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Me.

Laydson Amorim
Bacias Hidrográficas

Uma bacia hidrográfica


é uma determinada área
de terreno que drena
água, partículas de solo
e material dissolvido
para um ponto de saída
comum, situado ao longo
de um rio, riacho ou
ribeirão (Dunne e
Leopold, 1978).
Bacias Hidrográficas
Bacias Hidrográficas
Bacias Hidrográficas

Divisores de Água
Bacias Hidrográficas

Delimitação de Bacias: O Divisor de Águas


➢ Identificar para onde escoa a água sobre o relevo usando como
base as curvas de nível

➢ Diferenciar as áreas que contribuem para um ponto no curso


d’água (seção transversal de referência ou exutório) =>
divisor (cumeada, espigão, crista)
Delimitação de Bacias
Delimitação de Bacias
Delimitação de Bacias

Utilizando imagens de satélite


Delimitação de Bacias
Utilizando modelo digital de terreno (DEM)
Exemplo em 3-D e em planta de um DEM (digital elevation model) simples,
composto por 12 linhas e 12 colunas.
Delimitação de Bacias
Utilizando modelo digital de terreno (DEM)
Os passos seguintes para definir a bacia são:
a. Definir os rios b. Definir os trechos dos rios c. Definir as sub-bacias.
Bacias Hidrográficas
A bacia hidrográfica é adotada como o espaço da Gestão dos
Recursos Hídricos (superficiais e subterrâneos) no Brasil: Bacias
Federais e Estaduais
Bacias Hidrográficas

Características Fisiográficas:
a) Área de drenagem da bacia
b) Forma da bacia
c) Uso e tipo de solo
d) Sistema de drenagem
e) Relevo da bacia
Bacias Hidrográficas

Características Fisiográficas:
Importante:
• Realizar comparação entre as bacias
• Transferência de dados para bacias vizinhas
• Projeção de futuro comportamento da bacia
• Regionalização
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
a) Área de drenagem da bacia
A área da bacia corresponde a sua área
de drenagem, cujo valor corresponde à
área plana entre os divisores
topográficos projetada verticalmente.
Volume precipitado = lâmina precipitada x
área da bacia
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
a) Área de drenagem da bacia
➢ medida por planímetro (mecanicamente);
➢ aproximação por composição de figuras geométricas;
➢ calculada a partir de imagens digitalizadas em
softwares como AutoCAD, ArcVIEW, Spring, Idrisi,
Grass, Erdas, etc
Área de drenagem da bacia - Influência nas vazões
▪ Vazão específica: vazão de contribuição por unidade de área (l/s. km ²)
▪ Mínimas: bacias maiores têm maior vazão específica pois há
complementariedade hidrológica de sub bacias.
▪ Médias: pouco efeito sobre as vazões específicas
▪ Máximas: picos de enchente atenuados e tempos de base maiores nas
bacias de maior área
EX: BACIA HIDROGRÁFICA DO POTI
Área de Abrangência
Área Total: 51000 km²
Precipitação média: 1250 mm
Qual o volume médio anual precipitado?
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:

b) Forma da Bacia
A forma da bacia, obviamente, é função da delimitação
da área da bacia e tem influência no tempo transcorrido
entre a ocorrência da precipitação e o escoamento.

Dois coeficientes são comumente empregados como


indicativos da forma da bacia: fator de forma e
coeficiente de compacidade.
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
Fator de forma: esse coeficiente é definido pela relação entre a
largura média da bacia e o comprimento axial do curso d’água
principal (Lc). A largura média L é calculada pela expressão:

𝐿𝑚 𝐴 Quanto menor o Kf, mais alongada é a bacia e


𝐾𝑓 = = 2 portanto, menor é a tendência de produção de
𝐿𝑐 𝐿𝑐
enchentes rápidas com vazão de pico elevada.
Importante:
Kf variando de 1 a 0,75 a bacia esta sujeita a
enchentes.
Kf variando de 0,75 a 0,50 risco de enchentes mediano.
Kf < 0,50 bacia com menor risco a enchentes.
Bacias Hidrográficas
Coeficiente de compacidade: esse coeficiente é definido como a
relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo
de mesma área da bacia. Assim, considerando uma bacia de área
A e um círculo também de área A.

𝑃
𝐾𝑐 = 0,28
𝐴
Importante:
Kc variando de 1 a 1,25 a bacia esta sujeita a enchentes.
Kc variando de 1,25 a 1,50 risco de enchentes mediano.
Kc > 1,50 bacia com menor risco a enchentes.
FORMA DA BACIA E SEUS
ÍNDICES
• INFLUÊNCIA NO ESCOAMENTO:
• TEMPO DE CONCENTRAÇÃO;
• VAZÃO MÁXIMA DO
HIDROGRAMA DE CHEIA;
• TEMPO DE BASE DO
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
BH 1 BH 2 BH 3 BH 4 BH 5 BH 6 BH 7 BH 8 BH 9 BH 10
Área de Drenagem (Km²) 29,04 32,30 27,80 45,80 55,70 61,30 31,20 37,50 46,70 54,70
Perimetro - P (km) 28,87 36,50 23,50 33,20 26,70 35,60 24,30 38,90 34,30 36,70
Comprimento
EX: Axial (km) 8,60 7,40 6,80 9,80 7,90 8,80 6,30 9,80 8,50 8,90
Pede-se:
Calcular Kf e Kc.
Ordenar de forma crescente as bacias quanto predisposição da bacia
a enchentes.
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
c) Uso do solo
Influência na infiltração e velocidade do escoamento
➢ Áreas Florestadas: maior interceptação, folhas, galhos
retardam o escoamento e raízes profundas aumentam o
consumo de água das plantas.
➢ Agricultura: redução da quantidade orgânica do solo,
porosidade do solo diminui, infiltração.
➢ Áreas Urbanas: impermeabilização, pouca infiltração
e grande velocidade de escoamento > grandes picos
de cheias.
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
c) Uso do solo
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
c) Uso do solo
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
c)Tipo de solo
Bacias Hidrográficas
Características Fisiográficas:
c)Tipo de solo

Rocha de pouca
permeabilidade
Bacias Hidrográficas
d) Sistema de Drenagem
A rede de drenagem é constituída pelo rio principal e seus
afluentes. O rio principal é identificado a partir do exutório da
bacia, “subindo o rio”, ou seja, percorrendo o sentido inverso do
fluxo da água, até percorrer a maior distância (em outras
palavras, o rio principal é aquele maior curso d’água do exutório
até a cabeceira da bacia).
Bacias Hidrográficas
d) Sistema de Drenagem
Bacias Hidrográficas

c) Rede de drenagem
Classificação dos cursos d’água
a)Perenes:
b)Intermitentes:
c)Efêmeros:
Bacias Hidrográficas

c) Rede de drenagem
a)Perenes:
Contém água durante todo o tempo. O lençol freático
mantém uma alimentação contínua e não desce nunca
abaixo do leito do curso d’água, mesmo durante as secas
mais severas.
Bacias Hidrográficas
c) Rede de drenagem
b) Intermitentes:
Escoam durante as estações de chuvas e secam nas
de estiagem.
C) Efêmeros:
Existem apenas durante ou imediatamente após os
períodos de precipitação e só transportam
escoamento superficial.
Bacias Hidrográficas
c) Rede de drenagem
Ordem dos cursos d’água e razão de bifurcação (Rb):
Ordem dos cursos adotam o seguinte procedimento:
1) Os cursos primários recebem o número 1;
2) A união de 2 cursos de mesma ordem da origem a um curso superior;
3) A união de 2 cursos de ordem diferente faz com que prevaleça o de
maior ordem.
Bacias Hidrográficas
Bacias Hidrográficas
Bacias Hidrográficas

Densidade de drenagem
Indica o grau de desenvolvimento de um sistema de drenagem.
σ𝐿 Classificação da densidade de drenagem
𝐷𝑑 =
𝐴
Bacias com drenagem pobre → Dd < 0,5 km/km2

Bacias com drenagem regular → 0,5 ≤ Dd < 1,5 km/km2

Bacias com drenagem boa → 1,5 ≤ Dd < 2,5 km/km2

Bacias com drenagem muito boa → 2,5 ≤ Dd < 3,5 km/km2

Bacias excepcionalmente bem drenadas → Dd ≥ 3,5 km/km2


Área da Bacia = 45,8 km²
400 m 1 km Calcular a densidade de drenagem e
3 km classificar a drenagem da bacia.

drenagem pobre → Dd < 0,5 km/km2


1,2 km
2,5 km drenagem regular → 0,5 ≤ Dd < 1,5 km/km2
drenagem boa → 1,5 ≤ Dd < 2,5 km/km2
3 km
650 m drenagem muito boa → 2,5 ≤ Dd < 3,5 km/km2
excepcionalmente bem drenadas → Dd ≥ 3,5 km/km2
2 km
1 km 3 km 2 km
800 m

1,4 km
1 km
1,2 km
Bacias Hidrográficas

Topografia:
Plana = Rios longos e escassos.
Acidentada = Rios pequenos e numerosos.

Influência no escoamento, maior densidade


Menor tempo de concentração.
Maior vazão de pico de cheia.
Como fazer...

Planta do IBGE
Escala 1:50000
Destaque da Rede de drenagem...
Localização de Pontos Altos e Cotados
Junção dos pontos altos e identificação do divisor
Bacias Hidrográficas

d) Relevo da bacia
O relevo de uma bacia hidrográfica tem grande influência
sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos, pois a
velocidade do escoamento superficial é determinada pela
declividade do terreno, enquanto a temperatura, a precipitação
e a evaporação são dependentes da altitude da bacia.
Bacias Hidrográficas

i) Declividade da bacia

Observa-se que quanto maior for a declividade da bacia


hidrográfica, maior será a velocidade de escoamento, menor será o
tempo de concentração (TC) e maior será as perspectivas de picos
de enchentes.

A declividade também determinara o maior ou menor grau de erosão,


fator o qual é extremamente influenciado pela cobertura vegetal, tipo de
solo e tipo de uso da terra.
i) Declividade da bacia

O método mais completo na determinação da declividade denomina-se


método das quadriculas.
1 2 3 4 5 6
DECLIVIDADE ( Nº DE % DO DECLIVIDADE COL 2 *
%ACUMULADA
m/m) OCORRRÊNCIAS TOTAL MÉDIA COL 5
0 0,0049 249
0,005 0,0099 69
0,01 0,0149 13
0,015 0,0199 7
0,02 0,0249 0
0,025 0,0299 15
0,03 0,0349 0
0,035 0,0399 0
0,04 0,0449 0
0,045 0,0499 5
TOTAL 358

Σ𝐶𝑂𝐿 6
Declividade média = =
Σ𝐶𝑂𝐿 2
ii) Curva hipsométrica:

È definida como sendo a representação gráfica do relevo médio de uma


bacia. Representa o estudo da variação da elevação dos vários terrenos
da bacia com referência ao nível médio do mar.
1 2 3 4 5 6
COL. 2
PONTO ÁREA ACUMUL.
COTAS (m) ÁREA (km2) % ACUMUL. *
MÉDIO (m) (km2)
COL. 3
940 - 920 1,92 1,08
920 - 900 2,9 2,72
900 - 880 3,68 4,8
880 - 860 4,07 7,09
860 - 840 4,6 9,68
840 - 820 2,92 11,33
820 - 800 19,85 22,53
800 - 780 23,75 35,93
780 - 760 30,27 53,01
760 - 740 32,09 71,11
740 - 720 27,86 86,83
720 - 700 15,45 95,55
700 - 680 7,89 100
TOTAL 177,25

Σ𝒄𝒐𝒍𝒖𝒏𝒂 6
𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 =
Σ𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 3
iii) Perfil Longitudinal do curso d’agua:

A velocidade de escoamento de um rio vai depender da declividade dos


canais fluviais (quanto maior a declividade maior será a velocidade de
escoamento)

Existem 2 procedimentos para se determinar a declividade média do


curso d’água:
• Declividade baseada nos extremos (S1);
• Declividade equivalente constante (S2);
Declividade baseada nos extremos (S1)

Obtida dividindo-se a diferença total de elevação do leito pela extensão


horizontal do curso d’água entre esses dois pontos.

∆𝐻
𝑆1 =
𝐿
∆𝐻 é a variação da altura (m);
L somatório dos cursos d’água(m).
Declividade Equivalente (S3)

um valor mais representativo que o primeiro consiste em traçar no gráfico


uma linha, tal que a área, compreendida entre ela e a abcissa, seja igual
à compreendida entre a curva do perfil e a abcissa.
Σ𝐿𝑖
S3 = ( )²
𝐿𝑖
Σ
𝐷𝑖

Li somatório do comprimento de todos os cursos d’água em km


Di declividade media de cada trecho.
Cota
Trecho inicial Cota final L (m) Di Raiz de Di L/raiz de Di
EX:
AB 380 400 11350
BC 400 435 8900
CD 435 470 6200
DE 470 520 5400
EF 520 575 5150
FG 575 640 4600

∆𝐻 Σ𝐿𝑖 Calcular o perfil longitudinal


𝑆1 = S3 = ( )²
𝐿 𝐿𝑖 nos dois métodos S1 e S3.
Σ
𝐷𝑖
Compri
Curva de nível mento Comp. Cursos
Área CN. (km²)
(CN) CN d'agua (Li)(m)
(km)
890-870 4,3 3400 1500
870-850 3,9 4260 3750
850-830 11,5 5420 4250
830-810 8,4 6870 3148
810-790 7,5 5930 6540
790-770 8 4650 7540
770-750 7,3 3870 6350
750-730 6,5 850 3540
a) Determine o coeficiente de compacidade (Kc) e o coeficiente de
Dados: forma (kf) e classifique quanto ao risco de enchente.
Perímetro da BH = 1250 km b) Determine a densidade de drenagem da bacia hidrográfica e
classifique quanto a capacidade de drenagem da bacia.
Laxial = 350 km c) Determine a declividade média da Bacia Hidrográfica.
d) Determine a altitude média da Bacia Hidrográfica.
e) Determine a declividade do curso principal de acordo com o método
S1 e S3.

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