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PLANO NACIONAL DE VACINAÇÃO

Foi implementado em 1965.

Princípios: Universalidade (Portugal), Gratuitidade, Acessibilidade, Equidade, Aproveitamento de todas as oportunidades de vacinação.

Coordenação: DGS, gerido autonomamente a nível regional e local (ARS,ACES, ULS, Hospitais, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde,
ACSS, INFARMED, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge)

Integração no PNV (2019): Integração no PNV (2020): Revogado:

- Meningite B para crianças dos - Rotavírus aos grupos de risco - Vacinação contra Neisseria
2,4,12 meses (>2019) meningitidis do grupo B de grupos
- HPV para crianças aos 10 anos do com risco acrescido para doença
sexo masculino (>2009) invasiva meningocócica (DIM);

- Vacinação contra a rubéola de


mulheres em idade fértil.

Plataforma VACINAS

 Permite a consulta online e individual do registo e gestão da vacinação


 Gerida pelos SPMS
 Apenas acessível para profissionais de saúde credenciados ou para o próprio utente no seu BIS

Vacinação e Esquemas vacinais

 Recomendam-se diferentes esquemas vacinais gerais, em função da idade e do estado vacinal anterior e ainda esquemas vacinais
específicos para grupos de risco ou em circunstâncias especiais.
 Todas as oportunidades de vacinação devem ser aproveitadas para completar ou atualizar o esquema vacinal, mesmo que a idade
recomendada tenha sido ultrapassada respeitando idades e intervalos mínimos, as idades máximas para vacinação e as coortes
abrangidas.
 O consentimento próprio para a vacinação aplica-se a pessoas de mais de 16 anos de idade.

Crianças Toda a vida Grávidas Grupos de risco (gratuitas)


13 vacinas Tétano e Difteria Tosse convulsa  Tuberculose
 Hepatite B  Pneumonia 23 serótipos
 Difteria Sarampo, rubéola  Meningite ACWY
 Tétano e poliomielite  Hepatite A
 Tosse convulsa (depende da
 Poliomielite idade, risco e
 Influenza doses)
 Pneumonia 13 serotipos
 Meningite B
 Meningite C
 Sarampo
 Parotidite epidémica
 Rubéola
 HPV
Notas:

VHB1 (3 doses)– administrada na maternidade (0,2,6); intervalo mínimo de 16 semanas entre 1ª e 3ª dose. Para os maiores de 15 anos é
administrada a dose de adulto.

*Hib 1 (4 doses) – se já esteve infetada com menos de 2 anos deve iniciar ou completar entre 1 mês após o ínicio da infeção até ao dia antes dos
5 anos. Se tiver mais de 2 anos não necessita completar esquema de vacinação porque a doença confere imunidade. (2,4,6,18);

*DTPa (5 doses) – vacinadas mesmo que já infetadas (2,4,6,18,5A), aconselhada a sua toma até aos 7 anos de idade, senão se tiver idade
inferior a 10A tomar a Tdpa ou se tiver idade superior a 10 anos tomar a Td.

*VIP (5 doses) – (2,4,6,18,5ª)

Pn13 (3 doses) – se estiverem infetadas completar ou iniciar esquema após 1 mês da infeção até aos 4ª (2,4,12); aplicável aos nascidos a partir de
2015

MenB (3 doses) – completar esquema após 1 mês da infeção antes dos 2 anos de idade e até aos 5 anos (2,4,12)

MenC (1 dose) - completar esquema após 1 mês da infeção antes dos 2 anos de idade e até aos 18 anos (2,4,12)

VASPR (2 doses) – recomenda-se intervalo de 6 meses entre doses mas o intervalo mínimo é de 1 mês (12meses e 5A), contraindicado para
grávidas pois é considerada vacina ativa

HPV (2 doses, meio ano de diferença) – completar esquema até 27 anos (10A)

Tdpa – (1 dose por gravidez) apenas para grávidas entre as 20-36 semanas de gestação após ecografia morfológica

BCG – apenas para recém-nascidos de risco

*pentavalente + VHB  Hexavalente

 Aos 6 e aos 12 meses completa-se a primovacinação para 8 e para 12 infeções de 13. Aos 10 anos completa-se o esquema de
vacinação.
 A vacinação no primeiro ano de vida, incluindo a recomendada aos 12 meses de idade, deve ser escrupulosamente cumprida nas idades
recomendadas, sem atrasos.
 Podem ser administradas várias vacinas, em simultâneo, em locais anatómicos diferentes.
 Dar prioridade a doenças de maior risco

As vacinas podem ser contraindicadas em alguns casos (viagem, doença, alterações imunitárias, grávidas com mais de 36 semanas, etc.)

Esquema vacinal tardio

 Aos ≥7 e <10 anos de idade, no esquema vacinal tardio, recomenda-se a vacina Tdpa.
 Nos esquemas em que a 3ª dose de Td (ou Tdpa, se for na gravidez), ou reforço, for administrada ≥10 e <18 anos de idade, a dose
seguinte será administrada 15 anos depois, em ambos os sexos.

Vacinação tétano e difteria (20-20 anos) - Td


 Para idades >18 anos, em que nunca foram vacinados contra o tétano e a difteria e apresentem primovacinação desconhecida ou
incompleta, aconselha-se as 3 doses de Td, um intervalo de 4-6 semanas entre a primeira e segunda dose e de seguida um intervalo de
6-12 meses entre a segunda e terceira dose.
 Pode ser administrada junto com vacinas inativas ou vacinas vivas.

Vacinação Sarampo, Parotidina e Rubéola (VASPR)

Mulheres em idade fértil, grávidas e latentes

Pré-gravidez Grávida Lactantes


Vacinas combinadas Vacinas inativas (2º e 3º trimestre) Não há restrições
3 doses contra o tétano + 1 dose de reforço na gravidez
1 dose da vacina contra a tosse convulsa
2 doses da vacina VASPR (até 4 semanas antes de engravidar
ou após parto)

Vacinação Tdpa

 2ª dose: até duas semanas antes do parto

Idades máximas e intervalos mínimos

Existem idades máximas para iniciar e completar a vacinação. Existem também intervalos mínimos entre doses – pode aumentar a frequência de
reações adversas.

Intervalos superiores aos recomendados entre doses não reduzem a proteção final contra a doença, no entanto a pessoa não está imunizada.

Existe uma tolerância de 4 dias para o intervalo mínimo porém pode diminuir a resposta imunológica, pelo que as doses não são consideradas
válidas.

Intervalos entre diferentes vacinas

Vacinas vivas atenuadas – VASPR e BCG + febre amarela (não incluída no PNV)

A resposta imunológica de uma vacina viva pode ficar comprometida se for administrada outra vacina viva com intervalo inferior a 4 semanas,
com necessidade de repetição após 4 semanas. Esta administração deve ser feita no mesmo dia ou num intervalo de pelo menos 4 semanas.

Teste tuberculínico

Deve ser realizado antes da administração da VASPR ou a vacina deve ser administrada antes 4 semanas ou no dia da leitura do teste.

Locais de administração de vacinas

Para idades inferiores a 12 meses:


 BCG no braço esquerdo (sem administração de vacinas neste braço nos próximos 3 meses)
 Hexavalente, Pentavalente, MenB na coxa esquerda
 VHB, Pn13, Hib, VIP na coxa direita

Para idades superiores a 12 meses:

 BCG, Pentavalente, Tetravalente, MenB, MenC, MenACWY, Td, Tdpa no braço esquerdo
 Pn13, VASPR, VHB, Hib, VIP, Pn23, HPV no braço direito

Pode ser administrada mais do que uma vacina no mesmo membro desde que esteja distanciadas 2,5cm.

O paracetamol não deve ser de administração preventiva para efeitos colaterais da vacinação.

Recém-nascidos

Latentes pré-termo estáveis devem ser na mesma vacinados na maternidade, no entanto deve ser assegurada vigilância de eventos
cardiorrespiratórios no período de 6-8h.

Se a mãe for HB positivo, administrar VHB + IgG anti-VHB.

Alterações imunitárias

 Eficácia das vacinas pode ficar comprometida


 Administrar imunoprofilaxia passiva
 Em intervenções imunossupressores, administrar as vacinas inativas antes 2 semanas. As vacinas vivas devem ser administradas até 4
semanas antes.

 Administração de vacinas vivas como (VASPR + BCG + Rotavírus) a familiares. A vacinação contra a varicela pode ser administrada.

Transplantes

 Podem ser administradas vacinas inativas, até 2 semanas antes.


 As vacinas vivas devem ser administradas até 4 semanas antes.
 O dador não deve ter sido vacinado contra a VASPR ou varicela nas 4 semanas antes do transplante.
 A vacinação contra a hepatite A está indicada e é gratuita nos candidatos a transplante hepático.

Transplantes VIH Défice Terapêuticas com Ig


complemento/
Asplenia
Vacinas Vacinas VHB Esquema normal Vacinas inativas
inativas Pn13 de vacinação BCG
Pn13 Pn23 Hib (<50) VAP
Pn23 Gripe MenB (<50) Febre amarela
Gripe Hepatite A Pn13 (<50) Rotavírus
Pn23 (<50)
MenACWY (<50)
Gripe
Contra- BCG BCG VASPR (para grávidas anti-
indicação D, administrar após o parto
com um intervalo de 3
meses)
Varicela
Aguardar recuperação com os
antirretrovirais

Alterações da coagulação

 Risco acrescido de hemorragia se vacinadas por via intramuscular


 Via subcutânea pode ser opção mas a resposta imunitária pode ser inferior
 Crianças nesta situação devem ser vacinadas contra a hepatite A

Viajantes

A vacinação contra a febre amarela e febre tifoide requerem pagamento de taxa.

Profissionais de saúde

Devem estar particularmente vacinados contra VHB, VASPR e VIP (cientistas de laboratório e áreas de risco).

Sarampo

Eliminado de Portugal e em processo de eliminação na Europa. A vacinação VASPR está contraindicada para menores de 6 meses, grávidas,
VIH e imunossuprimidos graves.

Tétano

Feridas tetanogénicas – que requerem tratamento cirúrgico e não são tratadas nas primeiras 6 horas, feridas puctiformes, com corpos estranhos,
extensas, desvitalizadas, contaminadas, infeciosas e fraturas expostas.

Todos os serviços que prestam atendimento de urgência têm de dispor de vacinas contra o tétano (Td) e de imunoglobulina humana antitetânica
(IHT).

Vacinação para grupos de risco

 BCG
 Pn23 e Pn13
 VIP
 VASPR
 Hepatite B

Segurança

 As pessoas devem aguardar 30min em posição sentada ou deitada antes de abandonar o serviço onde foram vacinadas.
 Durante a vacinação devem ser identificadas possíveis contraindicações.
 Pessoas com medidas de precaução: historial de anafilaxia, doença grave, alterações na coagulação, doença neurológica, doenças
imunitárias, grávidas, crianças pré-termo.
 Contraindicações: pessoas com deficiências imunitárias e grávidas não devem ser submetidas a vacinas vivas (VASPR deve ser
administrada um mês antes de engravidar).
 Falsas contraindicações: doenças autoimunes, neurológicas estabilizadas, prematuridade

Reações

 Normal: dor, rubor, tumefação, febre, choro, sonolência, irritabilidades, vómitos (conservação a 2-8 graus)
 Hipersensibilidade
 Proteína de ovo e gelatina na VASPR
 Latex
 Leveduras presentes na VHB e HPV

Podem ser administradas vacinas alternativas em casos de anafilaxia grave (antes da vacinação perguntar sobre alergias e sobre o histórico de
reações graves. Os casos de anafilaxia surgem pouco tempo após o contacto com o alergénio, sendo mais letais precocemente.

Algumas reações: encefalopatias, convulsões febris, tumefações. As vacinas VHB, MenC, HPV, Pn13 e 23 e MenB não têm reações registadas.

Farmacovigilância

Realizada pelo Sistema Nacional de Farmacovigilância coordenado pelo INFARMED.

O nome e número do lote da vacina deve ser comunicado.

Todos os casos de reações adversas ocorridos em Portugal são enviados para a base de dados europeia de reações adversas - EudraVigilance

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