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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Modelos Estelares
Astrofísica Estelar
Marcos Amarante Garcia Júnior
30/06/2010

Prof. Dr. Hector Monteiro -ICE


“Há momentos em que a maior sabedoria é parecer não saber nada.”
A Arte da Guerra
Sun Tzu

2
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 5
2.0 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................ 6
2.1 Equação de continuidade de massa ........................................................................................ 6
2.2 Equação de equilíbrio hidrostático ......................................................................................... 8
2.21 Pressão de um gás perfeito ................................................................................................. 10
2.22 A pressão de radiação ......................................................................................................... 15
2.3 Equação do equilíbrio térmico .............................................................................................. 17
2.31 Cadeias de reações nucleares ............................................................................................ 19
2.32 Cadeia próton-próton ......................................................................................................... 19
2.33 Ciclo do carbono ................................................................................................................. 20
2.34 Triplo-Alfa ............................................................................................................................ 20
2.4 Transporte de energia ........................................................................................................... 21
2.41 Transporte convectivo......................................................................................................... 22
2.5 Transporte radiativo .............................................................................................................. 28
2.51 Transição ligado-ligado ....................................................................................................... 29
2.52 Transição Ligado-Livre ......................................................................................................... 30
2.53 Transição livre-livre ............................................................................................................. 30
2.54 Espalhamento...................................................................................................................... 31
2.55 Pontos importantes no processos de transporte de energia.............................................. 32
2.6 A relação massa-luminosidade.............................................................................................. 33
2.7 Condições de contorno ......................................................................................................... 34
3 O PROGRAMA STAT STAR ........................................................................................................ 34
3.1 Mensagens de advertência do Stat Star................................................................................ 37
3.2 Procedimentos na importação de dados .............................................................................. 40
4 ANÁLISE DOS MODELOS GERADOS .......................................................................................... 41
4.1 Verificação das equações da estrutura estelar. .................................................................... 41
4.2 Estudo das variações dos parâmetros dos modelos Star 1 e Star 2 ..................................... 44
4.3 Gerando e estudando mais modelos .................................................................................... 48
4.31 A relação massa-luminosidade para os modelos gerados .................................................. 53
4.32 O raio e a massa de estrelas geradas .................................................................................. 55
4.33 Estudo dos parâmetros em função do raio ............................................ 56

3
4.34 Estudo da porcentagem de luminosidade, temperatura e fração de massa .. 63
4.4 Estudo da influência da metalicidade em algumas característica do meio estelar .............. 64
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 79
APENDICE I .................................................................................................................................. 80
APÊNDICE II ................................................................................................................................. 81
APÊNDICE III ................................................................................................................................ 82
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 84

4
1 INTRODUÇÃO

Segundo Fernandes1 (2001) os processos físicos observados numa estrela


depende de diversas grandezas, tais como a temperatura, densidade, pressão, massa e
luminosidade. Combina-se essas quantidades, através de símbolos, numa equação
matemática. A estas são também acrescentadas outras quantidades como opacidade,
emissividade, composição química e características do gás. Tais equações são
chamadas equações de estrutura e mostram como variam a massa, pressão,
temperatura e luminosidade desde o centro até a superfície.
A resolução destas equações produz um modelo matemático, ou seja, o modelo
estelar. Como ferramenta de cálculo, os computadores são utilizados, pois efetuam
integrações num número enorme de pontos ao longo do raio e com grande rapidez.
Gregório2 (2000) afirma que uma forma de simplificar os cálculos é supor uma
distribuição de gás em uma série de camadas concêntricas denominado “cascas de
cebola”.
Assim, calculam-se para cada camada os processos que podem estar ocorrendo
no seu interior. Considera-se que os parâmetros sejam deduzidos através de um ajuste
dos valores de forma que sejam consistentes nas regiões de limite entre as camadas.
Isso garante que no modelo teórico, a mudança nos valores dos parâmetros ocorra de
uma forma contínua, de uma altura para outra dentro da estrela, buscando uma maior
semelhança com o que ocorre na realidade.
Este trabalho tem como objetivo estudar os modelos estelares gerados através
do programa Stat Star.

1
FERNANDES, F.M.F. Modelos Físicos Matemáticos de estruturas estelares. Dissertação de
Mestrado.Departamento de Matemática Aplicada. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Portugal, dez. 2001.
2
Observatórios Virtuais – Fundamentos de Astronomia – Cap.11 (Gregório-Hetem & Jatenco-Pereira)
Disponível em:< http://www.telescopiosnaescola.pro.br/aga215/cap11.pdf>
Acesso em: 08 maio 2010

5
2.0 REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Maciel3 (1999) a partir de algumas idéias simples, obtém-se


estimativas de algumas das propriedades mais importantes dos interiores estelares.
Geralmente são feitas as hipóteses:
1. Simetria esférica;
2. ausência de rotação;
3. ausência de campos magnéticos;
4. equilíbrio hidrostático.

Admite-se também que as leis da física obtidas através de medidas em


laboratório, são válidas em todo o Universo.
A seguir discutem-se as equações da estrutura estelar adotando-se estas
hipóteses.

2.1 Equação de continuidade de massa

Considere-se a massa que se encontra numa coroa esférica entre r e dr (FIG.1).

FIGURA 1: Massa dM contida em


elemento dr.
Fonte: Ver nota 4.

3
MACIEL, W.J. Introdução à Estrutura e Evolução Estelar.São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 1999.

6
Se dr é uma camada de espessura fina e massa dMr no raio r a partir do centro,
seu volume então será:
(1)
se a densidade é dada por:

(2)

substituindo (1) em (2), vem:

dM r
  4r 2 (3)
dr

Segundo Silva4(20??) a equação (3) mostra como a massa se modifica com o


raio a partir do centro da estrela.
A massa da estrela possui um papel importante na competição entre gravidade
e pressão, pois quanto mais massa a estrela possuir mais pressão será necessária para
compensar a gravidade. A pressão e temperatura serão mais altas nos núcleos e
vizinhanças e a fusão do hidrogênio no núcleo será mais rápida e a estrela será mais
luminosa. Entretanto, estrelas de massas menores terão sua temperatura e pressões
mais baixas no centro e conseqüentemente seu hidrogênio será queimado mais
lentamente(TAB.1).

Massa Estelar Tipo Estelar Tempo de vida SP

200,000 milhões de
0.4 massas solares M
anos
10,000 milhões
1 massa solar G2
anos
500 milhões de
3.3 massas solares A
anos

40 massas solares 05 1 milhão de anos

TABELA 1: Maior massa estelar menor tempo de vida na seqüência principal.


Fonte : Ver nota 4.

4
Silva. Interiores estelares: modelando as estrelas.
Disponível em:< www.astro.iag.usp.br/~janot/aga0293/Silvia_Interiores.ppt>
Acesso em: 10 maio 2010.

7
Fernandes (2001) , afirma que tal equação não exprime como a estrela
compensa a força gravitacional, que sobre ela própria é exercida.

2.2 Equação de equilíbrio hidrostático

De acordo com Silva (20??), as estrelas não mudam rapidamente,


conseqüentemente suas estruturas internas devem ser razoavelmente constantes.
Esse fato se traduz na condição de equilíbrio hidrostático.
O equilíbrio hidrostático significa um balanço entre gravidade e pressão em
cada camada, esfericamente simétrica da estrela. Se a gravidade dominar, a estrela se
contrai, caso contrário ela se expande (FIG.2).

A gravidade
puxa para
dentro.

Pressão do gás
empurra par
fora.

FIGURA 2: Gravidade versus pressão do gás.


Fonte: Arquivo do próprio autor.

Considere-se uma estrela em equilíbrio hidrostático, isto é, um elemento de


volume no interior da estrela estará em equilíbrio sob a ação da pressão e da força da
gravidade (FIG.3).

8
(P +dP)dA
r +dr

gdm

PdA

FIGURA 3: Elemento de volume em equilíbrio.


Fonte: Arquivo do próprio autor.

Seja dm a massa do elemento de volume, dr a sua altura e dA sua área de


secção transversal. Nota-se que da FIG.3 que P é denotado como a pressão exercida
sobre a face inferior do elemento de volume a uma altura r, assim como P + dP é a
pressão exercida na fase superior a uma altura r + dr em relação a face inferior do
elemento. Para que haja equilíbrio hidrostático a diferença das forças aplicadas nas
faces deve ser igual a força da gravidade, então:
PdA – (P + dP)dA = gdm (4)
PdA – PdA – dPdA = gdm (5)
dPdA = - gdm (6)

De acordo com Maciel(1999), substituindo este valor em (6),


vem:

dPdA   gdAdr (7)


mas

9
GM
g (8)
r2

então,

dP GM
 2 (9)
dr r
Fernandes (2001) afirma que a equação (9) em termos matemáticos permite
traduzir um equilíbrio que é fundamental a vida da estrela.
Para Silva(20??), a equação (9) significa que para estrela estar estática a força
gravitacional tem que ser balanceada pela diferença em pressão nos diferentes raios, a
qual é o gradiente de pressão.
Assim, a estrela é suportada pelo gradiente de pressão. À medida que o raio
cresce a pressão decresce de modo que na superfície da estrela ela tende a zero
enquanto que no centro ela é enorme.
De acordo com Maciel (1999), a pressão P na equação de equilíbrio hidrostático
(9) é a pressão total, incluindo a pressão do gás Pg(íons, elétrons etc.) e a pressão de
radiação Pr. Logo:

P = P g + Pr (10)

Estudar-se-á os parâmetros da equação (10).

2.21 Pressão de um gás perfeito

Maciel (1999) afirma que o tratamento do interior estelar é simplificado pela


adoção de hipóteses tais como equilíbrio termodinâmico, gás completamente ionizado
e despreza-se as interações entre partículas ou seja adota-se a hipótese de gases
perfeitos.

10
s

FIGURA 4: Transferência de quantidade de movimento para uma superfície s.


Fonte: Arquivo do próprio autor.

De acordo com Kepler5 (2004), a quantidade de movimento p transferida a


superfície s (FIG.4) , pela reflexão da partícula é:

p  p cos   ( p cos  ) (11)


p  2 p cos  (12)
A pressão do cone em s é dP  2 p cos( ) F ( p, )dpd , onde F ( p, )dpd é o
fluxo de partículas, assim a pressão total será:
 (13)
2
P   2 p cos( ) F ( p, )dpd
0 0

Para Kepler (2004), o fluxo de partículas é o produto da densidade n( , p) de


partículas de momento p movendo-se no cone com ângulo  , vezes o volume V das
partículas que passarão pela unidade de área, na unidade de tempo. Este volume será:
V  v cos( )dtdA , (14)
onde v é a velocidade das partículas. Se dA e dt são unitários, então:

F ( p, )dpd  v cos( )n( , p)ddp (15)

Para um gás isotrópico, temos a relação:

5
OLIVEIRA FILHO, K.S.;Maria de Fátima Oliveira Saraiva. Astronomia e Astrofísica. 2. ed. São Paulo:
Editora Livraria da Física, 2004.

11
n , p ddp 2sen( )d send
  (16)
n( p)dp 4 2

sen
n , p ddp  n( p)ddp (17)
2

Combinando as equações (13), (15) e (17), vem:

(18)

(19)

Separando as integrais duplas, vem:

(20)

substituindo, em (20), tem-se:

(21)
(22)

De (23) em (19), vem:

Segundo Maciel (1999) a partir da equação (24), pode-se obter a equação de


estado de um gás perfeito de elétrons. Para sua integração é necessário conhecer a
relação v que depende de fatores relativísticos e n(p) que depende da estatística
apropriada.

12
De acordo com Kepler (2004), para um gás monoatômico perfeito e não-
degenerado, nem relativístico, a distribuição de momentum é dada pela Lei de
Maxwell:

onde m é a massa da partícula, k a constante de Boltzmann, T a temperatura absoluta


e n a densidade total de partículas.
Substituindo (25) na equação (24), tem-se:

se

então,

considerando o caso não relativístico,

Substituindo (29) e (28) em (26), vem:

13
Reorganizando a equação (31), vem:

Substituindo a equação (27) em (32), tem-se:

Chegou-se, de acordo com Maciel (2009), a uma equação de estado de um gás


monoatômico, não degenerado e não relativístico, eq.(34). A integral da equação pode
ser facilmente resolvida utilizando-se de um software denominado Derive 6 (ver
Apêndice I), ou através da função gama.
Sabe-se que da função gama  :

Aplicando-se as equações (35) e (36) em (34), vem:

De (37) em (34), vem:

14
A equação (38) é a equação de estado de um gás perfeito. Segundo Maciel,

P = nKT = , onde Na é o número de Avogadro, é o peso molecular médio do gás

e é a densidade do gás. Assim o termo Pg da equação (10) será:

Estuda-se agora o termo Pr da equação (10).

2.22 A pressão de radiação

Maciel (1999) afirma que a pressão de radiação pode ser importante em


relação a estrelas com massas muito maiores do que a do Sol. Kepler(2004) diz que tal
pressão é exercida pelos fótons presentes na estrela.
A densidade de energia do campo de radiação integrada em todo espectro,
levando em conta a estatística de Bose-Einstein, é dada por:

Demonstra-se que , através de relações termodinâmicas simples.


Antes, é interessante para o leitor recordar as condições de uma diferencial
exata no Apêndice II.
Combinando a 1ª Lei da Termodinâmica dQ = dE + PdV com a 2ª Lei da
Termodinâmica dQ = TdS, vem:

Entretanto, E = E(V,T) é função apenas das variáveis do sistema, assim:

substituindo (42) em (41), vem:

15
mas , S = S(V,T) é exato, ou seja sua integração não depende do caminho, então:

da equação (V) do Apêndice I em (45), vem:

substituindo (44) em (46):

se U(T) é a densidade de energia no volume V, então E = U(T)V e:

De acordo com Kepler (2004) a pressão de radiação de um gás de fótons é:

substituindo (50) ,(49),(48) em (47), vem:

aplicando a regra do produto ás parciais da equação (52):

16
Segundo Maciel (1999), a equação (64) é a Lei de Stefan-Boltzmann, obtida a
partir das propriedades termodinâmicas do gás de fótons. Nesta equação é a
constante de Boltzmann.
Assim o termo procurado da equação (10) é:

A equação (10) pode ser reescrita:

2.3 Equação do equilíbrio térmico

Fernandes (2001), afirma que a estrela está perdendo energia constantemente


a uma taxa de 3,82 x 1033 erg/s no caso do Sol. Dessa forma terá então que possuir
uma fonte que consiga compensar esta perda.

17
Se a fonte fosse através de reações químicas, a mais eficiente é a combustão de
hidrogênio. Logo o tempo de vida de uma estrela, de acordo com Fernandes(2001),
seria de 1800 anos, sendo portanto insuficiente.
Porém, se o processo de obtenção de energia fosse por contração gravitacional,
ou seja, um corpo caindo em um campo gravitacional transformando sua energia
potencial em cinética que é convertida em energia térmica, o tempo de vida seria de 3
x 107 anos, sendo novamente um processo insuficiente.
Por fim a energia nuclear, no interior estelar as temperaturas são suficientemente
altas para dar inícios os processos de fusão nuclear. Neste a energia liberada chega a
5,36 x 1050 erg, o que é suficiente para uma estrela viver por 4,4 x 1010 anos.
Tal tempo de vida será suficiente para que ocorra a transmutação gradual dos
elementos, reforçando a idéia de estabilidade estelar.
Estuda-se a equação que traduz este equilíbrio.
Faz-se de modo análogo a obtenção da equação (3). Considere-se novamente a
simetria esférica para uma estrela. Sendo o volume da camada esférica, de espessura
muito fina dr, entre r e r + dr (FIG.5) dado por então sua massa é .A
energia liberada por esta coroa é , onde a energia por unidade de massa por
unidade de tempo (emissividade) é representada por . Assim,

A equação (68), é a equação do equilíbrio térmico ou produção de energia, e


segundo Fernandes (2001), permite localizar em que zona do interior da estrela se
processa a produção de energia.

FIGURA 5: Admite-se simetria esférica para obter as equações da estrutura


estelar.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

18
Antes do próximo tópico, comentar-se-á sobre as cadeias de reações nucleares,
visto que é o processo de obtenção de energia de uma estrela.

2.31 Cadeias de reações nucleares

Gregório (2000) afirma que as cadeias de reações nucleares explicam a


transmutação de hidrogênio em hélio e dependem da temperatura do interior estelar. A
chamada cadeia próton-próton domina é predominante nas estrelas de massa menores,
inclusive o sol. Já o ciclo do carbono, predomina em estrelas mais massivas. No caso de
temperaturas mais elevadas e onde o hélio já se formou ocorre o processo do triplo-alfa.

2.32 Cadeia próton-próton

Domina em estrelas de temperatura central menor que 1,5x107K. Dois átomos de


prótio 1 H 1 fundem-se formando um núcleo de deutério 1 H 2 liberando um pósitron e+ e
um neutrino . O pósitron é aniquilado junto a um elétron após colidirem e liberam
energia, enquanto que o neutrino escapa da estrela.
O deutério se funde ao prótio para formar o isótopo de hélio 2 He3 liberando
fótons na forma de energia . Finalmente, os isótopos de hélio se unem para formar o
hélio 2 He 4 e dois prótios (FIG.6). Note que 6 núcleos de H são utilizados, mais só 4
forma He.

FIGURA 6: Cadeia próton-próton.


Fonte: Ver nota 2.

19
2.33 Ciclo do carbono

O núcleo de carbono funde-se a de hidrogênio. Após várias etapas 4 núcleos de


hidrogênio formam um núcleo de hélio e um de carbono, e o processo pode se iniciar
(FIG.7).
Como o processo depende do nitrogênio e do oxigênio o ciclo também é
denominado CNO.

FIGURA 7: Ciclo do carbono.


Fonte: Ver nota 2.

2.34 Triplo-Alfa

O núcleo do átomo de hélio 2 He 4 , em interiores estelares com temperaturas


acima de 108K, também pode participar na formação de carbono. Como 3 núcleos de
hélio geram um núcleo de carbono o processo é denominado triplo-alfa (FIG.8).

FIGURA 8: Triplo alfa.


FONTE: Ver nota 2.

Segundo Silva (20??), a taxa de geração de energia dos processos anteriores


dependem da temperatura segundo as relações a seguir:

20
Note a forte dependência para com a temperatura T no processo triplo-alfa.

2.4 Transporte de energia

Segundo Silva (20??), a energia produzida no núcleo estelar precisa chegar até
a superfície. Porém as condições no interior estelar são muito densas o que faz com
que os fótons colidam freqüentemente, dificultando desta forma sua chegada até a
superfície. Existem 3 modos de transporte de energia:
 radiação: onde a energia é transportada por emissão e re-absorção de fótons.
 condução: energia transmitida através de colisões entre partículas, geralmente
elétrons.
 convecção: energia transportada por movimentos de elementos de massa.

Para Fernandes (2001), a radiação e a convecção são processos semelhantes,


pois ambos envolvem transferência de energia por interação direta, seja por partículas
no caso da condução, seja por fótons no caso da radiação. A energia transportada por
partículas é comparável a transportada por fótons e sua densidade é maior que este
último.
Entretanto, os fótons viajam cerca de 10-2m antes de serem absorvidos ou
espalhados, já a partícula desloca-se cerca de 10-10m. Isto significa que o fóton desloca-
se mais facilmente de um ponto de temperatura mais alta para um ponto de menor
temperatura, resultando de um modo mais eficiente de transporte de energia.
Desta forma, a condução é desprezível em todas as estrelas situadas na
seqüência principal, como o Sol, onde a forma de transporte de energia importante é a
radiação.
O livre caminho médio dos fótons é maior do que a das partículas e isto pode
significar que os primeiros levam algum tempo para atingir a superfície do solar.
Quando um fóton é gerando no núcleo solar ele é absorvido e re-emitido cerca de 1022
vezes antes de escapar pela superfície o que leva um tempo de 3 x 10 7 anos. Assim

21
quando se observa a radiação solar, vê-se o resultado de uma reação nuclear ocorrida
há alguns milhões de anos.
A convecção corresponde a movimentos de massa de regiões mais quentes
para mais frias e vice-versa(FIG.9).

FIGURA 9: Células convectivas da superfície solar.


FONTE: Ver nota 1.

Estabelecido o padrão de circulação a convecção torna-se um processo


eficiente de transporte de energia, visto que regiões em que a temperatura muda-se
rapidamente, a convecção pode ser o principal meio de transporte de energia. Tais
regiões ou camadas são denominadas zonas convectivas.
Discuti-se os processo convectivos e radiativos no meio estelar.

2.41 Transporte convectivo

Silva (20??), afirma que a convecção não tem uma teoria que a explique
completamente e a falta de uma boa teoria é uma dos problemas mais importantes da
estrutura estelar.
Entretanto, alguns resultados podem ser obtidos através da simplificação do
processo de convecção.
Considere-se uma bolha a uma distância r do centro da estrela e que está em
equilíbrio com a vizinhança a uma pressão P e temperatura T. A bolha sobe a uma
distância (FIG.10).

22
FIGURA 10: Modelo para explicar a convecção no meio estelar.
Fonte: Ver nota 1.

O gás é dito estável contra a convecção se a bolha for mais densa que as
vizinhança e ela desce.
Por outro lado, o gás é convectivamente instável se a bolha for menos densa
que o meio circundante a ela, assim ela continuará subir.
De acordo com Fernandes (2001), se a bolha subiu a uma distância ela
expandiu, reduzindo sua pressão e densidade. Tal distância de r + do centro a
pressão e a densidade da bolha podem ou não serem iguais ao do meio, como já foi
discutido anteriormente. Considerando que houve ascensão da bolha e definindo-se
como a variação de densidade e pressão dada no elemento de convecção
respectivamente, e a variação de densidade e pressão respectivamente no
meio circundante a bolha, temos que para a situação de convectividade instável:

A desigualdade (72), satisfeita ou não, depende:

 Da taxa de variação segundo o qual o elemento se expande, permitindo a


diminuição da pressão exercida no elemento.
 Da taxa de variação segundo o qual a densidade do meio circundante a bolha
diminui com a distância ao centro.

23
Compatibiliza-se a desigualdade (72) com as outras equações estudadas da
estrutura estelar, para isso escreve-se a desigualdade em questão em termos de
gradiente de temperatura. Assume-se antes, duas suposições de acordo com
Fernandes (2001):
 Não há trocas de calor com a vizinhança, na subida do elemento de convecção,
ou seja, o processo é adiabático.
 A velocidade de subida do elemento convectivo não é superior a velocidade do
som. Logo, as ondas sonoras tem tempo para dissipar a diferença de pressão
entre vizinhança e elemento convectivo sendo a todo instante

Para Tipler6 (2006), para processos adiabáticos em gases ideais, tem-se a


relação:

Assim, a primeira suposição diz que o elemento convectivo deve obedecer a


equação (73), onde é a razão entre os calores específicos a pressão a volume
constante:

mas,

então,

Pelo teorema binominal, de acordo com Hazzan7(2000),temos que:

6
TIPLER, P.A.; MOSCA, G.Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica. 5 ed. V.1. Editora LTC. Rio de
Janeiro: 2006.
7
HAZZAN, S.Fundamentos de Matemática Elementa: Combinatória, Probabilidader.vol.5. 6. ed. Atual
Editora. São Paulo, 2000.

24
Aplicando-se o teorema (78) em (77) e desconsiderando os termos de ordem inferior,
vem:

substituindo (79) em (77), vem:

Desenvolve-se as mudanças que ocorrem na densidade do meio


circundante a bolha. Considerando-se uma subida infinitesimal , tem-se:

Substituindo (86) e (87) em (72), vem:

Considerando-se que o elemento convectivo mantém a mesma pressão que o


meio circundante a todo instante e que o elemento percorre um trecho infinitesimal,
tem-se:

Reescreve-se a desigualdade (88) com base na conclusão (89):

25
Divide-se (90) por que é negativo, vem:

Fazendo-se a diferenciação logarítmica da equação (39), vem:

Dividi-se a equação (94) por dP:

Substituindo (96) em (94), vem:

26
A equação (100) é a condição para ocorrência de convecção. Isto é, se um gás é
convectivamente instável se o gradiente de temperatura for maior do que o gradiente
adiabático. Carroll (1996) diz que no âmbito da simplificação de um gás ideal
monoatômico a condição (100), torna-se dlnP/dlnT < 2,5.
Fernandes (2001) afirma que se é satisfeita a condição de convecção, então
movimentos de subida e descida ocorrem no gás em larga escala para o transporte de
energia.
A condição (100) é satisfeita para dois modos diferentes. Um quando é
próximo da unidade e outra quando o gradiente de temperatura é muito alto.
Silva (20??) afirma que a convecção ocorrerá no centro de estrelas onde uma
grande quantidade de energia é gerada em um volume relativamente pequeno,
exigindo assim um grande gradiente de temperatura. Tais regiões são chamadas de
núcleos convectivos
Os tipos convectivos são encontrados onde o ciclo CNO ou tripo-alfa ocorre,
visto que estes tipos de reações produzem grandes gradientes de temperatura. Tais
estrelas são encontradas na seqüência principal superior.
Desde que esteja ocorrendo ionização, a convecção também ocorre em
camadas mais externas mais frias das estrelas, já que . Essas estrelas terão, desta
forma, uma camada externa convectiva.
A convecção nas camadas mais externas do Sol é a causa dos grânulos solares
que podem ser observados na superfície. Os grânulos brilhantes representam os
pacotes de gás quente subindo e os grânulos escuros os gases frios descendo (FIG.11).

FIGURA 11: A convecção é responsável pelo aparecimento de


granulações na superfície solar.
FONTE: Ver nota 1.

27
2.5 Transporte radiativo

Segundo Fernandes (2001), em uma estrela em que a energia é transportada


por radiação, ignorando-se os efeitos da condução e convecção, a energia
transportada por radiação por secção de área na unidade de tempo é o fluxo F de
radiação e é expresso em termos de gradiente de temperatura e coeficiente de
condutividade , segundo a equação:

Nesta equação, o sinal negativo indica que o fluxo vai de camadas mais quente para
mais frias.
A corrente de calor é medida pela condutividade de radiação. Geralmente, os
astrônomos usam o inverso da condutividade, denominada opacidade, para medir a
dificuldade da radiação de atravessar um certo material.
Silva (20??) diz que a mudança na intensidade de radiação, ao atravessar um
meio, é proporcional a densidade do gás, à intensidade de radiação e a distância
D percorrida no meio8.
A opacidade , denominado coeficiente de absorção, informa quanta
intensidade é perdida (FIG.12).

I(inicial) I(final)

FIGURA 12: A opacidade do meio dificulta a passagem da radiação


eletromagnética.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

8
O índice em denota comprimento da onda de radiação.

28
Pela (FIG.12), nota-se o porquê do sinal negativo na equação (102). A
opacidade depende do comprimento de onda da radiação.
Fernandes (2001) afirma que a opacidade é dada por:

onde c denota velocidade da luz e “a” é a densidade de radiação.

De (104) em (101), vem:

Sabe-se que o fluxo em função da luminosidade é dado por:

Combinando (105) com (106), vem:

A equação anterior recebe o nome de equação do transporte radiativo.


Segundo Maciel (1999), ela exprime o gradiente de temperatura radiativo.
O fluxo de energia transportado por radiação, só poderá ser determinado se o
coeficiente de absorção for conhecido. Estuda-se dessa forma os processos de
interação da radiação com a matéria.

2.51 Transição ligado-ligado

Para Maciel(1999), este é o principal tipo de interação da radiação com a


matéria, que ocorrem entre dois níveis ligados do mesmo átomo com energias E 2 e E1,
sendo E2 > E1. Assim é produzida uma linha espectral e a energia do fóton envolvido é
igual a diferença entre as energias do níveis em questão. Porém, para altas

29
temperaturas, no caso do interior estelar, o gás está quase que completamente
ionizado, de forma que este processo fica importante em regiões mais frias.

2.52 Transição Ligado-Livre

Segundo Fernandes (2001), tal processo é devido a ejeção de um elétron


causado pela absorção de um fóton para a órbita livre. O fóton converte o elétron
ligado de E1 para E3:
9

Na equação anterior h denota a constante de Planck e a freqüência do


fóton.
O processo ligado-livre é o responsável pela absorção contínua da atmosfera
estelar. No interior estelar este processo é raro, devido a falta de elétrons ligados.

2.53 Transição livre-livre

Neste processo, um elétron livre de energia E3 absorve um fóton de energia E4.

A seguir um fragmento sobre este tipo de transição:

Um elétron livre não pode absorver um fóton porque a conservação de


energia e momentum não podem ser satisfeitas simultaneamente durante o
processo, mas se um íon estiver na vizinhança, o acoplamento
eletromagnético entre o íon e o elétron transfere momentum e energia
entre eles, tornando o processo possível.[...] (OLIVEIRA FILHO, Kepler de
Souza, 2004, p.287).

Este tipo de transição, segundo Fernandes (2001), ocorre tanto no interior


quanto na atmosfera estelar.

9
O índice bf é devido a free-bound, que significa ligado-livre.

30
2.54 Espalhamento

Tal processo não corresponde a uma absorção verdadeira da radiação, pois o


fótons está constantemente redirecionado pelas partículas que constituem o meio
interestelar.
O coeficiente da equação (108), é desta maneira, um valor médio, conhecido
como opacidade média de Rosseland, e de acordo com Maciel (1999), ele é dado por:

nesta equação, denota a função de Planck.

Segundo Maciel (1999), o cálculo da opacidade em função da freqüência é


bastante complicado devido ao grande número de processos de absorção de radiação
no meio estelar.
Pode-se aproximar a opacidade por uma equação do tipo:

nesta equação são parâmetros e depende da composição química da estrela.


Embora a equação (112) não seja muito precisa, ela nos dá uma boa estimativa a
respeito da opacidade.
O GRAF1 a segui, demonstra como a equação (112) adapta-se a cálculos
detalhados da opacidade de uma estrela de densidade 10-1kg/m3.

31
GRÁFICO 1: Logaritmo da opacidade em função da
temperatura.
FONTE: Ver nota 1.

De acordo com Fernandes (2001), a curva “a” mostra que, no caso de


temperaturas baixas a medida que a opacidade decresce a temperatura também
decresce. Assim os elétrons não estão ionizados e estão disponíveis para espalhar ou
realizar a transição de livre-livre. Neste caso, /2 e .
Na região b, nota-se que a opacidade é máxima para temperatura
intermediárias onde processos livre-livre são importantes. e , para
esta região do gráfico.
Já a curva c, a opacidade tende a ficar constante devido as temperaturas
elevadas. Os átomos, nesta região, estão totalmente ionizados e os fótons tem altas
energias. O espalhamento é então dominante e

2.55 Pontos importantes no processos de transporte de energia

Silva (20??) diz que o transporte radiativo acontece sempre que houver
gradiente de temperatura. Entretanto, como foi visto, certas condições são necessárias
para que ocorra a convecção.
32
Nos núcleos estelares, um dos dois meios de transporte irá ser predominante,
mas na superfície podem coexistir.
A convecção envolve o movimento de massa do material constituinte do meio
estelar, produzindo uma região homogênea na composição química. Porém o processo
radiativo não provoca mistura.
A convecção e a radiação dependem da fonte de energia e do gradiente de
temperatura que por sua vez depende da massa (FIG.13) e (FIG.14).

Envelope
radiativo Envelopo
convectivo

Núcleo
Núcleo
radiativo
convectivo

FIGURA 13: Estrelas com mais de 1,2 massas solares. O FIGURA 14: Estrela com menos de 1,2 massas solares.
ciclo do CNO predomina. O processo PP predomina.
Fonte: Ver nota 4. FONTE: Ver nota 4.

2.6 A relação massa-luminosidade

Quanto mais massiva for uma estrela, mais rápido ela queimará seu
combustível, no caso hidrogênio, e mais luminosa ela será.
Kepler(2004) afirma que a luminosidade varia segundo os seguinte intervalos:

Silva (20??) diz que a luminosidade também depende da opacidade e portanto


a relação massa-luminosidade não deve ser uma simples lei de potência.

33
2.7 Condições de contorno

Carroll10 (1996) afirma que a solução das equações da estrutura e as relações


constitutivas, requerem condições de contorno adequadas que especificam limitações
física das equações matemáticas. Tais condições têm o papel de definirem os limites
de integração.
Assume-se então que no centro a massa e a luminosidade tendem a zero.
Outra aproximação útil é admitir que temperatura, densidade e pressão, na
superfície, são desprezíveis se comparadas com as condições do centro da estrela.

3 O PROGRAMA STAT STAR

Segundo Carroll (1996), o Stat Star é projetado para ilustrar claramente,


quando possível muitos dos aspectos mais importantes da astrofísica estelar numérica.
As quatro equações básicas da estrutura estelar são computadas em função de
dPdr, dMdr, dLdr, e dTdr. Estas funções calculam as derivadas (3), (9), (68),(100) e
(108).
A densidade é calculada diretamente através da lei dos gases ideais e a pressão
de radiação pela equação (66), dados os valores locais para pressão, temperatura e
peso molecular médio. O programa também calcula a opacidade e a geração de
energia, bem como a porcentagem de massa na camada.
Escolhe-se os valores para as variáveis pedidas pelo programa (FIG.15). Neste
passo é importante saber que o programa não reconhece vírgula. Então digita-se, por
exemplo, 1.5 e não 1,5.

10
CARROLL, B.W. Modern Astrophysics. Addison-Wesley Publishing Company, INC. Utah, 1996.

34
FIGURA 15: Introdução de dados.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Feito isso, pressione-se enter, e o programa vai mostrar os parâmetros de seu


modelo e perguntar se os valores estão certos. Se positivo, digite “y” de yes , caso
contrário, “n” de no e acerte seu parâmetro segundo as instruções do programa.
Se os parâmetros estiverem corretos, pressione enter e confirme os
parâmetros. A integração sendo bem sucedida, o programa dirá que a mesma foi
completada e não gerará nenhuma mensagem de advertência sobre a integração. O
programa traz, nesta janela, informações sobre as condições de superfície e núcleo
estelares, bem como o número de camadas que terá o modelo gerado e finalmente
perguntará se quer rodar outro modelo. (FIG.16).

35
FIGURA 16: Integração bem sucedida.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

No sistema operacional Windows Vista Starter, o Star Star gera um arquivo .txt,
no bloco de notas, com os dados do modelos gerado, em todas as camadas (FIG.17).
Os dados descrevem os parâmetros da superfície para o centro da estrela.

FIGURA 17: Parâmetros gerados para um modelos em arquivo txt.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

36
É interessante, antes de fazer uma análise nos modelos, checar os dados
gerados pelo programa. Notou-se que o Stat Star gera alguns modelos sem nenhuma
mensagem de advertência, e os mesmos possuíam nas camadas nucleares
luminosidades negativas. Isso significa que estava havendo absorção de energia nestas
camadas, o que é fisicamente errado. Tais modelos foram descartados, e a partir de
seus dados acertou-se a temperatura até a luminosidade das camadas nucleares
atingirem valores positivos.

3.1 Mensagens de advertência do Stat Star

Nem todos os valores inseridos nos parâmetros serão aceitos pelo programa,
devido aos processos de integração do mesmo.
Recomenda-se ao leitor usar tabelas ou livros da literatura e partindo daí, fazer
os ajustes até o programa realizar a integração completa.
O Stat Star gera algumas mensagens de advertência. Uma delas é sobre o limite
de camadas ter sido excedido (FIG.18).

FIGURA 18 : O programa atingiu um limite de linhas. Note a presença de parâmetos


negativos, como o raio e porcentagem de massa, na região central.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

37
No sistema operacional utilizado neste trabalho, o Stat Star gerou dados no
bloco de notas, quer a integração seja completa, quer a integração esteja com
advertência.
No caso da mensagem: “ O máximo número de zonas foi excedido para este
modelo”, o programa gerou uma tabela com cerca de 10001 camadas e comparando a
FIG.19 com a FIG.17, nota-se que há raios negativos no modelo gerado por este tipo de
advertência, logo o modelo deve ser descartado.

FIGURA 19: Modelo de 10001 camadas. Note a presença de raios negativos na primeira coluna.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Outra mensagem gerada pelo programa é sobre a densidade negativa. Tal fato
acontece, pois durante algum momento da integração das equações da estrutura
estelar, há a computação de uma densidade negativa, o que é detectado pelo
programa (FIG.20).
Outro tipo de mensagem que pode ser passada desapercebida, pois é gerada
antes do programa dizer integração completada, é a mensagem de cuidado. O
programa adverte que houve um problema a extrapolação da integração (FIG.21).
Tais modelos devem ser descartados, pois são fisicamente incorretos.

38
FIGURA 20: Densidade negativa.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

FIGURA 21: Problemas na extrapolação na região central.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

39
3.2 Procedimentos na importação de dados

Tendo obtido bons modelos, é necessário um bom programa para fazer a


análise dos gráficos. O Origin 8 foi utilizado neste trabalho para confecção de dados.
Porém deve-se usar o Excel como ponte, do bloco de notas para o Origin. Neste
trabalho foi utilizado o Excel 2007.
Quando copia-se e cola-se os dados do bloco de notas para o Excel, percebe-se
que as variáveis não estão alinhadas (FIG.22).

FIGURA 22: Dados desalinhados no excel.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

Este problema acontece pois o separador decimal da tabela gerada no bloco de


notas é o ponto, e para o Excel o ponto é separador de milhar.
Isso é resolvido selecionando-se, na barra de ferramentas, a opção texto para
colunas, na aba dados(detalhe em vermelho na FIG.23). Em avançado, altera-se o
separador decimal de vírgula para ponto, e o separador de milhar de ponto para
vírgula. Tem-se então os dados ordenados (FIG.23).

40
FIGURA 23: Dados alinhados.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Feito isso, pode-se exportar os dados desejados para o Origin.

4 ANÁLISE DOS MODELOS GERADOS

A princípio geram-se dois modelos, sendo que um deles será para verificação
das equações básicas da estrutura estelar. A seguir compara-se um modelo com o
outro e estuda-se o porquê da variação de seus parâmetros, um em relação ao outro.
Gera-se mais modelos e estuda-se os mesmos.

4.1 Verificação das equações da estrutura estelar.

Gera-se os modelos a seguir:


Teff(K) X Y Z
Star 1 1 0,89 1,04838 5480 0,7 0,292 0,008
Star 2 0,75 0,2 1,09017 3700 0,7 0,292 0,008
TABELA 1: Modelos gerados.
FONTE: Arquivo do próprio autor.
41
Verifica-se se as equações básicas da estrutura estelar são satisfeitas para Star
1. Para isso seleciona-se duas camadas adjacentes dos modelos a uma região onde T =
5 x 106K e usa-se a aproximação para as diferenciais:

calcula-se numericamente as derivadas e usa-se valores médios para quantidades das


duas zonas como por exemplo:

Nas aproximações (114) e (115), os índices inferiores i e i+1 denotam camadas


externa e interna, respectivamente.
No Star 1 temos a região a ser estudada localizadas nas camadas 399 e 400. Os
dados de saída estão no Sistema Internacional de Unidades. Para a equação
(9),utilizando (115) para M, r e vem:

utilizando-se da aproximação (114), vem:

O valor da equação (116) atinge 94,32% do valor da equação (117). A equação


de equilíbrio hidrostático é satisfeita para este modelo.
Para a equação da continuidade (3), repetem-se os mesmos passos realizados
anteriormente, tem-se:

utilizando-se a aproximação (114), tem-se:

42
A equação (119), atinge 94,00% do valor da equação (118). Logo este modelo
satisfaz a equação da continuidade.
Para equação do equilíbrio térmico (68), vem:

utilizando-se da aproximação (114), vem:

A equação (121) atinge o valor de 90,00% do valor da equação (120), assim a


equação do equilíbrio radiativo satisfaz o modelo estudado.
Segundo Maciel (1999) a equação do equilíbrio convectivo adiabático, é dada
por:

Nesta equação, é o expoente adiabático de Chandrasekhar, e considerando


um gás com radiação , então:

substituindo (116) em (123), tem-se:

utilizando-se a aproximação (114), vem:

A equação (124) chega a 97,07% do valor da equação (125). Logo o modelo


satisfaz a equação do equilíbrio convectivo adiabático.

43
As equações básicas da estrutura estelar são satisfeitas para o modelo Star 1.

4.2 Estudo das variações dos parâmetros dos modelos Star 1 e Star 2

Confecciona-se gráficos para o estudo dos modelos em questão.

Star 1
Star 2
14000000

12000000

10000000
Temperatura (K)

8000000

6000000

4000000

2000000

0
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008
Raio (m)

GRÁFICO 2 : A estrela de 1Mo possui maior temperatura ao longo do raio do


que a estrela de massa 0,75Mo.
FONTE: Arqivo do próprio autor.

Através do GRAF.2, é possível verificar que as camadas da estrela 1 tem maior


temperatura que as camadas da estrela 2, e este fato continua ser evidente a medida
que se aproxima do núcleo.
Isto é devido ao fato de a estrela de exigir em sua estrutura uma maior
pressão para sustentar sua massa e de acordo com a equação dos gases ideais (39),
sendo a temperatura diretamente proporcional a pressão, isso gera uma maior
temperatura em relação a estrela de

44
Star 1
2,00E+016
Star 2

1,80E+016

1,60E+016

1,40E+016

1,20E+016
Pressao (N/m )
2

1,00E+016

8,00E+015

6,00E+015

4,00E+015

2,00E+015

0,00E+000
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008
Raio (m)
GRÁFICO 3 : A estrela de 1Mo possui uma maior pressão na região nuclear
do que a estrela de 0,75Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

No GRAF.3 a maior pressão, em direção ao centro, fica evidenciada. A mesma é


exercida pelo gás, contrabalanceando a força da gravidade. Quanto maior a massa da estrela,
maior será a força da gravidade, e portanto, terá de haver uma maior contra-força, que neste
caso será exercida pela pressão do gás.
Nota-se, pela TAB.2, que o programa ajustou o raio da estrela 1 e 2. O raio da primeira
é menor do que o da segunda, pois a força da gravidade nesta é maior o que faz com que a
estrela se comprima.
Segundo o referencial, estrelas de maior massa, queima mais rápido o hidrogênio em
seu núcleo. Compara-se a geração de energia para as duas estrelas em questão. Isto é
ilustrado segundo as relações (113). Nos intervalos de massas estudados aqui, percebe-se que
a luminosidade das duas estrelas em questão é proporcional a quarta potencia da massa.
Como a luminosidade é a perda de energia da estrela para o meio, a estrela de maior massa
terá uma maior produção de energia (GRAF.4).

45
Star 1
0,0025 Star 2

0,0020
Geraçao de energia (W/Kg)

0,0015

0,0010

0,0005

0,0000
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008
Raio (m)
GRÁFICO 4 : A estrela de maior massa tem maior geração de energia na
região nuclear.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Kepler (2004) afirma que a relação entre a luminosidade, tamanho e temperatura de


uma estrela é expressa pela lei de Stefan-Boltzmann: .
Através desta lei, é possível perceber que estrelas mais luminosas serão aquelas que
possuírem uma maior temperatura efetiva(GRAF.5).
Pelo gráficos 5 , percebe-se que a luminosidade é maior na superfície. Considerando a
estrela como constituída por camadas, a luminosidade das camadas mais externas é maior pois
sua área superficial é maior e também as mesmas recebem contribuição luminosa das
camadas inferiores a ela, ou seja, a luminosidade da camada exterior é sua própria
luminosidade mais a luminosidade das camadas inferiores a ela.

46
Star 1
4,00E+026
Star 2

3,50E+026

3,00E+026

2,50E+026
Luminosidade (W)

2,00E+026

1,50E+026

1,00E+026

5,00E+025

0,00E+000
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008
Raio (m)
GRÁFICO 5 : A estrela de 1Mo é mais luminosa do que a estrela de
0,75Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Se a estrela 1 tem uma produção de energia maior do que a estrela 2, isso significa que
a primeira transforma mais rapidamente hidrogênio em hélio, assim a estrela 1 terá um
número maior de átomos de hélio em seu núcleo. Como tal processo é predominante no
núcleo estelar, a região nuclear da estrela 1 é mais densa do que a região nuclear da estrela 2.
Como ilustrado no GRAF.3, a pressão na região nuclear da estrela 1 é maior do que a estrela 2,
isso aproxima as partículas do gás estelar e um maior número das mesmas é encontrado em
um elemento de volume (GRAF.6).

Star 1
100000
Star 2

90000

80000

70000
Densidade (Kg/m )

60000
3

50000

40000

30000

20000

10000

0
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008
Raio (m)

GRÁFICO 6 : A região nuclear da estrela de 1Mo é mais densa do que a região


nuclear da estrela de 0,75Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.
47
4.3 Gerando e estudando mais modelos

Estudar-se-á modelos de estrelas da seqüência principal para amostrar a faixa de 0.5 a


10 massas solares, com as características:

Teff(K) X Y Z
Star 1 0,5 0,023 0,95673 2300 0,7 0,292 0,008
Star 2 1 0,89 1,04838 5480 0,7 0,292 0,008
Star 3 2 22 1,31747 10900 0,7 0,292 0,008
Star 4 4 341 1,98494 17620 0,7 0,292 0,008
Star 5 6 1375,34998 2,54549 22050 0,7 0,292 0,008
tar 6 8 3421,51978 3,04638 25313,6 0,7 0,292 0,008
Star 7 10 6641,59961 3,50319 27863 0,7 0,292 0,008
TABELA 3: Amostragem de modelos de 0,5 a 10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Estuda-se a extensão da zona convectiva para estes modelos. Para isso plota-se e
discute os respectivos gráficos.

9,6 0,5Mo

7,2
dlnP/dlnT

4,8

2,4

0,0
0,00E+000 2,00E+008 4,00E+008 6,00E+008
Raio m
GRÁFICO 7 : Uma estrela de 0,5Mo possui um núcleo radiativo.As
regiões convectivas estão situadas em poucas camadas superiores.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

48
1Mo
9,6

7,2
dlnP/dlnT

4,8

2,4

0,0
0,00E+000 2,00E+008 4,00E+008 6,00E+008 8,00E+008
Raio (m)
GRÁFICO 8: Uma estrela de 1Mo continua a possuir um núcleo
radiativo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

9,6 2Mo

7,2
dlnP/dlnT

4,8

2,4

0,0
0,00E+000 2,00E+008 4,00E+008 6,00E+008 8,00E+008 1,00E+009
Raio (Km)

GRÁFICO 9: A estrela de 2Mo, já apresenta uma região


convectiva em seu núcleo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

49
4Mo
9,6

7,2
dlnP/dlnT

4,8

2,4

0,0
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008 9,00E+008 1,20E+009 1,50E+009
Raio (m)

GRÁFICO 10: O aumento da massa aumenta a extensão da zona


convectiva. A estrela de 4Mo tem uma maior zona convectiva do que
a estrela de 2Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

6Mo
9,6

7,2
dlnP/dlnT

4,8

2,4

0,0
0,00E+000 3,50E+008 7,00E+008 1,05E+009 1,40E+009 1,75E+009
Raio (m)

GRÁFICO 11: Extensão da zona convectiva de uma estrela de 6Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

50
8Mo
9,6

7,2
dlnP/dlnT

4,8

2,4

0,0
0,00E+000 4,00E+008 8,00E+008 1,20E+009 1,60E+009 2,00E+009 2,40E+009
Raio (m)

GRÁFICO 12: Extensão da zona convectiva de uma estrela de 8Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

10Mo
9,6

7,2
dlnP/dlnT

4,8

2,4

0,0
0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009 2,50E+009
Raio (m)
GRÁFICO 13: Nesta amostragem a estrela de 10Mo possui maior extensão
de zona convectiva.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Tomando a condição (100) e assumindo a hipótese de gás ideal monoatômico, temos


que , então (101) fica:

51
Note que, pelos gráficos de 7 a 13, a condição (126) é satisfeita a medida que a
massa aumenta. Nos gráficos 7 e 8, a região de convecção está localizada na superfície da
estrela, enquanto que nos gráficos de 9 a 13 está localizada na parte central, e tal região cresce
com a massa.
Segundo Maciel (1999), nas camadas mais externas das estrelas, os efeitos da
opacidade são importantes, o que causa a existência de zonas de convecção, exceto para
estrelas muito quentes e massivas, em que o H já está ionizado, mesmo em camadas mais
externas (GRAF.14). Nos modelos gerados neste trabalho verificou-se, através dos arquivos txt
gerados, que as camadas superficiais das estrelas menos massivas são convectivas.

6
Média das opacidades das camadas (m /kg)
2

0 2 4 6 8 10
Massas solares

GRÁFICO 14: A opacidade cai com o aumento da massa, pois estrelas mais massivas
irão possuir uma maior temperatura e menor opacidade.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Kepler (2006), afirma para temperaturas menores do que 10 000K, o hidrogênio está
neutro na atmosfera estelar, logo há uma zona de ionização parcial do H em camadas mais
profundas, onde a opacidade é alta , dificultando o transporte radiativo de energia.
Desenvolve-se nesta região, uma camada de convecção superficial (FIG.13). Para estrelas mais
quentes isso não ocorre (FIG.14).
Para ocorrer o ciclo CNO, maiores barreira coulombianas devem ser vencidas, o que
requer uma maior temperatura. Na seqüência principal, estrelas com maiores temperaturas
têm maiores massas.
Neste processo de geração de energia há uma forte dependência com a temperatura,
segundo a relação (70), de modo que a produção de energia é realizada nas regiões mais
centrais da estrela. Assim um grande fluxo de energia deve ser levado para as zonas
adjacentes, e o transporte radiativo torna-se insuficiente, portanto o núcleo de estrelas mais
quentes e massivas é convectivo. A extensão da zona convectiva depende da massa e da
temperatura, sendo que quanto maior estes dois últimos maior será o primeiro
(GRAF.9,10,11,12,13).

52
4.31 A relação massa-luminosidade para os modelos gerados

Plota-se gráficos para os intervalos de massa de 1 a 2 massas solares e de 4 a 10


massas solares, segundo os modelos da TAB.3
Para isso encontramos o coeficiente angular do gráfico
e comparamos com os intervalos da literatura, as
desigualdades (113).
Para o intervalo de massas de 1 a 2 , temos o gráfico a seguir:

Invervalo 1M0a 2Mo


1,4

1,2

1,0

0,8
Log10(L*/Lo)

0,6

0,4

0,2

0,0

-0,2
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
Log10(M*/M0)
GRÁFICO 15 : Artifício para extração massa-luminosidade para estrelas de 1 a
2Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

O coeficiente angular do GRAF.15 é aproximadamente 4 assim, sendo coerente com a


relação (113), para o intervalo de 0,5 a 3 massas solares.
Para o intervalo até , temos o GRA.16.

53
4,0
Intervalo 4Mo a 10Mo

3,8

3,6

3,4
log10(L*/Lo)

3,2

3,0

2,8

2,6

2,4
0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Log10(M*/Mo)

GRÁFICO 16 : Artifício para extração da relação massa-luminosidade do


intervalo de 4 a 10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

O coeficiente angular deste gráfico é aproximadamente 3. Comparando com as


desigualdades (113), verifica-se mais uma vez que este valor é condizente com os valores da
literatura.
Maciel (1999), afirma que um ajuste simples para M > 0,2 é dado por:

Plota-se todos os modelos da TAB.3 em um gráfico


, a seguir faz-se o ajuste e obtêm-se a equação de reta
(GRAF.17).
Equation y = a + b*
Adj. R-Squar 0,99299
Value Standard Erro
4,0
B Intercept 0,0793 0,10036
3,5 B Slope 3,8622 0,14501

3,0

2,5
log(L*/Lo)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0

-0,5
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
log(M*/Mo)

GRÁFICO 17: Relação geral para massa-luminosidade para os modelos


gerados.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

54
O Origin 8 gerou a seguinte equação:

Os coeficientes angulares e lineares da aproximação e da equação (126) e (127), são


próximos. Mais uma vez os modelos batem com as relações da literatura.

4.32 O raio e a massa de estrelas geradas

Para Maciel (1999), relações empíricas entre a massa e o raio das estrelas, da forma
, com , são também conhecidas para diferentes intervalos de massa. Para
seqüência principal de idade zero, tem-se:

Para o intervalo da TAB.3 de 0,5 a 1 massa solar plota-se o gráfico


, a seguir verifica-se seus coeficientes angular e linear.

Equation y = a + b*x
Adj. R-Square --
Value Standard Error
0,02 B Intercept 0,02052 --
B Slope 0,13198 --

0,01
log(R*/Ro)

0,00

-0,01

-0,02

-0,35 -0,30 -0,25 -0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00


log(M*/Mo)

GRÁFICO 18 : Relação massa-raio para estrelas de 0,5 a 1Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

55
Pelo gráfico percebe-se que a sua inclinação desviou do coeficiente angular previsto
pela relação (129), porém o GRAF.18, apresenta um mesmo coeficiente linear previsto por
(129). O desvio angular, se deve ao fato de apenas dois pontos estarem envolvidos na
confecção do GRAF.18.
Estuda-se a relação do raio com a massa para o intervalo de 2 a 10 massas solares da
TAB.3 e constrói o seu GRAF.19.
Pelo gráfico gerado, nota-se que a inclinação é próxima ao coeficiente angular da
relação (130), sendo coerente com as previsões da literatura.

Equation y = a + b*x
Adj. R-Square 0,99976
Value Standard Error
0,6
B Intercept -0,06528 0,00355
B Slope 0,60761 0,00468

0,5

0,4
log(R*/Ro)

0,3

0,2

0,1

0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
log(M*/Mo)

GRÁFICO 19 – Relação massa-raio para estrelas de 2Mo a 10Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

4.33 Estudo dos parâmetros em função do raio

Estuda-se as estrelas da TAB.3 através do comportamento das respectivas massas,


pressões, temperaturas e luminosidades em função de seus raios em questão.
Estuda-se as massas em função dos raios para a amostragem feita na TAB.3 .
Pelos gráficos 20,21,22 e 23 percebe-se que a massa de uma estrela aumenta com o
raio. Note que a condição de contorno é satisfeita, pois em r = 0 tem-se Mr=0.
O núcleo estelar tem alta pressão devido ao fato do mesmo está submetido a pressão
da força da gravidade de todas as camadas estelares sobre ele.
Na seção 4.32, verificou-se que o raio é diretamente proporcional a potência da massa.
Assim os gráficos a seguir, também mostram que estrelas mais massivas possuem um maior
raio.

56
Segundo Silva11 (20??), no que diz respeito a faixa de luminosidade e temperatura
estelar, a massa é um parâmetro unificador, pois estrelas mais brilhantes e quentes têm altas
massa, e estrelas fracas e frias baixas massas.

2,00E+030

1,80E+030

1,60E+030

1,40E+030
Massa no interior (kg)

1,20E+030

1,00E+030

8,00E+029

6,00E+029 0,5Mo
4,00E+029 1Mo
2,00E+029

0,00E+000

0,00E+000 2,00E+008 4,00E+008 6,00E+008 8,00E+008


Raio (Km)

GRÁFICO 20: Distribuição de massa ao longo do raio para estrelas de


0,5 e 1Mo.
FONTE : Arquivo do próprio autor.

8,00E+030

7,00E+030

6,00E+030
Massa no interior(kg)

5,00E+030

4,00E+030

3,00E+030

2,00E+030 2Mo
1,00E+030 4Mo
0,00E+000

0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009


Raio (Km)
GRÁFICO 21: Distribuição de massa ao longo do raio para estrelas de 2 e 4Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

11
SILVA. Binárias.
Disponível em:< www.astro.iag.usp.br/~janot/aga0293/BinariasSilvia.ppt>
Acesso em : 12 maio 2010

57
1,80E+031

1,60E+031

1,40E+031

1,20E+031
Massa no interior (kg)

1,00E+031

8,00E+030

6,00E+030 6Mo
4,00E+030 8Mo
2,00E+030

0,00E+000

0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009 2,50E+009


Raio (Km)

GRÁFICO 22: Distribuição de massa ao longo do raio para estrelas de massa


6 e 8Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

2,00E+031

1,80E+031

1,60E+031

1,40E+031
Massa no interior (kg)

1,20E+031

1,00E+031

8,00E+030

6,00E+030

4,00E+030 8Mo
2,00E+030
10Mo
0,00E+000

-2,00E+030
0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009 2,50E+009 3,00E+009
Raio (Km)

GRÁFICO 23: Distribuição de massa ao longo do raio para estrelas de 8 e


10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Estuda-se a variação de temperatura ao longo do raio (GRAF.24).

58
0,5M0
40000000
1M0
35000000 2M0
4M0
30000000
6M0
25000000
8M0
Temperatura (K)

20000000 10M0

15000000

10000000

5000000

0
0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009 2,50E+009
Raio (cm)
GRÁFICO 24: Temperatura ao longo do raio para estrelas de 0,5 a 10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

De acordo com o GRAF.24, as regiões de maior temperatura são as regiões centrais


devido a alta pressão nestas regiões. A temperatura deve ser alta no centro para que a pressão
do gás sustente as camadas superiores da estrela. As estrelas mais massivas queimam mais
rápido seu combustível e tem uma duração menor do que as estrelas de menos massa. A
medida que avança para regiões mais exteriores ao núcleo a pressão cai e conseqüentemente
a temperatura também cai, segundo a equação de estado dos gases ideais (eq.38).
Para as luminosidades da amostragem da TAB.3 temos os seguintes gráficos:

0,5M0
4,00E+026 1M0

3,50E+026

3,00E+026

2,50E+026
Luminosidade(w)

2,00E+026

1,50E+026

1,00E+026

5,00E+025

0,00E+000

-5,00E+025
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008

Raio(Km)
GRÁFICO 25 – Luminosidade em função do raio para estrelas de 0,5 e
1Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

59
2M0
1,50E+029 4M0

1,20E+029

9,00E+028
Luminosidade(w)

6,00E+028

3,00E+028

0,00E+000

0,00E+000 6,00E+008 1,20E+009


Raio(km)
GRÁFICO 26: Comportamento da luminosidade em função do raio para
estrelas de 2 e 4Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

6M0
1,50E+030 8M0
1,40E+030
1,30E+030
1,20E+030
1,10E+030
1,00E+030
Luminosidade(w)

9,00E+029
8,00E+029
7,00E+029
6,00E+029
5,00E+029
4,00E+029
3,00E+029
2,00E+029
1,00E+029
0,00E+000

0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009


Raio(km)

GRÁFICO 27: Luminosidade em função do raio para estrelas de 6 e 8Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

60
8M0
3,00E+030 10M0
2,80E+030
2,60E+030
2,40E+030
2,20E+030
2,00E+030
Luminosidade(w)

1,80E+030
1,60E+030
1,40E+030
1,20E+030
1,00E+030
8,00E+029
6,00E+029
4,00E+029
2,00E+029
0,00E+000

0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009 2,50E+009


Raio(km)
GRÁFICO 28: Luminosidade em função do raio para estrelas de 8 e
10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Os gráficos de 25 a 28 mostram que as estrelas mais massivas são as mais luminosas.


De acordo com a lei de Stefan-Boltzamm a luminosidade de uma estrela é proporcional a
quarta potência de sua temperatura. Isto pode ser ilustrado comparando-se o gráfico 24 com
os gráficos de 25 a 28. No GRAF.24 a medida que a massa vai decrescendo, a temperatura
também vai caindo o que acarreta a queda nas luminosidades das respectivas estrelas nos
gráficos de 25 a 28.
Novamente verifica-se que a luminosidade vai aumentando com o raio, pois o brilho
de camadas mais externas é o resultado não só do brilho desta camada, mais da soma das
camadas abaixo dela. A área superficial das camadas externas também são maiores do que das
camadas internas o que contribui para o aumento da luminosidade das primeiras.
Note que pelos gráficos de 25 a 27, a condição de contorno para luminosidade é
satisfeita, ou seja, para r = 0 tem-se
Estuda-se o comportamento da pressão em função do raio para a amostragem das
estrelas da TAB.3.

61
0,5M0
2,00E+016 1M0
2M0
4M0
1,50E+016 6M0
8M0
10M0
Pressao (N/m )
2

1,00E+016

5,00E+015

0,00E+000
0,00E+000 1,00E+009 2,00E+009
Raio(km)
Gráfico 29: Pressão em função do raio para estrelas de 0,5 a 10Mo.O
ciclo CNO causa queda na pressão central de estrelas de massas de 4 a
10Mo
FONTE: Arquivo do próprio autor.

De uma maneira geral, fica evidenciado através do GRAF.29, que a pressão cai com
o raio. Isso porque a medida que avança-se para o núcleo mais camadas ficam para trás e uma
maior pressão do gás é requerida para contrabalancear a força da gravidade.
A estrela de 2 massas solares apresenta um maior pressão. Segundo Carroll(1996),
quando o hidrogênio é convertido em hélio pela cadeia pp ou ciclo CNO, o peso molecular
médio do gás aumenta. Se nem a temperatura ou a densidade do gás modificam, a equação do
gás ideal prediz que a pressão central necessariamente diminui12. Desta forma a estrela não
atingiria o equilíbrio hidrostático e começaria a colapsar. Essa queda tem o efeito de elevar
ambos a temperatura e a densidade para compensar o aumento do peso molecular médio.
Além disso, certas camadas da estrela de 2 massas solares têm temperatura favorável ao
começo da ionização do hidrogênio, o que aumenta a opacidade e com isso aprisiona a energia
que por sua vez ajuda no aumento da temperatura.
O GRAF.30 ilustra o comportamento da densidade em função da massa do modelo.

12
Ver o primeiro termo do segundo membro da equação (66).

62
12

Média da densidade das camadas(kg/m )


3
11

10

3
0 2 4 6 8 10
Massas solares
GRÁFICO 30 : A densidade média das camadas atinge pico para a
estrela de 2Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Pelo gráfico anterior, nota-se que a compensação da densidade é maior para a estrela
de 2 massas solares. Para as estrelas de massas superiores a esta a temperatura compensa a
queda de pressão conforme o GRAF.24.

4.34 Estudo da porcentagem de luminosidade, temperatura e fração de


massa

Faz-se uma tabela para demonstrar a porcentagem de luminosidade, temperatura e a


fração de massa para as estrelas da TAB.3.

Massa do modelo Temperatura(k) a ~50% da


luminosidade da superfície
0,5Mo 7,17.106 0,0699
1Mo 1,22.107 0,0814
2Mo 2,06.107 0,0224
4Mo 2,52.107 0,0253
6Mo 2,77.107 0,0248
8Mo 2,97.107 0,0227
10Mo 3,13.107 0,0196
TABELA 4 : Temperatura e fração de massa a 50% de luminosidade da superfície.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

63
Massa do modelo Temperatura(k) a ~99% da
luminosidade da superfície
0,5Mo 3,10.106 0,753
1Mo 3,63.106 0,908
2Mo 8,68.106 0,706
4Mo 1,4.107 0,501
6Mo 1,15.107 0,718
8Mo 1,82.107 0,411
10Mo 1,39.107 0,663
TABELA 5: Temperatura e fração de massa a ~99% de luminosidade da superfície.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Segundo Maciel (1999), a temperatura necessária para iniciar os processos nucleares


de produção de energia é k . Pela TAB.4 segundo as frações de massa, verifica-se
que a região estudada é mais interna do que a TAB.5 e verifica-se que a ordem de grandeza da
temperatura na região de 50% de luminosidade da superfície está dentro do intervalo de
ignição das reações nucleares de acordo com a literatura.
Como as regiões da TAB.4 são mais internas do que a da TAB.5, o que fica evidenciado
pelas menores frações de massa e menor luminosidade, as regiões da primeira tabela têm
maiores temperaturas do que a segunda.

4.4 Estudo da influência da metalicidade em algumas característica do meio


estelar

Gera-se duas amostragens de 0,5 a 10 massas solares, sendo que os modelos da TAB.6
têm metalicidade Z = 0,008 e os modelos da TAB.7 têm Z = 0,01. Os respectivos modelos
apresentam poucas camadas finais com luminosidades negativas, isso significa que estas
camadas estão absorvendo energia ao invés de emitirem. Entretanto devido ao
comportamento dos seus parâmetros serem análogos aos estudados nos gráficos anteriores,
estudar-se tais modelos mesmo assim, desconsiderando suas camadas com parâmetros
negativos.

X Y Z
0,5 0,02150 0,96658 2250 0,7 0,292 0,008
1 0,86071 1,06175 5400 0,7 0,292 0,008
2 16,78 2,03158 8203 0,7 0,292 0,008
4 341,09998 1,92275 17904 0,7 0,292 0,008
6 1375,34998 2,51121 22200 0,7 0,292 0,008
8 3421,51978 2,97544 25613,6 0,7 0,292 0,008
10 6641,5991 340459 28263,6 0,7 0,292 0,008
TABELA 6: Modelos com metalicidade 0,008.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

64
X Y Z
0,5 0,04 1,3184 2250 0,7 0,29 0,01
1 1 1,14445 5400 0,7 0,29 0,01
2 16,78 1,98437 8300 0,7 0,29 0,01
4 341,09998 1,92275 17904 0,7 0,29 0,01
6 1375,34998 2,51121 22200 0,7 0,29 0,01
8 3421,51978 2,97544 25613,6 0,7 0,29 0,01
10 6641,59961 3,40459 28263,6 0,7 0,29 0,01
TABELA 7: Modelos com metalicidade 0,01.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Confecciona-se gráficos de temperatura contra o raio para ilustrar as TAB. 6 e 7.


Através das mesmas tabelas, verifica-se que não foi preciso ajustar os parâmetros para as
estrelas de 4 a 10 massas solares, desse modo utilizando-se de um zoom na região nuclear das
mesmas, explica-se as alterações geradas pela metalicidade das estrelas. Os gráficos de 31 a
33, mostram que para uma maior fração de elementos pesados maior será a temperatura
central, pois uma estrela com maior metalicidade será mais opaca à transferência de energia
para as camadas mais externas ao núcleo, dificultando assim o fluxo de energia para camadas
mais acima do núcleo. Desta forma estrelas com maior metalicidade terão uma maior
temperatura.

Z = 0,008
10000000
Z = 0,01

8000000
Temperatura (K)

6000000

4000000

2000000

0
0,00E+000 2,00E+008 4,00E+008 6,00E+008 8,00E+008 1,00E+009
Raio (m)
GRÁFICO 31 – Temperatura para estrelas de 0,5Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

65
15000000 Z = 0,008
Z = 0,01

12500000

10000000
Temperatura (K)

7500000

5000000

2500000

0
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008 9,00E+008
Raio (m)

GRÁFICO 32 :Temperatura para estrelas de 1Mo


FONTE: Arquivo do próprio autor.

22500000
Z = 0,008
20000000 Z = 0,01

17500000

15000000
Temperatura (K)

12500000

10000000

7500000

5000000

2500000

0
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008 9,00E+008 1,20E+009 1,50E+009
Raio (m)
GRÁFICO 33 : Temperatura para estrelas de 2Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

66
Z = 0,008
35000000
Z = 0,01

30000000
Temperatura (K)

25000000

20000000
0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008 2,00E+008 2,50E+008
Raio (m)

GRÁFICO 34 : Zoom na temperatura da região central para estrelas


de 4Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Z = 0,008
35000000
Z = 0,01

30000000
Temperatura (K)

25000000

20000000
0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008 2,00E+008 2,50E+008
Raio(m)

GRÁFICO 35 : Zoom na temperatura da região central para estrelas de


6Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

67
40000000 Z = 0,008
Z = 0,01

35000000
Temperatura (K)

30000000

25000000
0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008 2,00E+008 2,50E+008
Raio(m)

GRÁFICO 36 : Zoom na temperatura da região central para estrelas de


8Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

45000000 Z = 0,008
Z = 0,01

40000000
Temperatura (K)

35000000

30000000
0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008 2,00E+008 2,50E+008
Raio (m)

GRÁFICO 37: Zoom na temperatura da região central para estrelas de


10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Confecciona-se gráficos para geração de energia em função do raio para ilustras as


estrelas da TAB.6 e 7. Se as estrelas de maior temperatura central são as que possuem uma
maior metalicidade, é de se esperar que as mesmas tenham uma maior taxa de geração de
energia nas suas regiões centrais (GRAF.41,42,43 e 44).

68
Isso se deve ao fato de que uma maior temperatura, significa que as partículas terão
uma maior energia cinética. Assim sendo, as partículas em uma estrela de mesma massa mais
de diferentes metalicidades, se moverão mais rapidamente em uma estrela com uma maior
fração de elementos pesados, pois isso aumenta a probabilidade de uma colisão com sucesso
para que ocorra a reação nuclear.

Z=0,008
0,00050
Z=0,01
0,00045

0,00040

0,00035
Geraçao de energia (w/kg)

0,00030

0,00025

0,00020

0,00015

0,00010

0,00005

0,00000
0,00E+000 2,00E+008 4,00E+008
Raio(m)
GRÁFICO 38 : Geração de energia para estrelas de 0,5Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Z=0,008
0,003 Z=0,01
Geraçao de energia (w/kg)

0,002

0,001

0,00E+000 2,00E+008 4,00E+008 6,00E+008 8,00E+008


Raio(m)
GRÁFICO 39: Geração de energia para 1Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

69
0,0010
Z = 0,008
0,0009 Z = 0,01

0,0008

0,0007
Geraçao de energia (w/kg)

0,0006

0,0005

0,0004

0,0003

0,0002

0,0001

0,0000
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008 9,00E+008 1,20E+009 1,50E+009
Raio(m)
GRÁFICO 40 : Geração de energia para estrela de 2Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

3,0 Z = 0,008
Z = 0,01

2,5
Geraçao de energia (w/kg)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
0,00E+000 1,50E+008 3,00E+008
Raio(m)
GRÁFICO 41 : Zoom na região central para estrelas de 4Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

70
10
Z = 0,008
9 Z = 0,01

8
Geraçao de energia (w/kg)

0
0,00E+000 1,00E+008 2,00E+008 3,00E+008
Raio(m)
GRÁFICO 42: Zoom na região central para estrelas de 6Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

20 Z = 0,008
19 Z = 0,01
18
17
16
15
Geraçao de energia (w/kg)

14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008 2,00E+008 2,50E+008
Raio(m)
GRÁFICO 43 : Zoom na região central para estrelas de 8Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

71
50
Z = 0,008
Z = 0,01
40

Geraçao de energia (w/kg)


30

20

10

0
0,00E+000 1,00E+008 2,00E+008 3,00E+008 4,00E+008 5,00E+008
Raio (m)
GRÁFICO 44: Zoom na geração de energia na região central para estrelas
de 10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Constroem-se gráficos para o estudo da densidade na região central para as estrelas da


TAB.6 e TAB.7. Pelos gráficos de 48 a 51, fica evidenciado que as estrelas com maior fração de
metais pesados, tem uma maior densidade na região central, pois estes elementos pesados
tendem a se acumularem no núcleo devido a força da gravidade. Além disso estes núcleos
transformam mais rapidamente o hidrogênio em hélio, contribuindo assim com o aumento de
suas densidades.

80000 Z = 0,008
75000 Z = 0,01
70000
65000
60000
55000
Densidade (kg/m )

50000
3

45000
40000
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
0,00E+000 4,00E+008 8,00E+008
Raio(m)

GRÁFICO 45: Densidade para estrelas de 0,5Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

72
200000
Z = 0,008
Z = 0,01

150000
Densidade(kg/m )
3

100000

50000

0
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008 9,00E+008
Raio(m)
GRÁFICO 46: Densidade para estrelas de 1Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

25000
Z = 0,008
Z = 0,01

20000
Desnidade (kg/m )
3

15000

10000

5000

0
0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009
Raio(m)

GRÁFICO 47: Densidade para estrelas de 2Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

73
60000 Z = 0,008
Z = 0,01
55000

50000
Densidade (kg/m )
3

45000

40000

35000

30000

25000
0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008
Raio(m)
GRÁFICO 48 : Zoom na densidade da região central para estrelas de 4Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

20000 Z = 0,008
Z = 0,01

18000
Densidade (kg/m )
3

16000

14000

12000

10000
0,00E+000 1,00E+008 2,00E+008 3,00E+008
Raio(m)

GRÁFICO 49: Zoom da densidade na região central para estrelas de 6Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

74
15000 Z = 0,008
Z = 0,01
14500

14000

13500
Densidade (kg/m )
3

13000

12500

12000

11500

11000

10500

10000
0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008 2,00E+008 2,50E+008
Raio(m)
GRÁFICO 50: Zoom da densidade na região central para estrelas de
8Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

12000 Z = 0,008
Z = 0,01

11000

10000
Densidade (kg/m )
3

9000

8000

7000

0,00E+000 5,00E+007 1,00E+008 1,50E+008 2,00E+008 2,50E+008


Raio (m)
GRÁFICO 51: Zoom na densidade da região central para estrelas de
10Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

75
Plota-se gráficos para comparar as luminosidades das TAB.6 e 7. A estrela de 2
massas solares da TAB.6 e 7, apresentou problemas em sua luminosidade por isso seu
gráfico não será confeccionado. As outras estrelas têm, no máximo as 9 últimas
camadas com luminosidades negativas. De um modo grosseiro, os gráficos de 52 a 57
explicitam as diferenças de luminosidades para duas estrelas de mesma massa mais de
metalicidades diferentes. Espera-se que a luminosidade de duas estrelas de mesma
massa mais com metalicidades diferentes, seja maior na estrela de maior fração de
elementos pesados, pois a temperatura da mesma é maior, como foi visto
anteriormente, e conseqüentemente, pela lei de Stefan-Boltzmann terá uma maior
luminosidade.

Z = 0,008
2,50E+025
Z = 0,01

2,00E+025
Luminosidade (w)

1,50E+025

1,00E+025

5,00E+024

0,00E+000
0,00E+000 4,00E+008 8,00E+008
Raio (m)
GRÁFICO 52 : Luminosidade para estrelas de 0,5Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

76
5,00E+026 Z = 0,008
Z = 0,01

4,00E+026
Luminosidade (w)

3,00E+026

2,00E+026

1,00E+026

0,00E+000
0,00E+000 3,00E+008 6,00E+008 9,00E+008
Raio (m)
GRÁFICO 53 : Luminosidade para estrelas de 1Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

2,00E+029 Z = 0,008
1,80E+029
Z = 0,01

1,60E+029

1,40E+029
Luminosidade (w)

1,20E+029

1,00E+029

8,00E+028

6,00E+028

4,00E+028

2,00E+028

0,00E+000
0,00E+000 6,00E+008 1,20E+009
Raio (m)
GRÁFICO 54 : Luminosidade para estrelas de 4Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

77
Z = 0,008
6,00E+029 Z = 0,01

5,00E+029

4,00E+029
Luminosidade (w)

3,00E+029

2,00E+029

1,00E+029

0,00E+000
0,00E+000 3,50E+008 7,00E+008 1,05E+009 1,40E+009 1,75E+009
Raio(m)
GRÁFICO 55 : Densidade para estrelas de 6Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Z = 0,008
Z = 0,01
1,40E+030

1,20E+030

1,00E+030

8,00E+029
Luminosidade (w)

6,00E+029

4,00E+029

2,00E+029

0,00E+000

-2,00E+029

-4,00E+029

-6,00E+029

0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009


Raio (m)
GRÁFICO 56 : Luminosidade para estrelas de 8Mo.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

78
Z = 0,008
Z = 0,01
3,00E+030

2,50E+030

2,00E+030
Luminosidade (w)

1,50E+030

1,00E+030

5,00E+029

0,00E+000

-5,00E+029

-1,00E+030

-1,50E+030
0,00E+000 5,00E+008 1,00E+009 1,50E+009 2,00E+009 2,50E+009
Raio (m)

GRÁFICO 57: Luminosidade para estrelas de 10Mo.


FONTE: Arquivo do próprio autor.

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um modelos estelar é governado por equações diferenciais que dizem como as


quantidades físicas de uma estrela variam em função do raio. Nestas mesmas
equações estão embutidas informações a respeito do material que constitui a estrela.
Os softwares, tais como o Stat Star, geram uma tabela de saída que ajudam, de
uma maneira rápida e prática, a ilustrar o comportamento das grandezas físicas de
uma estrela.
Informações sobre modelos estelares e programas para estudar os mesmos,
são encontrados na dissertação de mestrado de Felipe Manuel, citada neste trabalho.

79
APENDICE I
Revolve-se aqui a integral da equação (34). Escreve-se a função x^(3/2). ^-x no Derive
e pressiona-se enter (FIG.1). Seleciona-se e na barra de ferramentas do programa, visto que o
mesmo não reconhece o caractere do teclado.

FIGURA 1 : Janela principal do Derive 6.


FONTE: Arquivo do próprio autor.
Usando-se da versão em espanhol do programa, selecionou-se na barra de
ferramentas o comando cálculo e depois a opção integrales. Na janela que foi aberta escolheu-
se os limites de integração apropriados e selecionou-se simplificar e a integral foi resolvida
(FIG.2)

FIGURA 2: Resposta final.


FONTE: Arquivo do próprio autor.
80
APÊNDICE II

Diferenciais exatas
Considere-se a equação a seguir:

se (I) dQ é exato, então:

comparando (I) e (II), vem:

então,

81
APÊNDICE III

Faz-se o diagrama HR segundo intervalos próximos de massas de acordo com os


modelos estudados neste trabalho, os dados são baseados no livro citado neste
trabalho Modern Astrophysics de acordo com a tabela abaixo:

7,6 4,27 3,28


5,9 4,19 2,92
3,8 4,08 2,26
2 3,91 1,15
1 3,76 0
0,51 3,59 -1,11
TABELA I: Dados da literatura
FONTE: Arquivo do próprio autor.

2
log(L/Lsol)

-1

4,3 4,2 4,1 4,0 3,9 3,8 3,7 3,6 3,5


logT(k)
GRÁFICO I : Diagrama HR segundo a literatura.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

A tabela a seguir exibe os dados de alguns modelos deste trabalho:

82
8 4,40 3,53
6 4,34 3,14
4 4,25 2,53
2 4,04 1,34
1 3,74 -0,05
0,5 3,36 -1,64
TABELA II: Dados dos modelos deste trabalho.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

2
log(l/Lsol)

-1

-2

4,4 4,2 4,0 3,8 3,6 3,4 3,2


logT (k)
GRÁFICO II: Diagrama HR para alguns modelos deste trabalho.
FONTE: Arquivo do próprio autor.

Pela análise dos gráficos anteriores, percebe-se que os modelos de 8,6 e 4


massas solares apresentam-se deslocados para cima e para direita no GRAF.II em
relação ao GRAF.I. Isso se deve ao fato dos ajustes das temperaturas e luminosidades
para fazer o modelo convergir, além das massas comparadas modelos versus literatura
serem aproximadas.

Já os modelos de 2,1 e 0,5 massas solares apresentam uma melhor


aproximação na posição do GRAF.II em relação ao GRAF.I.

83
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARROLL, B.W. Modern Astrophysics. Addison-Wesley Publishing Company, INC. Utah, 1996.

FERNANDES, F.M.F. Modelos Físicos Matemáticos de estruturas estelares. Dissertação


de Mestrado.Departamento de Matemática Aplicada. Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto. Portugal, dez. 2001.

HAZZAN, S.Fundamentos de Matemática Elementa: Combinatória,


Probabilidader.vol.5. 6. ed. Atual Editora. São Paulo, 2000.

MACIEL, W.J. Introdução à Estrutura e Evolução Estelar.São Paulo: Editora da


Universidade de São Paulo, 1999.

Observatórios Virtuais – Fundamentos de Astronomia – Cap.11 (Gregório-Hetem &


Jatenco-Pereira)
Disponível em:< http://www.telescopiosnaescola.pro.br/aga215/cap11.pdf>
Acesso em: 08 maio 2010

OLIVEIRA FILHO, K.S.;Maria de Fátima Oliveira Saraiva. Astronomia e Astrofísica. 2. ed.


São Paulo: Editora Livraria da Física, 2004.

Silva. Interiores estelares: modelando as estrelas.


Disponível em:< www.astro.iag.usp.br/~janot/aga0293/Silvia_Interiores.ppt>
Acesso em: 10 maio 2010.

TIPLER, P.A.; MOSCA, G.Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica. 5 ed. V.1.


Editora LTC. Rio de Janeiro: 2006.

84

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