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CAPÍTULO I - O QUE O ANTIGO TESTAMENTO TEM A DIZER SOBRE MILAGRES
Introdução
Olhares voltados para os milagres ou para o autor dos milagres
Eis o milagre. Onde? Na observação do cotidiano
Conclusão
Referências
CAPÍTULO II - MILAGRES EM MATEUS
Primeira parte da obra (1,1-13,52)
Segunda parte da obra (13,53-28,20)
I. O nascimento e a infância de Jesus (1,1-2,23)
II. A promulgação do Reino dos Céus (3,1-7,29)
III. A pregação do Reino dos Céus (8,1-10,42)
IV. O mistério do Reino dos Céus (11,1-13,52)
V. A Igreja, primícias do Reino dos Céus (13,53-18,35)
VI. O advento próximo do Reino dos Céus (19,1-25,46)
VI. O advento próximo do Reino dos Céus (19,1-25,46)
Referências
CAPÍTULO III - MILAGRES E CURAS NO EVANGELHO DE MARCOS
Introdução
Milagres, curas e expulsões em Marcos
Segundo grupo: polêmicas e controvérsias (1,40-3,6)
Segunda seção: milagres como missão de Jesus aos discípulos (3,8-6,6a)
Terceira seção: milagres como missão dos discípulos de Jesus (6,6b-8,26)
Segunda metade: “Evangelho de Jerusalém” (8,27 até o final)
Para concluir
Referências
CAPÍTULO IV - CURAS E MILAGRES NO EVANGELHO DE LUCAS
Introdução
1. Curas, milagres e prodígios no Evangelho de Lucas
2. A ação de Jesus em favor dos pobres
Considerações finais
Referências
CAPÍTULO V - OS SINAIS NO EVANGELHO DE JOÃO
Introdução
Contexto vital e sociológico do livro de João
Os sete sinais no Evangelho de João
Primeiro sinal: a transformação da água em vinho em Caná (2,1-10)
Segundo sinal: a cura do filho do funcionário do rei (4,46-54)
Terceiro sinal: a cura do enfermo (paralítico) em Betesda (5,1-9)
Quarto sinal: a “multiplicação” e o “discurso”
Quinto sinal: a “caminhada sobre o mar” (6,16-21)
Sexto sinal: a cura do cego de nascença (9)
Sétimo sinal: a ressurreição de Lázaro (11,1-46)
Conclusão
Referências
CAPÍTULO VI - MILAGRES NO CRISTIANISMO PRIMITIVO
1. O milagre na literatura martirial
2. Cultos terapêuticos e santuários de incubação no mundo mediterrâneo
3. Milagre na literatura apócrifa
Referências
Coleção
Ficha Catalográfica
Notas
INTRODUÇÃO
e este livro caiu em suas mãos, não foi por acaso. Foi porque você
S manifestou interesse por este assunto, importante para a sua vida.
Embora a própria vida seja um milagre, milagres não acontecem como
enxurrada. São fatos extraordinários. Quer você acredite em milagres, quer
não acredite, o assunto desperta interesse, como sempre instigou a
curiosidade do gênero humano, em todas as épocas e lugares.
Este livro apresenta os milagres na Bíblia. O objetivo é demonstrar como a
Bíblia Sagrada trata do assunto. Para além das discussões teóricas, são
destacados os dados bíblicos, textos principais, terminologia utilizada, linhas
teológicas mais importantes.
Milagres constituem assunto sempre atual. Podem ser prova de santidade,
como podem ser comércio atrativo nas igrejas. Vão desde pequenas surpresas
da vida cotidiana até exibições espetaculares em programas de televisão.
Revelam a gratuidade da graça de Deus, assim como a astúcia de líderes
religiosos. A tecnologia da modernidade evidencia, por um lado, a
multiplicação dos milagres fáceis, mas questiona, por outro, a realização dos
verdadeiros milagres. A discussão desses aspectos atuais, entretanto, não faz
parte da intenção deste livro. Ele se restringe ao âmbito da Bíblia Sagrada,
com extensão para os inícios do cristianismo.
Para a mentalidade bíblica, em geral, tudo o que acontece é milagre, no
sentido de que todos os acontecimentos da vida e da história são marcados
pela intervenção divina, do nascimento até a morte, e de um pôr do sol até o
outro ocaso. Mas também não se trata, aqui, de analisar essa espiritualidade,
importante, por certo, mas de amplitude e abrangência ilimitadas. Trata-se,
sim, de dar o devido destaque aos livros bíblicos que abordam de maneira
mais explícita a realização de milagres.
A terminologia bíblica para milagre não corresponde exatamente ao
conceito moderno, seja com relação ao uso técnico, seja quanto ao senso
comum. Vale a pena, contudo, ter uma rápida visão etimológica sobre a
origem e o sentido bíblico das palavras, para averiguar como a percepção
bíblica é bem mais ampla que a atual (CHARLIER, 1987, p. 7-32).
O termo “milagre”, da língua portuguesa, provém do latim miraculum, do
verbo mirari, admirar. Significa, basicamente, acontecimento admirável,
extraordinário, e se refere a eventos que causam admiração pelo seu caráter
incomum. Compreende, normalmente, um evento que altera as leis normais
da natureza. Implica, pois, uma intervenção de Deus. A palavra milagre serve
para traduzir diversos termos e situações bíblicas, embora não haja nas
línguas bíblicas, tanto a hebraica como a grega, um termo que corresponda
exatamente à palavra milagre das línguas neolatinas.
O termo grego que corresponde ao latim miraculum (milagre) seria
thauma, usado para exprimir algo extraordinário, maravilhoso, que pode
provocar tanto admiração como horror. Daí provém a palavra taumaturgo,
que designa a pessoa que opera milagres. Porém, a Bíblia praticamente não
utiliza o termo thauma. Tanto a tradução dos Setenta, que verteram a Bíblia
hebraica para o grego, como o Novo Testamento, escrito inteiramente em
língua grega, muito raramente aplicam thauma e, quando o fazem, não é com
o sentido preciso de acontecimento milagroso.
Outros termos gregos correspondentes a ações milagrosas seriam dýnamis
(força, obra poderosa), semeîon (sinal), téras (prodígio, maravilha). Cada um
deles pode ser utilizado, na Bíblia, para se referir a milagre, embora tenham
conotações diferentes. A fórmula fixa, com as três palavras, é mantida em
poucos textos do Novo Testamento, por empréstimo do Antigo, sendo mais
comum em outros textos religiosos antigos.
Na língua hebraica, original do Antigo Testamento, há quatro termos que
podem ser traduzidos, de alguma forma, como milagres: mophet (prodígio,
maravilha), ‘geburah (potência). Nenhum deles, porém, designa o conceito
preciso de milagre. Se por um lado, na Bíblia, o conceito de ação milagrosa é
mais específico, por outro lado a Sagrada Escritura amplia e matiza mais
ainda esse mesmo conceito. A riqueza de significados no texto sagrado
supera, em muito, o sentido atual do milagre. Essa riqueza é que o presente
livro quer demonstrar.
Além da diversidade de significados, a Escritura Sagrada distribui de
maneira desigual o assunto. Embora tudo seja milagroso na Bíblia, nem tudo
é, de fato, tratado como milagre. Há livros bíblicos que não narram
explicitamente nenhum milagre, nem se referem ao assunto. Outros, por sua
vez, concentram inúmeras narrativas. É o caso, no Antigo Testamento, das
narrativas de 1 e 2 Reis, que apresentam Elias e Eliseu, profetas populares
que realizam vários milagres extraordinários. No Novo Testamento, Jesus é
apresentado como o maior milagreiro da época. Sua ação prodigiosa ganha
destaque nos Evangelhos, particularmente em Marcos. Algumas narrativas
aparecem nos Atos dos Apóstolos. Menos importância possuem os milagres
nas Cartas paulinas, bem como nos demais livros neotestamentários.
Este livro sobre os milagres pretende acompanhar os elementos da própria
Bíblia e dos inícios do cristianismo. Nesse sentido, procura destacar os dados
e a interpretação que a Escritura Sagrada oferece sobre eles.
O primeiro capítulo, escrito por Luiz Alexandre Solano Rossi, aborda “O
que o Antigo Testamento tem a dizer sobre milagres”. Chama a atenção,
inicialmente, para o fato de que o Antigo Testamento, em si, não apresenta
milagres fantásticos ou grandiosos. Os milagres e prodígios surgem no
cotidiano, para despertar a resposta de fé das pessoas, dado que tudo é sinal
da presença prodigiosa de Deus no mundo. O caráter milagroso do Antigo
Testamento serve para dar o sentido transcendente à vida, colocar as pessoas
em sintonia com Deus, restabelecer a ordem sobre o caos da existência e da
história. Se a sobrevivência numa realidade de crise é vista como milagre, a
criação do mundo e do ser humano foi o primeiro ato milagroso de Deus, e o
êxodo o maior de todos, enquanto paradigma para o homem viver liberto da
escravidão.
O segundo capítulo, de João Luiz Correia Júnior, sobre “Milagres em
Mateus”, abre os estudos que englobam o Novo Testamento, particularmente
os Evangelhos. Começa pelo esquema de Mateus, em cinco livros, espécie de
novo Pentateuco, cada um dos quais compreendendo uma parte narrativa e
outra discursiva. Nesse esquema são inseridos os diversos milagres de Jesus.
Através de ensinamentos, curas, expulsões de demônios e ressurreições de
mortos, Jesus é o Messias que inaugura a chegada do Reino dos Céus,
conforme a teologia mateana. Nos capítulos 8 a 10 de Mateus há uma
concentração de dez narrativas de milagres, com outras apresentações de
milagres, curas e expulsões ao longo do Evangelho, até o seu final. Mateus,
mais próximo ao judaísmo, conecta o ensino do Mestre com as ações do
taumaturgo, ao apresentar um Jesus poderoso e eficaz na realização dos seus
milagres.
O terceiro capítulo, apresentado por Valmor da Silva, enfoca “Milagres e
curas no Evangelho de Marcos”, considerando que este Evangelho serviu
como fonte para Mateus e Lucas, e que, por conseguinte, está mais próximo
da realidade histórica de Jesus. Como o evangelista dos milagres, Marcos
acentua a eficácia da ação milagreira do Mestre, a força da fé que opera
milagres e a debilidade associada ao êxito nessas ações. O evangelista evita,
intencionalmente, aspectos apologéticos, propagandísticos ou mágicos nas
curas e milagres. Por isso, mantém a messianidade de Jesus em segredo e
equilibra o sucesso dos milagres com o sofrimento da paixão. Marcos contém
21 relatos de milagres, sendo quatro expulsões, nove curas, três sumários e
cinco milagres da natureza. A maioria deles é realizada na Galileia, o que
corresponde à primeira parte do Evangelho (Mc 1,14-8,26).
O quarto capítulo, da autoria de Ildo Perondi e José Reinaldo de Araújo
Quinteiro, expõe “Curas e milagres no Evangelho de Lucas”, numa
perspectiva inclusiva; ocupa-se em reinterpretar os relatos de curas e milagres
beneficiando as pessoas pobres e excluídas. Possui o eixo reflexivo segundo
o qual a libertação do ser humano se dá na dimensão ideológica em dezoito
ações realizadas por Jesus Cristo, e não somente curas físicas, mas das
pessoas na sua integralidade. Propõe reler as práticas e os ensinamentos de
Jesus Cristo com as lentes em favor dos excluídos. O objetivo é demostrar
que a Boa Notícia do Reino de Deus é uma crítica, com um apelo de
conversão, frente ao poder constituído pelo Império Romano, seja na época
da atuação de Jesus como quando foi escrito o terceiro Evangelho.
O quinto capítulo, escrito por Joel Antônio Ferreira, sobre “Os sinais no
Evangelho de João”, destaca a teologia própria do quarto Evangelho, com
relação ao assunto. João possui uma visão específica, em que utiliza a palavra
“sinais”, ao invés de “milagres”, e esquematiza o seu Evangelho exatamente
em torno de sete sinais. Objetiva, com isso, suscitar a fé em Jesus, humano,
divino, Messias, Filho de Deus. O quarto Evangelho situa-se no final do
século I, num contexto de perseguição pelo Império Romano e de conflito
com a cultura judaica. Nesse contexto político e eclesial, João apresenta sete
sinais, para aprofundar o conhecimento e a adesão a Jesus. Dos sete sinais,
três são emprestados dos sinóticos, os outros quatro são exclusivos de João.
O sexto capítulo é de Alfredo Rafael Belinato Barreto; trata de “Milagres
no cristianismo primitivo” e propõe investigar o papel, a função e os efeitos
do milagre no cristianismo primitivo. Entende por cristianismo primitivo as
primeiras manifestações literárias cristãs, para além da Bíblia. Aborda as
legendas martiriais, os cultos terapêuticos com os ritos de incubação, e a
literatura apócrifa, mais fantasiosa que teológica. Essa diversidade literária
revela o caráter polissêmico do conceito de milagre, e mostra a evolução na
maneira de compreendê-lo ao longo das primeiras décadas. Nas atas, paixões
e lendas martiriais, revelam-se os milagres no mártir, enquanto testemunha do
mártir Jesus. Nos cultos terapêuticos e santuários de incubação no mundo
mediterrâneo, pratica-se a cura através de incubações, sonhos e visões. A
literatura apócrifa busca suprir possíveis lacunas e justificar interpretações
diferentes dos textos bíblicos.
Isso ajuda a perceber a importância que os milagres ganharam ao longo da
história. Evoluiu-se tanto para definições teológicas do conceito, como para
compreensões fantasiosas e exageradas. Tudo demonstra que o assunto
despertou interesse, como continua a despertar ainda hoje.
Vale recordar que outras tradições religiosas valorizam os milagres, para
além do cristianismo. Diversos fundadores são apresentados como profetas e
como pessoas que operam milagres. Igualmente as práticas de curas, os
santuários e as peregrinações fazem parte das diversas culturas religiosas.
Oxalá este livro possa iluminar a compreensão dos milagres e aprofundar a
fé que move montanhas.
Valmor da Silva Luiz
Alexandre Solano Rossi
CAPÍTULO I
O QUE O ANTIGO TESTAMENTO TEM A DIZER SOBRE
MILAGRES
Lê-se no sumário acima (em Mateus) que Jesus percorria toda a Galileia,
numa atuação que consiste em ensinar nas sinagogas, proclamar o Evangelho
do Reino e curar toda e qualquer doença ou debilidade entre o povo.
Traziam-lhe todos os acometidos por doenças diversas e atormentados por
enfermidades, bem como endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os
curava.
O verbo “curar” traduz, aqui, o verbo grego therapeúo, de onde provém o
termo “terapia”, que significa “tratar de doença”, “prestar cuidados”. Esse
trabalho era realizado por terapeutas que tinham conhecimentos (mesmo que
rudimentares) de medicina, ou pessoas que utilizavam cuidados
complementares ou alternativos, como aqueles realizados por taumaturgos
(homens e mulheres de Deus, a quem se atribuíam curas milagrosas).
Jesus era um taumaturgo, conforme este sumário de Mateus, que curava de
forma milagrosa, extraordinária, imediata. A ação terapêutica de Jesus
restaura a integridade física e mental, possibilitando à pessoa curada a
capacidade de voltar a trabalhar e lutar por um modo de vida melhor. A isso
chamamos hoje empoderamento. Não se trata de mero assistencialismo.
Curando os que eram acometidos por enfermidades e demônios, Jesus
derrota as forças do mal e manifesta a presença salvífica de Iahweh. Desse
modo, as curas milagrosas de Jesus contestam o atual mundo imperial, que
causa todo tipo de enfermidade, e antecipam o estabelecimento completo do –
ainda futuro – reinado de Deus (CARTER, 2002, p. 171).
Trata-se, sem dúvida, de uma alegre notícia, cujo termo em grego,
euangelion, significa, aqui em Mateus 4,23 (e em Mc 1,1), “alegre notícia”,
um anúncio de alegria. No mundo grego, o termo servia para indicar um
acontecimento feliz, por exemplo, uma vitória. Em Isaías 52,7, lemos: “Como
são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, do que
proclama boas novas e anuncia a salvação, do que diz a Sião: ‘O teu Deus
reina’”. Tendo presente esse texto de Isaías, pode-se compreender a beleza
literária de Mt 4,23-25, em que, por meio de um sumário (apenas três
versículos), são combinados os temas do alegre anúncio do Reino e o da
irrupção desse Reino dos Céus no que Jesus fez e ensinou (BARBAGLIO,
1990, p. 102-103).
III. A PREGAÇÃO DO REINO DOS CÉUS (8,1-10,42)
Nesta terceira seção, o texto de Mateus apresenta o trabalho de instauração
do Reino dos Céus. O mesmo mestre que ensina com autoridade e o
taumaturgo que cura, expulsa demônios e ressuscita mortos, manifestam, na
mesma pessoa, o poder messiânico que se instaura no aqui e agora da história
(BARBAGLIO, 1990, p. 150). Nisso consiste a práxis de Jesus.
“Práxis”, transcrição da palavra grega que significa “ação”, designa, do
ponto de vista filosófico, a prática por meio da qual o ser humano reage às
condições materiais da existência e se insere nas relações sociais com o
intuito de transformá-las (ABBAGNANO, 1970, p. 755, verbete “práxis”).
Portanto, não é uma simples “ação”, mas uma reação diante do contexto que,
gradativamente, vai se tornando experiência de vida que se converte em
modelo, paradigma, ensinamento para próximas ações práticas.
Em Mt 8,1-10,42 encontramos essa práxis por meio de uma sequência de
dez relatos de milagres que perpassam dois capítulos (8,1-9,38), e outra parte
constituída por um sermão missionário ou discurso apostólico (10,1-42), que
instrui pedagogicamente como deve agir seu discipulado em missão.
A seguir, vejamos em mais detalhes esta seção do Evangelho de Mateus.
1. A parte narrativa (Mt 8,1-9,38)
Esta parte narrativa (8,1-9,38) está subdividida em três blocos: [5] ١º) 8,1-
17; 2º) 8,18-34; 3º) 9,1-38.
O quadro abaixo, de forma esquemática, apresenta os dez relatos de
milagres e exorcismos dentro desses blocos narrativos:
Referência a milagres Mateus Marcos Lucas João
Primeiro bloco narrativo 8,1-17
1. CURA DE UM LEPROSO 8,1-4 1,40-45 5,12-16
2. CURA DO CRIADO DO CENTURIÃO 8,5-13 7,1-10 4,46-54
3. CURA DA SOGRA DE PEDRO 8,14-15 1,29-31 4,38-39
[SUMÁRIO – EXORCISMOS E CURAS] 8,16-17 1,32-34.39 4,40-41
Segundo bloco narrativo 8,18-34
4. TEMPESTADE ACALMADA 8,23-27 4,35-41 8,22-25
5. EXORCISMO DE DOIS ENDEMONINHADOS GADARENOS 8,28-34 5,1-20 8,26-39
Terceiro bloco narrativo 9,1-38
6. CURA DE UM PARALÍTICO 9,1-8 2,1-12 5,17-26
7. A MULHER COM FLUXO DE SANGUE 9,18-26 5,21-43 8,40-56
8. A FILHA DE JAIRO
9. CURA DOS DOIS CEGOS 9,27-31
10. CURA DO POSSESSO MUDO 9,32-34 11,14-15
[SUMÁRIO DE CURAS] 9,35-38
Milagres na Bíblia [livro digital] / Luiz Alexandre Solano Rossi, Valmor da Silva [organizadores]. —
São Paulo: Paulus, 2018. — Coleção Temas bíblicos.
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eISBN 978-85-349-4722-0
MILAGRES EM MATEUS
[1] Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC RIO). Pós-
doutor (2012) pelo programa de pós-graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). Professor e pesquisador da Universidade Católica de
Pernambuco (UNICAP), onde leciona no curso de Teologia e no programa de pós-graduação em
Ciências da Religião. É natural do Recife-PE, onde reside. Assessora o CEBI – Centro de Estudos
Bíblicos, em Pernambuco. Contato do autor: <joaoluizcorreia@uol.com.br >.
[2] As citações bíblicas que serão utilizadas neste trabalho baseiam-se também nessa mesma edição da
Bíblia.
[3] Esse gênero literário surgiu a partir do interesse de apresentar, por exemplo, personagens marcantes
da história de forma extraordinária, enriquecendo-o segundo clichês fixos, cujos motivos mais
frequentes eram: o anúncio do nascimento com caráter extraordinário, a predeterminação do nome e da
missão, a vida ameaçada do herói e a intervenção providencial de Deus que vela sobre ele. Tratava-se
de uma verdadeira hagiografia (biografia excessivamente elogiosa) cujo centro de interesse era a
exaltação da presença operativa e salvadora do Senhor na história. Nasceram, assim, círculos narrativos
orais, colocados por escrito mais tarde, que tinham como protagonistas sobretudo Abraão, Jacó,
Moisés. Com Jesus Cristo não se podia deixar por menos. Os cristãos de origem judaica inspiraram-se
neste gênero literário (midrash haggádico (BARBAGLIO, 1990, p. 75).
[4] Perícope, que vem do termo grego que significa “cortar ao redor”, corresponde a uma parte
destacada de um texto (um trecho de um texto), pequeno ou longo, que tem sentido completo.
[5] Seguimos aqui a subdivisão apresentada no comentário de Mateus, de Giuseppe Barbaglio (1990, p.
151-153).
[6] “Cultura patriarcal e androcêntrica”. “Patriarcado” significa literalmente “o poder do pai sobre seus
filhos e filhas e sobre os demais membros do clã ou da casa... Na teoria feminista, desenvolve-se esse
conceito como instrumento para identificar e desafiar as estruturas sociais e ideológicas que permitiram
aos homens dominar e explorar as mulheres ao longo de toda a história registrada” (FIORENZA, 2009,
p. 133). “Androcentrismo” é um termo derivado do grego s, termo que significa “homem”, “varão”,
“macho”. “Androcentrismo” significa literalmente “centração no homem”, “o varão como centro”.
Desse modo, ideologicamente, “o homem (o varão) é o ser humano paradigmático, o centro das
sociedades, culturas e religiões androcêntricas” (FIORENZA, 2009, p. 132-133).