Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A capacidade de arranjar está relacionada com a habilidade de variar. Um bom arranjador deve ter um
alto grau de criatividade. Independente da linguagem, seja ela Popular ou Erudita, o aluno de composição
deve ser incentivado a criar arranjos, pois o desenvolvimento de estratégias noPLANEJAMENTO E
FINALIZAÇÃO DE UM ARRANJO pode ajudá-lo na concretização de obras de maior envergadura. É
importante que o aluno seja colocada frente a este problema: adaptar uma certa melodia dada a uma
configuração instrumental, vocal ou mista.
Sob o ponto de vista educacional e profissionalizante, a capacidade de atuar como arranjador pode
proporcionar ao aluno um amplo campo de atividades tais como: arranjo para produção na música
popular, criação de trilhas para teatro e cinema entre outros. Compositores renomados como GERSHWIN
e BERNSTEIN, entre tantos outros, transitaram nesta interface. O ensino de técnicas de criação de
arranjo tem implicações importantes na formação educacional de um jovem compositor.
As seis seções que se seguem estão conectadas entre si; na realidade há uma sequência gradual e
acumulativa de conceitos que culminam com a seção ESCRITA PARA BIG BAND. O aluno perceberá que
é necessário utilizar TÉCNICAS DE REHARMONIZAÇÃO para variar o conteúdo harmônico do arranjo.
Poderá também transformar o tema original através de TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO E
VARIAÇÃO melódicas. Portanto, as seções da aula estão interligados entre si.
O desenvolvimento de um arranjo a partir de um projeto prévio é ressaltada por Nestico que, em
entrevista com Wright, disse o seguinte:Normalmente não escrevo minha introdução no início, acredite
nisto ou não. Começo no primeiro "chorus" e ao criar qualquer material para chegar ao segundo "chorus",
volto e utilizo este material na introdução e na finalização. Este procedimento conecta o arranjo num todo
único, o faz correlato. Podem haver diferentes tonalidades, mas faço com que soem consistente. Lembro
que nos meus primeiros anos, gastava dois ou três dias para escrever um arranjo e a cada dia o sentia
diferente e isto tornava-o inconsistente. Alguns aspectos pareciam bons em 4 e no próximo dia em 2 e
minhas figuras rítmicas não eram consistentes. Agora tento conectar tudo junto, para encontrar algo que
me mantenha trabalhando. Entendo também que se começo sem nenhuma idéia do que fazer, um
projeto, sento aqui por longo tempo tentando realizar o arranjo. Mas se tenho um projeto como por
exemplo: "primeiro chorus assim, segundo chorus assim, vou fazer isto, vou chegar aeste ponto",então ao
menos tenho algo para me guiar, um modelo. Toda vez que não tenho um plano prévio, sento e fico
olhando para o papel. É um espaço para definir o que vou dizer neste arranjo, qual será o aspecto mais
importante, se haverá modulaçãoou qualquer outra coisa. Penso que meus melhores arranjos são
aqueles que canto a melodia no carroou em algum lugar longe do piano. Canto a melodia e,se ela é
suficiente por si mesma, já tenho isto feito...tento criá-lanteressante,a coloco em bloco e trabalho as
figuras para o swing. A partir deste depoimento, nota-se que o planejamento é um processo importante na
concretização de um arranjo. Os tópicos abordados nesta seção estão voltados nesta direção. São os
seguintes: Planejamento Estrutural,Instrumental, Harmônico, Rítmico e Melódico e Escrita e Finalização.
Finalmente, a seção ESCRITA PARA BIG BAND engloba os pontos apresentados nas seções
anteriores. Não somente o arranjo para um conjunto específico como uma Big Band, como qualquer outra
formação instrumental, se vincula aos conhecimentos discutidos nesta home page. Todavia, este conjunto
que tem uma configuração especial e uma sonoridade peculiar, pode servir de modelo de estudo. Muito
da sua idiomática vem da articulação rítmica, ou seja, do swing com o qual a melodia é executada. Outro
ponto relevante é uso de seções instrumentais como blocos unitários de sonoridade compacta. Como
discutido em parágrafo anterior, o paralelismo usado nesta estrutura é paradoxal à postura tradicional de
condução de vozes. Todavia, o bloco em si pode ser tomado como uma voz única e desta forma pode-se
estabelecer outras relações sonoras.DELAMONT reitera que o conceito de bloco sonoro funcionando
como unidade, leva a construção de antifonias entre blocos. Usam-se contrastes entre seções
instrumentais no lugar de contraponto escolástico. O primeiro tópico desta seção denominado
de Planejamento do Arranjo, está vinculado ao parágrafo anterior. O tópico Blocos Instrumentais,
apresenta a configuração padrão da Big Band em seções individuais: Metais Agudos e Graves e
Saxofones. O tópico Seção Rítmica, discute o conjunto de instrumentos que é responsável pela
sustentação do rítmo e da harmonia. Os outros tópicos Mecânica de Escrita em
Blocos, Introdução e Variações e Interlúdios descrevem métodos para o desenvolvimento do arranjo,
desde a escrita em blocos até procedimentos para enriquecimento do conteúdo musical do mesmo.
MELODIA: TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO E VARIAÇÃO
Aspectos Gerais
o Curva Melódica
o Frase, Períodos e Repetições
o Contexto: Motívico, Harmônico e Rítmico
Estruturas Motívicas
o Repetição
o Inversão e Retrogradação
Inversão Intervalar
Inversão Melódica
o Variação e Fragmentação
Construção Melódica
o Agregando e Variando Motivos
o Transpondo Motivos
o Progressão
o Forma Canção ou Lead
Variações Rítmicas
o Repetição do mesmo padrão rítmico
o Sincopando a Melodia
o Isoritmia
o Repetição de Padrão com Deslocamento de Acento
o Aumento e Diminuição da duração das Figuras
Variações Harmônicas
o Arpejos e Notas de Passagem
o Uso do mesmo Padrão Melódico em Acordes Diferentes
o Uso do mesmo Padrão Melódico no mesmo Acorde
o Repetição de Padrão Harmônico
o Escala de Acordes
Arranjo da Melodia
o Solo Acompanhado pela Seção Rítmica
o Desdobramento em Diferentes Instrumentos
o Imitação: Efeito de Eco
o Escrita em Bloco
Aspectos Gerais
o Condução é o Movimento Horizontal entre Vozes de dois Acordes
o Distribuição é a distância Vertical entre as Vozes de um Acorde
o Objetivo é aumentar a eficiência na condução de vozes
o Evitar Paralelismo
o Evitar Saltos
o Procurar Grau Conjunto
Condução
o Movimento Paralelo
o Movimento Contrário
o Movimento Oblíquo
Distribuição
o Posição Fechada
o Posição Aberta
Condução do Baixo
o Evitar Movimento Paralelo
o Baixo em Grau Conjunto - Movimento Oblíquo ou Contrário
o Baixo Pedal - Movimento Oblíquo
o Baixo com Saltos - Movimento Oblíquo ou Contrário
o Baixo Cromático
Ascendente ou Descendente: Acordes Diminutos e Meio Diminutos
Descendente: Dominantes Substitutivas
Condução em Bloco
o Vozes em Movimento Paralelo e melodia na 1o. Voz num mesmo bloco
o Bloco usandoTríades: A3 ou A4 com dobramento da melodia
o Bloco usando Tétrades A4 ou A5 com dobramento da melodia
o Bloco em Posição Fechada ou Aberta (Drops)
Drop 2: segunda nota da posição fechada oitava abaixo
Drop 3: terceira nota da posição fechada oitava abaixo
Drop 2+4: segunda e quarta notas da posição fechada oitava abaixo
o Posição Espalhada (spreads)
fundamental do acorde na voz mais grave e 1o. voz melodia
outras vozes completam o acorde (presença 3o. ou 4o. e 7o. ou 6o.)
podem aparecer blocos a A3, A4, A5 e A6 vozes.
HARMONIA
o Acordes Diatônicos:I7M, IIm7, IIIm7, IV7M, V7, VIm7, VIIm7(b5) ou
Três Funções Básicas:Acordes de Dominante: V7 eVIIm7(b5), Acordes de
Subdominante: IIm7 eIV7M, Acordes de Tônica:I7M, IIIm7 eVIm7
o Extensões Harmônicas
Dominantes Secundárias:
Nos graus I,II, III, VI e VII equivalente a V7/IV7M, V7/V7, V7/VIm7,
V7/IIm7, V7/IIIm7
Dominantes Substitutas: equivalência do trítono
Substituta do V: subV7/I7M
Substituta de Dominantes
Secundária: subV7/IV7M, subV7/V7, subV7/IIm7
Acordes Diminutos e Meio Diminutos
Primeiro Grau: diminutos Io,#Io e meio diminutos Im7(b5), #Im7(b5)
Similar nos outros graus
Simetria: Acorde Diminuto contém dois Trítonos
Empréstimos Modais: acordes vindos de modos equivalentes
A Tonalidade Maior é tomada como referência. Os Modos são
descritas como alterações diatônicas do Modo Maior ou Jônio.
Modo Dórico (Modo de Ré)
Im7, IIm7,bIII7M,IV7, Vm7, #VIm7(b5), bVII7M
Modo Frígio (Modo de Mi)
Im7, bII7M,bIII7,IVm7, Vm7(b5), bVI7M, VIIm7
Modo Lídio (Modo de Fá)
I7M, II7,IIIm7,#IVm7(b5), V7M, VIm7, VIIm7
Modo Mixolídio (Modo de Sol)
I7M, IIm7,IIIm7(b5),IV7M, Vm7, VIm7, bVII7M
Modo Eóleo (Modo de Lá)
Menor
Eóleo:Im7, IIm7(b5),bIII7M,IVm7, Vm7, bVI7M, bVI
I7
Menor
Harmônico:Im7M, IIm7(b5),bIII7M(#5),IVm7, V7, bV
I7M, VIIo
Menor
Melódico:Im6, IIm7(b5),bIII7M(#5),IV7, V7, VIm7(b
5), VIIm7(b5)
Modo Lócrino (Modo de Si)
Im7(b5), bII7M,bIIIm7,IVm7, bV7M, bVI7, VIIm7
o Algumas Progressões de Acordes
Acordes Diatônicos: I-VIm7-IIm7-V7 ou IIIm7-VIm7-IIm7-V7
Acordes Dominantes Secundários: I-V7/II-V7/V-V7 ou IIIm7-V7/II-V7/V-V7
Acordes Dominantes Substitutas: I-subV7/IIm7-V7/V-subV7/I7M
Acordes Diminutos: I-bIIIo-IIm7-V7 e I-#Io-IIm7-#IIo
o Cadência de Engano: resolução em acorde diferente do preparado
Primeiro Grau precedido de Dominante: IIm7-V7-IIIm7 ou IIm7-V7-VIm7
Acorde precedido de Dominante Substituta: IIm7-subV7/I7M-IIIm7 ou IIm7-
subV7/I7M-VIm7
Harmonia Não Funcional: Acordes de Sétima de Dominante sem Resolução
o Tônica Sétima de Dominante: I7
o Subdominante com Sétima: I7, IV7, I7...
o Dominante Substituta: (maior) I7M, bVI7, I7M......(menor) Im7, bVI7, Im7
o Subdominante com Sétima Substituta: I6, VII7, I6 ...... ou I6, Io/VII I6.....
Modulação
o Encadeamento II-V Sucessivos
o Acorde Pivô
o Acorde Diminuto
o Sem Preparação
TÉCNICAS DE REHARMONIZAÇÃO
Planejamento Estrutural
Aplicação do Arranjo
o Música ao Vivo: concerto, show, trilha sonora de teatro etc.
o Gravação: disco, trilha sonora de filme ou teatro, cinema etc.
o Treinamento: desenvolvimento de técnicas
Duração do Arranjo: tempo (minutos), número de compassos versus andamento
Análise da Forma doTema: Canção, Rondó, Livre
Forma Geral - Repetições do Tema: 1 Choro, 1 1/2 Choro, 2 Choros
Blocos: Introdução, Choros, Interlúdios, Improvisações e Finalização
Diagrama Geral do Arranjo
Plano Estrutural e Forma Geral descritos num texto
Planejamento Instrumental