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Pós-Graduação Lato Sensu

Tutela Processual da Família


AULA 5
26/05/2021

FILIAÇÃO E GUARDA
Filiação
• Para fins doutrinários:

• filiação jurídica (presunção ‘pater is est’) e


adotiva e inseminação heteróloga;
• filiação biológica;
• filiação socioafetiva
Base principiologica da Filiação reside na
Igualdade

Independente da origem
Cai o mito da relação biológica da filiação:
Tema 622/STF Repercussão Geral:
Reconhecimento da multiparentalidade

“a paternidade socioafetiva, declarada ou não


em registro, não impede o reconhecimento do
vínculo de filiação concomitante, baseada na
origem biológica, com os efeitos jurídicos
próprios”
RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO – STATUS DE
FILHO

a) presumida,
b) reconhecimento voluntário,
c) reconhecimento judicial - ações de estado.
Reconhecimento oficioso da paternidade:
Lei n. 8.560/1992
Certidão de nascimento sem o nome do pai;
Cartório de Registro Civil encaminha ao Juiz que
determina a intimação do suposto pai para se
manifestar (procedimento administrativo)

Averbação do assento de nascimento


Reconhecimento oficioso da paternidade:
Lei n. 8.560/1992
Negativa ou omissão do suposto pai

Ajuizamento (pelo MP) de ação de investigação de


paternidade
Reconhecimento de paternidade: art. 1.607 e ss
artigo 1.609:
• É irrevogável e pode ser:
- no registro de nascimento;
- por escritura ou escrito particular
- por testamento – ainda que nulo ou anulável
- manifestação direta ou expressa – ainda que não
seja o reconhecimento o único objeto.
 art. 1.614, CC

O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu


consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento,
nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à
emancipação.
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE:

Prova “sentenciante”: perícia (DNA)

Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode


contestar a ação de investigação de paternidade, ou
maternidade.
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE:

Direito personalíssimo, imprescritível, indisponível


Origem biológica
Expressão processual dos direitos da personalidade do
indivíduo
Legitimidade: próprio filho ou pelo pai
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE:
Legitimidade: “marido da mulher casada” – PAI
REGISTRAL

Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a


paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo
tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros
do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para
excluir a paternidade.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA
(ação de reconhecimento de filiação socioafetiva):
Posse do estado de filho: nome, tratamento e fama.
Paternidade e Maternidade
AÇÕES DE GUARDA

CONVIVÊNCIA
GUARDA:

UNILATERAL
 COMPARTILHADA
ALTERNADA

≠ PODER FAMILIAR
Guarda compartilhada
Artigo 1584, § 2°:

Quando não houver acordo entre pai e mãe


quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos
os genitores aptos a exercer o poder familiar,
SERÁ APLICADA A GUARDA COMPARTILHADA,
salvo se um dos genitores declarar ao
magistrado que não deseja a guarda do menor
Recomendação 25/2016 CNJ:

• Art. 1º Recomendar aos Juízes das Varas de Família


que, ao decidirem sobre a guarda dos filhos, nas
ações de separação, de divórcio, de dissolução de
união estável ou em medida cautelar, quando não
houver acordo entre os ascendentes, considerem a
guarda compartilhada como regra, segundo prevê
o § 2o do art. 1.584 do Código Civil.
• § 1º Ao decretar a guarda unilateral, o juiz deverá
justificar a impossibilidade de aplicação da guarda
compartilhada, no caso concreto, levando em
consideração os critérios estabelecidos no § 2o do
art. 1.584 da Código Civil.
TJ/SP
• REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA E ALIMENTOS – Pedido
de concessão da tutela provisória perseguida em
reconvenção pela genitora – Acolhimento parcial –
Ausência de grave dano com a manutenção da situação
fática em vigor, autorizando a fixação da guarda unilateral
em favor da genitora – Guarda compartilhada que
depende de razoável harmonia entre os genitores, não
evidenciada no caso presente (Ap. Cível - 215733995-
2017.8.26.0000 – 23/10/2018)
GUARDA PROVISÓRIA
Fixação em tutela provisória

Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em


sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de fixação
liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mesmo que
provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas
as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos filhos
exigir a concessão de liminar sem a oitiva da outra parte, aplicando-
se as disposições do art. 1.584. (Redação dada pela Lei nº 13.058,
de 2014)
REGIME DE CONVIVÊNCIA
• Código Civil: art. 1.583, parágrafo 2º
• Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente: art. 9º, item 3, ECA.
PROVA NAS AÇÕES DE GUARDA
Importância da prova pericial

Equipe Multidisciplinar

Assistente técnico: indispensável


Litígio na Prática
CPC, art. 699: oitiva com especialista (abuso
ou alienação)

- oitiva por equipe técnica


Lei nº 13.431/2017:

Art. 7º Escuta especializada é o


procedimento de entrevista sobre situação
de violência com criança ou adolescente
perante órgão da rede de proteção, limitado
o relato estritamente ao necessário para o
cumprimento de sua finalidade.
Lei nº 13.431/2017:
Litígio na Prática

Depoimento especial (sala especial de oitiva


da criança que ocorre concomitantemente à
audiência com Juiz, MP e Partes)
AÇÃO DE ALIENAÇÃO PARENTAL
Alegação comum na Contestação da Ação de
Guarda

O que é?
Como se prova?
Ação própria, incidental ou Reconvenção.
• LEI 12.318/2010
Art. 2º: Considera-se ato de alienação
parental a interferência na formação
psicológica da criança ou do adolescente
promovida ou induzida por um dos genitores,
pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou
vigilância para que repudie genitor ou que
cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.
AÇÃO DE FIXAÇÃO DE VISITAS
AVOENGAS
Fundamentação: art. 227, CF

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os


filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo
o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz,
bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer
dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da
criança ou do adolescente.
O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO DESTINA-SE
EXCLUSIVAMENTE À COMPLEMENTAÇÃO DE
AULA DADA EM 26/05/2022 NA PÓS
GRADUAÇÃO DE DIREITO CIVIL, FACULDADE DE
DIREITO MACKENZIE.

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