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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE FÍSICA

Propagação de Calor

DISCIPLINA: Física Experimental 2


ALUNO: Josivaldo dos Santos
PROFESSOR: André Luis Baggio
CURSO: Física Licenciatura

Maceió, 12 de junho de 2022


UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE FÍSICA

Propagação de Calor

Relatório referente ao experimento


"Propagação de Calor", realizado no laboratório de
Física 2, sob a orientação do professor André Luis
Baggio.

Maceió, 12 de junho de 2022

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SUMÁRIO

1. Introdução teórica ...................................................................................................... 3


2. Objetivos ...................................................................................................................... 4
3. Materiais utilizados .................................................................................................... 4
4. Procedimento experimental ....................................................................................... 4
5. Resultados e discussões .............................................................................................. 6
6. Conclusões ................................................................................................................... 7
7. Bibliográfia .................................................................................................................. 7
8. Anexos. ......................................................................................................................... 8

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1. Introdução teórica
Para falarmos em calor será necessário introduzir o conceito de energia térmica que
surge devido ao continuo movimento das moléculas ou átomos que constituem uma
matéria. Em outras palavras a energia térmica tem sua origem na energia cinética das
moléculas ou átomos. A medida dessa energia cinética ou energia térmica e chamada de
temperatura. E comum que um sistema termodinâmico possua alguns corpos ou regiões
em diferentes estados térmicos, ou seja, em diferentes temperaturas (sistema fora do
equilíbrio termodinâmico), neste caso o sistema ira busca o equilíbrio termodinâmico
(mesma temperatura) por processo espontâneo de transferência de energia térmica,
denominado calor.
O calor e denominado como uma transferência de energia entre dois corpos ou duas
regiões distintas de um mesmo corpo. Para sua propagação ocorrer se torna necessário
que os dois corpos ou regiões se encontrem fora do equilíbrio térmico, ou seja, que suas
temperaturas sejam diferentes.
“O sentido do fluxo de calor Φ segue espontaneamente do corpo (ou região) de maior
temperatura para o corpo (ou região) de menor temperatura. ”
Definimos o fluxo de calor como sendo uma quantidade Q que atravessa uma superfície
S por uma unidade de tempo.
𝑄
Φ = ∆𝑡

Onde o Φ e dado em cal/s, kcal/s ou watt (W) que corresponde a Joule por segundo
(J/s). Dessa forma descrevemos o processo de propagação de calor num contexto geral,
contudo se torna necessário discutir as suas variações que dependem da natureza da
fonte de calor e meio material. Essas são classificadas como: condução, convecção e
radiação (ou irradiação).
A condução e um dos fenômenos de propagação de calor em que se torna necessário a
existência de um meio material entre a fonte de calor e o receptor. A natureza do meio
determina se e possível transmitir calor por condução e quanto será eficiente para os
casos que ocorram. É importante enfatizar que não ocorre transferência de matéria pelo
processo de condução. Desta forma, uma molécula mais próxima de uma fonte de calor
vibra com uma intensidade maior do que outra molécula mais afastada, e a primeira
transfere uma porção de sua energia de vibração para a segunda, ou seja, transfere o
calor.
Em regime estacionário, o fluxo de calor por condução em um material homogêneo e
diretamente proporcional à área da secção transversal S e a diferença de temperatura
entre os extremos (corpos ou regiões) e inversamente proporcional a espessura da
camada estudada e.
Essa e a Lei de Fourier, descrita pela equação 2.

𝒌𝑺(𝑻𝟐 −𝑻𝟏 )
𝚽= 𝒆

Onde k e o coeficiente de condutividade térmica e o mesmo depende da natureza do


material, logo ele indica se o material e um bom condutor ou não. No Sistema
Internacional de Unidades (SI) a condutividade térmica e medida em unidades de watt
por metro kelvin [W/ (m.K) ].

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Abaixo temos uma tabela com valores de condutibilidade térmica para alguns materiais.

Tabela 1: Condutividade térmica de materiais a 27 °C.

A convecção se assemelha ao processo de condução, pois também necessita de um meio


material, entretanto a mesma ocorrera apenas em fluidos (gases ou líquidos). Desta
forma existira uma transferência de calor em conjunto com uma transferência de
material. Contudo esse processo de transferência de calor-matéria segue um sentido
único: a porção de fluido que se encontra em maior temperatura se torna menos densa e
acaba subindo no sistema, enquanto que a porção de fluido de menor temperatura
encontra-se mais densa e por sua vez desce. Por fim, no processo de convecção ocorre
uma troca, ou ciclo (sem perda de matéria) entre porções quentes e frias.
A radiação possui um comportamento bem distinto dos outros dois, pois não necessita
de um meio material para ocorrer. A forma mais conhecida do processo de radiação e a
luz, que viaja no vácuo carregando energia, como é o exemplo da luz do Sol que aquece
o planeta. Entretanto a transferência de calor por radiação ocorre através de qualquer
onda eletromagnética.

2. Objetivos

 Reconhecer as 3 formas de propagação de calor bem como caracterizá-las;


 Verificar o sentindo do fluxo térmico;
 Compreender o funcionamento de uma garrafa térmica.

3. Materiais utilizados

Material Quantidade
Suporte Tripé 1
Hastes de sustentação 1
Barras metálicas com furos (latão, cobre e 3
alumínio)
Lamparina a álcool 1
Suporte para lâmpada 1

4
Ventoinha 1
Suporte em “L” para ventoinha 1
Termômetro 2
Corpos de prova (branco e preto) 2
Régua 1

4. Procedimento experimental
Parte 1 - Condução

Ao iniciar montei o experimento de acordo com a figura 1,

Figura 1: Arranjo experimental para o experimento de condução térmica.


Fonte: Roteiro
Onde fixamos os tarugos com parafina de vela, quatro tarugos metálicos na haste
metálica, um em cada furo.
Desse modo, ao acender a lamparina e posicioná-la sob a extremidade livre da
haste, com um cronometro, foram medidos os tempos para que cada tarugo metálico,
fixados com parafina, se desprendessem da haste metálica utilizada no momento.
Dito isso, foram realizados esses procedimentos alternando em 3 tipos de hastes,
são elas: latão, alumínio e cobre. Assim foi observado e analisado a diferença de tempo
de desprendimento de cada uma delas encontrados na tabela1.

Parte 2 – Radiação

Montamos o experimento conforme a figura 2 abaixo;

Figura 2: Arranjo experimental para o experimento de irradiação. Fonte: [1]

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Com a lâmpada desligada, verificamos e anotamos a temperatura inicial dos
corpos de prova branco e preto. Ligamos a lâmpada e anotamos na tabela 2 os valores das
temperaturas indicadas nos termômetros para cada intervalo de tempo.
Em seguida desligamos a lâmpada e observamos o que ocorre com a temperatura
dos corpos de prova e fomos anotando na tabela 3 os valores em cada intervalo de tempo.

Parte 3 - Convecção

Ao iniciar os procedimentos do experimento de convecção, foi posicionada uma


ventoinha sobre a lâmpada usando o suporte em “L” como mostra a figura 2;

Figura 3: Arranjo experimental para o experimento de convecção.


Fonte: Roteiro

Certificando-se que a ventoinha estava nivelada sobre o centro da lâmpada, a lâmpada


foi ligada e observou-se e analisou-se como a ventoinha se comportou com o passar do
experimento.

5. Resultados e discussões

Tabela 1: Tempos de desprendimento para diferentes materiais


Tempo (s)
Haste T1 T2 T3 T4
Cobre 37 104,98 128,67 159,47
Latão 51 134,64 224,73 331,66
Alumínio 37,04 114,81 144,48 242,21

Tabela 2: tempos progressivo para verificação da radiação.


Corpo Tempo
2 min 4 min 6 min 8 min 10 min
Branco 26º 27º 29º 30º 30,5º
Negro 25,5º 27º 29º 31º 32º
Tb = 24 ºc; Tn = 24 ºc
Obs. Tb: temperatura do corpo branco; Tn: temperatura do corpo negro.

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Tabela 3: Tempos regressivo para verificação da radiação.
Corpo Tempo
2 min 4 min 6 min 8 min 10 min
Branco 29º 28,5º 28º 27,5º 27º
Negro 31º 30º 29º 28,5º 28º

Ao analisar não só os dados obtidos como também o experimento, foi possível


observar que, no experimento de condução, foram obtidos valores de tempo,
relativamente diferentes para cada material, onde, ao analisar esses valores, foi
reconhecido que dependendo do material utilizado a velocidade de propagação pode ser
maior, menor ou até mesmo semelhante a de outro material utilizado.
Ainda, comparando o tempo de desprendimento para cada material, foi visto que
entre o cobre, o latão e o alumínio, os tempos de desprendimento do latão e do cobre
são os mais diferem um do outro, visto que o latão foi o material em que tarugos caíram
no maior tempo, já no cobre eles caíram no menor tempo cronometrado. Além disso,
comparando o alumínio com cobre é visível uma diferença mínima entre os dois,
entretanto não são iguais, pelo menos quando calculado o erro percentual entre eles,
substituindo para os valores da tabela na equação:
ER(%) = ER x 100
É viável observar valores acima do que é aceitável.
Além disso, observando a ordem na qual os tarugos caiam foi possível deduzir
que o calor estava se propagando do ponto mais próximo da haste em contato com a
lamparina, ou seja, a parte mais próxima a fonte de calor, ao ponto mais distante da
lamparina (fonte de calor). Isso se deve ao fato de que, como o calor (energia) é
transferido por contato, sabendo que não há transferência de matéria, os elétrons e
átomos da haste vibram intensamente por causa da alta temperatura a que estão
expostos. Essas vibrações, e a energia associada, são transferidas ao longo da haste por
colisões entre os átomos. Dessa forma, uma região de temperatura crescente se propaga
em direção ao final do cabo.
Desse modo, se utilizarmos o mesmo procedimento várias vezes não importando
o material, o calor se propagaria da mesma maneira, sendo improvável do tarugo que
está por último, próximo ao final da haste, caia primeiro, visto que a fonte de calor não
seja deslocada de modo que venha a ficar mais próxima ao último tarugo do que aos
outros.
No experimento de convecção, ao observar como se comportou a ventoinha no
decorrer dele, foi visto que ao esperar uma certa quantidade de tempo com a ventoinha
bem posicionada e a lâmpada ligada, a ventoinha começa a descrever um movimento
giratório que lembra ao movimento de um cata-vento recebendo uma rajada de ar.
Diante disso, é válido lembrar que no processo de convecção ocorre apenas em fluidos e
se propaga de forma semelhante ao processo de condução, no entanto, ao contrário do
processo condução, onde não há transferência de material, no processo de convecção
existirá uma transferência de calor em conjunto com uma transferência de material.
A temperatura da parte do fluido que está em contato com a fonte de calor
aumenta, fazendo o fluido se expandir, ficando menos denso. Como o fluido expandido
é mais leve do que o fluido que o cerca, que está numa temperatura menor, a força de
empuxo o faz subir. Desse modo, a parte do fluido com menor temperatura cai,
enquanto o fluido mais quente sobe, e o processo pode continuar indefinidamente como
um ciclo (sem perda de matéria) entre porções quentes e frias.
Com isso em mente, conhecendo o processo de convecção é concebível analisar
o porquê do comportamento descrito pela ventoinha. Visto que a ventoinha foi

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posicionada corretamente sobre o centro da lâmpada, sabendo que uma lâmpada
funciona emitindo calor ao longo de um certo tempo e sabendo que o ambiente em que
o experimento foi realizado continha ar, que é um fluido, tendo a lâmpada com uma
fonte de calor e o ar como receptor dele, já que ambos estão em contato, é possível
visualizar que com o calor emitido pela lâmpada as moléculas de ar próximas a ela irão
se expandir, tornando-se menos densa, ou seja, mais leves, em consequência disso, a
força de empuxo irá puxá-las para cima, enquanto as moléculas de ar mais frias irão
cair, formando assim uma corrente de ar que passará justamente pela ventoinha a
fazendo exercer o movimento giratório observado.
Com base nas observações, podemos concluir que o aquecimento dos corpos de
prova aquece de modo diferente com sua cor, normalmente podemos perceber que corpos
de cor negra aquecem mais rápido do que os corpos de cor branca. Esse fato é facilmente
observado quando estamos na rua com uma roupa de cor negra em um dia de sol forte,
percebemos que elas aquecem muito rapidamente, diferentemente de quando estamos
com uma roupa de cor branca, ela irá aquecer mais de modo mais lento. Por ouro lado, o
resfriamento se dá de modo equivalente entre as duas cores, de modo a não haver uma
grande variação entre as duas.

6. Conclusões
Tendo em vista os aspectos observados ao longo desse experimento é evidente que foi
possível dentro dos objetivos propostos, no qual através da realização dos procedimentos
vistos anteriormente e discutidos, conseguimos, de fato, verificar e comprovar o que era
esperado para assegurar as condições necessárias para a condução de calor, na forma de
condução, convecção e radiação.

7. Bibliografia

[1] R. Resnick, D. Halliday – Física. Volume 2.


[2] Nussenzveig, Herch Moyses. Curso de Física básica / H. Moyses Nussenveig – 4ª
edição – São Paulo: Edgar Blucher, 2002

8. Anexos.

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