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Parvovirose Suína

A parvovirose suína tem distribuição mundial e é uma das doenças que mais
acomete os suínos, causando problemas reprodutivos.

O parvovirus tem predileção por tecidos linfoides com alta atividade mitótica nos
adultos, em filhotes possui predileção por tecido embrionário ou fetais em fêmea
prenhe.

Patogenia

 Pertencente à subfamília parvovinae da família parvoviridae


 É um vírus de DNA de fita simples linear de polaridade negativa
 Possui capsídeo
 Não envelopado
 Sua replicação ocorre no núcleo das células infectadas, na fase S da mitose
celular, pois os parvovírus não têm a habilidade de estimular ou iniciar a
síntese de DNA em células em repouso.
 Possui autonomia, não necessitando de coinfecção para completar sua
replicação
 Pode ser encontrado associado ao Circovírus Suíno tipo 2, em animais
acometidos pela Síndrome de Refugagem Multissistêmica dos Suínos
 Seus efeitos citopáticos são leves, como granulação nuclear e citoplasmática,
arredondamento das células levando à lise, efeitos semelhantes aos de
degeneração ou envelhecimento celular

Sinais Clínicos

Os reprodutores machos não apresentam sinais clínicos, mas quando infectados


transmitem para as fêmeas, pela monta natural ou inseminação artificial; o vírus
também pode ser eliminado por via fecal e secreções.

Nas fêmeas o vírus é capaz de infectar embriões em diferentes estágios de


desenvolvimento e os sinais de falhas reprodutivas podem ser variáveis, como:
 Em até 10 dias de gestação pode apresentar sinais como a reabsorção fetal,
retorno da fêmea ao cio, nascimento de leitagadas pequenas
 Entre 10 e 30 dias os sinais podem ser de falsa gestação (fetos reabsorvidos
podem a gestação continua sem os fetos), leitagadas pequenas, leitões
fracos, malformados ou natimortos
 Entre 30 e 65 dias os sinais são de mumificação fetal, leitões fracos,
malformados ou natimortos
 Após 65 a 70 dias os leitões nascem com anticorpos contra o PVS

Diagnóstico

Para o diagnóstico deve ser coletado o soro sanguíneo da fêmea que apresentou os
sinais clínicos e os fetos abortados e natimortos devem ser enviados para o
laboratório. Machos reprodutores também devem ser testados, pois eles disseminam
para as demais fêmeas.

O sangue deve ser coletado em frasco sem anticoagulante, deve-se fazer o uso de
seringas e agulhas individuais para cada animal, mantendo as condições de
assepsia, para evitar perdas ou contaminações.

Os testes diagnósticos indiretos para a detecção de anticorpos incluem as técnicas


de inibição de hemaglutinação, imunoperoxidase, imunofluorescência indireta e
ELISA.

Os testes diagnósticos diretos, que buscam a presença do vírus incluem os


isolamentos virais de PVS em cultivos de células suínas, microscopia eletrônica,
hemaglutinação, hibridação in situ, imunoperoxidase, imunofluorescência, ELISA e
PCR (técnica mais sensível). É importante realizar o exame diferencial para outras
doenças como a peste suína clássica, leptospirose, doença de Aujeszky,
toxoplasmose e brucelose.

Epidemiologia e Controle

A disseminação é rápida e corre pelo contato direto com sêmen, fezes, urina,
secreções, fetos e materiais infectados, podendo acontecer também a infecção
transplacentária.
Para o controle deve-se fazer um levantamento geral das doenças que podem estar
presentes na propriedade, quais fazes estão sendo infectadas e suas
consequências. Deve-se ter uma planilha com todos os dados dos animais, como
peso, idade e falhas reprodutivas para mensurar a condição dos animais. Deve-se
monitorar o rebanho com testes sorológicos, fazer a vacinação, separação dos
animais possivelmente infectados dos saudáveis, analisar as condições de novos
animais antes de serem inseridos ao rebanho, pode ser aplicado um manejo
sanitário na propriedade, com o uso de desinfetantes adequados, além do
acompanhamento veterinário.

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