Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ÍNDICE
Apostilas Domínio
1
Língua Portuguesa
SUMÁRIO
Apostilas Domínio
Língua Portuguesa
Ou seja, ao interpretar:
Caro(a) candidato(a), esta etapa do edital - Tomamos a informação do texto em
se trata da Língua Portuguesa concebida de determinado sentido;
maneira mais comum nos concursos - Explicamos a nós mesmos aquilo que
públicos. Ou seja, é a abordagem que acabamos de ler;
costuma aparecer em todos os concursos, - E traduzimos para nosso intelecto todas
nas questões a respeito da Língua as palavras que formam as informações do
Portuguesa, tendo em vista a gramática texto, realizamos a intelecção.
normativa e suas regras (valorizadas pela
variedade culta). Já compreender é o mesmo que
A linguagem verbal é a linguagem escrita, entender. Ou seja, quando interpretamos
por isso é necessário realizar o estudo de
um texto da maneira correta,
seu uso, tendo em mente as normas compreendemos e entendemos a mensagem
gramaticais, assim como as práticas da que nos transmite.
língua em relação à interpretação textual e Ter dificuldades em interpretar um texto
sua produção (no caso, reescrita de trechos pode gerar vários problemas, já que, todos
e textos). os dias, nos deparamos com diversos textos,
O material aqui apresentado tem em vista a seja em jornais, panfletos, nos estudos e,
Língua Portuguesa como costuma ser sobretudo, na internet. E nesse mundo
abordada em concursos públicos, virtual as falhas em interpretar um texto já
surprindo tudo aquilo que o edital requer. se tornaram uma piada, ou melhor, um
Por outro lado, pode ser interesante estudar meme. Duvida? Então dê uma olhada nos
esta apostila em conjunto com a apostila comentários de publicações em redes
de Língua Portuguesa - Conhecimentos sociais, especialmente aquelas que
Específicos (e vice-versa). São temas que envolvam algum tipo de notícia.
se complementam e o estudo em conjunto Em um concurso público saber
pode ser bastante benéfico, ajudando a interpretar é essencial, visto que há muitas
compreender melhor os assuntos questões desse tipo. A maioria delas irá
abordados. apresentar um texto e alternativas com
possíveis interpretações das ideias e
INTERPRETAÇÃO E informações apresentadas pelo autor.
COMPREENSÃO DE TEXTOS Apenas uma será a correta. Para isso, é
necessário confrontar as alternativas com o
Para interpretar e compreender um texto, texto em si e verificar se é aquilo mesmo
é preciso lê-lo. Sim, isso parece óbvio, mas que está sendo dito.
não se trata de qualquer leitura. Um texto só Existem vários tipos e gêneros de textos
pode ser compreendido a partir de uma que podem cair em perguntas de concursos
leitura atenta, com calma, analisando todas e é preciso estar preparado para todos.
as informações nele presentes. Geralmente há a informação de onde o texto
foi retirado, geralmente ao final. Assim,
1
Língua Portuguesa
caso não consiga identificar qual o tipo ou de tema (as ideias secundárias podem ser
gênero do texto, essa informação será de chamadas de subtemas).
grande ajuda.
O título também pode ajudar nesse Veja o parágrafo:
sentido, uma vez que pode apresentar o “A pandemia acelerou o pagamento de
tema ou assunto que será abordado ao longo compras com o celular, porque muita gente
do texto. optou pela modalidade sem contato para
É interessante ter essa noção, porém não evitar tocar em dinheiro. A Apple tem uma
é o conhecimento do gênero ou tipo que opção robusta de pagamentos eletrônicos há
será determinante para uma boa mais de cinco anos com seu software Wallet
interpretação. Todo texto apresenta alguma para iPhone, que permite que as pessoas
informação, que pode ser compreendida ao façam compras com cartão de crédito e
se realizar uma leitura atenta. carreguem documentos importantes como
Até mesmo as imagens trazem cartão de embarque e dados de saúde”.
informações, não precisam ser apenas (Disponível em: Como a atualização do iOS e do Android vai
mudar seu smartphone (msn.com). Adaptado.)
palavras. Tiras de jornais apresentam texto
e imagem. É comum trazerem conteúdo A ideia principal (ou central) está logo
bem-humorado ou de caráter crítico, com no início: A pandemia acelerou o
toque de ironia. pagamento de compras com o celular. E
Uma imagem sem qualquer texto pode logo após temos a secundária, uma
ser passível de interpretação. Caso seja a justificativa: porque muita gente optou pela
imagem de alguém sorridente, é possível modalidade sem contato para evitar tocar
inferir se tratar de alguma coisa boa. As em dinheiro.
propagandas fazem isso com frequência, O restante do parágrafo se desenvolve a
pois as empresas querem seus produtos partir da ideia principal, tendo alguma
associados a momentos felizes. Tipo o relação com pagamentos com o celular.
Natal, uma época festiva e em família, que Saber que a Apple tem uma opção
acabou sendo associado à Coca-Cola, robusta de pagamentos eletrônicos com seu
graças a muito marketing. software é uma informação até importante
Uma notícia de jornal ou um artigo de e que se relaciona com o tema. Porém, saber
opinião podem apresentar ideias que virão que esse aplicativo também possibilita
de encontro a nossas confecções e valores. carregar documentos importantes e dados
Às vezes o autor pode defender um de saúde é um dado irrelevante para a ideia
posicionamento com o qual não principal, já que não se relaciona com
concordamos. Entretanto, nosso pessoal pagamentos de compras com celular. Ao
não deve entrar em jogo. Interpretar um realizar a releitura de um texto é
texto é entender aquilo que está escrito, não interessante não perder tempo focando em
aquilo em que acreditamos. Sendo assim, informações de pouca relevância.
ao iniciar uma leitura, manter a neutralidade O título do texto apresenta uma ideia
é crucial. geral a respeito do tema principal que será
abordado por ele.
Tópico Frasal
Argumento
Um parágrafo é organizado a partir de O tópico frasal apresenta a ideia central.
uma ideia central e outras secundárias. O autor precisa defender essa ideia e, para
Quando o autor quer iniciar uma nova ideia, isso, se valerá da argumentação. Ele quer
ele inicia outro parágrafo. O tópico frasal convencer o leitor a comprar sua ideia.
normalmente inicia o parágrafo (é comum O autor pode recorrer ao argumento de
estar nos dois períodos iniciais) e nele está autoridade, quando faz uso de uma
contida a ideia principal, também chamada autoridade no assunto para defender sua
2
Língua Portuguesa
ideia, podendo ser uma pessoa importante, textos de outros autores. Pode ser feita por
ou uma instituição. meio:
Pode fazer uso do argumento histórico, - Da citação: é dizer, nas mesmas
remetendo sua ideia a fatos históricos que palavras, aquilo que outro autor disse. Seria
tenham sentido com o que está sendo uma citação direta.
exposto. - Da paráfrase: é dizer aquilo que outro
Também pode utilizar o argumento de autor disse, mas a partir das próprias
exemplificação, que é pegar um fato palavras. Seria uma citação indireta.
cotidiano para ilustrar sua ideia. É como as - Da alusão: é um tipo de referência
lições de moral, pegar pelo exemplo de vaga, indireta, com poucos detalhes que
outrem. indicam se tratar de uma referência a outro
Existe o argumento de comparação, autor. Geralmente, para “pegar” a alusão, é
que justamente compara elementos para dar preciso ter um conhecimento prévio.
força à argumentação. - Da paródia: uma paródia é uma
O argumento por apresentação de releitura de uma obra, texto, personagem ou
dados estatísticos pode ser muito útil, pois fato. Aparece de maneira cômica, com o
apresenta dados concretos para fortalecer o uso de deboche e ironia. O mais comum é
argumento. Se o argumento é sobre a se parodiar algo famoso, conhecido.
pobreza no Brasil, o número de pessoas que
vivem nessa situação pode fortalecer o Informações explícitas
argumento, mostrando que ele diz a Estão expostas no texto, com todas as
verdade, pois está de acordo com os dados. palavras. Ao ler, fica óbvia. Basta ler aquilo
Já o argumento por raciocínio lógico que o autor do texto diz para compreender
está pautado na relação de causa e efeito. É e interpretar a informação.
seguir uma lógica do tipo “se isso aconteceu
lá, acontecerá aqui também”. Informações implícitas
As conjunções e os advérbios são muito Para conseguir detectar as informações
utilizados nas argumentações. Por exemplo, implícitas, o leitor deve deduzir aquilo que
quando o autor desejar comparar algo, o autor quis dizer, mas não disse de maneira
poderá empregar tanto quanto. explícita. Trata-se de ler nas entrelinhas.
“O desemprego aumentou tanto quanto
a pobreza, ou seja, um tem relação com o Inferência
outro”. A inferência está relacionada a ideias
não explicitadas pelo autor. A questão de
Intertextualidade um concurso pode pedir, por exemplo, para
Os pesquisadores atuais dizem que todo analisar a partir do ponto de vista do autor.
texto apresenta intertextualidade, visto que Isso quer dizer que o candidato precisa
é quase impossível escrever um texto sem encontrar no texto aquilo que o autor disse,
qualquer tipo de referência. Afinal, quando literalmente e explicitamente. Quando
escrevemos um texto, buscamos referências questão apresentar enunciados do tipo
mentais de outros textos que já lemos. É conclui-se, infere-se, será preciso inferir, ou
preciso escrever uma notícia? Ah, então seja, fazer uma dedução a partir de uma
vou pensar em uma notícia que já li e tentar informação que não está explicita no texto.
escrever mais ou menos igual. Ou seja, tendo em vista tudo o que foi lido
no texto, o que será que o autor quis dizer?
Esses pesquisadores gostam de Mas é preciso que essa inferência tenha
complicar as coisas. Para simplificar, uma lógica, que esteja relacionada com o
vamos tomar a intertextualidade como uma texto.
referência mais explícita, quando o autor do De “Brasil está importando
texto, em sua escrita, faz referências a computadores moderníssimos” é possível
3
Língua Portuguesa
inferir que o Brasil não está produzindo Orações adjetivas. “Alunos que fizeram
computadores modernos em número silêncio foram premiados”. O que fizeram
suficiente, afinal, se a produção fosse silêncio indica que há alunos que não
suficiente, não haveria a necessidade de fizeram silêncio e que, provavelmente, não
importação. É possível inferir também que ganharam prêmio algum.
parte dos brasileiros está exigindo Palavras denotativas. “Até mesmo
computadores moderníssimos, pois é Gabriel conseguiu entregar a tempo”. O até
necessário haver demanda para importação. mesmo indica que havia poucas
Mas não é possível inferir que os expectativas em torno de Gabriel, e que
computadores importados são mais caros, outras pessoas conseguiram entregar a
pois o trecho não faz nenhuma menção a tempo.
preços; ser importado não torna o Sobre os subentendidos: A informação
computador necessariamente mais caro. subentendida depende do contexto é está
Aliás, o assunto nem é preço, não há lógica. ainda menos evidente. É preciso ler nas
Pensar que algo é mais caro por ser entrelinhas.
importado é ler sem manter a neutralidade. Vamos supor que, em uma tira, um
adulto, para um grupo de crianças, do que
Pressupostos e Subentendidos elas estão brincando. A resposta é “de
Os pressupostos e subentendidos estão governo”. O adulto adverte para que não
na área dos implícitos. Para “pegá-los”, é façam bagunça. Elas então respondem que
preciso ter um ponto, a partir de algo. não é preciso se preocupar, pois não vão
Sobre os pressupostos: Quando fazer absolutamente nada.
inferimos uma ideia de um texto, buscamos Dessa tira seria possível subentender que
aquilo que está pressuposto e subentendido, o governo não trabalha, pois quem não faz
isto é, aquilo que está implícito. O autor não nada também não trabalha. Se as crianças
vai transmitir uma ideia completa, com estão brincando de governo e não estão
todas as informações explícitas, todavia, a fazendo nada, então o governo nada faz,
partir de certas palavras e expressões é não faz seu trabalho.
possível inferir a ideia.
Quando é dito “José parou de jogar Contexto
futebol”, podemos pressupor que José Um texto é produzido em um
jogava futebol. determinado contexto. Por exemplo, um
É importante prestar atenção aos verbos. texto jornalístico é produzido na redação de
Por exemplo, se o autor disser “Os um jornal. Além disso, esse texto será
funcionários deixaram o emprego após o distribuído e lido em outros contextos. Da
pronunciamento do diretor”. O verbo deixar mesma forma um poema, seu contexto de
indica que, até antes do pronunciamento do produção e de recepção é outro.
diretor, os funcionários estavam Há também o contexto histórico. Um
trabalhando normalmente. texto antigo pode apresentar muitas
Os advérbios, do mesmo modo. referências que dizem respeito ao tempo em
“Mariana também deixou a festa cedo”. O que foi produzido. O contexto dos dias
também indica que mais pessoas além de atuais já pode ser bem diferente. Basta
Mariana deixaram a festa cedo. pensar em alguns textos antigos que
Os adjetivos. “Os profissionais apresentam costumes que não fazem
qualificados conseguem emprego com sentido hoje em dia. Não entender esse
maior facilidade”. O qualificados indica contexto pode prejudicar muito a
que há profissionais que não são compreensão do texto e levar a
qualificados e que esses talvez não interpretações errôneas.
consigam emprego com tanta facilidade Sem falar de certas palavras que podem
quanto os qualificados. deixar o leitor atual perdido. O
4
Língua Portuguesa
5
Língua Portuguesa
6
Língua Portuguesa
7
Língua Portuguesa
8
Língua Portuguesa
9
Língua Portuguesa
10
Língua Portuguesa
descrição, do ambiente de onde o fato a ser avistada na "Toca do Índio", praia que,
ocorreu, por exemplo. segundo ele, fica a aproximadamente três
quilômetros da Praia do Guaraú [por mar].
Texto Injuntivo O profissional também contou que
Esse tipo de texto é utilizado para passar socorristas chegaram a utilizar motos
instruções ao interlocutor, empregando aquáticas para procurar a vítima, mas não
verbos no imperativo para atingir seu adiantou.
objetivo. O autor escreve a informação se Soniel explica que os bombeiros
referindo a algo a ser feito ou a como deve costumam navegar quase 300 metros ao
ser feito. redor da área do desaparecimento. A
Esse tipo está mais presente nos gêneros distância, segundo ele, normalmente é
que: manual de instruções, receitas suficiente para localizar vítimas. No caso de
culinárias, bulas, regulamentos, editais, etc. Priscilla, porém a estratégia não funcionou.
Uma receita apresenta verbos no "Uma coisa bem fora do normal", lembra.
imperativo, para indicar o que deve ser A sobrevivente relatou que, depois de ter
feito, cada passo a ser tomado para se sido arrastada pelo mar para a segunda
chegar a um determinado fim de maneira região de pedras, ela conseguiu subir nas
correta. rochas e seguiu por uma trilha.
O sargento explicou que a trilha, apesar
Questões de poder ser utilizada, é pouco
movimentada e "difícil de andar". Além
01. (EMDUR - Técnico em Segurança disso, demonstrou surpresa pelo fato de a
do Trabalho - FAU/2022) esteticista não saber nadar e ter conseguido
Bombeiro que atuou na busca de se manter na água por horas numa região de
mulher dada como morta, mas que mar agitado.
apareceu viva horas depois revela: Fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-
regiao/noticia/2022/05/20/bombeiroque-atuou-na-busca-de-
'nunca vi algo semelhante'. mulher-dada-como-morta-mas-que-apareceu-vivahoras-depois-
revela-nunca-vi-algo-semelhante.ghtml (adaptado) Acesso em
20 de maio de 2022.
"Em 20 anos de profissão, nunca vi algo
semelhante", afirma o 3° sargento de Assinale a alternativa que apresente o
Polícia Militar Soniel, de 49 anos, que tipo textual predominante no texto:
atuou nas buscas pela esteticista Priscilla
Pereira da Silva, de 46, que ficou (A) Poesia.
desaparecida por quase 9h na última terça- (B) Narração.
feira (17) no mar em Peruíbe, no litoral de (C) Música.
São Paulo. Ela chegou a ser dada como (D) Notícia.
morta por familiares e amigos. Em (E) Argumentação.
entrevista exclusiva, o sargento do Corpo
de Bombeiros confessou que nunca havia 02. (MGS - Monitor Educacional -
vivenciado situação semelhante à que foi IBFC/2022) Muitos estudantes de Língua
protagonizada pela esteticista. Portuguesa acabam por confundir “tipos
Soniel conta que o grupo de salvamento, textuais” com “gêneros textuais”. Os tipos
formado por seis oficiais, começou o textuais também denominados tipos de
trabalho de buscas por volta das 8h, na Praia textos, caracterizam-se pelo seu conteúdo e
do Guaraú. A mulher, no entanto, foi pelo seu layout (formato). Já os gêneros
encontrada longe do mar, mais textuais são tipos relativamente estáveis de
precisamente na beira da estrada, por volta enunciados, os quais apresentam uma
das 16h. Foi uma colega confeiteira quem a função comunicativa baseada nas relações
resgatou. Segundo o sargento, durante os socioculturais e comunicativas. Sabendo-se
trabalhos de buscas, a sobrevivente chegou que há apenas cinco tipos textuais, assinale
11
Língua Portuguesa
a alternativa que não pode ser denominada compreensão, com linguagem simples e
de tipo textual. descontraída, poucos (ou nenhum)
(A) Texto narrativo. personagens, apresentando uma visão
(B) Texto descritivo. crítica a respeito de contextos e
(C) Texto dramático. circunstâncias, podendo conter humor
(D) Texto dissertativo. crítico, irônico e sarcástico, com uma linha
cronológica estabelecida.
Gabarito O principal objetivo da crônica é
01.B - 02.C provocar uma reflexão sobre o assunto que
ela aborda.
GÊNEROS TEXTUAIS A crônica pode ser descritiva, narrativa,
dissertativa, humorística, lírica, poética,
Conto narrativo-descritiva, jornalística, histórica,
Refere-se a uma narrativa breve e crônica-ensaio, ou filosófica.
fictícia. A sua especificidade não pode ser
fixada com exatidão, porque a diferença Diário
entre um conto extenso e uma novela é Trata-se de um tipo de texto pessoal em
difícil de determinar. que uma pessoa relata experiências, ideias,
Um conto apresenta um grupo reduzido opiniões, desejos, sentimentos,
de personagens e um argumento não acontecimentos e fatos do cotidiano. Ainda
demasiado complexo, uma vez que entre as que com a expansão da internet o diário
suas características aparece a economia de manuscrito tem sido pouco explorado,
recursos narrativos. muitas pessoas preferem produzir seus
Uma das características do conto é que textos com papel e caneta.
ele possui um enredo único, geralmente Na comunicação virtual, os blogs se
focando apenas em uma situação. E um assemelham aos diários uma vez que
conto também é simples de ser interpretado, muitos possuem as mesmas características
ao contrário de outros gêneros textuais. e, por isso, são comumente chamados de
Nele também as histórias costumam se “Diários Virtuais".
desenrolar em um espaço de tempo mais As principais características dos diários
curto. são:
De onde o espaço da ação ser limitado: o Relatos pessoais, verídicos, escritos em
conto pode transcorrer numa sala, num primeira pessoa e em ordem cronológica.
cômodo, etc. E quando as personagens se Têm caráter intimista e confidente,
deslocam, os lugares não apresentam, via geralmente em linguagem informal.
de regra, a mesma intensidade dramática.
Os pontos percorridos podem ser vários, Biografia
mas exclusivamente um conterá a tônica É a história de vida de uma pessoa. Este
dramática; os demais funcionam como vocábulo também pode ser usado em
paradas necessárias à preparação do drama sentido simbólico/figurado. Nesse caso, a
que deflagrará em certo local. Assim, a noção de biografia faz referência à história
unidade de ação gera a unidade de lugar. de vida em geral.
(Massaud Moisés, Dicionário de Termos Literários) Nos casos mais usuais, porém, uma
biografia é uma narração escrita que resume
Crônica os principais fatos na vida de uma pessoa.
Bastante presente em jornais, revistas, Também se dá o nome de biografia ao
portais de internet e blogs. Aborda aspectos género literário em que se
do cotidiano, questões comuns do dia a dia. inserem/enquadram estas narrações.
É um gênero situado entre o jornalismo Enquanto gênero literário, a biografia é
e a literatura. São textos curtos e de fácil narrativa e expositiva. É redigida na terceira
12
Língua Portuguesa
13
Língua Portuguesa
narrativa do cartum pode comportar uma geralmente ocorre com as tiras cômicas ou
cena apenas ou uma sequência de cenas. humorísticas e com historinhas didáticas),
ou pode ser um capítulo de uma história
Charge seriada (é o caso das tiras de aventuras, em
É um cartum cujo objetivo é a crítica geral).
humorística imediata de um fato ou
acontecimento específico, em geral de Questões
natureza política. O conhecimento prévio,
por parte do leitor, do assunto de uma 01. (Prefeitura de Costa Marques -
charge é, quase sempre, fator essencial para Professor de Língua Portuguesa –
sua compreensão. A charge usa, quase IBADE/2022)
sempre, os elementos da caricatura na sua
primeira acepção, coisa que nunca acontece MORRA BEM
com o cartum, onde os bonecos
representam um tipo de ser humano e não Um dos meus textos mais conhecidos
uma pessoa específica. chama-se A morte devagar, que publiquei
na véspera de Finados de 2000 e que logo
História em quadrinhos ganhou o mundo com o título Morre
Forma de narração, em sequência Lentamente. No início foi equivocadamente
dinâmica, de situações representadas por atribuído a Pablo Neruda, por isso o
meio de desenhos que constituem pequenas espalhamento e seu sucesso. Passado tanto
unidades gráficas sucessivas (quadrinhos) e tempo, já me devolveram a autoria e hoje
são geralmente integrados por textos esse texto virou canção na França e entrou
sintéticos e diretos apresentados no roteiro de um filme italiano – sem falar
em balões e legendas. nas traduções para o espanhol, que alguns
Desde o seu surgimento, a narrativa dos desconfiados ainda acreditam ser seu
quadrinhos experimenta permanente idioma de origem.
evolução. Em sintonia com as linguagens Na época, aproveitando a proximidade
do cinema e da televisão, experimentam-se do Dia dos Mortos, escrevi puxando as
novas concepções de montagem, de planos orelhas (não os pés) daqueles que morrem
e de enquadramentos. em vida: os que evitam o risco, a arte, a
Apresentam-se normalmente nas paixão, o mistério, as viagens, as perguntas
seguintes categorias: cômicos, infantis, de - apenas atravessam os dias respirando.
aventuras (faroeste, policial, ficção Hoje, dia de Finados, 17 anos depois,
científica etc.), sentimentais, biográficos, reitero: não morra lentamente. Morra
históricos, de lendas e contos, ou de rápido, de uma vez só, sem delongas. Morra
propaganda. São conhecidas nos países de quantas vezes for necessário.
língua inglesa pela expressão comics, por Quando fiz meu mapa astral, ouvi da
ter sido humorística a primeira função astróloga: “Você tem dificuldade de lidar
manifesta das HQ, um humor facilmente com ambivalências, gosta das coisas
acessível a todas as classes sociais e que esclarecidas, para o bem ou para o mal”. E
assegurou a sua difusão. ela concluiu: “Morrer é algo que você faz
bem. Ficar em banho-maria, não”.
Tira Sombrio? Soturno? Ao contrário.
Historieta ou fragmento de história em Entendi com clareza sobre o que ela falava.
quadrinhos, geralmente apresentada em Morte é a antessala da luz. Não a morte
uma única faixa horizontal, com três ou definitiva, que encerra o assunto, mas as
quatro quadros, para ser publicada em diversas mortes em vida, os vários
jornais ou revistas. Uma tira de HQ pode falecimentos a que somos submetidos. É
conter uma história curta e completa (como preciso morrer bem enquanto se vive.
14
Língua Portuguesa
15
Língua Portuguesa
16
Língua Portuguesa
17
Língua Portuguesa
Aditivas: e; nem; não só... mas também. Final: para que; a fim de que.
Eles não gostam de ler nem de estudar. Estacione para que consigamos
conversar direito.
Adversativas: mas; porém; contudo;
entretanto. Para fechar nossos estudos sobre os
Lia bastante livros, mas não entendia elementos de coesão, devemos retomar a
bem. questão dos tempos e modos verbais, uma
vez que o uso adequado do verbo garante a
Alternativas: ou... ou; ora... ora; quer... coesão entre os elementos do enunciado.
quer. Comecemos pelos tempos do modo
Ora quer mudar-se, ora quer ficar. indicativo:
Presente – apresenta os fatos não
Explicativas: porque; pois. concluídos, em que o tempo do enunciado
Preciso revisar o conteúdo, pois a prova coincide com o próprio momento da
será semana que vem. enunciação dos fatos.
- Moramos na rua das Acácias.
Conclusiva: logo; portanto; assim; - Esta palavra se escreve de outra forma.
então; por conseguinte.
O chão estava todo molhado, logo É, ainda, no tempo presente que se
choveu. expressam as verdades científicas.
- Cometas são corpos de luz própria.
Comparativa: como; tal qual.
Ela era sozinha como sua mãe. Pretérito perfeito – apresenta os fatos
concluídos, situando-os em um momento
Conformativa: conforme; segundo; anterior ao presente.
como. - Ele morou nesta rua.
Conforme estava escrito, não abrimos Ou em um momento anterior do futuro.
ontem. - Assim que você desembarcar, envie
mensagem para dizer se chegou bem.
Condicional: se; caso.
Se levantar cedo, conseguiremos bons Pretérito imperfeito – apresenta os fatos
lugares no ônibus. não concluídos, porém o ponto de
referência é o passado.
Concessiva: embora; não obstante. - Em 1956, ele partia daquela cidade em
Ela era linda, embora se julgasse feia. busca de novas aventuras.
18
Língua Portuguesa
19
Língua Portuguesa
20
Língua Portuguesa
ORTOGRAFIA km (quilômetro)
yd (jarda)
Alfabeto
A letra representa o som na escrita e o Uso do H
conjunto de letras de um sistema de escrita Em nossa língua, o h não representa
forma o alfabeto. nenhum som e é utilizado somente:
O alfabeto da Língua Portuguesa possui - No início de algumas palavras
26 letras: hoje; havia
abcdefghijklmnopqrstuvwx
yz - Ao final de interjeições:
ah! oh!
Ordem alfabética
A ordem alfabética serve para organizar - Em palavras compostas, quando o
palavras e nomes em geral em uma lista segundo elemento, que começa por h, se
alfabética, ou seja, numa sequência que se junta ao primeiro pelo uso do hífen:
inicia no primeiro e vai até o último. super-homem; pré-vestibular
Essa ordem deve seguir a ordem das
letras no alfabeto, ou seja, começa com a e - Em dígrafos ch, lh, nh:
vai até o z, na ordem em que as letras chove; malha; lenha
aparecem no alfabeto (a, b, c, d, e...).
Para organizar essa ordem alfabética, é Abreviação
preciso analisar se a palavra inicia com a Existem palavras longas e temos pouco
letra a, pois ele será o primeiro. Do tempo, pois vivemos de maneira acelerada.
contrário, passa-se à próxima letra, no caso, Então, para falar ou escrever mais rápidos,
b, e assim em diante. acabamos por abreviar certas palavras, para
Mas pode haver mais de uma palavra que acelerar as coisas. A abreviação ocorre de
se inicia com a letra a. Para saber qual vem uma maneira que não cause prejuízo à
primeiro, é só ver a próxima letra. A palavra compreensão da palavra. É comum
cuja segunda letra vier antes será o abreviarmos palavras de compostos greco-
primeiro. latinos, como:
Alberto vem primeiro que Amanda, pois fotografia (foto); automóvel (auto);
o l vem antes do m no alfabeto. Quando motocicleta (moto); quilograma (quilo).
houver letras repetidas, basta usar essa
mesma regra. Por exemplo, Fernanda vem Abreviatura
primeiro que Fernando, pois a diferença Representa uma palavra por meio de
está na última letra e o a aparece antes do o suas sílabas iniciais ou letras. É possível
no alfabeto. realizar uma abreviatura escrevendo a
primeira sílaba e a primeira letra + ponto
As letras a, e, i, o, u são vogais. As final abreviativo: núm. (número)
demais são consoantes. Em uma palavra cuja segunda sílaba seja
vogal, a abreviação se estende até a
Emprega-se as letras k, w e y em apenas consoante seguinte: biol. (biologia)
dois casos: O acento gráfico da primeira sílaba, se
- Ao transcrever nomes estrangeiros e houver, será preservado: fáb. (fábrica)
seus derivados: Caso a segunda sílaba se inicie por duas
Willian; Mary; kafkiano consoantes, estas devem ser preservadas:
gloss. (glossário)
- Quando abreviamos os símbolos de Há ainda os casos que não obedecem a
uso internacional: nenhuma regra em particular: Ltda.
kg (quilograma)
21
Língua Portuguesa
22
Língua Portuguesa
23
Língua Portuguesa
24
Língua Portuguesa
25
Língua Portuguesa
26
Língua Portuguesa
27
Língua Portuguesa
Ditongo: ocorre quando há uma vogal e Dígrafo: é o encontro de duas letras que,
uma semivogal em uma mesma sílaba. quando pronunciadas, emitem apenas um
Apenas i e u funcionam como semivogais, único som.
pois se junta a uma vogal para formar uma - Dígrafos consonantais: representam
sílaba. Quando a semivogal aparece antes sons consonantais.
da vogal, temos um ditongo crescente. lh, nh, ch, rr, ss, qu, gu, sc, sç, xc, xs.
Quando a vogal aparece antes da palha, manhã, chave, carro, isso,
semivogal, temos um ditongo decrescente. quente, guerra, consciente, cresça, excesso,
á-gua (crescente); pai (decrescente). exsudar.
O ditongo pode ser oral quando a vogal
for oral, mais aberta na pronúncia, ou pode - Dígrafos vocálicos: representam sons
ser nasal, quando a vogal possui pronúncia vocálicos.
anasalada, o som sai mais pelo nariz. am, an, em, en, im, in, om, on, um, un.
pai (oral); quan-do (nasal). também, tanto, tempo, tento, timbre,
tinto, pomba, tonto, algum, mundo.
Tritongo: ocorre com a junção de uma
semivogal + vogal + outra semivogal em Quando a sílaba termina com uma vogal,
uma mesma sílaba. Pode ser oral ou nasal. ela é chamada de aberta: ba-na-na.
em-xa-guei (oral); sa-guão (nasal). Quando termina com uma consoante, é
chamada de fechada: lar.
Hiato: é o encontro de duas vogais, mas
em sílabas diferentes. É possível classificar as palavras em
sa-ú-de (a e ú formam um hiato) relação ao número de sílabas que possuem.
- Monossílabas: possuem apenas uma
Encontro consonantal: é o encontro de sílaba.
duas ou mais consoantes em uma palavra. nó; pá; voz.
Pode acontecer na mesma sílaba, sendo
28
Língua Portuguesa
29
Língua Portuguesa
30
Língua Portuguesa
31
Língua Portuguesa
32
Língua Portuguesa
33
Língua Portuguesa
34
Língua Portuguesa
35
Língua Portuguesa
Caso o aumentativo ocorra com a ajuda O artigo pode ser indefinido: uma, um,
de um adjetivo como grande e semelhantes, umas, uns:
temos o aumentativo analítico: Uma coisa; Umas coisas; Um negócio;
Uma grande promoção; Uns negócios.
Inteligência enorme. - Encontrei-me com um padre. (nesta
afirmação, o artigo deixa o substantivo
O diminutivo indica que algo é menor, indefinido, já que esse tal padre pode ser
ou pode ser utilizado como forma qualquer um, não sendo especificado)
carinhosa. *Os artigos indefinidos podem
Assim como o aumentativo, pode ser transmitir uma ideia de imprecisão,
sintético: justamente por serem indefinidos.
inho: Marquinho
inha: casinha Além de flexionar em número, os artigos
ejo: vilarejo também flexionam em gênero e devem
estar de acordo com o gênero e número do
Pode também ser analítico, mas, neste substantivo:
caso, com o adjetivo pequeno e Masculino: no, nos, do, dos, ao, aos,
semelhantes: Você pode dar uma pequena num, nuns, pelo, pelos.
entrada e dividir o restante. Feminino: na, nas, da, das, à, às, numa,
numas, pela, pelas.
O substantivo possui algumas funções
sintáticas dentro de um texto: A função sintática do artigo é a de
Sujeito: O cachorro subiu no sofá. adjunto adnominal. Aparece junto ao
Predicativo do sujeito: Carla é substantivo, concordando em número e
professora. gênero.
Predicativo do objeto: A menina achou Além disso, o artigo pode substantivar
o moço bonito. certas classes de palavras, ou seja, faz com
Objeto direto: Eu decifrei o enigma. que certas palavras desempenhem papel de
Objeto indireto: Eu concordo com substantivo.
Maria. O dourado é muito mais bonito que o
Complemento nominal: Rita tem pavor prateado. (dourado e prateado são
de abelhas. adjetivos, mas, nesta frase, funcionam
Aposto: João, o pai, veio aqui. como substantivos, pois há o artigo o
Vocativo: Garçom, traga mais uma determinando-os)
rodada!
É empregado em locuções adjetivas: ADJETIVO
Estava com cólica de rim. (renal) É comum dizer que o adjetivo expressa
E em locuções adverbiais: Saiu de uma qualidade, mas dizer que alguém é
manhã. ruim não é bem uma qualidade. Sendo
36
Língua Portuguesa
37
Língua Portuguesa
38
Língua Portuguesa
39
Língua Portuguesa
40
Língua Portuguesa
Cujo e cuja têm o mesmo valor de do anos tem?; Quantas horas serão
qual, da qual e só pode aparecer antes de necessárias?.
um substantivo sem artigo:
O apresentador, cujo nome não me O interrogativo quem pode funcionar
recordo, foi demitido. (O apresentador, do como sujeito ou objeto indireto. Ou seja,
qual o nome não me recordo, foi demitido.) pode ter a função sintática de um
substantivo.
Quem só pode ser utilizado com pessoas Quem falou isso? (sujeito)
e uma preposição sempre o antecede: Quem produziu essa música? (objeto
Aquele moço, de quem meu pai nos direto)
falou, abriu uma empresa.
O interrogativo qual pode funcionar
Onde equivale a em que: como adjunto adnominal.
A cidade onde nasci é pequena. (A Qual carro é o seu?
cidade em que nasci é pequena.).
O interrogativo que pode funcionar com
Sintaticamente, no texto podem adjunto adnominal, com função adjetiva.
desempenhar a função de: Que conversa foi essa? (que tipo de)
Sujeito: Fábio, que é esperto, venceu na
vida. (Fábio venceu na vida / Fábio é O interrogativo quanto pode funcionar
esperto) como adjunto adnominal, acompanhando
Predicativo: Caio é o profissional, que um substantivo (como geralmente faz).
muitos respeitam. (Caio é o profissional / Quantos cachorros ela tem?
Muitos respeitam o profissional)
Complemento nominal: Ele tem medo Pronome indefinido: faz referência à 3ª
que os gatos arranhem. (Ele tem medo de pessoa, seja no singular ou plural. Não faz
gato / Os gatos arranham) referência a algo em específico, por isso o
Objeto direto: Rafael fez o curso, que indefinido. Indicam algo indeterminado,
Marcos indicou. (Rafael fez o curso / impreciso.
Marcos indicou o curso) Alguém em casa?
Objeto indireto: João falou sobre a Qualquer, cada, quem, ninguém, outro,
causa com a qual Rita simpatiza. (João algum, nenhum, muito são exemplos de
falou sobre a causa / Rita simpatiza com a pronomes indefinidos.
causa) Sintaticamente, no texto podem ter a
Adjunto adnominal: O rapaz cujo pai é função de um substantivo, caso
matemático quer ser literato. (O rapaz quer desempenhem a função de pronomes
ser literato / O pai do rapaz é matemático) substantivos.
Adjunto adverbial: Já visitei a cidade Alguém fez isso. (função de sujeito)
onde você vive. (Visitei a cidade / Você Caso exerçam a função de um pronome
vive em uma cidade) adjetivo, apresentaram a função sintática de
Agente da passiva: O quadro que um adjetivo.
Gabriela pintou ficou lindo. (O quadro é Cada pessoa pensa o que quiser.
lindo / O quadro foi pintado por Gabriela) (adjunto adnominal)
41
Língua Portuguesa
Cinco e cinco são dez. (veja que neste O emprego dos fracionários deve
caso os numerais funcionam como concordar com os cardinais quanto indicar
substantivos) número das partes:
Podem indicar também a quantidade de O despertador marcava dez e um quinto.
algo, acompanhando o substantivo:
Três pratos de trigo para três tigres Meio ou meia deve concordar em gênero
famintos. com aquilo que a quantidade da fração está
designando:
Flexiona em gênero os cardinais um e Estava a um passo e meio de distância.
dois, assim como as centenas a partir de Até às dez e meia da noite haverá tempo.
duzentos:
uma, duas; duzentos, duzentas. - Coletivo: indicam um conjunto de seres
ou coisas, dando o número exato: dezena,
Flexiona em número milhão, bilhão, década, dúzia, novena, centena, cento,
etc.: milhar, milheiro, par.
Dois trilhões.
Flexionam-se em número:
Ambos pode substituir os dois e flexiona centena, centenas; par, pares.
em gênero:
Ambos os técnicos se estranharam. Sintaticamente, em um texto o numeral
Foi perfurar uma orelha e acabou pode substituir um substantivo.
perfurando ambas. Sujeito: Dois é mais que um.
Predicativo do sujeito: O número da
- Ordinal: ordena, em uma série, uma sorte é treze.
sucessão de seres ou coisas: Objeto direto: Acertei duas respostas e
O piloto brasileiro foi o primeiro ela acertou cinco.
colocado no Grande Prêmio. Pode ter a função de adjunto adnominal
quando acompanhar o substantivo.
Podem flexionar em número e gênero: Dois funcionários chegaram tarde.
sexto, sexta; décimo, décima.
sextos, sextas; décimos, décimas. VERBO
Palavra que expressa ação, estado, fato
- Multiplicativo: indica o aumento ou fenômeno. O verbo é indispensável na
proporcional de uma quantidade: organização do período. Na oração, sua
Meu irmão tem o dobro da idade do meu função obrigatória é a de predicado.
primo. Pode flexionar em número e pessoa:
1ª pessoa (singular): Eu canto
Caso possua valor de substantivo, é 1ª pessoa (plural): Nós cantamos
invariável. Quanto apresenta valor de 2ª pessoa (singular): Tu cantas
adjetivo, pode flexionar em número e 2ª pessoa (plural): Vós cantais
gênero: 3ª pessoa (singular): Ele canta / Você
Tomou três doses duplas de whisky. canta
3ª pessoa (plural): Eles cantam / Vocês
Os multiplicativos dúplice, tríplice e etc. cantam
podem variar em número: *Veja que as pessoas correspondem aos
Formaram alianças tríplices. pronomes pessoais.
42
Língua Portuguesa
43
Língua Portuguesa
44
Língua Portuguesa
45
Língua Portuguesa
46
Língua Portuguesa
47
Língua Portuguesa
48
Língua Portuguesa
49
Língua Portuguesa
50
Língua Portuguesa
51
Língua Portuguesa
52
Língua Portuguesa
Questões “Atenção!”
“Silêncio!”
01. (TIBAGIPREV - Contador -
FAFIPA/2022) "[...] balconista e cliente Existem frases formadas por mais de
tentam, inutilmente, decifrar o nome de um uma palavra, podendo ou não conter um
medicamento na receita médica." verbo:
As palavras destacadas no trecho “Que droga!”
anterior são classificadas, no seu contexto “Pula a fogueira.!
de uso, respectivamente como:
(A) Advérbio, adjetivo e preposição. Quando as frases não possuem verbo, o
(B) Adjetivo, conjunção e substantivo. que indica se tratar de uma frase é a
(C) Substantivo, preposição e adjetivo. melodia, a pronúncia da frase.
(D) Adjetivo, conjunção e substantivo. As frases que não possuem verbo são as
(E) Substantivo, advérbio e adjetivo. frases nominais, as que possuem, as frases
verbais.
02. (Prefeitura de Viamão - Médico
Clínico Geral - FUNDATEC/2022) No Os tipos de frases são:
excerto “O conceito vem, ainda que Exclamativas: funcionam para
vagarosamente, ganhando destaque nas expressar uma emoção ou surpresa. O ponto
mídias sociais e em rodas de conversas e de exclamação marca esse tipo de frase, já
debates”, a locução conjuntiva sublinhada que são terminadas com ele.
exprime uma: “Que susto!”
(A) Conformidade.
(B) Causa. Interrogativas: funcionam para
(C) Condição. expressar uma pergunta ou dúvida. O ponto
(D) Concessão. de interrogação marca esse tipo de frase, já
(E) Comparação. que são terminadas com ele.
“Qual sabor?”
03. (Prefeitura de Arroio do Padre -
Técnico em Enfermagem - Declarativas: funcionam para expressar
OBJETIVA/2022) Na frase “Humanos uma declaração. O ponto final marca esse
queriam seus pets pintadinhos”, o verbo tipo de frase, já que são terminadas com ele.
sublinhado está no tempo: Podem ser afirmativas ou negativas.
(A) Presente. “Eu fiz isso”. (afirmativa)
(B) Pretérito perfeito. “Eu não fiz isso”. (negativa)
(C) Pretérito imperfeito.
(D) Futuro do presente. Imperativas: assim como as
exclamativas, são marcadas pelo ponto de
Gabarito exclamação. Funcionam para expressar
uma ordem, pedido ou conselho. Podem ser
01.E - 02.D - 03.C afirmativas ou negativas. O verbo vem no
imperativo.
ANÁLISE SINTÁTICA “Coma tudo!” (afirmativa)
“Não coma tudo!” (negativa)
Frase
São enunciações que apresentam sentido Oração é toda declaração que pode ser
completo. Utilizamos frases para expressar feita por meio de um verbo, evidente ou
pensamentos e sentimentos. oculto.
Existem frases formadas por apenas uma Uma frase pode conter uma ou mais
palavra: orações:
53
Língua Portuguesa
54
Língua Portuguesa
55
Língua Portuguesa
56
Língua Portuguesa
57
Língua Portuguesa
58
Língua Portuguesa
59
Língua Portuguesa
Não sei que prato vamos escolher? O que, quando empregado no sentido de
(indireta) conjunção subordinativa integrante,
Pronome relativo, quando retoma e inicia orações substantivas.
substitui um termo antecedente, para evitar A situação demonstra que a velha
sua repetição. Pode também unir duas política não tem fim.
orações e até mesmo introduzir uma oração
subordinada adjetiva. No sentido de subordinativa integrante
O prato que ele comeu é muito bom. consecutiva, apresenta a consequência de
Não disse / o que queria. algo expresso na outra oração. Além de unir
Falou do que foi servido. orações adverbiais, aparece precedida de
intensificador (tanto, tão, tal, etc.)
O que pode se equivaler à preposição de Fazia tanto calor que suava litros.
e, neste caso, seu uso ocorre no meio de
uma locução verbal. A subordinativa adverbial inicia as
Eu não tenho que aturar tudo o que tenho orações adverbiais. Pode ser comparativa
que aturar nesta casa. quando as orações estabelecem uma
comparação.
As interjeições exprimem algum tipo de Empenhava-se mais que o outro.
emoção, como espanto ou admiração. O
que pode funcionar como interjeição. A subordinativa adverbial pode ser
– Sim, os dois foram vistos juntos. concessiva, ou seja, há uma ideia de
– Quê! concessão entre as orações.
Que gritasse o mais alto, ele não se
O que pode modificar um adjetivo ou abalaria.
advérbio, intensificando-os. Por isso pode
apresentar a função de advérbio. A subordinativa adverbial pode ser
Que incrível é esse lugar! causal, ou seja, há uma ideia de causa e
consequência entre as orações.
As conjunções coordenativas iniciam as Irei à escola, que preciso estudar.
orações coordenadas e as conjunções
subordinativas, as orações subordinadas. O A subordinativa adverbial pode ser
que pode apresentar a função dessas final, ou seja, há uma ideia finalidade entre
conjunções. as orações.
No caso da conjunção coordenativa, Segurei-lhe o braço que não caísse.
ela pode ser aditiva, com o que, ao realizar
a união de duas orações coordenadas, O que pode funcionar como uma
exprimindo ideia de adição. Aparece entre partícula expletiva ou de realce. Essa
verbos repetidos. partícula não possui função sintática ou
Nossa, aquela sua amiga fala que fala! semântica, por isso sua retirada não
representa prejuízo. Seu uso acarreta
A conjunção coordenativa também intensidade àquilo que se pretende
pode ser explicativa. Neste caso, o sentido expressar.
estabelecido pela união de duas orações é o Quase que comprei por impulso.
de explicação. O comum é aparecer depois Os quietos é que são os piores. (há a
de um imperativo. possibilidade de utilizar também as
Trabalhem, que a vida não está fácil! (o expressões é que, será que, foi que).
que da explicativa pode ser substituído por
porque ou pois).
60
Língua Portuguesa
61
Língua Portuguesa
62
Língua Portuguesa
63
Língua Portuguesa
- Ao final de cada oração ou período que, I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e
ligados pelo sentido, representarem espaços comunitários, ressalvadas as restrições
legais;
desdobramentos de somente uma ideia II - opinião e expressão;
central (não desencadeando, portanto, III - crença e culto religioso;
mudança do teor do conjunto). IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; (...)
“Cálido, o estio abrasava. No esplendor (Estatuto da Criança e do Adolescente)
64
Língua Portuguesa
- Pode ser utilizado entre parênteses, ao - Para indicar uma ideia incompleta ao
final de uma pergunta intercalada: final de uma frase:
Ontem o Corinthians (alguém Mas é isso: as marcas na sala, a taça
duvidada?) perdeu mais um jogo. sobre a mesa... Fui tapeado!
65
Língua Portuguesa
Parênteses Asterisco
- Indicam, no texto, uma explicação ou - Remete a uma nota de rodapé, ou, nos
reflexão referente àquilo que se diz: dicionários, a um verbete.
E o meu irmão (aquele pestinha) - Esconde um nome próprio que não se
quebrou o vaso que estava sobre a mesa. quer mencionar:
O Sr. M* disse às pessoas...
- Indicam nota emocional, expressa
geralmente de maneira exclamativa, ou Questões
interrogativa:
Havia a escola, que era azul e tinha 01. (MPE/GO - Secretário Auxiliar -
Um mestre mau, de assustador pigarro... MPE/GO/2022) Assinale a frase escrita em
(Meu Deus! que é isto? que emoção a desconformidade com a norma-padrão da
minha língua portuguesa quanto ao emprego da
Quando estas coisas tão singelas narro?) vírgula.
(B. Lopes) (A) O presidente do procedimento
*Também é usada para indicar o autor de investigatório criminal declarará, a
uma frase ou citação, como no exemplo qualquer tempo, seu impedimento ou
acima. suspeição.
(B) Durante a tramitação da
Colchetes investigação, o interessado poderá arguir o
São usados para: impedimento ou a suspeição do presidente
- Na transcrição de textos alheios, do procedimento investigatório criminal.
indicar um acréscimo do autor, de caráter (C) A arguição de suspeição ou de
complementar e didático: impedimento será formalizada em peça
“A [palavra] do meio é a correta”. própria, acompanhada das respectivas
razões, e instruída com a prova do fato
- Em uma referência bibliográfica, para constitutivo alegado, sob pena de não
indicar uma informação que não está conhecimento.
presente na obra: (D) Recebida a arguição será autuada,
ALENCAR, José de. O Guarani. 2 ed. em apartado e apensada aos autos
Rio de Janeiro: B. L. Garnier Editor [1864]. principais.
66
Língua Portuguesa
67
Língua Portuguesa
68
Língua Portuguesa
Sou eu que faço isso. Somos nós que - O verbo ser fica no singular em
fazemos isso. expressões como é muito, é pouco, é mais
de, é tanto, é bastante que indicam um
- Caso ocorra o verbo ser + pronome preço, medida ou quantidade:
pessoal + quem, então o verbo concordará Hoje em dia cem reais é quase nada.
com o pronome pessoal ou ficará na 3ª
pessoa do singular: - Quando o verbo ser indicar data, hora
Sou eu quem começo a dança. Sou eu ou distância, deve concordar com o
quem começa a dança. predicativo:
São exatamente duas horas. Hoje são 20
- O verbo fica no plural quando os nomes de setembro.
próprios locativos ou intitulativos forem
precedidos de artigo no plural. Do - Quando temos a voz passiva sintética e
contrário, fica no singular: o pronome apassivador se, o verbo deve
Os Estados Unidos são uma potência concordar com o objeto direto aparente, que
mundial. é o sujeito paciente:
Minas Gerais é um estado brasileiro. Observavam-se luzes.
69
Língua Portuguesa
70
Língua Portuguesa
71
Língua Portuguesa
72
Língua Portuguesa
73
Língua Portuguesa
74
Língua Portuguesa
75
Língua Portuguesa
- Em orações com ordem inversa que Dirija-se ao balcão, e tudo lhe será
comecem com objeto direto ou predicativo: devolvido.
Fazem o que querem lá dentro; isso te
garanto. - Ao escrever, nunca inicie uma oração
com um pronome oblíquo átono:
- Quando o sujeito estiver anteposto ao Me fizeram de bobo. Não é o correto na
verbo com o numeral ambos ou pronomes norma culta
indefinidos: Fizeram-me de bobo. Esse é o correto.
Alguém lhe carregue daqui.
Questões
- Em orações alternativas:
- Só há duas opções: ou as pegue ou as 01. (PC/SP - Investigador de Polícia -
pego eu. VUNESP/2022) Assinale a alternativa em
que a posição do pronome destacado está
- Quando houver uma pausa antes do em conformidade com a norma-padrão de
advérbio ou locução adverbial, usa-se colocação pronominal.
ênclise: (A) Atualmente, ainda considera-se um
Desde cedo, notou-se sua grande marco histórico o domínio de técnicas de
genialidade. agricultura.
(B) Se conhecendo a natureza de nossos
- Em locuções verbais com o verbo ancestrais, será possível encontrar algumas
principal no gerúndio ou infinitivo, usa-se respostas.
ênclise: (C) Nossa forma de organização resume-
O policial veio interrogar-me. se ao que já era visto entre nossos ancestrais
coletores.
- Temos próclise com o verbo auxiliar (D) A psicologia evolutiva tem
quando temos: dedicado-se a desvendar a origem de
Uma palavra negativa: Ninguém o aspectos da nossa natureza.
questiona aqui. (E) Jamais soube-se o período de tempo
Advérbios ou pronomes de interrogação: em que os humanos sobreviveram da caça e
Que é que lhe podia ocorrer? da coleta.
Orações que comecem com palavras
exclamativas ou que denotem desejo: Ele 02. (Prefeitura de São Miguel do Oeste
nos há de ajudar! - Técnico Administrativo -
Orações subordinadas desenvolvidas, AMEOSC/2022) Marque a frase escrita
mesmo que a conjugação esteja oculta: com exemplo de próclise.
Então virei à esquerda, onde o sujeito me (A) Pense na riqueza do "Nosso
estava aguardando Planeta".
(B) O crescimento constante da
- Se não houver um elemento que atraia população e o consequente aumento do
a próclise, a ênclise pode ocorrer ao verbo consumo.
auxiliar: (C) A maioria dos seres vivos só se
Ia-me correndo atrás dele. utiliza daquilo que realmente precisa para
subsistir.
- O pronome átono não pode fazer (D) Mas uma espécie como a nossa,
ênclise ao verbo principal que estiver no capaz de realizações magníficas no campo
particípio. Nesse caso, o ocorre a próclise das artes, das ciências e da filosofia.
ou a ênclise com o verbo auxiliar:
Tenho-o visitado diariamente, nunca Gabarito
notou? 01.C - 02.C
76
Língua Portuguesa
77
Língua Portuguesa
78
Língua Portuguesa
79
Língua Portuguesa
80
Língua Portuguesa
/ e a esse fato as boas-vindas são dadas gramatica. O problema é que o verbo fazer
por nós, apenas houve uma alteração para a está conjugado de maneira errada. O correto
voz passiva, mas o sentido foi mantido. seria façam, para concordar com doadores
/ porque o país é enriquecido pela de sangue.
miscigenação, também na voz passiva, com
o sentido mantido. Alternativa B - Incorreta
(B) Na Fundação Hemopa, faça a
Vamos analisar outra questão: atualização do doador de sangue e de seus
dados.
(HEMOPA - Patologia Clínica - A atualização do doador de sangue não
IADES) Considerando a equivalência e deve ser feita, apenas a atualização dos
transformação de estruturas, assinale a dados do doador de sangue. O começa até
alternativa que reescreve a oração “Doador estava correto, pois a ação deve ser feita na
de sangue, faça a atualização de seus dados Fundação Hemopa.
na Fundação Hemopa.”, mantendo a
correção gramatical e o sentido da Alternativa C - Incorreta
informação. (C) Doador, faça a atualização de sangue
(A) Doadores de sangue, faça a e de seus dados na Fundação Hemopa.
atualização dos seus dados na Fundação O doador deve fazer apenas a
Hemopa. atualização dos seus dados, não a de
(B) Na Fundação Hemopa, faça a sangue. Aliás, há como atualizar o sangue?
atualização do doador de sangue e de seus
dados. Alternativa D - Incorreta
(C) Doador, faça a atualização de sangue (D) Faça a atualização do doador de
e de seus dados na Fundação Hemopa. sangue, dos seus dados, na Fundação
(D) Faça a atualização do doador de Hemopa.
sangue, dos seus dados, na Fundação É para ser feita apenas a atualização dos
Hemopa. dados do doador, e não a atualização do
(E) Na Fundação Hemopa, doador de doador em si.
sangue, faça a atualização dos seus dados.
Alternativa E - Correta
Texto original: (E) Na Fundação Hemopa, doador de
Doador de sangue, faça a atualização de sangue, faça a atualização dos seus dados.
seus dados na Fundação Hemopa. Na Fundação Hemopa, local correto.
/ doador de sangue, quem deve realizar a
Quem é o sujeito que deve fazer algo? O ação.
doador de sangue. / faça a atualização dos seus dados,
O que ele deve fazer? A atualização de aquilo que deve ser feito pelo doador de
seus dados. sangue na tal Fundação.
Onde ele deve fazer isso? Na Fundação
Hemopa. Além de tudo isso, é interessante ter em
mente a ordem dos termos, se é direta ou
Alternativa A - Incorreta indireta:
(A) Doadores de sangue, faça a
atualização dos seus dados na Fundação Ordem Direta
Hemopa. A estrutura da oração deve ser: Sujeito –
Se o plural tivesse sido utilizado Verbo – Complemento (que pode ser objeto
corretamente na frase toda, até poderia estar direto ou indireto) – Adjunto Adverbial.
correta, pois a estrutura e a equivalência O carteiro entregou a encomenda ontem
seriam mantidas, bem como a correção de manhã.
81
Língua Portuguesa
82
Língua Portuguesa
83
Língua Portuguesa
(PC/RJ - Inspetor de Polícia - FGV) Você pode modificar palavras por outras
Todas as frases abaixo foram reescritas na que sejam antônimas:
forma negativa, mantendo-se o sentido O homem era rico.
original; a forma adequada de reescritura O homem não era pobre.
está na frase:
(A) A empresa fracassou / A empresa Você pode substantivar um verbo:
não se desenvolveu; Trabalhará até que o problema se
(B) O time foi eliminado / O time não foi conclua
campeão; Trabalhará até a conclusão do problema.
(C) Essa atriz está envelhecendo / Essa *Ou fazer o inverso, trocar a
atriz não atua mais; substantivação pelo verbo.
(D) Proibiram-nos de sair do colégio /
Proibiram-nos que não entrássemos no Você pode mudar o tempo verbal:
colégio; Em 2002 o Brasil ganhou sua última
(E) Aquele filme me aborreceu / Aquele Copa.
filme não me agradou. Em 2002 o Brasil ganha sua última copa.
84
Língua Portuguesa
Vou tomar guaraná com goiabada para “Pais biológicos desistem de guarda e
sobremesa. STF reintera adoção”.
*Pode fazer o inverso. O correto seria reitera.
Você pode utilizar o tempo composto: “Atos contrários aos bons costumes
Eu fora um bom aluno quando criança. incindem na perda da adoção”.
Eu tinha sido um bom aluno quando O correto seria incidem.
criança.
“É fundamental analizar as motivações
Você pode trocar uma oração reduzida dos candidatos à adoção”.
por uma desenvolvida: O correto seria analisar.
É recomendável economizar energia.
É recomendável que todos Preste atenção às alternativas das
economizemos energia. questões. A frase reescrita corretamente
*Pode ser feito o oposto. deve seguir as normas gramaticais, bem
como respeitar a informação da frase
Você pode trocar conjunções de mesmo original, apesentando a mesma ideia,
valor: mesmo que com o uso de palavras
Fiz isso porque ela pediu. diferentes.
Fiz isso pois ela pediu.
Questão
Em “A medicina preventiva tem como
principal objetivo manter”, uma reescrita 01. (MPE/GO - Secretário Auxiliar -
possível seria MPE/GO/2022) “Platão alfinetou
“O principal propósito da medicina Diógenes, e este retorquiu com
preventiva é manter”. serenidade”
Houve uma transformação da voz ativa A frase acima manterá seu sentido
em voz passiva analítica, mantendo o básico caso se substituam os elementos
sentido original e a correção gramatical. sublinhados, respectivamente, por:
(A) redarguiu − correspondeu −
Em “O que diferencia um abusivo harmonia
loitering de uma apenas inocente ausência (B) provocou − replicou − tranquilidade
de movimento depende da interpretação do (C) recriminou − interpôs − dignidade
guarda.”, uma reescrita possível seria (D) perturbou − rebateu – animosidade
“A depender da interpretação do guarda,
se estabelece a distinção entre o abuso do Gabarito
loitering e a mera falta de movimento”.
A condição para a diferença entre um 01.B
loitering abusivo e uma inocente ausência
(ou falta) de movimento é a interpretação PARALELISMO SINTÁTICO E
do guarda. Ou seja, essa diferença depende SEMÂNTICO
da interpretação do guarda.
Por mais que um texto apresente uma
Também é possível reescrever frases boa escrita e boa estrutura, caso suas ideias
escritas de maneira incorreta, que não não estiverem bem dispostas, a coerência
seguem a norma culta, que estão incorretas pode ficar prejudicada.
gramaticalmente. O paralelismo nada mais é do que a
“O juiz julgou procedente a pretenção de organização de ideias similares dentro de
adoção requerida pela família”. um texto, fazendo correspondência entre si.
O correto seria pretensão.
85
Língua Portuguesa
86
Língua Portuguesa
87
Informática
SUMÁRIO
Apostilas
Domínio
Informática
1 2
PASQUETTI, L. L.; SAINZ, R. L.; NASCIMENTO, C. O. A utilização https://www.sinesp.org.br/images/14_-
das linguagens midiáticas na relação alunos e professores no ambiente _O_USO_DA_TECNOLOGIA_E_DA_LINGUAGEM_MIDIATICA_NA_
escolar. EDUCACAO_INFANTIL.pdf
1
Informática
formuladas por eles diante das múltiplas contínua sobre as condições de produções
linguagens expressivas, das experiências que são ofertadas a eles: quais recursos
que eles têm com os diversos recursos disponibilizamos? Como os organizamos?
tecnológicos e midiáticos. É importante Em quais tempos e
observamos qual a relação que bebês e espaços? Devemos ter clareza que esses
crianças já estabeleceram ou não com os espaços não devem estar apenas
computadores, câmeras digitais, circunscritos aos Laboratórios de
retroprojetores, tablets, celulares e como Informática, e os recursos não se encerram
esta experiência digital se torna parte do com o uso do computador, devendo integrar
processo de construção de conhecimento outros olhares, abordagens e recursos, a
por eles. partir do desenvolvimento de projetos
Nesse sentido, um caminho a considerar pautados em uma perspectiva de educação
seria disponibilizar diferentes recursos e pela descoberta e não pela instrução.
equipamentos, tais como, tablets, Portanto, não se trata apenas de autorizar
smartphones, câmeras digitais, microfones, ou negar o uso dos recursos tecnológicos e
gravadores, dentre outros, com os quais os midiáticos, ou ainda limitar seu tempo de
bebês e as crianças podem ter acesso a acesso e manuseio: trata-se de uma questão
aplicativos, objetos de aprendizagem e de mediação, de parceria nas descobertas
simulações que estejam em um contexto infantis, “ajudando a criança a elaborar seus
pedagógico. Tais situações precisam novos conhecimentos e experiências”
possibilitar uma postura investigativa, a (FORTUNA, 2014, p. 23).
partir da observação e das interações com Organizar experiências em que os bebês
situações que simulem ações do cotidiano, e as crianças, desde bem pequenas possam
com os quais bebês e crianças possam interagir com outras crianças e linguagens
observar, retratar, registrar e são fundamentais: “assim elas partilham e
expressar o mundo ao redor segundo seu constroem cultura, mas também se regulam
olhar e concepções. mutuamente em relação às tecnologias
Ao proporcionar estes recursos e digitais” (FORTUNA, 2014, p. 23).
equipamentos aos bebês e crianças é Trata-se de ampliar as possibilidades de
imprescindível que não sejam criação e expressão das crianças, para que
simplesmente apresentados, considerando- mergulhem nas diferentes gramáticas das
os como receptores passivos de mídias e linguagens tecnológicas e midiáticas e não
produtos digitais, mas que, acima de tudo, apenas no uso técnico de ferramentas.
utilizem estes equipamentos e recursos Experiências nas quais bebês e crianças
digitais de forma autônoma, sendo criados pintam desenhos prontos, brincam com
e proporcionados situações e contextos nos jogos carregados de estereótipos e sem
quais possam exercitar sua criatividade, sentido ou assistem a filmes e desenhos
senso de curiosidade e investigação, para com vistas ao silenciamento de seus corpos,
que possam, assim, ser autores e pouco contribuem para a formação de um
protagonistas de suas ações. cidadão crítico. Nesse sentido, educadoras
Dessa forma, considerar as ideias, e educadores devem despir-se de certezas,
sugestões, problemas e dúvidas dos bebês e aguçar o olhar para a investigação com as
das crianças possibilita a educadoras e crianças, o que se traduz na metáfora do
educadores planejar e proporcionar cada viajante, evocando um olhar de constante
vez mais novas e ricas experiências, estranhamento e maravilhamento diante das
revelando uma imagem de meninos e descobertas. É encantar-se com a lógica
meninas competentes e produtores de apresentada por Maria Eduarda (5 anos), ao
cultura, desde a primeira infância, nos desenhar a Cuca e dialogar com sua
diversos tempos e espaços das UEs. Para professora:
isso, é necessário um processo de reflexão
2
Informática
3
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/midias- educacao-infantil-contribuicoes-desafios-trabalho-pedagogico.htm
3
Informática
aliada nesse processo de interatividade. As universo infantil quanto ao uso dos recursos
novas tecnologias podem ampliar em muito midiáticos e tecnológicos, como televisão,
o acesso da criança a sua própria autonomia celular, rádio, e etc. Pois, como ser social e
de aprendizagem. Sobre essa perspectiva, integrado com o meio em que vivem, as
Belloni e Gomes (2008, p.717) afirmam crianças absorvem e apropriam-se dos mais
que variados conteúdos através desses recursos.
O uso da internet, televisão e vídeo na
A interação entre pares e com adultos, educação infantil também pode
em situações favoráveis e inovadoras proporcionar momentos de lazer e
de aprendizagem e com uso
pedagógico apropriado das aprendizagem. As cores dos desenhos
Tecnologias de Informação e animados e as músicas igualmente infantis,
Comunicação (TIC), pode levar as remetem a criança para o seu imaginário e
crianças a desenvolverem a ensina a refletir. Nessa possibilidade, a
comportamentos colaborativos e sala de aula ganha rumores tecnológicos e
autônomos de aprendizagem,
benéficos para o seu desenvolvimento as crianças ganham asas imaginárias.
intelectual e sócio afetivo. Contudo, o público infantil necessita de
atenção pedagógica especial quanto ao uso
Sendo assim, fica reconhecida a das tecnologias em sala de aula. Todos os
importância das mídias e dos recursos sujeitos da escola devem se envolver nessa
tecnológicos na educação, tendo em vista os tarefa de conhecer melhor as novas
benefícios que podem proporcionar e linguagens oriundas dos recursos
contribuir para o desenvolvimento da midiáticos para atuarem de forma adequada
criança integralmente. e enriquecedora para o processo de ensino e
aprendizagem do aluno. Em geral, os
A Educação Infantil no Contexto alunos da Educação Infantil, apesar de
Midiático compreenderem uma faixa-etária bastante
tenra e inicial da vida, já manuseiam com
No contexto educacional infantil, a muita destreza os aparelhos tecnológicos,
integração das mídias às práticas demonstrando habilidades digitais diversas,
pedagógicas tem sido fomentada pelas e adentram aos âmbitos escolares já
Diretrizes Curriculares Nacionais para a trazendo consigo as suas experiências
Educação Infantil, que compõem em sua vividas nos seus ambientes sociais de
proposta pedagógica curricular para a convívio. Nesse sentido, para melhor
Educação Infantil eixos norteadores como atender a esses alunos midiatizados da
brincadeiras e interações que garantem Educação Infantil, os sujeitos escolares e
experiências que “[...] possibilitem a mediadores precisam estar atentos em
utilização de gravadores, projetores, buscar aprender, se atualizar e se preparar
computadores, máquinas fotográficas, e para atuarem de forma mais adequada junto
outros recursos tecnológicos e midiáticos.” ao público infantil.
(BRASIL, 2010, p.27).
Essa visibilidade dada pela Secretaria de A educação escolar precisa
compreender e incorporar mais as
Educação Básica (SEB/MEC) ao cenário da novas linguagens, desvendar os seus
Educação Infantil quanto à necessidade da códigos, dominar as possibilidades de
abordagem das mídias e as tecnologias expressão e as possíveis
torna-se importante, tendo em vista que manipulações. É importante educar
atualmente o público infantil já se encontra para usos democráticos, mais
progressivos e participativos das
manipulando os aparelhos digitais já desde tecnologias, que facilitem a evolução
muito cedo. Essa iniciativa da SEB/MEC dos indivíduos. (MORAN, 2013,
sugere o reconhecimento da apropriação e p.53)
interação já existentes, em grande parte, no
4
Informática
5
Informática
6
Informática
4
https://lilianbacich.com/2018/08/09/etapas-de-apropriacao-das- tecnologias-digitais/
7
Informática
8
Informática
Sobre essa temática, é correto afirmar que uniforme, sem considerar a individualidade
(A) no que diz respeito ao currículo, não de cada pessoa5. Contudo, esse estilo de
há a possibilidade de haver concepções, ensino chamado grosseiramente de
visto que o currículo é definido unicamente “tradicional” já não faz sentido em um
como grade curricular ou divisão em mundo que tem as informações nas palmas
disciplinas. das mãos, com um ou dois toques.
(B) nas escolas onde há melhoria das A era digital mudou drasticamente a
condições para apropriação de tecnologia forma como nos relacionamos na sociedade
em sala de aula, seu uso é sempre superior e trouxe uma agilidade/facilidade nunca
ao esperado, visto que as concepções dos vista às inúmeras ações do cotidiano. Com
professores não influenciam suas práticas isso, abraçar a cultura digital no ensino é
pedagógicas. equiparar a escola às demandas e
(C) a pós-modernidade evidenciou a expectativas do século 21.
irrelevância de outros aspectos nos estudos Para tanto, toda a comunidade escolar —
de currículo, não havendo influência diretores, professores, funcionários,
portanto do multiculturalismo ou de estudantes e família ― precisa estar
questões culturais e de poder. preparada para quebrar velhos paradigmas
(D) o grande desafio da utilização das e assumir uma nova postura pedagógica, o
Tecnologias Digitais de Informação e que é conhecido como educação 4.0.
Comunicação para o ensino é que elas não
são compatíveis com o planejamento do Cultura Digital na Educação
processo educativo e nem com processos
pedagógicos, ficando necessariamente fora Desde que a internet se popularizou (em
do contexto educacional. meados de 1995 até cerca de 2010), os
(E) a concepção de ensino e recursos digitais eram utilizados como uma
aprendizagem revela-se na prática de sala ferramenta de apoio a mais à aula do
de aula e na forma como professores e professor. Nesse contexto, a metodologia
alunos utilizam os recursos tecnológicos de ensino continuava sendo analógica,
disponíveis - livro didático, giz e quadro, porém com algumas intervenções da
televisão ou computador. A presença desse tecnologia.
aparato tecnológico na sala de aula não Atualmente, a grande diferença no
garante mudanças na forma de ensinar e processo de ensino-aprendizagem pautado
aprender. pela tecnologia é que os recursos digitais
Gabarito devem ser efetivamente incorporados ao
01.Certo / 02.E currículo escolar como um meio de
desenvolvimento do projeto pedagógico.
Assim sendo, a cultura digital se refere
Compreensão dos usos das tecnologias e ao uso permanente dos recursos digitais
da cultura digital no cotidiano escolar. existentes e das linguagens associadas ao
que chamamos de mundo digital. A
comunicação passa a ser traduzida por meio
COMPREENSÃO DOS USOS DAS de diferentes formatos (como vídeos,
TECNOLOGIAS E DA CULTURA áudios e animações) e se estende ao uso de
DIGITAL NO COTIDIANO ESCOLAR aplicativos, redes sociais, bibliotecas
virtuais, portais on-line etc.
Ao longo de gerações, a educação nas Tudo isso para que o aprendizado se
escolas foi pautada por uma metodologia torne colaborativo, o estudante assuma o
pedagógica normalmente baseada na papel de protagonista na produção do
replicação de informações de maneira
5
https://escoladainteligencia.com.br/blog/cultura-digital/
9
Informática
6
https://blog.elevaplataforma.com.br/cultura-digital/
10
Informática
11
Informática
12
Informática
13
Informática
14
Informática
7
MILL, D.; VELOSO, B. G. Práticas Pedagógicas com Tecnologias Digitais: reflexões propositivas.
15
Informática
de informação e comunicação (TDIC), tais e/ou edição de áudio, imagem e vídeo são
como dispositivos robóticos (proprietários muito bem aceitas e estimulantes, podendo
ou livres), laboratórios fixos ou ambulantes, ser adotadas ferramentas simples e gratuitas
softwares de edição de imagens, vídeos, para edição de imagem, sons e vídeos
músicas e/ou textos, simuladores, captados por celulares (smartphones) ou
aplicativos de realidade aumentada e/ou câmeras fotográficas. Desta forma, as
realidade virtual etc. Enfim, existe hoje tecnologias digitais promovem o
uma infinidade de opções de ferramentas audiovisual como meio de aprendizagem
para diferentes formatos de propostas mão ativa para conteúdos curriculares diversos.
na massa. Por isso, é importante conhecer o
máximo de opções tecnológicas para adotar
aquelas mais adequadas à abordagem Ferramentas de Realidade Virtual e
pedagógica que se pretenda implementar. Realidade Aumentada
O que é a Realidade Virtual (RV) e a
Ferramentas de Audiovisual Realidade Aumentada (RA)? É necessário
Explorar atividades pedagógicas por esclarecer o que são e que uma difere da
meio de audiovisual sempre se mostrou ser outra, embora sejam temas diretamente
estratégia interessante porque motivam, associados e muitas vezes usados juntos, na
engajam e desenvolvem habilidades perspectiva da realidade misturada. Numa
técnicas, comunicacionais, interpessoais definição geral, podemos dizer que a
(como a coletividade e o trabalho em realidade virtual é uma tecnologia de
equipe), dentre outras. Assim, considerando interface entre o usuário e um sistema
as facilidades de criação, produção, edição operacional, com recursos ou dispositivos
e/ou acesso a materiais audiovisuais, esta (óculos, capacetes, headsets etc.) e efeitos
pode ser uma ótima possibilidade para visuais, sonoros e táteis, proporcionando a
propostas transdisciplinares, como sensação de presença em ambientes
pedagogia por projetos ou estratégias diferentes daquele em que o indivíduo se
pedagógicas coletivas similares. encontra. Por meio de um conjunto de
Basicamente, essa categoria de ferramentas dispositivos e tecnologias digitais, o
tecnológicas é composta de aplicativos de usuário imerge em realidades simuladas
captação e edição audiovisual (imagens, para desfrutar de sensações, experimentar
sons, músicas, vídeos etc.), produção e uso cenários e atividades muitas vezes
de videoaulas sobre conteúdos curriculares, incomuns no mundo físico.
cursos on-line etc. Por seu turno, a realidade aumentada é
A depender do tipo de uso do uma experiência que sobrepõe objetos
audiovisual no processo de ensino- virtuais ao ambiente real, proporcionando
aprendizagem, podemos agrupar as ao usuário a ilusão de que os objetos reais e
possibilidades tecnológicas ou ferramentas virtuais coexistem no mesmo espaço.
em três categorias: a) produção e/ou edição Assim, diferentemente da realidade virtual,
de audiovisual; b) uso de videoaulas a realidade aumentada pressupõe atenção e
próprias ou disponíveis na internet; e c) presença do usuário no mundo real,
adoção de cursos on-line como apoio ou enquanto expande as suas possibilidades
complemento aos conteúdos tratados em pelo povoamento do mundo real com
sala de aula. Cada categoria dessas guarda elementos imaginários virtuais. A RA
ricas possibilidades técnico-pedagógicas e busca desenvolver novas formas de
pode experienciar o mundo real, numa
ser adotada em situações específicas, de perspectiva distinta das mídias tradicionais,
modo complementar ou individualizado. como os livros, filmes e mesmo a RV.
Por exemplo, em propostas de Pela imersão (quase completa) nesses
aprendizagem com crianças, a produção ambientes simulados, a RV e a RA podem
16
Informática
ser exploradas com grande e ímpar riqueza elementos dos games em situação de não
também no contexto educacional. De um jogo. Isto é, o professor lança mão de
modo ou outro, podem ser explorados estratégias como recompensas, atividades
elementos virtuais para contribuir com a em grupo, ranqueamento baseado nas
aprendizagem e compreensão de elementos conquistas dos
da realidade do mundo físico, podendo alunos, dentre outros aspectos que
trazer benefícios ao ensino-aprendizagem estimulam a aprendizagem e o
pela maior interação e compreensão que engajamento. Ademais, salienta-se que são
cerca o usuário/educando. Na cultura vários os exemplos de games, tanto
digital, essas noções de RV e RA são educacionais como voltados ao
destaques, especialmente por seu potencial entretenimento, que podem ser profícuos a
alternativo ao real, pois tecnologias dessa diferentes áreas e disciplinas.
natureza costumam estimular o interesse de No âmbito dos games voltados ao
crianças e adolescentes, com grande entretenimento, mas que possuem
sucesso na representação de certa magia conteúdos que podem ser explorados pela
pela manipulação do real (físico, orgânico e educação, citam-se: Valiant Hearts, com
inorgânico), possibilitando maior temática da Primeira Guerra Mundial;
engajamento e interesse em projetos Minecraft, que traz conteúdos atinentes à
pedagógicos com diversos formatos e geologia e a outras áreas; Dreams, um
conteúdos curriculares. sistema de criação
de jogos em que se pode ensinar
Ferramentas de Jogos e Games programação, física, lógica e outros
Games são jogos eletrônicos que podem conteúdos; etc. Quando nos referimos a
ser jogados em televisões, computadores, games com finalidades educacionais, são
laptops, consoles (como Playstation, Xbox vastas as opções, tais como o site Racha
e Wii), smartphones e tablets. Segundo Cuca, que possui jogos para diferentes áreas
Alves (2018, p. 381), "o jogo digital é um do conhecimento; o Português Coruja, que
artefato cultural mediado por suportes ensina conteúdos da Língua Portuguesa; o
informáticos [...] que visam a atividades Mestre da Matemática, explorando
com fins de entretenimento ou outros, a conteúdos matemáticos; dentre outros.
exemplo dos jogos pedagógicos". Isso Enfim, são muitas as opções, e cabe ao
significa que nem todo jogo digital pode ser professor identificar as potencialidades e as
considerado como educacional. limitações, objetivando selecionar jogos
Existem, pois, games que são que estejam mais adequados à sua proposta
desenvolvidos com finalidades pedagógica.
precipuamente didáticas e educativas.
Outros, no entanto, circunscrevem-se aos Ferramentas em Nuvem
objetivos de entretenimento. De acordo Dados os avanços atinentes às
com Grübel e Bez (2006), os jogos com tecnologias digitais e à velocidade e
finalidades educativas podem facilitar o estabilidade de conexão da internet,
processo de ensino-aprendizagem, servindo existem, hoje, ferramentas para
como ótimo recurso didático ou estratégia armazenamento e produção de conteúdo na
para os educadores. nuvem. Quando nos referimos ao termo
São várias as teorias que procuram "nuvem", estamos tratando, em síntese, da
fundamentar a incorporação dos games ao utilização de recursos computacionais
processo de ensino e aprendizagem variados, como armazenamento e
(MATTAR, 2018, p. 275). Nesse sentido, aplicações para internet, que podem ser
um jogo pode ser utilizado à luz de acessados virtualmente de qualquer local,
propostas como a gamificação. desde que se possua um dispositivo
Esta que, por sua vez, se refere ao uso de conectado à rede mundial de computadores.
17
Informática
18
Informática
19
Informática
20
Informática
- Mão na massa (atividades práticas e – muitas delas gratuitas e de fácil acesso por
com significado): como um dos pilares da parte de professores e outros profissionais
aprendizagem ativa, a cultura mão na massa da educação. Contudo, antes de adotar
mostra-se essencial para a melhoria do qualquer recurso tecnológico no processo
ensino-aprendizagem, explorando de ensino-aprendizagem, é sempre
estratégias de "aprender fazendo" ou de essencial que o docente tenha um bom
"faça você mesmo" como forma de aliar embasamento teórico para respaldar a sua
teoria e prática. prática. A consciência crítica também é
- Protagonismo (estudante como fundamental, na medida em que permite
sujeito e autor da aprendizagem): como desvelar as potencialidades e limitações das
já argumentamos anteriormente, a base das tecnologias digitais, sem incorrer numa
metodologias ativas é o protagonismo do ingenuidade que atribua a elas toda a
estudante, sendo essencial incentivá-lo responsabilidade por garantir a qualidade
como sujeito e autor da própria da educação em geral.
aprendizagem, como corresponsável pela
aprendizagem e como centro do processo Questões
pedagógico.
- Coletividade (aprendizagem em 01. (Prefeitura de Pitangueiras/SP -
grupos, no contato com pares): as Professor Educação Básica II - Instituto
estratégias de aprendizagem ativa são Consulplan/2019) Conforme José
normalmente permeadas pela interação, Armando Valente (2017), um dos autores
pelo diálogo e pela colaboração entre pares, de “Metodologias ativas para uma educação
com colegas estudantes e com professores – inovadora”, as metodologias ativas são
o que ressalta a importância das atividades entendidas como práticas pedagógicas
em grupos, das oportunidades que o alternativas ao ensino tradicional. Elas
coletivo apresenta aos componentes da colocam o foco do processo de ensino e de
equipe, na socialização de informações e aprendizagem no aprendiz, envolvendo-o
experiências, no diálogo e na inteligência na aprendizagem por meio da:
coletiva. (A) Resolução de problemas.
(B) Educação por Paulo Freire
Esses aspectos devem ser considerados denominada “bancária”.
como intimamente inter-relacionados, (C) Transmissão de informações
senão interdependentes, e sempre numa centrada no professor.
perspectiva de superar limitações da (D) Observância a instruções lidas em
abordagem pedagógica do ensino manuais técnicos.
tradicional, costumeiramente mais voltada
ao conteúdo e ao professor como detentor e 02. (MGS - Pedagogia - IBFC) O uso
transmissor de conhecimentos aos das novas tecnologias na educação pode
estudantes, ouvintes e passivos. promover algumas mudanças na
Geralmente, eles podem ser trabalhados abordagem pedagógica tornando o processo
com base em propostas pedagógicas com de transmissão de conhecimento mais
diferentes configurações e contextos, com dinâmico e criativo. Diversas habilidades
todas as indicações (categorias e exemplos) podem ser praticadas no ensino escolar,
feitas. facilitando os tipos de comunicação e
Portanto, busca-se oferecer subsídios interação entre os professores e os alunos.
que possam despertar o interesse pelo uso Dessa forma, o uso das novas tecnologias
das TDIC de forma realmente significativa na escola pode:
e efetiva em sala de aula. I. Oportunizar ao professor diferentes
Consideramos que, atualmente, há uma formas e recursos de ensino e
infinidade de opções disponíveis na internet aprendizagem.
21
Informática
8
LIMA, M. F.; ARAÚJO, J. F. S. A utilização das tecnologias de processo de ensino-aprendizagem.
informação e comunicação como recurso didático-pedagógico no
22
Informática
23
Informática
24
Informática
isso acontece quando o mesmo é usado pelo aprender em conjunto ajuda a descobrir
aluno de forma responsável. novas relações e desafiar regras, agir com
Nessa sociedade em que muitos estão em improviso e pôr ao lado novos detalhes e
sintonia com as tecnologias, os professores outras atividades e deixando-as mais
têm em mente que a implantação da diferentes e inovadoras.
informática no ambiente escolar é As TIC oferecem aos alunos a
importantíssima, e colabora de modo geral construção de seus saberes diante da
para a composição de materiais midiáticos comunicabilidade e interligações com o
para auxiliar no processo de ensino- mundo de diversidade, o qual não existe
aprendizagem dos seus alunos. limitações sociais e culturais o que tornam
Diante disso, o computador passa a ser o conhecimento e as experiências uma
uma ferramenta na produção do constante. Seguindo esse entendimento,
conhecimento gerando inúmeras constata-se que as mídias digitais são
possibilidades para que os indivíduos geradoras de meios dinâmicos de ensino-
busquem suas idealizações, pois em uma aprendizagem, a importância de quando
visão geral do sistema educacional, bem usadas, possibilitando o fortalecimento
observa-se que o Brasil precisa muito e o desenvolvimento das práticas
melhorar e ampliar a capacitação dos pedagógicas modernas em todas as esferas
professores para que os mesmos estejam escolares. Na sociedade moderna em que
prontos para transmitir aos seus alunos estamos inseridos, em que a mão de obra
conhecimento e que as escolas de fato humana está ficando de lado e dando o lugar
estejam prontas e equipadas para oferecer às máquinas, pois cabe nesse momento ao
qualidade e oportunidade para todos. ser humano o dever de ser crítico e criativo,
Assim sendo, as tecnologias digitais são ter uma boa observação e excelentes ideias.
recursos tecnológicos que se incorporam É nessa era da informática que se torna
proporcionando uma comunicação indispensável que os indivíduos saibam e
diversificada modificando o sistema de consigam distinguir o que há de importante
ensino. E vem cooperando com um e fundamental.
diferencial muito produtivo, que melhora a É preciso deixar claro que as
interação entre professor e aluno, tecnológicas não podem se tornar uma
melhorando o modo de transmitir e ferramenta principal para o processo de
aprender. Tornando-se uma tecnologia ensino-aprendizagem, mas sim, um
utilizada para agregar, contribuir e dividir mecanismo que proporcione a mediação
informações, assim, as TIC auxiliam para entre aluno, professor e saberes escolares;
um melhor desenvolvimento quando usada com isso, são imprescindíveis que possa ser
em prol da educação, unindo-se aos superado a didática da pedagogia
métodos mais utilizados como giz, quadro, tradicional é, introduzindo o novo (a
livros e jogos lúdicos pedagógicos educação moderna com a transformação
abrilhantando ainda mais a aprendizagem. digital) ao velho (a educação tradicional
com livros, giz e quadro negro). Dessa
A Inclusão cas TIC na Sala de Aula no forma, entendemos que, a introdução das
Processo de Ensino-Aprendizagem TIC no espaço escolar, vai depender da
formação do professor em um
A inclusão das TIC em sala de aula entendimento que venha trazer um avanço
contribui de forma significativa no na maneira de pensar e rever os conceitos
desempenho do conhecimento do aluno para transformar o ensino em aulas
para que possa transformar a compreensão dinâmicas e desafiadoras com o auxílio das
quanto aos questionamentos e inovações no tecnologias.
processo de aprender em conjunto. Não Dentro desses argumentos observamos
podemos esquecer que o processo de que o professor atua como um mediador no
25
Informática
26
Informática
27
Informática
ensino aprendizagem e isso vêm gerando familiares, onde os jovens e crianças têm
mudanças na educação. acesso de forma fácil e fica à vontade ao
O ser humano se relaciona com seu utilizarem esses recursos.
meio, no qual está em constante desafio Para Moran, Masetto e Behrens (2013, p.
com a natureza, e se transforma 32):
continuamente com seu trabalho, gerando
um mundo de diferentes culturas. E ao A criança também é educada pela
unificar seu trabalho com a cultura ele passa mídia, principalmente pela televisão.
Aprende a informar-se, a conhecer -
a ser um ser tradicionalmente mergulhado os outros, o mundo, a si mesmo - a
nas contestações de “opressor-oprimidos”, sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo,
sobrevindo a partir disso a imposição de sua ouvindo, "tocando" as pessoas na tela,
suplantação diária (Freire, 2001). que lhe mostram como viver, ser feliz
Observamos diante desses argumentos e infeliz, amar e odiar. A relação com
a mídia eletrônica é prazerosa -
que apenas em um ponto de vista discursivo ninguém obriga - é feita por meio da
as TIC são capazes de atingir suas sedução, da emoção, da exploração
finalidades de uma intercomunicação sensorial, da narrativa - aprendemos
realmente libertadora; se usarmos de vendo as estórias dos outros e as
maneira correta e consciente sobre os estórias que os outros nos contam.
recursos e sua incumbência no meio
educativo. Do contrário, funde-se uma Por meio dessas tecnologias a escola
imaginação de democracia e de pode oferecer uma oportunidade de os
comunicação em uma real circunstância alunos poderem ter acesso aos sites
que é, sem dúvida, criada pelas mídias educacionais, com o auxílio do professor,
sociais e os proprietários da autoridade. com todas as variedades de informações
Assim, esperamos ter colaborado para necessárias para um bom aprendizado,
tornar cada dia maior à observação crítica interagindo com colegas por meio da
quanto à utilização das TIC em sala de aula tecnologia que até então não existia nas
transmitindo as reais necessidades de escolas.
indagar os meios tecnológicos não só como Na visão de Valente (1993, p. 115), o
um simples auxílio no processo de ensino- professor tem que está bem preparado para
aprendizagem ou meios que associam os poder desenvolver práticas educativas com
conjunto de valores, conhecimentos, base no uso dessas tecnologias de
habilidades e atitudes, mas sim como um comunicação e in formação, fazendo com
novo método de aprendizagem que que as crianças tenham um processo de
disponibiliza uma nova forma de desenvolvimento como também de
aprendizagem e rompe com a ideia de interação por meio de uma educação
modelo tradicional instituindo outra prática voltada para o progresso e também para o
comunicacional. mundo mais tecnológico e atrativo.
O professor deve desenvolver em suas
O uso das Tecnologias na Educação práticas educativas atividades mais
Infantil atrativas como também jogos e vários
outros recursos tecnológicos para que as
Nos últimos anos, as tecnologias tiveram crianças desenvolvam suas habilidades,
um grande aumento e com isso o mundo se conhecimentos e sua capacidade de
transformou e as pessoas também tiveram aprender, com base nessas novas
que se adaptarem a essas transformações e tecnologias.
com isso passaram a pensarem e agirem de Para se trabalhar com essas tecnologias
forma diferente, um novo estilo de viver. E dentro da Educação Infantil é necessário
essas transformações chegaram às certo planejamento sistematizado, mesmo
indústrias, às escolas e aos ambientes que para essas crianças seja somente uma
28
Informática
29
Informática
30
Informática
31
Informática
torna possível a realização de atividades IV. A integração das TICs aos processos
interativas. educacionais transcende as questões
(B) A inserção das TICs no cotidiano puramente técnicas para se situar no nível
escolar anima o desenvolvimento do da definição das grandes finalidades sociais
pensamento lógico, com interação entre da educação.
aluno e máquina, o que faz que o professor
seja o que soluciona os problemas técnicos. (A) Todas as alternativas estão corretas
(C) O papel da tecnologia no processo (B) Apenas a alternativa I está errada
ensino-aprendizagem subentende uma (C) Estão corretos os itens III e IV;
concepção do fazer mais rápido, sendo a (D) Nenhum item está correto
melhor ferramenta de aprendizado. (E) Estão corretas as alternativas II e III
(D) A inserção das TICs no cotidiano
escolar anima o desenvolvimento do Alternativas
pensamento técnico e a aprendizagem 01.A / 02.C
competitiva.
(E) O papel da tecnologia no processo
ensino-aprendizagem se dá como Letramento digital.
ferramenta pedagógica que tem como
fundamental mediador o computador.
LETRAMENTO DIGITAL
02. (Prefeitura de Aurora/CE - Nível
Superior Comum (Magistério) -
Os jovens da geração atual estão
Prefeitura de Aurora/CE) A mudança
acostumados a interagir com as inúmeras
cultural ocorrida neste século é cada vez
tecnologias digitais que estão à sua
mais abrangente, da vovó aos netinhos
disposição, uma vez que entram em contato
todos utilizam as tecnologias da
com essas ferramentas desde os primeiros
comunicação e informação (TICs) em seus
anos de vida9. Mas será que eles sabem
cotidianos privado e profissional. Com
utilizar esses recursos na construção da sua
relação ao uso das TICs na educação,
aprendizagem? É exatamente isso que o
assinale a alternativa CORRETA:
letramento digital propõe: garantir que os
I. Em um mundo interligado as pessoas
alunos tenham as habilidades necessárias
têm que ter acesso à internet, mas nas
para aproveitar os benefícios dos elementos
escolas, isso não é viável, posto que
digitais nos seus estudos.
interfere negativamente nos processos de
O uso da tecnologia por crianças e
ensino e de aprendizagem, dispersando os
adolescentes é frequentemente associado ao
alunos/as.
entretenimento e diversão, mas ela também
II. O ensino com tecnologia envolve
é uma poderosa aliada para potencializar o
quatro componentes principais: alunos,
aprendizado. Para tanto, é imprescindível
professores, conteúdos e ferramentas
que educadores e discentes aprendam a
tecnológicas, dentre esses, o que produz a
compreender o universo digital e lidar com
mediação do ensino, que é indispensável, é
o grande volume de informações que ele
o conteúdo extraído do currículo escolar.
oferece.
III. Os jovens precisam de currículos que
Se antes os alunos liam apenas os
lhes ajudem a avaliar os custos e as
conteúdos didáticos impressos em papel,
vantagens e a fazer escolhas sensatas sobre
hoje em dia as informações também estão
o papel que os novos meios de informação
disponíveis nas telas do computador,
exercem em suas vidas no trabalho, em casa
celular e tablet, podendo ser acessadas a
e em outros locais.
qualquer momento, inclusive, fora do
9
https://blog.elevaplataforma.com.br/o-que-e-letramento-digital-como- ele-funciona-e-qual-sua-importancia/
32
Informática
10
https://escolasdisruptivas.com.br/steam/letramento-digital/
33
Informática
34
Informática
35
Informática
ao contrário, implica que a elas se momentos do dia a dia das pessoas11. Nesse
acrescente o novo. (adaptado: MELO, José cenário, captar a atenção dos estudantes
M. TOSTA, Sandra P., in: Mídia e pode se tornar uma tarefa difícil. Por isso, é
Educação) essencial que o uso da tecnologia na
Nesse sentido, é imprescindível que educação seja uma realidade aliada ao
professores e alunos sejam: ensino.
(A) letrados digitais.
(B) criadores de conteúdos. Benefícios do Uso da Tecnologia na
(C) nativos digitais. Educação
(D) usuários competentes.
(E) receptores das tecnologias. Conforme mencionado, conseguir que as
crianças fiquem atentas ao conteúdo
02. (Prefeitura de Florianópolis/SC - ensinado em sala de aula não é fácil. Por
Professor - FEPESE/2019) Analise as isso, atualmente existem inúmeras
afirmativas abaixo. possibilidades dentro do campo da
1. O letramento digital é um requisito tecnologia que otimizam esse ensino.
para a inclusão digital.
2. O letramento digital é um requisito Possibilita Aulas Inovadoras e
para o exercício da cidadania. Atraentes
3. O letramento digital é substitutivo dos Tudo o que é novidade e permite
processos de ensino aprendizagem de interação gera naturalmente uma
alfabetização e letramento do ensino curiosidade por parte das pessoas. Imagine
tradicional. então que isso é ainda mais evidente quando
falamos de crianças! Com as diversas
Assinale a alternativa que indica todas as possibilidades atuais, fica muito mais fácil
afirmativas corretas. construir aulas divertidas e dinâmicas que
(A) É correta apenas a afirmativa 3. prendem a atenção dos pequenos.
(B) São corretas apenas as afirmativas 1
e 2. Melhora a Qualidade do Ensino
(C) São corretas apenas as afirmativas 1 Com a ajuda das tecnologias é possível
e 3. ir além e melhorar bastante a qualidade do
(D) São corretas apenas as afirmativas 2 ensino das crianças. A diversidade é
e 3. tamanha que tanto pais quanto educadores
(E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. podem explorar ao máximo o potencial das
ferramentas para entreter e auxiliar o
Alternativas aprendizado dos alunos, tornando-se peça
01.A / 02.B fundamental para o desenvolvimento deles.
36
Informática
37
Informática
38
Informática
39
Informática
40
Informática
41
Informática
Para que esses estudantes tenham seus cada componente curricular foram
direitos garantidos, reconhece-se a elaborados por Grupos de Trabalho (GTs)
necessidade de adequações didáticas e formados por professores, supervisores e
metodológicas que levem em consideração técnicos da Secretaria Municipal de
suas peculiaridades, documentos esses que Educação de São Paulo e das Diretorias
serão produzidos pela SME dialogando Pedagógicas (DIPEDs) das Diretorias
com o Currículo da Cidade. Regionais de Educação (DREs). Os GTs
O Currículo da Cidade estrutura-se com reuniram-se de março a junho de 2017 e
base em três conceitos orientadores: produziram a primeira versão do Currículo
Educação Integral: Tem como da Cidade. No mês de agosto essa versão foi
propósito essencial promover o colocada para consulta das equipes gestora
desenvolvimento integral dos estudantes, e docente, supervisores e formadores das
considerando as suas dimensões intelectual, DREs, no Sistema de Gestão Pedagógica
social, emocional, física e cultural. (SGP), totalizando mais de 9.000 leituras e
Equidade: Partimos do princípio de que mais de 2.550 contribuições que foram
todos os estudantes são sujeitos íntegros, analisadas pelas equipes técnicas do Núcleo
potentes, autônomos e, portanto, capazes de Técnico de Currículo (NTC) e Divisão de
aprender e desenvolver-se, contanto que Ensino Fundamental e Médio (DIEFEM).
os processos educativos a eles destinados Além disso, a primeira versão do
considerem suas características e seu documento foi encaminhada a leitores
contexto e tenham significado para suas críticos que também trouxeram
vidas. Assim sendo, buscamos fortalecer contribuições.
políticas de equidade, explicitando os Após a incorporação das contribuições
direitos de aprendizagem, garantindo as pelas equipes técnicas do NTC/DIEFEM, o
condições necessárias para que eles sejam documento tem sua versão finalizada, para
assegurados a cada criança e adolescente da ser implementado pelas escolas da Rede. As
Rede Municipal de Ensino, independente ações de implementação contarão com
da sua realidade socioeconômica, cultural, orientações didáticas, materiais curriculares
étnico-racial ou geográfica. e formação continuada.
Educação Inclusiva: Respeitar e Caso queira ter acesso à íntegra deste
valorizar a diversidade e a diferença, material, acessar o link abaixo:
reconhecendo o modo de ser, de pensar e de http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Porta
aprender de cada estudante, propiciando ls/1/Files/50630.pdf
desafios adequados às suas características
biopsicossociais, apostando nas suas
possibilidades de crescimento e orientando- Secretaria Municipal de Educação. O uso
da tecnologia e da linguagem midiática na
se por uma perspectiva de educação
Educação Infantil. São Paulo: SME/DOT,
inclusiva, plural e democrática. 2015.
42
Informática
43
Informática
44
Informática
12
https://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/instrucao-normativa- 2021#:~:text=Art.,da%20Rede%20Municipal%20de%20Ensino., visitado
secretaria-municipal-de-educacao-sme-52-de-10-de-dezembro-de- em: 12.09.2022.
45
Informática
- 20 notebooks;
- 01 Impressora 3D;
- 20 tablets;
- 04 kits de Robótica.
46
Legislação Específica: Federais e Municipais
SUMÁRIO
Apostilas
Domínio
Legislação Específica: Federais e Municipais
Lei Federal nº 12.796, de 04/04/2013 – Altera a Lei n.º 9.394/96, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais
da educação e dar outras providências. ................................................................ 71
Lei Federal nº 13.005 de 25/06/2014 - Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE
e dá outras providências. ...................................................................................... 74
Lei Federal nº 13.146, de 06/07/2015 – Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Cap IV. ........................ 75
Lei Federal nº 14.191 de 03/08/2021 - inclui o capítulo V-A, na Lei 9394/96, que
trata da Educação Bilíngue para Surdos. .............................................................. 77
Resolução CNE/CEB nº 1, de 28/05/2021 - Institui Diretrizes Operacionais para a
Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos ao seu alinhamento à Política
Nacional de Alfabetização (PNA) e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e
Educação de Jovens e Adultos à Distância. ......................................................... 79
Resolução CNE/CEB nº 4, de 13/07/2010 - Define Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para a Educação Básica. ............................................................................ 80
Resolução CNE/CEB nº 5, de 17/12/2009 - Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil ........................................................................................ 83
Resolução CNE/CEB nº 1, de 05/07/2000 - Estabelece as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. ................................................ 83
Resolução CNE/CEB nº 2/2001, de 11/09/2001 - Institui Diretrizes Nacionais para
a Educação Especial na Educação Básica. ........................................................... 84
Parecer CNE/CEB nº 2/2007, 31/01/2007 - Parecer quanto à abrangência das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. ................................. 86
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília:
MEC/SEESP, 2008. .............................................................................................. 88
Apostilas
Domínio
Legislação Específica: Federais e Municipais
Apostilas
Domínio
Legislação Específica: Federais e Municipais
1
Legislação Específica: Federais e Municipais
2
Legislação Específica: Federais e Municipais
XXVII - aos autores pertence o direito XXXV - a lei não excluirá da apreciação
exclusivo de utilização, publicação ou do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
reprodução de suas obras, transmissível direito;
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXXVI - a lei não prejudicará o direito
XXVIII - são assegurados, nos termos da adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
lei: julgada;
a) a proteção às participações XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de
individuais em obras coletivas e à exceção;
reprodução da imagem e voz humanas, XXXVIII - é reconhecida a instituição do
inclusive nas atividades desportivas; júri, com a organização que lhe der a lei,
b) o direito de fiscalização do assegurados:
aproveitamento econômico das obras que a) a plenitude de defesa;
criarem ou de que participarem aos b) o sigilo das votações;
criadores, aos intérpretes e às respectivas c) a soberania dos veredictos;
representações sindicais e associativas; d) a competência para o julgamento dos
XXIX - a lei assegurará aos autores de crimes dolosos contra a vida;
inventos industriais privilégio temporário XXXIX - não há crime sem lei anterior
para sua utilização, bem como proteção às que o defina, nem pena sem prévia
criações industriais, à propriedade das cominação legal;
marcas, aos nomes de empresas e a outros XL - a lei penal não retroagirá, salvo
signos distintivos, tendo em vista o para beneficiar o réu;
interesse social e o desenvolvimento XLI - a lei punirá qualquer
tecnológico e econômico do País; discriminação atentatória dos direitos e
XXX - é garantido o direito de herança; liberdades fundamentais;
XXXI - a sucessão de bens de XLII - a prática do racismo constitui
estrangeiros situados no País será crime inafiançável e imprescritível, sujeito
regulada pela lei brasileira em benefício do à pena de reclusão, nos termos da lei;
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre XLIII - a lei considerará crimes
que não lhes seja mais favorável a lei inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
pessoal do "de cujus"; anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito
XXXII - o Estado promoverá, na forma de entorpecentes e drogas afins, o
da lei, a defesa do consumidor; terrorismo e os definidos como crimes
XXXIII - todos têm direito a receber dos hediondos, por eles respondendo os
órgãos públicos informações de seu mandantes, os executores e os que,
interesse particular, ou de interesse podendo evitá-los, se
coletivo ou geral, que serão prestadas no omitirem; (Regulamento)
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, XLIV - constitui crime inafiançável e
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescritível a ação de grupos armados,
imprescindível à segurança da sociedade e civis ou militares, contra a ordem
do Estado; constitucional e o Estado Democrático;
XXXIV - são a todos assegurados, XLV - nenhuma pena passará da pessoa
independentemente do pagamento de taxas: do condenado, podendo a obrigação de
a) o direito de petição aos Poderes reparar o dano e a decretação do
Públicos em defesa de direitos ou contra perdimento de bens ser, nos termos da lei,
ilegalidade ou abuso de poder; estendidas aos sucessores e contra eles
b) a obtenção de certidões em executadas, até o limite do valor do
repartições públicas, para defesa de patrimônio transferido;
direitos e esclarecimento de situações de XLVI - a lei regulará a individualização
interesse pessoal; da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
3
Legislação Específica: Federais e Municipais
4
Legislação Específica: Federais e Municipais
5
Legislação Específica: Federais e Municipais
6
Legislação Específica: Federais e Municipais
7
Legislação Específica: Federais e Municipais
8
Legislação Específica: Federais e Municipais
9
Legislação Específica: Federais e Municipais
10
Legislação Específica: Federais e Municipais
11
Legislação Específica: Federais e Municipais
12
Legislação Específica: Federais e Municipais
13
Legislação Específica: Federais e Municipais
14
Legislação Específica: Federais e Municipais
(setenta e cinco) anos de idade, na forma de § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei
lei complementar; complementar do respectivo ente federativo
III - voluntariamente, desde que idade e tempo de contribuição
cumprido tempo mínimo de dez anos de diferenciados para aposentadoria de
efetivo exercício no serviço público e cinco servidores com deficiência, previamente
anos no cargo efetivo em que se dará a submetidos a avaliação biopsicossocial
aposentadoria, observadas as seguintes realizada por equipe multiprofissional e
condições: interdisciplinar. (Incluído pela
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de contribuição, se homem, e cinquenta e § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
cinco anos de idade e trinta de complementar do respectivo ente federativo
contribuição, se mulher; idade e tempo de contribuição
b) sessenta e cinco anos de idade, se diferenciados para aposentadoria de
homem, e sessenta anos de idade, se ocupantes do cargo de agente
mulher, com proventos proporcionais ao penitenciário, de agente socioeducativo ou
tempo de de policial dos órgãos de que tratam o
III - no âmbito da União, aos 62 inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII
(sessenta e dois) anos de idade, se mulher, do caput do art. 52 e os incisos I a IV do
e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, caput do art. 144. (Incluído pela
se homem, e, no âmbito dos Estados, do Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Distrito Federal e dos Municípios, na idade § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei
mínima estabelecida mediante emenda às complementar do respectivo ente federativo
respectivas Constituições e Leis Orgânicas, idade e tempo de contribuição
observados o tempo de contribuição e os diferenciados para aposentadoria de
demais requisitos estabelecidos em lei servidores cujas atividades sejam exercidas
complementar do respectivo ente com efetiva exposição a agentes químicos,
federativo. (Redação dada pela físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) associação desses agentes, vedada a
§ 2º Os proventos de aposentadoria não caracterização por categoria profissional
poderão ser inferiores ao valor mínimo a ou ocupação. (Incluído pela Emenda
que se refere o § 2º do art. 201 ou Constitucional nº 103, de 2019)
superiores ao limite máximo estabelecido § 5º Os ocupantes do cargo de professor
para o Regime Geral de Previdência terão idade mínima reduzida em 5 (cinco)
Social, observado o disposto nos §§ 14 a anos em relação às idades decorrentes da
16. (Redação dada pela Emenda aplicação do disposto no inciso III do § 1º,
Constitucional nº 103, de 2019) desde que comprovem tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na
§ 3º As regras para cálculo de proventos educação infantil e no ensino fundamental
de aposentadoria serão disciplinadas em e médio fixado em lei complementar do
lei do respectivo ente respectivo ente federativo. (Redação
federativo. (Redação dada pela dada pela Emenda Constitucional nº 103,
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de 2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou § 6º Ressalvadas as aposentadorias
critérios diferenciados para concessão de decorrentes dos cargos acumuláveis na
benefícios em regime próprio de forma desta Constituição, é vedada a
previdência social, ressalvado o disposto percepção de mais de uma aposentadoria à
nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e conta de regime próprio de previdência
5º. (Redação dada pela Emenda social, aplicando-se outras vedações,
Constitucional nº 103, de 2019) regras e condições para a acumulação de
benefícios previdenciários estabelecidas no
15
Legislação Específica: Federais e Municipais
16
Legislação Específica: Federais e Municipais
17
Legislação Específica: Federais e Municipais
18
Legislação Específica: Federais e Municipais
art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, terras áridas e cooperará com os pequenos
cabendo a lei estadual específica dispor e médios proprietários rurais para o
sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso estabelecimento, em suas glebas, de fontes
X, sendo as patentes dos oficiais conferidas de água e de pequena irrigação.
pelos respectivos governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Questões
Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios aplica-se o que for fixado em lei 01. (IPE Saúde - Analista de Gestão
específica do respectivo ente estatal. em Saúde - Administração –
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, FUNDATEC/2022) Conforme previsto na
do Distrito Federal e dos Territórios o Constituição Federal Brasileira de 1988, o
disposto no art. 37, inciso XVI, com servidor _______________ para cargo de
prevalência da atividade provimento ____________ em virtude de
militar. (Incluído pela Emenda concurso público adquire estabilidade após
Constitucional nº 101, de 2019) ______ anos de efetivo serviço. Ainda, para
a aquisição da estabilidade, tem-se a
SEÇÃO IV ______________ de avaliação especial de
DAS REGIÕES desempenho por comissão instituída para
essa finalidade.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a Assinale a alternativa que preenche,
União poderá articular sua ação em um correta e respectivamente, as lacunas do
mesmo complexo geoeconômico e social, trecho acima.
visando a seu desenvolvimento e à redução A - indicado – provisório – dois –
das desigualdades regionais. obrigatoriedade
§ 1º Lei complementar disporá sobre: B - nomeado – provisório – três –
I - as condições para integração de possibilidade
regiões em desenvolvimento; C - indicado – efetivo – dois –
II - a composição dos organismos possibilidade
regionais que executarão, na forma da lei, D - nomeado – efetivo – três –
os planos regionais, integrantes dos planos obrigatoriedade
nacionais de desenvolvimento econômico e E - nomeado – efetivo – dois –
social, aprovados juntamente com estes. obrigatoriedade
§ 2º Os incentivos regionais
compreenderão, além de outros, na forma 02. (Telebras - Técnico em Gestão de
da lei: Telecomunicações - CESPE-
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e CEBRASPE/2022) Com base na
outros itens de custos e preços de Constituição Federal de 1988, julgue o item
responsabilidade do Poder Público; que se segue, a respeito da organização dos
II - juros favorecidos para poderes e da organização do Estado.
financiamento de atividades prioritárias; Em que pese a estabilidade dos
III - isenções, reduções ou diferimento servidores e servidoras em efetivo exercício
temporário de tributos federais devidos por três anos após a nomeação para cargo de
pessoas físicas ou jurídicas; provimento efetivo em virtude da
IV - prioridade para o aproveitamento aprovação em concurso público, estes
econômico e social dos rios e das massas poderão perder o cargo em razão de
de água represadas ou represáveis nas sentença judicial transitada em julgado e
regiões de baixa renda, sujeitas a secas mediante processo administrativo que
periódicas. observe a ampla defesa.
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, ( ) Certo ( ) Errado
a União incentivará a recuperação de
19
Legislação Específica: Federais e Municipais
Art. 206. O ensino será ministrado com Art. 206. O ensino será ministrado com
base nos seguintes princípios: base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso I - igualdade de condições para o acesso
e permanência na escola; e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, II - liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e
o saber; o saber;
III - pluralismo de ideias e de III - pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas, e coexistência de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino; instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em IV - gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais; estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da V - valorização dos profissionais da
educação escolar, garantidos, na forma da educação escolar, garantidos, na forma da
lei, planos de carreira, com ingresso lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, aos das redes provas e títulos, aos das redes
públicas; públicas;
VI - gestão democrática do ensino VI - gestão democrática do ensino
público, na forma da lei; público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade. VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional VIII - piso salarial profissional nacional
para os profissionais da educação escolar para os profissionais da educação escolar
pública, nos termos de lei federal. pública, nos termos de lei federal.
20
Legislação Específica: Federais e Municipais
21
Legislação Específica: Federais e Municipais
22
Legislação Específica: Federais e Municipais
23
Legislação Específica: Federais e Municipais
24
Legislação Específica: Federais e Municipais
25
Legislação Específica: Federais e Municipais
01.D – 02.E
26
Legislação Específica: Federais e Municipais
27
Legislação Específica: Federais e Municipais
28
Legislação Específica: Federais e Municipais
29
Legislação Específica: Federais e Municipais
30
Legislação Específica: Federais e Municipais
31
Legislação Específica: Federais e Municipais
32
Legislação Específica: Federais e Municipais
33
Legislação Específica: Federais e Municipais
34
Legislação Específica: Federais e Municipais
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, fomento à capacitação dos adolescentes e
criar e educar os filhos menores, e os filhos jovens para inserção no mercado de
maiores têm o dever de ajudar e amparar trabalho; definição de políticas públicas que
os pais na velhice, carência ou assegurem a inclusão digital dos jovens,
enfermidade. promovendo acesso à diversas mídias
eletrônicas de forma a garantir igualdade de
Questões direitos e maiores possibilidades de
ascensão social.
01. (Prefeitura de Osasco/SP - Oficial E - aplicação de percentual dos recursos
de Escola – VUNESP/2021) Segundo a públicos destinados à saúde na assistência
Constituição Federal (1988), em seu art. ao idoso; elaboração de normas de
227, o Estado promoverá programas de construção dos logradouros e dos edifícios
assistência integral à saúde da criança, do de uso público e de fabricação de veículos
adolescente e do jovem, admitida a de transporte coletivo, a fim de garantir
participação de entidades não acesso adequado às pessoas portadoras de
governamentais, mediante políticas deficiência; programas de prevenção e
específicas e obedecendo, dentre outros, atendimento especializado à criança, ao
aos seguintes preceitos: adolescente e ao jovem dependente de
A - criação de projetos de ampliação e entorpecentes e drogas afins.
atendimento humanizado para as pessoas
carentes e com vulnerabilidade social, bem 02. (Prefeitura de Cananéia/SP -
como de integração familiar da criança e do Auxiliar Feminino da Casa da Criança e
adolescente portador de deficiência, do Adolescente – VUNESP/2020) A
mediante a capacitação para o trabalho e a Constituição Federal determina, em seu
convivência, e a facilitação do acesso ao artigo 227, que é dever da família, da
mercado de trabalho, com a eliminação de sociedade e do Estado assegurar à criança,
barreiras atitudinais e de todas as formas de ao adolescente e ao jovem, o direito à vida,
discriminação. à saúde, à alimentação, à educação, ao
B - elaboração de normas para assegurar lazer, à profissionalização, à cultura, à
o direito à proteção especial a crianças e dignidade, ao respeito, à liberdade e à
adolescentes como forma de reduzir toda convivência familiar e comunitária, além de
atitude de preconceito; incentivos fiscais e colocá- -los a salvo de toda forma de
subsídios, nos termos da lei, ao negligência, discriminação, exploração,
acolhimento, sob a forma de guarda, do violência, crueldade e opressão, com
idoso, órfão ou abandonado; obediência aos A - pleno respeito.
princípios de brevidade, excepcionalidade e B - amplo cuidado.
respeito à condição peculiar de pessoa em C - absoluta prioridade.
desenvolvimento. D - completo interesse.
C - criação de programas de prevenção e E - profunda convicção.
atendimento especializado para as pessoas
portadoras de deficiência física, sensorial Alternativas
ou mental, bem como de integração social
do adolescente e do jovem portador de 01.C - 02.C
deficiência, mediante o treinamento para o
trabalho e a convivência, e a facilitação do
acesso aos bens e serviços coletivos, com a
eliminação de obstáculos arquitetônicos e
de todas as formas de discriminação.
D - elaboração do estatuto da juventude,
destinado a regular os direitos dos jovens;
35
Legislação Específica: Federais e Municipais
II - progressiva extensão da
Lei Federal n.º 8.069, de 13/07/1990 – obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do médio;
Adolescente e dá outras providências. III - atendimento educacional
Artigos 53 a 59 e 136 a 137. especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de
ensino;
Capítulo IV IV – atendimento em creche e pré-escola
Do Direito à Educação, à Cultura, ao às crianças de zero a cinco anos de idade;
Esporte e ao Lazer (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
V - acesso aos níveis mais elevados do
Art. 53. A criança e o adolescente têm ensino, da pesquisa e da criação artística,
direito à educação, visando ao pleno segundo a capacidade de cada um;
desenvolvimento de sua pessoa, preparo VI - oferta de ensino noturno regular,
para o exercício da cidadania e qualificação adequado às condições do adolescente
para o trabalho, assegurando-se-lhes: trabalhador;
I - igualdade de condições para o acesso VII - atendimento no ensino
e permanência na escola; fundamental, através de programas
II - direito de ser respeitado por seus suplementares de material didático-escolar,
educadores; transporte, alimentação e assistência à
III - direito de contestar critérios saúde.
avaliativos, podendo recorrer às instâncias § 1º O acesso ao ensino obrigatório e
escolares superiores; gratuito é direito público subjetivo.
IV - direito de organização e § 2º O não oferecimento do ensino
participação em entidades estudantis; obrigatório pelo poder público ou sua oferta
V - acesso à escola pública e gratuita, irregular importa responsabilidade da
próxima de sua residência, garantindo-se autoridade competente.
vagas no mesmo estabelecimento a irmãos § 3º Compete ao poder público recensear
que frequentem a mesma etapa ou ciclo de os educandos no ensino fundamental, fazer-
ensino da educação básica. (Redação dada lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
pela Lei nº 13.845, de 2019) responsável, pela freqüência à escola.
Parágrafo único. É direito dos pais ou
responsáveis ter ciência do processo Art. 55. Os pais ou responsável têm a
pedagógico, bem como participar da obrigação de matricular seus filhos ou
definição das propostas educacionais. pupilos na rede regular de ensino.
36
Legislação Específica: Federais e Municipais
37
Legislação Específica: Federais e Municipais
38
Legislação Específica: Federais e Municipais
39
Legislação Específica: Federais e Municipais
dos indivíduos. (Incluído pela Lei nº criará formas alternativas de acesso aos
14.407, de 2022) diferentes níveis de ensino,
independentemente da escolarização
Art. 4º-A. É assegurado atendimento anterior.
educacional, durante o período de
internação, ao aluno da educação básica Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis
internado para tratamento de saúde em efetuar a matrícula das crianças na
regime hospitalar ou domiciliar por tempo educação básica a partir dos 4 (quatro) anos
prolongado, conforme dispuser o Poder de idade.
Público em regulamento, na esfera de sua
competência federativa. (Incluído Art. 7º O ensino é livre à iniciativa
pela Lei nº 13.716, de 2018). privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da
Art. 5º O acesso à educação básica educação nacional e do respectivo sistema
obrigatória é direito público subjetivo, de ensino;
podendo qualquer cidadão, grupo de II - autorização de funcionamento e
cidadãos, associação comunitária, avaliação de qualidade pelo Poder Público;
organização sindical, entidade de classe ou III - capacidade de autofinanciamento,
outra legalmente constituída e, ainda, o ressalvado o previsto no art. 213 da
Ministério Público, acionar o poder público Constituição Federal.
para exigi-lo.
§ 1º O poder público, na esfera de sua Art. 7º-A Ao aluno regularmente
competência federativa, deverá: matriculado em instituição de ensino
I - recensear anualmente as crianças e pública ou privada, de qualquer nível, é
adolescentes em idade escolar, bem como assegurado, no exercício da liberdade de
os jovens e adultos que não concluíram a consciência e de crença, o direito de,
educação básica; mediante prévio e motivado requerimento,
II - fazer-lhes a chamada pública; ausentar-se de prova ou de aula marcada
III - zelar, junto aos pais ou para dia em que, segundo os preceitos de
responsáveis, pela frequência à escola. sua religião, seja vedado o exercício de tais
§ 2º Em todas as esferas administrativas, atividades, devendo-se-lhe atribuir, a
o Poder Público assegurará em primeiro critério da instituição e sem custos para o
lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos aluno, uma das seguintes prestações
termos deste artigo, contemplando em alternativas, nos termos do inciso VIII do
seguida os demais níveis e modalidades de caput do art. 5º da Constituição Federal.
ensino, conforme as prioridades I - prova ou aula de reposição, conforme
constitucionais e legais. o caso, a ser realizada em data alternativa,
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no no turno de estudo do aluno ou em outro
caput deste artigo tem legitimidade para horário agendado com sua anuência
peticionar no Poder Judiciário, na hipótese expressa;
do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, II - trabalho escrito ou outra modalidade
sendo gratuita e de rito sumário a ação de atividade de pesquisa, com tema,
judicial correspondente. objetivo e data de entrega definidos pela
§ 4º Comprovada a negligência da instituição de ensino.
autoridade competente para garantir o § 1º A prestação alternativa deverá
oferecimento do ensino obrigatório, poderá observar os parâmetros curriculares e o
ela ser imputada por crime de plano de aula do dia da ausência do
responsabilidade. aluno.
§ 5º Para garantir o cumprimento da § 2º O cumprimento das formas de
obrigatoriedade de ensino, o Poder Público prestação alternativa de que trata este artigo
40
Legislação Específica: Federais e Municipais
41
Legislação Específica: Federais e Municipais
42
Legislação Específica: Federais e Municipais
43
Legislação Específica: Federais e Municipais
III - (Revogado pela Lei nº 13.868, de situados no País e no exterior, tendo como
2019) base as normas curriculares gerais.
IV - (Revogado pela Lei nº 13.868, de § 2º O calendário escolar deverá
2019) adequar-se às peculiaridades locais,
inclusive climáticas e econômicas, a
TÍTULO V critério do respectivo sistema de ensino,
Dos Níveis e das Modalidades de sem com isso reduzir o número de horas
Educação e Ensino letivas previsto nesta Lei.
CAPÍTULO I
Da Composição dos Níveis Escolares Art. 24. A educação básica, nos níveis
fundamental e médio, será organizada de
Art. 21. A educação escolar compõe-se acordo com as seguintes regras comuns:
de: I - a carga horária mínima anual será de
I - educação básica, formada pela oitocentas horas para o ensino fundamental
educação infantil, ensino fundamental e e para o ensino médio, distribuídas por um
ensino médio; mínimo de duzentos dias de efetivo
II - educação superior. trabalho escolar, excluído o tempo
reservado aos exames finais, quando
CAPÍTULO II houver;
DA EDUCAÇÃO BÁSICA II - a classificação em qualquer série ou
Seção I etapa, exceto a primeira do ensino
Das Disposições Gerais fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que
Art. 22. A educação básica tem por cursaram, com aproveitamento, a série ou
finalidades desenvolver o educando, fase anterior, na própria escola;
assegurar-lhe a formação comum b) por transferência, para candidatos
indispensável para o exercício da cidadania procedentes de outras escolas;
e fornecer-lhe meios para progredir no c) independentemente de escolarização
trabalho e em estudos posteriores. anterior, mediante avaliação feita pela
Parágrafo único. São objetivos escola, que defina o grau de
precípuos da educação básica a desenvolvimento e experiência do
alfabetização plena e a formação de candidato e permita sua inscrição na série
leitores, como requisitos essenciais para o ou etapa adequada, conforme
cumprimento das finalidades constantes do regulamentação do respectivo sistema de
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº ensino;
14.407, de 2022) III - nos estabelecimentos que adotam a
progressão regular por série, o regimento
Art. 23. A educação básica poderá escolar pode admitir formas de progressão
organizar-se em séries anuais, períodos parcial, desde que preservada a sequência
semestrais, ciclos, alternância regular de do currículo, observadas as normas do
períodos de estudos, grupos não-seriados, respectivo sistema de ensino;
com base na idade, na competência e em IV - poderão organizar-se classes, ou
outros critérios, ou por forma diversa de turmas, com alunos de séries distintas, com
organização, sempre que o interesse do níveis equivalentes de adiantamento na
processo de aprendizagem assim o matéria, para o ensino de línguas
recomendar. estrangeiras, artes, ou outros componentes
§ 1º A escola poderá reclassificar os curriculares;
alunos, inclusive quando se tratar de V - a verificação do rendimento escolar
transferências entre estabelecimentos observará os seguintes critérios:
44
Legislação Específica: Federais e Municipais
45
Legislação Específica: Federais e Municipais
46
Legislação Específica: Federais e Municipais
47
Legislação Específica: Federais e Municipais
48
Legislação Específica: Federais e Municipais
49
Legislação Específica: Federais e Municipais
50
Legislação Específica: Federais e Municipais
51
Legislação Específica: Federais e Municipais
52
Legislação Específica: Federais e Municipais
53
Legislação Específica: Federais e Municipais
54
Legislação Específica: Federais e Municipais
55
Legislação Específica: Federais e Municipais
56
Legislação Específica: Federais e Municipais
57
Legislação Específica: Federais e Municipais
58
Legislação Específica: Federais e Municipais
59
Legislação Específica: Federais e Municipais
60
Legislação Específica: Federais e Municipais
61
Legislação Específica: Federais e Municipais
62
Legislação Específica: Federais e Municipais
responsável pela educação, observados os fora dos sistemas de ensino, que não vise,
seguintes prazos: precipuamente, ao aprimoramento de sua
I - recursos arrecadados do primeiro ao qualidade ou à sua expansão;
décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia; II - subvenção a instituições públicas ou
II - recursos arrecadados do décimo privadas de caráter assistencial, desportivo
primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o ou cultural;
trigésimo dia; III - formação de quadros especiais para
III - recursos arrecadados do vigésimo a administração pública, sejam militares ou
primeiro dia ao final de cada mês, até o civis, inclusive diplomáticos;
décimo dia do mês subsequente. IV - programas suplementares de
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os alimentação, assistência médico-
recursos a correção monetária e à odontológica, farmacêutica e psicológica, e
responsabilização civil e criminal das outras formas de assistência social;
autoridades competentes. V - obras de infraestrutura, ainda que
realizadas para beneficiar direta ou
Art. 70. Considerar-se-ão como de indiretamente a rede escolar;
manutenção e desenvolvimento do ensino VI - pessoal docente e demais
as despesas realizadas com vistas à trabalhadores da educação, quando em
consecução dos objetivos básicos das desvio de função ou em atividade alheia à
instituições educacionais de todos os níveis, manutenção e desenvolvimento do ensino.
compreendendo as que se destinam a:
I - remuneração e aperfeiçoamento do Art. 72. As receitas e despesas com
pessoal docente e demais profissionais da manutenção e desenvolvimento do ensino
educação; serão apuradas e publicadas nos balanços
II - aquisição, manutenção, construção e do Poder Público, assim como nos
conservação de instalações e equipamentos relatórios a que se refere o § 3º do art. 165
necessários ao ensino; da Constituição Federal.
III – uso e manutenção de bens e
serviços vinculados ao ensino; Art. 73. Os órgãos fiscalizadores
IV - levantamentos estatísticos, estudos examinarão, prioritariamente, na prestação
e pesquisas visando precipuamente ao de contas de recursos públicos, o
aprimoramento da qualidade e à expansão cumprimento do disposto no art. 212 da
do ensino; Constituição Federal, no art. 60 do Ato das
V - realização de atividades-meio Disposições Constitucionais Transitórias e
necessárias ao funcionamento dos sistemas na legislação concernente.
de ensino;
VI - concessão de bolsas de estudo a Art. 74. A União, em colaboração com
alunos de escolas públicas e privadas; os Estados, o Distrito Federal e os
VII - amortização e custeio de operações Municípios, estabelecerá padrão mínimo de
de crédito destinadas a atender ao disposto oportunidades educacionais para o ensino
nos incisos deste artigo; fundamental, baseado no cálculo do custo
VIII - aquisição de material didático- mínimo por aluno, capaz de assegurar
escolar e manutenção de programas de ensino de qualidade.
transporte escolar. Parágrafo único. O custo mínimo de que
trata este artigo será calculado pela União
Art. 71. Não constituirão despesas de ao final de cada ano, com validade para o
manutenção e desenvolvimento do ensino ano subsequente, considerando variações
aquelas realizadas com: regionais no custo dos insumos e as
I - pesquisa, quando não vinculada às diversas modalidades de ensino.
instituições de ensino, ou, quando efetivada
63
Legislação Específica: Federais e Municipais
64
Legislação Específica: Federais e Municipais
65
Legislação Específica: Federais e Municipais
66
Legislação Específica: Federais e Municipais
Declaração Mundial sobre Educação para utilizando também, para isto, os recursos da
Todos. educação a distância;
§ 2º (Revogado). (Redação dada IV - integrar todos os estabelecimentos
pela lei nº 12.796, de 2013) de ensino fundamental do seu território ao
§ 3º Cada Município e, supletivamente, sistema nacional de avaliação do
o Estado e a União, deverá: rendimento escolar.
I – matricular todos os educandos a partir § 4º (Revogado). (Redação
dos seis anos de idade, no ensino dada pela lei nº 12.796, de 2013)
fundamental, atendidas as seguintes § 5º Serão conjugados todos os esforços
condições no âmbito de cada sistema de objetivando a progressão das redes
ensino: (Redação dada pela Lei nº escolares públicas urbanas de ensino
11.114, de 2005) fundamental para o regime de escolas de
a) plena observância das condições de tempo integral.
oferta fixadas por esta Lei, no caso de todas § 6º A assistência financeira da União
as redes escolares; (Incluída pela Lei aos Estados, ao Distrito Federal e aos
nº 11.114, de 2005) Municípios, bem como a dos Estados aos
b) atingimento de taxa líquida de seus Municípios, ficam condicionadas ao
escolarização de pelo menos 95% (noventa cumprimento do art. 212 da Constituição
e cinco por cento) da faixa etária de sete a Federal e dispositivos legais pertinentes
catorze anos, no caso das redes escolares pelos governos beneficiados.
públicas; e (Incluída pela Lei nº
11.114, de 2005) Art. 87-A. (VETADO). (Incluído
c) não redução média de recursos por pela lei nº 12.796, de 2013)
aluno do ensino fundamental na respectiva
rede pública, resultante da incorporação dos Art. 88. A União, os Estados, o Distrito
alunos de seis anos de Federal e os Municípios adaptarão sua
idade; (Incluída pela Lei nº 11.114, legislação educacional e de ensino às
de 2005) disposições desta Lei no prazo máximo de
§ 3º O Distrito Federal, cada Estado e um ano, a partir da data de sua
Município, e, supletivamente, a União, publicação.
devem: (Redação dada pela Lei nº § 1º As instituições educacionais
11.330, de 2006) adaptarão seus estatutos e regimentos aos
I – matricular todos os educandos a partir dispositivos desta Lei e às normas dos
dos 6 (seis) anos de idade no ensino respectivos sistemas de ensino, nos prazos
fundamental; (Redação dada pela por estes estabelecidos.
Lei nº 11.274, de 2006) § 2º O prazo para que as universidades
I - (revogado); (Redação dada cumpram o disposto nos incisos II e III do
pela lei nº 12.796, de 2013) art. 52 é de oito anos.
a) (Revogado) (Redação dada
pela Lei nº 11.274, de 2006) Art. 89. As creches e pré-escolas
b) (Revogado) (Redação dada existentes ou que venham a ser criadas
pela Lei nº 11.274, de 2006) deverão, no prazo de três anos, a contar da
c) (Revogado) (Redação dada publicação desta Lei, integrar-se ao
pela Lei nº 11.274, de 2006) respectivo sistema de ensino.
II - prover cursos presenciais ou a
distância aos jovens e adultos Art. 90. As questões suscitadas na
insuficientemente escolarizados; transição entre o regime anterior e o que se
III - realizar programas de capacitação institui nesta Lei serão resolvidas pelo
para todos os professores em exercício, Conselho Nacional de Educação ou,
mediante delegação deste, pelos órgãos
67
Legislação Específica: Federais e Municipais
68
Legislação Específica: Federais e Municipais
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional Lei Federal n.º 10.793, de 01/12/2003 –
Altera a redação do art. 26, § 3º, e do art.
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
92 da Lei n.º 9.394/96, que estabelece as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e
LEI Nº 10.793, DE 1º DE
79-B:
DEZEMBRO DE 2003. 4
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de
ensino fundamental e médio, oficiais e
Altera a redação do art. 26, § 3o, e do
particulares, torna-se obrigatório o ensino
art. 92 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro
sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
de 1996, que estabelece as diretrizes e
§ 1o O conteúdo programático a que se
bases da educação nacional", e dá
refere o caput deste artigo incluirá o estudo
outras providências.
da História da África e dos Africanos, a luta
dos negros no Brasil, a cultura negra
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
brasileira e o negro na formação da
Faço saber que o Congresso Nacional
sociedade nacional, resgatando a
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
contribuição do povo negro nas áreas
social, econômica e política pertinentes à
Art. 1º O § 3o do art. 26 da Lei no
História do Brasil.
9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a
§ 2o Os conteúdos referentes à História
vigorar com a seguinte redação:
e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados
no âmbito de todo o currículo escolar, em
3
14.09.2022.
4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.793.htm, visitado em:
69
Legislação Específica: Federais e Municipais
5 6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2010/2008/lei/l11645.htm, visitado em: 14.09.2022. 2006/2005/lei/l11114.htm, visitado em: 14.09.2022.
70
Legislação Específica: Federais e Municipais
"Art. 87.
.....................................................................
....... LEI Nº 12.796, DE 4 DE ABRIL DE
................................................................ 2013.7
.........................
§ 3º Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
..................................................................... de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
............. da educação nacional, para dispor sobre a
I – matricular todos os educandos a partir formação dos profissionais da educação e
dos seis anos de idade, no ensino dar outras providências.
fundamental, atendidas as seguintes
condições no âmbito de cada sistema de Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de
ensino: dezembro de 1996, passa a vigorar com as
a) plena observância das condições de seguintes alterações:
oferta fixadas por esta Lei, no caso de todas
as redes escolares; “Art. 3º
b) atingimento de taxa líquida de .....................................................................
escolarização de pelo menos 95% (noventa ......
e cinco por cento) da faixa etária de sete a ................................................................
..............................
7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2013/lei/l12796.htm,visitado em: 14.09.2022.
71
Legislação Específica: Federais e Municipais
72
Legislação Específica: Federais e Municipais
73
Legislação Específica: Federais e Municipais
74
Legislação Específica: Federais e Municipais
8
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13146.htm, visitado em: 14.09.2022.
75
Legislação Específica: Federais e Municipais
76
Legislação Específica: Federais e Municipais
9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- 2022/2021/Lei/L14191.htm, visitado em: 14.09.2022.
77
Legislação Específica: Federais e Municipais
78
Legislação Específica: Federais e Municipais
Currículos
Resolução CNE/CEB nº 1, de Os currículos dos cursos da EJA,
28/05/2021 - Institui Diretrizes independente de segmento e forma de
Operacionais para a Educação de oferta, deverão garantir, na sua parte
Jovens e Adultos nos aspectos relativos relativa à formação geral básica, os direitos
ao seu alinhamento à Política Nacional e objetivos de aprendizagem, expressos em
de Alfabetização (PNA) e à Base competências e habilidades nos termos da
Nacional Comum Curricular (BNCC), e Política Nacional de Alfabetização (PNA) e
Educação de Jovens e Adultos à da BNCC, tendo como ênfase o
Distância.10 desenvolvimento dos componentes
essenciais para o ensino da leitura e da
A EJA é organizada em regime escrita, assim como das competências
semestral ou modular, em segmentos e gerais e as competências/habilidades
etapas, com a possibilidade de relacionadas à Língua Portuguesa,
flexibilização do tempo para cumprimento Matemática e Inclusão Digital.
da carga horária exigida, sendo que para
cada segmento, há uma correspondência a. Educação Física: componente
nas etapas da Educação Básica e carga curricular obrigatório do currículo da EJA e
horária específica: sua prática é facultativa aos estudantes nos
10
d&alias=191091-rceb001-21&category_slug=junho-2021-
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=downloa pdf&Itemid=30192, visitado em: 14.09.2022
79
Legislação Específica: Federais e Municipais
11
CEBN42010.pdf?query=AGR, visitado em: 14.09.2022.
https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_RES_CNE
80
Legislação Específica: Federais e Municipais
81
Legislação Específica: Federais e Municipais
82
Legislação Específica: Federais e Municipais
83
Legislação Específica: Federais e Municipais
Instituições Estrangeiras
Os estudos de Educação de Jovens e Resolução CNE/CEB nº 2/2001, de
Adultos realizados em instituições 11/09/2001 - Institui Diretrizes Nacionais
estrangeiras poderão ser aproveitados junto para a Educação Especial na Educação
Básica.
às instituições nacionais, mediante a
avaliação dos estudos e reclassificação dos
alunos jovens e adultos, de acordo com as
normas vigentes, respeitados os requisitos RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE
diplomáticos de acordos culturais e as 11 DE SETEMBRO DE 2001.
competências próprias da autonomia dos
sistemas. Institui Diretrizes Nacionais para a
Os certificados de conclusão dos cursos Educação Especial na Educação Básica.
a distância de alunos jovens e adultos
emitidos por instituições estrangeiras, Sistemas de Ensino
mesmo quando realizados em cooperação Os sistemas de ensino devem matricular
com instituições sediadas no Brasil, todos os alunos, cabendo às escolas
deverão ser revalidados para gerarem organizar-se para o atendimento aos
efeitos legais, de acordo com as normas educandos com necessidades educacionais
vigentes para o ensino presencial, especiais, assegurando as condições
respeitados os requisitos diplomáticos de necessárias para uma educação de
acordos culturais. qualidade para todos.
Deve-se conhecer a demanda real de
Exames Supletivos atendimento a alunos com necessidades
Os exames supletivos, para efeito de educacionais especiais, mediante a criação
certificado formal de conclusão do ensino de sistemas de informação e o
médio, quando autorizados e reconhecidos estabelecimento de interface com os
pelos respectivos sistemas de ensino, órgãos governamentais responsáveis pelo
deverão observar a LDB e as diretrizes Censo Escolar e pelo Censo Demográfico,
curriculares nacionais do ensino médio. para atender a todas as variáveis implícitas
A língua estrangeira é componente à qualidade do processo formativo desses
obrigatório na oferta e prestação de exames alunos.
supletivos.
Os sistemas deverão prever exames Educação Especial
supletivos que considerem as Trata-se de um processo educacional
peculiaridades dos portadores de definido por uma proposta pedagógica que
necessidades especiais. assegure recursos e serviços educacionais
Os estabelecimentos poderão aferir e especiais, organizados institucionalmente
reconhecer, mediante avaliação, para apoiar, complementar, suplementar e,
conhecimentos e habilidades obtidos em em alguns casos, substituir os serviços
processos formativos extra-escolares, de educacionais comuns, de modo a garantir
acordo com as normas dos respectivos a educação escolar e promover o
sistemas e no âmbito de suas competências, desenvolvimento das potencialidades dos
inclusive para a educação profissional de educandos que apresentam necessidades
nível técnico, obedecidas as respectivas educacionais especiais, em todas as etapas
diretrizes curriculares nacionais. e modalidades da educação básica.
84
Legislação Específica: Federais e Municipais
Educandos Parcerias
Consideram-se educandos com As escolas das redes de educação
necessidades educacionais especiais os que, profissional podem avaliar e certificar
durante o processo educacional, competências laborais de pessoas com
apresentarem: necessidades especiais não matriculadas
- dificuldades acentuadas de em seus cursos, encaminhando-as, a partir
aprendizagem ou limitações no processo de desses procedimentos, para o mundo do
desenvolvimento que - dificultem o trabalho.
acompanhamento das atividades
curriculares, compreendidas em dois Professores Capacitados
grupos:
- aquelas não vinculadas a uma causa São considerados professores
orgânica específica; capacitados para atuar em classes comuns
- aquelas relacionadas a condições, com alunos que apresentam necessidades
disfunções, limitações ou deficiências; educacionais especiais aqueles que
- dificuldades de comunicação e comprovem que, em sua formação, de
sinalização diferenciadas dos demais nível médio ou superior, foram incluídos
alunos, demandando a utilização de conteúdos sobre educação especial
linguagens e códigos aplicáveis; adequados ao desenvolvimento de
- altas habilidades/superdotação, grande competências e valores
facilidade de aprendizagem que os leve a
dominar rapidamente conceitos, Professores Especializados
procedimentos e atitudes. São considerados professores
especializados em educação especial
Atendimento Educacional aqueles que desenvolveram competências
Especializado para identificar as necessidades
Os sistemas de ensino, mediante ação educacionais especiais para definir,
integrada com os sistemas de saúde, implementar, liderar e apoiar a
devem organizar o atendimento implementação de estratégias de
educacional especializado a alunos flexibilização, adaptação curricular,
impossibilitados de freqüentar as aulas em procedimentos didáticos pedagógicos e
razão de tratamento de saúde que implique práticas alternativas, adequados ao
internação hospitalar, atendimento atendimentos das mesmas, bem como
ambulatorial ou permanência prolongada trabalhar em equipe, assistindo o professor
em domicílio. de classe comum nas práticas que são
As classes hospitalares e o atendimento necessárias para promover a inclusão dos
em ambiente domiciliar devem dar alunos com necessidades educacionais
continuidade ao processo de especiais.
desenvolvimento e ao processo de
aprendizagem de alunos matriculados em Para ter acesso na íntegra, visite:
escolas da Educação Básica, contribuindo http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201
para seu retorno e reintegração ao grupo .pdf, visitado em: 13.09.2022.
escolar, e desenvolver currículo
flexibilizado com crianças, jovens e
adultos não matriculados no sistema
educacional local, facilitando seu
posterior acesso à escola regular.
85
Legislação Específica: Federais e Municipais
86
Legislação Específica: Federais e Municipais
aplicação das determinações presentes nas Brasileira e Africana devem estar presentes
Diretrizes, tanto no que concerne ao no conjunto de todas as atividades
acompanhamento regular da sua execução desenvolvidas com as crianças.
quanto no referente à avaliação periódica
dos seus resultados, cabendo também a Já nas Disposições Preliminares do
recomendação de que as experiências Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei
educacionais que se configurem como nº 8.069, de 13 de julho de 1990, ao
eficazes na promoção da igualdade étnico- especificar os direitos fundamentais
racial, sejam amplamente divulgadas. inerentes às crianças e aos adolescentes, o §
Quanto à abrangência das Diretrizes no 3º estabelece que esses cidadãos terão
âmbito da Educação Infantil, objeto assegurados, por lei ou por outros meios,
específico da consulta feita a esta Câmara, todas as oportunidades e facilidades, a fim
os textos normativos não deixam margem de lhes facultar o desenvolvimento físico,
para dúvidas. No primeiro parágrafo do mental, moral, espiritual e social, em
item intitulado, História e Cultura Afro- condições de liberdade e dignidade.
Brasileira – Determinações, do Parecer No que diz respeito à educação, por
CNE/CP nº 3/2004, parecer que corporifica evidente, não se pode pressupor um
as Diretrizes, lê-se: A obrigatoriedade de desenvolvimento integral da criança e do
inclusão de História e Cultura Afro- adolescente, em condições de liberdade e
Brasileira e Africana nos currículos de dignidade se não, de forma deliberada, se
Educação Básica trata-se de decisão tomar esses valores como fundamentos
política, com fortes repercussões basilares das práticas de cuidar e de educar.
pedagógicas, inclusive na formação de Nesse sentido, as condições de liberdade e
professores (negrito do relator). No que diz dignidade, no que diz respeito ao convívio
respeito à composição dos níveis escolares, no espaço escolar entre crianças de
a relação é insofismável. A Lei nº 9.394, de pertencimento étnico-racial diverso, como é
20 de dezembro de 1996 – LDB, estabelece o caso na maioria das nossas creches e
no inciso I do art. 21 que a Educação Básica escolas brasileiras – sobretudo, nas
é formada pela Educação Infantil, Ensino públicas, onde a maioria de crianças e
Fundamental e Ensino Médio (negrito do adolescentes é negra – impõe, dentre as
relator). Disso decorre que a clareza da ações genéricas e indistintas, a adoção de
inclusão da Educação Infantil na órbita de concepções pedagógicas, procedimentos
incidência das Diretrizes é cristalina. Em educativos e práticas de cuidar,
continuação, a Resolução CNE/CP n 1, de previamente planejados para combater
17 de junho de 2004, ao oficializar a estereótipos, positivar e equalizar as
instituição das Diretrizes Curriculares representações da diversidade étnico-racial,
Nacionais para a Educação das Relações valorizar as identidades familiares e
Étnico-Raciais e para o Ensino de História comunitárias, elevar a auto-estima, a auto-
e Cultura Afro-Brasileira e Africana, imagem e a auto confiança das crianças e
expressa no seu art. 1 que essas Diretrizes adolescentes, negros, bem como combater,
devem ser observadas pelas instituições de educativamente, todos os preconceitos,
ensino, que atuam nos níveis e modalidades sobretudo os preconceitos raciais, por mais
da educação brasileira e, em especial, por ingênua e pueril que seja a forma como eles
instituições que desenvolvem programas de possam apresentar-se. Enfim, concepções e
formação inicial e continuada de procedimentos sobejamente especificados
professores (negrito do relator). nas determinações estabelecidas pelo
Cabe observar que, embora os conteúdos Parecer CNE/CP nº 3/2004, relativas às
da Educação Infantil não sejam organizados Diretrizes mencionadas.
em componentes curriculares, os temas Ampliando um pouco mais o escopo das
referentes à História e Cultura Afro- observações e argumentos, não só relativo à
87
Legislação Específica: Federais e Municipais
12
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf, visitado em: 13.09.2022.
88
Legislação Específica: Federais e Municipais
89
Legislação Específica: Federais e Municipais
13
http://profissaodocente.org.br/assets/pdf/pd.pdf
90
Legislação Específica: Federais e Municipais
91
Legislação Específica: Federais e Municipais
14
df, visitado em: 13.09.2022.
http://undime.org.br/uploads/documentos/php9w8HE3_61a5889f88c53.p
92
Legislação Específica: Federais e Municipais
93
Legislação Específica: Federais e Municipais
94
Legislação Específica: Federais e Municipais
95
Legislação Específica: Federais e Municipais
objetivos pretendidos. Para isso, a equipe anteriores já constituídos acerca dos temas
precisa analisar, acompanhar e orientar o propostos. Desse modo, evita-se inclusive
trabalho dos formadores desde a proposição uma situação bastante comum: que os
das ações até a sua execução, visando a professores, no decorrer da carreira,
eficácia das ações para o alcance de seus acabem sendo submetidos,
objetivos, conforme discutido na próxima sistematicamente, a uma mesma ação
etapa. formativa, partindo sempre da “estaca
zero”.
Características de formações eficazes
No momento do desenho das ações, é Fortalecimento dos formadores de
imprescindível que a equipe responsável professores
pela formação continuada considere as
características de iniciativas de formação
continuada avaliadas como eficazes: foco É quase um consenso que um formador
no conhecimento pedagógico do conteúdo; de professores precisa, antes de mais nada,
uso de metodologias ativas de ser um bom professor. Esse profissional
aprendizagem; trabalho colaborativo entre precisa conhecer muito bem e demonstrar
pares; duração prolongada da formação e na prática o que os professores com os quais
coerência sistêmica. De nada adiantará se trabalhará precisam saber e ser capazes de
todas as etapas anteriores forem bem fazer. Processos formativos baseados em
implementa- das, mas for elaborada uma referenciais profissionais, como os
iniciativa na qual o docente não tenha propostos neste documento, têm como
oportunidade de aplicar os conhecimentos vantagem apresentar de maneira muito
aprendidos com seus alunos e nem de transparente quais são essas expectativas
refletir junto aos formadores e aos pares em relação ao trabalho docente.
sobre essas experiências, por exemplo. Neste documento, partimos do
pressuposto de que um bom professor, para
Levantamento de necessidades uma rede de ensino, é aquele que atua de
formativas orientado por referenciais modo alinhado ao proposto pela matriz de
profissionais desenvolvimento profissional local,
demonstrando práticas que se aproximem
Um aspecto que colabora para que os de seus níveis mais avançados em alguns
processos de desenvolvi- mento dos elementos apresentados. Nesse sentido,
profissional alcancem seus objetivos é deve-se considerar que é pouco provável
justamente os professores se tornarem que algum profissional demonstre uma
agentes da sua própria aprendizagem (GA- atuação excelente em todos os domínios,
RET; PORTER; DESIMONE; BIRMAN; ainda mais em se tratando de um
YOON, 2001). Isso não significa que as documento que estará no início de sua
redes devem se isentar de sua implementação.
responsabilidade pela formação continuada
de seus profissionais. Significa sim que, Educação Infantil e Anos Iniciais do
para compartilhar a responsabilidade com Ensino Fundamental
os docentes por seus processos formativos, O conhecimento pedagógico do
as redes necessitam envolvê-los em todas as conteúdo geralmente não é um problema,
suas fases, desde a definição dos dado os professores serem polivalentes. De
referenciais profissionais que os orientarão todo modo, é preciso garantir que os
até a avaliação das ações de formação, formadores tenham desenvolvido uma
passando pelo levantamento de suas compreensão aprofundada dos temas e
necessidades formativas, as quais precisam abordagens que serão objeto das formações.
considerar os conhecimentos e experiências
96
Legislação Específica: Federais e Municipais
97
Legislação Específica: Federais e Municipais
98
Legislação Específica: Federais e Municipais
99
Legislação Específica: Federais e Municipais
100
Legislação Específica: Federais e Municipais
mínima de setenta e cinco por cento do total 06. (SME - SP - Professor de Ensino
de horas letivas para aprovação Fundamental II e Médio - Matemática -
FGV) A mudança estrutural proposta pela
04. (Prefeitura de Porto Ferreira/SP - Lei nº 10.639/03, de acordo com Nilma
Professor de Educação Básica I - Nosso Gomes, abre caminhos para a construção de
Rumo/2022) Tendo por base a Lei nº 9.394, uma educação antirracista. Sobre a
de 20 de dezembro de 1996, assinale a educação antirracista, assinale V para a
alternativa que apresenta uma incumbência afirmativa verdadeira e F para a falsa.
dos docentes. ( ) Deve valorizar todas as situações de
A - Assegurar o cumprimento dos dias sala de aula que possibilitem analisar a
letivos e horas-aula estabelecidas. diversidade cultural e étnico-racial.
B - Colaborar com as atividades de ( ) Deve ter, entre seus objetivos, o de
articulação da escola com as famílias e a valorizar a equidade de oportunidades,
comunidade. quando oferecidas a todos.
C - Organizar, manter e desenvolver os ( ) Deve estimular os alunos, por meio de
órgãos e instituições oficiais dos seus procedimentos e atitudes, a atuarem em
sistemas de ensino. uma sociedade multicultural. As
D - Coletar, analisar e disseminar afirmativas são, respectivamente,
informações sobre a educação. (A) F, F e V
E - Estabelecer ações destinadas a (B) V, F e V.
promover a cultura de paz nas escolas. (C) F, V e V.
(D) V, V e F.
05. (Prefeitura de Itapiranga/SC - (E) V, V e V.
Professor de Matemática -
AMEOSC/2022) Entre as formas definidas 07. (SME - SP - Professor de Ensino
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Fundamental II e Médio - Artes - FGV)
Nacional - LDB para que a classificação em Sobre as consequências da mudança
qualquer série ou etapa, exceto a primeira estrutural proposta pela Lei nº 10.639/03,
do ensino fundamental aconteça NÃO de acordo com Nilma Gomes, assinale V
consta: para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
A - Por promoção, para alunos que ( ) Mantém as relações propostas e
cursaram, com aproveitamento, a série ou evocadas na elaboração curricular. ( )
fase anterior, na própria escola. Deverá romper com o silêncio e desvelar
B - Por transferência, para candidatos rituais pedagógicos a favor da
procedentes de outras escolas. discriminação racial. ( ) Estabelece que o
C - Por determinação do representante trabalho acerca das questões raciais deve
oficial das Secretarias Municipais de acontecer como uma mudança cultural e
Educação. política no campo curricular.
D - Independentemente de escolarização
anterior, mediante avaliação feita pela As afirmativas são, respectivamente,
escola, que defina o grau de (A) F, V e V.
desenvolvimento e experiência do (B) V, V e V.
candidato e permita sua inscrição na série (C) F, V e F.
ou etapa adequada, conforme (D) F, F e V.
regulamentação do respectivo sistema de (E) F, F e F.
ensino.
101
Legislação Específica: Federais e Municipais
102
Legislação Específica: Federais e Municipais
103
Legislação Específica: Federais e Municipais
Alternativas
104
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
SUMÁRIO
-
Apostilas
Domínio
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
1
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
2
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
3
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
4
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
5
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
6
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
7
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
8
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
9
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
10
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
11
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
12
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
13
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
14
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
15
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
16
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
17
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
18
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
19
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
20
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
21
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
22
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
Atividades Curriculares
Deverão integrar as atividades
curriculares desenvolvidas no contraturno
Portaria nº 8.764, de 23/12/2016 -
escolar, os programas e projetos já
Regulamenta o Decreto nº 57.379, de 13
existentes na Rede Municipal de Ensino de outubro de 2016, “Institui no Sistema
envolvendo, em especial: Municipal de Ensino a Política Paulistana
I- Laboratórios de Informática de Educação Especial, na Perspectiva da
Educativa; Educação Inclusiva.
II- Salas de Leitura;
III- Recuperação Paralela;
IV- Bandas e Fanfarras;
V- Esporte Escolar;
VI- Xadrez;
VII- Nas ondas do rádio; O Sistema Municipal de Ensino a
VIII- Aluno Monitor; Política Paulistana de Educação Especial,
IX- Especialistas dos CEUs; na perspectiva da Educação inclusiva foi
X- outros, oferecidos por diferentes criado a partir da Convenção sobre os
esferas governamentais. Direitos das Pessoas com Deficiência.
23
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
24
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
25
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
Art. 6º - Caberá à Unidade Educacional: creme hidratante, papel toalha, fio dental,
I - formalizar a solicitação do AVE, via sabonete líquido, enxaguatório bucal,
e-mail, para a DRE/CEFAI quando absorvente feminino, fraldas descartáveis,
caracterizado que o educando ou educanda sondas, se necessário, sendo obrigatório o
são públicos-alvo para este atendimento; uso de iodo ou solução antisséptica, luva
II - imprimir, mensalmente, folhas de estéril e xilocaína e pomada para o
frequência do AVE, conforme modelo procedimento.
encaminhado pelo CEFAI, observando-se o § 1º - Nas folhas de frequência referidas
mês de competência; nos incisos III e VIII deste artigo, deverão
III - garantir o registro da frequência do ser registrados os horários reais dos
AVE e a fidedignidade do registro, sem profissionais especificando, inclusive, os
emendas ou rasuras, mediante minutos.
preenchimento do horário de entrada/saída § 2º - Fica vedada a dispensa do ponto
e refeições, bem como outras ocorrências, do dia, assim como permitir alterações de
tais como: atrasos, saídas antecipadas, horário fora daquele estabelecido pela
faltas, férias, reposições, licenças e outros SPDM.
afastamentos, anexando os documentos § 3º - Na hipótese de descumprimento do
comprobatórios referentes aos disposto no inciso IV deste artigo, será de
afastamentos; responsabilidade do Diretor de Escola a
IV - encaminhar a folha de frequência entrega da folha de frequência diretamente
original do AVE ao CEFAI, no 1º dia útil na SME/COPED/DIEE, até o 3º dia útil do
do mês subsequente, contendo o carimbo da mês subsequente.
Unidade Educacional e assinatura e § 4º - Os materiais indicados no inciso X
carimbo do Diretor de Escola; deste artigo deverão ser requisitados às
V - arquivar cópia das Folhas de DREs ou adquiridos com verbas próprias da
Frequência e dos comprovantes de Unidade Educacional.
afastamento ou saída antecipada na
Unidade Educacional; Art. 7º - Caberá a Diretoria Regional de
VI - comunicar, via e-mail, à Educação por intermédio do CEFAI:
DRE/CEFAI, quando ocorrerem 2 faltas I - encaminhar formulário padronizado
consecutivas do AVE, no prazo de 72 de solicitação do Auxiliar de Vida Escolar -
horas; AVE para SME/COPED/DIEE, após
VII - solicitar alteração de horário do avaliação positiva da necessidade do
AVE, quando necessário, visando ao pleno profissional solicitado pela Unidade
atendimento do educando ou educanda, via Educacional;
e-mail, para a DRE/ CEFAI e aguardar II - encaminhar a solicitação de alteração
autorização; de horário do AVE, enviada pela U.E. para
VIII - atestar frequência do Supervisor a SME/COPED/DIEE com cópia para a
Técnico, registrando o horário de entrada e SPDM a qual deverá visar, sempre, o
saída em cada visita; atendimento ao educando ou educanda;
IX formalizar, por e-mail, solicitação de III - encaminhar todas as FFI à
visita do Supervisor Técnico para indicação SME/COPED/DIEE, via memorando,
de tecnologia assistiva, materiais organizadas em um único número de TID,
específicos e mobiliários para a ratificando a frequência atestada pela
DRE/CEFAI, no caso de educando ou Unidade Educacional;
educanda que não são atendidos pelos IV - agendar junto à Coordenação
serviços de suporte técnico e apoio Técnica da SPDM, via e-mail, com cópia
Intensivo; para SME/COPED/DIEE, a visita do
X - disponibilizar os seguintes materiais: Supervisor Técnico na U.E. que não possui
luvas descartáveis, lenços umedecidos, educando ou educanda atendidos pelos
26
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
27
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
28
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
29
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
30
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
31
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
32
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
1 3
TCA: Trabalho Colaborativo de Autoria. SGP: Sistema de Gestão Pedagógica.
2
POSL: Professor Orientador de Sala de Leitura.
33
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
34
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
35
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
36
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
37
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
38
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
39
Legislações Municipais, Documentos e Publicações
40
Currículos e Orientações Didáticas
SUMÁRIO
Apostilas Domínio
Currículos e Orientações Didáticas
Apostilas Domínio
Currículos e Orientações Didáticas
Apostilas Domínio
Currículos e Orientações Didáticas
1
Currículos e Orientações Didáticas
2
Currículos e Orientações Didáticas
3
Currículos e Orientações Didáticas
4
Currículos e Orientações Didáticas
Nesse sentido, no Currículo da Cidade para A partir daí é possível compreender que
a EJA, a escolha de Objetos de é papel da Educação Física contribuir com
Conhecimento articula-se à definição de a valorização da identidade e da diversidade
Objetivos de Aprendizagem e dos sujeitos da EJA, proporcionando-lhes,
Desenvolvimento e estes, por sua vez, por meio da tematização das práticas
dialogam com as -finalidades pretendidas corporais, os saberes e modos de significar
para a escolarização, considerando as dos mais diversos grupos, aproximando-se
especificidades da modalidade, das etapas e das realidades, reconhecendo seus marcos
dos estudantes. Invertendo-se a equação, históricos, suas marcas sociais, seus
temos que a seleção de Objetos de expoentes culturais identitários e suas
Conhecimento e Objetivos de concepções de mundo, que estão atreladas
Aprendizagem e Desenvolvimento diretamente ao modo como vivem, às suas
demanda uma reflexão prévia sobre o perfil aspirações, às convicções e às crenças.
do estudante da Educação de Jovens e Todas as pessoas observam, perguntam
Adultos e a função social dessa modalidade. e procuram explicações para o mundo
No caso específico de Ciências Naturais, vivido. Um mundo que, no contexto dos
demanda ainda a deliberação sobre jovens e adultos da EJA, envolve sujeitos
concepções a respeito da natureza do que representam múltiplas culturas e
conhecimento científico e do papel do contextos socioeconômicos e
ensino de Ciências Naturais na formação de socioambientais específicos. Gente que
jovens e adultos. traz para o ambiente escolar saberes que
Em consonância com os pressupostos refletem as experiências de trajetórias de
ideológicos e educacionais de cada época, suas vidas.
a Educação Física recorreu às práticas A compreensão do espaço vivido é o
corporais hegemônicas da tradição euro- caminho da transformação do cidadão.
estadunidense para priorizar o Mas isso depende da postura dos sujeitos
desenvolvimento da aptidão física, do sociais em contrapor o que está dado como
ensino esportivo, da aquisição de realidade e seu entendimento do que pode
habilidades motoras e do questionamento ser modificado, transformado. Para isso é
da sociedade classista. fundamental uma forma de ensinar e
Na tentativa de contrapor-se a esse aprender que permita o diálogo, a troca de
modelo, o componente se deixou ideias, a discussão de fatos e a construção
influenciar pelo pensamento pós-crítico, de opiniões próprias pelos estudantes. A
ampliou o seu olhar e passou a perceber os partir da consciência dos lugares, o
estudantes enquanto sujeitos históricos, protagonismo e o pensamento crítico dos
sociais, políticos, culturais, cuja estudantes pode fazê-los alcançar a
gestualidade é perpassada pelos compreensão e a aplicação do raciocínio
marcadores sociais das diferenças (o geográfico para, com isso, refletir sobre as
gênero, a classe, a etnia e a religião). lógicas de apropriação do espaço
Sabedora de que os corpos refletem as globalizado.
insígnias culturais dos contextos aos quais
pertencem e são constantemente A Geografia é a ciência da
reconstruídos em meio a vivências, potencialização da capacidade de observar
discursos e experiências estéticas, a o real produzido na complexa rede de
Educação Física redimensionou sua fenômenos sociais e naturais em constante
função, voltando-se para a formação de transformação. É diante deste vasto
sujeitos que valorizem o direito às “laboratório-mundo” que estudantes e
diferenças e questionem os dispositivos de professores da EJA têm a oportunidade de
sua produção. buscar as temáticas, os recortes espaciais,
as inter-relações e os métodos de estudos.
5
Currículos e Orientações Didáticas
Afinal, a Geografia nos serve para entender comunitários, como alternativa possível à
o que vivemos num enredo de cenas prontas crescente exclusão e ao enfrentamento de
e muitas a construir. preconceitos e discriminações diversas.
A aprendizagem de História se inscreve Nessa direção, a Secretaria Municipal de
numa concepção de educação Educação (SME) apresenta um currículo
emancipadora e permanente (BRASIL, fundamentado em planejamentos
2000) e, para tal, necessita realizar um personalizados a partir de esferas
diálogo com os conhecimentos prévios, discursivas inerentes ao contexto,
com as noções trazidas pelos estudantes permitindo, assim, que os professores
sobre o conhecimento histórico a partir de tenham maior liberdade na seleção dos
suas vivências sociais e culturais. O textos e de outros suportes pedagógicos no
estudante jovem e adulto traz consigo uma sentido de que a aprendizagem ocorra. Cabe
série de saberes estruturados, modelos de enfatizar, ainda, que tal proposta
mundo, compreensão de fatos e valores organizacional além de ter uma
consolidados. É, pois, por meio de uma preocupação estritamente didática, tem a
ação continuada que o processo educativo intenção de contribuir para que os docentes
se realiza, em um constante dialogar com alfabetizadores e de Língua Portuguesa
os conhecimentos prévios, para que se consigam pensar em suas práticas
possa ampliar a capacidade de pedagógicas como sistemas abertos, que
interpretação da realidade por meio de lhes permitam, desse modo, pensar e agir
procedimentos como a leitura, o estudo, a com maior autonomia em face da realidade
reflexão, a pesquisa e a intervenção no educativa que vivenciam.
meio e na sociedade. A aprendizagem da Língua Inglesa na
A História deve contribuir para que a Educação de Jovens e Adultos (EJA)
cidadã e o cidadão que enfrentam um contribui de modo especial para a formação
cotidiano desafiador, complexo e intrincado integral do estudante em vários aspectos, ao
possam atribuir sentidos à sua existência e contrário do que muitos imaginam.
compreender que o acontecer humano se Questionar a relevância dessa
faz no tempo e no espaço, questionando-se aprendizagem, além da língua materna,
permanentemente suas vivências pessoais, para estudantes adultos que apresentam
sociais e cotidianas. Fundamental para se histórias singulares de aprendizagem
compreender o momento presente e ter escolar – na maioria das vezes fruto de sua
condições de interpretar o mundo de forma trajetória de vida – é negar-lhes a
autônoma. possibilidade de ver-se e sentir- -se parte de
A escola e os espaços de oferta da EJA um mundo que lhes pertence, por direito. A
e mesmo as aulas de Língua Portuguesa se presença da Língua Inglesa, doravante
transformaram em territórios de também tratada como LI, está em toda
intensificação das diferenças linguísticas e parte: nas ruas, nos meios de comunicação,
culturais, sendo necessária a ampliação de especialmente no mundo digital. Esse
perspectiva na construção curricular. estudante a percebe, no seu dia a dia,
O ensino do português brasileiro, nesse interagindo com uma série de informações
sentido, precisa ser comprometido com a que lhe são transmitidas por meio da
construção de conhecimentos, valores, presença dessa língua nos mais variados
habilidades e atitudes que permitam a contextos e situações, tais como: bus,
participação – de estudantes, mas também escrita no chão do corredor de ônibus, sale,
dos professores – na vida pública, em suas 50% off ou off price nos estabelecimentos
esferas política, econômica (cuja comerciais, o hambúrguer ou
expressão mais direta é o mundo do cheeseburguer pedido na lanchonete, o funk
trabalho), bem como na vida cultural e ou o hip hop que ele conhece e aprecia (ou
social, no fortalecimento dos laços não), o danger na placa de aviso no
6
Currículos e Orientações Didáticas
7
Currículos e Orientações Didáticas
8
Currículos e Orientações Didáticas
9
Currículos e Orientações Didáticas
10
Currículos e Orientações Didáticas
11
Currículos e Orientações Didáticas
I - priorizar e ampliar ações educativas Caso queira ter acesso à íntegra deste material,
acessar o link abaixo:
de combate à xenofobia, considerando as https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-
suas interfaces com as demais formas de content/uploads/2021/06/Curr%C3%ADculo-da-
discriminação; Cidade-Povos-Migrantes-WEB.pdf
12
Currículos e Orientações Didáticas
13
Currículos e Orientações Didáticas
14
Currículos e Orientações Didáticas
por modalidades didáticas que otimizem a material traz aos educadores, diz respeito à
sua utilização, considerando-se: importância da leitura, sendo fundamental
• o princípio da organização do que o professor conheça as necessidades de
currículo em espiral, para que os alunos aprendizagem dos estudantes para
tenham contato com o conteúdo em organizar o ensino de modo eficaz com
diferentes momentos; resultados que de fato ajudem a avançar.
São também consideradas modalidades
• natureza de cada conteúdo e suas
didáticas de ensino de leitura: leitura
necessidades de abordagem;
colaborativa, leitura em voz alta feita pelo
• necessidade de haver uma seleção professor, roda de leitores e leitura
dos conteúdos em função do tempo de que programada.
se dispõe para ensinar e dos objetivos de Observa-se diante de todo o material,
aprendizagem e desenvolvimento que são vários os modos de aprendizagem:
propostos para os estudantes. leitura, escrita, audição e também estão
entre a avaliação, pois é nesse momento
Com relação às modalidades didáticas onde pode se aferir o desenvolvimento dos
de ensino da linguagem verbal, são alunos, o atingimento dos objetivos
atividades elaboradas de modo a tematizar delimitados, abre-se a possibilidade do
aspectos muito específico do conteúdo, professor rever suas estratégias de aula, o
utilizando-se de procedimentos que tempo gasto em cada disciplina, entre outro
permitem lançar uma lente de aumento fatores essenciais ao progresso educacional.
sobre aquele aspecto, tratando esse
conteúdo de modo intenso. Caso queira ter acesso à íntegra deste material,
Tais modalidades de atividades tanto acessar o link abaixo:
podem ser de escuta ou de leitura, de http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Fil
produção de textos orais ou escritos, como es/50723.pdf
de análise linguística, entre outros.
Passemos à análise da produção de
textos, pois por muito tempo tal produção ______Secretaria Municipal de Educação.
Coordenadoria Pedagógica. Divisão de
era vista tão somente como reprodução,
Ensino Fundamental e Médio.
pois com a intensa preocupação de conduzir Orientações didáticas do currículo da
a atividade, de transmitir informações, a Cidade: Língua Portuguesa, volume 2.
produção textual em si não ocorria. São Paulo: SME/ COPED, 2018.
Neste documento, em estudo, observa-se http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Port
a preocupação na produção de texto, als/1/Files/50726.pdf
entendendo sendo essa o espaço de
interlocução, de devolução da palavra ao
sujeito. A sala que antes era apenas um Para iniciarmos este breve estudo, se faz
lugar de transmissão de informação, passa a necessário entender o que é a análise
ser também lugar de interação verbal. linguística. A análise linguística está
Portanto, o texto é tido como o espaço de relacionada a pesquisas que se propõem ao
reflexão sobre a língua e linguagem, de ensino da língua materna. A partir de tais
interação entre os sujeitos. pesquisas, que ganharam força nos anos
São diversas as operações de produção 1970, notou-se que o ensino da gramática
de texto: contextualização, elaboração e tradicional, como sendo objetos de ensino
tratamento dos conteúdos temáticos, nomenclatura e classificação gramatical,
planejamento/planificação, textualização, não bastavam para aprendizagem da Língua
revisão. Portuguesa.
Outro fator primordial no
desenvolvimento do aluno que esse
15
Currículos e Orientações Didáticas
Sendo assim, a análise linguística propõe produção de texto oral. Muito embora haja
outra maneira de ensino, utilizando também especificidade para cada tipo de linguagem,
como objeto de ensino o texto. A partir do escrita e oral, elas não podem ser vistas
texto surge para o estudante uma outra como opostas, tendo em vista que ambas se
metodologia para reflexão e decorrente da materializam em gêneros textuais
aprendizagem da língua. vinculados a diferentes contextos. Tanto
O texto passou a ser objeto de ensino nas um quanto a outra pode vir a apresentar
salas de aulas, trazendo consigo a mais ou menos uso formal.
necessidade de refletir sobre o processo de As atividades propostas poderão estar
elaboração de qualquer texto, seja ele oral, articuladas a projetos, sequências de
escrito ou multimodal, com objetivo de atividades ou atividades independentes,
levar o estudante a refletir sobre diferentes tendo por base gêneros destinados à escuta
recursos linguísticos, estilísticos, e/ou à produção oral por frequentação ou
discursivos os quais poderão ser utilizados por aprofundamento, podendo haver ou não
como estratégias de ler e compreender atividade de sistematização linguística.
textos, bem como elaborá-los. Quando é apresentado ao estudante
É de fundamental importância ter em trabalhos com textos orais, é comum que se
mente que a análise linguística não é peça a anotação daquilo que considera
estática, pois o conceito se amplia conforme importante, bem como nos trabalhos com
as diversas linguagens que utilizam texto escrito, porém, no geral, o estudante é
diferentes mídias e circulam nas mais encaminhado a se atentar a parágrafos,
diversas culturas. identificando ideias principais, construindo
Com relação à gramática é uma área de sínteses.
grande tensão, ao menos dois conflitos, Na linguagem oral, há por costume que
sobre o tema, ainda permanecem nos dias tudo fique relativamente “solto”, sem haver
atuais quanto às práticas de ensino da língua uma clareza sobre quais recursos
portuguesa. O primeiro está relacionado à linguísticos estão sendo tomados como foco
tradição, cujo qual tem por crença principal da aprendizagem.
que o ensino da gramática de nomenclatura Para auxiliar de forma eficaz na
gramatical é o que possibilita a aprendizagem, é necessário que o professor
aprendizagem de leitura e produção de selecione recursos expressivos como foco
textos orais e escritos. para o desenvolvimento da prática da escuta
Já o segundo nega o primeiro, condena o atenta, sendo sugerido a análise de tópicos
ensino da gramática normativa, tendo por discursivos e paráfrase na tomada de notas.
base uma crença de que não é necessária Por fim, é importante o estudo vinculado
ensiná-la. à análise linguística e a construção de
Para que se possa ter uma melhor atividades independentes. É sugerido, ao
organização das práticas de análises docente, que embora a sistematização seja
linguísticas em diferentes modalidades construída de maneira independente,
organizativas de atividades, é mister ao vincule-se a textos que o estudante já tenha
professor considere que as práticas de tido algum contato, tal qual em atividade de
leitura e produção de textos escritos e/ou leitura, escuta, produções por frequentação
multimodais podem estar relacionados a ou por aprofundamento.
apenas à leitura, à produção para
aprofundamento ou à produção por Caso queira ter acesso à íntegra deste material,
frequentação (textos que podem ser acessar o link abaixo:
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/
produzidos sem necessidade de Files/50726.pdf
aprofundamento).
A análise linguística também possui
vínculo com as práticas de escuta e
16
Currículos e Orientações Didáticas
17
Currículos e Orientações Didáticas
18
Currículos e Orientações Didáticas
e organiza todas suas ações, como será o comunicar as ideias matemáticas que estão
método de aprendizagem que irá utilizar, desenvolvendo ao longo das atividades.
verifica o que os alunos precisam saber para Pode se destacar como grande missão
que possam realizar a atividade, antecipa dos educadores na sociedade
dúvidas que possam surgir na aula, faz contemporânea é a concretização das
previsão do tempo para discorrer sobre o conexões extramatemáticas, ou seja, prever
um currículo que atenda ao princípio e
tema do dia e ainda define critérios de valores éticos, políticos e estéticos, de
avaliação. modo que possibilite aos estudantes a
A sala de aula é um ambiente onde se construção de uma sociedade mais justa e
encontram vários tipos de pessoas, democrática.
diferenças étnicas, diferenças econômicas, Uma das formas de se potencializar o
diferenças de aprendizado e até mesmo de aprendizado dos alunos de matemáticos tem
nacionalidade, devido à globalização em sido a utilização de jogos e brincadeiras,
que se vive. cujos quais têm se constituído de forma
Diante de tal cenário, é preciso que o desafiadora e dinâmica como contextos
para resolução de problemas, pois são
ambiente escolar seja democrático, cabendo atrativos e favorecem a criatividade na
ao docente ter discernimento para lidar com elaboração de estratégias de soluções.
a complexa heterogeneidade do grupo. Quanto aos processos matemáticos é
Tendo ciência da sala que possui, das importante destacar que o ensino dessa
características dos estudantes é que assim matéria envolve não apenas os conceitos,
poderá realizar uma melhor organização de mas também os processos que a
grupos na sala, quando, por exemplo, for aprendizagem desta área abarca. Tais
realizar uma atividade em grupo. processos estão presentes quando se usa a
O currículo traz como forma de auxiliar matemática de forma diferente da mera
aplicação de algoritmos, compreendendo
o professor que logo no início do ano todos as ações que permitem trabalhar com
estabeleça alguns combinados com a turma os conceitos dessa área. Eles são
para o bom desenvolvimento. fundamentais na resolução de atividades
A organização da sala de aula por matemáticas.
agrupamentos produtivos depende do
objetivo de aprendizagem e da atividade Caso queira ter acesso à íntegra deste material,
que se pretende desenvolver. Quando se for acessar o link abaixo:
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Fil
realizar atividades em grupo, dois critérios
es/50724.pdf
devem ser observados: o primeiro diz
respeito aos diferentes níveis de
conhecimento dos estudantes que devem
ser próximos; e o segundo se refere ao perfil Leonardo ________. Secretaria Municipal
das relações sociais dos integrantes que irão de Educação. Coordenadoria Pedagógica.
compor o grupo. Orientações didáticas do currículo da
cidade: Matemática – volume 2. – 2.ed. –
Outro ponto relevante em que o
São Paulo: SME / COPED, 2019.
professor deve se atentar é quanto à sua http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Port
rotina de trabalho. Essa nada mais é do que als/1/Files/50722.pdf
a organização do tempo didático, pensada
com antecedência semanal ou quinzenal, de
modo a otimizar a aprendizagem dos
alunos. Eixo Grandezas e Medidas
Nessa organização, é importante que se A importância das grandezas e medidas
leve em conta o procedimento matemático para a formação dos cidadãos é indiscutível.
que possibilitam a ampliação do Afinal, este conteúdo matemático, de
conhecimento de representar, relacionar, caráter prático e utilitário, foi construído ao
operar, resolver problemas, investigar e longo da história da humanidade, a partir de
19
Currículos e Orientações Didáticas
20
Currículos e Orientações Didáticas
21
Currículos e Orientações Didáticas
22
Currículos e Orientações Didáticas
23
Currículos e Orientações Didáticas
que o número de arestas é igual a 4 em todas iniciar o trabalho de geometria pelas figuras
as seis faces. De cada vértice, par- tem geométricas espaciais, pois os objetos que
sempre 3 arestas. A relação de Euler é as crianças têm contato em seu cotidiano
válida: 8 + 6 = 12 + 2 (14). são tridimensionais e guardam similaridade
São Poliedros de Platão as seguintes com as figuras geométricas espaciais, como
classes de Poliedros: tetraedro (4 faces), esferas, cilindros, pirâmides, entre outros.
hexaedro (6 faces), octaedro (8 faces), A planificação das figuras geométricas
dodecaedro (12 faces), icosaedro (20 faces). espaciais traz a oportunidade de as crianças
observarem que a sua decomposição pode
Geometria de transformações gerar as figuras geométricas planas.
Quando um objeto sofre uma mudança Neste texto, como anunciado no título,
na sua forma, no seu tamanho ou na sua trataremos das figuras geométricas planas,
posição em relação a outros objetos, uma vez que já temos outro texto neste
dizemos que ele sofreu uma transformação, material que trata da geometria espacial.
por exemplo, uma folha de papel rasgada ao Muitos objetos, por terem espessura
meio, um vaso que transportamos do centro muito pequena, carregam consigo a ideia de
de uma mesa para pia, uma fotografia que serem bidimensionais, um exemplo disso
foi ampliada ou reduzida de tamanho, todos pode ser a folha de papel, que é, na verdade,
esses objetos passaram por algum tipo de tridimensional (possui comprimento,
transformação, por uma mudança, quer seja largura e espessura), mas, por sua espessura
de lugar, de posição ou mesmo tamanho. ser tão pequena, muitas vezes, é confundida
Como vimos, o mundo das com uma figura geométrica plana.
transformações é amplo, mas, ao
refletirmos sobre o seu ensino na educação Eixo Probabilidade e Estatística
básica, estamos nos referindo às isometrias Durante muito tempo, a Estatística
e às homotetias. ocupou um espaço secundário nos
currículos de Matemática, por isso
As figuras geométricas planas podemos afirmar que muitos de nós,
Durante muito tempo, começava-se a professores, tivemos o contato mais
ensinar geometria na escola por meio das aprofundado com este eixo somente no
figuras geométricas planas, tendo o seu Ensino Superior. Atualmente, devido a sua
principal foco no reconhecimento do relevância social, estudos apontam a
quadrado, do retângulo, do triângulo e do importância do desenvolvimento do
círculo. Acreditava-se que as crianças pensamento estatístico desde muito cedo.
aprenderiam “mais e melhor” se primeiro Smole, Ishihara e Chica (2009) destacam
fossem apresentadas às figuras planas. que os estudantes desenvolvem noções
Hoje, a partir de inúmeras pesquisas rudimentares de estatística ainda na
desenvolvidas na Educação Matemática, Educação Infantil, realizando pequenas
sabemos que foram cometidos muitos pesquisas e construindo tabelas e gráficos
equívocos ao associar, por exemplo, para organizar os dados. A estatística no
retângulos com caixas de sapato, quadrado Ensino Fundamental foi proposta desde os
com dados e, até mesmo, círculo a bolas de Parâmetros Curriculares Nacionais (1997),
futebol, uma vez que há, nesse contexto organizada no bloco de conteúdo
explicitado, figuras geométricas planas e denominado “Tratamento da Informação”.
espaciais. Alguns documentos posicionam-se sobre o
tema, defendendo que o trabalho com a
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – Estatística envolve: a leitura e interpretação
PCN (1997) trouxeram uma demarcação de informações estatísticas, coleta,
para o ensino da geometria no Brasil, organização, resumo e apresentação de
indicando que seria mais adequado se dados, construção de tabelas e gráficos,
24
Currículos e Orientações Didáticas
25
Currículos e Orientações Didáticas
26
Currículos e Orientações Didáticas
27
Currículos e Orientações Didáticas
1
(SÃO PAULO, 2015, p. 8).
28
Currículos e Orientações Didáticas
29
Currículos e Orientações Didáticas
30
Currículos e Orientações Didáticas
31
Currículos e Orientações Didáticas
32
Currículos e Orientações Didáticas
traz as referidas, quais sejam: 1. mente que a avaliação deve analisar como
Linguagem, representação e comunicação; os processos são construídos e como eles
2. Práticas e processos investigativos; colaboram para a sua aprendizagem.
3. Elaboração e sistematização de A orientação traz sugestões para
explicações, modelos e argumentos; integração dos objetivos de aprendizagem e
4. Relações entre ciência, tecnologia, desenvolvimento presentes nos eixos
sociedade e ambiente; temáticos.
5. Contextualização social, cultural e Para que os objetivos de aprendizagem e
histórica. desenvolvimento propostos no currículo da
Os Objetivos de Aprendizagem e Cidade de São Paulo sejam atingidos, é
Desenvolvimento são o centro do disco necessário que o professor tenha
dinâmico do currículo e, no planejamento oportunidades de refletir sobre a sua
de aula e no desenvolvimento das experiência e prática de sala de aula e sobre
atividades podem se relacionar de como articulá-las com as possibilidades
diferentes modos com os demais didáticas e metodológicas que propiciem
componentes curriculares. uma verdadeira integração entre os eixos
Acerca da Implementação de práticas temáticos da área e que forneçam percursos
científicas nas aulas de Ciências Naturais é formativos claros ao longo dos ciclos de
importante que o trabalho com os aprendizagem.
estudantes traga, como elemento central, No currículo, as habilidades estão
práticas que se assemelham às práticas das expressas nos objetivos de aprendizagem
ciências. O Documento informa que o e desenvolvimento, na articulação entre os
professor de Ciências Naturais deve verbos e os objetos de conhecimento.
trabalhar para que os estudantes possam se Esses últimos se referem aos conteúdos
envolver com problemas da temática conceituais de cada área das Ciências
científica e com sua resolução de modo a Naturais, enquanto os verbos representam
que tenham contato com conteúdos e as ações e operações que o sujeito precisa
práticas das ciências, realizando discussão mobilizar para resolver problemas, tomar
sobre o tema, por intermédio de fóruns de posição, comunicar ideias.
discussão, e a constituição de autoridade O Ensino de Ciências como cultura para
epistêmica, ou seja do verdadeiro todos não deve estar atrelada somente ao
conhecimento entre os estudantes. livro didático como única referência em
No que diz respeito à Avaliação no sala de aula, assim, ampliar os espaços
Ensino de Ciências Naturais. educativos por meio de experiências
Todo o currículo de Ciências Naturais da planejadas e articuladas, aproximar a
SME-SP está estruturado com o objetivo de pesquisa acadêmica sobre ensino de ciência
desenvolver a Alfabetização Científica e com as atividades em sala de aula
mostra-se relacionado ao estabelecimento favorecem, assim, os processos de
de investigações em sala de aula. aprendizagem. A escola e seus profissionais
O estabelecimento de critérios para uma devem adequar seu trabalho às
avaliação não é mera formalidade, mas necessidades dos estudantes e não o
deve revelar as razões que a sustentam e que inverso.
a garantem. A Avaliação escolar deve O ensino de ciências, na perspectiva de
construir critérios que permitam o uma educação inclusiva, poderá corroborar
julgamento de uma situação com base e em com o desenvolvimento e aprendizagem
coerência com os objetivos que se tem com dos estudantes para além dos muros da
o ensino e a educação. Há também a escola, contribuindo para a diminuição das
avaliação do ensino e da aprendizagem, distâncias sociais e a construção de uma
cujo objetivo principal é o alcance, da sociedade mais justa.
educação escolar. Por fim, deve-se ter em
33
Currículos e Orientações Didáticas
34
Currículos e Orientações Didáticas
35
Currículos e Orientações Didáticas
36
Currículos e Orientações Didáticas
37
Currículos e Orientações Didáticas
38
Currículos e Orientações Didáticas
Geografia e as intencionalidades do
_____. Secretaria Municipal de Educação. professor diante de seus estudantes.
Coordenadoria Pedagógica. Currículo da Em Geografia, como nos demais
cidade: Ensino Fundamental : componentes curriculares, uma ampla
componente curricular: Geografia. – 2.ed. organização de conteúdos está
– São Paulo: SME / COPED, 2019. fundamentada nos objetos de conhecimento
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Port da área, nos conceitos estruturantes, na
als/1/Files/50730.pdf contextualização, nas didáticas associadas a
____. Secretaria Municipal de Educação. cada temática geográfica e suas abordagens
Coordenadoria Pedagógica. Orientações
conceituais.
didáticas do currículo da cidade :
Geografia. – 2.ed. – São Paulo : SME / Pontos que precisam ser do
COPED, 2019. conhecimento dos professores: 1)
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Port Definição dos conteúdos de ensino; 2)
als/1/Files/50730.pdf Definição dos objetivos de aprendizagem;
3) Definição das modalidades
organizativas; 4) Comunicação clara dos
objetivos aos estudantes; 5) A aula com
Orientações Didáticas do Currículo
cadência ou ritmo claro; 6) Uso criativo do
da Cidade: Geografia
espaço escolar; 7) A previsão do registro ou
O documento “As Orientações Didáticas
produto final; 8) Avaliação de todas as
do Currículo da Cidade: Geografia” busca
etapas; 9) Envolvimento dos estudantes no
subsidiar a implementação do currículo de
processo de avaliação
Geografia na Rede, uma vez que norteiam o
trabalho com os Eixos Estruturantes do
Organizando a ação didática:
Currículo, apresentando reflexões,
sequências de atividades e projetos em
discussões e sugestões que possibilitam a
Geografia
articulação entre os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento e o
CICLO DE ALFABETIZAÇÃO -
trabalho pedagógico em sala de aula nos
Sequência de Atividades
Ciclos de Alfabetização, Interdisciplinar e
Autoral.
OBSERVANDO FORMAS NA
Nesse sentido, trata também da gestão da
PAISAGEM VIVIDA
sala de aula, dos saberes e fazeres do
- Perceber as construções do entorno da
trabalho docente, das modalidades
escola e comparar as diferenças e
organizativas e de sugestões de sequências
semelhanças entre elas, identificando os
de atividades para cada ciclo. São propostas
tipos de moradia observados na
para a organização do planejamento das
comunidade onde vive.
aulas, que favorecem a aprendizagem dos
- Reconhecer e identificar no espaço a
estudantes nessa área do conhecimento.
posição do corpo e de outros objetos,
utilizando espaços da escola e
A Gestão da Sala de Aula
representando os locais de vivência,
utilizando-se do desenho de croquis.
Planejar aulas que façam sentido para os
- Descrever oralmente imagens da
estudantes envolve um conjunto de ações
paisagem do local de vivência, elaborando
pensadas pelo professor e a equipe escolar
legendas simples para as imagens dos
(outros colegas parceiros das estratégias
fenômenos naturais observados.
didáticas e coordenação pedagógica). É
primordial pensar em questões do campo da
Objetivos didáticos:
didática considerando as necessidades dos
- Ensinar a comparar diferentes
estudantes, os objetos de conhecimento da
paisagens e seus componentes;
39
Currículos e Orientações Didáticas
40
Currículos e Orientações Didáticas
41
Currículos e Orientações Didáticas
42
Currículos e Orientações Didáticas
43
Currículos e Orientações Didáticas
44
Currículos e Orientações Didáticas
45
Currículos e Orientações Didáticas
46
Currículos e Orientações Didáticas
47
Currículos e Orientações Didáticas
cognitivos em sua primeira língua, Libras. Para cada etapa escolar há que haver um
Há também uma orientação para que os objetivo específico, de acordo com a idade,
conteúdos com carga horária e escolaridade, entre outros. O currículo de
complexidade gradativa deverão ser Libras direcionado à educação infantil
ministrados em Libras, levando a entender indica objetivos de aprendizagem e
que o professor de língua portuguesa para conhecimento necessários para que bebês e
surdos, preferencialmente, deverá ter o crianças surdas possam se comunicar em
domínio da Libras e conhecimento explícito Língua de Sinais, sendo assim, fora
dos seus aspectos linguísticos. organizado em um único eixo: Base
Quanto ao processo de aquisição de Precursora da Aquisição da Língua de
Libras iniciado na educação infantil com o Sinais, sendo composta por três objetos de
estímulo de bases cognitivas e linguísticas conhecimento: Visualidade, Organização
para a aquisição, fora dividido em cinco Linguístico-Motora, Compreensão e
eixos estruturantes: Interação.
Prática de leitura de textos; Para que tais objetivos basilares sejam
Produção sinalizada; alcançados, necessário se faz a construção
Prática de análise linguística; de ambiente comunicativo propício à
Prática de produção de textos escritos; aquisição de Libras, por meio da
Dimensão intercultural. organização de tempos e espaços que
Tal divisão fora pensada de forma que privilegiem as relações dos bebês e crianças
houvesse gradação e continuidade na surdas com os interlocutores bilíngues.
organização e na apresentação dos Ao se analisar o currículo da cidade
objetivos de aprendizagem e língua portuguesa para surdos do ensino
desenvolvimento durante as atividades a fundamental verifica-se que o mesmo fora
serem realizadas com os estudantes surdos. organizado em cinco eixos:
Prática de leitura de textos;
Caso queira ter acesso à íntegra deste material, Produção sinalizada;
acessar o link abaixo: Prática de análise linguística;
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/
Files/51128.pdf
Prática de produção de textos escritos;
Dimensão intercultural.
Dentro de cada eixo estão elencados os
objetos de conhecimento e objetivos de
__________. Secretaria Municipal de
aprendizagem e desenvolvimento para cada
Educação. Coordenadoria Pedagógica.
Orientações didáticas do Currículo da
ano/ciclo.
Cidade: Educação Especial – Língua Vale ressaltar, que as orientações
Brasileira de Sinais – Língua Portuguesa didáticas neste currículo não têm por
para surdos. São Paulo: SME/COPED, finalidade engessar a prática docente ou
2021. mesmo apresentar receitas prontas, mas
https://acervodigital.sme.prefeitura.sp.gov. sobretudo, apontar possibilidades de
br/wp- organização das atividades, estratégias de
content/uploads/2021/11/Livro_OD_Libra ensino e práticas pedagógicas, tendo com o
s_LP-Surdos_WEB.pdf base os objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento propostos nos currículos
de Libras e Língua portuguesa para surdos.
Orientações didáticas do currículo da Na etapa da educação infantil tem-se as
cidade – Libras – educação especial atividades para elas elaboradas, envolvendo
o eixo: Bases Precursoras da aquisição da
Neste material iremos abordar sobre as língua de sinais, com ênfase no estímulo e
orientações didáticas do currículo da cidade observação para o desenvolvimento das
– Libras. habilidades sensoriais, motoras e
48
Currículos e Orientações Didáticas
linguísticas, necessárias para aquisição de Caso queira ter acesso à íntegra deste material,
linguagem, divididas em três objetos do acessar o link
abaixo:https://acervodigital.sme.prefeitura.sp.gov.
conhecimento: br/wp-
Visualidade; content/uploads/2021/11/Livro_OD_Libras_LP-
Organização linguístico-motora; Surdos_WEB.pdf
Compreensão e interação.
Para resumir, a educação infantil é uma
etapa de ensino que visa ao direito de __________. Secretaria Municipal de
aprendizagem e ao desenvolvimento, por Educação. Coordenadoria Pedagógica.
meio de campos de experiências. Orientações para atendimento de
Para o ensino fundamental, o ensino da estudantes: altas habilidades /
superdotação. São Paulo: SME/COPED,
língua de sinais seja sistematizado
2021.
privilegiando o uso e aprofundamento no https://acervodigital.sme.prefeitura.sp.gov.
conhecimento da gramática de Libras, br/wp-
consolidando a competência linguística e o content/uploads/2021/09/caderno_EE_AL
domínio da consciência metalinguística. O TAS-WEB.pdf
desenvolvimento dessa consciência trará ao
estudante o conhecimento linguístico
necessário para compreender como as Orientações para atendimentos de
formas executadas e percebidas na Libras estudantes – Altas habilidades/
constituem sentidos, e como esses poder ser superdotação
representados/escritos na Língua
Portuguesa. Este material buscar trazer informações
Com relação à avaliação em Libras e das que auxiliarão na identificação e
Libras requer que os professores tenham atendimento adequado às necessidades
claros os objetivos de aprendizagem e educacionais dos estudantes com altas
desenvolvimento que serão avaliados, habilidades/superdotação – AH/SD.
considerando-se a interlocução entre os Para se iniciar esse estudo, necessário se
diferentes eixos e objetos de conhecimento. faz a conceituação do tema superdotação ou
Tal avaliação deve levar em altas habilidades. Este é um termo utilizado
consideração, tanto a capacidade expressiva para se referir a pessoas que se destacam
como a compreensiva dos estudantes, pois por terem um talento ou inteligência
cada criança pode variar sua apropriação notável quando comparadas aos seus pares.
linguística a depender do tempo de O estudioso do assunto, Renzulli (1986)
exposição de língua. trouxe uma teoria chamada de Três anéis,
Desta forma, é preciso que no processo os quais são essenciais para a formação do
de avaliação o professor leve em conta tanto comportamento superdotado, que consiste:
os objetivos de aprendizagem algo para o
ano/ciclo quanto às características de seu habilidades acima da média em alguma
grupo. área de conhecimento, grande
O objetivo do ensino da Língua envolvimento com tarefa e altos níveis de
Portuguesa escrita para os alunos surdes criatividade.
deve ser a habilidade de produzir textos, Ao longo do tempo, variados conceitos
obtendo, então, a importância de se foram criados a fim de explicar, definir
trabalhar o texto em interações na língua de pessoas que possuíam altas habilidades, tais
sinais. como: precoce; prodígio; gênio.
Uma das formas mais utilizadas para se Precoce: usado para àquelas pessoas que
promover o ensino bilíngue é o uso de jogos apresentam determinadas habilidades antes
e brincadeiras, com enfoque no uso de do tempo esperado para sua idade.
artefatos lúdicos que se convertem em Prodígio: se refere às crianças que
desafios e aprendizagens. apresentam grande domínio em uma área
49
Currículos e Orientações Didáticas
50
Currículos e Orientações Didáticas
51
Currículos e Orientações Didáticas
52
Conhecimentos Específicos
SUMÁRIO
Apostilas Domínio
Conhecimentos Específicos
Apostilas Domínio
Conhecimentos Específicos
1
https://bit.ly/3RscQFJ &lang=pt
2
https://www.scielo.br/j/bak/a/8R37NgQt56Sf5P58KRfMFzq/?format=pdf
1
Conhecimentos Específicos
2
Conhecimentos Específicos
3
Conhecimentos Específicos
4
Conhecimentos Específicos
Para ilustrar as questões apresentadas até de educar – pelo frio cumprimento de metas
aqui, me remeto, parte a parte, ao livro de do ensino por competência e de avaliação
Arroyo. de resultados. Isso ocorre porque as
Na primeira parte, intitulada “Os políticas públicas da educação entendem
professores e seus direitos a ter vez nos que os saberes daqueles que frequentam a
currículos - autorias, identidades escola pública são desqualificados, sem
profissionais”, Arroyo acredita que a crédito, sem valor; são saberes pobres, de
atividade do professor não se reduz, de pobres; pretendem educar os alunos para a
forma alguma, a validar o controle das empregabilidade, para esse tipo de trabalho
instâncias superiores sobre a escola. que mais desumaniza do que humaniza.
Entretanto, essas instâncias tiveram o poder Para Arroyo, infelizmente, perdemos a
de bloquear a arte de educar dos possibilidade de substituir esse trabalho
professores, isto é, de governar o campo das embrutecido e embrutecedor por um
possibilidades de se ensinar de outras trabalho cujo princípio é a transformação
maneiras, com práticas inventadas, criadas do homem para que ele se integre à vida, ao
e imaginadas pelos professores, ou seja, mundo, enfim, às práticas sociais;
bloquearam a autoria profissional do perdemos a oportunidade de educar a partir
professor e seus saberes docentes. Para o do trabalho cujo princípio é educativo. O
autor, dois grandes momentos históricos trabalho como princípio educativo é, para
foram responsáveis, no Brasil, por esse Arroyo, o elo perdido dos saberes docentes,
bloqueio: a ditadura de 1964 e as atuais mas também o elo a ser encontrado.
políticas neoliberais; ambas produziram a Na terceira parte do livro, Arroyo
secundarização da autoria docente, defende a tese de que “Os sujeitos sociais e
substituindo-a por controles de mercado e suas experiências se afirmam no território
controles científicos, com o intuito de do conhecimento”, isto é, apesar de haver o
matematizar e estatistizar os resultados impedimento às experiências sociais para se
escolares através de modelos de integrarem ao conhecimento considerado
competências, reduzidos ao treinamento e legítimo, os coletivos sociais mostram que
fórmulas descontextualizadas de metas os saberes têm, sim, sua origem na
avaliativas. Contudo, para Arroyo, a autoria experiência social e não apenas na
docente não foi totalmente eliminada, uma artificialidade das questões
vez que a arte de educar não se separa do epistemológicas. Se isso for negado ou
mundo da vida, das práticas reais das ignorado, produziremos, além de injustiça
pessoas, de suas mazelas, de seus desejos. social, uma injustiça cognitiva, diz Arroyo,
Embora alguns queiram negar essa relação, citando Zygmunt Baumn. Manter essa
não se pode desconsiderar que são os separação entre experiência social e
eventos sociais, culturais e políticos que conhecimento legítimo é sustentar a brutal
convocam a docência para a ação. E é isso hierarquização dos saberes, é desperdiçar
que desbloqueia a arte de educar ou a experiências sociais, é desconsiderar que
autoria docente. todo conhecimento tem sua origem na
A segunda parte do livro, “Os saberes do experiência social; é, enfim, empobrecer os
trabalho docente disputam lugar nos currículos pela negação das experiências
currículos”, denuncia que, sociais e da sua diversidade.
lamentavelmente, contra os avanços de se Na quarta parte do livro, “As crianças,
educar partindo das vivências humanas ou os adolescentes e os jovens abrem espaços
desumanas dos sujeitos, vê-se nascer, nos nos currículos”, o autor apresenta duas
dias de hoje, financiada pelas reformas questões potentes para esse debate. A
educacionais, a função aulista do professor. primeira é que a pedagogia, a partir das
Tal fato substitui a necessária função novas vivências das crianças e jovens, foi
educadora da docência – que é a própria arte interrogada na sua visão messiânica,
5
Conhecimentos Específicos
4 5
https://bit.ly/3xgvNmH https://bit.ly/3BxlflH
6
Conhecimentos Específicos
7
Conhecimentos Específicos
8
Conhecimentos Específicos
9
Conhecimentos Específicos
10
Conhecimentos Específicos
onde a coleguinha responde que ela havia mesmo tempo em que lhes confere o lugar
ganhado a boneca por ser preta e que ela daquele que não é bem-vindo e aceito no
não tinha bonecas pretas, pois ela gostava grupo. Uma entrevistada afirma que era
das brancas a outra garota ao ser frequentemente discriminada por outros
questionada sobre sua cor ela se diz ser alunos e pelos professores, agredida várias
morena e se pudesse mudar, seria branca. vezes por colegas, a entrevistada aponta o
Família e relações étnicas: durante esta preconceito, como o fator responsável por
parte do livro a autora trata sobre as toda a violência sofrida. E devido a toda
relações dos indivíduos no meio social, essa agressão a entrevistada afirma que nem
como eles lidam com o racismo no dia a dia conseguia se concentrar nos seus estudos e
em ambientes distintos, no trabalho, na começou a ficar retraída, com vergonha de
escola e em casa. Foram realizadas diversas ser negra. E é apontado também a existência
entrevistas com os familiares, onde a de um mau atendimento para as mães e
preocupação básica era levantar os efeitos parentes de crianças negras por parte de
das relações multiétnicas, na sociedade professores e funcionários.
brasileira e na vida dos entrevistados. Bem diferente, entretanto, é a percepção
E analisando os depoimentos dados é que as famílias brancas têm do problema
fácil observar que existe uma diferença étnico no Brasil. O branco apenas vê o
bastante acentuada entre os depoimentos preconceito e não sofre, diretamente, as
dos integrantes do grupo negro e os do consequências dele.
branco. Para os negros o reconhecimento do Sem dúvida, as entrevistas apontam para
preconceito se dá de modo concreto e os a existência do preconceito na sociedade
prejuízos podem ser contabilizados, já as atual. Entretanto, percebe-se que essa
famílias bancas apesar de reconhecerem a questão é camuflada até mesmo no
existência do preconceito, elas o tratam cotidiano familiar. Dessa maneira, a criança
como algo normal, algo que sempre existirá não é educada para respeitar e conviver com
e que não adianta querer acabar com ele. as diferenças, sobretudo com as
A autora fala também de como essas diversidades étnicas. As mães afirmam não
entrevistas revelam o preconceito na ter tempo de conversar sobre esses assuntos
relação conjugal e familiar. Onde uma com seus filhos ou então acabam
entrevistada diz que o seu parceiro só esquecendo, deixando toda a
assumiria o filho se fosse branco e que antes responsabilidade para a escola que
dela sua mãe também já viveu situações geralmente possui pouco preparo para
semelhantes. abordar esse assunto. A ausência de
A desigualdade de diretos e as diferenças informação pode representar para a criança
derivadas da condição étnica aparecem branca a ideia de pertencer a um grupo
claramente quando o negro se candidata a étnico superior, visto que essa ideia é muito
um emprego, uma das entrevistadas afirma difundida pela sociedade de modo implícito
que sempre perde a vaga de emprego para e até mesmo explicito. Por outro lado, para
alguém branco e que a maioria dos a criança negra esse silêncio sobre o
funcionários sempre são brancos, outra preconceito pode levá-la a entender o seu
mulher relata as humilhações sofridas no grupo como inferior, ideia que se conforma
seu ambiente de trabalho por parte de seus automaticamente, à superioridade branca.
superiores, que era agredida ofendia, mas Outra consequência do silencio no lar
teve eu abaixar a cabeça, pois precisava pode resultar na dificuldade de a criança
muito do emprego. negra agir diante de situações de conflitos
Para os indivíduos negros, a experiência étnicos. As crianças não sabem o que fazer
escolar também parece repleta de e geralmente acabam ficando com vergonha
acontecimentos prejudiciais, o que dificulta de contar para os pais.
a aquisição de uma identidade positiva, ao
11
Conhecimentos Específicos
6 7
https://bit.ly/3TWF2T3 https://bit.ly/3eIdala
12
Conhecimentos Específicos
13
Conhecimentos Específicos
14
Conhecimentos Específicos
8 9
https://bit.ly/3qsCJJR https://bit.ly/3BbstKO
15
Conhecimentos Específicos
16
Conhecimentos Específicos
17
Conhecimentos Específicos
18
Conhecimentos Específicos
19
Conhecimentos Específicos
20
Conhecimentos Específicos
21
Conhecimentos Específicos
22
Conhecimentos Específicos
23
Conhecimentos Específicos
24
Conhecimentos Específicos
12
https://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/7485/5816
25
Conhecimentos Específicos
26
Conhecimentos Específicos
27
Conhecimentos Específicos
28
Conhecimentos Específicos
todos os anos vir se repetindo as mesmas culturas são dinâmicas e apenas diferentes
práticas: enfeitam as crianças, pintam seus e mais do que isso: são resultados das
rostos, confeccionam penas de cartolina e relações históricas entre os diferentes
as colocam nas suas cabeças. grupos humanos (AIRES, 2013). Ou seja,
As crianças nas escolas são vestidas com para melhor se compreender os atuais
saiotes de papel geralmente verdes e não povos indígenas nas suas
faltam os gritos e os cenários com ocas e sociodiversidades, se faz necessário
florestas! Dizem que estão imitando os perceber as diversas experiências
índios, numa tentativa de homenageá-los! vivenciadas por esses povos nos diversos
Entretanto, tais supostas homenagens se processos de colonização, que resultaram
referem à qual índio? As supostas imitações na história das relações socioculturais ao
correspondem às situações dos povos longo mais de 500 anos no Brasil
indígenas no Brasil? Como essas imagens (OLIVEIRA, 2011). Buscando
ficarão gravadas na memória dos/as compreender as expressões socioculturais
estudantes desde tão cedo? Quais serão suas indígenas como produtos das relações
atitudes quando se depararem com os índios históricas em cada região do país.
reais? Quais as consequências da Se por um lado, em razão da ignorância
reprodução dessas desinformações sobre as e do desconhecimento tais discursos e
diversidades étnicas existente no nosso imagens equivocadas sobre uma suposta
país? (SILVA, 2010a). “pureza” dos grupos indígenas existem até
O que muitas das vezes aprendemos mesmo na Amazônia, por outro, mesmo
sobre os índios na escola está associado naquela Região são utilizados “pré-
basicamente às imagens do que é também conceitos” e discursos perversos para negar
na maioria dos casos são veiculadas pela as identidades indígenas. A exemplo dos
mídia: um índio genérico, ou seja, sem estar discursos usados pelos grandes
vinculado a um povo indígena. Ou ainda latifundiários, madeireiras, empresas de
com um biótipo de indivíduos habitantes na mineração privadas e até públicas, grandes
Região Amazônica e no Xingu. Com projetos governamentais para construções
cabelos lisos, muitas pinturas corporais e de barragens e hidrelétricas e demais
adereços de penas, nus, moradores das interessados nas terras dos povos indígenas.
florestas, portadores de culturas exóticas, Portanto, negar as identidades dos povos
etc. Ou também os diversos grupos étnicos indígenas é a condição para omitir seus
são chamados de “tribos” e assim pensados direitos, principalmente aos seus territórios.
como primitivos, atrasados. Ou ainda O último Censo IBGE/2010 apontou que
imortalizados pela literatura romântica do no Brasil existem 305 povos indígenas,
Século XIX, como nos livros de José de falando 274 línguas e contabilizando cerca
Alencar, onde são apresentados índios de 900 mil indivíduos. Significando que
belos e ingênuos, ou valentes guerreiros e tratar sobre os grupos que se convencionou
ameaçadores canibais, ou seja, bárbaros, chamar-se genericamente de “índios” é uma
bons selvagens ou heróis. situação parecida ao olhar um
As imagens e discursos que afirmam os caleidoscópio: são povos em suas múltiplas
indígenas na Amazônia como “puros”, expressões socioculturais, diversos entre si
autênticos e “verdadeiros” em oposição aos e diferentes de nossa sociedade. Pensar os
habitantes em outras regiões do país, povos indígenas é, portanto, pensar sempre
principalmente nas mais regiões antigas da em experiências sociohistóricas plurais e
colonização portuguesa, a exemplo do diferenciadas.
Nordeste, se baseiam em uma ideia O pouco conhecimento generalizado
equivocada de culturas melhores, sobre os povos indígenas está associado
superiores ou inferiores. Quando as basicamente à imagem do índio que é
pesquisas antropológicas afirmam que as tradicionalmente veiculada pela mídia: um
29
Conhecimentos Específicos
30
Conhecimentos Específicos
31
Conhecimentos Específicos
32
Conhecimentos Específicos
13
https://bit.ly/3dfsG7R
33
Conhecimentos Específicos
34
Conhecimentos Específicos
35
Conhecimentos Específicos
36
Conhecimentos Específicos
37
Conhecimentos Específicos
em todos os seus atos e rituais na prática da Essa definição resgata o senso comum.
avaliação escolar. Afinal, são imbricados e Entretanto, ela levanta uma questão tão
traduzem-se em um só, que significa a banal que poderia ser ignorada: como se
busca do sucesso, o comprometimento com sabe se um aluno “adquiriu, ou não, no
o projeto pedagógico, por meio do prazo previsto, os novos conhecimentos e
constante investimento em soluções para os as novas competências que a instituição,
impasses emergentes. Por isso, avisa que conforme o programa, previa que
“lamentar resultados negativos não traz adquirisse”? Indiretamente, essa simples
nenhuma solução; o sucesso depende do definição remete a um mundo de agentes e
investimento adulto na busca dos resultados de práticas de avaliação: o grau de
positivos” (p. 395). aquisição de conhecimentos e de
De fato, investir em vez de lamentar é competências deve ser avaliado por
bem mais substancial em qualquer situação alguém, e esse julgamento deve ser
da vida. E, especificamente no caso da sustentado por uma instituição para tornar-
avaliação dessa obra, parece mais se mais do que uma simples apreciação
conveniente que o leitor invista em sua subjetiva e para fundar decisões de seleção
leitura e não confie tanto na descrição de orientação ou de certificação.
limitada desta resenha, sob o risco de Os alunos são considerados como tendo
lamentar depois o que José Saramago já há alcançado êxito ou fracasso na escola
muito, e com requintada sutileza, nos porque são avaliados em função de
deixou como advertência em sua A exigências manifestadas pelos professores
caverna: ou outros avaliadores, que seguem os
programas e outras diretrizes determinadas
A não ser, A não ser, quê, A pelo sistema educativo. As normas de
não ser que esses tais rios não excelência e as práticas de avaliação, sem
tenham duas margens, mas engendrar elas mesmas as desigualdades no
muitas, que cada pessoa que lê domínio dos saberes e das competências,
seja, ela, a sua própria desempenham um papel crucial em sua
margem, e que seja sua, a transformação em classificações e depois
margem a que terá de chegar. em julgamentos de êxito ou de fracasso:
sem normas de excelência, não há
avaliação; sem avaliação, não há
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da hierarquias de excelência; sem hierarquias
excelência à regulação das aprendizagens de excelência, não há êxitos ou fracassos
- entre duas lógicas. Porto Alegre: declarados e, sem eles, não há seleção, nem
Artmed, 1999 desigualdades de acesso às habilitações
almejadas do secundário ou aos diplomas.
Normalmente, define-se o fracasso
14 escolar como a simples consequência de
A avaliação no princípio da
excelência e do êxito escolares dificuldades de aprendizagem e como a
O que é um aluno fracassado? Para o expressão de uma falta "objetiva" de
sociólogo: conhecimentos e de competência. Essa
visão, que "naturaliza" o fracasso, impede a
"O aluno que fracassa é aquele compreensão do que ele resulta de formas e
que não adquiriu no prazo previsto os de normas de excelência instituídas pela
novos conhecimentos e as novas
escola, cuja execução local revela algumas
competências que a instituição,
conforme o programa, previa que arbitrariedades, entre as quais a definição
adquirisse" (Isambert-Jamati, 1971). do nível de exigência, do qual depende o
14
https://bit.ly/3xlYbUL
38
Conhecimentos Específicos
limiar que separa aqueles que têm êxito ao sabor de um funcionamento particular do
daqueles que não os têm. sistema de ensino, de sua maneira de
Nas sociedades humanas, quase todas as “tratar" as diferenças.
desigualdades culturais que correspondem Hoje, depois de mais de 20 anos de
a uma forma ou outra de domínio do real debates sobre a diferenciação possível e
proporcionam classificações, que os desejável do ensino, a maioria dos sistemas
sociólogos chamam de "hierarquias de escolares ainda mantém amplamente a
excelência", para distingui-las de outros ficção segundo a qual todas as crianças de
tipos do hierarquias. A excelência define-se seis anos que entram na primeira série da
como a qualidade de uma prática, na escola obrigatória estariam igualmente
medida em que se aproxima de uma norma desejosas e seriam capazes de aprender a ler
ideal. Ela remete a competências e a escrever em um ano. Todo mundo sabe
subjacentes, isto é, a uma “hierarquia de que isso é falso, o que não impede que tal
competência”. ficção permaneça no princípio da estrutura
O fracasso escolar não é a simples escolar, do tratamento das faixas etárias e
tradução “lógica" de desigualdades tão da distribuição do programa em graus
reais quanto naturais. Não se pode pura e anuais. No início da escolaridade
simplesmente compará-lo a uma falta de obrigatória, as diferenças de idades são as
cultura, de conhecimentos ou de únicas que a escola aceita levar em conta.
competências. Essa falta é sempre relativa a Para afrontar a formidável diversidade dos
uma classificação, ela própria ligada a ritmos de desenvolvimento, desejou-se
formas e a normas de excelência escolar, a ignorar ou deixar por conta das dispensas
programas, a níveis de exigência, a por idade o fato de que, aos seis anos, certos
procedimentos de avaliação. alunos possam manifestar um nível de
Sendo assim, a análise dos desenvolvimento que outros só atingirão
procedimentos de avaliação não dispensa a aos sete ou oito, ao passo que outros já o
explicação da gênese das desigualdades haviam atingido aos quatro ou cinco. Um
reais nos domínios cobertos pelas formas e atraso de desenvolvimento só é considerado
pelas normas de excelência. Ao contrário, quando tiver originado dificuldades graves,
ela convida a não esquecer jamais: até mesmo um fracasso. A repetição da
primeira série de escolaridade obrigatória,
- por um lado, que o fracasso que pretende aumentar a homogeneidade
escolar é sempre relativo a uma dos alunos que passam para o ano seguinte,
cultura escolar definida, ou seja, a
formas e normas particulares de
está muito fortemente ligada à classe social,
excelência, a programas e a que é, assim, indiretamente considerada,
exigências; por uma medida de diferenciação grosseira
- por outro, que a medida da e cujos efeitos são duvidosos.
excelência, por intermédio dos Quanto às diferenças que não dizem
procedimentos de avaliação nunca é
um simples reflexo das desigualdades
respeito a um avanço ou a um atraso do
de conhecimentos e de competências, desenvolvimento, elas tem alguns remédios
que ela as dramatiza, amplia-as, conhecidos, utilizados apenas quando as
desvia-as às vezes e, sobretudo, põe dificuldades são confirmadas: reprovação,
as hierarquias de excelência a serviço apoio pedagógico, atendimento médico-
de decisões que as sobre-determinam.
pedagógico ou psiquiátrico. A escola não
pensa realmente sobre as diferenças; ela
As diferenças e as desigualdades
trata seus efeitos com meios rudimentares.
extraescolares - biológicas, psicológicas,
econômicas, sociais e culturais - não se
transformam em desigualdades de
aprendizagem e de êxito escolar, a não ser
39
Conhecimentos Específicos
40
Conhecimentos Específicos
41
Conhecimentos Específicos
42
Conhecimentos Específicos
43
Conhecimentos Específicos
44
Conhecimentos Específicos
45
Conhecimentos Específicos
administração de uma classe não lhe Talvez seja um realismo utópico. Será que
permitem deixar aos alunos, sobretudo aos temos realmente escolha?
mais fracos, todo o tempo requerido para
construir conhecimentos ou competências Não mexa na minha avaliação! Uma
conforme seu ritmo. abordagem sistêmica da mudança
Mudar a avaliação é fácil dizer! Nem
Um realismo surrealista? todas as mudanças são válidas. Pode-se
Para levar em conta as diferenças e bastante facilmente modificar as escalas de
pensar as regulações individualizadas, no notação, a construção das tabelas, o regime
quadro de um dispositivo e de sequências das médias, o espaçamento das provas.
didáticas, é necessário afrontar uma Tudo isso não afeta de modo radical o
complexidade que descarta definitivamente funcionamento didático ou o sistema de
receitas, modelos metodológicos prontos ensino. As mudanças das quais se trata aqui
para uso. Portanto, aceitar romper com as vão mais longe. Para mudar as práticas no
necessidades de grande parte dos sentido de uma avaliação mais formativa,
professores, assumir o risco de lhes propor menos seletiva, talvez se deva mudar a
procedimentos que não correspondem nem escola, pois a avaliação está no centro do
à sua imagem da profissão, nem a seu nível sistema didático e do sistema de ensino.
de formação. E aceitar sem dúvida também Transformá-la radicalmente é questionar
entrar em conflito com uma classe política um conjunto de equilíbrios frágeis. Os
e com autoridades escolares que não pedem agentes o pressentem, adivinham que,
tanto e das quais, ao menos uma parcela, se propondo-lhes modificar seu modo de
conforma muito bem com a relativa avaliar, podem-se desestabilizar suas
ineficácia das pedagogias em vigor. práticas e o funcionamento da escola.
É que há realismo e realismo. Um deles Entendendo que basta puxar o fio da
conservador, de visão curta, que se esconde avaliação para que toda a confusão
por detrás das tradições e interesses pedagógica se desenrole, gritam: "Não
adquiridos para se resignar às mexa na minha avaliação!”
desigualdades com um fatalismo sombrio Coloco-me aqui na perspectiva de uma
ou alegre. Esse realismo não pode persistir evolução das práticas no sentido de uma
senão recusando-se a ver uma parte da avaliação formativa, de uma avaliação que
realidade ou inventando fatalidades ajude o aluno a aprender e o professor a
biológicas ou socioculturais que o protejam ensinar. Não retomo a necessária
de qualquer questionamento. articulação entre avaliação formativa e
Existe um outro realismo, mais diferenciação do ensino: a avaliação
inovador, que se preocupa com o futuro, formativa não passa, no final das contas, de
tanto dos indivíduos quanto das sociedades, um dos componentes de um dispositivo de
que não se conforma com o fato de que individualização dos percursos de formação
tantas crianças e adolescentes passem e de diferenciação das intervenções e dos
tantos anos na escola para sair dela sem enquadramentos pedagógicos. Se a
dominar verdadeiramente sua língua diferenciação é impossível, a avaliação
materna, sem ler correntemente e gostar formativa será apenas uma regulação global
disso, desamparados diante de um texto e, em resumo, clássica, da progressão de um
simples, desprovidos de meios de ensino frontal.
argumentação ou de expressão dos
sentimentos. O realismo didático, tal qual
defendo aqui, consiste em considerar os
aprendizes como são, em sua diversidade,
suas ambivalências, sua complexidade,
para melhor levá-los a novos domínios.
46
Conhecimentos Específicos
47
Conhecimentos Específicos
(quando existem), por não poder praticar o disciplina escolar e qualquer aprendizagem.
apoio integrado no contexto de um horário No decorrer dos últimos anos, no plano
estourado; divisão do trabalho entre teórico, assiste-se, especialmente no campo
especialistas das diversas disciplinas, cujo do francês (Allal, Bain e Perrenoud, 1993),
funcionamento e nível do aluno ninguém mas isso se estenderá a outras disciplinas, a
percebe globalmente; dificuldade de uma reintegração da avaliação formativa à
trabalho da equipe pedagógica devido à didática. Em campo, contudo, essa
atribuição das horas e ao número de reintegração levará tempo. Ainda mais que,
professores por turma; horário muito como é frequentemente o caso no ensino
pesado dos alunos, todas as atividades de secundário, os professores se percebem
apoio ou de desenvolvimento somando-se a como seus próprios metodólogos ou
uma semana muito cheia; repartição de trabalham com formadores centrados em
todas as horas entre as disciplinas, o que uma disciplina e que se preocupam muito
deixa pouco tempo para realizar projetos pouco com a avaliação.
interdisciplinares, aproveitar as
oportunidades ou responder a necessidades 4 -Contrato didático, relação
não-planejadas; organização fixa do tempo pedagógica e oficio de aluno
ao longo de todo o ano; locais utilizados por Ir em direção a uma avaliação mais
várias turmas, nos quais é impossível deixar formativa é transformar consideravelmente
material e muito difícil de reorganizar o as regras do jogo dentro da sala de aula. Em
espaço, apenas por um ou dois períodos de uma avaliação tradicional, o interesse do
quarenta e cinco minutos. aluno é o de iludir, mascarar suas falhas e
A escola primária dispõe, a esse respeito, acentuar seus pontos fortes. O oficio de
de numerosos trunfos, que tornam ao menos aluno consiste principalmente em
possível uma diferenciação integrada do desmontar as armadilhas colocadas pelo
ensino. Para ir em direção a uma professor, decodificar suas expectativas,
individualização dos percursos de formação fazer escolhas econômicas durante a
(Perrenoud, 1993a, 1996b), deve-se, preparação e a realização das provas, saber
contudo, mudar a organização das turmas, negociar ajuda, correções mais favoráveis
mesmo no primário, e romper a ou a anulação de uma prova malsucedida.
estruturação do curso em graus (Perrenoud, Em um sistema escolar comum, o aluno
1997a e 1997e). tem, sinceramente, excelentes razões para
querer, antes de tudo, receber notas
3 - Didática e métodos de ensino suficientes. Para isso, deve enganar, fingir
A ideia de avaliação formativa ter compreendido e dominar por todos os
desenvolveu-se no quadro da pedagogia de meios, inclusive a preparação de última
domínio ou de outras formas de pedagogia hora e a trapaça, a sedução e a mentira por
diferenciada, relativamente pouco pena.
preocupadas com os conteúdos específicos Toda avaliação formativa baseia-se na
dos ensinos e das aprendizagens. A ênfase aposta bastante otimista de que o aluno quer
era dada às adaptações, ou seja, a uma aprender e deseja ajuda para isso, isto é, que
organização mais individualizada dos está pronto para revelar suas dúvidas, suas
itinerários de aprendizagem, baseada em lacunas, suas dificuldades de compreensão
objetivos mais explícitos, coletas de da tarefa.
informação mais qualitativas e regulares e Se o professor que tenta fazer a avaliação
intervenções mais diversificadas. Hoje, formativa tem o poder de decidir,
ainda, esse modelo cibernético mantém praticamente ao mesmo tempo, o destino
toda a sua validade, em um nível escolar do aluno, este último, sobretudo em
relativamente elevado de abstração, em um sistema muito seletivo, terá todas as
qualquer ordem de ensino para qualquer razões para conservar suas estratégias
48
Conhecimentos Específicos
habituais, mobilizar sua energia para iludir. aquisições reais e, portanto, distinguir mais
E o professor achar-se-á reforçado no uso claramente os professores mais e menos
da avaliação como instrumento de controle eficientes.
do trabalho e das atitudes (Chevallard,
1986a) e de seleção. Ir em direção à 6 - Programas, objetivos, exigência
avaliação formativa seria renunciar à A introdução de uma pedagogia
seleção, o mecanismo permanente da diferenciada e de uma avaliação formativa
relação pedagógica, não fazer os alunos leva, cedo ou tarde, a mexer nos programas.
viverem sob a ameaça da reprovação ou da Inicialmente, para abreviá-los, para extrair
relegação para orientações menos sua essência: não podemos cobrir um
exigentes. programa excessivamente sobrecarregado
senão nos resignarmos com o êxito de uma
5 - Acordo, controle, política importante fração dos alunos.
institucional Ir em direção à avaliação formativa é não
Não se faz avaliação formativa sozinho, mais fabricar tantas desigualdades, é criar
porque apenas se pode avançar nesse os meios para remediar as dificuldades dos
sentido modificando bastante alunos mais lentos, mais fracos. Ora, não se
profundamente a cultura da organização pode "matar todos os coelhos de uma só
escolar, não só em escala de sala de aula, cajadada": é indispensável, para lutar contra
mas também de estabelecimento. o fracasso escolar, deter-se no essencial, no
É dispensável, vencer um obstáculo de cerne dos programas, renunciando a todos
peso: o individualismo dos professores a os tipos de noções e de saberes que não são
vontade ciosa de fazer como se quer, uma indispensáveis, ao menos não para todos os
vez fechada a porta de sua sala de aula alunos. Os movimentos de modernização
(Gather Thurler, 1994b, 1996). Também é dos programas nesse sentido (Perret e
provável que uma avaliação formativa Perrenoud, 1990). Não subestimemos a
favoreça, sem que isso seja uma amplitude da tarefa.
necessidade absoluta, uma divisão do Uma avaliação formativa, posta a
trabalho diferente entre os professores, serviço da regulação individualizada das
porque a explicação dos objetivos, a aprendizagens, colocará o dedo, mais
elaboração dos testes com critérios ou a rápido do que um ensino frontal, sobre as
construção de sequências didáticas ou de incoerências e as ambições desmedidas de
estratégias de adaptação ultrapassam as certos planos de estudos. Quando muitos
forças de cada um considerado alunos de determinada idade cometem os
isoladamente. Deve-se, portanto, rumar mesmos erros e não se pode facilmente
para uma divisão das tarefas, um remediar isso, porque ultrapassam seu
desencerramento dos graus, uma estágio de desenvolvimento intelectual,
colaboração entre professores que ensinam quando certos tipos de saberes
em classes paralelas ou na mesma marginalizam, sistematicamente, uma
disciplina. maioria de alunos, porque se encontram
Paradoxalmente, uma avaliação demasiadamente afastados de sua
formativa poderia dar à administração experiência e de suas aquisições anteriores,
escolar mais controle sobre a qualidade e a deve-se certamente revisar o plano de
conformidade do ensino de uns e de outros. estudos ou deixá-lo mais próximo da vida,
Com certeza, limitaria a parcela das ou mais realista em relação às aquisições
informações cifradas, mas conduziria a anteriores e às atitudes dos alunos. Toda
representações mais precisas daquilo que os pedagogia diferenciada funciona como um
alunos sabem fazer realmente. Em vez de analisador crítico dos planos de estudos.
comparar taxas de fracassos ou médias de
turmas, poder-se-iam comparar as
49
Conhecimentos Específicos
50
Conhecimentos Específicos
Não se pode responsabilizar o medo da distingue ainda mais a realização das ideias
mudança por todas as resistências. Muitos e de modelos sedutores.
professores sabem ou percebem que, sem Se, mais do que nunca, é necessário
evolução, estão condenados à rotina e ao mudar a avaliação em um sentido mais
tédio (Huberman, 1989). Definitivamente, a formativo, importa integrar o caráter
mudança não passa de um momento difícil, sistêmico das práticas em nossas
por vezes estimulante, caso resulte em uma estratégicas de mudança. Para se opor
renovação e crie equilíbrios mais fecundos. simultaneamente à avaliação, à didática, à
A situação é mais grave quando os relação entre professores e alunos, aos
professores pressentem que não programas, à organização das turmas e do
encontrarão, em um novo sistema de curso, à seleção, não existe método pronto.
avaliação, as satisfações, confessáveis ou Pode-se, no entanto, indicar três pistas
não, que lhes proporciona a avaliação complementares que implicam fortemente
tradicional. os primeiros agentes envolvidos:
Uma avaliação formativa somente pode 1. Fazer evoluir o funcionamento dos
ser cooperativa, negociada, matizada, estabelecimentos em direção a uma
centrada mais na tarefa e nos processos de autoridade negociada, verdadeiros projetos,
aprendizagem do que na pessoa. Priva uma autonomia substancial, resultante de
definitivamente do poder de classificar, de uma real responsabilidade.
distinguir, de condenar globalmente alguém 2. Favorecer a cooperação entre
em função de seus desempenhos professores em equipes pedagógicas ou em
intelectuais. Toda mudança, em qualquer redes.
instituição, pode colocar em perigo a 3. Agir sobre todos os parâmetros
economia psíquica dos agentes, o equilíbrio (estatuto dos professores, formação, gestão)
às vezes frágil que construíram entre os que aumentam o grau de profissionalização
prazeres e as frustrações, as liberdades e os do professor e das profissões conexas.
deveres que sua tarefa permite ou impõe. Isso deveria conduzir os defensores da
Negá-lo leva a uma análise que ignora uma avaliação formativa e da diferenciação,
dimensão essencial dos sistemas vivos e de como os didáticos das disciplinas, os
sua complexidade. partidários da escola ativa, os defensores
das tecnologias novas ou de qualquer outra
Abordagem sistêmica pode ser modernização dos conteúdos ou dos
desmobillzadora? métodos a trabalharem em mais estreita
A abordagem sistêmica aqui adotada colaboração com aqueles que refletem
nada tem de original, ela se impõe em todas sobre a organização escolar como sistema
as ciências sociais que têm por tarefa dar complexo.
conta das organizações e das práticas A perspectiva sistêmica ainda não faz
humanas (ver, por exemplo, Amblard, parte da cultura comum de todos os
1996; Bernoux, 1985; Crozier e Friedberg, pesquisadores em educação e de todos os
1977; Friedberg, 1993). Se em educação se inovadores. Se ela lhes falta, são fadados a
deve incessantemente fazer retomadas, isso se perguntar, durante décadas ainda, por
acontece em razão da constante tentação de que a escola não adota as belas ideias
esquecer a complexidade para acreditar em resultantes de seus trabalhos ou da reflexão
uma mudança rápida e limitada da escola. dos movimentos pedagógicos.
Essa tentação é compreensível: se
aceitamos a abordagem sistêmica,
avaliamos a impossibilidade de mudar
radicalmente as práticas de avaliação sem
fazer evoluir o conjunto da profissão de
professor e da organização escolar; o que
51
Conhecimentos Específicos
Conclusão
Avaliação formativa, regulação, VILLAS BOAS, Benigna M. F. As
diferenciação: as mesmas questões, o Dimensões do Projeto Político- -
mesmo combate Pedagógico: novos desafios para a escola.
Ilma Passos Alencastro Veiga, Marília
Enquanto a intenção de instruir não der
Fonseca (orgs.). Campinas: Papirus, 2001
resultados, o conflito entre a lógica - (Coleção Magistério: Formação e
formativa e a lógica seletiva permanecerá. Trabalho Pedagógico)
Pode-se, certamente, prorrogar e atenuar a
seleção, mas o centro do problema está
alhures, na impotência da escola em 15
Após uma longa trajetória de discussão
alcançar seus fins educativos declarados. em torno da temática do projeto político-
Não se pode pedir que a avaliação pedagógico, divulgada pela coleção
substitua o ensino. Em contrapartida, ela "Magistério: Formação e Trabalho
não deveria jamais impedir uma pedagogia Pedagógico", iniciada em 1989, decidimos
diferenciada, ativa, construtivista, aberta, pela continuidade da temática, em virtude
cooperativa, eficiente, mas se colocar a seu do interesse suscitado por duas obras:
serviço. Isso não dispensa de desenvolver Projeto político-pedagógico: Uma
prioritariamente essa pedagogia, com suas construção possível e Escola: Espaço do
dimensões avaliativas, além de todas as projeto político-pedagógico.
demais. A apresentação do tema em debates em
Desse ponto de vista, se a avaliação sala de aula, na graduação e na pós-
formativa engana-se ao se separar da graduação, em seminários, encontros
didática (Bain, 1988a e b), perde-se promovidos por instituições públicas e
também caso se torne uma problemática privadas, inspirou a retomada do projeto
autônoma, ao passo que seu único interesse pedagógico como tema revisitado pelas
seria o de se articular com uma pedagogia ricas contribuições dos interlocutores
diferenciada. presentes nas respectivas atividades.
Daí porque, conhecendo o peso das Nesse sentido, o presente livro incorpora
palavras, seria bom que ao agrupamento as reflexões em torno de políticas
daqueles que trabalham sobre as diversas educacionais, intervenções da comunidade,
facetas e funções da avaliação, façam o da família e da escola, paradigmas
contrapeso das associações, departamentos curriculares e avaliativos e do esforço da
universitários, programas e projetos de construção das identidades dos sujeitos do
pesquisa ou de desenvolvimento que processo educativo.
reúnam abordagens transversais e A estrutura metodológica do livro
abordagens didáticas do ensino e da compõe-se de quatro dimensões:
aprendizagem, em torno do tema da a) O projeto político-pedagógico no
diferenciação, da regulação, da contexto das políticas educacionais.
individualização dos percursos. b) Os territórios da intervenção da
comunidade, da família e da escola.
c) Os desafios dos paradigmas
curriculares e avaliativos.
d) A construção das identidades dos
sujeitos do processo educativo.
Na primeira dimensão, Marília Fonseca
reflete sobre “A gestão da educação básica
na ótica da cooperação internacional: Um
salto para o futuro ou para o passado?”.
15
https://bit.ly/3e8YIhF
52
Conhecimentos Específicos
Comenta a base “gerencialista” das mas para dar condições para que as crianças
orientações internacionais, sua exigência de dessas famílias permaneçam na escola e se
produtividade para a escola e de preparem para um futuro com maior grau de
“performatividade” para o professor. escolaridade e melhores chances de
Analisa as orientações políticas definidas ascensão social. Mostra, mediante
pelo Banco Internacional de Reconstrução avaliações realizadas por trabalhos
e Desenvolvimento (Banco Mundial) para a acadêmicos e por organismos
formação e o desempenho do professor de internacionais (Unesco, Unicef e outros)
ensino básico. Examina os documentos que o Programa Bolsa-Escola melhorou a
estratégicos do Banco para a educação que qualidade de vida das famílias em
orientam os projetos de financiamento condições de extrema pobreza; evitou o
desenvolvidos em parceria com alguns trabalho infantil; contribuiu para o
estados brasileiros. Interroga sobre efeitos desenvolvimento da autoestima e da
da visão compartilhada entre o Banco e os cidadania dos setores excluídos, além de
quadros educacionais sobre a formação e a criar uma cultura escolar positiva.
atuação do professor. Na terceira dimensão, Anna Rosa
O segundo texto, de autoria de Ilma Fontella Santiago apresenta o texto:
Passos Alencastro Veiga, intitulado: “Projeto político-pedagógico e organização
“Projeto político-pedagógico: Novas trilhas curricular: Desafios de um novo
para a escola”, contém, de um lado, uma paradigma”. Colocando em questão a
reflexão sobre as relações mais amplas da racionalidade que tem conduzido a
escola com as políticas públicas, organização e o desenvolvimento de
alicerçadas na visão estratégica, e, de outro, projetos político-pedagógicos para as
uma busca de compreensão dos escolas de educação básica, esse texto
pressupostos que devem embasar a pretende provocar uma reflexão sobre a
construção do projeto político-pedagógico possibilidade de uma dinâmica curricular
da instituição educativa na visão fundamentada em um paradigma que
emancipadora. reconheça as relações de poder e os
Na segunda dimensão, Virgínio Sá, após processos de subjetivação imbricados nas
uma breve conceitualização em torno do práticas pedagógicas. Busca argumentos na
termo participação, em seu artigo teorização pós-estruturalista, nos estudos
denominado: “A (não) participação dos pais culturais e na pedagogia pós-crítica e
na escola: A eloquência das ausências”, aponta condições para a condução de uma
procura problematizar um certo saber proposta pedagógica ética e politicamente
“convencional” que atravessa as comprometida com as representações e os
representações dominantes, sobretudo significados culturais das comunidades
docentes, em relação à (não) participação envolvidas.
dos pais na escola, questionando, O segundo texto dessa dimensão, de
nomeadamente, a tendência para o Benigna Maria de Freitas Villas Boas,
estabelecimento de uma relação linear entre intitulado “Avaliação formativa: Em busca
a não participação dos pais e seu suposto do desenvolvimento do aluno, do professor
desinteresse pela educação dos filhos. e da escola”, faz uma incursão sobre a
Outro texto dessa dimensão, de construção do conceito de avaliação
Cristovam Buarque e outros, reflete sobre formativa manifestada em três diferentes
“Bolsa-Escola e Renda Mínima: situações. A autora analisa a visão de
Similitudes e diferenças”. O texto apresenta alguns estudiosos sobre a avaliação
o Programa Bolsa-Escola, implementado formativa, destacando ser ela parte
no Distrito Federal no período 1995-98, essencial do trabalho pedagógico
como estratégia inovadora não apenas para comprometido com a aprendizagem do
aumentar a renda das famílias excluídas, aluno e do professor e com o
53
Conhecimentos Específicos
16
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- content/uploads/2020/10/WEB_Retratos_EJA_2020.pdf
54
Conhecimentos Específicos
17
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-
content/uploads/2021/02/Conhecer-para-Proteger-WEB.pdf
55
Conhecimentos Específicos
56
Conhecimentos Específicos
57
Conhecimentos Específicos
58
Conhecimentos Específicos
18
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- content/uploads/2021/03/Diálogos_NAAPA_Vol-1_WEB.pdf
59
Conhecimentos Específicos
60
Conhecimentos Específicos
19
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_d ital/BibDigitalLivros/TodosOsLivros/Vulnerabilidade-e-
ivulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/BibliotecaDig educacao.pdf
61
Conhecimentos Específicos
inicialmente, entendê-la como uma de São Paulo estão expostos neste tempo
condição a que qualquer pessoa pode histórico marcado pelas repercussões da
experimentar em algum momento da vida. COVID-19, consideramos relevante
No ambiente educacional, há contextos promover a reflexão acerca das diferentes
de múltiplas carências, de violação de formas de como cada grupo social ou cada
direitos, de doenças crônicas, de indivíduo tem experenciado as
dificuldades de aprendizagem, e há também consequências das necessidades do
a presença marcante de crianças e isolamento social. É fato que todos temos
adolescentes que se encontram vulneráveis nossa rota de existência alterada pela
por outros motivos, fato este que presença do vírus e pelos riscos de
pretendemos estabelecer como eixo do contaminação, mas é preciso compreender
nosso diálogo, uma vez que estar vulnerável que um incontável número de fatores
a alguma situação é algo bastante amplo determinará as marcas deixadas por essas
que merece atenção. experiências em nossa vida emocional e
A literatura é uma sugestão para abrir a social.
discussão sobre esse tema tão caro, Nós, das equipes do NAAPA, temos nos
principalmente se considerarmos este disponibilizado a refletir sobre os aspectos
tempo histórico marcado por incertezas e psicossociais que hoje atravessam a vida de
solidão, sentimentos acentuados diante do todos aqueles que compõem a comunidade
isolamento social imposto pela pandemia. escolar, buscando potencializar práticas
Na escola, em determinados contextos, coletivas que auxiliem profissionais da
estudantes e professores vivem uma educação, familiares, responsáveis e
dinâmica que não favorece o conhecimento estudantes, para que, por meio do
de quem é o outro, pois essa percepção, conhecimento teórico, das dinâmicas
muitas vezes, se constitui a partir de uma afetivas e da educação, possam se
vivência fragmentada e acelerada pelo reconhecer como indivíduos potentes e
movimento da própria vida e das relações merecedores de uma vida digna e
estabelecidas, portanto, estreitar laços sustentada por direitos humanos universais.
demanda o reconhecimento da humanidade Assim, neste texto dialogaremos sobre
e da fragilidade do outro. uma expressão que, embora seja
Dessa forma, o texto literário pode ser o frequentemente utilizada nas situações em
caminho para estabelecer a escuta e o que abordamos as questões referentes às
diálogo, a fim de buscar estratégias para o desigualdades sociais presentes na vida de
enfrentamento de tantas situações e estudantes da RME, é pouco aprofundada e
contextos que fragilizam e marcam crianças acaba por se perder, quer seja pelo fato de
e adolescentes no espaço educacional. É carregar ideias cristalizadas ou até mesmo
certo que a leitura de um conto, de um por se tratar de terminologia tomada por
poema ou de uma crônica pode ser importante dispersão semântica. Trata-se
disparadora de questões enfrentadas por do termo vulnerabilidade.
todos, como o medo, a tristeza, a raiva,
entretanto, o percurso que o livro apresenta Aprendendo Sobre Vulnerabilidade
busca marcar justamente o campo da O termo vulnerabilidade começou a ser
vulnerabilidade, buscando dar corpo ao que largamente utilizado nos anos 1980 pelos
parece anônimo, exercitando a alteridade profissionais de saúde pública que
do olhar na busca incansável de se enfrentavam o rápido crescimento de uma
aproximar e enxergar vulnerabilidades síndrome até então desconhecida, mas que
presentes na vida de crianças e deixava marcas impiedosas nas populações
adolescentes. mais jovens. Em diversos países a Aids
Diante dos múltiplos desafios aos quais imprimiu seus registros, fazendo com que
educadores da Rede Municipal de Ensino os pesquisadores buscassem compreender
62
Conhecimentos Específicos
quais eram os grupos sociais mais expostos vulnerabilidade seja um termo amplamente
ou sujeitos aos riscos de contaminação, cunhado pelas políticas públicas de saúde e
assim, com o passar do tempo, os termos assistência social, é preciso considerar seus
“riscos” e “população de risco” foram, impactos diretos nos modos de
gradativamente, substituídos pelo termo aprendizagem de estudantes, uma vez que
vulnerabilidade, de maneira que se seu uso nos ajuda a ampliar a compreensão
procurava relacionar uma série de variáveis dos múltiplos fatores que fragilizam os
socioeconômicas e os grupos sociais ou sujeitos na fruição de sua cidadania, sendo
indivíduos que poderiam estar mais ou aprendizagem e desenvolvimento
menos vulneráveis à epidemia. importantes dimensões a serem
Assim, tratar as questões da Aids sob a consideradas quando fazemos referência à
perspectiva da vulnerabilidade possibilitou infância e à adolescência.
a compreensão de que além de se considerar Entendemos, ainda, que é necessário
o comportamento do sujeito, era necessário destacar diferentes perspectivas da
compreendê-lo na interação de múltiplos vulnerabilidade que podem se dar no
fatores sociais, econômicos, políticos e âmbito individual, quando marcada pelas
culturais, engendrando, assim, a ideia de ações e experiências do indivíduo, no
que as condições e possibilidades de social, quando traduz a forma como a
proteção de uma pessoa não se reduzem à sociedade se estrutura e como as relações
sua simples vontade individual, sendo são produzidas em diferentes grupos e
necessário reconhecer a complexidade da contextos, e na institucional, que deriva da
doença e dos recursos necessários para sua forma como o Estado responde às
prevenção. necessidades específicas dos indivíduos ou
Conforme Adorno: O termo dos grupos sociais no que se refere à
vulnerabilidade carrega em si a ideia de garantia dos direitos humanos
procurar compreender primeiramente todo fundamentais e de cidadania.
um conjunto de elementos que caracterizam
as condições de vida e as possibilidades de Prezado(a) Candidato(a), caso queira
uma pessoa ou de um grupo – a rede de acessar o documento na íntegra segue o
serviços disponíveis, como escolas e link: <https://bit.ly/3Dw1AUy>.
unidades de saúde, os programas de cultura,
lazer e de formação profissional, ou seja, as
ações do Estado que promovem justiça e São Paulo (SP) Secretaria Municipal de
cidadania entre eles – e avaliar em que Educação. Coordenadoria Pedagógica.
medida essas pessoas têm acesso a tudo Povos Migrantes: orientações
isso. Ele representa, portanto, não apenas pedagógicas. SME/ COPED, 2021.
uma nova forma de expressar um velho
problema, mas principalmente uma busca
para acabar com velhos preconceitos e São Paulo (SP) Secretaria Municipal de
permitir a construção de uma nova Educação. Coordenadoria Pedagógica.
mentalidade, uma nova maneira de Povos Migrantes: orientações
perceber e tratar os grupos sociais e avaliar pedagógicas. SME/ COPED, 2021.
suas condições de vida, de proteção social e 20
de segurança. É uma busca por mudança no Neste documento, apresentamos as
modo de encarar as populações-alvo dos “Orientações Pedagógicas Povos
programas sociais. Migrantes”, construído por muitas mãos ao
O excerto acima nos apoia na longo do ano de 2020. Nele abordamos o
compreensão de que embora a acolhimento e valorizamos a presença de
20
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- Migrantes-WEB.pdf
content/uploads/2021/06/Currículo-da-Cidade-Povos-
63
Conhecimentos Específicos
64
Conhecimentos Específicos
65
Conhecimentos Específicos
multidimensionalidade, as propostas
São Paulo (SP). Secretaria Municipal de pedagógicas devem se organizar
Educação. Coordenadoria Pedagógica. organicamente de maneira a reconhecer e
Educação Integral: política São Paulo valorizar as singularidades, a diversidade
educadora. – São Paulo: SME/ COPED,
social, cultural, de gênero, religiosa,
2020.
territorial, socioeconômica e linguística.
Propôs-se que, a partir desta, algumas
publicações fossem referenciadas de modo
São Paulo (SP). Secretaria Municipal de a se recuperar, historicamente, como foi se
Educação. Coordenadoria Pedagógica. constituindo a concepção de Educação
Educação Integral: política São Paulo Integral no contexto brasileiro e no
educadora. – São Paulo: SME/ COPED, Município de São Paulo.
2020. Assim, serão apresentadas, além das
21 concepções e conceitos da Educação
Ao longo do processo de elaboração do Integral do Currículo da Cidade de São
documento, partiu-se de conceituações Paulo, as compreensões históricas deste
contemporâneas da Educação Integral e de processo no Brasil, das bases legais que
suas diversas formas de atendimento. amparam políticas públicas de Educação
A Secretaria Municipal de Educação de Integral e da importância da formação
São Paulo tem como premissa a Educação integral das crianças no século XXI, de
Integral. O Currículo da Cidade, em todas modo a integrar saberes e educar para
as suas etapas, modalidades e formas de transformar. Após toda a contextualização
atendimento, orienta-se pela Educação contemporânea e o resgate histórico com
Integral entendida como aquela que seus diversos referenciais teóricos,
promove o desenvolvimento dos estudantes apresenta-se a trajetória deste conceito no
em todas as suas dimensões (intelectual, Município de São Paulo. Em seguida o
física, social, emocional e cultural) como documento propõe, potencializa e
parte indissociável do processo de redimensiona diretrizes para o
aprendizagem ao longo da vida e sua fortalecimento da implementação desta
formação como sujeitos de direitos e concepção (ou concepções) bem como da
deveres, comprometida com o exercício da Política São Paulo Educadora. O último
cidadania. Trata-se não de uma modalidade, capítulo tratará da Avaliação da e na
mas uma concepção política, um paradigma Educação Integral.
urgente, necessário e possível para a Deste modo, as publicações produzidas
qualidade social em educação na nossa neste contexto, possibilitarão um diálogo
cidade. Uma abordagem pedagógica mais direto sobre os avanços, os desafios e
voltada ao desenvolvimento dos bebês, as ações que se realizam para que a
crianças, adolescentes, jovens e adultos na Educação Integral, independentemente da
perspectiva da Cidade Educadora. jornada expandida ou regular, aconteça nas
Essa concepção, no entanto, não se Unidades Educacionais do Município
confunde com Educação em tempo integral (CEIs, CEMEIs, EMEBS, EMEIs, EMEFs,
e pode ser incorporada tanto pelas Unidades EMEFMs, CIEJAs e CECIs). Com relação,
Educacionais de período regular de cinco especificamente, ao Programa São Paulo
horas, quanto pelas de período ampliado de Integral, vigente na Rede Municipal de
sete horas. Ela não se define pelo tempo de Ensino desde 2015, é importante destacar
permanência, mas pela qualidade da que este é parte da Política São Paulo
proposta curricular, que supera a Educadora, Meta 14, Projeto 25, a constar
fragmentação e o foco único em conteúdos no Plano de Metas do Município (2017-20).
abstratos. Na perspectiva da
21
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- content/uploads/2021/02/Educacao_Integral.pdf
66
Conhecimentos Específicos
67
Conhecimentos Específicos
22
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Orientacao-Normativa- n01
68
Conhecimentos Específicos
23
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- content/uploads/2020/12/ON-Registros-Digital.pdf
69
Conhecimentos Específicos
70
Conhecimentos Específicos
24
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Files/25101.pd f
71
Conhecimentos Específicos
72
Conhecimentos Específicos
73
Conhecimentos Específicos
26
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- content/uploads/2020/12/ON-Alimentação-Digital.pdf
74
Conhecimentos Específicos
75
Conhecimentos Específicos
76
Conhecimentos Específicos
77
Conhecimentos Específicos
78
Conhecimentos Específicos
79
Conhecimentos Específicos
80
Conhecimentos Específicos
81
Conhecimentos Específicos
82
Conhecimentos Específicos
83
Conhecimentos Específicos
84
Conhecimentos Específicos
revelam preconceitos que marcam e não urbano, com foco nas crianças sem-
diferenciam a criança negra da não negra. terra.
Essa relação, implicitamente, informa às A luta pela terra prescinde de um projeto
crianças modelos ideais de beleza e jeitos educativo pelo Movimento Sem Terra
de ser menina ou menino, reforçando os (MST), pois as crianças estão atreladas ao
estereótipos sociais. movimento. São desenvolvidas atividades
Finco e Oliveira ouvem as crianças e os pedagógicas nos assentamentos, fazendo
educadores. Registram atitudes. parte do conjunto de lições da luta pela
Concordam que muito cedo há, por parte terra. Há os encontros sem-terrinha,
dos adultos, mesmo inconscientemente, cirandas infantis, núcleos infantis e outros.
uma "educação" para constranger os corpos A ciranda infantil faz parte da educação não
das crianças. Por exemplo, às meninas são formal, definida pelo MST como "espaço
atribuídas tarefas que exigem delicadeza; educativo organizado com objetivo de
aos meninos, as que dependem de força. trabalhar as várias dimensões de ser criança
Professoras preocupam-se quando meninos sem-terrinha, como sujeito de direitos, com
preferem ficar mais tempo com as meninas, valores, imaginação, fantasia [...]". Eleger a
identificando-os como "afeminados", ciranda como objeto de estudo alia-se à
"sossegados". As meninas que preferem perspectiva da SI, visto que partem ambas
brincadeiras ditas "de menino" são da agência infantil, da sua cultura e das
"abrutalhadas". O bebê negro é repreendido experiências.
quando escolhe uma bolsa rosa para
brincar, no dizer da professora: "Negão com As cirandas são um espaço onde as
essa bolsa rosa é meio estranho, não dá crianças sem-terra constroem relações entre
certo". As pesquisas convergem na si e com os adultos. Vão, na experiência
evidência de que o espaço destinado à comunitária, "constituindo-se como sujeito
educação da infância acaba por ser espaço lúdico, ressignificando seu brincar, sua
da "educação do corpo", civilizando-o e experiência cultural e suas relações
discriminando-o. sociais". A proposta educativa das cirandas
As autoras inferem que as crianças pauta-se em referencial emancipatório, e
transgridem tais normativas sociais. Pelo daí a estreita ligação com a SI: prevê que,
brincar, descobrem outros significados que como as crianças estão em todos os lugares
compartilham e têm a oportunidade de criar do assentamento, os adultos passam a
e recriar. Ao romper essas fronteiras nas educar o próprio olhar, ao compreendê-las
instituições de Educação Infantil, as como também companheiras, sujeitos
crianças podem sofrer micropenalidades, a partícipes da luta de um novo projeto de
começar pelo "acabou a brincadeira". Para sociedade.
que a Educação Infantil possa ser "um
espaço coletivo de educação para o respeito Identidade é a expressão que, por fim,
e a valorização das diferenças, de uma Peterson Rigato da Silva traz à obra. O
educação que favoreça a diversidade", é capítulo 5, "A presença masculina na
urgente romper com os processos de Educação Infantil: diversidade e
homogeneização, que silenciam as crianças identidades na docência" abarca a polêmica
e embasam preconceitos. do docente masculino presente nas
instituições de Educação Infantil.
Construção alternativa é a referência do
texto de Edna Rossetto, capítulo 4: "A Utilizando bibliografia pertinente ao
Educação das crianças sem-terrinha nas tema, o autor pontua o estranhamento
cirandas infantis: construção de uma presente nas instituições, quando estas se
alternativa em movimento". O desafio é deparam com o homem professor "no
pensar a educação da infância em contexto lugar" da professora mulher. As
85
Conhecimentos Específicos
86
Conhecimentos Específicos
87
Conhecimentos Específicos
88
Conhecimentos Específicos
leitores. Assim esse artigo nos auxilia a Pestalozzi. No entanto, a autora pontua que,
conhecer as diferentes produções voltadas não só no Brasil como também em outras
às crianças, para melhor lidar com as partes do mundo, “[...] esteve em vigor uma
possibilidades de leituras das mesmas. dada representação da prática educativa que
No DEBATE QUATRO, Heloísa determinou o privilégio de certos aspectos
Helena Pimenta Rocha traz análises dos de suas teorias em detrimento de outros
discursos e práticas que, intentaram fazer da mais considerados originalmente pelos
criança objeto de intervenção higiênica e filósofos” (p. 90). Tratando
disciplinar, sendo o título de seu artigo: A especificamente da apropriação das ideias
Higienização da infância no “século da da Pedagogia de Froebel, destinada às
criança”. O presente artigo desenvolve crianças menores de 7 anos, intervém
uma significativa contribuição para a acentuando que sua efetivação prática
compreensão da história da educação aproximou-se do modelo de ensino escolar
infantil, no qual a autora interroga acerca e teve sua prática reduzida aos dons e
das representações produzidas pelos ocupações, distanciando-se dos princípios
médicos-higienistas brasileiros sobre as originalmente anunciados por Froebel.
crianças pequenas e sua educação. A autora No DEBATE SEIS, Zeila de Brito Fabri
utiliza como fonte de análise as obras Demartini encerra este volume com o
produzidas pelo médico higienista carioca artigo: Relatos orais sobre a infância e o
Dr. Oscar Clark, centrando sua análise processo de alfabetização. Nesse artigo a
naqueles que eram considerados, pelo autora privilegia os relatos orais de
autor, os direitos das crianças pequenas, professores/as sobre a infância e sobre o
bem como nos objetivos a que, em sua processo de alfabetização no final do século
concepção, deveria visar a educação XIX e primeiras décadas do século XX.
infantil. A análise dessas obras torna-se Através dos relatos orais a autora descreve
relevante para a compreensão da educação como estes/as professores/as representam a
infantil brasileira, pois, constituem infância e o que contam sobre os jardins-de-
“Representações e estratégias que tiveram infância, sobre as escolas e sobre como se
uma larga difusão a partir do final do século viam como alfabetizadores/as. Os dados
XIX, orientando todo um conjunto de dos relatos trazem questões para a
iniciativas voltadas para os propósitos de discussão de realidades atuais como a
disciplinamento e controle social” (p.82). diferenciação ou não do atendimento de
No DEBATE CINCO, Mônica crianças de zonas rurais e urbanas, bem
Appezzato Pinazza traz o artigo: Os como a diversidade das classes sociais das
pensamentos de Pestalozzi e Froebel nos crianças atendidas; a idade legal
primórdios da pré-escola oficial paulista: considerada adequada para se alfabetizar; o
das inspirações originais não- predomínio atual de professoras mulheres
escolarizantes à concretização de práticas que trabalham com a educação infantil; as
escolarizantes. A autora aborda nesse questões referentes à prática pedagógica
artigo dados históricos do processo de inerente à educação infantil, entre outras,
implantação da educação pré-escolar em que ainda necessitam de mais pesquisas e
instituições oficiais no Brasil e, mais permanecem abertas para discussões.
especificamente no estado de São Paulo,
ocorridos no final do século XIX e início do
século XX. Em sua análise focaliza as
configurações das práticas educativas para
a faixa etária da pré-escola que, sofreram
influência da pedagogia de Froebel, bem
como das escolas primárias brasileiras que,
receberam influência da pedagogia de
89
Conhecimentos Específicos
33
https://bit.ly/3qFhzbC
90
Conhecimentos Específicos
91
Conhecimentos Específicos
92
Conhecimentos Específicos
uma ladainha que se repete infindavelmente pressuposto de que, apenas porque elas são
no mesmo ritmo, no mesmo tom. Os pequenas, não merecem atenção ou a
projetos abrem para a possibilidade de ampliação de horizontes e aprendizagens
aprender os diferentes conhecimentos complexas. Para construir uma
construídos na história da humanidade de programação curricular flexível, é preciso,
modo relacional e não linear, propiciando em primeiro lugar, redefinir e construir, de
às crianças aprender através de múltiplas forma sintética e clara, os objetivos que
linguagens, ao mesmo tempo em que lhes temos para a educação das crianças
proporcionam a reconstrução do que já foi pequenas e os conhecimentos que
aprendido. consideramos essenciais para a sua inserção
As disciplinas, seus conteúdos no mundo.
fundamentais e suas subdivisões são os Outro grave problema que afeta a
conteúdos da matéria que os professores educação infantil é o do calendário de
devem dominar, mas isso não é o programa festividades. Alguns meses do ano, as
de trabalho dos alunos em sala de aula. Não crianças ficam continuamente expostas
pode haver um “já foi ensinado e ponto àquilo que poderíamos chamar da indústria
final”, já que em um grupo as das festas. Elas se tornam objetos de
aprendizagens não acontecem de uma única práticas pedagógicas sem o menor
vez e nem para todos do mesmo modo. significado, que se repetem todos os anos
Segundo Dewey (1959, p.80), “O principal da sua vida na educação infantil, como
mérito, o valor do programa e das matérias episódios soltos no ar. Manter tradições
é para o professor e não para o aluno. Eles culturais, cívicas e/ou religiosas é algo
estão aí para mostrar os caminhos...”. fundamental para as crianças pequenas e
Para redimensionar a concepção de precisa constar no currículo, mas o
currículo, uma das questões fundamentais é importante é a construção do sentido (real
passar da ideia de programa escolar, como ou imaginário) dessas práticas e não apenas
uma lista interminável de conteúdos a comemoração.
fragmentados, obrigatórios e uniformes em E possível afirmar que, para o
que cada disciplina se constitui como um desenvolvimento de um projeto, o que se
amontoado de informações especializadas faz é uma opção pelo aprofundamento dos
que são servidas nas escolas em pequenas conhecimentos e não pela extensão dos
doses, para aquela de programação, em que mesmos.
o currículo se constrói através de um A organização do trabalho pedagógico
percurso educativo orientado, porém sem por meio de projetos precisa partir de uma
ser fechado ou pré-definido em sua situação, de um problema real, de uma
integralidade. interrogação, de uma questão que reflita as
O currículo não pode ser definido “preocupações” do grupo.
previamente, precisando emergir e ser Os projetos propõem uma aproximação
elaborado em ação. global dos fenômenos a partir do problema
Para tanto, é fundamental “emergi-las” e não da interpretação teórica já
em experiências e vivências complexas que sistematizada através das disciplinas. Ao
justamente instiguem sua curiosidade. aproximar-se do objeto de investigação,
Nessas situações, é importante ressignificar várias perguntas podem ser feitas e, para
as diferentes formas de interpretar, respondê-las, serão necessárias as áreas de
representar e simbolizar tais vivências, por conhecimento ou as disciplinas.
meio do desenho, da expressão corporal, do Acreditamos que é preciso alertar que há
contato com diferentes matérias. dois tipos de conhecimentos funcionando
Constatamos simplificações não em um projeto: o conhecimento do
científicas e empobrecedoras do mundo professor, que deve possibilitar
para as crianças e que partem do compreender as crianças com as quais
93
Conhecimentos Específicos
94
Conhecimentos Específicos
95
Conhecimentos Específicos
96
Conhecimentos Específicos
97
Conhecimentos Específicos
98
Conhecimentos Específicos
99
Conhecimentos Específicos
compreender o mundo a sua volta e dele desta premissa, a disposição dos adultos
participar, alguém aberto ao novo e ao que acompanham as crianças em elaborar
diferente. Para as crianças, a metodologia ateliês vem ganhando força.
de projetos oferece o papel de protagonistas Construir espaços e disponibilizar
das suas aprendizagens, de aprender em materiais que unam o pensar e o fazer, e
sala de aula, para além dos conteúdos, os proporcionem uma experiência estética,
diversos procedimentos de pesquisa, artística, corporal, sensorial e proporcione
organização e expressão dos narrativas coletivas. Afetar a infância com
conhecimentos. as descobertas vindas das possibilidades
Para as crianças, trabalhar com projetos que carregam os materiais. Promover
é também aprender a trabalhar em grupo afetação e afeto.
criando uma cultura de aprendizagem A obra de “Stela Barbieri”, Territórios
mútua. Muitas habilidades e capacidades da Invenção, que está no clube de assinatura
são desenvolvidas na execução de projetos: para professores “Diálogos Embalados”, é
flexibilidade, organização, interpretação, uma das mais completas obras sobre o
coordenação de ideias, formulação de tema, cuja leitura é indispensável àqueles
conceitos teóricos, antevisão de processos, que desejam aprofundar-se no tema.
capacidade de decisão, verificação da
viabilidade dos empreendimentos, decisão Experiência estética do ateliê
sobre elas, mudança de rumos, A estética, de modo geral, está ligada à
desvendamento do novo, ampliação de experiência visual. Ela é a construção e a
conhecimentos e garantia de inclusão na formatação de algo que nos provoque as
rede de saberes previamente adquiridos. mais diversas sensações, de bem-estar, de
curiosidade, de desejo. Nós, seres humanos,
degustamos experiências estéticas ao longo
de toda a vida.
BARBIERI, Stela. Territórios da De tal forma, que toda a experiência
Invenção: Ateliê em Movimento. São estética dos educadores se reflete em suas
Paulo: Jujuba Editora, 2021 ações diárias. Assim, sabendo que as
crianças são seres intrinsecamente ligados à
arte, em razão de sua capacidade criativa, o
Um livro que traz experiências, quanto for possível que o ateliê seja
esteticamente atraente, maior será o vínculo
vivências, trocas, fazeres e afetos. Tudo criado entre os elementos disponibilizados
isso regado à teoria que embasa o trabalho e o desejo do poder inventivo da criança.
da artista plástica e educadora Stela
Barbieri. Compondo o espaço, materialidade e
Com experiência no chão da escola, na tempo
coordenação de professores e em A construção do ateliê nas escolas passa
educativos da Bienal de Artes de São Paulo necessariamente pela reflexão acerca do
e do Instituto do Tomie Ohtake, Stela tem espaço, da materialidade e do tempo. Há de
um olhar amplo pelo fazer artístico em sala existir uma conexão muito estreita entre
de aula, e com generosidade ímpar o estes três itens, para que sejam harmônicos
compartilha com seus leitores. entre si, e generosos em suas ofertas para a
34
criança.
A importância do ateliê na criação A definição de espaço e as nuances que
das invenções o diferenciam de lugar devem estar muito
A curiosidade natural da criança é a bem estabelecidas. Vale a leitura de
força que a move em direção ao novo, ao “Espaços afetivos - Habitar a escola”, de
desconhecido e ao surpreendente. Dentro Rayssa Oliveira.
34
https://bit.ly/3Dwe0fv
100
Conhecimentos Específicos
101
Conhecimentos Específicos
36
https://bit.ly/3xoClzM
102
Conhecimentos Específicos
com gestores, professores e familiares das concepções tradicionais, que não mais se
crianças. sustentam nesse segmento, revelando ações
Além da introdução e das considerações humanas pouco democráticas e afetuosas.
finais, o livro está dividido em seis Os profissionais da Educação Infantil
capítulos, a saber: O cenário da Educação precisam ter em mente que a criança
Infantil no Brasil, no qual Monção discute necessita ser acolhida e respeitada para que
os direitos fundamentais das crianças se sinta segura e pertencente ao espaço
enquanto norteadores das políticas públicas escolar.
e práticas cotidianas na Educação infantil; Nas relações interpessoais entre adultos,
Gestão democrática na Educação Infantil, Monção verificou de que modo elas
cuja análise está pautada na especificidade ocorrem entre gestoras e professoras e entre
da gestão educacional e sua relação com a direção e coordenação e de que maneira
democracia e a singularidade da gestão na essas ações reverberam nas famílias. A
EI; Centro de Educação Infantil Anália autora aponta o quanto a gestão fica
Franco, no qual a autora apresenta a impactada diante de certas atitudes dos
instituição em que foi realizada a pesquisa professores em relação às crianças,
empírica, sua organização e o quadro de impossibilitando um trabalho coletivo de
profissionais. qualidade. Nota-se a importância de
Além desses há os capítulos Cenas do discussões e reflexões em horários de
cotidiano no CEI Anália Franco: em foco as formação para que as docentes possam
relações entre adultos e crianças; Relações avançar norteando suas práticas por teorias
entre os adultos no CEI Anália Franco: que as sustentem, abandonando o senso
tensões e contradições; Relação entre comum.
educadoras e famílias, em que Monção Uma gestão que se diz democrática pode
analisa os dados referentes às relações entre deixar de incorporar às formações os
esses personagens. Vale lembrar que o Auxiliares Técnicos de Educação (ATE’s),
nome da instituição é fictício. que estão em constante contato com as
Durante a leitura fui me impactando com crianças; nem mesmo os agentes escolares,
os resultados apresentados, denunciados os auxiliares de cozinha e limpeza e demais
pela autora no decorrer da obra e em suas atores, conforme menciona Monção.
considerações finais. No que se refere à A participação das famílias na escola é
categoria relações entre adultos e crianças, contraditória, muitas aceitam de forma
Monção sinaliza a rotina da instituição: incondicional o que é proposto pelas
momentos de entrada e saída das crianças; profissionais, outras protestam, mas, de
troca de turnos das professoras; momentos forma geral, não é dada a oportunidade, por
de alimentação, higiene e descanso nos parte das professoras, para que os pais
quais deve haver a integração entre cuidado expressem seus sentimentos. As reuniões
e educação; “atividades” pedagógicas, e o de pais e professores é prescritiva, com
papel das emoções. informes repetitivos e não prioriza a voz
O cuidado não é entendido como algo dos responsáveis pelas crianças. Tal fato se
necessário à aprendizagem, mas um deve à falta de participação dos pais na
assistencialismo. Foram notadas práticas escola e de reflexões junto com eles a
pedagógicas díspares no mesmo ambiente respeito do desenvolvimento infantil e do
escolar por parte das professoras, umas porquê de determinadas propostas
atentas às crianças, outras nem tanto. pedagógicas.
Verificam-se, de maneira geral, práticas Diante do exposto, Monção aponta que a
autoritárias, com uso de contenção dos visão assistencialista dos profissionais
corpos, castigos e punições, formas de impede uma reflexão acerca da melhoria do
educar as crianças, sem muita atenção às trabalho coletivo, tais como: relatórios que
demandas infantis, portanto amparadas em depreciam as crianças, marcados por
103
Conhecimentos Específicos
104
Conhecimentos Específicos
37
https://bit.ly/3UdUf1Q
105
Conhecimentos Específicos
106
Conhecimentos Específicos
A autora trata a primeira questão, da uma vez que o acolhimento desse aluno
identidade versus diferença, pontuando que deficiente não pode ser interpretado como
alguns sentimentos, como a tolerância e o bondade da unidade escolar, mas como um
respeito, podem estar nutridos de valores direito resguardado e inalienável.
prepotentes, isto é, podem se traduzir como A terceira e última questão de que
um preconceito velado, haja vista que se Mantoan trata no segundo capítulo é a
subentende que marcam certa superioridade questão das mudanças, uma vez que seria
daquele que tolera e respeita o aluno ilógico pensar que todos os movimentos
deficiente. legais e sociais não respingassem no meio
De acordo com Mantoan (2015, p. 35), escolar. Na verdade, todos esses
“as ações educativas têm como eixos o movimentos precisam ser abraçados pela
convívio com a diferença e a aprendizagem escola, a fim de produzir uma grande crise
como experiência relacional, participativa, em nível globalizado, gerando a quebra de
que produz sentido para o aluno, pois paradigmas.
contempla sua subjetividade”. Desse modo, Mantoan (2015, p. 57) assevera que
a diferença nas escolas estabelece uma “conhecemos os argumentos pelos quais a
ruptura com o padrão elitista, que persegue escola tradicional resiste à inclusão - eles
o sistema educacional brasileiro desde a sua refletem a sua incapacidade de atuar diante
origem, pois cria mecanismos nos quais a da complexidade, da diferença, da
identidade do aluno é considerada variedade, da singularidade”. Com isso,
importante. Além disso, a diferença produz, questiona-se o verdadeiro papel da escola
positivamente, novas posturas na na atualidade, de promover a consciência
sociedade, por meio de lutas pela promoção cidadã nos seus alunos. Com essa verdade,
da igualdade. a escola precisa formular novos jeitos de
Na questão legal, a autora trata da incluir esse aluno com todas as suas
inclusão sob enfoque de leis e diretrizes que diferenças, pois a inclusão é o melhor
norteiam o sistema educacional, visando caminho para desenvolvê-lo, promovendo
garantir e advogar que os alunos deficientes oportunidades de viver com dignidade no
sejam acolhidos pela escola regular. Para meio social. A inclusão torna-se também
isso, ela busca reforço na Constituição uma via para vencer barreiras sociais como
Federal de 1988, na Lei nº 9.394/96 (Lei de o preconceito, pois forma gerações mais
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - preparadas para encarar a vida com seus
LDBEN), no Decreto nº 6.094 (Plano de percalços.
Metas Compromisso Todos pela De acordo com Mantoan (2015, p. 60), a
Educação), na Política Nacional de inclusão torna-se “um motivo a mais para
Educação Especial na Perspectiva da que a educação se atualize”. Assim, o
Educação Inclusiva, no Decreto nº 7.611/11 segundo capítulo é encerrado abrindo
(Educação Especial e o atendimento brecha para que o leitor possa se convencer
educacional especializado), no Decreto nº de que a inclusão é o melhor caminho de
7.612/11(Plano Nacional dos Direitos da modernização das práticas escolares
Pessoa com Deficiência), dentre outros vigentes até se perguntar como fará a
documentos legais que são analisados no inclusão acontecer no seio das escolas.
decorrer do capítulo. No terceiro capítulo, Mantoan declara
Com todos os mecanismos legais, que há inúmeros desafios para que a
Mantoan tece comentários e chega a inclusão aconteça de fato. O maior desses
concluir que a escola necessita se desafios seria mudar as condições
reorganizar, estabelecendo novas práticas excludentes que originaram a própria escola
de ensino que versem para contemplar as pública. Com isso, é preciso considerar o
diferenças nas salas de aula, bem como princípio democrático da educação para
cumprir o que está previsto na legislação, todos e saber que a luta será muito grande.
107
Conhecimentos Específicos
108
Ciências Naturais
SUMÁRIO
Apostilas
Domínio
Ciências Naturais
1 2
BREITHAUPT, J. Física. LTC: 2018. https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/lei-lavoisier.htm
1
Ciências Naturais
2
Ciências Naturais
3
Ciências Naturais
3
PHILIPPI A. J., REIS, L. B. Energia e Sustentabilidade. Manole, 2016.
4
Ciências Naturais
No geral, cada uma dessas formas de forma constante ao planeta. Essa energia é
energia é obtida através da utilização de responsável pela criação, variações e
recursos naturais por meio de tecnologias transformações dos recursos.
adequadas, o que também permite a Em virtude das transformações, a lista
conversão de uma forma de energia em dos elementos considerados primários se
outra. estende, incluindo a biomassa, as chuvas, os
rios, as marés, o petróleo, os minérios, o gás
Quanto ao movimento natural e até mesmo as altas temperaturas
Esta categoria se refere ao movimento no centro do planeta. Alguns recursos
atual ou potencial de uma ou mais podem ser aproveitados em seu estado
partículas ou corpos. Assim, temos: natural, e outros necessitam de algum tipo
• Energia cinética: se houver de intervenção por parte do homem para
movimento atual de partículas macroscó- que este possa utilizá-los ou melhorar sua
picas ou microscópicas. eficiência no uso. Eles também podem ser
• Energia potencial: se houver utilizados das duas formas: a luz solar, por
movimento potencial (no sentido de ser exemplo, é um recurso aproveitado de
possível de ocorrer) de partículas forma natural na agricultura, porém, para a
macroscópicas ou microscópicas. geração de energia elétrica, é necessário o
uso de equipamentos específicos, ou seja,
Alguns exemplos de processos de uma transformação.
conversão de energia são os seguintes:
• Termomecânica (trabalho em calor e Cadeias Energéticas, Suprimento e
calor em trabalho). Consumo
• Eletromecânica (trabalho em
eletricidade e eletricidade em trabalho). Pode-se entender por cadeia energética
• Termoquímica (reações químicas que “o conjunto de atividades associado à
absorvem, chamadas de endo-térmicas; ou produção e ao transporte de energia
produzem, chamadas de exotérmicas; vinculada a certo recurso natural até os
energia térmica; o calor). diversos pontos onde se dá o consumo
• Eletroquímica (reações químicas que final” (Reis, 2011a, p. 2).
produzem eletricidade, como na pilha, e A cadeia energética é basicamente
eletricidade usada para produzir reações formada pelo sistema de extração,
químicas, como na eletrólise). beneficiamento, transporte,
comercialização e consumo.
Recursos Naturais Energéticos A geração é responsável pela
transformação das fontes primárias ou dos
Fundamentalmente, todos os recursos energéticos em uma forma comercializável
energéticos são naturais, ou seja, não de energia. Para cada tipo de fonte, existem
requerem atividade para que existam, são tecnologias disponíveis para tal conversão.
elementos da natureza que podem ser úteis Os principais energéticos, renováveis ou
ao homem para sobrevivência, não, em muitos casos, produzem as mesmas
desenvolvimento e conforto. formas de energias comercializáveis. Por
Os elementos ou recursos naturais como exemplo, com o diesel obtido a partir do
luz solar, solo, vento, água e aqueles petróleo, pode-se produzir energia elétrica
formados principalmente por cadeias de através de grupos moto-geradores, o
carbono são considerados primários, ou mesmo diesel pode ser provido de soja, ou
seja, o homem não precisa interferir para ainda, a eletricidade, que é o energético
que existam; a natureza é responsável por final, pode vir de outras tantas fontes, como
sua criação. Basicamente, o Sol é o grande hidrelétricas, térmicas a carvão ou
provedor de tudo, pois fornece energia de nucleares.
5
Ciências Naturais
6
Ciências Naturais
Questões
Cada ser vivo4 é um organismo. Todos
01. (Pretobrás – Engenheria os organismos compartilham oito
Ambiental – CESP/CEBRASPE/2022) características que definem as propriedades
Julgue o item que se segue, relativo à da vida:
prevenção da poluição e ao uso racional Seres vivos são feitos de células que
dos recursos naturais. contêm DNA
O estímulo à implementação de A célula é a menor parte de um ser vivo
sistemas de cogeração de energia, como o que retém todas as propriedades da vida.
reaproveitamento de resíduos de Em outras palavras, é a menor unidade da
energéticos do processo produtivo, é uma vida. O DNA, abreviação de ácido
estratégia para o aumento da eficiência desoxirribonucleico, é o material genético,
energética industrial. ou as instruções da estrutura e função das
( ) certo ( ) errado células.
7
Ciências Naturais
8
Ciências Naturais
9
Ciências Naturais
10
Ciências Naturais
5 6
SERWAY, R A.; JEWETT, J. W. Física para cientistas e engenheiros: CHABAY, R. W.; SHERWOOD, B. A. Física básica: matéria e
volume 4 : luz, óptica e física moderna. São Paulo: Cengage, 2018. interações. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
11
Ciências Naturais
7
RADUNS, C. D. [et al.]. Água e energia elétrica: teoria e prática sobre o uso eficiente. Ijuí: Ed. Unijuí, 2020.
12
Ciências Naturais
podemos perceber a água em seus três próprias para o consumo. Além disso,
estados físicos: sólido, líquido e gasoso. muitas aparentam estar, mas podem
Recursos hídricos são as águas que estão também encontrarem-se poluídas ou com
no planeta à disposição do consumo do ser graus de toxidade. Por isso, é importante
humano. Elas podem ser tanto superficiais sabermos o que é a água, qual sua
(lagos, rios, nascentes), quanto subterrâneas importância e como preservá-la.
(aquíferos, lençóis freáticos). Denomina-se água potável toda água
O normal é que toda água penetre no que é própria para o consumo humano. Ela
solo ao entrar em contato com ele, mas em não pode ter cheiro, nem sabor, nem cor e
alguns casos a água não penetra no solo e, deve estar livre de microorganismos
então, começa a acumular-se na superfície, patogênicos. Seres patogênicos são aqueles
originando os córregos, rios e que fazem mal à saúde humana, como vírus,
eventualmente, os lagos. São essas as bactérias e alguns fungos. Usar a água é tão
principais fontes de água doce do planeta, comum para nós que nem nos damos conta
ainda que representem somente 0,14% de do quanto a usamos. O uso dá água é
toda a água do planeta Terra. As fontes de classificado em três grupos, o que confere à
água superficial nunca têm a mesma água, irrigação, abastecimento doméstico e
haja vista lembrar que estão sujeitas ao industrial.
processo de evaporação, condensação e, em
seguida, a chuva. Assim, a água que um dia Abastecimento
esteve em um lago, no outro dia, após a Logo após sua saída das estações de
chuva, pode estar em um rio e vice e versa, tratamento, a água permanece em alguns
pois as nuvens se deslocam com o vento, e reservatórios e posteriormente é enviada
as águas decorrentes de um lugar podem ir para abastecer a população, para que as
para outro. Todo esse processo do ciclo da pessoas possam usar em suas mais variadas
água favorece os ecossistemas que ne- tarefas cotidianas.
cessitam de água para manter suas relações Para atender as necessidades básicas de
biológicas. todos, deve ser feito um plane-jamento de
As águas subterrâneas são as águas, que abastecimento, pois em muitas cidades não
penetram no solo e se depositam debaixo da há reservas de água o suficiente para manter
terra, preenchendo os vazios que há entre as a população abastecida, enquanto outras
rochas. Essas reservas denominam-se cidades possuem mais água do que pede sua
aquíferos que são abastecidos pela água da demanda. Com um bom planejamento é
chuva. O volume de água encontrado nos pos-sível evitar riscos decorrentes de secas
aquíferos é muito maior daquele que se e cheias.
encontra em todos os rios, lagos ou até
mesmo córregos. Vale ressaltar ainda que Irrigação
os aquíferos são as maiores fontes de água A irrigação é bastante utilizada na
doce que a humanidade possui. A maior agricultura e é o que mais consome água no
reserva que temos no Brasil é o Aquífero Brasil, já que nosso país apresenta uma área
Guarani, localizado no subsolo dos estados de 29,6 milhões de hec-tares que carece de
de SP, MS, GO, PR, SC e RS. As águas um sistema de irrigação eficiente. A
subterrâneas não estão livres da poluição, irrigação é necessária para a agricultura,
pois os agrotóxicos, metais pesados, lixo e pois é ela a responsável pela produção de
esgoto pe-netram na terra e afetam a alimentos para o Brasil. De toda água que é
qualidade da água que se concentra no consumida no Brasil, cerca de 70% de seu
subsolo. volume destina-se à agricultura. O ideal
Portanto, mesmo que tenhamos muitas seria diminuir o uso da água e, ainda assim,
reservas de água doce, temos que ficar manter a produtivida-de, para isso novos
atentos, pois nem todas estão em condições métodos de irrigação vêm sendo estudados.
13
Ciências Naturais
Captação Filtração
Primeiro a água é captada. É nesse Logo após a retirada das impurezas, vista
processo em que a água é retirada dos rios, no processo anterior, a água passa por um
córregos e lagos. Através de tubulações ela filtro de areia, carvão mineral e cascalho. É
é bombeada e levada à estação de nesse processo que as sujeiras menores e
tratamento. Mas antes de entrar na estação quase invisíveis serão removidas da água.
14
Ciências Naturais
8
http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/recursos-naturais-renovaveis- Conversão de Energia. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
versus-nao-renovaveis-resiliencia-e-a-uso-sustentavel
9
BEZERRA, E. C.; TEIXEIRA, G. P.; ROCHA, M. F.; MARIMON, G. C.
15
Ciências Naturais
16
Ciências Naturais
energia emitida pelo sol por meio dos Péletes: similar ao briquete,
fótons a partir da conversão conhecida apresentando diferença apenas nas di-
como fotossíntese, gerando energia mensões do material.
química na forma de glicose ou açúcar. Trituração: utilizado para adequar o
A médio e longo prazo, a biomassa tamanho da matéria para utilização em
torna-se uma opção frente à exaustão de fornalhas. Quanto menor a granulometria
fontes não renováveis e às desejada, maior será o gasto de energia na
regulamentações ambientais que, cada vez transformação.
mais, buscam restringir a exploração
indiscriminada (predatória) de recursos A aplicação de células combustíveis
naturais e desenvolver ciclos sustentáveis O conceito de células combustíveis
de expansão da economia. As vantagens certamente originou-se da pilha desen-
ambientais do uso racional da biomassa se volvida pelo físico Alessandro Volta ainda
dão principalmente no controle das no século XVIII. As células combustíveis
emissões de CO2 e enxofre (ROSILLO- aplicam a conversão de energia química
CALLE.; BAJAY, 2000). A utilização para geração de energia elétrica e calor.
desse recurso ainda é de difícil De forma geral, todas as células
contabilização devido à larga utilização combustíveis operam de forma
não comercial. semelhante, seguindo também a lógica da
A biomassa, assim como o petróleo, é pilha de Volta. A principal diferença entre
classificada em sua estrutura química os dois é que a segunda armazena energia,
como um hidrocarboneto, apresentando, ao passo que a primeira atua como um
no entanto, um oxigênio a mais em sua gerador de energia por meio de um
cadeia. A presença desse átomo é refletida combustível. As células produzem um
no processo de combustão, exigindo fluxo constante de energia em forma de
menos oxigênio do ar, o que torna o corrente contínua a partir das reações
processo mais limpo, mas também reduz a químicas que acontecem a partir do
liberação de energia do processo, o que eletrólito com o cátodo e ânodo. O
reduz seu PCS (poder calorífico superior). processo de equilíbrio energético se inicia
A matéria orgânica a ser utilizada como com a oxidação do combustível,
fonte de energia, geralmente, precisa geralmente hidrogênio, no ânodo da
passar por tratamentos termomecânicos célula. Nesse processo, é liberado um
para que possa ser utilizada com elétron, que alimenta a carga do circuito.
eficiência. Os processos mais utilizados O íon com carga positiva liberado desse
(BARRETO; RENDEIRO; NOGUEIRA, balanço energético atravessa o eletrólito
2008) são os de secagem, torrefação, até o cátodo, onde o elétron liberado e o
briquetes, péletes e trituração. íon se encontram novamente. Nesse ponto,
Secagem: remoção da umidade contida ocorre uma nova reação química
na biomassa por meio da evaporação por (geralmente consumindo oxigênio),
transferência de calor. origem do resíduo da geração de energia,
Torrefação: resulta em um material geralmente água ou dióxido de carbono.
intermediário entre biomassa e car-vão a Tecnicamente, pode-se construir um
partir do processo de pré-carbonização, sistema desse tipo a partir de diversos
podendo atingir diferentes níveis de insumos. Os modelos mais desenvolvidos
densidade energética, dependendo dos e que têm aplicações comerciais práticas
parâmetros adotados. são explicados a seguir.
Briquetagem: processo de prensagem PEMFCs: célula combustível com
de material sólido, com o objetivo de funcionamento por meio da membrana de
aumentar a densidade e o PCS, podendo troca de prótons. Nesse projeto, uma
alcançar qualidade superior à da lenha. membrana de polímero condutora de
17
Ciências Naturais
18
Ciências Naturais
19
Ciências Naturais
10
ÇENGEL, Y. A.; BOLES, M. A. Termonidânica. Porto Alegre: AMGH,
2013.
20
Ciências Naturais
21
Ciências Naturais
22
Ciências Naturais
conservam e são associadas com a segunda D - diferença entre o calor que entra no
lei. Percebemos, através dos nossos cinco sistema e o trabalho fornecido ao sistema
sentidos, que o universo é composto de pela vizinhança.
grandezas conservadas, e assim, tendemos E - diferença entre o calor que sai do
a ver as grandezas não conservadas como sistema e o trabalho realizado pelo sistema
sendo não reais ou mesmo fora deste na vizinhança.
universo. A amplamente aceita teoria do big
bang sobre a origem do universo nos deu a Alternativas
noção de que este é um universo todo- 01.B
material, onde tudo é feito de matéria (mais
corretamente, massa-energia) apenas.
Luz e sombra; Sol e Terra e suas
Como grandezas conservadas, massa e interações. Sistema Solar, Terra e Lua e
energia se encaixam na descrição de os movimentos da Terra. Planetas do
grandezas verdadeiramente físicas, mas sistema solar; Movimentos da Terra e da
entropia e exergia não, pois a entropia pode Lua e suas fases. Formação do planeta
ser criada e a exergia pode ser destruída. Terra e os movimentos no sistema solar,
Assim, entropia e exergia não são grande- em especial, os eclipses
zas verdadeiramente físicas, apesar de
estarem intimamente relacionadas com a
massa e a energia. Portanto, a segunda lei Sistema Solar
diz respeito a grandezas que possuem um
tipo de existência diferente, um universo no O sistema solar11121314151617 é um
qual coisas são criadas do nada e também conjunto de planetas, asteroides e cometas
deixam de existir do nada, e abre um que giram ao redor do sol. Cada um se
universo que está além de um universo mantém em sua respectiva órbita em
todo-material que se conserva, como o que virtude da intensa força gravitacional
nós conhecemos. exercida pelo astro, que possui massa
muito maior que a de qualquer outro
Questões planeta.
Os corpos mais importantes do sistema
01. (PC/AM – Perito Criminal – 4ª solar são os oito planetas que giram ao redor
Classe – Engenharia Mecânica – do sol, descrevendo órbitas elípticas, isto é,
FGV/2022) A primeira lei da órbitas semelhantes a circunferências
termodinâmica estabelece o princípio da ligeiramente excêntricas.
conservação de energia, pelo qual se pode O sol não está exatamente no centro
dizer que uma variação positiva de energia dessas órbitas, razão pela qual os planetas
em um sistema é resultado da podem encontrar-se, às vezes, mais
A - soma do calor que entra no sistema próximos ou mais distantes do astro.
com o trabalho realizado pelo sistema na
vizinhança. Origem do Sistema Solar
B - soma do calor que entra no sistema O sol e o Sistema Solar tiveram origem
com o trabalho fornecido ao sistema pela há 4,5 bilhões de anos a partir de uma
vizinhança. nuvem de gás e poeira que girava ao redor
C - soma do calor que sai do sistema com de si mesma. Sob a ação de seu próprio
o trabalho fornecido ao sistema pela peso, essa nuvem se achatou,
vizinhança. transformando-se num disco, em cujo
centro formou-se o sol. Dentro desse
11 14
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Universo/sistemasolar.php http://astro.if.ufrgs.br/lua/lua.htm
12 15
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?co https://biologo.com.br/bio/formacao-da-terra/
16
nteudo=267 https://www.tecmundo.com.br/ciencia/237310-saiba-origem-nomes-
13
http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?co dos-planetas-sistema-solar.htm
17
nteudo=269 https://www.significados.com.br/sistema-solar/
23
Ciências Naturais
24
Ciências Naturais
25
Ciências Naturais
26
Ciências Naturais
O movimento de rotação é o que ela faz mais a leste do Sol e, portanto, a face
em torno do seu próprio eixo. visível vai ficando crescentemente mais
O movimento em que a Lua gira em iluminada a partir da borda que aponta
torno da Terra é chamado de revolução. para o oeste, até que aproximadamente 1
Dura aproximadamente 28 dias, assim semana depois temos o Quarto-Crescente,
como a rotação, e é ele que permite a com 50% da face iluminada.
existência das quarto fases, de 7 em 7 dias.
Este período de 28 dias, em que a Lua Lua Quarto-Crescente:
gira ao redor da Terra e ao redor de si Lua e Sol, vistos da Terra, estão
mesma se chama mês lunar.O número de separados de 90°. A Lua está a leste do Sol
dias do mês lunar é diferente do número de e, portanto, sua parte iluminada tem a
dias do mês da Terra. convexidade para o oeste.
O tempo que a Terra leva para girar ao A Lua nasce aproximadamente meio-
redor do Sol, que é de 365 dias, se chama dia e se põe aproximadamente meia-noite.
ano terrestre, e o tempo que a Lua leva A Lua tem a forma de um semi-círculo
para girar, junto com a Terra, ao redor do com a parte convexa voltada para o oeste.
Sol, se chama ano lunar. Lua e Sol, vistos da Terra, estão separados
de aproximadamente 90°. A Lua nasce
Tamanho da Lua aproximadamente ao meio-dia e se põe
A Lua é muito grande, mede 38 milhões aproximadamente à meia-noite. Após esse
de quilômetros quadrados de área, e tem dia, a fração iluminada da face visível
3,474 quilômetros de diâmetro, mas é 13 continua a crescer pelo lado voltado para o
vezes menor que a Terra. oeste, até que atinge a fase Cheia.
Com 1/4 do tamanho da Terra e 1/6 de
sua gravidade, é o único corpo celeste Lua Cheia
visitado por seres humanos e onde a Lua e Sol, vistos da Terra, estão em
NASA (sigla em inglês de National direções opostas, separados de 180°, ou
Aeronautics and Space Administration) 12h.
pretende implantar bases permanentes. A Lua nasce aproximadamente 18h e se
põe aproximadamente 6h do dia seguinte.
Distância da Lua Na fase cheia 100% da face visível está
A distância média da Lua à Terra é de iluminada. A Lua está no céu durante toda
aproximadamente 384 000 quilômetros. Se a noite, nasce quando o Sol se põe e se põe
pudessemos ir de avião até ela, nós no nascer do Sol. Lua e Sol, vistos da
levariamos 16 dias para chegar. Terra, estão em direções opostas,
separados de aproximadamente 180°, ou
Fases da Lua 12h. Nos dias subsequentes a porção da
face iluminada passa a ficar cada vez
Lua Nova: menor à medida que a Lua fica cada vez
Lua e Sol, vistos da Terra, estão na mais a oeste do Sol; o disco lunar vai dia a
mesma direção. dia perdendo um pedaço maior da sua
A Lua nasce aproximadamente 6h e se borda voltada para o oeste.
põe aproximadamente 18h. Aproximadamente 7 dias depois, a fração
A Lua Nova acontece quando a face iluminada já se reduziu a 50%, e temos o
visível da Lua não recebe luz do Sol, pois Quarto-Minguante.
os dois astros estão na mesma direção.
Nessa fase, a Lua está no céu durante o dia, Lua Quarto-Minguante
nascendo e se pondo aproximadamente A Lua está a oeste do Sol, que ilumina
junto com o Sol. Durante os dias seu lado voltado para o leste.
subsequentes, a Lua vai ficando cada vez
27
Ciências Naturais
28
Ciências Naturais
com um corpo do tamanho de um planeta barco que transportava o Sol pelo céu. Os
chamado Theia tenha formado a Lua. antigos chineses acreditavam que um
As primeiras evidências incontestáveis imenso dragão estava engolindo o Sol. No
da vida na Terra datam de pelo menos 3,5 entanto, os eclipses não causavam medo a
bilhões de anos atrás. todas as civilizações antigas. Os esquimós,
Remontam à Era Eoarquéia, depois que por exemplo, interpretavam tais
uma crosta geológica começou a se fenômenos como sinais de boa sorte. A
solidificar após o Éon Hadeano. Existem respeito do Sistema Solar e dos
fósseis de tapete microbiano como os movimentos da Terra, Sol e Lua, assinale
estromatólitos encontrados em arenito de a alternativa incorreta:
3,48 bilhões de anos descoberto na A - Os pescadores que vivem no litoral
Austrália Ocidental. conhecem muito bem a regularidade da
Outra evidência física inicial de uma subida e descida do nível do mar, as quais
substância biogênica é do grafite em estão associadas à fase da Lua e ao período
rochas metassedimentares de 3,7 bilhões do dia.
de anos descobertas no sudoeste da B - O movimento anual aparente do Sol
Groenlândia, bem como “restos da vida na esfera celeste pode ser entendido
biótica” encontrados em rochas de 4,1 através da translação da Terra em torno do
bilhões de anos no oeste da Austrália. Sol.
Uma das razões para o interesse na C - Eclipse lunar é quando a Lua
atmosfera primitiva e no oceano é que elas atravessa a sombra da Terra.
formam as condições sob as quais a vida D - O fenômeno que ocorre quando a
surgiu pela primeira vez. Lua projeta sua sombra na superfície
terrestre é conhecido como Eclipse Lunar.
Questões
Alternativas
01. (Prefeitura de Iporã do Oeste/SC 01.D – 02.D
– Professor de Ciências –
AMEOSC/2019) Dos planetas que
compõe o sistema solar, os mais próximos Corpo humano: composição e
funcionamento e sua relação com o
à Terra são:
ambiente. Corpo Humano: relação entre
A - Marte e Mercúrio. alimentação, atividade física e saúde.
B - Vênus e Júpiter. Ações e as influências humanas no
C - Júpiter e Mercúrio. ambiente. Funções e características dos
D - Vênus e Marte. sistemas que compõem o corpo humano
29
Ciências Naturais
30
Ciências Naturais
31
Ciências Naturais
32
Ciências Naturais
33
Ciências Naturais
34
Ciências Naturais
35
Ciências Naturais
36
Ciências Naturais
37
Ciências Naturais
38
Geografia
SUMÁRIO
Apostilas Domínio
Geografia
Tipos de Mapas
Representação cartográfica por meio do Os mapas podem ser classificados por
uso dos mapas. Primeiras noções de temas.
pertencimento contextualizadas cultura e • Mapas políticos: representam a divisão
espacialmente. Primeiras noções territorial em municípios, estados, países,
espaciais, os primeiros conceitos, o
continentes e suas capitais e cidades
alfabeto cartográfico e os processos de
raciocínio
importantes.
• Mapas físicos: representam um ou
vários elementos naturais, como os rios
(hidrografia), as formas de relevo, as
Há diferentes formas de representação
diferentes altitudes, os tipos de vegetação,
da superfície terrestre. Os mapas, assim
entre outros.
como as plantas, são representações
• Mapas econômicos: apresentam
reduzidas em duas dimensões
aspectos relacionados às atividades
(comprimento e largura); por isso são
econômicas, como a distribuição das
classificados como bidimensionais. Eles
indústrias, a localização de matérias-
são elaborados em um plano e, como você
primas, atividades agropecuárias, tipos de
já deve ter visto, podem ser apresentados
comércio e serviços, etc.
em vários suportes, como o papel ou a tela
• Mapas demográficos: apresentam
de um computador, por exemplo1.
informações relacionadas às populações,
Já a maquete é uma representação
como a densidade demográfica,
tridimensional da superfície terrestre, que
movimentos migratórios, etc.
apresenta os elementos em suas três
• Mapas históricos: apresentam
dimensões – comprimento, largura e
informações sobre determinado momento
profundidade –, da forma como nós os
histórico.
vemos na realidade, só que em miniatura
(reduzido). Para a elaboração de maquetes A Linguagem Cartográfica
pode-se utilizar diversos materiais, como Os mapas e as plantas são um meio de
papel, plástico, madeira, argila, entre comunicação que representa diferentes
outros. aspectos do mundo real, como o relevo, o
clima, a rede de transportes, o traçado das
A diferença entre mapa e planta
ruas em uma cidade, entre muitos outros.
Os mapas representam áreas extensas da
Isso é feito por meio de uma linguagem
superfície da Terra; por isso não mostram
específica, a linguagem cartográfica, para
muitos detalhes. Para representar todos os
que qualquer pessoa possa ler e entender o
países em um mesmo mapa, por exemplo,
que eles estão informando. Nessas
elabora-se mapas-múndi, também
representações, as informações da realidade
chamados planisférios.
são apresentadas por meio de linhas, pontos
Neles, mesmo as grandes cidades
e áreas, dependendo da forma como se
aparecem como pontos muito pequenos.
manifestam no espaço geográfico, e podem
Já as plantas são representações de áreas
variar de tamanho, forma e cor, por
bem menos extensas da superfície da Terra,
exemplo. O significado de cada elemento
e, por isso, mais detalhadas do que os
representado aparece na legenda do mapa.
mapas. Para pesquisar as ruas de uma
Além disso, os mapas, por serem
cidade, por exemplo, utiliza-se uma planta
representações reduzidas da realidade, que
urbana.
mantêm uma proporção entre as distâncias
e o que é representado, também apresentam
uma escala cartográfica, que determina o
nível de detalhamento das informações.
1 Sene, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil, 6o ano: ensino fundamenta, anos finais. São Paulo. Scipione, 2018.
1
Geografia
2
Geografia
3
Geografia
2 Lucci, Elian Alabi. Geografia: território e sociedade, 6o ano: ensino fundamental, anos finais. Saraiva, 2018.
4
Geografia
Projeções
Você já sabe que o planeta Terra tem a
forma aproximada de uma esfera. Então,
como fazer para representar essa forma em
uma superfície plana, como os mapas? Isso Projeção de Mercator
5
Geografia
6
Geografia
superfície; portanto, as temperaturas médias são diferentes, mesmo que tenham paisagens
mais ___________ que na zona próxima ao muito parecidas3.
Equador em determinada época do ano. Os lugares não estão isolados uns dos
Assinale a alternativa que completa outros. Eles se relacionam, uma vez que as
corretamente as lacunas do texto
pessoas, os governos e as empresas de
A - vertical • menor • altas
B - vertical • menor • baixas
lugares diferentes também estabelecem
C - vertical • maior • baixas relações. Isso acontece quando pessoas se
D - inclinada • menor • baixas locomovem de um lugar a outro para
E - inclinada • maior • baixas trabalhar, estudar e se divertir, quando são
veiculadas notícias e informações, quando
02. (IBGE – Supervisor de Coleta e são firmados acordos entre governos dos
Qualidade - CESPE/CEBRASPE - 2021) As países ou quando são realizadas compra e
coordenadas geográficas constituem um dos venda de produtos entre empresas de
elementos básicos dos mapas. Acerca desse lugares diferentes.
assunto, assinale a opção correta. São, portanto, as pessoas que dão sentido
A - A latitude máxima refere-se ao ângulo
ao lugar.
formado entre o plano da eclíptica e o eixo da
Terra.
B - As medidas em graus entre um
A História dos Lugares
meridiano e outro indicam as latitudes, Os lugares estão em permanente
estabelecidas a partir de um ponto zero. transformação, o que pode ser percebido
C - O valor de cada paralelo é determinado pelas alterações das paisagens. Em alguns
pelo ângulo formado entre o plano do equador lugares a alteração é lenta; em outros,
e o meridiano de referência. ocorre depressa. Da mesma forma, em
D - Por meio das coordenadas geográficas, é determinados momentos históricos há
possível relacionar a distância real com a mudanças mais rápidas do que em outros,
distância gráfica expressa nos mapas. mas sempre está havendo alguma
E - As coordenadas geográficas são alteração4.
determinadas com base na rede geográfica de
A observação de fotografias é uma das
linhas dispostas no sentido norte-sul e leste-
oeste.
maneiras pelas quais podemos comparar
Alternativas diferentes momentos históricos. Isso vale
01 – D | 02.E tanto para lugares como para objetos e
pessoas. Você já observou fotografias de
seus avós, pais ou pessoas de outras épocas?
Os espaços livres e áreas verdes do lugar O que elas podem revelar sobre aqueles
de vivência da criança tempos?
Na verdade, sempre que vemos uma
fotografia estamos olhando para o passado.
Quando registramos alguém ou alguma
Lugar
paisagem por meio de uma fotografia
Lugar é uma parte ou porção
estamos “congelando” um momento. E
determinada do espaço em que vivemos. O
quando comparamos uma fotografia atual
lugar é onde as pessoas moram, estudam,
com uma antiga de um mesmo lugar,
trabalham, consomem, ou seja, realizam as
podemos notar suas transformações. Em
atividades cotidianas e, portanto,
outras palavras, podemos perceber os
desenvolvem suas relações sociais, afetivas
efeitos da passagem do tempo.
e de solidariedade — de ajuda e
colaboração — ou de conflitos. Essas
relações fazem com que os lugares sejam
3 Lucci, Elian Alabi. Geografia: território e sociedade, 6o ano: ensino 4 Sene, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil, 6o ano: ensino
fundamental, anos finais. Saraiva, 2018. fundamenta, anos finais. São Paulo. Scipione, 2018.
7
Geografia
8
Geografia
9
Geografia
Inteligência emocional
A falta de controle emocional pode
Com o intuito de melhorar a experiência causar diversos problemas de socialização
educacional dos alunos, o trabalho em na vida adulta. Por isso, é recomendado
conjunto entre família e escola é trazer práticas para a sala de aula que
fundamental. Quando não há interação, contribuam com desenvolvimento da
surgem dificuldades para a implementação inteligência emocional das crianças.
de um projeto pedagógico que traga Nesse contexto, é necessário ajudar os
resultados efetivos. Assim, ambas as partes pequenos a educarem suas emoções. Da
devem se unir e criar metas simultâneas, mesma maneira que a escola se preocupa
compartilhando princípios semelhantes com o bem-estar físico dos alunos, é preciso
para conseguirem trilhar um caminho de levar em consideração o seu bem-estar
sucesso5. emocional, analisando como eles são
Essa atitude de parceria proporcionará capazes de proteger as suas emoções e se
mais segurança e qualidade na relacionar com as pessoas.
aprendizagem dos estudantes, fazendo com Assim sendo, é essencial que as famílias
que eles se tornem bons cidadãos, capazes invistam na saúde emocional de seus filhos,
de enfrentar os desafios da sociedade. Mas, dando abertura para eles poderem conversar
apesar de ser importante, não é uma tarefa sobre qualquer assunto. Isso contribui para
fácil, pois algumas questões precisam ser prevenir depressão, ansiedade, fobias,
trabalhadas. estresse e agressividade.
Também é crucial entender que as
Qual é a importância da família na crianças e os adolescentes precisam
formação da criança? vivenciar cada etapa da vida. Naturalmente,
Conviver, aprender e receber carinho elas têm a necessidade de correr riscos,
dos pais é de grande valia na garantia de inventar, frustrar-se e brincar.
uma formação saudável às crianças, pois Ainda é válido promover eventos com
faz com que elas tenham boas referências atividades que exijam a participação dos
para toda a vida. responsáveis. Isso pode parecer algo muito
O apoio da família é imprescindível para simples, porém é bastante significativo,
que o jovem possa desenvolver autoestima pois auxilia no fortalecimento dos laços
e confiança, adquirindo habilidades para entre alunos, pais e escola. Com isso, a
saber lidar com suas emoções, como família se mostra atenta e disponível,
alegria, frustração e tristeza, além de favorecendo o desenvolvimento da criança,
enfrentar os desafios e medos e assumir tanto no aspecto físico quanto emocional e
responsabilidades. intelectual.
Sem falar que os pais também são
responsáveis por promover estímulos para Empatia
o crescimento saudável, a socialização, a A empatia é definida como a capacidade
comunicação, a cidadania, a segurança e a que o ser humano tem de se colocar no lugar
aprendizagem da criança e do adolescente. do outro em determinada situação —
A partir de uma convivência de habilidade indispensável para conseguir
qualidade, o indivíduo tende a se espelhar enxergar o próximo sem preconceitos e
nos familiares, seguindo os seus exemplos julgamentos.
em todas os aspectos da vida. Acompanhe
5 Eleva. Família e escola: por que é importante eles andarem juntos? Visitado em 09.09.2022.
Somos Educação. https://blog.elevaplataforma.com.br/familia-e-escola/.
10
Geografia
11
Geografia
12
Geografia
13
Geografia
6 Lucci, Elian Alabi. Geografia: território e sociedade, 7o ano: ensino fundamental, anos finais. Saraiva, 2018.
14
Geografia
15
Geografia
16
Geografia
17
Geografia
Janeiro, nessas cidades e em seus arredores fluxos migratórios descritos aqui, são
se fixou a maior parte dos migrantes. comuns outros tipos de deslocamento:
O deslocamento da população ocorreu • Migração temporária/sazonal:
em função de diferenças no nível de corresponde, por exemplo, ao
desenvolvimento regional. O Centro-Sul deslocamento populacional em
oferecia mais oportunidades de trabalho, determinados períodos do ano para locais
melhores salários, mais acesso à educação e em que há trabalhos temporários.
à saúde. A população saía das áreas de Camponeses que se deslocam para outros
economia mais frágil e se dirigia para as que municípios para trabalhar em alguma
ofereciam melhores oportunidades de colheita ou plantação e depois retornam
emprego, em razão do maior crescimento para o seu município de origem realizam
econômico. esse tipo de migração.
As migrações no século XX também • Migração pendular: movimento
podem ser explicadas pelas dificuldades diário da população que se desloca de uma
que as famílias da área rural tinham em cidade ou localidade para outra para
conseguir terras com tamanho e qualidade trabalhar ou estudar e retorna no fim do dia.
de solo suficientes para assegurar uma Muitos especialistas não consideram
produção capaz de propiciar algum esses fluxos uma migração, pois não se trata
rendimento econômico, ou mesmo a de uma mudança, e sim de uma
subsistência. transferência momentânea, diária.
Principalmente durante as décadas de • Migração de retorno: trata-se do
1970 e 1980, a região amazônica deslocamento de pessoas para o seu
transformou-se em um novo polo de atração município, estado ou região de origem. Nas
populacional para a população rural do duas últimas décadas, grande parte dos que
Nordeste, de São Paulo, do Paraná e do Rio deixaram a região metropolitana de São
Grande do Sul. Paulo, por exemplo, corresponde a
Esses agricultores migrantes migrantes de retorno. Dados do Censo
enfrentavam as consequências de algumas Demográfico de 2010, divulgados pelo
transformações ocorridas no Centro-Sul, IBGE, revelaram que o Nordeste foi a
entre elas: a expansão da agricultura região com o maior retorno de migrantes na
mecanizada, o parcelamento cada vez maior primeira década do século XXI. Os estados
da pequena propriedade familiar e a dessa região que apresentaram migração de
aquisição de pequenas propriedades por retorno mais expressiva foram
grandes empresas agrícolas. Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte
A partir dos anos 1990 outra tendência e Paraíba. A região Sul ficou em segundo
que se verificou nos fluxos migratórios lugar, com destaque para o Rio Grande do
internos foi o deslocamento de pessoas das Sul e para o Paraná.
grandes para as médias cidades, entre No caso do Paraná, grande parte dos
outros fatores, devido à desconcentração da migrantes de retorno corresponde àqueles
atividade econômica observada no país. que haviam partido para a região Norte e
Grande parte desses fluxos é intrarregional, para Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste,
ou seja, ocorre entre localidades da mesma para trabalhar na expansão da fronteira
região. agrícola, e que passaram a retornar. Na
Já os movimentos migratórios inter- região Sudeste houve a inversão da corrente
regionais (entre regiões) diminuíram a migratória entre Minas Gerais e Rio de
partir de meados da década de 1990, Janeiro, ou seja, migrantes passaram a
segundo dados da pesquisa deixar o Rio de Janeiro, entre outros fatores,
“Deslocamentos populacionais no Brasil”, por causa da grave crise no estado, e
divulgados pelo IBGE, Em um país tão passaram a retornar para Minas Gerais.
grande e diverso como o Brasil, além dos
18
Geografia
19
Geografia
aspectos tendem a ser percebidas, Além disso o fato de São Paulo ser uma
especialmente, por quem é de fora, ao cidade com muitos serviços funcionando 24
mesmo tempo em que são comparadas com horas por dia, tudo precisando ser muito
as das suas cidades de origem. Uma delas é rápido para atender a todos, tráfegos de
a quantidade de pessoas que vivem em São veículos e fluxos de informações intensos,
Paulo e a grandeza do território, conforme obras e reformas a todo momento, entre
relatado nas falas abaixo: outros fatores, há a percepção por parte do
A cidade é muito grande. Não estamos imigrante de que “ninguém tem tempo para
acostumados com isso. Eu morava em nada”. A própria imagem de São Paulo, no
Caracas, que é uma capital, uma cidade contexto brasileiro, é de “a cidade que
grande. Mas aqui é muito maior, é outro nunca para”.
mundo. (Imigrante 8). Não existe receita para chegar numa
São Paulo é imensa. Demora para a cidade como São Paulo. Por mais que você
gente chegar nos lugares. As coisas aqui são planeje, tenha contatos, quando chega aqui
muito rápidas, é muita gente. (Imigrante 6). é só você e Deus. Não que as pessoas aqui
Eu moro aqui há bastante tempo. Mas sejam individualistas, mas não há tempo
não conheço tudo. Não dá. A cidade é muito para o outro. Todo mundo corre muito. É
grande. Eu gosto de frequentar o Parque do um dia a dia frenético, não dá tempo para
Ibirapuera12 e o Memorial da América reparar quem é o outro. (Imigrante 2).
Latina, quando tem algum evento. Vou na Outro ponto constantemente
25 de Março13 também. Mas esses lugares mencionado é o clima da cidade que acaba
sempre estão lotados. É muita gente. por interferir nas relações com o próprio
(Imigrante 5). território. Considerado subtropical úmido,
A infraestrutura da cidade, no que diz as estações são relativamente definidas,
respeito aos meios de transporte, também é porém, contabilizam frequentes e intensas
outro ponto constantemente comentado. É mudanças em curtos períodos, muitas delas
interessante observar que as referências ocasionadas pela poluição do ar, a
históricas presentes na cidade - em nomes existência de poucas áreas verdes, a alta
de bairros, estações de metrô etc. - também concentração de edifícios, proximidade
compõem a relação com São Paulo. com o mar etc.
O metrô é sempre lotado. Fora que para Logo que a gente chega, precisamos de
chegar no meu trabalho eu demoro duas um tempo para nos adaptar, inclusive ao
horas. Veja, em duas horas no meu país, eu clima. Aqui em São Paulo, o tempo muda
praticamente, viajava de ponta a ponta. toda hora. Acordamos com calor, depois
Além disso, é muito bairro, muito lugar. temos que pegar o casaco. Chove, faz calor
Tudo com o nome estanho. (Imigrante 4). de novo. Não estamos acostumados a isso.
Uma coisa que eu não ando aqui, de jeito Só que a cidade é tão intensa e não para
nenhum, é nisso que vocês chamam de nunca, que nem temos direito a esse tempo.
‘fura-fila’14. Deus me livre. Você já viu a (Imigrante 11).
altura daquilo? Não pode ser seguro. Eu Às vezes, eu me programo para ir no
prefiro ficar duas horas em um ônibus Parque Ibirapuera. Saio de casa com sol e
atravessando a cidade do que 10 minutos roupa de calor. Chego lá, está frio e
dentro daquilo. (Imigrante 10). chovendo. O tempo aqui é maluco.
Na minha cidade, eu andava de bicicleta. (Imigrante 9).
Aqui, com esse trânsito todo, nem me Demorou para eu entender o que
imagino numa bicicleta. Eu tive que significava ‘efeito cebola’. A gente sai cedo
aprender a andar de ônibus. Tive que de casa com um monte de roupa porque está
aprender todos os nomes daquelas linhas de frio e ao longo do dia vai tirando tudo,
metrô, onde fazer conexão. Foi complicado. casacos, blusas. Vamos descascando
(Imigrante 1). mesmo [risos]. (Imigrante 8).
20
Geografia
21
Geografia
22
Geografia
8
Sene, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil, 6o ano: ensino fundamenta, anos finais. São Paulo. Scipione, 2018.
23
Geografia
24
Geografia
9
DECLARAÇÃO Universal dos Direitos da Água. Biblioteca virtual de Ambiente/declaracao-universal-dos-direitos-da-agua.html. Visitado em
direitos humanos. www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Meio- 09.09.2022.
25
Geografia
01 – A | 02 – D A Industrialização da Agricultura
A industrialização no Brasil ultrapassou
os limites das cidades e influencia a
10
Ribeiro, Wagner Costa. Por dentro da Geografia, 7o ano. São Paulo. Saraiva. 2018.
26
Geografia
27
Geografia
28
Geografia
29
Geografia
mundial de trigo, ficando atrás somente da p. 39) reitera que, “por ser a disciplina que
Rússia, líder no segmento. explica o espaço geográfico construído e
B - Os boias-frias são assalariados rurais organizado pela sociedade, seu estudo é
que, juntamente com a família, ocupam fundamental na formação do aluno
pequenas áreas de terras devolutas ou enquanto cidadão, na medida em que
improdutivas, isto é, terras que não estão permite a apropriação desse conhecimento
sendo utilizadas e que pertencem ao não negligenciado a particularidade dos
governo. lugares”11.
C - Apesar de ser um dos protagonistas A Geografia ainda contribui para o
do agronegócio mundial e ter modernizado fortalecimento do sentido de cidadania
sua agricultura, o Brasil ainda tem grandes quando expõem as disparidades sociais
desafios. Há grande concentração de existentes, quando ajuda o aluno a entender
riqueza em pequena parcela de os processos de dominação. E isso se dá na
propriedades rurais e existem milhões de medida em que o aluno tem o “contato
hectares de solos e pastagens degradados. cotidiano com o outro, que implica na
D - A Lei de Terras aprovada em 1966, descoberta de modos de vida, problemas e
durante o governo militar, assegurou que o perspectivas comuns. Por outro lado,
Estado tem a obrigação de garantir o direito produz junto com a identidade, a
ao acesso à terra para quem nela vive e consciência da desigualdade e das
trabalha. contradições nas quais se fundam a vida
E - O Brasil não apresenta riscos de humana” (CARLOS, 2003, p. 87).
desertificação de áreas agrícolas, pois está Essa disciplina possibilita trabalhar com
inserido na Zona Intertropical do planeta os alunos fenômenos que fazem parte da
sob forte influência de ventos alísios vida cotidiana deles e, diante disso,
úmidos. favorece a construção cidadã crítica, uma
vez que possibilita ao aluno compreender
Alternativas os processos de dominação existentes e
como esses se produzem. O discente passa
01 – B | 02 – C a reconhecer-se também como produtor do
espaço, criando sua identidade a partir do
lugar em que vive e por onde circula.
CASTELLAR, Sonia; VILHENA, Jerusa. Nesse aspecto, Portela (2017) acredita
Ensino de geografia. Coleção Ideias em que a Geografia enquanto disciplina escolar
ação- Cengage.2011 é a que melhor oferece condições de
entender e de desenvolver os conteúdos que
dizem respeito à cidade, uma vez que,
Contribuições geográficas advindas estuda espaço geográfico em conjunto com
do ensino de cidade as interferências da sociedade e propicia a
A contribuição da Geografia para o construção de pensamentos que incluem o
ensino de cidade está diretamente cotidiano.
relacionada à formação cidadã, uma vez Partir do pressuposto de uma
que lida com os aspectos sociais, aprendizagem baseada nos espaços de
econômicos, políticos e culturais que vivência dos alunos, agrega novos
podem ser debatidos em sala de aula dentro conhecimentos científicos aqueles
do conteúdo de cidade. Sobre o ensino da colocados pelo censo comum e demostra a
Geografia e formação cidadã, Gallo (2008, importância da Geografia. Para Castellar e
30
Geografia
Vilhena (2010, p. 123), “ensinar e estudar um cidadão consciente das ações humanas
geografia tendo a cidade como ponto de em sua cidade e, consequentemente, no
partida facilita e socializa o processo de espaço geográfico.
aprendizagem, porque os alunos articulam Cavalcanti (2010, p. 7) considera que
os conceitos científicos em redes de “os objetivos do ensino de Geografia, nesse
significados que não lhes são estranhos”. eixo, estão, portanto, voltados para a
O ensino e o estudo dessa temática formação da cidadania, destacando-se nessa
facilita a aprendizagem, pois os conceitos formação o desenvolvimento da
geográficos que são apresentados em sala consciência de necessidade de luta pelo
de aula se tornam visíveis ao aluno em direito à cidade”. Para Gomes (2014), o ser
detrimento do seu cotidiano urbano, no qual cidadão está diretamente relacionado com a
os conceitos aprendidos podem ser capacidade de compreender e de participar
aplicados. Como destaca Cavalcanti (2010, ativamente das discussões políticas. A
p. 43), ao se ensinar sobre cidade, “[...] deve política ao qual o autor se refere é o ato de
se levar em consideração, portanto, o local, discutir ideias diferentes referentes a um As
o lugar do aluno, mas visando propiciar a contribuições da Geografia para o ensino de
construção por esse aluno de um quadro de cidade e a formação cidadã determinado
referências mais geral que lhe permita fazer assunto, não como o profissional político,
análises mais críticas desse lugar”. Trata-se mas como cidadão. É esse conhecimento
de um ensino capaz de despertar o olhar do politizado que torna os moradores da cidade
aluno para outros lugares e realidades, a, de fato, serem cidadãos e terem
incluindo os dele mesmo. condições de lutarem pelo direito aos
Esse tipo de conteúdo torna possível, a espaços da cidade.
partir do estudo de sua cidade e dos Para Cavalcanti (2010, p. 74), o ser
fenômenos ocorridos nela, conseguir cidadão consiste em “exercer o direito de
identificar em outros lugares os mesmos morar, de produzir e de circular na cidade;
fenômenos e os motivos que os exercer direito a criar à cidade é cumprir o
ocasionaram. Outro aspecto a ser dever de garantir o direito coletivo à
considerado nesse tipo de ensino é a cidade”. Seguindo o mesmo raciocínio da
contribuição dada para que o aluno construa autora, Siqueira (2014, p. 344) descreve que
sua identidade local e assuma o sentimento “a cidadania perpassa pelo direito de todos.
de pertencimento. Como afirma Gomes Direito a condições básicas de existência
(2014, p. 60), “a identidade é antes de tudo como moradia, saúde, educação, lazer,
um sentimento de pertencimento, uma transporte [...]”.
sensação de natureza compartilhada, de Além dos direitos citados pelos autores,
uma unidade plural, que possibilita e dá é importante salientar outros direitos:
forma e consistência à própria existência”. aqueles relativos à tecnologia e a
A cidade é um espaço socialmente informação. Aqui não se trata do ensino de
produzido pelo homem ao longo de séculos, informática, mas do acesso a recursos
que, durante seu processo de tecnológicos que possibilitem a troca de
(re)construção, esteve atrelado a diversos informações e a comunicação. Segundo
fatores sociais e econômicos. Apresenta em artigo publicado pelo MEC (s/d, p. 4),
sua estrutura vários aspectos relevantes ao referente à implantação de tecnologias na
ensino, pois representa de forma explícita educação no Ensino Médio, “não é mais
os aspectos culturais, históricos, possível pensarmos em cidadania plena,
econômicos, diferenças sociais e aspectos hoje, sem uma alfabetização tecnológica”.
ambientais de conservação ou degradação. No atual cenário da modernidade em que
Todos esses elementos são ensinados em vive a sociedade brasileira, no qual as
sala de aula, de modo a colaborar com a tecnologias estão inseridas de diversas
formação do aluno para que esse se torne formas, é impossível a escola, enquanto
31
Geografia
instituição que contribui com o processo de geográfico é visto ainda para Cavalcanti
formação cidadã, deixar de empregar (2010, p. 58) como: um conceito que
tecnologias nas práticas docentes. embora não seja elementar do raciocínio
Segundo Borba e Peteado (2001, apud geográfico [...] tem ganhado muita
Cursino, 2017, p. 45): O acesso à importância na educação geográfica. Por
informática deve ser visto como um direito ser de fundamental relevância para a
e, portanto, nas escolas públicas e compreensão da espacialidade
particulares o estudante deve usufruir de contemporânea e por ser uma possibilidade
uma educação que no momento atual de trabalhar concretamente com conceitos
inclua, no mínimo, uma “alfabetização geográficos básicos, como paisagem, lugar
tecnológica”. Tal alfabetização deve ser e território.
vista não como um curso de informática, O fato do ensino de cidade abranger os
mas sim, como um aprender a ler essa nova conceitos básicos da Geografia já mostra a
mídia. Assim, o computador deve estar potencialidade desse conteúdo frente às
inserido em atividades essências, tais como mudanças sociais, políticas, econômicas e
aprender a ler, escrever, compreender tecnológicas. Os conceitos e categorias da
textos, entender gráficos, contar, Geografia, que por momentos se
desenvolver noções espaciais etc. E, nesse apresentam de forma abstrata ao
sentido, a Informática na escola passa a ser entendimento do aluno, podem, pelo ensino
parte da resposta a questões ligadas à de cidade, ser mostrados de modo concreto.
cidadania. Quando o aluno tem a oportunidade de
O uso de tecnologias tem contribuído aprender Geografia pelos exemplos
para o exercício da cidadania brasileira; por encontrados em sua cidade, o raciocínio
exemplo, o site e-Democracia é uma geográfico se estabelece de modo eficaz.
importante via de comunicação que Em outros termos, conforme Castellar e
possibilita a população participar Vilhena (2010, p. 122), ao se estudar a
conjuntamente com o poder legislativo do cidade na Geografia, é importante realizar
Brasil na formulação de leis e projetos, A observação das áreas comerciais, do
além de permitir que sejam apresentadas centro histórico, das áreas residências, da
ementas de leis que podem ser votadas pela ocupação irregular, da exclusão geográfica
população. Assim, qualquer cidadão com e de sua correlação, permitindo ao aluno a
acesso à internet pode participar e opinar a compreensão do valor da cidade e de seus
respeito das políticas públicas que estão conflitos e contradições espaciais e as
sendo desenvolvidas no país. Mas, para dimensões culturais da população que nela
opinar nessas discussões é necessário que habita.
se possua o conhecimento politizado. A realização do estudo da cidade deve
O uso da internet para manter-se levar o aluno a compreender as diferenças
conectado é uma ferramenta que poder ser ocorridas no tempo/espaço e os fatores que
usada para o exercício da cidadania; no as ocasionaram/ocasionam na cidade. Por
entanto, a rede, por si só, não garante este esse viés, o aluno pode ser levado a
exercício. Assim, as tecnologias da verificar os contrastes nas paisagens
informação como a internet apresentam encontradas na cidade, suas diferenças
possibilidades para o exercício da históricas e culturais, os aspectos políticos
cidadania, mas, para isso, é necessária a e econômicos que os constituem.
formação adequada e, nesse aspecto, a Ainda segundo Castellar e Vilhena
Geografia escolar, no ensino de cidade, por (2010), o estudo da cidade colabora de
incluir o uso das tecnologias, pode forma decisiva para que os alunos
contribuir para o processo de formação identifiquem as ações sociais e culturais de
cidadã. diferentes lugares e se reconheçam nesse
O ensino de cidade como conteúdo processo, na compreensão de que a vida em
32
Geografia
33
Geografia
34
Geografia
35
Geografia
36
Geografia
37
História
SUMÁRIO
Apostilas
Domínio
História
1
História
2
História
por vezes acabamentos com cabelo humano acessíveis com o advento dos processos
verdadeiro. industriais que permitiam a produção de
O fabrico de bonecas evoluiu para engrenagens e mecanismos a baixo custo,
materiais de construção mais resistentes – resultando no aparecimento de brinquedos
com uma mistura de resinas, cola e autónomos aos quais bastava dar corda para
serradura – e recebeu um design mais agirem por conta própria. Foi o nascimento
elaborado no início do século XX, como de uma mecânica ‘real’ em pequena escala
por exemplo a boneca querubim Kewpie e que iria levar à integração de inovações que
a boneca Bye-Lo, que tinha olhos de vidro iriam inspirar muitos brinquedos. Foi este
que fechavam quando se reclinava. Com o tipo de inovação técnica que deu origem a
avanço nos têxteis plásticos e sintéticos, as brinquedos como Tickle Me Elmo e Furby
bonecas atingiram o seu auge no mercado – mas com mais eletrónica e pilhas no seu
de massas em 1959, quando a Barbie da interior”, diz Christopher.
Mattel – uma encarnação de 30 centímetros Em meados do século XIX, para imitar o
de uma ‘modelo adolescente do mundo da advento das viagens a vapor que tinham
moda’ – fez a sua estreia em fato de banho tomado o mundo de assalto, começaram a
e duas cores opcionais para o cabelo. surgir os primeiros comboios de brincar. As
A boneca Barbie, abreviatura para primeiras versões variavam entre modelos
Barbara Millicent Roberts, foi e continua a de ferro fundido, modelos de chumbo com
ser um fenómeno cultural: desde então já se rodas fixas e modelos em miniatura a vapor,
venderam mais de mil milhões de unidades, que tinham o hábito de incendiar os pisos e
e as suas diversas identidades incluem mais móveis dos seus proprietários.
de 200 profissões. Contudo, estes comboios eram
Embora a Barbie tenha recebido o seu inicialmente brinquedos individuais – ao
companheiro Ken em 1961, os estereótipos invés de fazerem parte de um conjunto que
na época significavam que os rapazes podia ser expandido como um sistema de
teriam de esperar até que surgisse um ferrovias real. Em 1891, a Marklin,
boneco que quebrasse as barreiras de fabricante de brinquedos alemã que tinha
género – ou melhor, um “boneco de ação”. experiência com as casas de bonecas
Em 1964, foi lançado no mercado norte- infinitamente expansíveis (e infinitamente
americano de brinquedos o G.I. Joe, lucrativas), começou a criar os primeiros
surgindo no Reino Unido dois anos depois conjuntos de ferrovias personalizáveis,
sob a licença Action Man. Christopher completos com comboios produzidos em
Bensch tem um protótipo da vertente G.I. massa e medidores padronizados. Estes
Joe da Marinha na coleção do National brinquedos continuam a atrair pessoas de
Museum of Play, e também é um artefacto todas as idades – com personagens como
com uma peculiaridade: “Por muito Thomas a prenderem o interesse das
masculino que o G.I. Joe seja, este protótipo crianças, e os entusiastas adultos a
é na verdade um boneco Ken padrão que foi fomentarem um passatempo que vive de
modificado para parecer mais valente.” detalhes intrincados.
3
História
4
História
5
História
6
História
Outro fator de extrema importância a ser aprender muito cedo para a sobrevivência
ressaltado nessas festas era seu caráter de sua comunidade. A natureza dos jogos
místico. Nas representações sagradas, infantis só pode ser compreendida pela
principalmente nas sociedades não correlação existente entre eles e a vida da
industriais, encontrava-se em jogo um criança na sociedade.
elemento espiritual, difícil de definir, algo
de invisível e inebriante ganhava uma Jogos Tradicionais Brasileiros: a
forma real, bela e sagrada. cultura posta em ação
Conforme Huizinga (1991, p. 17), os O fenômeno dos jogos tradicionais
participantes do ritual estavam "certos de infantis pode ser considerado mundial, se
que o ato concretiza e efetua uma certa em Elkonin (1998) encontramos uma crítica
beatificação, faz surgir uma ordem de ácida ao trabalho de Arkin (1935), onde
coisas mais elevada do que aquela em que este procurou identificar jogos, brincadeiras
habitualmente vivem". Apesar desta e brinquedos “primários” na humanidade,
intenção estar restrita à duração do ritual e em Kishimoto (1993), encontramos uma
da festividade, acreditava-se que seus pesquisa que aponta que certos jogos e
efeitos não cessariam depois de acabado o brinquedos são encontrados em diferentes
jogo; pois sua magia continuaria sendo culturas e momentos históricos. A pergunta
projetada todos os dias, garantindo que acompanhou Elkonin e Kishimoto é a
segurança, ordem e prosperidade para todo mesma: Como surgiram esses jogos?
o grupo até a próxima época dos rituais Representariam eles uma espécie de
sagrados. unidade psíquica da humanidade, a-
Elkonin (1998) aponta a história dos histórica e atemporal? Para se chegar à
povos do extremo oriente como sendo resposta, Elkonin baseia-se, como vimos,
ilustrativa da relação trabalho-jogos. sobretudo no marxismo, na relação
Escreve que, nesses povos, o brinquedo e a brinquedo trabalho, já Kishimoto (1993), à
atividade da criança foram em determinada busca na Antropologia e na tradição oral,
época, uma ferramenta de trabalho responsável pela transmissão do folclore,
modificada e uma modificação da atividade sobre isso escreve:
dos adultos com essa ferramenta, Considerado como parte da cultura
encontrando-se em relação direta com a popular, o jogo tradicional guarda a
futura atividade da criança, o que aponta produção cultural de um povo em certo
para uma imagem de criança que período histórico. Essa cultura não oficial,
acompanhava aqueles povos. A história do desenvolvida sobretudo pela oralidade, não
brinquedo e dos jogos ilustra toda uma fica cristalizada. Está sempre em
representação de infância e à modificação transformação, incorporando criações
da imagem da criança, acompanha a anônimas das gerações que vão se
modificação de seus jogos e brinquedos, sucedendo. Por ser elemento folclórico, o
estando sua história “organicamente jogo tradicional assume características de
vinculada à da mudança de lugar da criança anonimato, tradicionalidade, transmissão
na sociedade e não pode compreender-se oral, conservação, mudança e
fora dessa história” (ELKONIN, 1998, p. universalidade. Não se conhece a origem
47). desses jogos [...] a tradicionalidade e
O lugar da criança na sociedade nos dá a universalidade dos jogos assenta-se no fato
chave para a explicação do lugar que jogos de que povos distintos e antigos como os da
e brincadeiras ocupam em seu Grécia e Oriente brincaram de amarelinha,
desenvolvimento, por exemplo, a criança de empinar papagaios, jogar pedrinhas, e
indígena brasileira quando brinca de arco e até hoje as crianças o fazem quase da
flecha está manipulando uma atividade mesma forma. (KISHIMOTO, 1993, p. 15)
própria dos adultos e que ela terá que Os jogos não permanecem exatamente
7
História
os mesmos quando transpostos para outros Esta versão é encontrada por Alexina de
cenários histórico-culturais. Enquanto Magalhães (1909, p. 143) e descrita na obra
manifestação espontânea da cultura Os Nossos Brinquedos. A autora comenta
popular, eles têm a função de perpetuar a que Fiorito aparece em álbuns de anúncios
cultura infantil, ou nos dizeres de Brougère portugueses do início do século. Em São
(1995) “impregnar culturalmente a Paulo, predomina a versão que substitui o
criança”. Fiorito por pirulito e que é cantada pela
Os jogos tradicionais brasileiros maioria das crianças pré-escolares.
carregam a marca de nossa miscigenação, a Grande parte dos jogos tradicionais
mistura do europeu (essencialmente o popularizados no mundo inteiro, como o
português), do negro e do índio fez surgir jogo de saquinhos (ossinhos), amarelinha,
uma combinação genética e cultural bolinha de gude, jogo de botão, pião, pipa e
influenciando a vida social do brasileiro. outros, chegou ao Brasil por intermédio dos
Mas os costumes portugueses, dentre primeiros portugueses.
eles seus jogos e brincadeiras, já A influência portuguesa penetrou de tal
carregavam a influência dos costumes de forma em nossos costumes e valores, que
povos asiáticos, oriundos da presença fica difícil detectar a contribuição exata de
portuguesa nessas terras. portugueses no folclore e, respectivamente,
Kishimoto (1993) ressalta o exemplo da nos jogos tradicionais. Kishimoto (1993),
pipa, também conhecida como papagaio ou aponta algumas pistas, conforme descritas
arraia, que embora divulgada pelos por nós acima. Sua pesquisa procura
portugueses, teve sua origem em terras detectar a representação de infância
asiáticas. Os jogos tradicionais recebem presente nos diferentes agrupamentos
forte influência do folclore, conforme humanos, que no presente momento trata-se
assinalamos anteriormente, nesse sentido, do português, e o papel desempenhado
os contos, lendas e histórias que pelos jogos infantis na construção e
alimentavam o imaginário português se manutenção da cultura popular.
fizeram presentes em brincadeiras e Mas não podemos nos esquecer, que
brinquedos brasileiros. Personagens como a além do português, descrevemos no início
mula-sem-cabeça, a cuca e o bicho-papão, do capítulo a influência de outras duas
trazidos pelos portugueses, foram etnias na consolidação dos jogos
incorporados em brincadeiras que vão tradicionais brasileiros, quais sejam, a
desde a bola de gude até o pique ou pega- negra e a indígena.
pega. Outro exemplo é o nosso carnaval. Por todos os séculos XVI, XVII E XVIII,
Conhecido em Portugal como entrudo, esta os negros africanos entraram no Brasil para
brincadeira portuguesa que baseava-se em substituir o trabalho indígena. Conforme
jogar água, tinta, sujeira uns nos outros, escreve o Pe Anchieta em 1585 (apud
teve sua regulamentação no final da idade KISHIMOTO, 1993, p. 27): “Havia na
média, início da moderna, pelo Papa Paulo colônia, para uma população de 57.000
II em 1466. pessoas, 14.000 negros escravos,
distribuídos pelos trabalhos agrícolas de
Ainda entre os jogos de bater palmas Pernambuco, da Bahia e do Rio”. Em
existe a brincadeira acompanhada com os relação à procedência, Kishimoto (1993)
versos: ressalta a vinda de três culturas principais
Fiorito que bate, bate; para o Brasil: Sudanesas, Sudanesas
Fiorito que já bateu; Islamizadas e Bantus, que predominavam
Quem gosta de mim é ela, no sudeste e nordeste. Essa caracterização
Quem gosta dela sou eu. faz-se necessária porque do mesmo modo
que não podemos igualar o português ao
dinamarquês, só pelo fato de serem
8
História
9
História
10
História
11
História
além de ajudar na criação dos irmãos. Tem existindo uma sazonalidade na brincadeira,
pouco tempo livre e, quando o tem, imitam que só é praticada em determinadas épocas
suas mães, sempre com um fusozinho, do ano. No Brasil ainda é possível ver
preparando pequenas tecelagens. Já o crianças brincando com o jogo do fio. Entre
menino, ganha como primeiro brinquedo as tribos brasileiras citadas por Kishimoto
um chocalho de cascas de frutas ou unha de (1993), encontrou-se uma variedade de
veado que se amarra a uma boneca. mais de trinta figuras realizadas no jogo do
Tão logo passa a engatinhar, brinca no fio, dentre as mais realizadas estão: o
chão com pedrinhas ou pedacinhos de tamanduá-bandeira, o urubu, a libélula, o
madeira, cava a areia e, às vezes, põe na morcego, a arraia, a piranha, a mandioca, a
boca um punhado de areia, divertindo-se rede de dormir, mulheres e o coito.
com um inseto amarrado a um fio Dentre outros jogos presentes entre as
(KISHIMOTO, 1993). crianças indígenas e que se perpetuaram e
Koch-Grünberg (apud KISHIMOTO, incorporaram à cultura lúdica infantil estão
1993), relata que viu um indiozinho de o jogo de peteca e o aro. Existe uma
poucos anos de idade montar a cavalo em diferença entre a peteca brasileira e a norte-
seu irmão maior, enquanto meninos americana, a brasileira, de origem indígena,
maiores de pião e matraca. Entre os era feita de um punhado de pedrinhas
wapischana, Grünberg encontrou um envolvidas em folhas e amarradas em uma
brinquedo presente também no alto do rio espiga de milho (FERREIRA, 1990), ao
Negro: contrário da americana, idealizada por João
Trata-se de uma pequena mangueira, Perrenoud Teixeira e semelhante ao
trançada elasticamente, como uma prensa voleibol, com a peteca substituindo a bola.
para mandioca. Aberta por um lado, a outra Todos os jogos, brinquedos e
extremidade desemboca em um aro brincadeiras aqui relatados contribuíram
trançado e a ele ligado, quando se põe o para a construção da cultura lúdica infantil
dedo na abertura e se estica a mangueira brasileira, destacando-se na contribuição
pelo aro, esta se contrai e o dedo fica indígena, as atividades lúdicas que imitam
enroscado no trançado. O dedo só fica livre elementos da natureza, principalmente
quando a mangueira se dilata animais.
(GRÜNBERG, apud KISHIMOTO, 1993, Os jogos e brincadeiras presentes na
p. 65). cultura portuguesa, africana e indígena
Outro jogo observado por Grünberg é o acabaram por fundirem-se na cultura lúdica
enigma, este jogo consiste em se cortar um brasileira. Esta cultura lúdica é formada,
pedaço de cana de forma artística em três entre outras coisas, por jogos geracionais e
partes independentes, e que somente com costumes lúdicos.
muita força se pode separá-las. Outro jogo
praticado por tribos como os tapirapé, Questões
taulipáng e xamacocó, é o jogo do fio.
Presente até hoje entre os jogos tradicionais 01. (Prefeitura e Guatambú/SC –
brasileiros, este consiste em se fazer o Professor de Educação Infantil –
maior número possível de figuras FEPESE - 2022)
manipulando um fio de algodão entre os Identifique abaixo as afirmativas
dedos e pés, chegando a ser praticado entre verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) a respeito
os adultos xamacocó. da importância das brincadeiras e jogos no
O que intriga Kishimoto (1993), é que contexto da Educação infantil.
povos muito distantes como os esquimós do ( ) O brincar e o jogar se resumem apenas
Ártico, os índios da América do Norte e as em formas de divertimento e de prazer para
tribos da África constroem figuras idênticas a criança.
quando brincam com o jogo do fio,
12
História
3 Paula Manoela dos Santos, Ariadne Samios, Larissa Oliveira e Fernando https://www.wribrasil.org.br/noticias/como-qualificar-espacos-publicos-
Corrêa. Como qualificar espaços públicos para a infância? Experiências para-infancia-experiencias-e-aprendizados-em-sao-paulo. Visitado em
e aprendizados em São Paulo. 12.09.2022.
13
História
14
História
questão em discussão foi colocada com restante 5,3 %, e que em área rural, A região
uma característica dos seres humanos, e sul, onde se localiza a maior parte desses
mais relevante na infância. Os estudos de distritos, possui grande parte de sua área
muitos pesquisadores dedicaram-se a protegida por legislação específica, e as
estudar as relações estabelecidas entre subprefeituras onde a incidência de
crianças e brinquedos como meio de moradias subnormais ocorre um cadastro de
externar suas emoções, frustrações e favelas da SEHAB, para o ano de 2000, em
projetar seus desejos. Segundo Luckesi números absolutos com maior número de
(2005) o lúdico é um “fenômeno interno”4. favelas são M’boi Mirim com 272, seguida
Ainda permeando essa linha de de Campo Limpo com 237, Capela do
raciocínio o lúdico passa a ser estudado e Socorro com 221, Cidade Ademar com 198.
valorizado como um fenômeno que cresce Esta mesma lógica se reproduz no espaço
junto com o indivíduo, agora não só na intra-urbano: a maior oferta de infra-
infância, mas em todas as fases da vida. estrutura se dá ao longo das áreas
Sendo assim, o ser humano em todas as industriais e nos centros de comércio e
etapas de sua vida vive experiências serviços envolvidos por bairros de renda
lúdicas. média e alta. Quanto mais distante do
Em uma abordagem mais atual o lúdico centro, menor a disponibilidade de acesso
é uma representação singular que perpassa às redes (transporte, lazer, saúde, educação,
o mundo real para um mundo imaginário, segurança entre outras) de qualidade. Isto
ocupando a mente de pensamentos agrava os problemas de atendimento à
relacionados à alegria, satisfação, diversão, população, uma vez que, segundo os dados
se apropriando de situações cotidianas e do censo, o crescimento demográfico
expondo-se como sons, gestos, expressões significativo da cidade se concentrou
que acabam contaminando o ambiente e os justamente nas áreas periféricas.
indivíduos que lá se encontram. Agravando ainda mais a situação quando
Sintetizando que o que evidência a a escassez de moradia, agressão ambiental,
atividade lúdica é vivenciá-la de maneira ilegalidade e violência é outra da principal
plena aonde a entrega não encontre conseqüência da falta de alternativas de
barreiras físicas ou sociais. Podendo ser moradias legais (ou seja, moradias
uma pintura, uma brincadeira, um passeio reguladas pela legislação urbanística e
ao ar livre, uma leitura, música, ou seja, a inseridas na cidade oficial). A ocupação de
produção individual que envolve a entrega áreas ambientalmente frágeis — beira dos
levando a satisfação pessoal. córregos, encostas deslizantes, várzeas
inundáveis, áreas de proteção de
Caminhando na cidade de São Paulo mananciais, mangues são as principais
Ao andar pela cidade é possível perceber formas de moradia, loteamentos piratas e
diferenças tão gritantes que parece que clandestinos ou de invasões de terra que dão
mudamos de cidade e não apenas de bairro início à formação de favelas. De acordo
um exemplo é a região de Paraisópolis de com a CETESB (2007, p.09):
um lado uma das maiores comunidades da
cidade do outro a região do Morumbi onde Essas invasões não são dirigidas por
o metro quadrado pode custar até seis mil e movimentos contestatórios, mas pela falta
cem reais. Segundo o censo demográfico do de alternativas. Já que todos precisam de
ano de 2000 mostra, em primeiro lugar, que um lugar para morar e ninguém vive ou se
o município de São Paulo concentra 94,7% reproduz sem um abrigo, esse
dos seus domicílios em área urbana e o consentimento à ocupação ilegal, não
4 Marcela Jacob Lira. O elemento lúdico na cidade de São Paulo: como a https://www.nucleodoconhecimento.com.br/geografia/manifestacoes-
geografia influencia nas manifestações lúdicas na cidade de São Paulo. ludicas. Visitado em 12.09.2022.
Núcleo do Conhecimento.
15
História
16
História
17
História
18
História
19
História
20
História
21
História
22
História
23
História
24
História
25
História
período recente, na virada para o século Nas décadas seguintes, alguns ensaios
XXI - o que não significa dizer que não foram publicados sobre rios emblemáticos,
existia nada de relevante no passado. Ao como no caso do São Francisco e do
contrário, existe uma interessante herança Amazonas,2 mas trabalhos situados no
intelectual a ser redescoberta nesse campo. quadro de uma historiografia acadêmica,
É possível encontrar, em alguns com maior elaboração teórica e
historiadores do século XX, importantes metodológica, só irão aparecer nas portas
análises indiretas que, sem tomar os rios do século XXI. É o caso do belo trabalho de
como eixo do recorte analítico, perceberam Victor Leonardi sobre o complexo do rio
muito bem a sua presença marcante em Negro e suas cidades abandonadas: Os
diferentes momentos da história do país. historiadores e os rios: natureza e ruína na
Cabe destacar, por exemplo, as fortes Amazônia brasileira (Leonardi, 1999); do
descrições de Gilberto Freyre na década de amplo estudo de Haruf Espindola sobre a
1930, no livro já mencionado (Freyre, ocupação histórica de um importante vale
[1937]2004), sobre as dinâmicas de fluvial entre Espírito Santo e Minas Gerais:
envenenamento dos rios do Nordeste pelos Sertão do Rio Doce (Espindola, 2005); do
resíduos das usinas de açúcar. Ou então, de estudo de Janes Jorge sobre o rio Tietê na
maneira ainda mais notável, os trabalhos de cidade de São Paulo, mostrando a
Sérgio Buarque de Holanda, nas décadas de relevância de aproximar história urbana e
1940 e 1950, sobre a centralidade da história fluvial: Tietê - o rio que a cidade
navegação fluvial nos movimentos de perdeu (Jorge, 2006); por fim, da rica e
exploração dos sertões do Centro-Oeste diversificada coletânea organizada por
partindo de São Paulo. O livro Monções, de Gilmar Arruda com o título de A natureza
1945, em especial, apresentou elegantes e dos rios (Arruda, 2008). Esses trabalhos, já
inovadoras análises sobre as relações entre participando de um diálogo aberto com a
rios e sociedades naquele contexto, historiografia internacional e com a
particularmente pelo conceito de “estradas perspectiva da história ambiental, abriram
móveis”, que foram pensadas, de maneira caminho para o tipo de historiografia
próxima das tendências mais recentes, em profissional e mais rigorosa, apesar da sua
sua própria materialidade, considerando variedade de enfoques, que poderemos
detalhadamente as corredeiras e cachoeiras, encontrar nos autores que responderam ao
os períodos de cheias etc. Ainda em 1948, chamado para o presente Dossiê. Uma
inspirado pelo tema da expansão paulista e historiografia que se aproxima da temática
pelo trabalho de Emil Ludwig, o poeta dos rios a partir de diferentes dimensões e
Humberto de Mello Nóbrega publicou um recortes, explorando as ricas conexões
livro que recortava de forma inovadora, ao ecológicas, geográficas, socioeconômicas e
menos no contexto nacional, um rio culturais que podem ser observadas com
específico como objeto de análise histórica. relação ao mundo dos rios em diferentes
Apesar de não ser uma análise profunda, o momentos e lugares da história do Brasil.
livro História do Rio Tietê (Mello Nóbrega, O artigo de André Vasques Vital
[1948]1981) é bastante abrangente e recupera a história do Território do Acre de
informativo, discutindo diferentes aspectos princípios do século XX, no contexto de
da relação entre a sociedade paulista e desenvolvimento da economia da borracha
aquele rio - desde os esforços para na Amazônia brasileira. Com base em uma
promover sua navegação até, por exemplo, discussão com bibliografia recente, o autor
seu papel como inspirador de arte e discute os limites da agência histórica
literatura. Na formulação do próprio autor, pensada apenas a partir da ação humana.
porém, o rio é visto “ora como cenário, ora Seu texto aprofunda uma importante
como comparsa”, já que o protagonismo é reflexão sobre o papel do rio Iaco, suas
sempre do homem. dinâmicas de cheias e vazantes e as
26
História
27
História
28
História
ela, os manatis (como os rios) se tornaram esquecer que, embora em grande parte
metáforas dos “ritmos naturais e sociais”. ignorada, a “fluvialidade” é parte
Assim, a autora examina diversas fundamental da formação histórica do
representações textuais e imagéticas desses Brasil.
animais, produzidas no período colonial,
mostrando como a chegada dos europeus à Questões
América impactou as populações dos
manatis e como se reconfiguraram as 01. (Prefeitura de Gramado –
representações sobre eles (embora estas não Professor – FUNDATEC) Refletindo
tenham sido muito abundantes). Discutem- sobre as classificações periódicas e
se no texto até mesmo os múltiplos usos e políticas do antigo Egito, temos o período
representações indígenas sobre os manatis, que vai de 3.200 a.C. até 2000 a.C. Nesse
com base na documentação produzida por contexto, as capitais foram Tinis e Mênfis,
europeus. A reflexão de Cristina Brito tendo uma forma de governo teocrática.
insere-se numa discussão sobre a relação Considerando o contexto, podemos afirmar
entre o mundo humano e o não humano. que se trata do:
Trata-se aqui de frisar o próprio (A) Antigo Império.
protagonismo desses animais aquáticos no (B) Médio Império.
seu percurso de interações com as (C) Novo Império.
sociedades indígenas e com a sociedade (D) Período Clássico.
colonial. Segundo a autora, os rios (onde (E) Período Arcaico.
habitavam os manatis) podem ser pensados
como lugares de confluência de interações 02. (IF/TO) Acerca do desenvolvimento
entre seres humanos e entre eles e os da agricultura e da consequente
animais, enfim, entre “pessoas e a sedentarização dos grupos humanos,
natureza”. considere as afirmativas abaixo:
Rio poder; rio saneado; rio metáfora; rio I. Esse processo teve início a partir das
protesto; rio negócio; rio desastre; rio civilizações mediterrâneas, sobretudo
animais. Embora referindo-se ao mesmo gregos e romanos, responsáveis pela
objeto - a história dos rios e sua relação com construção de grandes obras públicas, como
as sociedades -, os enfoques apresentados canais de irrigação, diques e aquedutos.
pelos textos deste Dossiê não somente são II. Também identificados sob a
muito diversos, mas igualmente dialogam denominação de “povos fluviais” ou
com campos de conhecimento distintos. “civilizações hidráulicas”, egípcios e
Mais ainda, tratam de espaços/tempos mesopotâmicos foram pioneiros na
múltiplos: a América colonial, os vários constituição de sociedades rigidamente
rios da Amazônia, do século XIX ao século hierarquizadas e com governo.
XX, o rio Ribeira de Iguape e a África, a III. A ocupação humana dos vales dos
Baixada Fluminense da virada do século, o rios Tigre e Eufrates remonta ao período
rio Doce de “ontem”. O que articula as Paleolítico e, devido à abundância de
discussões presentes neste Dossiê é recursos hídricos, essa região foi
certamente a necessidade de incorporar os sucessivamente disputada por vários povos.
rios - na sua agência, nas suas IV. Na região designada como Crescente
representações, na sua simbologia, nos Fértil, verificou-se o desenvolvimento das
impactos da ação antrópica sobre eles, atividades agrícolas atreladas ao avanço de
enfim, na sua complexidade - à reflexão dos técnicas de irrigação e atividades
historiadores. É que, para um país comerciais, tudo isso mediado pela atuação
composto por uma intrincada rede de de Estados fortes.
milhares de rios, oficialmente agrupados
em 12 bacias hidrográficas, não há como
29
História
30
História
31
História
Isso faz com que o educador tenha que ir Nesse sentido podemos analisar que
muito além do que era ensinado mesmo com diversas mudanças, a educação
tradicionalmente nos currículos das escolas, e o ensino de história atualmente tem
em especial na disciplina de história nas muitos aspectos que podem ser mais bem
décadas passadas, pois os ensinamentos trabalhados. Um bom caminho é a reflexão
trazem sempre junto a seus conteúdos sobre o espaço que a universidade propõe
orientações formativas ao individuo. Dessa aos acadêmicos, através dos estágios na
forma, para se pensar o ensino de história graduação, onde podem ser observados às
hoje; temos que vencer o desafio de criar estruturas e a atuação dos profissionais que
novas maneiras de formar e capacitar às atuam na prática educativa, que tendem a
novas gerações de nossa sociedade, todo o momento estarem frente a frente com
considerando que é necessário trabalhar os problemas estruturais da educação, que,
com as mentalidades de diferentes grupos no entanto são considerados de forma
sociais e com múltiplas informações que estática como fruto da educação brasileira
permeiam a vida social em uma época por parte das autoridades governamentais,
profundamente marcada pelo impacto de onde geram acima de tudo desencontros
novas tecnologias que aceleram e com o sentido do que deveria ser ensinar a
dinamizam as relações entre pessoas, história. Os professores em grande parte se
grupos e instituições, possibilitando um tornam reféns das dificuldades, pois trazem
acesso múltiplo e variável a fontes diversas de sua formação bagagens a serem
de informação que também ajudam a transpostas na sala de aula, e não recebem
os devidos meios a serem utilizados, pois
32
História
33
História
34
História
35
História
36
História
37
História
38
História
39
História
40
História
41
História
42
História
43
História
44
História
mundo vivido, seria proveitoso que ele se no que diz respeito ao caráter
atualizasse em relação a essa opção epistemológico do currículo, visando a
metodológica. descolonização destes, e assim visibilize o
multiculturalismo presente na sociedade e
Alternativas refletido nas escolas, o que dará voz a esse
“outro” com quem se fala e de quem se fala.
01 – A | 02 - B Para essa autora o campo educacional vem
passando por transformações importantes
no seu interior, uma vez que os
PEREIRA, Amilcar Araújo; MONTEIRO, conhecimentos canonizados no currículo
Ana Maria (org.). Ensino de história e escolar apresentam um caráter
cultura afro-brasileiras e indígenas. Rio
monocultural de invisibilidade e
de Janeiro: Pallas, 2013
silenciamento das pessoas negras,
indígenas e de suas culturas.
Diante disso Gomes (2012) cita a
A Lei 10.639/003 juntamente com a
“pluralidade interna a ciência” e a
11.645/08, são frutos das conquistas do
“pluralidade externa da ciência” como um
Movimento Negro e possibilitam que o
movimento de duas vertentes no qual o
currículo de todas as escolas da educação
currículo estaria incluído. Essas vertentes
básica passe por transformações
são “compreendidas como dois conjuntos
importantes no seu interior uma vez que os
de epistemologias” e que procuram “a partir
conhecimentos canonizados no currículo
de diferentes perspectivas, responder as
escolar apresentam um caráter
premissas culturais da diversidade e da
monocultural de invisibilidade e
globalização”. Essas duas perspectivas são
silenciamento das pessoas negras e suas
abaladas e produzidas pelas “reflexões
culturas. Para Alberti (2013) tais leis são
internas a ciência e pelas questões
instrumentos eficientes para o combate ao
colocadas pelos sujeitos” organizados por
racismo no Brasil e pontua que o racismo é
movimentos sociais. Para essa autora
um problema social que envolve a todos e
“quanto mais se amplia o direito à
que por isso mesmo deve ser preocupação
educação, quanto mais se universaliza a
dos educadores (ALBERTI, 2013, p.28).
educação básica e se democratiza o acesso
Nesse contexto, Alberti expõe a polarização
ao ensino superior, mais entram para o
que existe entorno da nossa história
espaço escolar sujeitos antes invisibilizados
nacional, a ideia de uma sociedade mista,
ou desconsiderados como sujeitos de
sem diferenças e de outro lado a ideia de
conhecimento.” (GOMES, 2012, p.2). Uma
que somos uma sociedade multicultural.
vez que nesse espaço, surgem as indagações
Para essa autora, “chegamos num ponto em
sobre a colonização curricular e as
que essa polarização precisa ser antes
exigências de práticas emancipatórias e que
discutida e trabalhada do que repetida. É
dê visibilidade a esse “outro”, rompendo
hora de trazermos essa discussão para
com o paradigma de conhecimento
dentro da sala de aula, lançando um olhar
hegemônico que se torna dominante em
sobre a história da constituição daquelas
detrimento de outra cultura e/ou povos.
identidades cristalizadas de que fala Hebe
Suas indagações sobre o currículo
Mattos, a “mestiça” e a “multicultural”
escolar e a prática pedagógica serão
(ALBERTI, 2013, p.33)9.
reflexões advindas do musical Besouro
Como pode ser visto em Gomes (2012,
Cordão de Ouro “dirigido por João das
p.7), a implementação das referidas leis
Neves e apresentado no 4º FAN (Festival
gerou mudanças no campo da educação e
9 Maria de Fátima de Sales Silva. O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA FUNDAMENTAL PROFESSOR GERALDO COSTA. UFPB.
AFRO-BRASILEIRA AFRICANA E INDÍGENA NO CURRÍCULO DA www.ufpb.br/evento/index.php/xviieeh/xviieeh/paper/viewFile/3293/2741.
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO Visitado em 12.09.2022.
45
História
Internacional de Arte Negra) no dia 25 de professores lida com essas rupturas. Trata-
Novembro de 2007”. (GOMES, 2012, p.3). se de uma descolonização curricular e não
Sobre a peça teatral realizada pelo FAN, uma africanização do currículo, ou seja,
essa autora nos narra que a partir da história busca-se uma abordagem histórica
do capoeirista Besouro Cordão de Ouro, a contextualizada que tenha em pauta todas
plateia aprendeu muito “do Brasil pós- as culturas que fazem parte da formação da
abolicionista, da vida dos negros na Bahia, nação, uma vez que as culturas negra e
da luta e resistências negras, dos encontros indígena na escola são silenciadas, quando
e desencontros afetivos, da política e da não, homogeneizadoras.
organização da população negra” de forma Sobre culturas silenciadas, um ponto
artística, ritualística, didática e criativa. interessante levantando por Gomes (2012,
Segundo o que discorre Gomes (2012), a p.8) é que não se pode confundir esse
peça possibilitou “uma excelente aula onde silenciamento com o desconhecimento
se enfatizou o conhecimento a cultura e a sobre o tema. Para ela, “é preciso colocá-lo
ação política”. Por que o FAN insere-se em no contexto do racismo ambíguo brasileiro
um contexto diferente daquele encontrado e do mito da democracia racial e sua
no campo educacional, ou seja, “um expressão na realidade social e escolar, ou
paradigma que não separa corporeidade, seja, o silencio parte-se de algo que se sabe,
cognição, emoção, política e arte”, um mas não se quer falar ou e é impedido de
paradigma sem hierarquia de saberes, de falar.” (GOMES, 2012, p.8). Dessa forma a
culturas e que compreende a existência de discriminação racial se faz presente na
uma história de dominação cruel, instituição escolar a partir do silenciamento
exploração e colonização que deu origem a ritualístico do professor.
uma hierarquização epistemológica. A lei 10.639/003 vem para romper com
Para Alberti, as “questões sensíveis” é esse silencio e apresenta rupturas no campo
um dos motivos que impede que os temas curricular e epistemológico de ensino,
ligados a história e cultura afro-brasileira e tornando possível a “fala” daqueles
indígena, sejam abordados na sala de aula, considerados minorias, um diálogo
ou até mesmo evitados. Diante disso, torna- intercultural emancipador, considerando a
se mais que necessário uma ruptura existência de um “outro” enquanto sujeito
epistemológica e uma descolonização ativo.
curricular para que assim as aulas Haja vista que as rupturas culturais e
apresentem características semelhantes a epistemológicas no contexto da lei
apresentação do FAN. 10.639/003 e a 11.645/08 modificam o
A tendência é que a força das culturas fazer do professor, nos faz voltar os olhos
consideradas negadas e silenciadas nos para sua formação.
currículos escolares cresça ainda mais nos Anseia-se por práticas pedagógicas que
últimos anos. Os ditos excluídos começam desfaça o nó uni cultural de colonização
a agir e a exigirem mudanças ainda mais curricular e estabeleça meios para a
significativas no campo curricular e na valorização multicultural na sociedade e na
prática docente, mudanças essas que sala de aula. No campo do currículo as
valorizem as diversas culturas formadoras mudanças são notadas na medida em que
da história nacional, de tal modo que a questões a respeito do currículo
cultura africana e a indígena seja vista de intercultural são postas em pauta.
outro viés e não apenas pelo viés Tendo em vista que para Alberti a
eurocêntrico colonizador. história e cultura afro-brasileira e indígena
Diante desse contexto, Gomes (2012, encaixa-se no que ela chama de “temas
p.7) traz reflexões de como a questão racial sensíveis”, a autora descreve estratégias
é apresentada nos currículos escolares e pedagógicas para trabalhar com tais
também como o campo de formação de assuntos em sala de aula, a começar pelo
46
História
47
História
para além das fronteiras escolares, para D - As leis são desnecessárias, pois a
tanto se faz necessário uma formação educação básica brasileira desde os anos de
continuada para as relações étnico-raciais 1980 que contemplo os povos indígenas,
que dialogue e/ou transforme o currículo africanos e seus descendentes;
que as escolas mantêm, tornando-o crítico e E - Um dos pontos a destacar para o
includente. cumprimento das leis é recuperar as
estratégias criadas por africanos e africanas
Se o trabalhar com a história e cultura e seus descendentes para resistir às
afro-brasileira é possível encontrar ainda condições adversas que lhes eram impostas.
muitas resistências e empecilhos, não
obstante, foca-se muito no preconceito e 02. (SEE/MG – Professor de Educação
racismo para com a pessoa negra, a cultura Básica – História – FUMARC) A criança
indígena encontra-se ainda envolta em um e o adolescente que se identificam e são
identificados como brancos têm muito a
véu de ferro, tendo o 19 de abril, como dia ganhar com um ensino qualificado das
de seu desvelamento. histórias e culturas afro-brasileiras e
indígenas. Se um menino que se identifica
Questões como branco se acha no direito de xingar
um colega de classe identificado como
01. (Prefeitura de Milagres/CE – negro por causa de sua raça ou cor, esse
Professor de História – CEV-URCA) menino necessita de tanta ajuda quanto seu
(Concurso Milagres/2018) “Além de colega que sofre o preconceito [...]
atender a uma antiga e justa reivindicação, (ALBERTI, Verena. Algumas estratégias
essas medidas trouxeram uma série de para o ensino de história e cultura afro-
consequências para o ensino de História em brasileira. In.: PEREIRA, Amilcar Araujo,
MONTEIRO, Ana Maria (Orgs.). Ensino
sua totalidade e para a formação dos de História e culturas afrobrasileiras e
profissionais que atuam no magistério. As indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p.
mudanças ocasionadas ainda estão em 28).
processo, e poderão ser aceleradas ou No Brasil, por meio da legislação, o
adquirir um ritmo mais lento, conforme a ensino de história e cultura da África e dos
capacidade dos setores interessados em afrodescendentes e indígenas são
intervir no processo.” (LIMA, Mônica. obrigatórios. Primeiro, a Lei 10.639/03, que
Prefácio. IN: PEREIRA, Amilcar Araujo; tornou obrigatório em todas as escolas do
MONTEIRO, Ana Maria. Ensino de país o ensino de história e cultura da África
e afro-brasileira e, posteriormente, a Lei
história e culturas afro-brasileiras e 11.645/08, que acrescentou a essa
indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013) O obrigatoriedade o ensino de história e
texto acima refere-se às leis 10. 639/2003 e cultura indígena. Tomando como base o
11. 645/2008, sobre as quais e suas trecho e o conhecimento da Lei, é
implicações podemos corretamente CORRETO afirmar:
afirmar: A - A proposta é incluir atores na
A - A lei de 2008 visou corrigir a lacuna História brasileira, tomando como
deixada pela lei de 2003 que previa o ensino suficiente para superação da desigualdade
da história e cultura indígena e de raça.
desconsiderava a cultura e história dos B - Acima de tudo, tal obrigatoriedade
africanos e seus descendentes no Brasil; torna-se instrumento importante para o
B - As duas leis fortalecem o combate do racismo no Brasil.
eurocentrismo e o racismo típicos do ensino C - Assume o Brasil como um país
de história na educação básica; racista e exige da escola que se posicione
C - A inexistência de povos indígenas no contra a visão herdada dos europeus.
Brasil atual torna a duas leis totalmente
obsoletas e sem sentido;
48
História
Alternativas
01 –E | 02 - B
49
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
SUMÁRIO
Apostilas Domínio
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
1
MORAIS, A. G. de. Apropriação do sistema de escrita alfabética. sistema-de-escrita-alfabetica.
2
Disponível em: MORAIS, A. G. Sistema de Escrita Alfabética. São Paulo:
https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/apropriacao-do- Melhoramentos, 2012.
1
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
3
https://www.pomerode.sc.gov.br/downloads/Arquivos/SED/ano1/unidade _03_ano_01_azul(teste_figuras)(07_11_2012).pdf
2
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
4
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. A psicogênese da língua escrita. São de textos de pesquisa. Tradução de Rosana Malerba. São Paulo: Cortez,
Paulo: Artes Médicas, 1985. 2013.
5
FERREIRO, E. O ingresso na escrita e nas culturas do escrito: seleção
3
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
valores sonoros menores que a sílaba, e faz Educação Infantil. Dentre eles há o nível
uma análise sonora dos fonemas ao “escrita alfabética” que caracteriza-se por:
escrever. (A) Seguir os padrões ortográficos.
A identificação do som pode não (B) Compreensão dos caracteres da
significar a identificação da letra escrita na correspondência grafo-fonêmica.
correspondente, o que pode causar (C) Coexistência das hipóteses silábica e
dificuldades ortográficas na escrita. alfabética.
6
Para avaliar a escrita, parte-se do nível (D) Relação entre fonema e grafema.
inicial de cada criança e não se fixam
expectativas mínimas de conquista por ano, Gabarito
mas isso ocorre por acréscimo. Por
exemplo, considerando que nenhuma 01.D - 02.B
criança não pode nem deve terminar o ano
como começou, e é por isso que se espera
que todas as crianças terminem o primeiro Linguagem oral e escrita.
ano com uma escrita que se relaciona de
maneira sistemática com a sonoridade
(silábica), que todas terminem o segundo A linguagem é dialógica, por isso não
com escrita alfabética e que o terceiro ano pode ser individual, sendo algo social, que
seja destinado a explorar questões acontece por meio da interação de duas ou
ortográficas. mais pessoas.
A linguagem é uma comunicação, pois
Questões as pessoas não trocam palavras e sim
enunciados. Ela se transforma por meio da
01. (SEE/AC - Professor de Ensino interação entre as pessoas, um aprende com
Fundamental - FUNCAB) Sobre a escrita o outro e passa para o próximo.
alfabética é correto afirmar que: 7
A principal tarefa que se coloca para a
(A) é a parte da gramática que se dedica Educação Infantil é aproximar as crianças
ao estudo dos fonemas de uma língua e sua dos usos sociais a linguagem oral e escrita.
ocorrência em diferentes contextos. Atualmente não se compreende
(B) é a unidade de som que contribui linguagem oral e linguagem escrita no
para o estabelecimento de diferenças de interior de um quadro de oposições. Pelo
significado entre as palavras. contrário, entende-se que sejam linguagens
(C) é um sistema de representação que se interpenetram, que se imbricam
socialmente construído, constituído por mutuamente. Existem discursos orais que
signos linguísticos. podem ser pouco planejados, que
(D) recupera os significados (as ideias) apresentam a presença física do
por meio da representação dos significantes interlocutor, que se realizam por meio de
linguísticos (as palavras). um registro informal. Todavia, tais
(E) é uma unidade de significação que características já não são mais
possui dupla face. imprescindíveis para a caracterização da
linguagem oral.
02. (Prefeitura de Lençóis Paulista - São duas modalidades da língua
Professor de Educação Infantil I - portuguesa vistas como práticas sociais.
OMNI/2021) Existem níveis de Apresentam características específicas e
conceitualização de leitura e escrita na condições de produção distintas. Deve-se
6 7
KAUFMAN, A. M.; GALLO, A.; WUTHENAU, C. Como avaliar ANDRADE, M. L. da C. V. de O. Língua: modalidade oral/escrita.
aprendizagens em leitura e escrita? Um instrumento para o primeiro modalidade oral/escrita. Disponível em:
ciclo da escola primária. In: Cavalcanti, Z. (org.). 30 olhares para o https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/292072/mod_resource/content/1
futuro. São Paulo: Escola da Vila, 2010. /Texto%20da%20Atividade%201.pdf.
4
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
8
LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. escrita na educação infantil. Rev. Cien. Elet. de Pedagogia, Garça, v. 21,
Porto Alegre: Artmed, 2002. n. 11, p. 1-6, jan. 2013.
9
CRUVINEL, F. E.; ALVES, G. M. Como desenvolver a linguagem oral e
5
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
6
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
7
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
8
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
9
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
10
https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/preconceito- linguistico
10
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
11
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
12
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
com o verbo na 1ª pessoa do singular no estará consumado, pois ele não é a pessoa
presente do indicativo. “Proibido fumar” é autorizada para fazer isso. Para cumprir o
um exemplo. Trata-se de uma ação de segundo requisito, isso deve ser feito pelo
proibição que pode ser transformada em padre.
performativa. “Proíbo que se fume aqui”. Para preencher o terceiro requisito, as
As declarações performativas não duas pessoas que estão casando devem
podem ser julgadas enquanto verdadeiras responder “Sim” ao padre. Caso um deles
ou falsas, mas podem ser nulas, não diga “Ah, pode ser...”, o casamento não será
podendo se realizar. Em um casamento, o realizado.
padre pergunta “Marcos, aceita Joana como Para cumprir o quarto requisito, é
sua esposa legítima?”, só que o irmão de preciso que, por exemplo, marido e mulher
Marcos é quem responde “Aceito”. Esta é tenham realmente as intenções
uma declaração performativa, todavia, não apresentadas, como viver juntos até que a
será realizada, visto que Marcos não se morte os separes. Isso acaba cumprindo o
casará por meio da declaração do irmão. quinto requisito, que é agir de acordo com
A ação que corresponde a um o que foi prometido.
performativo só será realizada caso, além Ainda de acordo com Austin, é possível
de ser anunciado, as circunstancias de realizar três atos de fala ao mesmo tempo,
enunciação sejam adequadas. que seriam o ato locucionário, o
Austin elaborou o critério de sucesso ou ilocucionário e o perlocucionário.
fracasso para as performativas. Para haver O ato locucionário é o ato linguístico em
o sucesso do enunciado performativo, é si, a ação de proferir palavras uma a uma
necessário: visando formar uma frase. O ato
- Haver um procedimento aceito ilocucionário acontece na linguagem, como
convencionalmente, capaz de apresentar dar uma ordem em “Ordeno que fique”. O
efeito convencional e de incluir o ato perlocucionário é realizado pela
proferimento de determinadas palavras, por linguagem: caso o interlocutor acate à
determinadas pessoas, em determinadas ordem que eu dei, esse resultado terá sido
circunstâncias; obtido por meio da linguagem.
- Que as circunstâncias e pessoas A maior diferença entre o ato
particulares de cada caso sejam adequadas ilocucionário e o perlocucionário é que o
ao procedimento que é invocado; primeiro sempre é marcado na linguagem.
- Que o procedimento seja executado de
maneira correta e completa por todos os Discurso12
participantes; Para compreender a análise do discurso,
- Que, em casos nos quais haja intenções é preciso compreender a noção de condição
e sentimentos, os participantes tenham, de de produção, pois um discurso sempre é
fato, essas intenções e sentimentos; realizado a partir de condições de produção
- Que os participantes ajam, dadas.
posteriormente, de acordo com o que foi Essas condições envolvem os sujeitos e
convencionado. a situação, podendo ser pensadas em
sentido estrito, relacionando às
No exemplo do casamento, Marcos pode circunstâncias de enunciação, ao contexto
se casar com Joana ao dizer “Aceito”, pois imediato, e em sentido amplo, envolvendo
é uma questão da tradição cristã. Isso o contexto sócio-histórico ideológico.
preenche o primeiro requisito. Quando uma professora fala em sala de
Se no casamento o padrinho fala “Eu os aula, as condições de sentido estrito estão
declaro marido e mulher”, o casamento não ligadas ao ambiente da sala, à presença dos
12
MEDEIROS, L. B. A. Análise do discurso. Porto Alegre: SAGAH, 2016.
13
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
13
SILVA, A.; PESSOA, A. C.; LIMA, A. Ensino de gramática: reflexões sobre a língua portuguesa na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
14
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
15
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
14 15
VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. F. Ensino de gramática: descrição e uso. POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola.
São Paulo: Contexto, 2009. Campinas/SP: Mercado das Letras, 1996.
16
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
16
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_v ersaofinal_site.pdf
17
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
18
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
das crianças para indicar a elaboração de todavia o uso de gêneros orais que circulam
ações tais como convidar, listar, avisar, dar nas instâncias públicas e que exigem
recados, contar histórias, entrevistar, adequação a situações de formalidade deve
relatar, apresentar um problema ser desenvolvido.
(individualmente, em duplas ou Para isso, é possível planejar atividades
coletivamente), realizando a exploração de que abordem: debate regrado; roda de
elementos no decorrer de cada criação: conversa; locução de uma notícia ou de
tema, objetivo, destinatário, tratamento, reportagem; seminário; entrevista; elogio;
extensão e características próprias a cada advertência; explicação; crítica; aviso;
gênero. Realizar uma organização e uma convite; recado, entre outros gêneros orais
encenação de pequenos diálogos sociais que circulam socialmente.
19
típicos é também uma atividade produtiva: É preciso que o oral seja trabalhado
podendo ser realizada na escola, na rua, no junto à reflexão, à metacognição,
médico, no mercado, em programas de TV, incentivando o aluno a reconhecer-se como
ao telefone e em outras situações escolhidas sujeito interativo e transformador de
pela turma. situações nas quais se encontre inserido,
A oralidade é uma prática social, uma sendo capaz de dominar o conhecimento
atividade de interação verbal que pressupõe das regras de uso da linguagem e
interlocutor, partilha de ideias em contextos adequando-o a diferentes situações
específicos, com objetivo específico. Dessa sociocomunicativas, assim como de
forma, a oralidade como prática engloba a ampliar sua bagagem linguística, à medida
ação de linguagem, geograficamente que adquire termos e expressões para ele
situada, historicamente, determinada, novos, sendo capaz de reconhecer
culturalmente definida. prováveis desvios quanto ao emprego da
A prática de oralidade pressupõe modalidade preconizada como padrão,
ambientes públicos e privados de uso da corrigindo-os, quando assim for necessário.
20
linguagem, tendo como ponto de partida Para a BNCC, a produção de textos
registros variados. Portanto, as condições orais seria produzir textos pertencentes a
de produção, a formalidade do gênero, o gêneros orais diversos, considerando-se
público alvo determinarão o uso mais ou aspectos relativos ao planejamento, à
menos formal da linguagem. produção, ao redesign, à avaliação das
18
Na escola, a produção de textos orais, práticas realizadas em situações de
sobretudo os de uso público, precisa ser interação social específicas. Já a
planejada. É necessário realizar uma compreensão desse gênero seria proceder a
sistematização das situações por meio das uma escuta ativa, voltada para questões
quais as crianças participem de roda de relativas ao contexto de produção dos
conversa, debates regrados, contação de textos, para o conteúdo em questão, para a
história, anúncios publicitários gravados, observação de estratégias discursivas e dos
entrevistas, recitais. Isso devem envolver recursos linguísticos e multissemióticos
também os alunos que ainda não se mobilizados, bem como dos elementos
apropriaram do sistema de escrita. paralinguísticos e cinésicos.
O planejamento da produção oral na Importante notar que uma das
escola precisa ser parte integrante do competências específicas da Língua
planejamento docente desde a Educação Portuguesa para o Ensino Fundamental é
Infantil. A fala espontânea já é de domínio ler, escutar e produzir textos orais, escritos
das crianças e não necessita de e multissemióticos que circulam em
sistematização da aprendizagem na escola, diferentes campos de atuação e mídias, com
18 20
FARIAS, A. C. S. Leitura e produção de textos orais e escritos na http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_v
alfabetização. Salvador: UFBA, 2019. ersaofinal_site.pdf
19
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/xmlui/handle/riufcg/197
19
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
21 22
http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/wp- https://bit.ly/3RFgRWY
content/uploads/2014/11/1823.pdf
20
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
23 25
KOCH, I. V. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/4/a-leitura-e-a-
Paulo: Contexto, 2010. escrita-no-processo-de-alfabetizacao
24
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16775
21
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
26
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_p content/uploads/2018/09/Metodologia_comportamento_leitor.pdf
28
de/artigo_maria_jesus_ornelas_valle.pdf https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/condicoes-de-
27
https://cerlalc.org/wp- producao-do-texto
22
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
29
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/6466?locale=pt_BR content/uploads/2019/05/50723.pdf
30
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-
23
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
24
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
31
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-26012007- 005718/publico/operadores.pdf
25
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
32
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-26012007- 005718/publico/operadores.pdf
26
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
Questões
33
Falar sobre leitura é perguntar-se sobre
01. (Prefeitura de Macaparana - as condições e possibilidade desta e dos
Professor de Português - IDHTEC) Em efeitos e potencialidades que a leitura pode
qual das alternativas há uma situação realizar no sujeito leitor. Essa discussão
planejada de ensino que contempla os passa pelo âmbito político, educacional,
textos orais em sala de aula? cultural e social.
(A) Estudo da notícia, porém, retirando- A escola é o espaço no qual prevalecem
a do jornal, conhecendo-a a partir do livro os discursos a respeito da leitura e das
didático. práticas leitoras, visto que que a escola é um
(B) Visualizar uma palestra e transcrevê- dos lugares sociais de acesso à leitura, o que
la. coloca os professores como protagonistas
(C) Produzir textos orais de diferentes desta história, participantes e ativos,
gêneros, com diferentes propósitos. especialmente os professores alvos desta
(D) Oficina de leitura. pesquisa, aqueles que trabalham e ensinam
(E) Feira literária. ou pretendem ensinar, leitura.
Atividades sequenciadas de leitura para
02. (IF/SP - Professor - FUNDEP) desenvolver a leitura na escola podem ser
Muitos autores, dentre eles Luiz Antônio situações didáticas adequadas para realizar
Marcuschi, defende o uso dos gêneros o gosto de ler e privilegiadas para
textuais como objeto de ensino de produção desenvolver o comportamento do leitor,
de textos orais e escritos, isso porque eles isto é, atitudes e procedimentos que os
são leitores assíduos desenvolvem a partir da
(A) realizações linguísticas concretas prática de leitura: a formação de critérios
definidas por propriedades contextuais. para selecionar o material a ser lido, a
(B) constructos teóricos definidos por constituição de padrões de gosto pessoal,
propriedades linguísticas intrínsecas. rastreamento da obra de escritores
(C) sequências linguísticas ou de preferidos, etc.
34
enunciados e, não um texto empírico. O foco da psicogênese da escrita nos
(D) conjuntos limitados de categorias processos de apreensão do sistema
teóricas predeterminadas. linguístico foi uma contribuição
importante, todavia, essas ideias chegaram
Gabarito às escolas de maneira superficial e pouco
elaborada.
01.C - 02.A Pior ainda, a adoção dos princípios
piagetianos significou a destituição dos
“saberes tradicionais” dos professores.
Neste sentido, as ideias de Vygotsky a
respeito centralidade do signo e sua
33
https://simelp.fflch.usp.br/sites/simelp.fflch.usp.br/files/inline- FERREIRA, Norma Sandra de A. (Orgs.). A alfabetização como processo
files/S3903.pdf discursivo: 30 anos de A criança na fase inicial da escrita. São Paulo,
34
GOULART, Cecília M. A.; GONTIJO, Cláudia Maria Mendes; Cortez, 2017.
27
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
35 36
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-
1998. content/uploads/2019/05/50723.pdf
28
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
37
A leitura pontual possibilita ao aluno conjunto, prática fundamental para a
avaliar o nível de compreensão do texto explicitação das estratégias e
lido. Isso ocorre por meio da identificação procedimentos que um leitor proficiente
de trechos compreendidos e daqueles não utiliza.
compreendidos. É um processo que requer A leitura colaborativa é essencial para o
uma intervenção do professor ou ainda uma ensino de como se lê, diferente da leitura
informação fornecida por outro aluno que independente e silenciosa com questões
tenha atingido a plena compreensão. escritas para resposta, que somente verifica
Realizada a leitura individual, a história aquilo que o aluno já é capaz de fazer. A
é recontada, enfatizando informações leitura colaborativa ensina a ler, e a
relevantes. O processo de discussão é de silenciosa somente verifica se o aluno sabe
grande importância, dado que desenvolve fazê-lo.
habilidades de comunicação e organização, A leitura colaborativa é considerada hoje
com especial atenção para o vocabulário, como uma das atividades mais eficazes para
para identificação da ideia central, e para a intervir no processo de leitura, isto é, para
socialização do conhecimento adquirido. ensinar a ler, orientando os alunos na
O leitor que realiza uma leitura pontual constituição de procedimentos que os
é capaz de empregar uma atividade que se auxiliem na busca de pistas textuais e
baseia na busca dos próprios interesses, a contextuais para construir os sentidos do
exemplo de uma pesquisa. Essa estratégia é texto, levando-os a mobilizar as
usada para um objetivo específico, visando capacidades requeridas nesse processo.
o estudo de um texto/livro, a elaboração de É uma atividade na qual o professor lê
um trabalho de pesquisa, a reescritura, ao um texto com a classe e, ao longo da leitura,
estudo de conteúdos para provas ou faz questionamentos os alunos a respeito
concursos, a elaboração de resenhas e das pistas linguísticas que possibilitam a
sínteses etc. atribuição de determinados sentidos. Nessa
É uma estratégia que pode ser uma atividade é importante que os alunos
aliada, sobretudo se o texto não for familiar, possam explicitar para os seus parceiros os
isto é, de difícil compreensão. Outra processos dos quais fizeram uso para dar
característica é o fato de o leitor procurar no sentido ao texto: como e por quais pistas
texto um grande número de informações, linguísticas lhes foi possível realizar tais ou
acumulando-as de uma maneira que quais inferências, antecipar determinados
esbarrará nos limites da capacidade da acontecimentos, validar antecipações feitas,
memória. etc.
Esse tipo de leitura é uma atividade com
Leitura colaborativa/compartilhada principal finalidade de compreender um
Estudar o texto coletivamente, por meio texto em colaboração com o outro. O
de leitura capaz de mobilizar nos alunos processo de leitura é o foco do trabalho – e
capacidades necessárias para a construção todos os seus conteúdos específicos –, e não
da sua proficiência leitora. A intenção é que o produto desse processo, como ocorre em
a explicitação dos modos de obter uma atividade de leitura silenciosa com
informação para responder às perguntas questões para serem respondidas por escrito
propostas, façam observáveis as estratégias – que permite apenas a verificação do que o
que cada um utiliza para significar, aluno compreendeu do texto, ao invés de
possibilitando a apropriação dessas ensiná-lo como se faz para ler.
estratégias por quem ainda não as construiu. Dá prioridade ao trabalho com
Essa é a leitura na qual professor e capacidades e procedimentos: conteúdos
alunos realizam paulatinamente, em fundamentais no processo de compreensão
37
https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/l ivro/livro.php?codigo=23661
29
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
30
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
31
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
Nela, o professor divide o texto em trechos quiseram fazer inspirados pela obra, ou
que serão lidos um a um, autonomamente e, seja, toda sorte de anotações que a obra lhes
depois, comentados em classe em discussão sugira.
coletiva. O professor deve apresentar o
Ademais, tal modalidade permite o cronograma à classe, combinando o que
trabalho com a obra de determinado autor, será realizado e sugerindo modos de marcar
visto que abre a possiblidade da em que parte interromperam a leitura e
problematização de suas especificidades de procedimentos úteis para retomá-la em
estilo e de tratamento temático. Abre a outro momento, sem perderem o sentido do
possibilidade de ampliação da proficiência texto.
leitora no que se refere a materiais mais Combinando o trecho que será lido em
extensos e complexos, e à autonomia do cada período, o professor estará
aluno por meio da discussão possibilitada apresentando aos alunos perguntas
pelos encaminhamentos dados no estudo instigadoras e orientadoras da leitura. Eles
coletivo de uma obra específica. não precisam respondê-las formalmente, já
A leitura programada tem o objetivo de que são perguntas que devem funcionar
ampliar a proficiência do aluno para a como incentivadoras e como recursos para
leitura de obras mais extensas, bem como chamar a atenção sobre algum aspecto
possibilitar a construção de boas referências linguístico-discursivo interessante da obra.
de textos elaborados em linguagem escrita Eles também podem dispor dessas
e de conhecimentos relativos a ela. perguntas e adicioná-las ao diário.
Esta atividade funciona de acordo com o No dia combinado, o professor conversa
nome que recebe: o professor programa a com a classe sobre aquilo que foi lido, com
leitura, dividindo a obra em trechos que os seguintes procedimentos:
devem ser lidos previamente pelos alunos, I - Retomando o conteúdo lido com a
de acordo com um cronograma feito, e, na classe, por meio de questões orientadoras;
data combinada, é estudada pela classe de II - Solicitando aos alunos que
maneira coletiva. apresentem questões curiosas, instigantes,
Para organizá-la, é preciso realizar o que os emocionaram ou divertiram, as quais
estudo da obra, analisando não somente o a obra lhes sugeriu no decorrer da leitura,
conteúdo temático e o tratamento que bem como investigações que fizeram
recebe, assim como os recursos linguísticos movidos pelo conteúdo da obra, avisando
presentes na obra. que podem recorrer ao diário de leitura;
Terminado o estudo, deve-se organizar III - Recuperando recursos textuais
as suas anotações a respeito de cada uma utilizados na obra, levando em conta o seu
das partes e, a seguir, dividir a obra em estudo e os problematiza junto à classe,
partes a serem lidas em um tempo analisando os efeitos de sentido que
determinado (uma semana, dez dias, duas provocam no texto;
semanas, por exemplo) pelos alunos. IV - Terminando a discussão, é sugerido
Depois, é preciso apresentar a eles o que cada aluno inicie aquilo que foi
trabalho que será realizado, importante para ele – ou curioso, ou o que
contextualizando a obra e explicando-o, mais lhe interessou, e, em seguida, pede
passo a passo. para que anotem no diário de estudos da
Deve-se orientá-los a lerem, com obra;
atenção, e a realizarem um diário de V - Para finalizar, o professor deve
estudos, onde anotarão impressões que perguntar a cada aluno quais foram as
tiveram, eventuais pesquisas que facilidades e dificuldades que encontraram
precisaram fazer para entender algum fato naquele trecho da leitura e os comenta, se
mencionado no texto, seja na internet, com possível, oferecendo orientações.
pais, irmãos ou outras fontes; desenhos que
32
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
Esse deve ser o procedimento regular e Leitura em voz alta feita pelo
básico do estudo. No começo, o professor professor
pode fazer a leitura de um ou dois capítulos São finalidades desse tipo de leitura:
da obra no coletivo, conversando com a explicitar ao aluno – por meio da fala do
classe a respeito para, depois, organizar a professor - comportamentos de leitor
leitura como tarefa, realizando na classe (critérios de escolha e apreciação das obras,
apenas a discussão da obra. por exemplo; recursos que utilizou para a
São objetivos gerais de aprendizagem na escolha do texto – autor, gênero, editora,
leitura programada: ilustrações, entre outros); possibilitar aos
I – A ampliação da proficiência dos alunos que não leem o contato com bons
alunos, fazendo com que sejam capazes de textos e com aqueles que não escolheriam
ler textos mais extensos, ou de de maneira independente; ampliar
complexidade maior, atribuindo-lhes repertório de leitura.
sentidos adequados; Esta modalidade didática dá a
II – A mobilização, no decorrer da possibilidade ao professor de modelizar
leitura, as capacidades e a seleção de comportamentos e procedimentos de
procedimentos adequados às finalidades leitura.
colocadas; Também dá a possibilidade aos alunos
III - A capacidade de se posicionar que não sabem ler terem contato com textos
criticamente diante dos textos lidos; organizados em linguagem escrita e,
IV – A demonstração de uma atitude mesmo antes de terem compreendido o
receptiva diante do desafio das leituras sistema de escrita, podem constituir
propostas e disponibilidade para a conhecimentos sobre diferentes registros
ampliação do repertório, por meio do linguísticos; sobre como os textos podem
contato com as obras selecionadas; organizar-se; sobre as características de
V - A demonstração de interesse pela diferentes gêneros; sobre recursos textuais
literatura, considerando-a maneira de presentes em textos diversos e sobre como
expressão da cultura de um povo; produzir um texto.
IV - A demonstração interesse por trocar A leitura em voz alta pelo professor é
impressões e informações com outros uma modalidade didática que precisa ser
leitores, posicionando-se a respeito dos inserida todo dia na rotina, principalmente
textos lidos, fornecendo indicações de no Ciclo de Alfabetização quando a grande
leitura e considerando os novos dados maioria dos alunos ainda não leem por
compartilhados. conta própria de maneira convencional,
mas ela deve prosseguir nos ciclos
A avaliação dessa atividade prevê várias subsequentes para garantir o acesso a obras
fontes de obtenção de informação: o que os alunos não leriam por si mesmos.
desempenho do aluno nas discussões em O professor, nessa atividade, ao ler em
classe; o modo e a frequência com que voz em voz alta, se oferece como
utilizou o diário de estudo da obra; a interpretante que põe em cena a leitura para
realização da leitura de modo assíduo, entre “fazer ler” outros através de sua voz.
outros. Aquele que escuta também está lendo,
Para isso, o professor pode dispor de pois, ler é compreender: seguir a história,
suas anotações de aula relativas aos descobrir os detalhes que anunciam
aspectos indicados, de avaliação coletiva eventos, antecipar a reação do personagem
depois de cada estudo na classe, de pela forma como foi apresentado, festejar
autoavaliação e de avaliação compartilhada ou “ficar enraivecido” com um final nem
com o professor. sempre desejado.
O objetivo da escuta de textos lidos pelo
professor é a aproximação das crianças do
33
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
universo da cultura escrita por meio dos forma, é necessário considerar que essa
livros e de seus autores, de diferentes atividade pode ser uma novidade para
gêneros, trazendo à luz a materialidade muitas delas, o que requer determinado
linguística própria do gênero. tempo para que elas construam
Ouvindo a leitura realizada pelo procedimentos de ouvintes e também de
professor, as crianças se encontram com os leitores.
livros, com suas histórias, o que possibilita Antes da leitura, é interessante iniciar
aos alunos dialogarem com o pensamento explicitando como conheceu o livro, o
do autor, mobilizando seus próprios motivo de sua escolha para leitura.
pensamentos e percepções de mundo, Comentar sobre o autor (se já é conhecido
partilhando dos mistérios, do suspense, das ou não), falar do seu estilo, mencionar
emoções e, assim, podendo nutrir e vitalizar outros livros escritos por ele ou outros do
suas próprias ideias. mesmo gênero, da mesma temática, mas de
Os alunos também aprendem a respeito outros autores.
do ato de ler, que não se lê da mesma No decorrer da leitura, é preciso cuidar
maneira um poema, um conto de da forma de ler. Em geral, o que seduz o
assombração ou um texto teatral. As ouvinte é a trama, todavia ela precisa estar
maneiras da leitura se modificam em embalada pelo ritmo, entonação, cadência
função do gênero e da necessidade do leitor. da voz, volume, expressão facial etc. Todos
Sendo assim, podem desenvolver o gosto e esses elementos em combinação produzem
o encantamento pela leitura, ampliando o uma leitura agradável e envolvente.
vocabulário e o sentido das palavras nos Depois da leitura, é interessante criar um
diferentes contextos em que são clima de conversa literária. A princípio, se
empregadas, identificam que a escrita tem as crianças não estão acostumadas a
uma forma de dizer que lhe é própria, ora participar desse tipo de intercâmbio, então
próxima da linguagem cotidiana, ora mais é legal iniciar propondo perguntas para
rebuscada. desencadear a conversa ou compartilhar
A leitura em voz alta é uma modalidade suas impressões sobre o texto lido; falar da
didática com objetivo de formar leitores, o parte de que mais gostou e por quê; reler
que possibilita aos alunos testemunhar trechos para comentar, retome ilustrações e
comportamentos típicos de um leitor ressalte sua relação com o texto; mencionar
experiente como a razão da escolha do as repetições que aparecem e discuta com a
livro, comentários sobre o autor e sobre o turma qual a intencionalidade do autor.
projeto gráfico, entre outros. Casos seja necessário, deve-se retomar
Quando o professor lê para as crianças, é as palavras difíceis, verificando se o
essencial que sejam organizadas propostas entendimento delas foi possível dentro do
para que elas participem de um espaço de contexto.
conversa a respeito do texto lido. O professor deve disponibilizar o livro
Portanto, a possibilidade de discussão e para que possam tê-lo em mãos. Vale
comentários sobre suas impressões, os ressaltar que o conteúdo da conversa
múltiplos olhares sobre o mesmo texto são dependerá sempre da história e da forma
expandidas, o que amplia a sua como foi escrita naquele livro em
compreensão. particular. O importante é não ritualizar de
É possível potencializar essa atividade, modo mecânico esse momento, só para
fazendo com que seja planejada e, para isso, cumprir a rotina.
a escolha dos livros é decisiva. O aluno pode aprender a partir das
Escutar leitura de histórias é algo que leituras feitas pelo professor:
deve ser aprendido. Algumas das crianças - Ampliação de conhecimento a respeito
que chegam ao 1º ano ainda não da própria leitura: a forma de ler os
desenvolveram o hábito de ouvir. Dessa
34
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
diferentes gêneros, o tom de voz, a Ela diz respeito aos conteúdos que são
velocidade, a emoção, o encantamento etc. transmitidos em situação de uso da
- Desenvolvimento, em atos, de linguagem, aqueles que são aprendidos
comportamentos, procedimentos e enquanto os alunos atuam como leitor e
capacidades de leitura, ouvindo ou englobam: o compartilhamento da leitura,
compartilhando impressões. comentar e recomendar o que se leu, a
- Apropriação da linguagem, do estilo discussão sobre as intenções implícitas de
mais formal e do estilo de um determinado determinado texto, o confronto das
autor; dos recursos textuais, discursivos e interpretações geradas a respeito da leitura
linguísticos utilizados pelo autor. Por de um livro, com outros leitores etc.
exemplo, recursos para indicar a passagem Essa modalidade favorece a observação
do tempo, para diferenciar os falantes etc. e socialização do repertório de critérios de
- Contato com toda a riqueza e a apreciação estética do grupo de leitores
complexidade da linguagem. participantes.
- Reconhecimento das diferentes Esses critérios se referem aos seguintes
organizações discursivas em função dos aspectos: linguagem, conteúdo temático
gêneros que lhe são apresentados. presentes nos textos e projeto editorial da
- Desenvolvimento do gosto por obra. Considerando as mudanças nos meios
ouvir/ler outros textos, ampliando o de produção e recepção dos textos com a
repertório textual e linguístico. ampliação do uso da internet, podemos
- Compreensão da função social da dizer que outros aspectos fundamentais
escrita e a especificidade dos diferentes dizem respeito à confiabilidade do
gêneros. ambiente virtual, facilidade de acesso a
conteúdos e políticas de divulgação de
Roda de leitores obras.
Essa atividade possibilita a socialização A roda de leitores pode ser desenvolvida
das leituras realizadas de maneira uma vez por semana, ou quinzenalmente. O
independente, com o objetivo de observar compartilhamento de impressões a respeito
comportamentos leitores já construídos do material lido tem um grande impacto na
pelos alunos e, ao mesmo tempo, ampliar formação de leitor literário.
seu repertório por meio da explicitação dos Ao lado dele, outros aspectos
comportamentos gerais. contribuem para formar leitores e
Além disso, promove a discussão e o desenvolver comportamentos leitores
estudo de uma determinada obra ou de um como: frequentar espaços de leitura (dentro
conjunto de obras do mesmo autor, com a e fora da escola), acessar críticas literárias,
finalidade de compreender seu estilo participar de eventos de leitura, entre
pessoal. outros.
Pode ser realizada considerando obras
de escolha pessoal ou selecionadas pela Questões
escola.
O professor deve elaborar um espaço de 01. (Prefeitura de Lauro Muller -
divulgação e análise crítica de materiais de Professor de Pedagogia - Instituto
leitura e de desenvolvimento de Excelência) A leitura na escola tem sido,
comportamentos leitores. fundamentalmente, um objeto de ensino.
A roda de leitores ou roda de indicação Para que possa constituir também objeto de
literária, como também é conhecida, é uma aprendizagem, é necessário que faça
das modalidades do ensino da leitura muito sentido para o aluno, a atividade de leitura
utilizada para o trabalho com deve responder, do seu ponto de vista, a
comportamento leitor. objetivos de realização imediata.
35
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
38
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- content/uploads/2019/05/50723.pdf
36
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
37
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
39
WEISZ, T. Relações entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 1999.
38
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
com a adequação do texto às características palavra, como, por exemplo, uma parlenda,
do contexto de produção previsto. uma quadrinha.
São tematizados nessa atividade os O foco, sendo assim, é a compreensão da
aspectos: base alfabética do sistema de escrita: a
- Que dizem respeito às características textualização não precisa ocorrer
do gênero: conteúdo temático; tipos de (planejamento do texto, definição e
personagens; tempo de ação; local; marcas organização dos enunciados que o
de estilo do gênero; compõem, definição de parágrafos), já que
- Que dizem respeito à textualidade: há necessidade de decidir o que será escrito,
registro linguístico; progressão temática visto que o texto é conhecido de cor,
(relação entre os fatos do texto, eixo palavra por palavra.
organizador fundamental); recursos Faz-se preciso que tal atividade se
referentes à coesão sequencial realize a partir de textos da tradição oral,
(articuladores textuais); recursos referentes que naturalmente são aprendidos pela
à coesão referencial; seleção lexical linguagem oral e decorados para, por
adequada ao registro; organização sintática; exemplo, servirem de base para
- Que dizem respeito aos procedimentos brincadeiras (pular corda, esconder,
de escritor: planejamento, revisão selecionar quem começa, entre outras
processual e final. finalidades), declamações, jogos (de bola,
A atividade realizada em duplas ou em de pegar, de pi- que-esconde, entre outros),
pequenos grupos garante às crianças a brincadeiras afetivas entre pais/avós e filho
possibilidade de estabelecer intercâmbios (“cadê o toicinho que estava aqui?”; “serra,
com outras crianças que estão na mesma serra, serrador”).
situação, com interesses, conhecimentos e Por isso não é apenas solicitar que os
necessidades semelhantes e que podem ser estudantes memorizem um conto, uma
compartilhados entre os pares. fábula, ou parte deles, para, depois, solicitar
que os registrem por escrito. É uma
Escrita de texto que se sabe de atividade imprescindível nos anos iniciais
memória de escolaridade, quando o processo de
Atividade que objetiva possibilitar a alfabetização ocorre.
40
apropriação das características do sistema Essa atividade pode envolver uma
de escrita. parlenda, uma cantiga, um trecho de
Consigna adequada é a de que sejam música, entre outros. As crianças podem
consideradas as características do contexto escrever, de forma mais autônoma, e o
de produção e a proficiência dos estudantes professor circular entre elas para realizar as
para grafar de próprio punho (mesmo que intervenções que são necessárias; tais quais
utilizando letras móveis ou realizando a lembrar trechos do texto de que se
atividade em parceria). esqueceram.
Os aspectos tematizados são os O texto escolhido deve fazer parte do
notacionais relativos ao sistema de escrita; repertório cultural infantil para que a
os procedimentos de textualização e revisão preocupação da criança não esteja dirigida
processual e final. ao “que” escrever, mas sim a como fazê-lo.
A escrita estrito senso, ou escrita de Trata-se de um desafio maior e pode ser
textos que são conhecidos de memória, é realizado por aqueles que estiverem mais
uma atividade na qual os alunos devem próximos à hipótese de escrita alfabética. O
escrever textos que conhecem de cor. Nesse que está em jogo, ainda, é a aquisição do
caso, a atividade está em registrar por sistema de escrita, mas já se pode notar,
escrito o texto já apresentado, palavra por
40
https://www.sinesp.org.br/images/sondagem_lingua_portuguesa.pdf
39
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
40
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
41
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
42
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
43
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
44
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
às relações que se desejar estabelecer entre Por autor, entende-se aquele responsável
os trechos do texto; tipo de pontuação; por uma ação; criação, invenção,
critérios de paragrafação, entre outros). descoberta, fundação, etc. Essa ação pode
Em se tratando de uma proposta para a ocorrer por condição natural, cada pessoa é
produção de autoria de textos literários, o autor e a autoria seria uma característica
pode-se organizar situações onde os alunos da condição humana.
elaborem o conteúdo temático de maneira Autoria é uma construção histórica.
coletiva – a partir da medição do professor Autor é aquele que publicou obras
e contribuição de todos – para que a impressas; escritor, aquele que escreveu um
textualização ocorra no coletivo e em texto que permanece manuscrito e sem
grupos e duplas, tanto para produzir um circulação.
conto completo, quanto somente uma parte Hoje, a função do autor é uma
de um texto. classificativa que permite identificar uma
Considerando esse último caso, o texto é autoria, que seriam características e padrões
apresentado ao estudante de forma parcial, textuais de certos escritos que podem ser
mantendo uma parte desconhecida (que agrupadas distintamente em relação a
pode ser uma parte medial ou final, por outros.
exemplo, ou mesmo o início). Entretanto, a O nome do autor não é o processo de
parte desconhecida precisa dar a individualização de uma pessoa, mas sim o
possibilidade de trabalhar características processo de atribuição de singularidade a
relativas às necessidades de aprendizagem uma obra. É uma construção não de uma
da classe, o que garantirá a manutenção dos identidade civil, mas social e cultural que
temas tratados na parte conhecida, como o não deixa de ter implicações jurídicas e
mesmo tipo de narrador, a resolução de um pode ser exercida de modo não uniforme
problema proposto, entre outros aspectos, a nas diferentes esferas da atividade humana.
depender do conteúdo temático e do gênero. Autoria é desenvolver o processo de
Assim, aquilo que é planejado é tanto o construção da singularidade de um
conteúdo temático da parte a ser produzida texto/textos.
(que deve ser coerente com o do texto da
41
parte conhecida), quanto o texto em si, que No âmbito pedagógico, é importante
também precisa manter coerência e coesão levar em conta que as condições de
com o trecho anterior (e/ou posterior) ao produção de texto podem variar de forma
que será produzido. expressiva na sociedade.
A produção de autoria com pesquisa do Por isso é preciso orientar os alunos de
conteúdo deve envolver a pesquisa de modo cuidadoso quanto aos aspectos
conteúdo temático como: artigo de opinião, distintos que devem ser levados em conta
artigo expositivo, relatório, notícia, na escrita de um bilhete ou de uma fábula;
reportagem, verbetes, comentário no relato de uma brincadeira ou na contação
opinativo, entre outros. de uma história, para citar apenas alguns
Essa pesquisa pode ser realizada a partir exemplos.
da leitura de diversos textos (organizados Um trabalho realizado seguindo esta
em distintos gêneros que tratem do tema), a perspectiva pode contribuir para a formação
partir da observação de filmes, de produtores de texto proficientes e
documentários, a partir de depoimento de capazes de atuar com eficácia nos mais
um entrevistado etc. diversos espaços sociais.
42
O importante é haver um registro do É preciso considerar, na escrita como
estudo realizado, favorecendo a utilização trabalho, o aluno como agente do processo
no momento de produção. e sujeito do discurso. Não se trata de
41 42
https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/condicoes-de- ROCHA, G.; VAL, M. da G. C. (org). Reflexões sobre práticas escolares
producao-do-texto de produção de texto - o sujeito autor. Coleção Linguagem e Educação-
45
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
concebê-lo somente como aquele que (B) a natureza material e discursiva dos
entrega um texto para ser corrigido, a textos não interfere nos processos de ensino
cumprir simplesmente uma tarefa escolar, e e aprendizagem inicial da oralidade, da
sim como um produtor de texto, um sujeito leitura e da escrita.
que tem um projeto de dizer a interlocutores (C) as situações de ensino baseadas na
específicos. leitura em voz alta são desaconselhadas
O aluno espera do professor cero para o desenvolvimento da consciência
retorno, não um retorno qualquer, mas algo fonológica das crianças.
capaz de permitir uma dialogia, (D) a interação em atividades de leitura
entendendo-a como um momento de e reconto oral oferece às crianças
produção de sentido. Na avaliação, devem oportunidades para se apropriarem das
estar presentes elementos concretos e não formas de expressão próprias dos textos
apenas impressões subjetivas. escritos.
Questões Gabarito
46
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
47
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
deve ser ensinada. Essa perspectiva finalidades, sem falar que o contexto de
originou a produção de inúmeros produção deve ser considerado.
documentos oficiais posteriores, incluindo O gênero é um instrumento capaz de
a Base Nacional Comum Curricular mobilizar esquemas de uso e surge como
(BNCC). material ou simbólico, onde sujeito e
Essa perspectiva criou uma situação estão envolvidos. É uma relação na
disseminação dos conceitos de texto e qual a finalidade social do gênero, e seu
gênero, diversas vezes, desarticulados dos processo de aprendizagem, estão
princípios teóricos que os fundamentam na implicados. Os gêneros podem ser
perspectiva dialógica. Por exemplo, vários classificados como primários e secundários.
materiais didáticos apresentam as questões Os primários são situações de produção
de gramática e estilo desconectadas das mais espontâneas, e os secundários, mas
práticas de leitura e produção textual, rebuscadas, com maior grau de
tornando fragmentado o conceito de gênero formalidade. Os textos podem ser
discursivo/gênero textual e fazendo com organizados pela ordem do narrar, do
que o texto seja somente pretexto para relatar, do expor, do descrever ações e do
ensinar um tópico gramatical. argumentar. Todas essas ordens devem ser
Um trabalho inovador e concreto com a consideradas desde os anos iniciais.
língua no que diz respeito às práticas de
análise linguística possibilita a criação de Coesão
propostas que promovam reflexões sobre A coesão diz respeito ao princípio
movimentos de réplica e compreensão coesivo em que um termo se refere a outro
ativa, articuladas às questões linguístico- estabelecendo uma relação textual.
discursivas que revelam marcas Na reiteração, há palavras que
ideológicas, valores, posições. retomam/reiteram termos por repetição, por
Não se trata de uma proposta de língua sinônimo ou palavra de sentido equivalente,
em processos de modelização, focada em por hiperônimos.
regularidades linguísticas genéricas (no Na elaboração do texto, algumas
sentido de regularidades de um gênero palavras que assumem uma relação coesiva
discursivo), mas é importante construir fazendo referência a um mesmo objeto ou
práticas em que o processo de compreensão tema sem necessariamente serem
ativa seja mobilizado, pondo em diálogo sinônimas, o que se configura como
elementos linguísticos, expressivos, colocação.
discursivos da língua em uso a partir de Em casos do tipo, diferentes termos e
distintas situações de interação. expressões utilizados em um texto
A análise linguística precisa contribuir estabelecem um elo semântico,
para formar sujeitos fundamentalmente participando da construção temática e, por
responsivos e responsáveis pelo seu agir, consequência, da coerência semântica.
capazes de fazer uso da língua nas mais Para realizar atividades com foco nos
diversificadas atividades humanas. Não a princípios coesivos, é essencial realizar a a
língua como sinônimo de nomenclatura e sistematização de sinonímia e hiperonímia,
definições sem articulação com a vida, mas fazendo com que os alunos descrevam as
a língua em uso que constitui os sujeitos em funções textuais de tais recursos.
suas práticas sociais. A análise de campos semânticos é capaz
44
O texto deve ser trabalhado em sala de de contribuir para a compreensão dos
aula como meio de interação social e objeto princípios da colocação. Ademais, o
de reflexão. O texto deve ser compreendido trabalho com campos semânticos pode
por meio de seu funcionamento e participar de estratégias de planejamento
44
DOLZ, J; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
48
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
textual, o que permite que o aluno crie desinencial e também o uso de vírgula para
mapas lexicais de termos/conceitos/ideias marcar elipse verbal.
do que pretende inserir em seu texto,
estabelecendo, inclusive relações Coerência
hierárquicas (hiperonímia, hiponímia) e de A coerência estilística estabelece a
sentido (sinonímia, antonímia). adequação dos usos da linguagem (escolhas
lexicais e sintáticas) adequados à situação
A coesão verbal e a coesão nominal são de interação, ou ainda, a seleção da
mecanismos de textualização, que, além de variedade linguística apropriada ao
organizar o texto num todo coerente, contexto.
também realizam funções sintáticas, A coerência semântica diz respeito ao
focando a manutenção da progressão princípio da não-contradição, isto é, não
temática do conteúdo referencial do texto. dever haver contradições entre as partes do
A coesão verbal acontece por meio da texto, seus conteúdos postos ou
correlação entre tempos e modos verbais, pressupostos.
seja pela relação lógico-semântica O trabalho com esses aspectos necessita
estabelecida entre as unidades verbais, seja acompanhar gradativamente os processos
pela adequação ao contexto e ao estilo do de construção textual. No caso das
gênero. sequências didáticas com foco em um
Garante a organização temporal e gênero específico, os aspectos estilísticos
hierárquica dos processos indicados pelo dos textos analisados podem ser retomados
verbo em um texto. A coesão nominal está como estratégia de revisão do textual,
relacionada ao encadeamento de nomes e articulando-se ao desenvolvimento da
pronomes, o que se articula à construção de coerência estilística.
sintagmas nominais e à seleção lexical. É Em relação à coerência semântica, é
responsável por reações de sentido que são possível propor a reflexão a respeito de
estabelecidas entre os sintagmas nominais e textos com trechos incoerentes para que o
também pelos procedimentos de retomada e aluno compreenda o que é contradição.
inserção de novas informações a partir das Posteriormente, ele pode analisar possíveis
expressões nominais. contradições em seus próprios textos como
Para realizar atividades com foco nesses estratégias de revisão textual encaminhada
princípios coesivos, existe a articulação de em uma aula com essa finalidade.
diversos conceitos. O trabalho com a
coesão nominal e a coesão verbal articula Segmentação
princípios sintáticos, semânticos e A segmentação está relacionada a
estilísticos, portanto, é viabilizada por meio diferentes níveis de análise linguística:
de um conjunto de atividades que explorem fonológico (fonema, sílaba), morfológico
esses aspectos progressivamente. (morfema, palavra, lexema), sintático
A elipse é um mecanismo coesivo no (sintagma, sentença simples, sentença
qual um termo ou expressão facilmente complexa), textual (paragrafação, citação,
recuperável no texto é omitido, sem ordenação e articulação textual).
comprometer o sentido. É possível ocorrer Ao longo do processo de aprendizagem
elipse nominal, verbal e frasal. da linguagem escrita, o aluno precisa
É possível trabalhar a elipse através de entender diferentes elementos de
atividades de sistematização do conceito de segmentação, adquirindo consciência
elipse com foco em estratégias de silábica, para segmentar palavras; a
construção textual para evitar repetições compreensão da estrutura da palavra e a
excessivas. O professor pode também separação entre elas em uma frase; a noção
relacionar conceitos como o de sujeito de sentença, parágrafo e o decorrente uso da
pontuação etc.
49
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
50
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
45
https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/20850/13822
51
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
52
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
53
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
54
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
55
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
56
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
46
A fonologia aborda os sons da fala Ortografia
47
humana no âmbito funcional, por isso é A ortografia se trata de uma convenção
preciso recorrer à identificação de social que unifica a escrita das palavras em
especificidades desses sons, as quais uma dada cultura, funcionando como um
remetem a uma apreciação físico- recurso que deixa mais fácil a atribuição de
articulatória isolada, sendo assim, a uma sentido aos textos. Essa convenção é
abordagem fonética. regulada por legislação e precisa ser
Por saber que esses estudos são respeitada em situações de interação em
indissociáveis, boa parte dos linguistas que linguagem escrita em todo o nosso país.
se ocupam dos sons da fala humana O trabalho com ensino de ortografia
preferem tratá-los de maneira pressupõe que as crianças estejam
interdependente, tomando-os dentro do escrevendo alfabeticamente e sejam postas
campo de estudos fonético-fonológicos. em situações didáticas nas quais precisem
Entretanto, para uma melhor compreensão refletir a respeito dos aspectos relacionados
se faz necessário entender, também, suas às convenções da língua.
especificidades, uma vez que as As dificuldades ortográficas podem ser
diferenciações entre elas constituem apenas agrupadas em duas grandes categorias:
um recurso metodológico. I - Regulares: aquelas em que pode ser
Os professores devem dominar as identificado um princípio/regras que
disciplinas Fonética e a Fonologia, ou explicam a grafia correta;
podem não se tornarem aptos a lidar com o II - Irregulares: aquelas para as quais não
raciocínio linguístico dos alunos, há um princípio/regras que conduzam à
principalmente, quando cometem grafia correta.
determinados desvios de grafia.
Não é papel da escola formar alunos A partir disso, pode-se propor uma série
especialistas em Fonética e em Fonologia, de atividades de ensino da ortografia
mas ela não pode negar aos alunos o direito pautadas na ideia de que as regularidades e
de conhecer uma das dimensões de sua irregularidades não são aprendidas da
língua materna, a subárea Fonética e mesma maneira pelos estudantes. Para as
Fonologia, visto que é por meio delas que o primeiras, as atividades de ensino e de
aluno entra em contato com a maneira de aprendizagem precisam priorizar uma
produção e percepção dos sons e do modo análise reflexiva e a compreensão do
como estes se combinam e funcionam na princípio gerativo ou da regra que ajuda a
língua, para produzir e fazer sentido ao que lembrar a grafia correta. Já para as
é dito. irregularidades, pode ocorrer uma
Para Fonologia, os fonemas são aproximação pela consulta a fontes
classificados em vogais (fonemas autorizadas até chegar à memorização.
produzidos pela corrente de ar que sai Regularidades diretas: envolvem grafias
livremente pela boca, sem encontrar como P/B, T/D, F/V que constituem pares
qualquer obstáculo), consoantes (fonemas de letras pronunciados de maneira bem
produzidos pela corrente de ar que vem dos parecida, sendo uma das dificuldades dos
pulmões e encontra obstáculos ao sair da estudantes nos primeiros anos do Ciclo de
boca) e semivogais (fonemas que não são Alfabetização.
pronunciados tão fortemente quanto as Regularidades contextuais: o contexto
vogais). da palavra define que letra usar (M, N, NH)
ou til (~) para grafar a nasalização; a disputa
entre R e RR nas palavras como: prato,
46
http://www.filologia.org.br/xxiii_cnlf/cnlf/tomo01/09.pdf content/uploads/2019/11/od-cc-lingua-portuguesa1.pdf
47
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-
57
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
carroça, porta, honra, arara, roda, entre Diversos professores, por exemplo,
outras. passaram a considerar que, perante o texto,
Regulares morfológico-gramaticais: são não seria mais necessário sistematizar o
aquelas em que a compreensão da regra ensino de detalhes ortográficos, já que isso
ajuda a decidir como escrever. Podem ser estaria vinculado a uma metodologia
divididas em dois grupos: mecanicista.
I - As morfológico-gramaticais presentes Trata-se de um comportamento
em substantivos e adjetivos (adjetivos originado da ideia de que a aprendizagem
femininos que indicam lugar de origem ortográfica ocorreria de modo espontâneo
com ESA no final (congolesa, japonesa); através do contato com diferentes textos
substantivos derivados de adjetivos que escritos. Embora seja importante, a leitura
terminam com EZA (beleza, pobreza); de diferentes textos escritos não garante por
adjetivos como famoso, guloso etc. si só a aprendizagem da ortografia.
escrevem-se com o sufixo OSO; sufixo ICE Desse modo, professor deve se vincular,
é grafado com C (meninice, chatice, principalmente, aos textos produzidos pelos
meiguice); substantivos derivados estudantes, isto é, propor atividades
terminados com ANÇA, ÂNCIA, ÊNCIA, integradas ao momento da revisão do texto
entre outras. escrito, enquanto se está produzindo, após a
II - As regulares morfológico- primeira versão e também com orientação
gramaticais presentes em flexões verbais do professor.
(partiu, cantou, bebeu: verbos no pretérito É muito importante apresentar metas
perfeito do indicativo são grafados com U claras para o ensino de ortografia e partir
no final); flexões do pretérito imperfeito do dos conhecimentos prévios dos estudantes.
subjuntivo grafam-se com SS (cantasse, Para isso, é necessário mapear com cuidado
bebesse); infinitivos terminam com R aquilo que os alunos já sabem com relação
(viver, brincar). A terceira pessoa do plural às regularidades contextuais e morfológico-
– no futuro do presente – escreve-se com gramaticais e às irregularidades.
ÃO (viverão, partirão, beberão), enquanto Isso pode permitir o estabelecimento de
todas as demais formas da terceira pessoa metas coletivas e metas específicas a certos
do plural dos demais tempos se escrevem grupos. É um olhar que garante ao professor
com M no final (cantam, vivem, viveram). uma organização, de modo mais consciente
No caso das irregulares – aquelas em que das atividades em grupos, assim como o
não há regras – podem ser exemplificadas encaminhamento de cada bimestre naquilo
com: a disputa do L e H em palavras como: que diz respeito à ortografia.
família, mulher; o som do S (seguro, Esse diagnóstico inicial precisa levar em
cidade); o som do G (girafa, jiboia); som conta acertos, erros ocasionais e erros
do Z (casa, exame, zebra); som do X que recorrentes. Para tal, pode-se propor uma
como apresenta exceções também são atividade de escrita orientada, onde o
consideradas irregulares (enxada, professor trabalhará com lista de palavras,
enchente); o uso do H inicial (hoje, hora, jogos ortográficos, comentários reflexivos
havia); a disputa entre o E, I, O e U em sobre uma leitura ou sobre um vídeo
sílabas átonas (bonito, tamborim, doente). assistido, por exemplo.
Esse mapeamento é importantíssimo, já
O professor precisa mobilizar em sala de que permite ao professor organizar aquilo
aula uma atitude reflexiva para o que os alunos já sabem e o que necessitam
aprendizado da ortografia. Contudo, o fato aprender.
de o texto passar a ser objeto de ensino em O professor pode construir isso a partir
Língua Portuguesa criou certas de um registro sistemático e periódico
interpretações um pouco obscuras com organizado a partir de questões que
relação ao ensino de ortografia. encaminhem a elaboração de um
58
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
diagnóstico que funcionará para a avaliação elaborar, por exemplo, uma atividade
contínua da aprendizagem, indicando reflexiva a cerca da ortografia levando em
elementos a serem considerados no conta as flexões verbais em que há
planejamento das aulas, assim como ocorrência de ÃO e AM.
encaminhando aspectos importantes em Para isso acontecer, um conto pode
casos de estudantes que participarão da apresentado aos alunos com algumas
recuperação paralela. formas verbais no pretérito perfeito
Esse registro torna-se uma prática de retiradas (exemplos aleatórios:
avaliação que não é configurada como mera caminharam, beberam, encontram),
estratégia de verificação, e sim orienta o deixando espaços para o aluno preencher.
processo de ensino, apontando objetivos a Os alunos deverão, então, completar o
serem atingidos e possibilitando um conto enquanto o professor procede com a
planejamento ligado à concretização dessas leitura oral do texto.
finalidades. Após a realização da leitura, o professor
Pode até parecer complexo, mas é pode realizar uma atividade
possível organizar alguns quadros metalinguística, onde o aluno precisa
orientadores para o trabalho do professor, completar um quadro com as palavras
levando em conta regularidades, regras empregadas para preencher o texto,
contextuais e morfossintáticas, por passando-as para o tempo futuro.
exemplo. Após o preenchimento coletivo do
O professor pode, por exemplo, fazer quadro, o professor pode questionar a
uso de alguns quadros de acompanhamento, turma: o que acontece com a sílaba tônica
buscando intervir qualitativamente no do verbo quando ele passa para o futuro; o
ensino-aprendizagem de convenções que ocorre com a terminação do verbo no
ortográficas, partindo de questões passado e no futuro; que dica podemos
consideradas por ele essenciais para a etapa escrever para compor nossa pauta coletiva
de aprendizagem em questão de revisão?
Com os resultados em mãos, o professor A hora da revisão pode se tornar um
poderá, por exemplo, organizar diferentes espaço colaborativo de aprendizagem. Ao
atividades, levando em consideração três longo da produção dos finais de contos, o
momentos distintos das práticas de professor pode retomar esse aspecto com os
produção textual: alunos e solicitar a eles que mudem os
- Antes da revisão textual; textos com um parceiro previamente
- Durante a revisão textual; estabelecido, para analisar os aspectos da
- Posterior à análise do professor. pauta coletiva de revisão para aquela
ocasião.
É interessante e importante que essas Depois de analisar os textos dos
atividades de análise linguística sejam estudantes, o professor pode retomar
vinculadas a um aspecto de cada vez aspectos que considerar pertinentes ou
(textual, sintático, morfológico, fonológico, apresentar novas observações.
ortográfico). Se tratando da aprendizagem Será essencial apresentar indicações à
da ortografia, o professor pode propor margem do texto do aluno os aspectos que
coletivamente uma pauta coletiva da turma, requerem atenção para aquela reescrita,
que precisa estar visível na sala e ser sem dar a resposta.
elaborada gradativamente de acordo com as Após a devolutiva geral das produções
reflexões linguísticas necessárias à revisão dos estudantes, pode-se solicitar a eles que
se realizam. procedam com a reescrita e a edição final
Antes da revisão textual, em uma do texto, considerando os aspectos
sequência didática em que o objetivo seja linguísticos apontados.
produzir finais de contos, o professor pode
59
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
60
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
61
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
62
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
63
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
64
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
65
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
66
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
67
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
48
http://edu-candoconstruindosaber.blogspot.com/2013/01/weisz-telma- o-dialogo-entre-o-ensino-e_19.html
68
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
sabem ou não sabem para poder atuar, a poderiam ser sintetizados da seguinte
questão é mais complexa do que parece. maneira: Elaborar materiais que permitam
Pensa-se sempre que é preciso ter uma diagnosticar o nível inicial de
boa noção daquilo que os alunos sabem do conhecimento dos alunos e avaliar seus
ponto de vista do conteúdo a ser aprendido, avanços ao longo de cada ano escolar.
vista da perspectiva do adulto, ou seja, de Determinar expectativas mínimas de
como os adultos vêem a matéria que está conquista para cada ano da escolaridade
sendo ensinada.
primária. Aplicação do instrumento
envolveu diferentes modalidades: em
KAUFMAN, Ana Maria; GALLO, alguns casos fomos nós, os integrantes da
Adriana; WUTHENAU, Celina. Como equipe, que nos encarregamos dessa
avaliar aprendizagens em leitura e
administração; outras vezes, aplicamos a
escrita? Um instrumento para o primeiro
ciclo da escola primária. In: Cavalcanti, prova junto com os professores.
Zélia (org.). 30 olhares para o futuro. São Entendemos a aprendizagem como um
Paulo: Escola da Vila, 2010. processo e não como uma sucessão de
estágios, desvinculados entre si. Como o
leitor pode notar, parte-se do nível inicial de
É comum que as escolas encontrem
cada criança e não se fixam expectativas
dificuldade em avaliar as aprendizagens,
mínimas de conquista por ano, mas isso
uma delas que está bastante generalizada
acontece por acréscimo. Por exemplo,
apesar de conter uma contradição evidente
consideramos que nenhuma criança não
— consiste em ensinar a ler e a escrever a
pode nem deve terminar o ano como
partir de uma visão construtivista e depois
começou, e é por isso que esperamos que
aplicar avaliações tradicionais para
todas as crianças terminem o primeiro ano
averiguar o que foi aprendido. O eixo da
com uma escrita que se relaciona de
proposta é avaliar as diferentes maneiras
maneira sistemática com a sonoridade
pelas quais as crianças vão abordando as
(silábica), que todas terminem o segundo
mesmas situações de leitura e escrita e
com escrita alfabética e que o terceiro ano
como vão utilizando determinadas
seja destinado a explorar questões
estratégias para processar a informação e
ortográficas
elaborar textos, ano após ano, ao iniciar
cada curso escolar. Para verificar como o
aluno avança em suas práticas de escrita e SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6ª ed.
leitura, não é muita utilidade uma situação Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
em que ele escreva ou leia palavras no (Capítulo 5- Para compreender antes da
primeiro ano, orações no segundo e textos leitura, p. 89-113).
no terceiro.
É certo que as alternativas de avaliação Isabel, tem como objetivo nesse livro
mais generalizadas não avaliam processos, ajudar os educadores, professores a
mas estágios. São as provas tradicionais que promover a utilização de estratégias de
verificam o quanto as crianças ignoram e leitura que permitam interpretar e
que não nos oferecem a possibilidade de compreender os textos escritos.
comparar esse dado com aquilo que sabem.
São provas que medem, geralmente, Para compreender... Antes da leitura
saberes linguísticos desligados das práticas
sociais de leitura e escrita. Antes da Leitura seguir seis passos
Os objetivos específicos dessa pesquisa importantes para a compreensão:
1. ler é muito mais do que possuir um
69
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
70
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
71
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
72
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
linguagem interior ou exterior, não pode ser fala ou o texto da criança coloca-nos frente
de forma alguma atribuída a um sujeito a frente com o mundo tal qual idealizado e
individual tomado isoladamente, o construído por nós, quer seja nos seus
enunciado verbal não se limita ao indivíduo aspectos perversos ou estigmatizantes, quer
que o expressa, mas pertence também a seu seja na sua dimensão crítica e
grupo social. Restaurar o espaço do sentido transformadora da ordem estabelecida.
significa, portanto, devolver ao sujeito não Portanto, escutar a criança é uma
apenas seu discurso, mas a autoria da sua oportunidade de retomarmos, a partir do
palavra e o lugar do seu desejo no confronto ângulo dela, um olhar crítico sobre as ideias
com a realidade. e valores de nossa cultura.
Para Bakhtin (1992), tomar consciência Para Bakhtin (1992), o sentido da
de si é se assujeitar a uma norma social, a realidade não se esgota nas interações entre
um julgamento de valor, é tentar, num certo olhares e palavras que ocorrem entre as
sentido, ver-se com os olhos de um outro pessoas, também está presente nos objetos
representante de seu grupo social, de sua inventados pelo homem e que existem ao
classe e, portanto, pode ser melhor nosso redor. Como nos afirma Jobim e
compreendida como um reflexo do social Souza (1995): “O campo semântico da
que se manifesta na particularização. realidade, embora criado a partir da
Deste modo, ser significa ser para o linguagem, não se esgota nas interações
outro e, por meio do outro, para si próprio. estritamente verbais entre os homens, mas
O território interno de cada um não é se expande e se renova nas interações dos
soberano, é com o olhar do outro que nos homens com o mundo dos objetos criados
comunicamos com nosso próprio interior. por eles” (JOBIM e SOUZA, 1995, p. 66).
Tudo que diz respeito a mim assegura Deste modo, sendo a linguagem o que
Bakhtin (1992), chega à minha consciência caracteriza e marca o homem, trata-se de
por meio da palavra dos outros, com sua restaurarmos o espaço do sentido na nossa
entoação valorativa e emocional. Do realidade. O sentido da palavra é o caminho
mesmo modo que o corpo da criança, para o resgate daquilo que no homem é
inicialmente, forma-se no interior do corpo sujeito, no qual ele não se anula e nem se
da mãe, a consciência do homem desperta a desfaz.
si própria envolvida na consciência alheia. Nesta perspectiva, o sujeito assume uma
Assim, ao retornar para si o olhar e as importância fundamental, como nos afirma
palavras impregnadas de sentidos que o González Rey (2005), A definição de um
outro lhe transmite, a criança acaba por homem constituído subjetivamente em sua
construir sua subjetividade a partir dos própria história, em que o sentido aparece
conteúdos sociais e afetivos que esse olhar como registro emocional comprometido
e essas palavras lhe revelam. com os significados e as necessidades que
Neste sentido, podemos nos acercar da vão desenvolvendo-se no decorrer de sua
linguagem infantil, percebendo quanto história, fazem da categoria sujeito uma
importa o sentido do olhar e das palavras peça-chave para entender os complexos
que dirigimos às crianças, na medida em processos de constituição subjetiva e de
que estas apreendem os seus vários sentidos desenvolvimento, tanto dos processos
e significados, compreendendo que cada sociais como dos individuais (GONZÁLEZ
época e cada grupo social têm seu REY, 2005, p. 235).
repertório de formas de discurso que Para esse autor o sujeito é sujeito do
funciona como um espelho que reflete e pensamento, mas não de um pensamento
refrata o cotidiano. compreendido de forma exclusiva em sua
A palavra é a revelação de um espaço no condição cognitiva e sim, de um
qual os valores fundamentais de uma dada pensamento entendido como processo de
sociedade se explicitam e se confrontam. A sentido. Sendo que o pensamento se define
73
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
como um processo psicológico, não objetos a via para uma outra compreensão
somente por seu caráter cognitivo, mas por da realidade e para um novo olhar crítico
seu sentido subjetivo, pelas significações e dirigido às coisas do mundo. Na
emoções que se articulam em sua brincadeira, a criança transforma os objetos
expressão, que não é automática, mas em outros. Seu olhar, igual à lente de uma
construída pelo sujeito mediante complexos câmera, penetra os objetos e descobre neles
desenhos intencionais e conscientes, nos a vida que emana do mundo morto das
quais também não se esgota seu caráter coisas.
subjetivo. Os fragmentos que compõem os escritos
Assim, para González Rey (2005) o de Benjamin (1984) sobre a infância
sujeito em sua ação processual e reflexiva desembocam numa visão precisa e sensível
intervém como momento constituinte de si do cotidiano. O autor nos permite penetrar
mesmo e dos espaços sociais em que atua, a na magia do mundo dos objetos, pois são
partir dos quais pode afetar outros espaços eles que alimentam a imaginação da
sociais. O sujeito representa um momento criança, dando conteúdo e forma aos
de subjetivação dentro dos espaços sociais segredos que revela. A criança emprega
em que atua e, simultaneamente, é suas mágicas usando metamorfoses
constituído dentro desses espaços na múltiplas, só ela dispõe tão bem da
própria ação processual que se caracteriza capacidade de estabelecer semelhanças.
dentro deles, a qual está sempre Esse dom a separa dos adultos, cuja
comprometida direta ou indiretamente com imaginação se encontra bem adaptada à
inúmeros sistemas de relação. realidade.
A subjetividade individual para Em vários de seus fragmentos Benjamin
González Rey (2005) se expressa na ação (1984), ressalta o modo como a criança
do sujeito de forma constante e processual. constrói seu universo particular, dando
Sendo que a organização da subjetividade outra significação ao cotidiano,
individual tem na ação intersubjetiva um incorporando às suas vivências uma mística
momento permanente de expressão e de que enfatiza sua sensibilidade pelo mundo
confronto que garante a processualidade de dos objetos, como podemos observar no
sua organização dentro de um processo de fragmento transcrito abaixo:
desenvolvimento permanente ao longo da Para ela, tudo se passa como em sonhos:
vida do sujeito. ela não conhece nada de permanente; tudo
Deste modo, o autor acima nos afirma lhe acontece, pensa ela, vai-lhe de encontro,
que: atropela-a.
A linguagem não é somente uma Seus anos de nômade são horas na
manifestação simbólica presente nos floresta do sonho. De lá ela arrasta a presa
discursos que circulam socialmente, é para casa para limpá-la, fixá-la,
também uma expressão simbólica do desenfeitiçá-la. Suas gavetas têm de tornar-
sujeito pela qual este constrói suas se casa de armas e zoológico, museu
diferentes formas de participação no criminal e cripta. “Arrumar” significaria
complexo processo de sua vida social e atua aniquilar uma construção cheia de
sobre seu próprio desenvolvimento castanhas espinhosas que são um maças
subjetivo, com independência de que o medievais, papéis de estanho que são um
impacto subjetivo dessa participação não tesouro de prata, cubos de madeira que são
esteja limitado na intencionalidade dessa escudos. No armário de roupas de casa da
participação consciente (GONZÁLEZ mãe, na biblioteca do pai, ali a criança já
REY, 2005, p. 236). ajuda há muito tempo, quando no próprio
Neste sentido, Walter Benjamin (1984), distrito ainda é sempre o anfitrião
atribui tanto aos surrealistas como às inconstante, aguerrido (BENJAMIN, 1987,
crianças a capacidade de descobrir nos p. 39).
74
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
75
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
76
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
77
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
78
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
79
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
aluno precisa dominar para exercer sua de estudo, mas também a metodologia
efetiva participação social. empregada.
Diante desse quadro nos perguntamos:
com toda essa riqueza de material verbal de Composição e redação: diferentes
interação existente e precisando ser enfoques
trabalhado na sala de aula, continua sendo Traçando um breve percurso histórico do
pertinente que o professor de português processo que envolve o estudo de língua
dedique tanto tempo de sua aula efetuando portuguesa no meio escolar, mais
exercícios de metalinguagem, com o velho especificamente, do final do século XVIII
objetivo de identificar, classificar e avaliar? até meados do século XX, podemos notar
Será que tais atividades podem levar nosso que o enfoque era dado ao ensino de regras
aluno ao objetivo almejado pela maioria gramaticais (normativas) e ao exercício de
dos professores de língua materna: que o leitura, entendida, conforme esclarece
aluno se comunique melhor, tanto falando Bunzen (2006, p. 141), “como uma prática
quanto escrevendo? Essa mudança de de decodificação e memorização de textos
concepção exige um redimensionamento na literários”. Nessa época, a atividade de
seleção das atividades propostas e no escrita, denominada composição, era
enfoque dado à produção textual. Como exercitada somente nas séries finais do
estimular o aluno a ter interesse em ensino secundário, nas disciplinas de
expressar-se, tanto falando como Retórica, Poética e Literatura Nacional. A
escrevendo? partir de títulos e de textos-modelo, o aluno
Nessa linha de pensamento, seguimos deveria escrever uma composição. Como
nosso estudo refletindo sobre a passagem vemos, trata-se de um exercício de
da composição à redação e, finalmente, à imitação, já que se parte de modelos pré-
produção textual. Mais do que simples troca determinados, os quais devem ser copiados,
de nomenclatura, há mudanças nas reproduzidos. Não há espaço à criatividade
concepções, nos princípios e na prática nem à inovação.
didático-metodológica. Encontramos um É a partir da década de 70, influenciada
novo olhar da prática da produção escrita na pela Lei 5692/71, que o exercício de
escola. redação ganha ênfase no ensino de língua.
Essa lei provoca mudanças no objetivo, na
Do exercício da redação à prática da metodologia e no método de trabalhar a
produção textual língua materna. Os objetivos passam a ser
Até chegarmos à realidade atual, em que pragmáticos, com vistas a desenvolver a
produzimos textos (alguém que diz algo a postura do aluno como emissor e recebedor
outro alguém com determinada intenção), de mensagens, por meio de códigos
tivemos diferentes abordagens dessa prática diversos, tanto verbais como não verbais.
no meio escolar, com maior ou menor Nessa perspectiva, o ensino de língua é
ênfase à escrita, dependendo das definições visto como atos de comunicação e
defendidas em cada época. Guedes (2008, expressão; o texto é definido como uma
p. 88) nos orienta que as expressões mensagem que precisa ser decodificada
composição, redação e produção textual pelo receptor; e a língua consiste em um
diferenciam-se por se “vincularem a teorias conjunto de sinais (um sistema) que
que expressam diferentes formas de possibilita a decodificação da mensagem.
considerar não só a ação de escrever, a ação Nesse enfoque, construir um texto consistia
de ensinar a escrever textos e a ação de em “submeter uma mensagem a uma
exercitar a linguagem, mas também nossa codificação, o que é, em certo sentido, uma
própria organização social”. Isso significa visão bastante reducionista da própria
que por trás da nomenclatura subjaz uma interação verbal, seja escrita ou oral, pois
teoria a qual sustenta não somente o objeto observa a língua de forma monológica e a-
80
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
81
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
82
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
(gênero escolar) para produzir textos de produção textual consiste nos possíveis
(diferentes gêneros textuais). De acordo receptores do texto produzido. Por que
com Geraldi (2006), o aluno deixa de pensamos que o texto construído em aula
desempenhar o papel de função-aluno e precisa sempre ser lido pelo professor? E
passa a exercer o papel de sujeito-aluno, mais, sempre receber uma nota? Por que
aqui, no caso, o aluno assume o papel de não pode estar dirigido a um colega da
sujeito de seu texto, pois diz o que tem a turma, ou de outra série, ou a um amigo, ou
dizer e não aquilo que o professor espera a leitores de um jornal, entre várias outras
que ele diga. possibilidades? Essa mudança de
Dito de outra forma, abandonamos o concepção traz a tona outro fator: se o texto
exercício mecânico e sem sentido de redigir é visto como um processo de interação entre
um texto dissertativo, para que o professor interlocutores e não um produto final a ser
possa avaliar o desempenho linguístico do avaliado, é digno de ser refeito a partir do
aluno, e passamos à prática social de diálogo que o leitor estabelece ao tentar
interagir com o outro por meio de gêneros compreendê-lo.
textuais que circulam em nossa sociedade. Temos, assim, um novo desafio à prática
Passamos a produzir cartas pessoais e de de produção textual no processo de ensino
opinião, editorial, charge, história em e aprendizagem de língua materna: o texto
quadrinho, poema, e-mail, blog, resenha é um processo, portanto, caso apresente
crítica, resumo, receita culinária, fábula, problemas, tanto na abordagem do
crônica, reportagem, ata, ofício, curriculum conteúdo, na estrutura, como nos elementos
vitae, comunicação, artigo científico e gramaticais, precisa ser re-escrito. Qual é o
tantos outros mais dessa natureza. papel do leitor, principalmente do
Seguindo essa perspectiva, o sentido não professor, diante desse texto? De que
está no texto, mas é produzido pela maneira o leitor pode dialogar com o autor,
interação estabelecida entre seu autor e o apontando aspectos que podem melhorariar
leitor/ouvinte, na medida em que ocorre o a qualidade comunicativa de seu texto?
processo de leitura-escuta, através da Deve usar grades, cartas finais, assinalar
compreensão. Vale lembrar que embora o nas bordas, enfim, como proceder? Há uma
sentido seja produzido, isso não significa fórmula ideal para interagir com o texto do
que qualquer interpretação seja válida, uma aluno? Therezo (2008) defende que o uso
vez que existem pistas deixadas pelo autor de indicadores, cartas finais, ou mesmo
em seu texto que acabam delineando e grades são maneiras produtivas de mostrar
delimitando determinados sentidos ao autor em que e como seu texto pode ser
possíveis, impossibilitando o aceite de melhorado tanto em aspectos cognitivos,
qualquer interpretação. estruturais, linguísticos, enunciativos como
Resumidamente, ao produzir um texto, o discursivos. Diante dessa situação,
aluno deve assumir-me como locutor, como perguntamo-nos: Como estimular e orientar
sujeito de seu dizer, e isso implica que ele a re-escrita do texto do aluno?
tenha o que dizer e tenha razões para esse
dizer; que ele saiba a quem dizer, e com que Além de escrever, é preciso re-
finalidade produz seu dizer. O escrever!
conhecimento desses elementos o auxilia na A prática de escrita consiste em um
escolha das estratégias que constituem seu processo que depende de várias etapas para
dizer, na seleção dos mecanismos que que possa ser realizada com sucesso.
determinam o modo de dizer, por fim, na Concordamos com Antunes (2006, p. 168)
escolha do gênero textual a ser empregado quando a autora defende que escrever um
em diferentes situações sociais. texto consiste em “uma atividade que supõe
Outra questão importante na passagem informação, conhecimento do objeto sobre
do ato de fazer redação para a prática social o qual se vai discorrer, além, é claro, de
83
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
84
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
85
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
86
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
87
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
utilizadas pelo falante sem emitir juízo “agente foi“, a gente foi”, “nós fomos”
valorativo e, finalmente, a gramática (gramática descritiva) para situarmos, do
internalizada - ( conjunto de regras que o ponto de vista da aceitabilidade social, a
falante domina) refere-se às hipóteses sobre construção mais indicada (gramática
os conhecimentos que habilitam o falante normativa) e esclarecer que nosso modo de
produzir frases ou seqüências de palavras, falar pode mudar a depender da
de maneira tal, que essas frases ou situação(valorização da gramática interna).
sequências sejam compreensíveis e Assim, o trabalho de revisão textual e
reconhecidas como pertencendo a uma reescrita, aqui defendido, caracteriza-se
língua. Diz respeito ao conhecimento como momentos de reflexão sobre o texto,
lexical (capacidade de empregar as palavras buscando aprimoramento não só no
adequadas) e ao conhecimento sintático - aspectos linguísticos, mas sobretudo do
semântico - discursivo (distribuição das ponto vista dos sentidos, para que a
palavras de maneira tal que venham finalidade comunicativa não seja
produzir sentidos). prejudicada. Trata-se de um procedimento
Desenvolver a gramática interna do diferente de simplesmente apontar o certo e
aluno é defender e praticar a linguagem o errado, configurando-se como uma
enquanto ação produtiva, interativa e oportunidade por parte
comunicativa, o que envolve esses professor/grupo/aluno de estabelecer as
conhecimentos acima expostos; é construções mais indicadas do ponto de
desenvolver a capacidade de reflexão sobre vista formal e informal e da comunicação.
o mundo e também sobre as próprias Em relação ao momento da revisão do
especificidades da linguagem. A linguagem texto Rocha (2005, p. 73) afirma: Durante o
emerge das relações de troca e é, portanto, processo de revisão o aluno tem
nas atividades sociais, inclusive na escola, oportunidade de centrar esforços questões
que ocorrem as aprendizagens intencionais pertinentes ao plano textual-discursivo,
conforme Schneuwly, (2004). Mesmo como dizer mais, dizer de outro jeito,
intencionais, são elas que, paralelo as analisar e/ou corrigir o que foi dito, visando
aprendizagens incidentais, corroboram para ao sucesso da interlocução enquanto
o desenvolvimento do aprendiz. “proposta de compreensão” feita ao locutor,
Logo, o ensino da língua portuguesa como também poder focalizar questões
deve retirar do contexto social suas relativas às normas gramaticais e às
situações de leitura e escrita. Leitura convenções – concordância, ortografia,
entendida como ato de significação em que caligrafia – que igualmente importantes
o leitor através de estratégias cognitivas e para o bom funcionamento da interação
das experiências de vida é capaz de mediada pela escrita.
construir o sentido do texto e ir além dele Também em Schneuwly (2004, p.112)
para criticá-lo e contrapô-lo, se necessário. vamos encontrar uma defesa da revisão
Escrita vista como uma atividade textual: “podemos até dizer que considerar
enunciativa, comunicativa, como seu próprio texto como objeto a ser
linguagem em funcionamento (Bronckart et retrabalhado é o objetivo essencial do
al 1989). ensino da escrita”. Perspectiva apresentada
Cabe ressaltar que a análise dos fatos da pelos PCNs (1997, p.47) que apontam: “O
língua deve emergir não necessariamente objetivo é que os alunos tenham uma
dos manuais didáticos ou programas atitude crítica em relação à sua produção de
preestabelecidos, mas, sobretudo, das texto, o conteúdo a ser ensinado deverá ser
próprias produções escritas dos alunos. procedimentos de revisão dos textos que
Ainda lembrando Possenti, se o aluno produz.
escrever “nós foi”, seria interessante buscar
todas as formas possíveis: “nós foi”,
88
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
89
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
90
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
91
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
92
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
93
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
94
Conhecimentos Específicos (Lingua Portuguesa)
95
Matemática
SUMÁRIO
Apostilas Domínio
Matemática
Apostilas Domínio
Matemática
Tecnologias Digitais
A diversidade de estratégias É claro que as crianças têm muita
matemáticas possibilita raciocinar, facilidade com a tecnologia, muitas pessoas
favorece o desenvolvimento. até falam que “parece que já nascem
sabendo tudo!”
Resolução de problemas Desde a alfabetização, o uso da
A resolução de problemas tem mudado tecnologia pode motivar os alunos a
muito com o passar dos tempos. aprenderem, através de jogos, de alguns
Antigamente, era uma forma muito aplicativos que mostrem figuras.
mecânica, onde o professor seguia alguns Por isso, o mais importante é o professor
passos: se adequar a essa nova geração e pesquisar
- Conceito sobre programas, jogos que possam entreter
- Procedimento os estudantes. Assim, ele mostra como
- Aplicação de conceito podemos brincar e aprender ao mesmo
Hoje, os alunos estão diferentes, a tempo.
geração mudou e com isso, o ensino
também têm que mudar. Etnomatemática
O problema é um desafio para os alunos Surgiu nos anos 1970, depois de alguns
e o professor pode usar isso para educadores se mostrarem contra a maneira
desenvolver uma aula que a partir de uma que estava sendo imposta a aprendizagem
prática, a criança aprenda a matéria. É da matemática. O aluno não era “visto”, não
preciso tomar cuidado para que a resolução importava o que e como ele queria
não seja muito difícil, que haverá aprender.
dificuldade em aprendizagem e também D’Ambrosio(1987) afirma que as
não pode ser fácil a ponto do aluno não diferentes formas de matemática que são
aprender novos conhecimentos. próprias de grupos culturais, chamamos de
A resolução de problemas, pode ser Etnomatemática.1
facilmente ligada ao cotidiano, o professor Ou seja, a etnomatemática é uma forma
pode sugerir vários problemas relacionados de aprendizagem através de conhecimentos
a isso, permitindo desenvolvimento de do cotidiano. O professor não precisa
estratégias. ensinar apenas uma maneira de resolver
problemas, ele tem que estimular para que
Tarefas Investigativas o aluno consiga resolver de alguma maneira
Permite desafiar o aluno a criar e pode fazer isso, usando recursos já
experiências que estimulam a criatividade e aprendidos e também conceitos novos
instigam o conhecimento matemático. através de alguma atividade.
Apresentam quatro momentos É mostrar que a matemática está em
- Reconhecimento: exploração da tarefa tudo: na arte, na música, a ida ao
-Formulação de conjecturas: formulação supermercado.
de hipóteses para a resolução da questão.
- Teste: realizar testes e afunilar as
hipóteses levantadas na formulação.
1
D´Ambrosio, U. - “Ethnomatematics and its place in the History of
Pedagogy of Mathematics” - For the Learning of Mahthematics - (1985)
1
Matemática
2
BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática e os professores: a questão da
formação. Bolema, Rio Claro, SP, v. 14, n. 15, p. 5-23, 2001.
2
Matemática
o estudioso Vergnaud (2009) conceitua aprendizado, pois tais fatos são presentes no
o isomorfismo como sendo uma estrutura dia a dia.
cuja qual consiste numa proporção direta Dentro do ciclo de alfabetização, as
simples entre duas grandezas, por exemplo, crianças resolverão tais problemas por meio
pessoas e objetos, bens e custos, tempo e de desenhos, agrupando a quantidade de um
distância. elemento e depois usando a relação
A partir deste modelo estrutural, comparativa indicando “quantas vezes mais
distingue-se situações de multiplicação se repete aquele agrupamento”.
envolvendo proporcionalidade. No que diz respeito ao produto de
Isomorfismo: em álgebra, é uma medidas, estudam demonstram que o
correspondência biunívoca entre os pensamento multiplicativo se desenvolve
elementos de dois grupos, que preserva as quando o estudante resolve e compreende
operações de ambos. problemas dessa categoria, pois requerem a
Dentro do campo multiplicativo, tem-se ideia da multiplicação para solucioná-los;
a ocorrência de uma proporção direta entretanto, os de proporcionalidade também
simples de duas variáveis, uma em relação podem vir a serem resolvidos com adições
à outra, ou conforme definem alguns de parcelas iguais, no caso de relação “um
autores, uma relação de “um a muitos”. a muitos”.
No entanto, há relação de Ao continuarmos o estudo, é necessário
proporcionalidade que envolvem relação de a análise dos procedimentos de cálculo.
“muitos a muitos”. Segundo pesquisadores informam, crianças
dão sentido aos problemas que envolvem os
Exemplificando: significados da multiplicação a partir de
“Um a muitos”: Pedro toma 2 copos de suas experiências diárias, e, assim,
leite por dia. Quantos copos de leite tomará apresentam formas de multiplicação. Sendo
em uma semana? assim, infere-se que a ideia que se tem da
Faz-se uma regra de três, onde se obterá multiplicação determina a forma como se
o resultado de 14 copos de leite por semana. multiplica, ou seja, os procedimentos de
“Muitos a muitos”: uma torneira enche cálculo.
um tanque com capacidade de 480 litro em
4 horas. Quantos litros de água ela despeja Treffers e Buys (2001) demonstram três
em 8 horas? níveis de aprendizagem na realização de
Ou seja, diante desse caso, também pode cálculos para a multiplicação: cálculo por
se utilizar da regra de três, percebendo a contagem, cálculo estruturado e cálculo
proporcionalidade existente. Ora, se em 4 formal.
horas enche 480 litros, então em 8 horas Cálculo por contagem: é aquele baseado
(dobro do tempo) encherá o dobro de litros, na ação de adicionar parcelas iguais para
qual seja 960. multiplicar. Neste caso, a ação de
No início da aprendizagem as crianças multiplicação não é explícita, pois são
irão resolver tais problemas usando utilizadas adições repetidas.
desenhos, esquemas com o objetivo de Cálculo estruturado: traz a ideia do
demonstrar o raciocínio, bem como o uso agrupamento, ou seja, a mesma quantidade
de adição ou subtração, não usufruindo do se repete algumas vezes, os alunos
raciocínio multiplicativo. Mas é necessário associam essa repetição de agrupamentos à
que haja evolução, que se desenvolva. multiplicação.
Outro ponto relevante do estudo, diz Cálculo formal: sendo aquele que não
respeito à multiplicação comparativa, ou necessita de modelos de apoio ao cálculo.
seja, quando há utilização dos termos Conquanto não se utilizem algoritmo,
dobro, triplo, terça parte, entre outros. É apresentam as sentenças matemáticas e as
matéria de extrema relevância no resolvem recorrendo a diferentes relações
3
Matemática
Subtração Multiplicação
Muita gente acaba confundindo algumas
coisinhas nessa operação, então vamos ver Propriedade Comutativa: a ordem não
se eu consigo esclarecer e tornar a importa
matemática cada vez mais agradável para 2x4=4x2
seus olhos.
Distributiva: podemos multiplicar
Primeiro passo: vamos fazer uma conta separado os termos
bem simples? 2x(3+4)=2x3+2x4=6+8=14
-2-3
Para alguns isso é simples, para outros, Associativa: quando houver 3 números
nem tanto. ou mais, podemos deixar os fatores da
Se você faz parte do segundo grupo, maneira que acharmos mais fácil de realizar
vamos lá! a operação.
Qual o problema aqui? Muitos acabam 11x2x3
confundindo com a operação de 11x(2x3)
multiplicação, onde ‘menos’ com ‘menos’ 11x6=66
é mais.
E esse resultado daria +5. Elemento neutro: no caso da
Mas, não! multiplicação é o 1.
Aqui devemos pensar o seguinte: Qualquer número que multiplicarmos
Estou devendo 2 reais, ao invés de pagar por 1, o resultado é o próprio número.
a pessoa, eu devo 3, novamente. 123456x1=123456
Ora, estou DEVENDO 5!
Toda vez que falarmos devendo, Divisão
colocaremos o sinal de negativo na frente, Agora, que eu quero ver!
portanto essa conta dá -5
4
Matemática
Divisão é uma das operações que temos A) Um desconto de R$ 152 sobre um salário
mais dificuldade! Sempre usamos a de R$ 1.000
calculadora, principalmente quando já representa uma redução de 22% sobre o
sabemos que dará com vírgula o resultado. valor da remuneração.
B) O resultado da subtração 412 - 85 - 135 é
E minha pergunta para você, candidato,
igual a 192.
você sabe diferenciar quando colocamos C) O resultado da multiplicação 9 x 3 x 3 é
vírgula ou quando vem o zero?? maior que 108.
D) O resultado da soma 39 + 14 + 52 é
menor que 98.
E) Se Ana nasceu em 1958, então ela
completará 68 anos em 2039.
510 5
01 10 Triângulo
5:5=1
Como eu tenho que abaixar o 1, mas não
da pra dividir por 5, eu coloco o zero na
chave e abaixo o número do lado(no caso o
zero)
510 5
010 102 𝑏∙ℎ
0 𝐴𝑡𝑟𝑖â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 =
2
Retângulo
Questões
5
Matemática
02. (PREFEITURA DE
𝐵+𝑏 GUARULHOS/SP – Professor –
𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = ∙ℎ
2 VUNESP/2021) O trapézio LAOS da
Círculo figura representa um terreno. Os lados LS e
AO são paralelos.
𝐴𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑜 = 𝑏 ∙ ℎ Alternativas
Losango 01. B – 02. C
6
Matemática
Ab=r²
Área lateral(Al)= rg
onde
r-raio
g-geratriz
g²=h²+r²
At=Ab+Al
7
Matemática
Cilindro V=Abh
V=abc
A área temos que fazer de cada lado,
certo?
Vamos pensar: embaixo temos um
retângulo de medidas a e b.
A=ab
Nas laterais, temos: b e c
A=bc
Frente e trás : a e c
A=ac
Como são sempre dois:
A=2bc+2ac+2ab=2(ab+bc+ac)
Se contarmos a parte superior. Alguns
exercícios dizem ás vezes pra desprezar
Al=2rh falando que a caixa está aberta, por
A área lateral do cilindro, se você pensar exemplo).
nele aberto, perceberá que a base é o Pirâmides
comprimento do círculo(2r) e a altura é a
mesma do cilindro.
At=2Ab+Al
V=Abh
Cubo
𝑑 = √𝑎2 + 𝑏 2 + 𝑐²
8
Matemática
4 Hm-hectômetro
𝑉 = 𝜋𝑟 3
3 Dam – decâmetro
Al=4r² m-metro
dm-decímetro
cm-centímetro
Questões mm- milímetro
01. (PREFEITURA DE
LONDRINA/PR – Professor de Transformações:
Educação Básica – PREFEITURA DE Sempre que a casa for ao lado uma da
LONDRINA/2021) Em relação a prismas e outra, para a esquerda, dividimos.
pirâmides, julgue o item: Para a direita, multiplicamos.
m→cm (x100)
A imagem, a seguir, se refere a m→mm(x1000)
planificação de um prisma de base m→hm(:100)
triangular. m→km(:1000)
9
Matemática
1m²=0,0001hm²
Lembrando que mesmo sendo para a
Somamos os 60 minutos a 30 minutos
esquerda, continua sendo na segunda casa
da unidade.
medida de tempo
1 hora----60 minutos----3600s
1 minuto—60segundos Volume
1 dia-24 horas Vamos dividir cada unidade em 3 casas.
Com uma regra de três simples, podemos k h d m d c m
fazer as conversões. m³ m³ am³ ³ m³ m³ m³
Exemplo: quantos segundos tem em 1
dia?
10
Matemática
1km³=1000000 dam³
1dm³=___dam³
k h d m d c m
m³ m³ am³ ³ m³ m³ m³
0 0 00 00 1
1dm³=0,000001 dam³
Temos que saber mais transformações
de volume...eu sei, é muita coisa hehe mas
é necessário para ter um estudo completo
dessa parte!
1m³-1000litros
1dm³-1litro
1cm³-1ml
k h d l d c m
l l al l l l
kl-quilolitro
hl-hectolitro
dal-decalitro
l-litro Moedas de R$1,00; R$0,50; R$0,25;
dl-decilitro R$010; R$0,05
cl-centilitro
ml-mililitro Questões
Como são unidades simples, tempos
apenas uma casa em cada unidade, e assim, 01. (PREFEITURA DE
vale o mesmo princípio de comprimento e HELIODORA/MG – Professor de
massa. Educação básica – MÁXIMA/2021)
Coloque (V) para as afirmações verdadeiras
No Brasil, a moeda vigente é o Real e (F) para as afirmações falsas:
(R$). A produção é controlada pelo Banco ( ) A unidade fundamental para medir a
Central. massa é o quilograma.
As cédulas e moedas vigentes hoje no ( ) Para medir o comprimento usamos
país são: como unidade o metro.
( ) Para medir uma superfície usamos
como unidade o quilograma.
( ) A unidade fundamental para medir a
capacidade é o litro.
A sequência CORRETA é:
A) V, F, V, F;
B) V, V, F, V;
C) F, F, V, V;
D) F, V, F, V.
11
Matemática
12
Matemática
Questões
01. (PREFEITURA DE
CASCAVEL/PR – Professor Educação
Infantil – UNIOESTE/2022) Em um
campeonato de Basquete, é possível fazer
arremessos que pontuam 1 ponto, 2 pontos
e 3 pontos. A pontuação dos quatro
melhores jogadores no campeonato foi a
seguinte:
(IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra
Jog Númer Númer Númer Pont de Domicílios Contínua (PNAD Contínua)
ado o de o de o de uaçã 2017)
r Arrem Arrem Arrem o É correto afirmar que
essos(1 essos(2 essos(3 Total A) na região Norte registrou-se um
ponto) ponto) ponto) rendimento médio mensal menor que 50%
Cás 4 ? 5 821 do rendimento médio no Brasil.
sio B) na região Sudeste registrou-se um
Már 1 ? 4 735 rendimento médio mensal
cio aproximadamente igual a 50% a mais que o
Ma 13 ? 2 789 rendimento médio no Brasil.
uro C) quanto às diferenças regionais, no
Ped 8 ? 7 223 Centro-Oeste registrou-se rendimento
ro médio mensal maior que 50% a mais do que
o rendimento médio no Nordeste.
Qual é o maior número de arremessos de D) quanto às diferenças regionais, no
dois pontos? Sudeste registrou-se rendimento médio
mensal menor que 50% a mais do que o
A) 385 arremessos. rendimento médio no Norte.
B) 361 arremessos. E ) quanto às diferenças regionais, no
C) 97 arremessos. Sul registrou-se rendimento médio mensal
D)359 arremessos. aproximadamente igual a 50% a mais do
E) 401 arremessos. que o rendimento médio no Sudeste.
13
Matemática
14
Matemática
15
Matemática
D - I;
E - P. Eixos Articuladores: Jogos e
Brincadeiras, matemática e educação
Resolução ambiental e saúde, Estratégias e
Sergipe tem 7 letras procedimentos de resolução de problemas.
Portanto a milésima letra:
1000|7
30 142 Os Eixos Articuladores estabelecem
20 relação da matemática com outras áreas e
6 também conectar conceitos dentro da
própria matemática. Ajudam na
Como sobra 6, a milésima letra é igual a aprendizagem e na construção de
sexta letra SERGIPE conhecimentos.
4
CORBALÁN, F. Juegos Matemáticos para secundaria y bachillerato. Madrid: Síntesis, 1996.
16
Matemática
5
WAJSKOP, Gisela. O brincar na educação infantil. São Paulo: Cortez, interdisciplinar. 2006. Tese –
1995. Universidad de La Habana, Havana, 2006.
6
RODRIGUES, J. S. Educação ambiental e matemática: uma atividade
17
Matemática
18
Matemática
19
Matemática
20
Matemática
21
Matemática
22
Matemática
23
Matemática
Alternativas
01. C – 02. D
24