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Conceitos e Definições
O futebol desde sua origem ultrapassa várias evoluções e revoluções, e os campeo-
natos mundiais acabam por indicar tendências após cada evento. Ao fazer uma triologia
entre as copas do mundo de futebol, observamos em um primeiro momento, um futebol
mais voltado para o componente técnico do jogo, em que os atletas tinham mais espaços
para executar seus movimentos finais.
Com o passar dos anos, mais precisamente na copa do mundo de 1966 na Inglaterra
veio o desenvolvimento da capacidade física, onde a necessidade de o atleta deveria
suportar o jogo utilizando todo o seu acervo de capacidades aeróbias e anaeróbias ten-
do influencia dos esportes individuais, como o atletismo que serviu de base física para
os esporte s coletivos, tendo a antiga união soviética como percursora desse momento.
Psicológico
para
concentração
na ação
Técnica
do Chute
Físico para
controlar o
movimento
Figura 1 – Ações do Atleta Cristiano Ronaldo na execução do movimento em jogo das eliminatórias da Eurocopa
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Frade (2003) discute a componente tática “que não é física, técnica nem psicológica”,
mas precisa de todas essas ações para se manifestar. Assim entendemos que o atleta
necessita estar preparado em todas essas dimensões do jogo para executar seus movi-
mentos táticos de defesa e ataque, sejam eles individual ou coletivo.
Segundo Greco (2000), Tática é uma capacidade senso-cognitiva que se baseia em
processos psicofisiológicos, ou seja, captação e transmissão das informações providas
pelo meio, interpretação destas, elaboração de respostas tendo como base conhecimen-
tos pré-adquiridos e execução da resposta mais adequada encontrada. A tática também
indica aos jogadores as formas de organização, preparação e finalização das ações de
ataque e defesa (Antón, 1998).
Jogo de Futebol
Primeiro conceituamos o que é jogo, que necessita de uma intenção (objetivo), adver-
sário, momentos de ataque e defesa, possuir regras e espaços definidos. O jogo de futebol
necessita de inúmeras situações de tomadas de decisão e situações-problemas por ser
complexo e ter a imprevisibilidade como característica determinante (GARGANTA, 1997).
Mas será que temos formado o jovem atleta e treinado o atleta adulto para tais com-
plexidades do jogo? Ou treinamos apenas para ele saltar mais, chegar primeiro, acertar o
passe para o companheiro de equipe, mas quando saltar eu faço o quê? Chegar primeiro
para o quê? Passar certo, mas com qual objetivo de posse de bola ou de verticalização?
Essas são perguntas que os atletas fazem e pensam a todo o momento quando estão no
treinamento e no jogo. Portanto, devemos pensar mais na construção do jogo de futebol,
e consequentemente na sua preparação, considerando todas as suas fases e a Tática
como norte nesse processo, tendo as componentes físicas, técnicas e psicológicas como
acervo para resolução dos problemas.
O jogo não é desmontado nem técnica nem taticamente. A abordagem é feita de
uma forma global em que a tática visa permitir e lidar com os problemas que o jogo
levanta. A técnica surge como instrumento de operacionalização das respostas, logo é
necessário que o individuo pense o jogo utilizando seu acervo tático (pensamento) e
técnico (execução), como identificado na figura abaixo.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Jogador – Objeto;
Jogador – Objeto – Alvo;
Jogador – Objeto - Adversário;
Jogador – Objeto – Colega - Adversário;
Jogador – Objeto – Colegas - Adversário;
Jogador – Objeto – Equipe – Adversário.
Figura 3 – Aspectos para o desenvolvimento da tática no indivíduo.
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Todo jogo desportivo coletivo com bola passa por todas essas fases do jogo, sendo
importante o desenvolvimento de cada uma delas, respeitando o nível cognitivo de cada
atleta. Para a iniciação na tática iremos considerar (jogo anárquico, descentralização e
estruturação) o momento de especialização. Vamos considerar as fases elaboradas e
de estruturação do espaço e na fase de alto nível, em que o indivíduo já conhece o jogo
profundamente. Ele já está na comunicação e ação e nas relações com a bola.
Objeto Colega Adversário Ambiente
Acertar o alvo;
Tirar vantagem tática Reconhecer espaços; Oferecer-se
transportar a bola para
no jogo; Jogo coletivo. Superar o adversário. e Orientar-se.
o objetivo.
Figura 4 – Elementos para desenvolvimento da Tática
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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO
Barcelona 22 toques
Momento Defensivo: Onde a minha equipe está sem a posse de bola e tentará
através dos movimentos do adversário com e sem boa, defender o alvo para re-
Veja ao vídeo
cuperar a posse da bola. clicando aqui
dada e qual seu objetivo. Lemos (2007), apresenta as seguintes abordagens (I- Psicomé-
trica, Diferencial e Factoralista; II- Desenvolvimentista; III- Neurobiológica e IV- Cognitiva).
A abordagem discutida nesse estudo será a Cognitiva, baseado nos conceitos de Gardner
(1995) a qual apresenta relações com as inteligências múltiplas (Lógico-Matemática, Lin-
guística, Musical, Espacial, Corporal – Cinéstesica e Intrapessoal).
A inteligência “lógico-matemática” corresponde à solução de problemas envolvendo
cálculos com números, as ciências da engenharia, física, matemática se utiliza bastante
dessa inteligência, a inteligência “linguística” seria a habilidade de falar, se manifestar,
escrever. Por exemplo, os advogados, poetas, professores, se utilizam muito dessa inteli-
gência a inteligência “musical” significa a demonstração de executar sons naturais além
de habilidades em manusear instrumentos. Essa inteligência é percebida nos músicos
de forma geral. A inteligência “espacial” é identificada como um entendimento da capa-
cidade de compreender e situar-se no mundo visual.
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TELA CHEIA SUMÁRIO
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Situação -
Problema
+ Ato
Cognitivo
= Inteligência
de Jogo
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(COSTA et al., 2009) (figura 6). Já a tática de grupo consiste na interação entre os jogadores
que se encontram mais próximos no campo de jogo (figura 7). A tática setorial consiste
na tática de determinado setor para resolver um problema do jogo (figura 8). Por fim, a
tática coletiva são princípios de jogo realizados pelas equipes a fim de alcançar a meta
do jogo com eficiência e que envolve todos os jogadores (jogar em profundidade e em
amplitude, por exemplo) (figura 9) (ARAÚJO e DAVIDS, 2016; REIS e ALMEIDA, 2019).
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Figura 8 – Tática setorial: os jogadores dos setores defensivo e de meio de campo da equipe preta
(destacados de vermelho) realizam movimentações parecidas a fim de cumprir os comportamentos
táticos inerentes a cada setor em busca da recuperação da posse de bola.
Considerações Finais
Então a tática como hierarquia no jogo de futebol, seria pensar nela como a base, o
norte do processo, a partir dessa componente definirá o modelo de jogo, e tentaremos
extrair todo o potencial individual e coletivo.
Faz-se necessária a preparação do atleta nos aspectos físicos, técnicos e táticos
respeitando o processo de formação desde a iniciação, especialização no jovem, alto
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Referências
ELLIOT, B.; MESTER, J. O Treinamento no Esporte: Aplicando ciência no esporte. Gua-
rulhos: Phorte, 2000.
GARGANTA, J. Ideias e competências para pilotar o jogo de futebol. In: Tani G, Bento JO,
Petersen RS (eds) Pedagogia do desporto. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2006.
HERBST, D. Soccer: How to play the game: The Oficial Playing in the Coaching Manual of
the United States Soccer Federation. New York: Universe Publishing, 1999.
Dica
mação e performance em futebol: um estudo baseado na literatura e percepção de
de
Livro
Planeta do Futebol
do autor Luís Freitas
Lobos, publicado
pela PRIME BOOKS
no ano de 2009. Um
excepcional livro
de futebol, que
contextualiza desde a
concepção do jogo até
onde ele pode ir.
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TELA CHEIA SUMÁRIO
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TELA CHEIA SUMÁRIO
O Autor
Emilio Simplício, Natural de Natal/RN, graduado em Educação Física
pela UFRN, especialista em futebol pela UNIRN, mestre em Educação
Física pela UFRN, co-autor dos livros “Ciências no Futebol Potiguar” e
“Adeus,Copa!”, experiências como treinador em escolas de futebol e
equipes de base (ABC FC), universitárias (IFRN, UFRN E UERN) e profis-
sionais (Fujian Broncos-China). Atualmente, pesquisador e professor
universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
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d uc a ç ã o
E
par a u m
fut e bo l
a in d a
me lh o r !
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