Nedja Al-Kudsi era uma jovem ingênua que viu seu mundo ruir quando
o pai foi assassinado. Tudo que amava e a pouca liberdade que tinha foram
arrancados dela de forma cruel e por pouco ela não perdeu a própria vida,
entretanto, continuar escapando dos monstros que queriam matá-la seria um
desafio que não poderia cumprir sozinha.
Sinopse:
Ao se tornar o chefe da máfia russa, Mikhail Orlov aprendeu que para ter o
que queria era necessário sujar as suas mãos de sangue. Como rei, quer ter
tudo o que almeja, inclusive uma mulher proibida, que viu em uma missão há
quatro anos, e não a tira de seus pensamentos.
Sinopse:
Steven Lansky é o capo de Nova York, chefe da máfia italiana nos Estados
Unidos. Ele assumiu o legado do pai e descobriu que para ser fiel à máfia
precisa de sacrifícios maiores do que matar ou morrer. Ele concordou com
uma união de conveniência com a princesa dos italianos, um casamento que
fortaleceria à sua família. Porém, a noiva escolheu outro, que feriu o seu ego
e o deixou irritado com os Bellucci.
Sinopse:
Sinopse:
Juliana Kouris era uma garota simples, que nasceu em uma ilha de
pescadores. Com uma vida pacata, nunca imaginou que seus caminhos se
cruzariam com o de um mafioso. Ela não conhecia esse mundo perigoso, mas
uma decisão errada do seu pai culminou no seu sequestro e fez com que
descobrisse o lado mais cruel dos seres humanos.
Thiago tinha uma missão: entrar, matar aqueles que haviam desafiado a
sua família e sair sem ser notado, mas ele se viu num antro de pecado onde
mulheres eram vendidas para quem pudesse pagar mais. Ele não é uma alma
boa e não estava ali para fazer qualquer ato de caridade. Quando o seu
caminho se cruzou com o da jovem inocente, ela era só uma ferramenta para
os seus planos, mas seria o início do seu caos pessoal.
Prólogo
Dias antes...
Perder a minha mãe havia sido muito difícil para mim, ela era como
um raio de sol em nossas vidas, uma musa para mim e um alento para o meu
pai. Entretanto, mesmo depois que ela se foi, tínhamos um ao outro. Meu pai
era o líder de Mamlaka e o meu maior exemplo. Indo na contramão daqueles
que vieram antes dele, sempre permitiu que eu vivesse em um mundo melhor.
Não havia nada no mundo que eu amasse mais do que o meu querido
pai, tornando aquele dia o mais difícil da minha vida em diversos aspectos.
Ela me deu um sorriso, mas não estendeu o assunto. Para a Regina era
diferente e complicado, enquanto o meu pai havia prometido que eu me
casaria com o homem que desejasse, o meu tio não agiria da mesma forma
com ela. Só que enquanto estivéssemos ali, eu poderia ajudá-la da forma que
conseguia.
— Obrigada.
Eu não poderia prever o que havia acontecido até chegar aos pés da
escada e ver o meu pai caído.
— Baba!
Ele havia batido com a cabeça, estava desacordado, mas eu ainda não
pensava no pior, seu corpo quente me fazia pensar que ele estava apenas
desacordado e iria abrir os olhos em breve.
— Que tragédia. — Seu tom estava tão frio que nem parecia que estava
se referindo ao irmão mais velho.
— Parem!
— Solte-o, Nedja!
Levantei a cabeça e voltei a fitar o meu tio quando o meu pai foi
arrancado dos meus braços, minha dor era tão profunda que levou um tempo
para que eu conseguisse raciocinar normalmente.
Observei melhor o local e a forma como o meu pai havia caído. Ele era
um homem forte e estava em plenas faculdades mentais e saúde, não havia
como ter caído daquele jeito de uma escada que subia e descia todos os dias.
— Cala a boca! — Meu tio acertou o meu rosto com um tapa tão forte
que me deixou tonta. — Não sabe do que está falando.
— Você é um fraco!
— Ele sempre te deu liberdades demais e deixou que você fosse muito
rebelde para uma mulher, mas agora que está sob a minha responsabilidade
tudo será diferente.
— Sim, eu posso.
Eu sempre soube que o meu tio era um monstro, mas nunca pensei que
ele fosse capaz de matar o próprio irmão.
Eu sabia que o meu tio iria me matar. Era só uma questão de tempo
para que ele tomasse aquela decisão e me enviasse para junto do meu pai.
Para ele eu era só uma mulher, que não tinha voz e deveria ser submetida aos
desejos do homem que tinha direito por mim, mas eu não iria aceitar que ele
agisse dessa forma.
Minha prima era uma mulher que merecia mais do que aquele pai
terrível, mas ao contrário de mim, ela teve uma criação mais restritiva, sabia
ser obediente e com sorte escaparia de qualquer punição. Eu temia por ela,
mas no momento certamente era a minha vida que mais corria riscos.
— Nedja...
— Eu não sei.
— Ele... Ele...
Ela não poderia fazer tal afirmação e eu acreditava que, por mais que
estivesse se referindo ao pai dela, no fundo a minha prima sabia.
— Eu preciso sair daqui. — Dei fim a pausa pensando que o único jeito
de sobreviver e talvez vingar o que fora feito ao meu pai era escapando.
— Como?
Olhei de um lado para o outro e vi que a luz do sol que entrava pela
janela havia desaparecido. Ele se havia posto e logo o clima se tornaria mais
ameno, transformando-se na minha única chance.
— Vou aproveitar que está à noite, tentar passar por eles e seguir para
o deserto.
— Eu preciso tentar.
— Nedja.
Sabia que estava pedindo para ela algo difícil. Se o seu pai descobrisse
que a minha prima tinha me auxiliado na fuga, provavelmente a puniria, mas
eu esperava que como pai ele não fosse matá-la, mas quanto a mim...
— Mas...
Tentei empurrá-la para longe da grade, era melhor que Regina fosse
logo, quanto mais tempo passasse ali, maiores eram as chances de que
alguém a visse.
Esperei...
Prestei atenção em todos os sons...
Abri a grade com todo cuidado, torcendo ao máximo para que ela não
rangesse, mas o metal me traiu, fazendo barulho a ponto de ecoar. Era
possível que não houvesse soado tão alto quanto pareceu, mas eu estava tão
alerta que pareceu um grande aviso de que estava tentando escapar.
— Eu não sei.
— Vamos checar.
Eles assentiram e foram até o local onde a pedra havia quicado. Não
encontraram nada, mas me deram poucos segundos para sair.
— Onde?
Não fiquei para tentar ouvir mais. Corri com toda a minha força,
escorregando e cambaleando pela areia. Ela pesava nos meus sapatos e
tornava ainda mais difícil me locomover com rapidez. Decidi tirá-los e
continuar descalça. Segurei-os com uma das mãos e a sacola com a comida
com a outra, para a minha sorte, o sol já havia se posto há tempo o suficiente
para que a areia houvesse esfriado.
Até que eu caí em uma vala, foi quase como uma espécie de miragem,
ou um local para que eu fosse enterrada. Meu corpo afundou rapidamente na
areia e eu prendi a respiração. Não conseguiria ficar ali por muito tempo.
Estava quase tentando me levantar quando senti passos na superfície.
Enterrada na areia, eles passaram por mim sem que me vissem. Segurei
a respiração pelo máximo de tempo que consegui e já estava quase perdendo
os sentidos quando impulsionei o meu corpo para cima. Saí só com a cabeça,
sugando o ar com toda força possível para os meus pulmões.
Quando deixei Abu Dhabi pela manhã o sol mal havia nascido. Estava
tratando de assuntos nos Emirados e esperava retornar para a Itália o mais
breve quanto possível. Havia acompanhado algumas exposições e
conferências em busca de mentes e principalmente trabalhos que pudessem
agregar ao que eu fazia.
— Considerando o fuso horário, acho que parece cedo para que você
esteja acordado, a não ser que o seu filho não o tenha deixado dormir.
— Ah, seu puto, só volta logo para casa. Aposto que nem há mulheres
interessantes por aí.
— Você está casado, Thiago. Amarrado para o resto da vida, nem tem
direito de falar de outras mulheres.
— Ettore!
Queria saber o que poderia ter acontecido com ela, mas precisaria
esperar que acordasse para fazer tal pergunta.
— Você não faz ideia das coisas que eu faço que podem acabar me
levando preso, certamente resgatar uma garota de alguns sujeitos mal-
encarados não é a pior delas.
— Vamos fazer o seguinte. Vou esperar que ela acorde, se ela quiser eu
a trarei para vocês. O que acham?
Ele falou alguma coisa com os outros homens e por mais que eu não
compreendesse exatamente o significado das palavras, pude entender pelas
expressões que era uma ordem para que me atacassem.
Seria mais fácil se eu matasse todos eles, mas largar uma pilha de
corpos na estrada não seria uma boa estratégia.
Seja lá quem fossem esses homens com quem essa mulher havia se
envolvido, eles sabiam ser bem insistentes.
Apertei as minhas mãos para baixo e percebi que estava sobre uma
superfície muito macia, aquilo não era areia, mas será que eu havia morrido e
encontraria o céu?
Ele deveria ter algo entre vinte e cinco e trinta anos, cabelos e olhos
castanhos. Era alto, tinha ombros largos e estava usando uma camisa branca.
Será que ele estava ao lado do meu tio e fora contratado para desaparecer
comigo?
Se fosse isso, por que eu ainda estava viva?
— Dá para perceber.
— Sim. — Ele foi até a geladeira e pegou outra. Veio para perto de
mim, parando na minha frente, mas não me entregou de imediato. — Precisa
me dizer com quem está metida e quem eram aqueles homens atrás de você.
— Trabalham para o meu tio. Aposto que você também. Só não sei o
porquê não me matou ainda.
— Porque eu escapei.
— De quem?
— Dele.
— Obrigada.
— Por quê?
— Obrigada...
Ele se afastou de mim e foi pegar um telefone que estava do outro lado
do cômodo. Alternamos os olhares por alguns momentos e eu senti o meu
coração acelerar. Havia algo estranho vindo dele, mas se ele havia me trazido
até ali, existia uma chance de que eu escapasse do meu tio.
Queria perguntar onde estávamos, o que ele havia feito ali e tentar
entendê-lo melhor aquele homem, entretanto, estava cansada demais. Meus
olhos pesaram e logo peguei no sono novamente. Se aquele homem tivesse
intenções torpes contra mim eu nem teria forças para resistir.
Capítulo quatro
Tinha ido aos Emirados para comprar tecnologia, levá-la para a máfia e
aprimorar alguns dos equipamentos com os quais trabalhávamos, isso não iria
mudar.
Cheguei perto da cama e reparei melhor nela. Era alta, tinha cabelos
longos e traços bem árabes.
Tirei o meu celular do bolso e fotografando o seu rosto, fui até o meu
notebook, na bolsa que estava sobre a mesa de centro. Abri um dos meus
muitos programas e usei uma busca facial para tentar identificá-la. Se o seu
rosto houvesse sido registrado em algum local da internet eu iria saber.
Uma mulher como aquela deveria ter segurança e proteção, não ficar
vagando sozinha pelo deserto, quase morrendo com a temperatura e a falta de
água. Continuei a minha busca, procurando por informações que pudessem
ser cruzadas com as que ela havia me dito. Segundo a Nedja, o tio havia
matado o pai, entretanto, a única informação que encontrei foi que o
Mohammed Al-Kudsi havia falecido após uma terrível queda da escada.
Ri com amargor, se fosse verdade, era certo que o tio dela não foi
muito criativo para esconder aquela morte. Independente da minha opinião,
ele havia conseguido o seu objetivo. Todos pareciam ter comprado a história
do acidente e Youssef já havia sido nomeado o novo Emir de Mamlaka.
— Oi, mãe.
— Bem.
— Dizem que o lugar onde você está é lindo, com muito ouro.
Pedi comida pelo serviço de quarto, pizza, e logo que o garçom veio
me entregar o prato, retornei para o interior do quarto e vi a moça se
remexendo, sentando-se novamente na cama. Dessa vez a sua aparência
estava um pouco melhor, os litros de água que havia tomado realmente
ajudaram-na.
— Pedi comida.
Para alguém que costumava ser uma princesa, ela estava mais para uma
sem-teto. As roupas sujas, o cabelo completamente desgrenhado. Ela
precisava de um bom banho e de peças novas. Entretanto, não falei nada
enquanto a mulher puxava um pedaço de pizza e colocava na boca quase que
inteiro, mastigando de uma vez.
— Dá para perceber.
— Então como sabe quem sou? — Deu mais um passo para trás,
evidenciando o quanto estava desconfiada.
— Eu sei de tudo.
— Sei me defender.
— Não de mim.
— Quem é você?
— Ainda nem sei seu nome e você parece saber mais do que deveria de
mim.
Eu apenas assenti e peguei um pedaço para mim. Não falei nada, mas
no lugar dela eu também não confiaria, principalmente depois da morte do
seu pai, mas para a sua sorte, eu não tinha qualquer intensão de feri-la, apenas
ir embora e continuar o meu caminho. Seus problemas não eram meus.
Quando ele bateu a porta, deixei que o meu corpo caísse em uma das
cadeiras. Era verdade que eu estava assustada com o que poderia acontecer
comigo e a possibilidade de que o meu tio me encontrasse, entretanto, aquele
homem à minha frente parecia falar a verdade sobre não ser um aliado do
sheik Youssef.
Duvidava que o meu tio pudesse agir com bondade daquela forma
comigo, ainda que fosse para que eu caísse em alguma espécie de armadilha.
Além do fato de eu estar sozinha com um homem que não era da minha
família. Isso só era permitido após um casamento.
Tinha que tomar cuidado e escapar dele assim que conseguisse, mas
primeiro precisava descobrir onde estava.
Corri para a janela e puxei a cortina. Ainda era dia e o sol vibrava forte
do lado de fora. Olhei de um lado para o outro, analisando o horizonte e
tentei identificar para onde havia sido levada. Felizmente foi fácil distinguir a
silhueta do Burj Khalifa se destacando entre todos os demais arranha-céus da
cidade. De uma forma ou de outra, eu estava em Dubai e havia conseguido
percorrer metade do caminho, agora faltava chegar a Sahra ou descobrir onde
o sheik Hassan estava para pedir refúgio. O que eu não tinha tanta certeza era
de que poderia confiar no tal Ettore a ponto de falar com ele. Chegar lá era a
minha única chance, não havia um plano B para sobreviver.
Youssef vivia dizendo que Allah teria virado as costas para o meu pai
por causa dos comportamentos dele. Alguns que o meu tio julgava
inaceitáveis, incluindo provavelmente a liberdade que dava para mim e para
as outras mulheres. Entretanto, isso era mentira, pois apenas com ajuda
divina eu tinha conseguido atravessar o deserto e chegar à rodovia. Havia
milhares de chances de que eu simplesmente me perdesse em meio às dunas e
nunca encontrasse caminho para cidade alguma, morrendo de desidratação
muito rápido, a ponto de que o meu corpo seria enterrado pela areia e
completamente esquecido.
Admito que era bem mais fácil quando o meu primo Thiago estava
comigo, nos divertíamos sem nos preocuparmos, mas com a esposa e o filho,
essa parte da vida dele havia mudado. Mesmo que continuasse o assassino
cruel e impiedoso de sempre, ele voltava para casa todas as noites, ficava sem
dormir por causa de crises de cólica e às vezes se aventurava a trocar fraldas.
O que para mim era muito divertido.
Tinha contado uma pequena mentira, porque ali não seria tão simples
subir com uma mulher jovem desacordada para o meu quarto. Achava um
pouco ridículo, mas homens e mulheres que não fossem casados não
poderiam ficar sozinhos.
Disse que ela era a minha esposa e falei que havia desmaiado com o sol
forte enquanto fazíamos uma caminhada pelo deserto. Isso justificava a sua
roupa suja de areia, por mais que ainda parecesse uma desculpa esfarrapada.
Felizmente não insistiram.
Apertei as alças da sacola com mais força e com a outra mão tirei o
cartão magnético do bolso, correndo assim que o elevador se abriu no quarto
onde eu estava. Não parei, quase tropeçando em uma das camareiras.
Abri a porta num rompante, pegando-a de surpresa e fazendo com que
desse um pulo de susto.
— E você?
Depois o Thiago dizia que a minha parte do trabalho era sem graça.
Também poderia haver momentos de ação, mesmo eu não buscando por eles.
Ouvi um barulho na porta e alguém tentando forçar a maçaneta para
conseguir passagem.
— Vai!
— Mas...
— Agora!
— Surpresa!
Sim, o mais cauteloso era que eu ficasse longe de confusão, mas teria
que me livrar daqueles homens porque já tinha me envolvido demais e não
importava se eu estivesse ou não disposto a entregar a Nedja para eles, iriam
tentar me matar.
Atirei na cabeça de um fazendo com que uma mancha grande de
sangue marcasse a parede por onde o corpo escorregou até cair sentado no
chão.
Eu bufei, fazendo com que uma mecha do meu cabelo que havia caído
sobre o olho voasse. Eles não eram tão ruins assim, afinal tinham feito com
que eu derramasse algumas gotas de suor. Porém já estava de saco cheio e
queria acabar logo com aquilo.
Medrosos.
— Já posso sair?
— Espere um pouco.
— Pode sair — avisei para ela —, mas acho melhor vir de olhos
fechados.
Capítulo sete
Olhos fechados?
— O que é isso?!
— Não tenho tempo para explicar. — Ele abriu a porta do carona para
mim enquanto dava a volta e colocava os seus pertences dentro do porta-
malas. — Realmente estão dispostos a matar você. Aposto que de onde
vieram aqueles haverá mais.
— Pronto!
— Polícia?
Levou um tempo, mas ela também saiu do veículo e ficou olhando para
mim. O vestido fora escolhido às pressas, mas tinha caído muito bem, por
mais que fosse longo e com mangas compridas, cheio do pudor das mulheres
daquele local, marcava bem a sua cintura e combinava com o tom da sua
pele.
— Isso é verdade.
— Você não pode continuar comigo. Tenho que voltar para o meu país.
Meu objetivo era vir de forma discreta e passar apenas alguns dias aqui.
Não era porque eu não iria mais cuidar dela que a abandonaria para
morrer a tantos quilômetros do deserto.
— É...
— Não, vamos voltar para Dubai. Seu pai era um rei, um homem
influente. Imagino que tenha alguém, até mesmo a polícia que possa oferecer
uma proteção para você. Aposto que conhece um lugar onde fique segura.
— Na verdade, eu estava tentando chegar a Sahra.
— É outro Emirado?
Procurei pelo Emirado no GPS, dirigindo para lá. Esperava que assim
que deixasse Nedja naquele local me livraria daquela responsabilidade que
não deveria ter tomado para mim desde o início.
Capítulo nove
A viagem para Sahra foi silenciosa. Ettore não falou nada e eu também
não me atrevi a perguntar. Sentia no ar que poderia haver segredos sobre ele
que era melhor que eu não soubesse. Se o homem de fato me levaria para a
proteção do amigo do meu pai, isso era tudo com o que eu precisava me
preocupar no momento.
Aquele caminho não era estranho para mim, já o tinha feito algumas
vezes na companhia do meu pai, o que me deixava mais aliviada.
Só torcia do fundo do meu coração para que o pai dela não a houvesse
machucado depois de ter descoberto sobre a minha fuga. A nossa amizade
sempre fora muito benéfica para as duas e eu queria que continuasse assim.
— Muito obrigada.
— Por nada.
— Por que não descansa um pouco? Aposto que deve estar com fome e
cansado.
Era provável que o melhor fosse deixar que aquele homem fosse
embora. Meus instintos me indicavam o quanto ele era perigoso, mas ao
mesmo tempo me diziam que era a pessoa que havia me mantido segura dos
homens do meu tio e eu queria que ele continuasse por perto, me protegendo.
— Obrigada.
— Tudo bem.
— Nedja!
Só que o meu pai não estava mais ali, o meu tio havia roubado o seu
reino, a minha liberdade e estava me perseguindo. No momento a minha
preocupação tinha que ser sobreviver e não encontrar um amor.
— Vocês já sabem?
— É a verdade!
— Sei que era um bom amigo do meu pai. Não estaria pedindo se
tivesse uma alternativa, mas eu não tenho mais para onde ir e se ficar aos
cuidados do meu tio ele vai acabar me matando. — Eu comecei a chorar tão
intensamente que à medida que as lágrimas derramavam o meu peito ia
sofrendo ainda mais com a angústia.
— É claro!
— Você deve estar com fome. Parece tão abatida. Vou pedir que
preparem algo para você comer e separar um quarto para que possa tomar um
bom banho. Não quero nem pensar em tudo o que você possa ter passado.
Capítulo dez
— Rosimeire...
O sheik se virou para mim e falou alguma coisa, mas como eu não
compreendia nada em árabe a frase se perdeu no vento até que ele mudou
para o inglês.
— E você quem é?
— Sim.
— Tenho um compromisso.
— Faço questão.
— Isso é um absurdo.
— Que absurdo!
— Já o conhecia antes?
— Não.
Havia levado uma vida livre, feliz e muito amada ao lado do meu pai,
mas a morte dele significava a perda de tudo isso. Por mais que houvesse
uma parte de mim que queria entregar os pontos e me juntar a ele, o restante
sabia que o meu pai iria querer que eu lutasse, quem sabe até tirar o Youssef
do poder que ele havia usurpado e fazer com que ele pagasse por toda aquela
dor e sofrimento que causara.
Senti a dor nas minhas pernas. Relaxar fez com que eu percebesse o
quanto havia exigido dos meus membros.
— Obrigada.
De toda forma, eu precisava ser muito grata àquele homem por tudo o
que ele havia feito por mim.
Ele tirou um aparelho celular do bolso e o entregou para mim. Senti
saudades do meu, mas temia que nunca iria conseguir recuperá-lo.
— Ótimo.
— Obrigado.
— Interessante.
— Eles acontecem.
— Sim.
Ele olhou para mim e ficamos nos encarando por alguns instantes até
que acabou assentindo.
— Obrigado pela hospitalidade.
Eu não falei nada, mas algo dentro de mim queria que ele ficasse por
perto.
Capítulo doze
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Convencido.
Thiago:
A minha lista de mortes fala por mim.
Ettore:
É assim que vai contar para o seu filho quando ele começar a
entender o mundo?
Thiago:
Ettore:
Com certeza.
Thiago:
Ettore:
O quê?
Thiago:
Com certeza ela fodeu com os seus miolos. Onde está o meu
melhor amigo e o que você fez com ele?
Thiago:
Engraçadinho.
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Entendi.
Ettore:
Amanhã.
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Rsrs.
Ettore:
Até mais.
Fechei os olhos, mas antes que eu conseguisse pegar no sono, ouvi uma
batida na porta.
— Ettore! — era a mulher com o nome da minha vó e o seu tom
parecia tenso.
— O que foi?
— Abra a porta.
— Eu não sei como, mas o Youssef já sabe que Nedja está aqui e veio
atrás dela. Está exigindo que seja entregue para ele.
Deveria ter ido embora bem antes e não ficar ali para que eu precisasse
cuidar da Nedja de novo. Repeti milhares de vezes que ela não era um
problema meu, mas as circunstâncias pareciam discordar.
Poderia muito bem virar as costas, demonstrar que não me importava e
seguir a minha vida sem preocupações, mas a Rosimeire mais jovem na
minha frente me lembrava da minha avó o bastante para que eu não
conseguisse simplesmente fugir. Maldita coincidência!
— Escondida.
— Não! Está mentindo para o seu tio, mas não pode sustentar isso por
muito tempo. Você compreende que uma guerra entre Mamlaka e Sahra não é
viável. Além disso...
— Eu sei. — Abaixei a cabeça, sabia muito bem o quanto tudo aquilo
era horrível e não poderia pedir para que enfrentassem o exército do meu tio
por mim.
Por mais que o Hassan estivesse tentando enganar o meu tio, eu iria
compreender se quisessem me entregar. Qualquer outro homem criado de
acordo com os nossos costumes não pensaria duas vezes. Gostasse ou não,
meu tio era o responsável por mim e acreditariam que eu precisava obedecê-
lo, ao menos enquanto ainda não tivesse um marido.
— Ei, pequena!
— Ela acordou e não quer ficar no quarto — comentou Rosimeire ao
afagar o cabelo da filha.
— Não podemos perder tempo. O quarto dele é por ali. — Ela indicou
um corredor e me instruiu a correr.
— Obrigada.
Não olhei para trás, usei todo o fôlego que havia em meus pulmões e só
parei ao me deparar com uma porta aberta.
— Obrigada.
— Sim, mas imagino que não queria dar um oi para o seu tio. Então
vamos nos encontrar com ele em outra saída.
Encontrar com ele?
Assim que pisamos no portão dos fundos, onde havia alguns guardas
do Hassan, eu ouvi o som de pneus cantando e reparei no carro se
aproximando no horizonte, mas ele não estava sozinho, um dos veículos com
homens do meu tio o estava seguindo.
— Meu carro não tem tração para o deserto. Se queremos uma chance
de conseguir escapar é melhor seguirmos pelo asfalto.
Só balancei a cabeça.
Eu tinha aprendido a dirigir, mas não foi uma habilidade que eu pude
aprimorar, além disso, havia um preconceito enorme com mulheres dirigindo.
Mais outros dois carros vieram atrás de nós e Ettore acelerou com mais
força, fazendo com que o ponteiro do velocímetro girasse rápido, atingindo
uma velocidade que eu não sabia se era recomendada.
Movi o meu corpo para trás, tentando avistar aqueles que nos
perseguiam e eles estavam bem mais próximos do que eu gostaria. Eram sem
dúvidas mais lentos do que o carro do Ettore, mas pareciam determinados a
nos pegar.
Youssef não era tão burro quanto eu gostaria e tinha ciência de que, por
mais que eu fosse mulher, minha vida poderia ser uma ameaça ao seu
governo. Ele até poderia acreditar que não havia punição pelo que tinha feito
com o meu pai, mas eu iria me esforçar para conseguir encontrar uma.
A sua fala não foi o suficiente, pois a cada tiro que eu ouvia, mais
acelerado o meu coração parecia ficar. Quem era aquele homem e o que o
fazia ficar tão calmo diante de uma situação tão desesperadora como aquela?
— Se segura.
— Por quê?
Ele não me respondeu, mas pisou no freio, fazendo com que o carro
parasse de uma vez quase no mesmo instante. A inércia jogou o meu corpo
para a frente, e fez com que o cinto machucasse o pescoço. Entretanto o que
mais me assustou foi o carro que bateu na traseira, nos jogando um pouco
adiante.
Nosso veículo era bem menor, mas o impacto no outro pareceu ser
proporcional. Ettore mexeu no volante, apertando alguns botões e depois
pisou no acelerador novamente, levando o carro a ganhar velocidade outra
vez.
— Você é doido?
— Não. — Riu.
— Sim.
— Para onde vamos? — Ela olhou para trás e conferiu mais uma vez se
estávamos ou não sendo seguidos pelos homens do tio.
Por mais que boa parte de mim acreditasse que eu finalmente estava
indo para um local onde a Nedja pudesse ser deixada em segurança para que
eu finalmente voltasse a tratar dos meus negócios, parecia cada vez mais
evidente que aqueles homens iriam continuar perseguindo-a.
— Sejam bem-vindos!
— Fui avisado que viriam. Por favor, entrem. — Ele deu um passo
para o lado e abriu melhor a porta para que tivéssemos acesso ao hall.
— Por nada. Meu nome é Khalifa, sou o mordomo dessa casa e poderei
providenciar tudo o que necessitarem.
Por enquanto eu estava lidando com toda aquela situação sozinho, não
queria envolver a minha família, nem deixar que eles soubessem das
aventuras em que eu me metera por causa de uma mulher indefesa que
carecia de proteção. Entretanto, se não conseguisse sair dali logo, precisaria
contar o que estava acontecendo.
— Eu sinto muito.
De fato, não era. Ela poderia ter se jogado na frente de qualquer carro
ou de nenhum. A possibilidade que nos conhecêssemos naquele momento era
ínfima, mas ainda assim acabou acontecendo. Eu tinha que escapar, livrar-me
daquela situação, mas o dever estranho de proteger aquela desconhecida me
impedia de virar as costas.
— Será que não pode ficar por aqui? — Movi a cabeça, olhando de um
lado para o outro. — É uma bela casa.
— É...
Antes que fizesse qualquer outra pergunta, o mordomo voltou com uma
bandeja segurando uma jarra de água gelada e dois copos. Colocou-a sobre
um dos móveis e serviu a nós dois.
Nedja tomou com calma e deixei que respirasse por aquele momento,
pois eu não sabia quando ela teria que voltar a correr.
— É a minha senhora.
— Rosimeire! — Nedja pegou o objeto às pressas.
— Estamos bem.
— Não. Foi embora, enfurecido com o Hassan, mas agora tem certeza
de que você não está mais aqui.
— Sim, sheik.
— Sim.
— Teria que ser dada pelo homem responsável por mim. — Ela bufou,
revirando os olhos. — O que nos leva de volta ao meu tio.
— Não necessariamente.
— Posso ajudar com o casamento e fazer com que ele seja legal.
Providenciaremos novos documentos e você deixa o país.
— Não é permitido para uma mulher casar com homens não islâmicos.
— Olha, Nedja. — Levantei as mãos em sinal de pare para que ela não
se aproximasse de mim. — Eu não posso me casar com você.
— Já é casado?
Ela ponderou por alguns instantes, mas a minha resposta não pareceu
ser o suficiente para fazer com que desistisse daquela ideia estapafúrdia.
Eu era cria da máfia italiana, tinha uma ficha de crimes suficientes para
passar três vidas em uma prisão. Não era uma informação que deveria revelar
para ela, mas me tornava completamente desqualificado para aquele plano.
Nedja tinha um rosto lindo e era uma mulher atraente, mas precisaria
de mais do que isso para me convencer a me casar com ela. A população
daquele lugar não era a única arraigada a velhos conceitos religiosos. Para a
minha família o matrimônio era sagrado, uma união para o restante da vida.
Divórcios não eram aceitos e eu não poderia cometer o equívoco de me casar
com a pessoa errada e me prender a ela para sempre.
— Sei que eu não posso pedir isso a você — retomou a fala quando
percebeu que eu não iria dizer mais nada.
Minha vontade era dizer que ela estava sendo dramática demais,
entretanto era um fato. Em menos de um dia eu já havia salvado a vida dela
três vezes e era bem provável que morresse assim que eu a abandonasse.
— Você não é problema meu — soltei em um tom mais ríspido que fez
com que ela arregalasse os olhos e engolisse em seco.
— Sei que não... — Ela fez força, apertando os olhos, mas não
conseguiu conter as lágrimas.
Eu não tinha vindo a Dubai para fazer caridade, meu histórico me dizia
que eu não era um homem bom. Ainda sentia que precisava me livrar dela,
mas já parecia atolado até o pescoço naquela areia movediça.
— Não chore.
Eu bufei, no fundo não a queria morta, mas fiquei calado até que a sua
frase seguinte me testou além do limite.
— Talvez seja melhor que ele me capture logo e acabe com a minha
vida.
— Só preciso conseguir sair do país. Ir para bem longe onde o meu tio
não possa ter tanta influência. Não precisamos permanecer casados, você me
ajuda a sair e eu serei eternamente grata. Em um lugar onde eu responderei
pelas minhas próprias vontades poderemos nos divorciar. Talvez eu vá para
os Estados Unidos e fique por lá.
Deveria ser mais fácil virar as costas para aquela confusão iminente e
escapar de um problema que poderia se tornar ainda maior no futuro. Por
mais emocionante que todas aquelas lutas, fugas e perseguições fossem para
mim, eu tinha algo muito maior do que meu ego para resguardar.
— Acha que ele enfrentaria os homens do meu tio como você fez?
Engoli em seco e fui obrigado a ficar calado. Não poderia ser tão idiota
a ponto de dizer que sim, porque era evidente que aquele sujeito
engomadinho acostumado a carregar bandejas não aguentaria um único soco.
Nedja continuava na minha frente, como uma expressão chorosa e de
profunda súplica. Por mais que eu não quisesse isso ainda parecia a sua única
alternativa.
Ettore, no que está pensando!, briguei comigo mesmo antes que fosse
longe demais.
— Por mais que não admita você já me salvou várias vezes. Se não
fosse por você, Ettore, eu já teria morrido naquela estrada onde você quase
me atropelou.
— Erro meu.
— Eu não estou pedindo que case comigo, bom... Não como marido e
mulher de verdade. Só estou suplicando que me proteja mais uma vez.
Vamos nos casar e fingir que estamos juntos, só até que consiga sair do país e
estar segura, depois disso nos divorciamos e você estará livre de mim.
Não era adequado que eu saísse por aí gritando para o mundo que era
um mafioso. Essa informação poderia colocar em risco a minha segurança,
não iria contar para a Nedja, mas meus demais alertas deveriam ter sido o
bastante para que nos afastássemos.
Senti os seus dedos delicados subirem pelo meu ombro enquanto ela se
arriscava a me tocar. Estava tão desesperada que não conseguia parar de
insistir naquela loucura por mais que os meus sinais fossem bem enfáticos.
— Ótimo!
— Mas não vamos nos casar sob nenhuma religião. Nem islã, nem
católica. O Hassan disse que é possível uma cerimônia civil. Depois nos
divorciamos...
Que merda!
— Muito bem.
Bem no fundo ainda sentia que a salvação dela poderia ser a minha
ruína.
Capítulo quinze
— Irei aguardar.
— Eu sei.
Embora a minha vida enquanto o meu pai estava vivo fosse muito boa,
ainda que com o peito apertado, precisava admitir que nunca voltaria a ser
como antes. A morte dele tinha levado uma parte importante da minha
existência, meus sonhos e planos e naquele momento tudo o que eu tinha
comigo era a necessidade de sobreviver.
A verdade era que eu precisava dele, não poderia deixar que fosse
embora sem me levar. Se aquele meu protetor me abandonasse, seria apenas
uma questão de tempo para que o meu tio me matasse. Tinha muita ciência de
que fora bem insistente em relação ao casamento falso, entretanto, eu não
tinha uma alternativa.
— Eu sinto muito.
Pensei que ele fosse apenas mais um daqueles playboys ocidentais que
tinham muitos envolvimentos, mas não criavam laços com ninguém. Cheguei
a me questionar com quantas mulheres ele havia se deitado, mas isso não era
da minha conta.
Casamentos com noivos que mal se conheciam eram comuns ali. Com
as uniões arranjadas pelos pais, o casal se via poucas vezes antes que fossem
condenados a uma vida conjugal. Só que na Europa já não era mais assim há
muito tempo.
Seus alertas ecoavam na minha mente como se houvesse algo com que
eu devesse me preocupar, mas eu não conseguia enxergar nada.
Sem o meu pai ali, Ettore era o homem com quem eu conseguia
encontrar refúgio.
— Separei os quartos para que possam descansar um pouco. — O
mordomo se aproximou de nós atraindo nossa atenção.
Eu assenti e o Ettore não emitiu nem um único som, indo por último
pela escada até o longo corredor de quartos.
Aquelas últimas vinte e quatro horas haviam sido tão agitadas que o
meu corpo estava exausto. Era como se um ano inteiro houvesse acontecido
em poucos instantes.
Casar com a Nedja a salvaria dos homens do tio, a tiraria daquele lugar
e após o divórcio eu finalmente me livraria daquilo.
Eu ainda era um cara jovem, estava longe dos trinta e tinha muito para
aprender e explorar, não tinha que me amarrar a uma desconhecida só porque
ela precisava de cuidado.
Por fim, a ideia de seguir para os Estados Unidos que Nedja tivera não
era das piores. Poderia mandá-la para Nova York e pedir que os Lansky
ficassem de olho nela por mim. Pensaria em alguma explicação plausível para
isso, mas poderia funcionar.
Puxei o meu celular e percebi que já era de manhã e eu ainda não havia
dormido. Precisaria descansar se quisesse lutar com outros dez homens
novamente, só que parecia difícil com a mente ainda processando a mil por
hora.
Ettore:
Mohammed:
Ettore:
Cinquenta mil dólares americanos. A quantia estará em mãos.
Mohamed:
Perfeito.
Ettore:
Mohammed:
Ettore:
Até lá.
Nedja poderia não ser da máfia, nem ter qualquer noção sobre isso,
mas eu havia feito uma promessa a ela e tinha que cumprir.
— Por que está vestido assim? — Ela levantou a cabeça e foi a sua vez
de me vasculhar.
— Mas...
— Não.
— Mas...
— Pois é! Além disso, você ainda não é a minha esposa e vou tratar
com um homem daqui. Ele pode estranhar e também há o risco de reconhecê-
la, princesa... — a última palavra saiu com ênfase para lembrá-la da sua
posição. Por mais que o seu pai estivesse morto e ela não tivesse bem algum
consigo, ainda era uma princesa de Mamlaka e se eu havia encontrando tantas
matérias com o seu rosto disponíveis na internet, era bem provável que a sua
imagem fosse vista o bastante para que ser reconhecida se tornasse possível.
Ela soltou o meu braço e deu um passo para trás, percebi que a sua mão
estava tremendo, mas não disse nada ou emitiu qualquer som. No fundo
conseguiu compreender que eu estava certo e expô-la assim era um risco.
— Ettore!
Girei nos calcanhares e a encarei.
— É o que eu espero.
Ele fez um gesto com a cabeça para outro homem indiano que estava
perto da porta e esse trancou a fechadura e mudou a placa de aberto para
fechado. Eu mantive a minha postura séria e me preparei caso precisasse agir.
— Aqui.
— Primeiro o dinheiro.
Saí do restaurante e fui para o carro, mas acabei parando para pegar um
lanche num fast food americano que havia na esquina. Mohamed nem havia
me oferecido um bom almoço, mas diante do que o programa dele faria para
a máfia, era melhor que eu não reclamasse.
Ettore!
Pensei nisso, no quanto sabia pouco sobre ela, mas logo me toquei que
casamentos arranjados não eram apenas da sua cultura e não haviam
acontecido tão longe assim. Meus tios e meus primos passaram por isso.
A irmã do Thiago, Manuela, fora mandada para os Estados Unidos,
casada com o chefe da família Lansky depois que a Pietra, a filha do meu tio
Marco, havia escapado do casamento arranjado para se unir ao chefe da máfia
russa.
Minha mãe também estava prometida, mas meu pai a tinha roubado no
altar. Uma confusão, certamente, considerando que ela já estava grávida de
mim.
Naquele momento percebi que foi bom não ter trazido a Nedja comigo,
porque era óbvio que estavam tentando nos rastrear. Sem ela por perto eu
tinha menos com o que me preocupar ou defender.
A minha família não poderia saber o que estava acontecendo ali, pois
conhecendo-os bem, iriam acabar se envolvendo e de um problema
passageiro, Nedja se tornaria definitivo.
— Ettore!
Eu ainda estava ofegante e suado, mas fora isso não havia sinais
evidentes de que eu tinha enfrentado alguns homens.
Ela parou bem na minha frente e me inventariou rapidamente.
— Estou.
— O de casada.
— Ah! — Fiquei um pouco desconcertada, por mais que fosse algo
quase óbvio, levou um tempo para que eu processasse. Mudar o meu nome
me ajudaria ainda mais a ficar longe do meu tio.
Virei o meu rosto, procurando pelo do Ettore. Ele era mais do que um
homem jovem e bonito, mas a minha salvação depois que a minha vida havia
caído em seu momento mais sombrio.
— Pela lei que eu represento, vim até aqui hoje para a celebração de
uma união civil entre Ettore Bellucci e Nedja Al-Kudsi.
Não ficamos para uma festa nem para qualquer comemoração. Assim
que a documentação estava pronta e Nedja se tornou oficialmente minha
esposa, deixamos aquele local para voltar para a minha casa.
Depois de mais de uma hora de voo, com uma tripulação que o Hassan
julgava confiável, finalmente eu consegui relaxar um pouco.
— O que foi?
Fiquei calado, aquela situação ainda era complicada para mim . Nem
me imaginava casado, muito menos em uma união de mentira para proteger
uma mulher que não deveria ser responsabilidade minha.
Pensei em virar para trás, mandar que a Nedja ficasse no avião até que
fosse seguro sair, mas ela já estava a dois degraus acima de mim na escada e
certamente fora vista.
Ela, meu pai e meu irmão Giovane estavam esperando ao lado da pista
de pouso na companhia de alguns homens.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Meu tom foi ríspido. Eu não
estava esperando toda aquela comitiva.
— Quem é ela? — Giovane foi o primeiro a notar Nedja, por mais que
eu estivesse torcendo para que a mulher atrás de mim passasse despercebida.
Tínhamos segredos demais e muito que proteger para deixar que uma
estranha se aproximasse dos nossos negócios e conhecesse nosso estilo de
vida. Esse era o principal motivo para que eu não me envolvesse.
— Ah! — Ela sorriu, ficando bem mais empolgada do que deveria. Ela
passou por mim e se aproximou deles. Tentei impedi-la, mas se eu a forçasse
segurando-a, acabaria tornando a situação ainda pior. — É um prazer
conhecê-los. — Curvou-se com o ar gracioso da princesa que era.
Meu pai a segurou antes que ela caísse, desacordada. Eu imaginava que
a notícia pudesse causar diversas reações na minha família, porém, não
esperava pelo desmaio dela.
— Ele foi buscar tecnologia e voltou com uma mulher. — Giovane deu
uma risadinha e eu rosnei para o meu irmão caçula.
— Estão.
— Não.
— Obrigado, irmãozinho.
No momento era melhor que lidassem com isso do que saber que era
uma mentira. O que não tornava a situação mais fácil.
— Mais tarde.
— Okay. — Ele acabou assentindo. — Um jantar na sua avó.
Por que quanto mais tempo eu passava com aquela mulher, pior a
situação se transformava?
Capítulo dezenove
— Você é a minha esposa. Não era isso que queria? — O tom ríspido
fez com que eu me afastasse dele o mais rápido que consegui.
Amor...
Permaneci em silêncio por alguns minutos até que ele voltou a quebrá-
lo, junto com isso, algumas sensações e sentimentos que estavam começando
a ser nutridos dentro de mim, ainda que eu não previsse.
— Como o quê?
— Ótimo!
Nunca poderia prever na minha vida antes da morte do meu pai que
estaria casada com um homem naquelas circunstâncias, porque eu precisava
dele para sobrevier. Percebi da pior forma a efemeridade de tudo e o modo
como o mundo poderia virar de ponta cabeça sem que estivéssemos
esperando.
Senti que poderia me habituar bem àquele local e construir uma nova
vida ali.
— O que foi?
— Muito obrigada.
O homem que dirigia o carro abriu a porta e deixou que o Ettore saísse
primeiro e depois, meu marido estendeu a mão para mim. Provavelmente
num movimento involuntário, homens e mulheres se tocavam daquela forma
no Ocidente o tempo inteiro.
Para não deixá-lo esperando, pousei a minha mão sobre a sua, sendo
envolvida de imediato por um calafrio que me deixou abalada, porque ele não
era esperado. Fez com que eu levantasse a minha cabeça e encontrasse os
olhos do Ettore.
Tão bonito...
— Vamos por ali. — Ele colocou a mão aberta na parte de trás das
minhas costas, só para me direcionar o caminho e meu coração saltou dentro
do peito.
Levou um tempo para que a porta que parecia muito pesada destravasse
e abrisse passagem para que entrássemos no prédio.
— Aqui também vai ser a sua casa por enquanto — anunciou quando
pisamos na sala e fez um gesto para que o motorista atrás de nós deixasse as
malas em um canto e fosse embora.
— Muito obrigada. — Olhei em volta, curiosa.
— É a mesma coisa que a minha mãe fala todas as vezes que vem até
aqui.
— Tem razão. Vem — Ele fez um gesto para que fosse seguido. —
Tem outros quartos, você não vai dormir na minha cama, mas para que a
minha família não faça perguntas, é melhor que os seus pertences fiquem
aqui.
— Seria incrível.
Aquele local e tudo o que ele estava fazendo por mim era muito mais
do que eu poderia imaginar ou pedir. Por mais que Mamlaka estivesse
ficando para trás, juntamente com tudo que o meu pai havia feito e
acreditado, eu tinha a perspectiva de um futuro melhor e um vislumbre de
uma vida livre.
Não ouvi uma única palavra sair dos seus lábios, mas o Ettore retribuiu
o meu abraço e tombou a cabeça para baixo. Senti o seu nariz fungar no meu
cabelo e ficamos assim por vários minutos até que eu atrevi a levantar a
cabeça. Meus olhos encontraram os dele e meu corpo tremeu. Eram tão
intensos e profundos que eu afundava nele como se fossem feitos de areia
movediça, imensos como as dunas do deserto.
Ele abriu a boca e esperei que pudesse me dizer qualquer coisa que
justificasse aquela necessidade imensa que eu senti por um toque mais
aprofundado seu, mas o que veio em seguida foi como um golpe que me
deixou sem graça.
— Vou pedir algo para comermos. Imagino que esteja com fome.
Ainda que ela fosse linda e muito atraente eu não poderia fazer isso.
Um beijo não seria o suficiente para lidar com os meus desejos por ela e se
terminássemos na cama, acabar com aquele casamento se tornaria uma tarefa
impossível.
Não tinha planos de passar o restante da minha vida com ela. Dante e
Lorenzo precisariam de esposas, eles eram o futuro da máfia, carregariam
todo o nosso legado, mas eu tinha irmãos, primos e não precisava de
herdeiros.
Além disso, o pior de tudo, Nedja não sabia nada sobre a máfia. A
mulher que estava casada comigo, pensando que eu era um bondoso salvador,
não fazia ideia dos crimes que cometi nem dos homens que eu já havia
matado.
A máfia era um mundo ainda mais cruel para mulheres que não haviam
nascido nele.
Nedja achava que o seu tio era um monstro, mas ela não conhecia a
minha pior face ou não estaria tão segura diante da minha presença.
— Tenho certeza.
— Vou tomar um banho. Deve ser o tempo suficiente para que o
entregador chegue. Não abra a porta, espere que eu venha receber.
— Está bem.
— Está bem. — Fui para o meu quarto sem falar mais nada e fechei a
porta. Bufando ao escorar-me na madeira.
Era só uma mulher, não haveria motivos para que causasse tamanho
tumulto na minha vida.
No momento não havia outra forma de lidar com a situação a não ser
prosseguir com aquela farsa, mas por quanto tempo eu iria suportar?
Meu corpo tinha necessidades que iam bem além das racionais e se
manifestavam por mais que toda a minha lógica berrasse pelo contrário. Eu
tinha distrações, mas elas não seriam toleradas enquanto todos pensavam que
eu estava casado.
Traição de uma esposa era um crime terrível para a estrutura da máfia
que tínhamos. Enquanto a Nedja estivesse sobre o mesmo teto que eu, não
poderia pegar qualquer mulher e trepar com ela como tinha o hábito de fazer.
Aquela castidade não programada parecia me deixar ainda mais inquieto.
Estava há quase um mês sem fazer sexo e sentia que precisava disso.
Olhei para baixo e percebi que o meu pau estava duro novamente.
Será que ela era virgem? Aquela interrogação ecoou na minha mente.
Eu seria o primeiro a tocá-la?
Meu pau estava mais rígido, pulsando com a necessidade por aquele
canal apertado ao ponto de me fazer ofegar.
Por quanto tempo mais eu teria que ser consumido por aquela situação
constrangedora e que desviava a minha mente para longe do racional e
controlável?
Capítulo vinte e um
Quando ele entrou para tomar banho decidi fazer o mesmo. Estava
exausta e foi como se ao conseguir relaxar por estar em um lugar seguro, todo
o peso dos momentos em que vivi houvesse caído sobre as minhas costas de
uma vez.
Não seria nada mal passar o dia inteiro na cama, dormindo até que
aquele cansaço fosse levado com horas relaxantes de sono.
Saí do banheiro, troquei de roupa por uma das peças que ele havia
comprado para mim enquanto ainda estávamos em Dubai e segui um som de
interfone que tocou logo depois.
— Bastante.
— É bom.
— A árabe também.
— Sozinha... — Estremeci.
— Ninguém entra nessa casa que não seja eu. Não precisa se
preocupar. Estará em segurança, mas eu passei muito tempo fora e tenho
assuntos pendentes que precisam ser solucionados o quanto antes.
— Thiago?
— Como soube?
— Fui deixar a Juliana e o meu filho com a nossa avó e vi a sua mãe.
Ela estava em um desespero que chegou a ser engraçado, mas admito que
estou desapontado. Imaginei que fosse o primeiro a saber quando pararia de
me zoar e se juntaria ao mesmo time que eu. Ela está grávida?
— Seja mais direto comigo, Ettore. Sabe que eu não sou bom com
enigmas.
— É isso.
— Se fodeu.
— É...
— É diferente.
— Não.
— Então...
— É melhor já começar a tentar porque não acho que essa será uma
tarefa fácil. Até que a morte nos separe, Ettore. A não ser que esteja
planejando matá-la.
— Sim, veremos...
— Não!
— Você não está tão convicto que vai conseguir? Só estou fazendo
uma aposta.
— Eu vou conseguir. — Cerrei os dentes e apertei o volante.
— Veremos.
Tive certeza de que perder um dos meus carros favoritos não seria a
única consequência se a Nedja continuasse na minha vida. Precisava colocar
a cabeça em ordem e ter um plano o quanto antes.
— Como soube?
— Giovane me contou.
— Até você?
— Vai precisar de alguns ajustes, fechar umas portas do fundo para que
realmente seja seguro, mas vai servir.
— Ótimo!
Naquele dia Ettore demorou para retornar para casa e não falou muito
comigo quando apareceu. Era como se de alguma forma estivesse tentando
me evitar. A situação era estranha, mas eu não podia esperar por algo
diferente.
Talvez fosse comum, mas eu não convivia tanto com outros homens
para compreender exatamente o que ele estava provocando em mim. Poderia
ser apenas a necessidade imensa de ser protegida, mas quando estávamos
próximos o que eu sentia ia muito além disso e ao mesmo tempo em que
parecia haver uma necessidade de fugir, eu queria experimentar.
Sabia que ele estava em outra porta, mas não me atrevi a ir até lá,
porque só tornaria a situação entre nós ainda mais estranha.
Respirei fundo e puxei o travesseiro para cima do rosto, pensando no
quanto queria que a Regina estivesse ali. Sempre compartilhava os meus
sentimentos e tormentos com a minha prima. Por mais que ela
compreendesse ainda menos do que eu sobre o mundo, era sempre uma boa
ouvinte e às vezes fazia comentários relevantes que me colocavam para
pensar.
Depois da morte do meu pai eu não tinha mais ninguém que pudesse
cuidar de mim a não ser eu mesma. Precisava lembrar-me disso e me manter
focada.
Não sei em que momento, mas acabei pegando no sono. Dormi até que
os raios do sol começassem a invadir o cômodo e notei que havia deixado as
cortinas abertas.
— Preciso que tome muito cuidado com o que vai fazer ou dizer.
— Só isso?
— Meu tio...
— E quanto ao divórcio?
— Vou dizer que estou arrependido e que agi por impulso. Terei que
lidar com as consequências. — Bebeu mais um pouco do café e percebi o seu
olhar se afastando, como se ele estivesse refletindo sobre o que havíamos
acabado de falar.
— Parece que não vai ser assim tão simples — arrisquei-me a cometar.
— Não há um jeito fácil de fazer isso agora que a minha família sabe.
O casamento é sagrado para eles em diversas esferas.
— Mas...
Já era tarde demais para dizer que eu não deveria ter concordado com
aquilo. Por mais que já houvesse repetido para mim mesmo diversas vezes,
Nedja se havia tornado minha responsabilidade no momento em que eu a
havia colocado dentro do meu carro da primeira vez e só conseguiria ficar
livre quando finalmente cortasse todos os laços.
Ela estava usando um dos vestidos longos que eu havia comprado para
ela, com mangas até os cotovelos. Ele era casto demais, sem decote ou
ombros à mostra, mas ela ainda assim era bonita a ponto de capturar o meu
olhar e me deixar encarando-a por mais tempo do que deveria.
Talvez fosse mais fácil se a jovem sob os meus cuidados não fosse
assim tão bonita. Quase ri com amargor ao me recordar do Thiago me
dizendo para simplesmente aproveitar. Ela era minha, ainda que de uma
forma distorcida e inesperada.
Estava protegendo-a, mas ainda não sabia quem iria conseguir protegê-
la de mim.
Ainda havia outro ponto naquela equação que ela não sabia. Para ela eu
era só mais um bilionário aficionado por teologia e com negócios nesse ramo,
a pobre mulher indefesa sob os meus cuidados não tinha qualquer ideia sobre
a minha ligação com a máfia italiana e o histórico da minha família.
Acreditava que não era algo que ela precisasse saber de fato. Conhecer sobre
a máfia a corromperia para sempre e seria um caminho sem volta. Saber
demais no nosso mundo sempre tinha um preço. Se ela descobrisse sobre
nossos negócios jamais poderia ser afastar.
— Vamos logo — disse num tom ainda mais frio quando a encarei.
Eu não respondi, mas era óbvio que não estava nada bem. Quanto mais
perto eu me sentia de me livrar de toda aquela situação, pior ela se mostrava.
No momento em que não a deixei para morrer não imaginava que o preço da
sua vida pudesse ser tão alto.
— Comporte-se.
Eu não tinha outra palavra para descrever o que viria a seguir que não
fosse tragédia. Era muito mais fácil sair para uma missão e ter que matar dez
na companhia do Thiago do que enfrentar a minha família sabendo que eu
estava mentindo para eles.
Coloquei a mão no centro das suas costas por reflexo para guiá-la pelo
caminho e a vi estremecer. Suas pupilas dilataram e eu percebi que não era o
único que sentia os efeitos da nossa aproximação. Isso poderia tornar tudo
ainda mais difícil e desconcertante.
Logo a minha tia Laís veio ver a minha esposa e o restante da família
surgiu de outros cantos dos corredores.
— Ettore!
— É bonita.
— Obrigado.
— Vou ficar de olho nela e a manterei bem longe dos nossos assuntos.
Ela já tinha inimigos suficientes para lidar, não precisava dos meus
também.
— Para aqueles que eu pensei que ficariam por último, você e o Thiago
até que foram bem rápidos.
— Carro?
— O da aposta.
Ele deu uma risada baixa e eu acertei o seu peito com uma cotovelada.
Fiquei calado, geralmente eu tinha o que dizer, mas daquela vez era
como se as minhas palavras só piorassem a situação.
— É só um bebê. — Bufei.
— Você vai.
— Os filhos da minha irmã estão longe, seria legal que ele tivesse com
quem brincar.
— Está bem.
Segui para fora da cozinha e vi uma mesa muito grande, com espaço
para mais de uma dezena de pessoas. Ela estava sob a sombra de uma árvore
e a luz do sol que passava pela copa formava uma sombra sobre a toalha
verde.
— Ah, sim!
Fui para o outro lado da mesa e nos dividimos ajeitando.
Pietro era apenas um bebê, mas dado ao pai que tinha, seria só uma
questão de tempo para que começasse a sujar as mãos. Certamente o primeiro
presente da adolescência seria uma automática.
Nedja do outro lado sorria e despejava simpatia. Achava difícil que ela
continuasse se comportando daquela forma se ao menos tivesse noção dos
lobos que estavam ao seu redor. Esse era um motivo ainda mais intenso para
que eu a tirasse dali.
Thiago se inclinou para trás para ouvir o que o caçula tinha a dizer.
— Temos um problema.
— Onde?
— Sim.
— Se cuida.
— Está bem.
— Está bem. — Acabou concordando quando viu que não havia mais o
que ser dito.
— Sim.
— Voltaremos logo.
Soltei a cadeira e dei um passo para trás, sugando o ar com força como
se houvesse passado tanto tempo submerso que acabei perdendo o fôlego.
— Não faz ideia dos homens que eu matei enquanto estava no Oriente
Médio.
— Assim vai ficar exibido. — Thiago riu. — Mas eu quero ver na
prática se aprendeu algo.
— Estou ansioso por isso. — Entramos no meu carro como nos velhos
tempos e eu peguei a minha própria arma.
Dirigi até o endereço que o Lorenzo nos havia mandado. Não era uma
missão difícil, a típica queima de arquivo com que estávamos tão habituados.
Era comum aparecer algum peixe pequeno ousando nos desafiar. Eram
sempre tolos que tinham uma ilusão errônea de que possuíam alguma chance
de tomar o controle de Roma de nós, quem sabe até mesmo do restante da
Itália, mas uma morte rápida e bastante sangue sempre deixava um bom
aviso.
— Irei junto.
Eles eram uns cinco e nós apenas dois. Tirei uma cápsula de fumaça do
meu relógio e logo o ambiente ficou completamente embaçado, balanceando
a situação um pouco mais a nosso favor.
— Um pouco.
Ele disparou, dando três tiros contra o meu peito que me fizeram
tombar um pouco para trás, mas não tiveram qualquer efeito mais letal.
— Preocupada?
— Você não?! Eu não sei o que seria de mim se algum dia o Thiago
não voltasse para casa.
O Ettore me havia dito para não fazer perguntas demais, mas era difícil
com tantas informações vagas pairando no ar. Por mais receptiva que a
família dele estava sendo comigo, era óbvio que eu não sabia de tudo.
— Vamos falar sobre outra coisa. — A avó mudou de assunto sem que
a Juliana respondesse à pergunta que eu havia feito.
— Agora que a Nedja é uma de nós tenho certeza de que ela vai querer
algumas funções para se ocupar. Quem sabe me ajudar no intermédio com o
meu povo...
— Tenho certeza de que ela vai encontrar o seu lugar. — A moça loira
afagou o ombro da mãe e piscou para mim.
— Obrigada.
— Não por isso.
Antes que qualquer outro assunto fosse iniciado, Ettore entrou na sala
acompanhado do primo. Ele havia tirado a camisa e a esfregava em algumas
áreas do corpo. Ele poderia estar tentando esconder, mas eu vi as manchas
vermelhas.
— Ettore!
Havia sido ingenuidade minha ao pensar que um homem que lutava tão
bem quanto o Ettore e havia me feito escapar de situações difíceis, não
tivesse aprendido todas essas habilidades por necessidade de colocar em
prática.
Já tinha perdido o meu pai, a minha vida e toda a minha existência não
poderiam ficar sem o Ettore também.
— Vai ficar tudo bem. — Ela voltou a afagar o meu ombro e o seu
sorriso me tranquilizou um pouco.
Capítulo vinte e oito
Ela não poderia ficar por perto, porque já sabia demais e isso só se
tornaria ainda pior. Iria ligar para a minha prima Manuela, marcar uma visita
aos Estados Unidos e já deixar a minha esposa por lá de uma vez por todas.
Faria acordos para que tomassem conta dela e contornaria aquela situação.
Assim que pisei no corredor, deparei-me com o meu pai. Ele olhou
diretamente para mim e pressenti que estava me esperando. Eu não previa
uma conversa com ele naquele momento, mas seria difícil de escapar.
— Precisava ter saído para brincar de assassino com o seu primo logo
hoje?
— Já foi solucionado.
— Ela não nasceu entre nós. Por mais que você tenha sido bem claro
sobre onde ela se envolveu, é melhor ir com calma.
— Só não queira que ela quebre antes. As mulheres são mais sensíveis
do que nós, filho e exigem o dobro do nosso cuidado e proteção. Não gosto
da forma impensada como se casou, mas cada um de nós compreende que às
vezes o coração nos faz cometer imprudências. A única coisa que importa
agora é que ela é a sua esposa, uma Bellucci e parte da nossa família.
— E se eu não quiser?
— Do casamento.
— Não há como acabar com isso. — A fala dele foi firme e me acertou
como um soco. Percebi que o havia irritado pela forma como os músculos do
seu rosto se movimentaram. Eu tinha falado o que não deveria para o meu
pai, mas não havia uma forma de voltar atrás. — Alguns de nós nem tiveram
a escolha que você teve. Tomou-a para si e agora ela é a sua responsabilidade
para o restante da vida. Esse é o casamento.
— Pode deixar.
Segui pelo corredor passando por ele e fui tomado por um desconforto
na boca do estômago. Era para ser apenas um casamento falso, mas o Thiago
tinha razão. Desde que aquela mulher havia entrado na minha vida ela havia
se tornado minha.
Capítulo vinte e nove
— Vamos para casa? — disse num tom firme que fez com que eu me
levantasse.
— Por mais que eu não devesse. — Achei que ele fosse se afastar, mas
ao invés disso, veio mais na minha direção e seus dedos tocaram o meu rosto.
Ele era o meu marido e por mais maluco que aquilo parecesse, não
pensei na farsa nem nas circunstâncias em que a união havia acontecido.
Ettore soltou o meu rosto e desceu com a mão pela minha nuca,
segurando a minha cabeça com força e me puxou para ele. Todo o meu corpo
cedeu quando os nossos lábios se encontraram. Eu não pensei em
absolutamente mais nada que não fosse envolver os seus ombros e retribuir o
momento. Nunca havia sido beijada e imaginava como seria algumas vezes,
mas nada se comparava.
Queria mais...
Cada célula minha pedia por mais atenção, mais toques e que ele
chegasse até lá. Se havia perigos ou consequências, eu já não conseguia mais
medir. Por aquele momento eu busquei uma estranha liberdade que
alimentava o meu âmago e aquecia o interior das minhas coxas.
Gemi baixo quando ele apertou um dos meus seios sob o vestido. A
pressão era enlouquecedora. Era como se a cada carícia ele despertasse em
mim uma sensação nova e completamente desconhecida.
Pouco a pouco, Ettore foi subindo até que a sua boca alcançou a minha
orelha e um gemido ainda mais alto saiu da minha garganta.
— Já não tem mais volta. — Subi com a mão pelo seu rosto e o puxei
para a minha boca.
— Você é linda!
Não tive tempo de reagir ao seu comentário quando ele se deitou sobre
mim e voltou a me beijar. Eu estava toda quente e fiquei ainda mais quando o
seu quadril se acomodou entre as minhas coxas. O meu vestido havia subido
e a sua calça esfregava diretamente na minha roupa íntima. Havia um volume
ali, rígido e pulsando que deixava o meu sexo latejando.
— Sua...
Só ouvi o som da renda fina sendo rasgada enquanto ele a puxava com
força e reduzia a bela peça a farrapos, porém eu não tive tempo de lamentar.
Assim que seus lábios se aproximaram do meu sexo, foi como se o meu
mundo houvesse se resumido aos nossos corpos e uma necessidade
incontrolável de nós unir.
Eu tentei me conter, mas estava tão afoito que gozei mais rápido do
que gostaria. Meus músculos se enrijeceram enquanto eu via seus olhos
revirarem nas órbitas embaixo de mim.
— Ettore... — meu nome ecoou pelo quarto escapando por entre seus
lábios macios.
Não havia falado nada para ela, não tínhamos um novo acordo, mas
aquele sexo havia selado o nosso destino.
Fui um idiota ao pensar que havia outra alternativa. Meu pai estava
certo, ela era a minha esposa e não havia forma de fugir disso.
— Não fala nada agora. — Estendeu uma das mãos trêmulas e colocou
sobre os meus lábios.
Eu assenti.
Eu tinha que lidar com esse fato, mas ela também não sabia exatamente
quem era o homem com quem havia se casado e logo essas cartas teriam que
ser colocadas sobra a mesa.
Voltei para o quarto com alguns lenços e entreguei-os para ela, para
que pudesse se limpar do sêmen que eu havia deixado escorrer.
— Você gosta?
— Afasta as pernas.
— Ettore...
Ela sorriu para mim, jogando os cabelos para trás e não disse nada, mas
seu olhar de satisfação já era o que eu precisava.
Por mais que eu ainda estivesse dolorida, fora tão bom que eu queria
repetir a dose. E o que ele fez comigo no banheiro me pegou completamente
desprevenida e me levou ao êxtase numa intensidade louca.
— Está bem.
— Por quê? — Ele chegou mais perto para me analisar. — Acha que
não tem um restaurante de comida árabe na capital do velho mundo?
— Suco de laranja.
— Obrigada, Lola.
— Não vai acontecer. — Ele foi tão enfático que eu não sabia se ficava
aliviada ou tensa. — Você quis ser uma Bellucci e agora é uma.
Fiquei encarando-o por alguns minutos. Havia me livrado do meu tio,
mas para isso acabei me comprometendo com outro homem para o restante
da minha vida.
— Você está presa a mim e não acho que tenha mais justificativas para
manter em segredo, principalmente diante de tudo que presenciou hoje. Os
Bellucci, a minha família é a principal líder da máfia italiana há muitos anos.
— Máfia?!
— É por isso que consegui lidar tão bem com os homens do seu tio.
Aprendi a matar e me defender muito cedo. Agora você faz parte disso como
todas as mulheres que se casam conosco.
— Não precisa se envolver com nada, nem saber de coisa alguma, mas
inevitavelmente faz parte de tudo isso.
— É claro!
— Foi por isso que a Juliana disse que ficava tão preocupada. — Foi
mais um pensamento alto do que uma pergunta.
Por mais insano que parecesse, eu não conseguia ver além da minha
necessidade de permanecer com ele. Ettore era o meu refúgio, meu porto
seguro e a minha proteção.
Máfia!
Criminosos...
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Então quer dizer que o carro já é meu?
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Sim.
Thiago:
Está arrependido?
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Estou vendo.
Thiago:
Ettore:
Você é um idiota!
Thiago:
Se há um idiota entre nós dois certamente não sou eu. Nem havia
me casado com a Juliana e não consegui me livrar dela, imagina só a
sua situação.
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Esse papo de bobo apaixonado não combina com o assassino da
máfia.
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Ou não.
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Ettore:
Como se fosse algo incrível.
Thiago:
Ettore:
Thiago:
Thiago:
Vou deixar você com a sua esposa e vou aproveitar a minha. Nos
falamos amanhã para você me entregar o meu carro.
Ettore:
Até amanhã.
Não insisti porque a perda daquela aposta certamente não era o que
mais estava pesando sobre mim e sim o fato de que eu havia me casado e
uma mulher estava fazendo parte da minha vida. Por mais bonita e atraente
que ela fosse, tê-la na minha casa e compartilhar particularidades com ela,
ainda era algo com que eu precisaria me acostumar.
Capítulo trinta e três
— Oi.
— Dormiu bem?
— Sim.
Ettore girou para cima de mim cobrindo o meu corpo com o seu e eu
afundei a cabeça no travesseiro quando ele abocanhou o meu pescoço.
Aquela era uma pergunta que eu já deveria ter feito antes, a minha vida
dependia disso e provavelmente fosse o motivo de eu ter tanto medo da
resposta que viria a seguir.
— Sempre.
Eu só ansiei por mais, até que ele trocou o dedo por algo bem mais
grosso e eu me espichei com o desconforto. A dor foi bem menor do que na
noite anterior e eu percebi que poderia me adaptar à presença dele até que não
incomodasse mais.
Foi se tornando cada vez melhor e eu queria que ele fizesse mais
rápido. Sentia a necessidade de chegar logo ao ápice e quando ele explodiu,
foi como se estivesse fora de mim por alguns instantes enquanto me
recuperava.
— Você pode ficar aqui e estudar italiano. É bom que aprenda o quanto
antes para que possa fazer outras atividades. Nem todos por aqui falam
inglês.
— O que foi?
— Obrigada!
— Não posso sair com você agora, mas vou ligar para a minha irmã
para que a acompanhe até um shopping. Também pode comprar roupas novas
e o que mais precisar.
— Está bem.
— Sim.
— Tem certeza?
Ettore se virou para mim, pareceu surpreso com a minha pergunta antes
de finalmente respondê-la.
— Até.
Os Bellucci...
Medo...
Se o meu marido era um homem temido, meu tio não seria louco de se
aproximar. Todo o mal que ele havia feito ficaria em Mamlaka. Eu não
conseguiria vingar o meu pai como gostaria, muito menos recuperaria o
Emirado dele, mas teria a minha chance de construir uma vida longe de tudo
aquilo.
— Eu me atrasei, desculpa.
— Eu imagino.
— Aquilo deve ser para você. — Apontou para o cartão que ainda
estava sobre os lençóis.
— Ah, é! — Abri um sorriso sem jeito.
Naquela altura era algo bom de se ouvir já que tudo o que eu mais
precisava era confiar no Ettore.
— Vinte e dois.
— É coisa de mãe. — Nina riu como se fosse algo com que eu não
devesse me preocupar. — Ciúmes normais. Foi assim quando o Ettore
decidiu sair de casa e se mudar para o seu próprio apartamento. Minha mãe é
cigana, estava acostumada com a família inteira debaixo do mesmo teto, mas
o meu pai consegue balancear um pouco as coisas.
— Com o quê?
— A máfia...
— Ah! — Ela recompôs o sorriso e não pareceu tão surpresa com a
minha pergunta. — Talvez para você possa ser diferente, mas tudo é como
sempre foi desde que eu nasci. Faz parte da minha família e do que eles são
por muitas gerações e vai continuar assim pelas próximas. Com o tempo você
se acostuma. — Piscou para mim como se fosse algo trivial.
— Mas você não fica com medo? — Não consegui deter mais aquela
pergunta.
— Você era uma princesa, não tinha motivos para ter medo?
— Vários.
Havia vários como aqueles em Dubai, estar ali não era uma surpresa
para mim, mas ainda assim eu estava um pouco receosa. Por mais gentil que
a irmã do Ettore estivesse sendo comigo, havia algo em que tinha medo de
causar uma má impressão.
— Excelente.
— Você também?
— Aqui!
— Sim.
— Não faz ideia de tudo o que conseguimos fazer. — Ela deu uma
risadinha, fingindo falsa modéstia e chamou a minha atenção para outro
aparelho. — Esse dobra no meio.
— É legal.
— Bem compacto.
— Nada.
— Não é assim tão simples. — Tentei disfarçar, mas logo percebi que
poderia estar me comprometendo, porque a família do Ettore ainda não sabia
nada sobre as reais circunstâncias de eu estar ali. Como ele não havia
contado, achei melhor não comentar.
— Daremos um jeito de recuperar o número dela para você. — Nina
tentou me animar.
— É que...
— Sua cultura.
— Isso.
— Minha mãe também só usa saias longas. Ela certamente amaria esse
vestido. — Apontou para uma das peças que eu havia experimentado, mas
descartado.
— É um bom presente.
— Ótimo!
— Claro que não! Você é a esposa dele e merece tudo que escolheu. Eu
realmente estou adorando ter você por perto. Meu irmão está sempre tão
sério. Com toda certeza é a leveza que o Ettore precisava na vida. Porque fora
isso eram as matanças com o Thiago e os computadores com o meu pai e os
meus outros irmãos.
— Bateram na gente.
— Por quê?
Os inimigos do Ettore...
Foi o primeiro pensamento que tive, mas era difícil saber estando
indefesa no banco de trás do veículo alvejado.
Por mais que eu soubesse bem que o meu desespero não ajudaria em
nada naquele momento, era difícil controlar os efeitos desencadeados em meu
sangue e a adrenalina que me impulsionava a sair correndo.
Depois de ter passado tanto tempo fora, estava como uma sensação de
que havia perdido demais e precisava correr para me livrar dela.
— Isso é indiscutível.
— É a Nina.
— Elas estão gastando o dinheiro que nós nos esforçamos para receber.
— Vou atender.
— Sim.
— Como ela está? — Senti um desconforto tão grande no peito que foi
difícil de controlar, porque não estava acostumado com tal tipo de sensação.
— Estamos bem.
— Onde?
— Atacaram elas.
— Vou com você. — Ele passou a mão pelo paletó que havia
pendurado no encosto da cadeira de couro e me acompanhou até a garagem
do prédio.
Nem me dei ao trabalho de esperar pelo meu irmão, fui direto para a
entrada numa necessidade selvagem de vê-la logo e constatar com os meus
próprios olhos que estava tudo bem.
— Nedja! — chamei pelo seu nome quando pisei na sala e eu a vi
sentada no sofá, devolvendo um copo para a minha avó.
— Você se feriu?
Estavam todos ali. Meus tios, meu pai, minhas tias e até primos. Não
foi uma surpresa notar o Thiago surgindo pela mesma entrada que eu.
Qualquer ataque à nossa família tinha que ser tratado de forma energética e
imediata. Nada era mais precioso do que a nossa segurança, fosse dos
homens ou das mulheres.
— Sim.
A sala voltou a ficar em silêncio por um momento até que o meu pai se
aproximou de mim e bateu no meu braço, me chamando para uma conversa
mais particular.
— Não deveria ter se envolvido, nem trazido ela para cá. — Ele deu
uma breve pausa, mas antes que eu respondesse, continuou. — Mas não é o
primeiro e nem será o último de nós a cometer erros. Eu mesmo roubei a sua
mãe do altar. O que mais importa agora é o que vai fazer. Tomou-a para si.
Ela é sua, Ettore! É uma consequência, não tem mais volta. Cuide e a proteja,
lide com esses inimigos. Nós estaremos aqui para ajudá-lo.
— Obrigado, pai.
— Ficará tudo bem. — Ela afagou o meu ombro como se tivesse muita
propriedade para afirmar aquilo, por mais que fosse frágil e tão indefesa
quanto eu.
— Ele não irá. Meus filhos e netos são duros na queda e você será
mantida em segurança. Agora que todos sabem o que está acontecendo será
mais fácil lidarem com a situação e se prepararem para qualquer outro ataque.
Você por enquanto só precisa se preocupar em ficar onde é seguro.
— Entendo.
Fiquei quieta. Por mais que quisesse ficar sozinha com o meu marido,
não era momento de fazer exigências.
— Tem certeza de que não está com fome? Posso pedir para
prepararem uma bela sopa. Será fácil de engolir.
— Ficarei aqui.
— Está bem.
— Com certeza não vai continuar pensando assim quando vir a fatura
do cartão de crédito. — Fiquei boba comigo mesma por conseguir fazer uma
piada naquele momento.
— É melhor.
— Nedja... — Ele agarrou o meu rosto, fazendo com que eu o
encarasse e o meu nome ficou ecoando pelo ambiente à nossa volta.
A sua mão pesada e firme subiu pela minha nuca, puxando o meu
cabelo com força quando a sua boca tomou a minha na mesma ânsia
desesperada que eu estava sentindo. Afastei os lábios e deixei que a sua
língua buscasse a minha.
Gemi contra os seus lábios quando ele deixou que a palma escorregasse
da minha cintura para apalpar a minha nádega sem qualquer cerimônia.
Estávamos no meio do jardim, mas ele não teve pudor algum em me tocar,
recordando-me do quanto inevitavelmente eu era dele.
Ettore esfregou o seu corpo mais no meu e mesmo com toda a roupa
que ainda estávamos usando eu senti o volume na sua calça e toda a minha
necessidade pulsando por ele. Queria aquele homem em mim numa ânsia
mais forte do que eu conseguia explicar.
A sua boca na minha silenciava alguns dos meus gemidos enquanto ele
não parava até perceber que me tinha feito gozar.
Seus dedos afundaram na minha nádega e Ettore fez mais pressão. Ele
aumentou a velocidade dos movimentos e eu podia sentir a sua respiração na
minha nuca enquanto a minha bunda esfregava na sua nádega. Até que ele
explodiu em mim. A pressão do seu líquido foi me preenchendo enquanto ele
não parava de se movimentar. Eu pedi por mais, o prazer estava se
aproximando de novo e ele me deu até que eu alcançasse um segundo
orgasmo.
— Acidente? — resmunguei.
— É o que está documentado pelos arquivos da polícia deles. — Meu
irmão deu de ombros.
— Ela é uma ponta solta. — A resposta veio de mim. — Ela sabe o que
o tio fez, teve uma criação mais livre com o pai e certamente é uma ameaça
ao governo que ele está tentando construir.
— É por isso que ele deve estar tentando agir com o mínimo de
cautela. Além de estar mexendo com os Bellucci, o que se ele for um pouco
mais esperto saberá quem somos, as ações dele na Itália podem causar um
impacto internacional. Por mais extremista que ele seja. Acho pouco provável
que queira ser visto como um terrorista em âmbito mundial.
— Ah, eu posso!
— Mateo está certo. Temos que ter cautela e pensar em como vamos
agir.
— Eu sei. Só não quero que ele volte a tocar em um fio do cabelo dela.
Minha sogra era quem estava mais curiosa. Ela queria saber sobre mim
e não deveria ser uma surpresa. Onde eu havia nascido, seria ela e o restante
da família a escolher uma esposa para o filho, mas eu era uma completa
estranha jogada na sua casa e ela mal sabia as minhas procedências.
— Sim.
A minha sogra assentiu e eu saí da sala, indo até um dos quartos que a
avó dele havia designado para mim para que eu pudesse ficar confortável
durante o tempo que precisasse ficar na casa. Todas as sacolas com as
compras estavam em um canto, certamente sendo sido deixadas ali pelos
seguranças. Demorei um pouco, mas encontrei o embrulho com o vestido e
retornei para a sala, onde a Luize estava aguardando por mim.
— Ei, filho!
— Sim.
— Ótimo.
— Aconteceu algo?
— Não. Só me reuni com a minha família para que eles pudessem
saber um pouco mais sobre o seu tio e o que podemos esperar dele.
— Não.
— O que foi?
— Por favor.
— Vou providenciar as informações para você.
Ficamos assim por um tempo até que ele se afastou. Para quem não
tinha o hábito de abraçar muito, nem de ter contato com o sexo oposto, eu me
havia habituado a isso muito rápido, mas era algo impossível de não gostar.
— Está bem.
— Ettore?
— O que foi?
— Isso!
— Caiu de paraquedas.
— Basicamente.
— E a Regina?
— Que bom! — Soltei um suspiro de alívio tão profundo que fez com
que os meus ombros caíssem com o próprio peso.
— Farei isso.
Dormir na casa da minha avó não teria sido a minha primeira escolha.
Sentia falta da modernidade e tecnologia do meu apartamento, até mesmo do
ar solitário que havia nele. Por mais que eu houvesse me acostumado ao fato
de que eu não estava mais sozinho.
— Você é minha, Nedja! — Rolei para cima dela e cobri o seu corpo
com o meu.
Mordi o seu queixo e ela fechou os olhos, arqueando o seu peito contra
o meu de uma forma que me permitia sentir o seu coração acelerar à medida
que a minha boca deslizava pelo contorno do seu pescoço e descia um pouco
mais até o decote da camisola. Tão linda, perfumada e macia...
Minha...
Puxei as alças da sua camisola, fazendo com que descessem pelos seus
ombros e projetando os seus seios, deixando que escapassem livres direto
para a minha boca. Ela gemeu ainda mais alto enquanto eu me inundava em
um deles e apertava o outro com a mão. Não eram grandes, mas tinham o
tamanho perfeito para serem envolvidos pelos meus lábios, sugados, sorvidos
mordiscados.
Meu pau estava tão rígido que chegava a me causar uma dor física.
Ansiava desesperadamente por estar dentro dela, por compartilhar os seus
fluidos com os meus enquanto nos friccionávamos um no outro em busca do
êxtase.
Voltei a descer com a boca pelo seu ventre e abri a sua coxa com as
duas mãos. Acomodei a minha cabeça entre as suas pernas e sorvi o cheiro do
seu sexo. Ela estava molhada a ponto da sua excitação brilhar em algumas
gotas. Quando afundei a minha cabeça ali, chupando e lambendo, Nedja
agarrou o meu cabelo e me deixou perceber o quanto estava se contendo para
não gritar de prazer.
Subi com uma das mãos, escorregando pela linha da sua coluna, até
agarrar o cabelo no fim da nuca. Puxei-o para trás com mais força e ela
deixou escapar um gritinho, mas rebolou em mim, indicando que estava
gostando e esfregou aquela bunda gostosa de um jeito que me deixou ainda
mais louco. Ainda chegaria até ali, mas teria que esperar por outro momento.
— Preciso ir.
— Será que vai ser sempre assim tendo que fugir dele?
— Vou me comportar.
Saí do quarto bem depois do meu marido. A mansão estava calma, mas
logo uma empregada passou por mim, dando-me bom dia no idioma deles e
seguiu para o interior do cômodo para trocar os meus lençóis e arrumar a
cama. Aquele local não era exatamente como um palácio, mas funcionava
como um, muitas pessoas frequentando e empregados por todo canto.
— Reparei agora.
— Atrasada?
— Seu ciclo.
— Médica?
— Sim, mas...
— Sim.
— Ettore...
— Será que podemos ir até o jardim? — Ela olhou para as outras duas
mulheres que estavam com ela que assentiram.
Fiquei ainda mais curioso e confuso. Nada passava pela minha cabeça
que pudesse justificar aquela sua reação, mas esperei que caminhássemos até
o jardim para envolver a sua cintura e fazer com que me encarasse.
— Ettore... — Seus dedos trêmulos subiram pelo meu peito até que ela
apertou o meu ombro.
— Nedja, fala logo! — Meu tom foi um pouco mais incisivo e ela
estremeceu contra o meu peito.
— Eu estou grávida.
— Grávida?!
Tudo o que o Thiago me disse sobre a notícia de que ele teria um filho
só fez sentido para mim naquele momento. Deixei que as minhas pernas
cedessem e fiquei de joelhos diante dela, beijando o seu ventre.
Esperei que alguns momentos se passassem até que voltei a ficar de pé.
Segurei o seu rosto com as duas mãos e ela arregalou os olhos ao me encarar.
— Eu também amo você. — Ela ficou nas pontas dos pés e aproximou
a sua boca da minha.
— Ele tem buscado estratégias, mas é esperto o bastante para saber que
nos atacar diretamente é um erro. Tenho certeza de que ficará tempo todo à
espreita, esperando por uma falha nossa.
— Ettore.
— O que foi?
— Sei que pode não ser adequado no momento e que tudo o que tem
feito por mim é me proteger, mas eu realmente sinto falta da Regina. Às
vezes eu fico pensando em como seria se ela estivesse aqui.
— Mas pelo que o seu irmão disse, pode ser que o marido dela não seja
um homem ruim. Quem sabe possamos confiar nele...
— Arriscar você, ainda mais agora que está grávida é algo que eu não
vou admitir. — Ele foi bem enfático de um jeito que me fez estremecer. Sua
preocupação comigo era sensata e deixava ainda mais evidente que ouvi-lo
dizer que me amava não fora apenas da boca para fora.
Ficamos em silêncio por um momento até que ele voltou a atrair o meu
olhar.
— Obrigada.
Nós descemos para o jantar e ele não voltou a falar mais nada comigo
até que voltamos para o quarto e o vi sentado na cama, muito compenetrado
enquanto encarava a tela do notebook no seu colo.
— Pode ser. — Ettore tinha todos os motivos do mundo para ter os pés
atrás com o marido da minha prima, por mais que fosse a Regina quem
houvesse me ajudado a fugir. — Pegue o seu celular. — Ele indicou o objeto
que eu havia deixado sobre o móvel de cabeceira.
— Está bem.
— Vou ligar para o quarto do hotel onde ela está para que possam
conversar.
— Sim, mas Nedja, não diga nada a ela. Eu entendo que ela a ajudou e
protegeu, mas quanto menos a sua prima souber, melhor para as duas.
Levou apenas alguns toques para que uma voz feminina ressoasse do
outro lado e me aquecesse me recordando das lembranças mais felizes que eu
tinha da minha antiga vida.
— Olá?
— Nedja? — arriscou-se.
— É verdade.
— Estou.
— Você também.
— Imagino o quanto deve estar sendo difícil para você ficar longe de
tudo.
— Obrigada.
— Agora chega da sua prima por hoje. — Ele me puxou pela cintura e
fez com que eu me acomodasse no seu colo.
Elevei o meu vestido, subindo-o até que a minha calcinha pudesse ser a
única peça entre o meu sexo e a braguilha da sua calça. Eu poderia ser
inexperiente no início, mas o meu corpo já havia aprendido bem rápido como
se moldar ao dele.
Inclinei a minha cabeça, procurando pela sua boca e ele mordeu o meu
lábio inferior. Meu corpo inteiro vibrou com aquela onda de êxtase e me
permiti ser levada pelo orgasmo, rápido e intenso enquanto o meu clitóris se
esfregava em sua pélvis.
— Não.
— Tenho certeza de que vai encontrar algo o que fazer. Quem sabe a
Nina ou alguém nos andares de cima não esteja disponível para ensinar você
a programar?
— Ah, Thiago...
— Quem te viu quem te vê. Para quem não a queria, até que se jogou
rápido.
— O que foi?
— Sim...
Thiago fez bico e eu dei brecha para que o meu irmão continuasse a
falar.
— O marido permitiu?
— É claro que vamos fazer alguma coisa! — Meu primo saltou do meu
lado.
— Thiago!
— Vai deixar que esse homem seja uma sombra em cima da vida de
vocês agora que estão começando uma família? — Ele tocou em um ponto
importante.
— Oba!
Aquilo não era uma brincadeira, mas eu sabia que os teria ao meu lado
para o que precisasse, principalmente proteger a minha esposa.
Capítulo quarenta e três
— Meu tio...
— Por quê?
— Nós iremos.
Fomos para uma velha sala de computadores que costumava ser usada
nos tempos do meu pai. Havia bastantes equipamentos ali, por mais que
estivessem desatualizados, serviram para que acessássemos os servidores da
empresa e pudéssemos trabalhar.
Entrei em contato com o homem e pedi que fosse para um local mais
reservado para que pudéssemos conversar em segurança. As pesquisas do
Giovane indicavam que nem todos os que o cercavam eram confiáveis.
— Ettore Bellucci.
— Eu deveria conhecê-lo?
— Certamente.
Youssef não era um homem tão limitado quanto eu gostaria. Por mais
que ele não tivesse a mesma tecnologia que eu, poderia prever os espiões que
havia infiltrado para que ficassem de olho na filha e no marido.
— Quem é?
— Nedja, sou prima da Regina. Imagino que ela tenha falado para você
sobre mim.
— É uma história longa e vai precisar ficar para outro momento. Agora
temos que trazer a minha prima de volta e fazer com o que o meu tio pague
pelo que fez para todos nós e deixe de ser um monstro nas nossas vidas.
— Será mesmo?
— Sim.
— Acha que ele vai conseguir? — Nedja buscou o meu olhar ainda
muito apreensiva com toda aquela situação.
— Nedja!
— Eu preciso ir. O Zyan tem que confiar em vocês para que possam
trabalhar juntos. Ele precisa me ver.
— Por favor.
— Ela pode ter razão. Deixa-a ir. — Thiago poderia estar sendo
racional, mas a sua fala me fez querer voar no pescoço dele.
— Nedja...
— Por favor, Ettore. Eu tenho que estar lá. Precisamos ir logo. Regina
pode não ter muito tempo e eu não me perdoaria se algo acontecesse com ela.
Nedja assentiu.
Sentia que de alguma forma o meu pai estava olhando por mim,
esperando que eu fizesse alguma coisa, ainda que sozinha fosse
completamente incapaz. Talvez indiretamente ele houvesse colocado o Ettore
no meu caminho e me proporcionado tudo aquilo.
— Está bem.
— Me prometa que ficará tudo bem? — Segurei a mão dele e fiz com
que me encarasse enquanto meus olhos eram pura súplica.
— Também amo você. — O tom do meu marido foi bem mais contido,
mas a forma como se inclinou para me beijar foi tudo o que eu precisava.
Eu fui uma das últimas, seguindo os homens que eram como uma
poderosa escolta. O calor do deserto logo me envolveu e tive a sensação do
que era estar de volta.
— Vamos.
— Nedja tem razão — Ajeitei uma das armas na cintura. — Você não
poderá ver a sua esposa novamente se não estiver vivo para isso.
— É o melhor.
— Eu também amo a minha prima e quero que ela volte para nós. Eu
não estaria viva se não fosse por ela. Regina se arriscou muito para me dar
uma chance de escapar e eu quero mais do que tudo que ela possa voltar para
você.
Fiz um gesto para o Thiago e ele seguiu na frente, nos liderando como
estava habituado. Peguei de volta os meus óculos de sol e o acomodei no
rosto, usando a lente como um visor para enxergar as imagens de um drone
que seguia na frente, fazendo uma batida e antecipando os inimigos que
encontraríamos mais à frente.
— Mas é claro! Ele ainda só é novo demais para conseguir segurar uma
arma.
Movi-me para o lado e deixei que um dos corpos caísse na areia sobre
meus pés quando ele despencou lá de cima.
Aquele não era um jogo de videogame, mas a vida real e ele precisava
entender as consequências dos nossos atos.
— O tio dela...
Atirei nele e rodei acertando outros dois que vinham logo atrás de mim,
mas não fui rápido o bastante para impedir que um tiro me acertasse, mas a
bala ricocheteou no meu escudo e rolou pelo chão.
Tirei os óculos e guardei no bolso para que ela pudesse ver o meu rosto
antes de me aproximar mais. Dentro da cela, encolhida e assustada como a
mulher inofensiva que era, a prima da Nedja virou-se para mim, arregalando
os olhos. Ela era um pouco mais jovem do que a minha esposa e tinha os
mesmos traços árabes e bonitos. Senti pena ao vê-la debilitada naquele estado
e raiva por saber que seu sofrimento fora causado pelo próprio pai, mas eu
estava ali para ajudá-la.
— Regina?
— Sim.
Ela olhou para a minha mão e eu bufei com aquela besteira de não
poder tocar, mas logo a Regina pareceu deixar isso de lado e entrelaçou os
seus dedos aos meus.
— Cadê ele?
— Não sei...
Precisava chegar a Nedja mais rápido do que o tio que queria matá-la.
Capítulo quarenta e sete
Zyan estava inquieto e por mais que eu tentasse não demostrar para não
o deixar ainda mais nervoso, também estava apavorada. Confiava
imensamente em todas as habilidades do Ettore, mas ao me recordar do meu
marido sujo de sangue o meu peito entrava em completo pânico.
Assim que o veículo parou eu dei vários passos para trás, apavorada
com a imagem do meu tio descendo dele. Youssef parecia ainda mais velho
do que eu me lembrava, usava roupas típicas e o olhar que lançou para mim
fez com que o meu âmago se retorcesse. Eu tinha medo daquele homem, mas
também muita raiva por tudo o que ele havia feito.
— Não deixaria impune tudo o que você nos fez. — Estufei o peito,
deixando que a minha ira fosse maior do que qualquer receio.
— Estão.
— Como?...
Não consegui absorver direito o que estava acontecendo até que o Zyan
gritou por mim, percebi que ele havia entrado no carro e abriu a porta,
esperando que eu me juntasse a ele.
— Vem!
— Não era porque eu nunca tinha usado uma arma antes que eu estava
com medo.
— É uma mulher. Não vale nada. — O tom dele me deixou ainda mais
puto.
— Acabe logo com isso. — Thiago parou ao meu lado e percebi que
todos estavam ali.
Certamente não tinha mais nada para ouvir do discurso daquele homem
diante de mim. Sabia que ele sempre significaria uma ameaça para a minha
esposa e tinha ido até ali para que me livrasse dele de uma vez por todas.
— Quem é você?
Era velho, patético e não tinha forças para lutar contra mim, por mais
que houvesse tentado. Se esconder atrás de soldados era muito fácil, mas
naquele momento, ele estava fraco e sozinho. Quando ele caiu sobre a areia,
eu pisei nas suas costelas e ossos cederam. O homem cuspiu sangue e o
Thiago pareceu vibrar atrás de mim. Aquilo era por todo medo que ele havia
provocado na Nedja. Chutei o seu rosto e ele perdeu os sentidos. Talvez
Thiago houvesse se delongado mais no momento, mas coloquei um fim
aquilo.
Chutei o seu corpo moribundo para longe e deixei que fosse sepultado
pela areia.
— Vamos embora.
— Deveriam?
— Não se preocupe. A ausência do carro dele indica que fugiram.
Agora vamos nos encontrar com eles.
Giovane logo veio para perto de mim e me disse que havia encontrado
a minha esposa e o sheik Zyan com ajuda do drone e a informação me deixou
aliviado. Tudo o que eu mais queria era envolvê-la em meus braços e garantir
de uma vez por todas que estava segura.
— Nedja!
Envolvi-a nos meus braços e ficamos assim por um momento até que
eu afastasse para poder vistoriá-la com o olhar em busca de algo.
— Ele não será mais uma ameaça, você está segura, meu amor. —
Segurei o seu queixo e levantei o seu rosto para que nos beijássemos.
— Nedja...
— Sim... Agora que o meu pai finalmente teve o que merecia, você vai
voltar para cá? Vai morar em Mamlaka de novo?
Um mês depois...
— Eu entendo. Também fico muito feliz por pensar que o seu marido
poderá dar continuidade aos planos do meu pai.
— Eu não sei, mas pode ser. O mundo nunca é muito fácil para as
mulheres.
Tínhamos tempo...
Afastei as pernas, permitindo que ele subisse com as mãos por entre as
minhas coxas, elevando a saia do meu vestido até chegar à minha calcinha.
Gemi um pouco mais alto quando os seus dedos começaram a brincar com o
tecido fino. Minha umidade ia se intensificando e podia senti-la escorrer.
Fiz os mesmos movimentos que antes eram ditados pelos seus dedos
até que o Ettore quis mais de mim.
— E os enjoos?
— Todos os dias.
— Se alimentado bem?
— Estou comendo.
Um ano depois...
Não era uma surpresa que ele começasse a chorar. Entrei na mansão,
deixando que a minha esposa e o meu filho fossem conduzidos.
— Bem.
— E o Erkin?
— Ou elas desistem.
— Muito — admiti.
— Valeu a pena?
— Eu passaria por tudo de novo para tê-los — afirmei sem pestanejar.
Thiago sorriu para mim e eu sorri de volta, sabendo que ele também
entendeu o quanto a entrada inesperada da Nedja na minha vida tinha feito
com que eu me transformasse e visse o mundo por outros olhos. Eu não
esperava que me casaria em uma farsa com uma árabe para protegê-la, que a
traria para minha vida e para a minha família e principalmente não
conseguiria viver sem ela.
Meu pai estava certo, não havia volta, quando se tomava uma mulher
para si ela era sua para todo sempre.
Sheik Zyan e Regina
Esposa por obrigação do Sheik
Sinopse:
O playboy Zyan Ahmad Al-Sabbah há dez anos afastou-se das suas origens e tudo
o que elas representavam, levando uma vida de cafajeste nas passarelas da Europa,
onde atuava como modelo. Entretanto uma doença terminal acometeu seu pai,
obrigando-o a retornar ao Emirado e assumir os seus deveres como sheik. O que o
mulherengo inveterado não previa era que além de um reinado, um casamento
arranjado aguardasse por ele.
Regina era uma mulher doce, ingênua e inocente. Criada para o matrimônio, ela
temia acabar nas mãos de um homem tão cruel quanto o próprio pai, quando ele
escolhesse o seu futuro marido. Só que a beleza inegável e o ar sedutor do jovem
sheik pareciam tornar a união uma tarefa mais tentadora.
Zyan fugiu dos deveres com o seu povo a vida inteira, mas com a morte do pai ele
já não pode mais. O casamento seria apenas mais uma de suas obrigações, mas ele
sempre se esforçou para ser um homem diferente de seu progenitor e a presença da
amável esposa pode revelar espaços em seu coração que nem mesmo ele conhecia.
Sheik Hassan e Rosimeire
Cativa do Sheik
Sinopse:
O sheik Hassan Khan Al-Abadi não pretendia casar-se novamente; depois de ter
perdido sua primeira esposa para uma doença terrível, ele dedicava a vida ao povo de
Sahra, o Emirado que governava, à sua pequena filha e ao sonho que herdara do pai,
trazer a modernidade ao oriente.
Hassan só não esperava que uma estrangeira cruzasse o seu caminho e fosse
exatamente como um vislumbre de seus sonhos. Ele foi dominado por um sentimento
avassalador que lhe mostrou que poderia se envolver novamente, mas dessa vez com
uma mulher que ele escolhesse.
Quando Rosimeire ganhou uma viagem para Dubai, não previa se tornar alvo dos
desejos de um homem poderoso. Ela não queria se envolver com alguém de uma
cultura tão incompatível com a sua. Entretanto, o sheik não desistiria dela.
Hassan estava disposto a tudo para torná-la sua.
Agradecimentos
Sinopse:
Ter um filho sempre foi um sonho para mim, mas não significava que eu precisava de
um homem para isso. Decidi que teria meu bebê sozinha, produção independente, mas
eis que um cara bonito e rico cisma de sacanear a vida de uma mulher bem-sucedida e
cheia de si. Foi exatamente o que pensei quando aquele sujeito arrogante decidiu que
tinha qualquer direito sobre o meu filho. Ele não deveria passar de um doador de
esperma, mas ao que parece, a clínica que fez a minha inseminação artificial usou uma
amostra que não deveria, e um juiz sem noção determinou uma guarda compartilhada.
Terei que conviver com ele como "pai" do meu filho, até conseguir reverter essa
situação insana.
Aprisionada a L'Rell: Amores em Conyex
Sinopse:
O poderoso príncipe, L’Rell não imaginava que o seu pai fosse bárbaro o bastante
para matar a mulher que ele amava e obrigá-lo a se casar com uma desconhecida em
uma maldita aliança visando a evolução do seu povo.
Adolane tinha uma vida humilde e aprendeu desde nova a cuidar de si sozinha.
Esforçando-se para sobreviver em um mundo cruel, ela não estava preparada para o
pesadelo que recairia sobre ela quando foi arrancada do bar onde trabalhava e levada
para outro planeta.
Sinopse:
Mocinho? Não... eu fazia o tipo vilão, me divertia com o caos. A minha família
pensava que poderíamos viver o sonho americano, que todos os Vaughn tinham o
destino nobre de serem médicos, mas nunca me encaixei nessa palhaçada.
Foi aí que percebi que para me consertar, só alguém mais quebrado do que eu.
Os gêmeos e eu: Dupla Escolha
Sinopse:
Sinopse:
Thiago Bellucci é herdeiro da família mais poderosa da Itália e desde garoto aprendeu
a derramar sangue. Ele se tornou assassino da máfia, cruel, impiedoso e temido pelos
inimigos. Não havia motivos para que um homem como ele se envolvesse com mulher
alguma. Sem a obrigação de ter herdeiros, todas eram apenas passatempos.
Juliana Kouris era uma garota simples, que nasceu em uma ilha de pescadores. Com
uma vida pacata, nunca imaginou que seus caminhos se cruzariam com o de um
mafioso. Ela não conhecia esse mundo perigoso, mas uma decisão errada do seu pai
culminou no seu sequestro e fez com que descobrisse o lado mais cruel dos seres
humanos.
Thiago tinha uma missão: entrar, matar aqueles que haviam desafiado a sua família e
sair sem ser notado, mas ele se viu num antro de pecado onde mulheres eram vendidas
para quem pudesse pagar mais. Ele não é uma alma boa e não estava ali para fazer
qualquer ato de caridade. Quando o seu caminho se cruzou com o da jovem inocente,
ela era só uma ferramenta para os seus planos, mas seria o início do seu caos pessoal.
Quando Rosimeire ganhou uma viagem para Dubai, não previa se tornar alvo dos
desejos de um homem poderoso. Ela não queria se envolver com alguém de uma
cultura tão incompatível com a sua. Entretanto, o sheik não desistiria dela.
Hassan estava disposto a tudo para torná-la sua.
Comprada pelo bilionário Grego
Sinopse:
Pedro Katsaros era um sujeito simples, que se orgulhava da vida que levava e jamais
pediria qualquer favor ao homem que resgatou na praia, mas algo terrível aconteceu
com a sua única filha e ele não teve outra alternativa a não ser recorrer ao magnata
mais poderoso que conhecia.
Klaus não queria se envolver, preso com seus próprios fantasmas, não precisava
complicar a sua vida, mas não teve escolha. Dívidas como a que tinha com o pescador
precisavam ser pagas, principalmente quando o pobre foi assassinado pelos mesmos
criminosos que levaram a sua filha. Rhea se tornou sua responsabilidade e para trazê-
la de volta em segurança precisaria comprá-la.
A virgem que me pertence (Herdeiros da máfia Livro 3)
Sinopse:
Perla é filha de Marco Bellucci, o chefe da máfia italiana, e sempre soube que em
algum momento o pai escolheria um marido para ela. Só não previa que o desafio
pudesse ser ainda maior do que imaginava. Cresceu entre monstros, mas não estava
pronta para um ainda mais assustador.
Muito sangue foi derramado entre sicilianos e romanos na disputa pelo poder da
Itália e a união do casal não foi bem-vista por todos. Luca precisava estar pronto para
assumir a aliança e proteger Perla a qualquer custo, principalmente quando um bebê
está a caminho.
Alugada para o Natal
Sinopse:
Estava no auge da minha carreira, CEO de uma empresa em expansão tinha tudo o
que acreditava ser necessário para uma vida perfeita, mas a minha família discordava
disso. As cobranças para ter um relacionamento eram frequentes, mas sempre estive
mais preocupado com o meu trabalho e em curtir a vida do que em ter uma esposa.
Alugar uma mulher para o Natal parecia a solução dos meus problemas, mas
poderia acabar me forçando a rever meus conceitos.
Prometida para Killian: Alfas Gemini
Sinopse:
O poderoso alfa, Killian Moon, tinha uma obsessão na vida e isso fez com que, por
séculos, ele perseguisse uma lenda. O sexy, porém, mortal e perigoso líder de uma das
maiores e mais temidas alcateias, acreditava que se encontrasse uma Gemini seria
ainda mais forte.
Essa busca parecia inalcançável até que um lobo rechaçado e solitário apareceu
com uma proposta para que finalmente tomasse posse da sua ambição. Ela era tudo o
que Killian queria e ele aceitou o acordo, mas no momento de finalmente conseguir
sua recompensa, a garota fugiu.
Depois da morte dos pais, tudo o que Lara tinha era a irmã, pois foram aprisionadas
pelo tio e viveram uma década longe do mundo. Quando receberam a notícia de que
seriam entregues a pretendentes, elas se desesperaram com a possibilidade de serem
separadas, então decidiram fugir.
Killian estava disposto a tudo pela sua obsessão e faria o necessário para encontrá-
la. No entanto, quando ele finalmente a encontrou, deparou-se com uma garota
ingênua e indefesa que precisava da sua proteção.
Casamento arranjado com o rei: Família Real Fiori
Sinopse:
Sinopse:
Rico desde que nasci, cresci numa redoma, distante das pessoas comuns e
convivendo apenas com outros como eu. Herdeiro, prestes a assumir um império, era
tratado como tal. Entretanto havia algo em mim que me impulsionava a querer
conhecer uma versão do mundo onde as pessoas não me vissem como o futuro CEO
da Fontana Empreendimentos.
Aos prantos, Thaís entrou no carro depois de ter visto o ex-namorado a traindo.
Decidi levá-la para se distrair, mas a nossa noite acabou indo muito além de um
sanduiche e algumas risadas.
Então o meu pai ficou doente e eu precisei deixar de lado as distrações para
assumir a minha responsabilidade com todo o legado que ele estava deixando para
mim. Achei que nunca mais voltaria a ver a Thaís, mas a reencontrei um tempo depois
e descobri que estava grávida e eu era o pai do bebê. Mas, para ela, eu não passava de
um humilde motorista, então vi a oportunidade de construir uma relação que não fosse
fundamentada no meu dinheiro. Porém mentiras não duram para sempre. Em algum
momento eu teria que contar para ela quem eu era de verdade.
Meu bebê, minha redenção
Sinopse:
Badboy e bilionário, eu sou o rei do Texas! CEO e principal dono da Global Oils,
uma enorme petrolífera, sempre tive tudo o que quis e dinheiro suficiente para liquidar
qualquer empecilho. Beleza e charme também são umas das minhas qualidades, o que
fazia com que as mulheres se atirassem aos meus pés.
Prestes a iniciar a extração de uma nova jazida petrolífera, que me tornaria ainda
mais rico e poderoso, Olivia Garcia se tornou uma pedra no meu caminho. A
rancheira pobre se recusava a vender a propriedade para a minha empresa, mas ela iria
descobrir que dinheiro não era o meu único poder.
Disposto a tudo para conseguir o que eu queria, me passei por um cowboy, a seduzi
e a convenci a me dar o que queria.
O destino sempre esteve na minha mão, ou eu achava que era assim até uma
reunião de negócios em um restaurante me fazer reencontrá-la com um bebê nos
braços, que tinha os meus olhos azuis, mudando instantaneamente a minha noção de
amor...
Richard e a Sugar Baby: Amante Secreto
Sinopse:
Richard Lewis tem dinheiro, status e é dono de uma das maiores companhias de
tecnologia do Vale do Silício, mas ainda é solteiro.
O CEO da Genesis Technology teve uma adolescência complicada. Discriminado
pelos seus colegas de classe, se isolou, no entanto, sua inteligência fez com que
construísse um grande império. Mas um convite para uma reunião de ex-alunos o faria
reviver momentos ruins. Para compor a imagem de homem bem-sucedido, seu melhor
amigo contrata uma garota no site Sugar Baby para acompanhá-lo nessa festa.
Kimberly Adams é uma aluna dedicada e se esforça para ser a filha perfeita, pois quer
orgulhar o pai, que se doou ao máximo para cuidar dela. Determinada a se destacar na
faculdade, ela quer se ver longe de problemas, mas uma noite de loucura, proposta por
sua melhor amiga, pode mudar sua vida toda. Desafiada, Kimberly aceita se inscrever
em um site para se passar por sugar baby. Ela acreditava que seria apenas uma noite
na companhia de um homem mais velho, sem qualquer intimidade, mas apenas um
beijo será o suficiente para que ele fique em sua mente.
Eles não deveriam voltar a se ver, entretanto o que não esperavam era que na manhã
seguinte entrariam na mesma sala de aula, Richard como professor, um hobby que
cultiva há alguns anos, e ela, a aluna.
Eles são proibidos um para o outro, mas o amor não se importa com obstáculos...
Casados por Dever
Sinopse:
Há cinco anos, Jefferson Miller abandonou a sua família e a empresa para viajar pelo
mundo a bordo de um barco, em busca do próprio destino. Depois de tanto tempo
distante, ele retornou a São Francisco para o enterro do seu irmão mais velho, aquele a
quem era mais apegado. Porém não esperava que, além da multinacional do ramo
esportivo, Jonathan também deixasse uma esposa no testamento.
Para assumir a presidência da Athena, se tornar o CEO e trazer estabilidade para os
negócios diante do mercado, ele precisou cumprir o último pedido do irmão: casar por
meio de um contrato com sua viúva, uma mulher dez anos mais jovem que ele e que
só conheceu no funeral.
Clare tinha o emprego dos sonhos trabalhando como secretária do melhor amigo, à
frente de uma das maiores companhias esportivas do mundo, contudo um terrível
acidente mudaria sua vida para sempre. Jonathan jurou protegê-la e então decidiu
casar-se com ela, mas era um arranjo de fachada, que também o ajudaria a esconder
sua orientação sexual.
Virgem e viúva, não esperava viver um grande amor ao se ver enredada em um
segundo casamento de contrato, mas o que Clare e Jefferson não imaginavam é que
poderiam encontrar o seu porto seguro nos braços um do outro.
Sedução por Vingança
Sinopse:
Philip Carter é o poderoso CEO da Carter Atlantics, uma empresa multibilionária com
atuação no mundo todo. Rico, poderoso, frio e solitário, ele tem tudo aos seus pés,
mas nem sempre foi assim... Órfão, precisou conquistar tudo por seus próprios méritos
e não deixar que nada nem ninguém ficasse no seu caminho.
Vitória vive em um dos bairros mais pobres de Nova York, perdeu a mãe muito
jovem, a irmã mais nova foi tirada do seu convívio, além de ser obrigada a aturar o pai
alcoólatra, que a fez crescer acreditando que a culpa de todas as tragédias de sua vida
era do CEO da Carter Atlantics.
Com o objetivo de se vingar de Philip Carter, ela vai se tornar sua secretária e usar
todas as suas armas de sedução para descobrir o ponto fraco daquele homem que ela
acreditava ser o culpado de todas as mazelas da sua vida.
Philip não queria se envolver com a secretária onze anos mais nova, mas a
convivência, o desejo, as insinuações e toda a atração tornarão impossível conter seus
instintos. O que começa com um desejo por vingança pode mostrar a dois corações
feridos o que realmente é o amor.
Minha por Contrato
Sinopse:
Casar era algo que eu nunca tinha imaginado fazer. A vida de solteiro me
proporcionava muitos benefícios e eu usufruía muito bem de todos eles.
Nasci numa família influente, dona de uma companhia aérea, e sempre tive tudo,
mas a política me deu poder. Porém, sempre fui um homem muito ambicioso.
Eu queria mais, almejava a presidência do país.
Acreditava ser a melhor escolha, não apenas pelo meu ego, mas pelos meus feitos
políticos. Entretanto, muitos membros do partido pareciam discordar da minha
candidatura.
Não era o homem perfeito aos seus olhos, mesmo com todo o dinheiro e influência.
Eles preferiam outro candidato, alguém que prezasse pelos valores tradicionais, um
homem comprometido com a família.
Eu precisava ser casado.
Mas o dinheiro poderia solucionar tudo, sem que eu tivesse que mudar meu estilo
de vida. Um casamento por contrato era o que eu precisava.
Penélope é doze anos mais jovem do que eu, ingênua, pobre e facilmente moldável.
Ao meu lado, ela seria a decoração perfeita. Nunca teve nada e iria se comportar para
manter o mundo que oferecia a ela.
Eu controlaria tudo, como sempre controlei. Mas não poderia prever que ela seria
capaz de se infiltrar nas barreiras do meu coração.
O CEO Viúvo e a Babá Virgem
Sinopse:
Um viúvo envolto em sombras, uma jovem babá cheia de luz e um bebê que precisava
de amor e cuidado.
O CEO da Alliance Cars, Bernard Smith, já perdeu demais. Ele se enclausurou na sua
própria dor e afastou a todos. Viúvo, ele se dedicou a tudo o que mais importava na
vida: seu filho. Assombrado pelo passado, ele não estava disposto a seguir em frente e
a única pessoa que mantém por perto é a governanta, que cuidou dele desde menino.
Porém, após um AVC, seu único apoio não pôde mais ajudá-lo a cuidar do filho.
A jovem estudante, Júlia Oliveira, estava determinada a fazer o intercâmbio dos
sonhos na Inglaterra. Para isso, ela encontrou o emprego como babá em uma mansão,
com um dono recluso e um bebê fofo.
Ela não tinha vivido grandes romances, ainda era virgem, mas Bernard, apesar de
quinze anos mais velho, é o homem mais bonito que já tinha visto e chamava muito a
sua atenção. Embora a atração entre os dois seja inegável, um final feliz pode ser um
grande desafio para ambos, pois Bernard não acredita que merece uma segunda
chance...
Nick (Dinâmica Perfeita)
Sinopse:
Nick Rodrigues sempre foi o garoto problema, a ovelha negra. Contrariando tudo o
que os seus pais queriam, ele se tornou o guitarrista da banda Dinâmica Perfeita.
Porém, o roqueiro badboy, ao lado dos dois melhores amigos, encontrou o estrelato,
fez fama pelo mundo e conquistou tudo o que sempre quis, ou quase tudo...
A sintonia da banda está prestes a ser bagunçada, porque ele deseja exatamente o que
não deveria cobiçar: a irmã do melhor amigo, a caçula que o vocalista defenderia a
qualquer preço, inclusive com o fim da banda.
Gabriela sempre foi certinha demais e, ao contrário do irmão, é tudo aquilo que os
pais esperavam dela. Dedicada, amável, responsável e virgem, ela não queria
atrapalhar o maior sonho do irmão, mas será muito mais difícil não ser atraída pelo
caos em forma de roqueiro do que ela imaginava.
Bastiaan (Feitiço do Coração)
Sinopse:
Grosseiro, solitário, insensível e cruel Bastiaan Wass escolheu as trevas e servia bem
esse lado da magia. O bruxo do clã do sangue é dono de uma boate em Amsterdam,
que atrai pessoas do mundo todo pelos drinks que serve, verdadeiras poções, sua
vertente mágica favorita.
Bastiaan nunca se envolveu com nada nem com ninguém, diz coisas estúpidas e
cruéis, sem se importar com quem machuca. Ele jamais se aliaria à rainha da luz cuja
autoridade não reconhece, por isso terá seus poderes retirados até que aprenda a ser
bom, a amar. Contudo, ele já havia trancado seu coração e destruído a chave.
Blindara-se contra tais sentimentos e prometera, junto com seus amigos Áthila e
Thorent, jamais se apaixonar.
A magia era tudo o que o definia, e sem ela Bastiaan se vê perdido. Mas estaria ele
disposto a pagar o preço para tê-la de volta?
Agatha tinha uma vida pacata, com pais super protetores e um irmão mais novo.
Porém, uma viagem a Amsterdam mudará tudo. Perseguidores, que desconhece, irão
separá-la de sua família e ela encontrará abrigo em uma boate cujo dono é temido por
todos. Lá, irá descobrir que o mundo é muito mais do que ela imaginava e sua vida
mudará para sempre.
A Filha Virgem do Meu Melhor Amigo
Sinopse:
Sem laços familiares fortes, tudo o que ele tem de mais importante é a amizade de
décadas com o sócio. O que ele não esperava era que a filha do seu melhor amigo,
dezoito anos mais jovem, nutrisse sentimentos por ele, um amor proibido. ⠀
Guto vai lutar com todas as forças para não ceder à tentação. Dentre todas as mulheres
do mundo, Rosi deveria ser intocável; não era permitida para ele. Porém, às vezes é
difícil escapar de uma rasteira do desejo.
Vendida para Logan (Clube Secreto)
Sinopse:
ATENÇÃO! Essa história contém cenas impróprias para menores de dezoito anos.
Contém gatilhos, palavras de baixo calão e conduta inadequada de personagens.
Trevor e o Bebê Proibido (Dark Wings Livro 1)
Sinopse:
Diana era o motivo de orgulho para os seus pais adotivos. Esforçada, estudiosa,
cursava medicina, com um futuro muito promissor, mas um convite para visitar o
Inferno vai mudar tudo.
O Inferno era apenas um bar pertencente a um moto clube, ao menos era a imagem
que passava a quem não o frequentava. Porém, ele era uma porta para o submundo,
um lugar de renegados, como Trevor. Um dos irmãos que lidera o Dark Wings é a
própria escuridão, nascido das trevas e para as trevas, que acabará no caminho de
Diana, mudando a vida da jovem para sempre.
Uma virgem inocente que foi seduzida pelas trevas...
Uma noite nos braços do mal na sua forma mais sedutora, vai gerar uma criança
incomum e temida, além trazer à tona um passado que Diana desconhecia, e pessoas
dispostas a tudo para ferir seu bebê.
Um Milionário aos Meus Pés (Irmãos Clark Livro 0)
Sinopse:
Harrison Clark abriu uma concessionária de carros de luxo em Miami. Se tornou
milionário, figurando na lista dos homens mais ricos do Estados Unidos. O CEO da
Golden Motors possui mais do que carros de luxo ao seu dispor, tem mulheres e sexo
quando assim deseja. Porém, a única coisa que realmente amava, era o irmão gêmeo
arrancado dele em um terrível acidente.
Laura Vieira perdeu os pais quando ainda era muito jovem e foi morar com a avó, que
acabou sendo tirada dela também. Sozinha, ela se viu impulsionada a seguir seus
sonhos e partiu para a aventura mais insana e perigosa da sua vida: ir morar nos
Estados Unidos. No entanto, entrar ilegalmente é muito mais perigoso do que ela
imaginava e, para recomeçar, Laura viveu momentos de verdadeiro terror nas mãos de
coiotes.
Chegando em Miami, na companhia de uma amiga que fez durante a travessia, Laura
vai trabalhar em uma mansão como faxineira, e o destino fará com que ela cruze com
o milionário sedutor. Porém, Harrison vai descobrir que ela não é tão fácil de
conquistar quanto as demais mulheres com quem se envolveu. Antes de poder tirar a
virgindade dela, vai ter que entregar o seu coração.
Quando a brasileira, ilegal nos Estados Unidos, começa a viver um conto de fadas,
tudo pode acabar num piscar de olhos, pois nem todos torciam a favor da sua
felicidade.
Uma Virgem para o CEO (Irmãos Clark Livro 1)
Sinopse:
Angel Menezes é uma moça pacata e sonhadora que vive com a mãe em um bairro
de imigrantes. Trabalhando como auxiliar em um hospital, sonha em conseguir pagar,
um dia, a faculdade de medicina. As coisas na vida dela nunca foram fáceis. Seu pai
morreu quando ela ainda não tinha vindo ao mundo, e a mãe, uma imigrante
venezuelana, teve que criá-la sozinha. Porém, sempre puderam contar com uma amiga
brasileira da mãe, que teve um destino diferente ao se casar com um milionário.
Laura mudou de vida, mas nunca deixou para trás a amiga e faz de tudo para ajudar
a ela e a filha. Acredita que Angel, uma moça simples, virgem, e onze anos mais
jovem, é a melhor escolha para o seu filho arrogante e cafajeste, entretanto, tudo o que
está prestes a fazer é colocar uma ovelhinha ingênua na toca de um lobo.
Dean vai enxergar Angel como um desafio, ele quer mais uma mulher em sua cama
e provar que ela não é virgem. No jogo para seduzi-la, ganhará um coração
apaixonado que não está pronto para cuidar...
Será que o cafajeste dentro dele se redimirá ou ele só destruirá mais uma mulher?
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