vendido, este item é baixado e podemos
evidenciar o Custo do Produto Vendido pelo seu próprio custo específico.
8 Custos Empresariais
Assim, podemos ver na Tabela 1 como se comporta as compras e
vendas de materiais controlados pelo método PEPS.
50 25,10 1.255,00
50 25,10 1.255,00
Tabela 1: Compras e vendas de materiais controlados pelo método PEPS. Fonte: Elaborado pela autora.
Custos Empresariais 9
COMPRA VENDA SALDO
DATA CUSTO CUSTO CUSTO CUSTO CUSTO
QTDE. QTDE. QTDE. CUSTO TOTAL
UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL UNIT.
20 25,10 502,00
Tabela 2: Exemplo de método de valoração pelo UEPS. Fonte: Elaborado pela autora.
10 Custos Empresariais
Segundo a Resolução CFC no 1.170, pelo critério do custo médio
ponderado, o custo de cada item é determinado a partir da média
ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período
e do custo dos mesmos itens comprados ou produzidos durante o
período. (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p.59)
Tabela 3: Exemplo de método de valoração pelo Custo Médio. Fonte: Elaborado pela autora.
Custos Empresariais 11
Importante
Atenção! Quando a empresa é enquadrada como Microempresa (ME) não haverá o crédito
de ICMS na entrada das mercadorias. Outra informação importante: não haverá igualmente
crédito de ICMS nas entradas, se na saída a venda não for tributada.
Exemplo: Venda de produtos ou mercadorias para a Zona Franca de Manaus, onde as vendas
possuem isenção de impostos, na entrada (compra) desses materiais não haverá o crédito de
ICMS.
Uma exceção de venda não tributada é a venda para fins de exportação. A venda para fora
do país não é tributada, mas, mesmo assim, na entrada dos materiais adquiridos, haverá o
crédito de ICMS, mesmo ocorrendo de a venda não ser tributada.
12 Custos Empresariais
COMPRA VENDA SALDO
DATA CUSTO CUSTO CUSTO CUSTO CUSTO
QTDE. QTDE. QTDE. CUSTO TOTAL
UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL UNIT.
Tabela 4: Exemplo de valoração do estoque de matéria-prima com o crédito de ICMS. Fonte: Elaborada pela autora.
2. Métodos de Custeamento
Em se tratando de custos empresariais, existem métodos específicos
para custeamento dos produtos. Quando falamos em custeamento estamos
querendo revelar quanto foi utilizado para determinar os custos de
transformação de um determinado produto, qual foi o acúmulo de valores
envolvidos no processo de produção.
Custos Empresariais 13
sistema de acumulação de custos. A diferença básica entre os dois
métodos está no tratamento dos custos fixos. (grifo dos autores).
(CREPALDI; CREPALDI, 2018, p.151)
Custos e despesas
Produtos
variáveis
Despesas do
Custos Fixos
período
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dentro de certos limites. No critério de custeio variável só são
apropriados aos produtos os custos variáveis, ficando os custos fixos
separados e considerados como despesas do período. (CREPALDI;
CREPALDI, 2018, p.158)
Custos Empresariais 15
Do ponto de vista decisorial, o Custeio Variável tem condições de
propiciar muito mais rapidamente informações importantíssimas à empresa,
mas os Princípios Contábeis vigentes atualmente não aceitam a elaboração de
Demonstrações de Resultado e de Balanços elaborados com base no Custeio
Variável. Essa não aceitação do Custeio Variável não impede que a empresa o
utilize para controle interno (gerencial).
Importante
Este método não é permitido pela legislação fiscal.
Tabela 5: Custos e Despesas: Exemplo de custeio direto. Fonte: Elaborado pela autora.
16 Custos Empresariais
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pelo Custeio Variável
(+) Receita de Vendas 70.000,00 (10.000 x R$ 7,00)
(-) Gastos variáveis 44.000,00 (10.000 x R$ 4,40)
(=) Margem de contribuição 26.000,00
(-) Despesas fixas 24.000,00
(=) Lucro líquido 2.000,00
Importante
No custeio variável, a diferença entre o valor de vendas líquidas e a soma do custo
dos produtos vendidos (que só contém Custos Variáveis) com as despesas variáveis
(administrativas e de vendas) é denominada de margem de contribuição. Deduzindo-se
desta, os custos fixos e as despesas fixas, obtém-se o lucro líquido.
Custos Empresariais 17
Importante
O método de Custeio por Absorção, do ponto de vista técnico-contábil, é o mais utilizado
por seguir os princípios contábeis brasileiros e atender à legislação fiscal em vigor no país
(DUTRA, 2010).
Variáveis
- matéria-prima Produção em Estoque da produção
- mão de obra direta elaboração acabada
- energia elétrica (força)
- combustíveis das máquinas
Custos de Resultado das vendas
produção Fixos
- mão de obra indireta
- depreciação ( - ) CPV
-energia elétrica (iluminação
da fábrica)
- supervisão ( = ) Resultado bruto
Variáveis ( - ) Despesas de
- de vendas vendas
Despesas
Fixas ( - ) Despesas
- administrativas administrativas e de
- de vendas vendas
Estoque da produção
Lucro acabada
( = ) Resultado líquido
Figura 3: Quadro esquemático do custeio por absorção. Fonte: Adaptado de Dutra (2017).
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A finalidade desse método é ter o custo total (direto e indireto) de
cada objeto de custeio como forma de determinar a rentabilidade de cada
atividade, avaliar os elementos que compõem o patrimônio e a compor uma
informação significativa no auxílio à decisão de estabelecer os preços de
vendas dos produtos e serviços.
Tabela 6: Dados para o exemplo de custeio de absorção. Fonte: Elaborado pela autora.
Custos Empresariais 19
Total da Produção Acabada (CTPA), que é de R$ 6.450.000,00 (R$ 322,50
x 20.000 unidades).
Montando a DRE desse período, temos a seguinte estrutura:
EF = EI + CTPA - CPV
Assim sendo:
EF = 0 + 6.450.000 - 4.837.500
EF = 1.612.500
Glossário
RKW (Rationalisierungskuratorium der Deutschen Wirtschaft): trata-se de um método alemão
de apropriação de despesas, através de Mapa de Distribuição ordenada entre departamentos,
tendo como resultado os custos finais de cada setor de transformação e montagem, após a
absorção dos valores das demais seções indiretas da produção.
20 Custos Empresariais
Há algum tempo, os profissionais de custos estavam à procura de um
sistema que lhes permitisse, entre outras coisas, um melhor acompanhamento
dos gastos empresariais, bem como a superação de distorções oriundas dos
métodos tradicionais de custeio.
Este método ABC surgiu nos Estados Unidos, nos anos 1980. Foi
desenvolvido pela Universidade de Harvard por necessidade das Empresas
que não conseguiam avaliar corretamente o impacto de seus custos fixos, com
a finalidade de desenvolver um método que permitisse avaliar a agregação
de valor das diferentes atividades que consomem, desproporcionalmente,
recursos ao longo do processo e do mix de produtos/serviços. Foi criada
basicamente pelos Profs. Cooper e Kaplan, portanto ABC é a sigla para o
termo em inglês Activity Based Costing ou Custeio Baseado em Atividades.
Custos Empresariais 21
Uma das importantes razões da crescente utilização e necessidade de
uso desta tecnologia é o aumento dos gastos de overhead das empresas que,
nos últimos anos, tem se tornado muito significativo.
Atividades
Indutores de custo
22 Custos Empresariais
O processo é definido como um grupo de atividades que se relacionam
e que são necessárias para gerar um produto ou serviço. São exemplos: processo
de compras, processo de cobrança, processo de administração de recursos
humanos, processo de administração da fábrica, processo de preparação de
máquinas (setup) etc.
Custos Empresariais 23
Assim sendo, o direcionador de custos é o instrumento pelo qual se
determina o consumo de recursos pelas atividades, bem como pelos produtos
ou serviços. São exemplos de direcionadores de custos:
Exemplo:
Determinada indústria possui os seguintes custos para a produção de
três produtos conforme as Tabelas 7 e 8.
Descrição A B C
Custos indiretos R$
Mão de obra indireta 80.000
Depreciação 250.000
Manutenção 200.000
Outros (aluguel, energia, telefone) 70.000
Total dos custos indiretos 600.000
24 Custos Empresariais
A empresa contratou recentemente um gestor e, após estudar o
processo produtivo, ele sugeriu que a organização adotasse o sistema de
custeio por atividades para os custos indiretos. Por meio das etapas descritas
anteriormente, chegou-se aos seguintes números, de acordo com a Tabela 9,
conforme as atividades.
Tabela 10: Atividades relevantes versus Direcionadores de atividades (exemplo). Fonte: Elaborada pela autora.
Custos Empresariais 25
Foram apuradas as seguintes quantidades de direcionadores durante o
período, segundo a Tabela 11:
Tabela 11: Quantidade de direcionadores de atividades por produto (exemplo). Fonte: Elaborada pela autora.
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Horas de engenheiros 28.800 6.400 12.800 48.000
Tabela 12: Quantidade de direcionadores de atividades por produto em valor (exemplo). Fonte: Elaborado pela autora.
Custos Empresariais 27
▪ Melhorar substancialmente sua base de informações para tomada
de decisões.
▪ Estabelecer um conjunto de indicadores de desempenho capaz de
medir a eficiência e a eficácia empresarial sob aspectos produtivo,
comercial, financeiro e societário.
Hoje em dia, pela alta concorrência das empresas, elas necessitam
se adaptar constantemente, adaptando, por exemplo, os seus sistemas de
informação para um maior controle dos custos e outras operacionalidades,
como por exemplo atendimentos mais rápidos (Just in time), flexibilizações das
mais diversas, otimização do ciclo de industrialização, melhoria na logística e
canais de distribuição e, primordialmente, na qualidade dos produtos.
Glossário
Just in time (tempo imediato): trata-se de um método de produção criado à intenção de
se eliminar desperdícios, obtendo-se custos mais reduzidos, aliados à maior eficiência na
rotatividade dos estoques e no atendimento aos clientes.
28 Custos Empresariais
Em virtude dessas deficiências, foi preciso desenvolver novas
abordagens que apoiassem mais efetivamente a gestão estratégica dos custos.
O Custeio Baseado em Atividades (ABC) surgiu então como uma ferramenta
de grande utilidade, na medida em que permite analisar as verdadeiras origens
dos custos, fornecendo importantes indicações para o combate do desperdício
de recursos.
Custos Empresariais 29
Como foi discutido, o ABC difere dos sistemas convencionais de
custeio fundamentalmente quanto ao modo como trata os gastos indiretos
não correlacionados com o volume de produção. Apesar do peso destes ter
vindo a crescer constantemente ao longo das últimas décadas, a Contabilidade
de Gestão tardou, entretanto, a responder às alterações na estrutura de
custos, pelo que lhe podem ser imputadas algumas responsabilidades
pelas consequências nefastas da existência de custos distorcidos, afetando,
principalmente, as decisões estratégicas.
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estoques. O grupo B consiste de itens que representam o maior investimento
depois do A. O grupo C consiste, em geral, de um grande número de itens
cujo investimento é relativamente pequeno. A divisão dos estoques em itens
A, B e C tem por finalidade permitir que a empresa determine o nível e os
tipos de procedimentos necessários ao controle de estoque.
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2.1 Formas de Custeio
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custo dos produtos vendidos, reconhecidos na Demonstração do Resultado
do Exercício (DRE). No Brasil, o UEPS não é aceito pelo Fisco e não é bem
visto pelas normas contábeis brasileiras.
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Referências
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S.. Contabilidade de custos. 6 ed. São
Paulo: Atlas, 2018.
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