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INTERNACIONAIS
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
A659m
ISBN 978-65-5646-277-6
ISBN Digital 978-65-5646-276-9
1. Internacionalização. - Brasil. II. Centro Universitário Leonar-
do da Vinci.
CDD 658.848
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL........................ 7
CAPÍTULO 2
O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL.......................... 47
CAPÍTULO 3
MARKETING INTERNACIONAL APLICADO.................................. 89
APRESENTAÇÃO
Olá! Seja bem-vindo ao livro do curso de Marketing e Estratégias Internacio-
nais. Diante dos desafios impostos a empresas e profissionais no século XXI, é de
extrema importância termos um entendimento completo da importância da globa-
lização, de mercados internacionais e de como entender e saber aproveitar estas
oportunidades ao redor do mundo.
Assim, este livro didático tem como grande objetivo apresentar a você con-
ceitos e temas relacionados ao atual processo evolutivo das organizações: tor-
nar-se internacional, com alcance e impacto globais; atingir diferentes culturas e
povos, através de produtos e serviços de qualidade.
Você diria que a Amazon funciona da mesma maneira nos Estados Unidos
e no Brasil? E no Brasil e na Argentina, países vizinhos, a empresa apresenta as
mesmas atividades e serviços? Poderia uma rede de fast-food apresentar o mes-
mo cardápio de países majoritariamente católicos em um país majoritariamente
hindu ou islã?
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Antes de aprender estratégias de internacionalização e fatores que podem
levar ao sucesso ou ao fracasso de uma empresa quando ela decide correr o
risco de se tornar um empreendimento mundial, é necessário entender diversos
conceitos relacionados ao tema.
2 INTERNACIONALIZAÇÃO E
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
Antes de versarmos sobre internacionalização em si e como como esse con-
ceito está ligado à estratégia empresarial, precisamos fazer uma breve contextua-
lização. Toda a discussão acadêmica e prática sobre o processo de expandir uma
empresa para além do limite geográfico de seu país começa a se desenvolver a
partir do fenômeno que chamamos de globalização.
Por isso, começaremos este tópico versando sobre globalização, sua defini-
ção, histórico e impacto nas empresas que pensam em se internacionalizar.
2.1 GLOBALIZAÇÃO E
INTERNACIONALIZAÇÃO
Globalização, nas palavras diretas de Al-Rodhan, Nayef e Stoudmann (2006),
trata de um processo de aprofundamento internacional da integração econômica, so-
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
Globalização
trata do cial, cultural e política entre países. O termo ganhou muita força no decor-
desenvolvimento e rer da década de 90 e tornou-se algo intrínseco nas relações internacionais
do aprofundamento em pouco tempo.
da relação entre
países, tanto
em questões Globalização trata do desenvolvimento e do aprofundamento da rela-
econômicas quanto ção entre países, tanto em questões econômicas quanto sociais, culturais
sociais, culturais e e políticas.
políticas.
É o caso, por exemplo, do BRICS, bloco de países emergentes, que conta com
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (ou, em inglês, South Africa, fechando a
sigla BRICS). A existência do bloco permite uma série de acordos entre os países par-
ticipantes em diversas áreas, como ciência e tecnologia; energia; saúde; e promoção
comercial, tema deste material.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Seja por meio dos blocos econômicos ou por acordos internacionais isola-
dos, é fato que, no século XXI, a globalização e o estreitamento dos laços entre
países se tornaram comuns entre nós. As grandes empresas do mundo trabalham
em escala global, em redes altamente complexas de fornecimento, produção e
entrega de produtos e serviços.
Como apresentado por Valverde (2017) em seu livro intitulado Marketing in-
ternacional, atualmente nos encontramos em um cenário comercial em um contí-
nuo processo de integração dos mercados nacionais em direção a um único mer-
cado global. Esse processo influencia de maneira extremamente impactante as
políticas dos países, mas também as políticas e ações empresariais, que devem
se adaptar a esse novo mundo que estamos observando. O autor ainda define
que o avanço da globalização está ligado a uma série de fatores, que estão defi-
nidos na figura a seguir.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
FONTE: O autor
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
De uma maneira geral, o processo descrito por Valverde entende que uma or-
ganização que decide racionalmente internacionalizar seu negócio comprometerá
seus recursos para conseguir esse objetivo à medida que o seu conhecimento so-
bre o mercado-alvo internacional aumenta. Portanto, como veremos mais à frente
neste material, há uma relação íntima entre internacionalização e informação.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Imagine que você possui uma empresa de bonecos de feltro da cultura pop
para crianças de 3 a 8 anos. Sua empresa atua nacionalmente, entregando por
meio de uma empresa de transportes para o Brasil inteiro. Porém, chega no seu
e-mail uma mensagem de um potencial consumidor da Argentina querendo comprar
os seus produtos. Você deixa de vender por não estar ainda internacionalizado?
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Porém, não paramos por aí. Imagine o sucesso que nossa empresa fez na
Argentina, estamos transportando e vendendo produtos de acordo com nossas
metas e objetivos. Desta maneira, podemos pensar em estabelecer pontos de
venda no mercado externo. Desta maneira, buscamos consolidar-nos mais e mais
no mercado. Desta maneira, estamos na quarta fase da internacionalização, de-
nominada filiais no estrangeiro. Nessa etapa, muitos recursos financeiros, hu-
manos e materiais são investidos, aumentando assim o risco de atuação. Porém,
a empresa conta com um maior controle sobre todo o processo de comerciali-
zação de seus produtos no país estrangeiro, conseguindo tomar decisões mais
assertivas com relação a vendas e marketing.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Aqui temos uma relação que deve ocorrer em mão-dupla: a organização re-
cebe incentivos fiscais, traz sua comercialização ou até sua produção para deter-
minado país e assim se compromete a gerar empregos, distribuição de renda e
aumento de comércio, fazendo a economia girar.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
FONTE: O autor
Por fim, o terceiro ponto das definições apresentadas por Harris e Wheeler
(2005) gira em torno de um ponto importante para a internacionalização, princi-
palmente, de pequenas e médias empresas: a importância dos relacionamentos
interpessoais.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Para essa pesquisa, os empresários entrevistados faziam parte das mais di-
versas áreas industriais (móveis, têxtil, mecânica, comunicação, entre outras) e
também faziam negócios com países distintos (países europeus, América Latina,
Estados Unidos, entre outros). Independentemente da origem, destino ou produto,
a resposta foi linear: conhecer pessoas que já estão inseridas no mercado-alvo
estrangeiro auxilia muito o processo de internacionalização.
Vimos que a internacionalização pode ter grande valor estratégico para uma
empresa, seja para procurar mercados mais lucrativos ou até para encarar seus
competidores no “território deles”. Por isso, entender o máximo possível sobre
essa estratégia e os pontos cruciais envolvidos no processo é de suma importân-
cia para gestores e empreendedores.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
3 MARKETING ESTRATÉGICO E
INTERNACIONALIZAÇÃO
A área de marketing mudou muito de papel ao longo da evolução da admi-
nistração de empresas como ciência. Se antes marketing significava apenas um
acessório da área de comunicação, atualmente, ele é tido como uma das áreas de
maior relevância das empresas, sendo responsável por toda comunicação com os
clientes da empresa, sendo eles potenciais ou atuais, em fase de compra ou em
pós-venda.
FONTE: <https://www.dinamicaej.com.br/a-importancia-do-pla-
nejamento-estrategico/>. Acesso em: 21 jun. 2021.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
A ideia aqui é que, uma vez definidas as diretrizes principais pelo marketing
estratégico, o marketing tático defina o papel de cada área no atingimento deste
objetivo e assim comece a transformar objetivos mais gerais em objetivos especí-
ficos, voltados para cada área. Não se preocupe, veremos a seguir um estudo de
caso breve para praticar esses conceitos em prática.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
Uma vez que a missão está dividida em setores, chega o momento da defini-
ção de tarefas, atividades e responsabilidades de cada cargo para o atingimento
dos objetivos propostos. Assim, chegamos ao nível operacional do marketing. Em
poucas palavras, o marketing operacional é o responsável pelas atividades do dia
a dia de uma organização.
FONTE: O autor
Para que esses níveis fiquem mais fáceis de serem entendidos, vamos pas-
sar por um exemplo mais concreto. Imagine que a empresa Havaianas possua
um objetivo estratégico de começar a vender seus produtos em todos os países
da América Latina no prazo de um ano. Esse objetivo nada mais é do que um
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
FONTE: O autor
Dois pontos devem ser ressaltados aqui: o primeiro é que, apesar do nosso
exemplo ter sido feito com apenas três áreas no nível tático e uma ou duas ativi-
dades relacionadas à nível operacional, na prática esse tipo de desenho é muito
maior, envolvendo mais áreas e uma quantidade grande de atividades; o segundo
ponto está descrito no Leo a seguir.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Para Valverde (2017, p. 14), o marketing internacional pode ser definido como
“o conjunto de estratégias e ações de marketing dirigidas especificamente para a
comercialização de bens e serviços em mercados internacionais, aproveitando as
vantagens associadas a crescente globalização dos mercados”.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
Neste nível a empresa também começa a dar grande importância para iden-
tificar e aproveitar diferenças culturais, políticas, físicas, econômicas e sociais de
cada mercado. A fim de traçar as melhores estratégias de marketing para cada
mercado, é necessário o entendimento profundo de cada um deles, demandando
assim pesquisas de mercado.
À medida que a empresa expande suas ações para diversos países e au-
menta o seu nível de conhecimento sobre as diferenças descritas acima, ela co-
meça a perceber similaridades entre diversos países. Essas similaridades podem
ser geográficas, de crenças, de preferências, entre outras. Com esse conheci-
mento, a empresa pode criar regiões de atendimento internacional e assim alcan-
çar o nível chamado regiocêntrico.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Em um mundo cada vez mais globalizado, estamos vendo cada vez mais o
atingimento do nível geocêntrico por várias empresas. É o caso, por exemplo, do
Instagram, rede social mundialmente utilizada para o compartilhamento de fotos e
dos nossos momentos de lazer. O Instagram, empresa do grupo Facebook, pos-
sui uma estratégia única para o mercado global, não se diferenciando especifica-
mente para nenhuma região do planeta. Em qualquer país livre, você pode baixar
o aplicativo no seu celular e terá as mesmas funcionalidades.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
Esse modelo criado por Keegan (1997) nos auxilia a entender melhor o pos-
sível crescimento de uma empresa com relação ao seu nível de internacionaliza-
ção, mas seu principal objetivo é conectar os tipos de estratégias empresariais
com as estratégias de marketing, criando assim, dentro da empresa, a ideia de
marketing internacional.
a) ( ) Nacional.
b) ( ) Etnocêntrica.
c) ( ) Policêntrica.
d) ( ) Regiocêntrica.
e) ( ) Geocêntrica.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Com o objetivo de deixar os pontos estudados até aqui ainda mais claros,
na próxima seção do capítulo descreveremos aplicações práticas dos modelos
apresentados, através da análise de estudos de caso de marketing internacional
e internacionalização.
4 INTERNACIONALIZAÇÃO E
MARKETING INTERNACIONAL:
ESTUDOS DE CASO
Para verificar o efeito da internacionalização nas estratégias de marketing,
observaremos neste subtópico alguns estudos de caso e aplicaremos as teorias
vistas até aqui nos casos das empresas. Começaremos com o caso da Osklen,
empresa brasileira do ramo da moda. Uma análise mais minuciosa do caso pode
ser vista no trabalho de Mansur, Rocha e Pacheco (2011).
• Contextualização
Apenas em 1996, cinco anos após a loja ser aberta, a Osklen decidiu repensar
seu mix de produtos, lançando assim bermudas de surf e outros produtos mais rela-
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
A escolha por Portugal foi feita com base na semelhança entre o público lusitano
e o público brasileiro. Questões culturais e linguísticas foram chave para que os in-
vestidores internacionais acreditassem no sucesso da marca brasileira em Portugal.
FONTE: <https://www.litmos.com/pt-BR/blog/articles/3-reasons-every-
-great-franchise-starts-culture-learning>. Acesso em: 21 jun. 2021.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
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• Contextualização
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
A Tigre atua desde 1941 no Brasil e teve a sua primeira experiência inter-
nacional no Paraguai, no ano de 1977. Nesse mesmo ano, a Tigre obteve sua
primeira subsidiária de vendas e sua primeira planta manufatureira fora do país.
Hoje, a Tigre está em diversos países, como Argentina, Bolívia, Chile, Colôm-
bia, Equador, EUA, Peru e Uruguai, com fabricação local em todos esses países.
No ramo de tubos, conexões e acessórios em PVC, a empresa é uma das maio-
res do mundo.
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Outro ponto levantado pelo trabalho é a barreira cultural nos países destino.
Para um dos gestores da Tigre (entrevistado para o trabalho), a barreira cultu-
ral não se caracteriza como um problema, mas sim como uma oportunidade de
aprender como os negócios funcionam em países diferentes, entender essas dife-
renças e obter sucesso.
Assim, de acordo com o modelo, podemos dizer que a Tigre atua em nível de
filiais no estrangeiro em alguns países e, em outros, nos quais possui fábricas, já se
encontra no nível de centros de produção externos. Novamente, vemos uma empre-
sa com níveis de internacionalização diferentes a depender do país destino exami-
nado. Tal análise mostra que a Tigre está em nível avançado de internacionalização.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
FONTE: <https://www.qs.com/how-are-international-offices-in-latin-america-de-
veloping-their-internationalization-strategies/>. Acesso em: 21 jun. 2021.
A escolha por países mais próximos geograficamente faz sentido quando fa-
lamos do outro tipo de estratégia adotada pela empresa. A Tigre optou por manter
as diretrizes estratégicas de suas novas fábricas e pontos de distribuição cen-
tradas no Brasil. Desta forma, as diretrizes eram passadas de forma mais rápida
para as filiais estrangeiras (vale lembrar que, no caso da expansão para o Para-
guai nos anos 70, por exemplo, não tínhamos internet para comunicação).
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O caso da Tigre ilustra também uma falácia que ocorre quando falamos do
nível de internacionalização de empresas e o tipo de estratégia que ela opta. Ten-
demos a acreditar que quanto maior a empresa, mais perto do nível global ela se
encontra. Porém, como mostra o caso da Tigre, uma grande empresa presente
em diversos países, é possível que empresas gigantes ainda possuam as deci-
sões estratégicas fixas no país de origem.
4.3 HAVAIANAS:
REPOSICIONAMENTO E
INTERNACIONALIZAÇÃO
Outra empresa de origem brasileira com grande impacto internacional é a
Havaianas, que é de vestuário. Sua capacidade de se reformular a partir dos anos
90 é tratada como um grande estudo de caso, inclusive para a nossa área de in-
ternacionalização de empresas, como apresentaremos a seguir.
• Contextualização
Porém, nem sempre a empresa foi esse sucesso. Criada em 1962, ela ven-
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
deu o mesmo modelo de sandálias durante décadas. Com a queda brusca nas
vendas durante os anos 80, os gestores observaram a necessidade de mudança.
Com base em estudos de mercado diversos, em 1996, a empresa começou a co-
mercializar sandálias de cores diferentes, começando pelo modelo Top.
A partir daí, inúmeros tipos, cores, patrocínios, parcerias etc. foram fechados
e a empresa se tornou o que é hoje: a vendedora número 1 de sandálias no Bra-
sil, com lojas por todo o país. Porém, apenas o mercado nacional ficou pequeno
para a ambição das Havaianas.
FONTE: <https://www.adsoftheworld.com/media/print/ha-
vaianas_statue_2>. Acesso em: 21 jun. 2021.
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sucesso no país, a empresa abriu a sua própria subsidiária para se aproximar ainda
mais do mercado e facilitar a relação entre a marca e seu novo público consumidor.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
Esses foram os estudos de caso que separamos para você entender, através
de uma leitura mais prática, os diversos conceitos apresentados neste capítulo.
Faremos, a seguir, uma recapitulação do que estudamos.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O grande objetivo neste capítulo era passar diversos conceitos importantes
sobre internacionalização de empresas e marketing estratégico, além de fechar
o entendimento desses conceitos com estudos de caso de empresas brasileiras
que passaram pelo processo de internacionalização.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING INTERNACIONAL
REFERÊNCIAS
AL-RODHAN, R. F. Definitions of globalization: a comprehensive overview and
a proposed definition. 2006. Disponível em: https://bit.ly/3fUeFL7. Acesso em: 16
jun. 2021.
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C APÍTULO 2
O AMBIENTE ESTRATÉGICO
INTERNACIONAL
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No primeiro capítulo, vimos diversos conceitos e classificações relacionados
à internacionalização de empresas; níveis de internacionalização, motivações
para uma empresa expandir suas atividades para o exterior, entre outros.
2 ESTRATÉGIAS DE
INTERNACIONALIZAÇÃO
Vimos no capítulo anterior que internacionalização trata da expansão das ati-
vidades de uma organização para um mercado novo, fora dos limites geográficos
do seu país de origem. Seja por parceiros comerciais ou pela instalação de suas
próprias lojas e fábricas em solo estrangeiro, uma empresa pode se internaciona-
lizar de diversas maneiras.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
Hymer (1960) defende que haverá um ponto no qual não será possível au-
mentar ainda mais a concentração no mercado interno, fazendo com que poucas
empresas sobrevivam. A partir daí, os lucros obtidos nesta espécie de monopólio
seriam investidos no mercado externo, a fim de gerar um novo processo de con-
centração neste novo mercado.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
cado interno. Assim, sua ação mais eficaz seria investir seus ganhos de capital
em outros mercados.
Apesar de ser uma teoria amplamente usada para explicar escolhas de es-
tratégias de internacionalização, a Teoria do Poder de Mercado possui desvanta-
gens, ainda mais considerando-se o mercado dinâmico do século XXI. Quando
falamos de bens materiais, como automóveis ou sapatos, a teoria se torna mais
forte; porém, quando tentamos aplicá-la a certos tipos de serviços, como redes
sociais, como podemos mensurar ou até dizer que uma delas possui monopólio
de atividades em um país?
Outra crítica que pode ser feita à teoria é baseada nas empresas chamadas
born globals. Elas assumem atividades ao redor do mundo ao mesmo tempo em
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que se estabelecem no seu mercado doméstico. Veremos mais sobre essa estra-
tégia no decorrer deste capítulo, porém esta definição já traz a ideia do porquê
esse tipo de empresa ir contra à teoria proposta por Hymer (1960).
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
atuar. Quanto mais informações se tem, menos riscos se corre e estes custos
(tanto de transação quanto de internalização) diminuem, tornando o processo
mais eficaz.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
O modelo possui dois grandes pilares, que explicam o método gradual de in-
ternacionalização: conhecimento e compromisso. As organizações se expandem
gradualmente a fim de obter conhecimento e experiência suficiente para “dar o
próximo passo”, ou seja, internacionalizar-se para mais e mais países.
Além disso, ela leva em conta também o quanto que ela já investiu e o quan-
to de seus recursos já foi comprometido para essa atividade de expansão, medin-
do o seu nível de comprometimento. Ao passo que a empresa adquire conheci-
mento, a tendência é um aumento de comprometimento, a fim de expandir suas
atividades com mais certeza de sucesso.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
De acordo com Picchiai e Teixeira (2018, p. 30), essa teoria defende que a
internacionalização é uma “decisão liderada por um empreendedor ou por uma
equipe de gestão que possua uma forte capacidade de aprender novos conceitos
e ideias, um alto nível de competência para gerenciar redes complexas, visão glo-
bal e aptidão para se adaptar aos diferentes contextos culturais”.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
Uma rede é definida, de acordo com Picchiai e Teixeira (2018, p. 31), como
a “junção de um grupo de relacionamentos, motivações e formas de internaciona-
lização à mobilização de relações inter e intraorganizacionais”. Assim, as redes
auxiliam no processo de obtenção de conhecimento e de troca de experiências,
facilitando a entrada de uma empresa em um novo mercado.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
2.3 ESTRATÉGIAS DE
INTERNACIONALIZAÇÃO
Abordaremos agora o “como” da internacionalização. Várias são as maneiras
de expandir as atividades de uma empresa para um determinado mercado exte-
rior. Cada uma delas possui vantagens e desvantagens e podem ser analisadas
pelas lentes das abordagens econômica e comportamental. As principais estraté-
gias de internacionalização são: exportação, licenciamento, franchising, con-
trato de produção, joint venture, alianças estratégicas, fusão ou aquisição e
nova subsidiária. Veremos uma a uma a seguir.
Uma vez que a empresa opte por se envolver mais do que por exportações
com o mercado internacional, dois tipos de estratégias surgem: relações contra-
tuais e investimento direto. A primeira envolve associação não patrimonial da
empresa com o mercado, ou seja, não há um investimento de construção ou aqui-
sição direto da empresa; já o investimento direto é caracterizado por aplicações
diretas de recursos financeiros no mercado destino.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
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Contrato no qual uma empresa contrata outra em um outro país para assumir
Contrato de
a produção completa de seus produtos, negociando apenas parte da sua
produção
fabricação.
Acordo entre duas ou mais organizações de diferentes países para produção
Joint Venture em conjunto de bens e serviços, além de partilha de investimentos, riscos e
faturamento.
Acordo entre empresas, com objetivo definido, caracterizado pelo conjunto de
Alianças
esforços e competências advindos de todos os participantes. Envolve ou não
Estratégicas
investimento direto de capital.
FONTE: Zilli et al. (2014, p. 4)
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FONTE: <https://www.valorebrasil.com.br/wp-content/uplo-
ads/2017/08/fusao.png>. Acesso em: 28 jun. 2021.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
Por essa razão, é de suma importância para qualquer empresa que deseja
se internacionalizar entender melhor o mercado no qual pensa em expandir suas
atividades. E, para isso, deve-se entender conceitos relacionados aos consumi-
dores desse mercado. Por isso, gestores e empreendedores devem entender o
conceito de distância cultural.
• Distância cultural
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
empresa brasileira para uma uruguaia? Ela é maior ou menor em relação à distân-
cia para empresas argentinas? E portuguesas? Para executar essa mensuração,
Hofstede (1991) criou o modelo de dimensões culturais.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
• Distância psíquica
Distância psíquica foi um termo cunhado por Beckerman (1956) para explicar
a existência de um fator comportamental relacionado à forma pela qual diversas
empresas em diversos mercados se relacionam no comércio internacional.
Assim, além dos itens citados, fariam diferença significativa também na in-
ternacionalização de empresas questões como percepções de risco, falha e ruído
em informações, barreiras culturais, além, claro, da diferença de idioma. A teoria
foi tão bem recebida no mercado que acabou se tornando uma base do modelo
de Uppsala, descrito anteriormente.
70
Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
FONTE: <http://www.anpg.org.br/wp-content/uploads/2019/04/
americamapa-2-1024x492.jpg>. Acesso em: 28 jun. 2021.
Dessa maneira, esses pontos que a distância psíquica traz para a empresa
auxiliam na tomada de decisão de internacionalização, pois ajudam a mensurar
os riscos que a empresa está correndo ao escolher para qual país estender suas
atividades.
Diversas questões podem ser utilizadas para medir a distância psíquica entre
dois países. Um dos principais trabalhos sobre como efetivamente medir essa dis-
tância foi feito por Dow e Karunaratna (2006), no qual eles criaram um instrumen-
to com diversas questões para averiguar a distância psíquica entre dois países.
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MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
É possível observar nos fatores descritos por Dow e Karunaratna (2006) que
não só questões culturais são levadas em conta quando falamos de distância psí-
quica e esta é a principal diferença entre ela e a distância cultural: a distância psí-
quica leva em consideração também questões econômicas e sociais.
Dow e Karunaratna (2006) usaram esses índices para construir uma forma
de cálculo de distância psíquica e assim tornou-se possível medi-la entre o Brasil
e outros países do mundo. O resultado pode ser observado no quadro a seguir.
Vale ressaltar que apenas países que já receberam investimento de empresas
brasileiras estão presentes no ranking.
No quadro é possível observar que idioma e geografia possuem uma grande re-
levância para a mensuração de distância psíquica, mas não são tudo. Por essa razão,
por exemplo, França e México estão à frente da Colômbia. Dessa maneira, é possível
dizer que a distância psíquica é uma parte relevante dos estudos de internacionaliza-
ção e deve levar em consideração não apenas questões básicas como idioma, mas
também índices mais concretos como PIB, alfabetização e liberdades civis.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
• O McDonald’s na França
O McDonald’s é famoso mundo afora por utilizar figuras da cultura pop para
a confecção de brinquedos, brindes e afins para atrair um público específico. Po-
rém, em 2001, essa estratégia não teve muito sucesso. Neste ano, o filme Asterix
73
MArKETiNG E ESTrATÉGiAS INTErNACioNAiS
FONTE: <https://media.gazetadopovo.com.br/2010/08/asterix-
050840-1.0.63615485-gpLarge.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2021.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
O caso mostra como diferenças culturais podem trazer problemas para pro-
fissionais de marketing e gestores responsáveis por internacionalizações. Enten-
der como é a cultura de um país, mesmo que a cultura pop e seus personagens,
é de suma importância quando uma empresa decide atuar em solo estrangeiro.
Nosso próximo estudo de caso trata de um caso que não causou euforia ou
reclamações coletivas. Foi um caso mais calmo, mas que causou péssimos resul-
tados primários para uma grande marca em um grande país.
• A Pampers no Japão
Este estudo de caso mostra o nível sutil em que diferenças culturais podem
influenciar o sucesso de uma campanha de marketing e, consequentemente, de
um produto em mercado estrangeiro.
Essa cena, para países como os Estados Unidos e o Brasil, possui sentido e
até traz sentimentos afetivos: a cegonha levando a criança para os pais ajudando
assim a começar uma família. Com o sucesso dessa campanha no ocidente, a
empresa acreditou que seria capaz de obter os mesmos resultados no Japão. Po-
rém, o resultado foi totalmente diferente.
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O que a P&G descobriu nas suas pesquisas foi que há uma distância cultural
entre países do ocidente e do oriente, fazendo com que seu produto fosse rejeita-
do no Japão: cegonhas levando bebês não fazem parte da cultura ou do folclore
japonês. Por esse motivo, os consumidores desse país achavam muito estranha a
mensagem passada pela Pampers.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
Novamente, um componente cultural fez com que uma empresa tivesse re-
sultados ruins, tanto em termos de marketing quanto em termos de vendas, em
um mercado estrangeiro. No caso das fraldas Pampers e do McDonald’s, uma
pesquisa de mercado teria resolvido esse imbróglio sem resultados negativos. Em
outras palavras, a busca por informações sobre essas culturas diminuiria a distân-
cia cultural entre a empresa e o seu novo público-alvo.
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sentaremos esses tópicos como forma de trazer a você o que há de mais novo no
estudo de internacionalização e marketing internacional.
4 MARKETING INTERNACIONAL
NO SÉCULO XXI: TEMAS
CONTEMPORÂNEOS
Para um processo de construção e expansão de uma empresa ter sucesso,
é necessário entender de tópicos atuais, contemporâneos que envolvem a vida
desta organização. Quando falamos de internacionalização não é diferente: é ne-
cessário estar atento às mudanças e às inovações que o mundo promove e saber
como utilizá-las para atrair sucesso internacional.
Por isso, neste capítulo apresentaremos dois temas atuais que impactam a
internacionalização e as estratégias de marketing de empresas. Começaremos
versando sobre as empresas born globals: o que são e seus impactos no estudo
da internacionalização.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
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Outro ponto relevante é que as born globals também atendem seus países
de origem de maneira homogênea, não focando em apenas uma região do país.
Tal fato pode ser compreendido pela distância cultural e psíquica: afinal, é melhor
expandir para ambientes nacionais (sem estes tipos de distância) do que para
locais mais “distantes”, em qualquer um dos termos. Assim, essas empresas tam-
bém mostram preocupação relevante com o seu mercado local.
Por fim, tanto a abrangência geográfica quanto o escopo das atividades tam-
bém são fatores chave para entender as born globals. Estes dois pontos trazem
uma relação diretamente proporcional: quanto mais atividades e abrangência,
mais born global é a empresa, ou seja, mais voltada ao mercado externo e mais
relevante ela é como empresa para o mundo.
Como o modelo de Uppsala não foi suficiente para explicar esse tipo de em-
presa, os modelos de empreendedorismo internacional e de perspectiva de redes
foram usados por Mort e Weerawardena (2006) para a criação de um modelo, de-
nominado Comportamento Empreendedor de Born Globals. O modelo mostra
questões importantes para a criação e o sucesso de empresas desse tipo e pode
ser visto na figura a seguir.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
Networking foi outro ponto relevante levantado no modelo, assim como a utiliza-
ção e configuração dos recursos necessários. Empresas que desejam obter sucesso
como born global devem ser capazes de criar redes de sucesso com outras empre-
sas e com seus clientes; além de saber gerir seus recursos de maneira eficaz.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
Imagine-se em uma situação como gestor, em que você deve fazer negócios
com empresas japonesas. Para conhecer gestores e até um pouco mais da cultu-
ra do país asiático, uma das primeiras ações que você tomaria seria procurar em
diversas redes sociais informações sobre o assunto, diminuindo assim sua distân-
cia cultural e psíquica para estes possíveis novos parceiros. Dessa maneira, você
procuraria gestores japoneses no Linkedin; vídeos sobre a cultura japonesa no
Youtube; grupos de empreendedores japoneses no Facebook; entre outros.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
O caso do Liverpool Football Club ilustra a capacidade que as redes sociais pro-
porcionaram a empresas, independentemente do seu tamanho, a tornarem-se conhe-
cidas ao redor do mundo. Junto com a utilização de redes sociais, a aplicação delas
no marketing internacional envolve também a criação e disseminação de conteúdos
personalizados para seus novos mercados, através do marketing de conteúdo.
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5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Novamente, deparamo-nos com diversos temas e conceitos importantes para
o desenvolvimento de gestores e empresas internacionais. Este capítulo trouxe à
tona questões de extrema relevância. Reveremos rapidamente cada uma delas.
Por fim, encerramos o capítulo com dois tópicos atuais sobre internacionali-
zação de empresas. O primeiro foi o surgimento e o crescimento do número de
empresas born global, que já iniciam sua trajetória comercializando e atuando em
diversos países. O segundo foi a utilização e a importância das redes sociais para
a internacionalização, tanto para a criação de redes quanto para o melhor alcance
a potenciais clientes.
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Capítulo 2 O AMBIENTE ESTRATÉGICO INTERNACIONAL
REFERÊNCIAS
ARCANJO, T. S. et al. O marketing de conteúdo em plataforma digital: análises
bibliométrica e textual. Research, Society and Development, v. 9, n. 10, p. 1-29, 2020.
87
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KOGUT, B.; SINGH, H. The effect of national culture on the choice of entry mode.
Journal of International Business Studies, v. 19, n. 3, p. 411-432, 1988.
ROCK CONTENT. Social Media Trends 2019. 2019. Disponível em: https://
materiais.rockcontent.com/social-media-trends. Acesso em: 27 fev. 2021.
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C APÍTULO 3
MARKETING INTERNACIONAL
APLICADO
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste último capítulo da disciplina, versaremos mais especificamente sobre
marketing internacional. Algumas diferenças são extremamente relevantes quando
comparamos os estudos e as aplicações de marketing no mercado local, sem as
chamadas distâncias culturais e psíquicas (vimos esses conceitos no capítulo an-
terior), e os de marketing internacional, no qual diversas variáveis entram em cena.
2 MERCADOS-ALVO, POSICIONAMENTO
E INTERNACIONALIZAÇÃO
“Um dos principais pontos das estratégias de marketing de firmas, em qual-
quer mercado, é o desenvolvimento apropriado do planejamento de posiciona-
mento de seus produtos” (JOHANSSON; THORELLI, 1985, p. 57). Mais de 30
anos depois, a frase dos autores continua sendo verdadeira. Mercados mudaram,
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
cados, com pessoas e grupos muito diferentes um dos outros, seja por questões
sociais, econômicas ou comportamentais. Uma empresa propor um posiciona-
mento para a totalidade do mercado pode significar que ela não entrega valor
relevante para segmento específico algum, o que pode causar seu fracasso.
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FONTE: O autor
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• Produto
Alguns desses pontos são explorados por Lima et al. (2015) quando adap-
tamos o mix ao marketing internacional. Primeiramente, os autores definem que
gestores de empresas que desejam se internacionalizar devem pensar na varie-
dade de produtos que desejam expandir ao mercado estrangeiro. Assim, trazem
três tipos de produtos:
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
Outro ponto relacionado ao produto levantado por Lima et al. (2015) foi a
questão do gerenciamento da marca. De acordo com os autores, a marca repre-
senta a identidade da empresa ou do produto, sendo de grande importância
para o processo de internacionalização. Dessa maneira, assim como o produto,
a empresa deve decidir qual será a sua estratégia de marca no mercado externo:
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Ainda sobre a gestão de marca, Lima et al. (2015) apresentam três pontos
importantes para se trabalhar com marcas globais, que podem ser considerados a
tendência para os próximos anos: o nome da marca deve ser facilmente pronun-
ciável nos países em que a empresa pretende comercializar; o nome e o símbolo
não devem atentar contra preceitos religiosos, políticos e sociais dos países;
e a empresa deve estar atenta para questões legais de registro de marca.
• Preço
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
Para atender tal complexidade, Lima et al. (2015) trazem uma estrutura de
preços para produtos e serviços com três pontos principais: aspectos organiza-
cionais, mercadológicos e regulatórios. Estudaremos cada um deles a seguir.
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A fim de tornar a análise desses diversos temas mais simples, Lima et al.
(2015) sugerem a utilização do modelo de cinco forças, definido por Porter (2005).
O modelo, ilustrado na figura a seguir, defende que toda organização deve identi-
ficar e estudar as cinco forças: concorrentes, novos entrantes, compradores/clien-
tes, fornecedores e produtos substitutos.
Conforme exposto por Lima et al. (2015), analisar as cinco forças de Porter
deve ser um exercício de análise de correlações entre as forças e não esforços
isolados para entender cada uma das forças. Esse exercício proporciona um en-
tendimento mais completo e holístico do novo mercado para onde se deseja inter-
nacionalizar.
Na linha da análise das cinco forças de Porter, Albaum e Duerr (2008) defi-
nem diversas estratégias de precificação no contexto da internacionalização:
Por fim, a precificação deve levar em conta também questões legais e tarifá-
rias de cada país, o que está dentro dos aspectos regulatórios. O processo de
exportação tem custos diferentes a depender de acordos internacionais, barreiras
tarifárias e não tarifárias, normas, leis etc. que cada país possui com o país de ori-
gem. Os aspectos regulatórios podem ser agrupados em quatro grandes grupos
por Lima et al. (2015):
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• Praça ou distribuição
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• Promoção ou comunicação
De acordo com Lima et al. (2015), cada vez mais a comunicação clara e
eficaz entre empresa e consumidores tem gerado competitividade de produtos e
serviços, definindo, eventualmente, o sucesso ou o fracasso de uma empresa. A
comunicação possui três grandes aspectos a serem levados em consideração:
objetivos da campanha de comunicação, aspectos culturais do país-alvo e
impacto da promoção nos demais componentes do mix de marketing.
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
FONTE: <https://medium.datadriveninvestor.com/top-10-must-have-digital-marke-
ting-tools-to-grow-your-business-c1b8c79f7345>. Acesso em: 8 jul. 2021.
Vale lembrar aqui também outras maneiras de comunicação de uma nova or-
ganização que deseja internacionalizar-se: eventos, feiras e congressos inter-
nacionais. Diversas empresas, principalmente da área de tecnologia, utilizam es-
sas feiras como catalizadoras de investimentos e de parceiros estratégicos para
comercializar fora do país.
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Vimos uma aplicação prática dos 4Ps de Kotler e Keller (2019) no marketing
internacional, principalmente pela utilização da obra de Lima et al. (2015). Porém,
é possível fazer outra análise da teoria, com base no trabalho de Paul e Mas
(2020), no qual os autores desenvolveram os 7Ps do marketing internacional. Ver-
saremos sobre eles a seguir.
De acordo com Paul e Mas (2020, p. 5), “identificar os melhores e mais apro-
priados mercados estrangeiros é crucial para o sucesso de uma firma”. Dessa
maneira, torna-se imprescindível que as organizações estudem os mercados-alvo
estrangeiros de maneira cuidadosa, a fim de selecionar o de maior potencial.
Para definir o caminho, Paul e Mas (2020) definiram duas perguntas. A pri-
meira é “quem é a empresa?”, em referência ao tipo de firma, fonte de financia-
mentos, país de origem, entre outras respostas; a segunda é “o que a empresa
está fazendo?”, relacionada ao tipo de entrada no mercado estrangeiro (vimos
diversas estratégias no Capítulo 2). Em suma, o passo do caminho (path) definirá
ao mercado estrangeiro ou país-alvo quem é a empresa e como ela está chegan-
do ao mercado.
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
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De acordo com Paul e Mas (2020, p. 14), “quanto mais preparada as em-
presas estiverem para responder às questões levantadas – quem, o quê, onde,
como e em que velocidade –, maior a chance de que atingirão altos níveis de
performance”. Assim, os autores reforçam a importância do processo descrito no
modelo e também de se planejar antes de executar um processo tão complexo e
custoso como o de internacionalização. A Figura 9 resume as perguntas e o pro-
cesso propostos pelos autores.
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
4 PESQUISA DE MERCADO E
SUA IMPORTÂNCIA PARA A
INTERNACIONALIZAÇÃO
Sir Arthur Conan Doyle, através do seu personagem mais icônico Sherlock
Holmes, escreveu a seguinte frase: “é um erro capital teorizar antes de se obter
dados. De maneira insensível, começa-se a se distorcer fatos para que eles cai-
bam em teorias, ao invés de se adaptar teorias para que se encaixem nos fatos”.
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nais entre países, que podem ocorrer de diversas maneiras: diferenças culturais,
raciais, climáticas, econômicas, religiosas, históricas, linguísticas e demográficas.
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
De acordo com Kumar (2000), a demanda por esse tipo de pesquisa ocorre
quando um gestor de marketing de determinado país precisa saber questões es-
pecíficas de um determinado país, a fim de aplicar as estratégias de marketing do
seu país de origem no novo país-alvo sem grandes mudanças. Como o próprio
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
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Informações trazem maior nível de conhecimento, que por sua vez diminuem
incertezas e riscos. Essa diminuição de riscos torna a tomada de decisão mais certei-
ra, fazendo com que um processo de internacionalização seja o mais eficaz possível.
Esperamos que esta última seção, além de ter trazido um panorama sobre
pesquisas de marketing internacional, você tenha entendido a importância da ges-
tão do conhecimento e da obtenção de informações para a gestão. Ainda mais
quando falamos de internacionalização de empresas, precisamos entender o di-
namismo e a velocidade do mundo globalizado, e, com um arcabouço eficaz de
informações, esse processo pode se tornar menos custoso e mais certeiro.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Fechamos o nosso livro com um capítulo no qual apresentamos diversos
temas importantes sobre internacionalização de empresas. Várias definições,
exemplos e aplicações práticas foram trabalhadas ao longo das últimas páginas
e esperamos que você tenha absorvido todo esse conhecimento de forma clara e
objetiva.
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Capítulo 3 MARKETING INTERNACIONAL APLICADO
Por fim, na última seção, foi exposto um tema muito comentado ao longo
do livro: pesquisas de marketing internacional. Neste capítulo, não focamos em
questões metodológicas de pesquisa de mercado, mas sim nas peculiaridades
da pesquisa de marketing internacional. Desta maneira, utilizamos a obra de Ku-
mar (2000) para tipificar essas pesquisas e assim definir quais tipos são mais
interessantes para serem usados a depender do processo de internacionalização
planejado.
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REFERÊNCIAS
ALBAUM, G. S.; DUERR, E. International marketing and export management.
New Jersey: Pearson Education, 2008.
PAUL, J.; MAS, E. Toward a 7-P framework for international marketing. Journal
of Strategic Marketing, 2020.