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REPUBLICA DE MOGAMBIQUE Ministério da Terra e Ambiente GUIAO METODOLOGICO PARA A ELABORAGAO DE PLANOS DE PORMENOR MAIO 2021 FICHA TECNICA Repiiblica de Mocambique Ministério da Terra e Ambiente Projecto de Desenvolvimento Urbano e Local - PDUL Titulo: Guido Metodolégico para a Elaboracéo de Planos de Pormenor Edigao: Produgo: Consultor Nacional (Domingos Macucule) inistério da Terrae Ambiente Consultor internacional (Carlos Tucc) ‘Apoio Técnico: Neivaldo Nhatugueja, Candida Nhantave, Indcio Novela, Céndido Chambe, Lucas Cumbeza, Constantino Muianga, Rafael Auze Macamo; Armindo Chatique, Adelina Malagissa, Carlos Raul Tungaza.e Olivia Cossa Assisténcia Técnica Metodolégica: Adérito Wetela, Joaquim Langa, LAzaro Matlava, Adalino da Cruze Alda Saide Reviséo e Controle de Qualidade: André Herzog, Hannah Kim, Marcia Oliveira, Lazaro Matlava Desenho Grafico: Rose Mary Dias Impressao e Acabamento: Tiragem: 0000 exemplares Edigdo: 1° edicdo, 2021 Registo: Apoio Financeiro: Governo de Mocambique, Banco Mundial (8M) e Governo do lapao A produgio deste guido foi apoiada pelo Banco Mundial dentro do Ambito do Programa de Desenvolvimento Urbano e Descentralizacdo (PDUL), ¢ pela parceria de Investimento em Infra-estrutura de ‘Qualidade (Qi) entre o Banco Mundial eo Governo do Japao, SUMARIO e de tabel 9 Acronim 10 1,1 Directrizes gerais sobre 0 Guido 15 12 0s Instrumentos de Gestéo Territorialem Mogambique 6 2.1 0 Plano de Pormenor como instrumento de Ordenamento Territorialem Mogambique 19 2.2 A Gestdo de Risco de Desastres Naturais: Principais Riscos em Mocambique 2 2.3 A situacSo internacional sobre o lima e desastres naturais 23 3.1 O que & um Plano de Pormenor 33 FASE 1: PROCEDIMENTOS INICIAI 34 ETAPA 1 - Deliberago de Elaboracao do Plano 34 ETAPA 2 - Constituigo da Equipa de Trabalho do Plano 36 ETAPA 3 - Realizag3o da Cerminénia do Langamento Oficial do Plano 42 ETAPA 4 - Definigo do Ambito do Plano de Pormenor 42 ETAPA 5 - Criagao de Base de Dados e Organizagio da Cartogratia 45 ose eee . 8 ETAPA.1 - Os Estudos de Caracterizacio da Area de Intervencao 48 c PORME cy) ETAPA 1 - Definigdo de Objectivos e Estratégias cy ETAPA 2 - Recomendagoes para o Planeamento Urbano 61 ETAPA 3 - Identificagio dos Contetidos do Plano de Pormenor 95 ETAPA 4 ~ Realizago da Proposta Pretiminar do Plano 13 Plano de Pormenor FASE 4 - ESTRATEGIA DE EXECUCAO m4 ETAPA1- Plano de Obras Priortarias 14 ETAPA 2 - Proposta Final do Plano on FASE 5 - APROVACAO E RATIFICAGAO 120 ETAPA 1 - Aprovacio do Plano 120 ETAPA 2 - Ratificagéo e Publicacéo do Plano no Boletim da Republica os FASE 6 - IMPLEMENTACAO E MONITORIA = ETAPA 1 - Verificagio da implementagao dos Projectos do Plano 126 ETAPA 2 - Monitoria do Plano REFERENCIAS "1 GLOSSARIO 133 ANEXOS ANEXO 1 - Ficha de orientagao para a elaboracdo dos Elementos que constituem o PP 136 ANEXO 2 - Exemplo de Estrutura e Contetido do Relatério Ambiental 139 ANEXO 3 - Exemplo de ficha de dados estatisticos do plano de pormenor a ANEXO 4 - Vale a pena ver 143 ANEXO 5. Proposta de Nomenclatura para os documentos que constituern & 6 acompanham os Planos ANEXO 6 - Ficha de levantamento do edificado 148 ANEXO 7 ~ Desagregagao das obras de urbanizac3o por components @ 0s custos 49 associados INDICE DE FIGURAS Figura 1. Quadro de medidas de gestdo de risco de calamidades naturais Figura 2. Desabamento de casas construidas em areas de risco perto da Avenida Julius Nyerere aguas devido a eroséo provocada pela chuva Figura 3. Timeline dos principais acordos sobre o clima e 0 risco de desastres, Figura 4. Objetivos dos Desenvolvimento Sustentivel Figura 5. Exemplo do cronograma do plano de trabalho Figura 6. Participagao da comunidad de Ka Nyaka Figura 7, Planta de Impiantacéo do PP de Odivelas, Figura 8. Cadastro do Bairro Desse no Municipio de Vilankulo - Mapeamento da Ocupacao Figura 9, Planta de niveis de intervencao no cadastro Figura 10, Referéncia para o mapeamento de éreas inundéveis Figura Tl Planta de Vulnerabilidade a Inundagdes e Susceptibilidade de Ocorréncia de Movimentos de Vertente Figura 12. Tipos de Ambientes urbanos e classificagdo dos espacos Figura 13. Exemplo de via estreita (becos) onde nao passam veiculos e trazem inseguranga (a) e via mais larga onde passam veiculos e tem iluminacao (b) no bairro da Polana Canigo A, Maputo Figura 14, Rede Visria Esquemstica - Tragado.em planta e perfs transversais tipo Figura 15, Planta da rede visria e tréfego Figura 16. Quinta Monroy, Chile Figura 17. Proposta de Volumetria e arranjo de espacos verdes e de utilizagSo colectiva do Piano de Pormenor do Museu de lIhavo, Portugal Figura 18, Planta da Estrutura Verde e do Parque Urbano do Plano de Pormenor da Matinha Figura 19. Maquete tridimensional do Plano de Pormenor da Matinha Figura 20. Urbanizagao de Favelas - Requalificagao da Favela Nova Jaguaré, Brasil Figura 21. Urbanizagio de Favelas - Favela do Sapé, 2010-2014 Figura 22. Planta de Localizaco de espacos verdes, equipamentos e infraestruturas de utlizaggo publica Figura 23, Planta de Transformacio Fundisria Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP Plano de Pormenor Figura 24, Pianta da Rede de Abastecimento de Agua Figura 25. Planta da Rede de Energia eléctrca- luminagio Publica Figura 26. Planta da Rede de Drenagem - Aquas Residuais Figura 27. Planta da rede de telecomunicacées Figura 28. Bolsa da Area IV Muttfuncional do Plano de Pormenor da Zona de Expanséo de M’Pédwé Figura 29, Planta de Implantacdo do Plano de Pormenor da Venda do Pinheiro Figura 30. Planta de Implantagao do Plano de Pormenor da Matinha Figura 31. Planta de Condicionantes do Plano de Pormenor da Zona de Expanso de MPadwé Figura 32, Planta de condicionantes Figura 33, Planta de Enquadramento do PP da Pedteira do Avvito Figura 34, Planta da Situacao Existente do PP das Amoreirasde Prior Velho Figura 35, Planta de demoligées Figura 36, Planta de Localizacao dos Edificios Figura 37. Planta de Valor Arquitect6nico Figura 38. Planta de Limites das parcelas Figura 39. Planta de Cedéncias e Reqularizacées Figura 40, Planta de percursos pedonais acessiveis e acessos de emergéncia Figura 41, Planta da estrutura ecol6gica com modelaco do terreno Figura 42. Pianta de Pavimentos Figura 43, Pianta de Estacionamento Pblico € Circulago do Plano de Pormenor da Matinha Figura 44, Plantas da Rede Vidria - Rua Unido Fabril Mogambicana, Rua 25 ¢ Rua 26 Figura 45. Rede Visria - Perfis Transversais Tipo 0S Figura 46, Rede Visria - Perf Transversais Tigo 06 Figura 47. Perfs Gerais Figura 48, Pianta da Parcela 7 - Plantas, cortes e algados INDICE DE TABELAS Tabela I. Niveis de instrumentos de Gesto Territoriale seus respectivos planos Tabela 2. Exemplo das competéncias da equipa de consultores contratados Tabela 3. Exemplo das competéncias dos Técnicos Municipals que poderdo participar na elaboragao do Plano Tabela 4. Objectivos estratégicos do mapeamento de riscos Tabela 5. Classificagdo dos niveis de risco ou classes de vulnerabilidade de riscos Tabela 6. Exemplo de Anélise SWOT Tabela 7. Exemplo de parémetros de dimensionamento de estacionamento Tabla 8. Exemplo de pardmetros de dimensionamento de espacos verdes e de utlizacéo colectiva /espagos livres Tabela 9. Exemplo de quadro de programa de interveng3o Tabela 10. Questdes a serem colocadas para a verficacdo da qualidade do PP Tabela TI, Exemplos de entidades que paderao emitir parecer de conformidade tecnico Tabela 12. Exemplo de Indicadores do Plano de Pormenor Tabela 13. Exemplo de raz6es de no implementacao de certos projectos Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP ACRONIMOS ‘Administragio Nacional de Estradas Consetho Municipal Sisterna de Informagtio Geografica Instituto Nacional de Estatistica (INE) Ministério das Obras Puiblicas, Habitagio e Recursos Hidricos COrganiza¢ao Nao Governamental Planos de Estrutura Urbana Projecto de Desenvolvimento Urbano e Descentralizagso Plano de Pormenor Plano Parcial de Urbanizacdo Plano Geral de Urbanizag3o Avaliagdo Ambiental Estratégica Boletim da Republica Portos e Caminhos de Ferro de Mocambique Electricidade de Mocambique Fundo de Investimento ¢ Patriménio do Abastecimento de Agua Instrumentos de Ordenamento Territorial Lei do Ordenamento do Territério Ministério da Terrae Ambiente Relatorio Ambiental Instituto Nacional de Gestao de Calamidades Direcgao Nacional de Ordenamento Territoriale Reassentamento ‘Administragao de Infraestruturas de Abastecimento de Agua e Saneamento Comites Locais De Gestdo De Risco PREFACIO AA politica ambiental do Governo visa alcangar um desenvolvimento sécio-econémico harmonioso através da promocao do desenvolvimento sustentavel e uso racional dos recursos naturals. © desafio do sector da terra e ambiente reside na responsabilidade de elaborar directiizes € instrumentos que permitam ao Governo responder efectivamente aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentvel sobre 0 "Aumento da urbanizago inclusiva e sustentavel e das capacidades para 0 planeamento e gestdo de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentdveis até 2030", através das metas e indicadores estabelecidos para a componente ambiental no Programa Quinguenal do Governo 2020-2024 Neste contexto, a entidade que superintende a area de Planeamento Territorial no ambito das suas atriouigdes, elaborou 0 presente Guido Metodolégico para a Elaboragdo de Planos de Pormenor com apoio do Projecto de Desenvolvimento Urbano e Local (PDUL), que visa dotar aos técnicos de todos (5 municipios e distritos do Pais, de capacidade técnica na elaboracao dos seus Planos de Pormenor de modo sustentével, partcipativo @ acima de tudo compativel com as caracteristicas locals. Este guido foi elaborado com 0 propésito de divulgar a metodolagia do processo de elaboragio dos instrumentos de ordenamento territorial de nivel urbano tendo em consideragéo os aspectos de esto dos riscos climSticos nos centros urbanos. A.utilzagio deste Guido Metodolégico para a Elaborago de Planos de Pormenor & fundamental para todos os envolvidos na gestio do terrtério urbano em particular os profissionais € gestores das autarquias, Governos distitais,instituigdes publicas e privadas incluindo estudantes, académicos, ONGs @ populagio em geral, que buscam solugdes para os problemas da ocupagéo desordenada do espaco ‘nos centros urbanos do pais. © Guido apresenta uma metodologia técnica para elaboragao de Planos de Pormenor com integrago da componente de gestéio de risco cimatico, de forma eficaz e diddctica, Este Guido reflecte a experiéncia e conhecimentos sistematizados de vérias cidades a nivel mundial, representando diferentes realidades e especificidades Para finalizar, cabe-nos agradecer a todos 0s que cooperaram directa ou indirectamente na elaboracao deste instrumento @ esperamos que o mesmo sivva para 0 objective para o qual foi desenhado, bem como esperamos que o impacto da sua utlizacdo se reflta em centros urbanos ou aglomerados humanos cada vez mais organizados e numa utiizag30 © gestao racional, sustentavel e resiliente do espaco territorial e dos recursos naturas. Guido Metodolégico para a Elaboracao de PP Plano de Pormenor B Oo Introdugao 1.1 DIRECTRIZES GERAIS SOBRE O GUIAO mbique com o suporte do Banco melhores infra-estru icas 8s entidades locais participar Espera-se que este guido passa demonstrar as possibilidades de elaboracio e implementacio dos planos de ordenamento do territério a um nivel mais técnico, en moldes participativos, praticos, exequiveis e com solugdes adaptadas as condigdes locais da drea de intervencao. Espera-se também que este guido seja um instrumento que contribua activamente para as diferentes entidades municipais na materializagio dos objectivos tracados pelos Pianos de Estrutura e de Urbanizagso nos municipios e vlas mocambicanas. 1.2 OS INTRUMENTOS DE GESTAO TERRITORIAL EM MOCAMBIQUE O sistema de planeamento territorial no pais, nos seus diferentes niveis de intervengéo, compreende um conjunto de instrumentos de planezmento e ordenamento territorial. Conforme © Regulamento da Lei de COrdenamento do Terrtéria, aprovado pelo Decreto n.o 23/2008 de 1 de Julho do Conselho de Ministros, os instrumentos de ordenamento territorial estruturam-se de acordo com os niveis de intervengéo no terrt6rio, Tabela 1. Ni Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial (PNDT) - Define ¢ estabelece as perspectivas & as directrizes gerais que devem orientar 0 uso de todo o territério nacional e as prioridades das is de Instrumentos de Gestéo Territorial e seus respectivos planos intervengdes a escala nacional Nacional Plano Especial de Ordenamento do Territério (PEOT) - fstabelece os pardmetios € as condigdes de uso das zonas com continuidade espacial, ecolégica ou econémica de émbito interprovincal Plano Provincial de Desenvolvimento Territorial (PPDT) - Fstabelece a estrutura de organizacao espacial do territério de ura ou mais provincias e define as orientacbes, medidas e as acgdes necessarias a0 desenvolvimento territorial, assim como os principios e critérios especticos para a ocupacdo ¢ utlizagio do solo nas diferentes areas, de acordo com estratégias, normas Provincial directrizes estabelecidas ao nivel nacional Plano Distrital de Uso da Terra (PDUT) - Estabelece a estrutura da organizagao espacial do territério de um ou mais distritos, com base na identificagao de reas para os usos preferencials @ define as normas e regras a observar na ocupacao € uso do solo € a utilizagéo dos seus recursos Distrital naturals, Plano de Estrutura Urbana (PEU) - Estabelece a organizagio espacial da totalidade do territério do municipio ou povoaggo, os pardmetros ¢ as normas para a sua utilzagio, tendo em conta a ‘ocupagio actual, as infra- estruturas e 05 equipamentos sociais existentes e a implantar e a sua integragao na estrutura espacial regional Autérquico Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP Autarquico Plano Geral de Urbanizacao (PGU) - Fstabelece a estrutura e qualifica 0 solo urbano, na sua totalidade, tendo em consideragao 0 equilbrio entre os diversos usos e fungSes urbanas, define as redes de transporte, comunicagées, energia @ saneamento, 0s equipamentos sociais, com especial atengio as zonas de ocupacio espontinea como base sécio-espacial para a elaboracdo do plano. Plano Parcial de Urbanizagdo (PPU) - Estabelece a estrutura € qualiica 0 solo urbano, parcialmente, tendo em consideragio 0 equilorio entre os diversos usos @ fungbes urbanas, define as redes de transporte, comunicacées, energia @ saneamento, os equipamentos sociais, com especial ateng’o as zonas de ocupagdo esponténea como base sécio-espacial para a elaboracio do plano. Plano de Pormenor (PP) - Define com pormenor a tipologia de ocupagio de qualquer area specifica do centro urbano, estabelecendo a concepgio do espaco urbana dispondo sobre usos do solo € condigtes gerais de edifcacdes, 0 tracado das vias de circulagdo, as caractersticas das redes de infra-estruturas e servigos, quer para novas reas ou para 4reas existentes caracterizando as fachadas dos edifcios e arranjos dos espacos livres. @ Contextualizacao 2.10 PLANO DE PORMENOR COMO INSTRUMENTO DE ORDENAMENTO. TERRITORIAL EM MOCAMBIQUE © Plano de Pormenor é a0 nivel Autérquico, © Ultimo Instrumento de Ordenamento Territorial em Mogambique, sendo antecedido pelos Planos A elaboragao de Planos de Pormenor, assim como dos outros [OTs teve um aumento significative apés a je Estrutura Urbana e Planos Gerais e Parciais de Urbanizaco. aprovagio da Lei do Ordenamento do Territérioe do seu respectivo regulamento em 2008, ‘A urbanizaggo em Mocambique € nos seus municipios & caracterizada por uma acupagéo desordenada da terra nas areas peri-urbanas e rurais, 0 que propicia a existéncia de assentamentos informais na sua maioria Bo infraestruturadas. Por esta raztio & importante destacar a papel dos planos de parmenor em Mocambique pelo seu papel na promogao do solo infraestruturado & populacao. As instituigSes municipais tm vindo a elaborar varios Planos de Pormenor para reduzir a0 maximo os assentamentos informais, procurando prover terra infraestruturada as comunidades numa altura que a procura de espagos para habitagao e desenvolvimento de actividades sécio-econdmicas so tende a crescer no pals. A demanda por este tipo de espacos & grande e a necessidade de elaborar estes planos fundamental para que se proceda com 0 objectivo de ordenar 0 ten ‘rio a uma larga escala Um plano de pormenar elaborado significa a estruturagao dos solos nas quais se podem colocar os varios sericos pretendidos pela populacao. O grande nto, a implementagao destes planos, principalmente devido & escassez de recursos financeiros para o efeito. No que cancemne as obras de infraestruturagao € dos processos requeridos pelos préprios planos, estes enfrentam o problema do financiamente, safio nos municipios é, por Contudo, a infraestruturaggo do solo, uma das operacées principals do plano pormenorizado, néo se resume apenas ao dimensionamento dos talhdes e operacdes de loteamento (que muitas vezes ¢ a Unica operacaio que o§ municipios tm capacidade de realizar), pois existem uma série de condicionantes que levam a definigdo de determinados tipos de talhdes tanto nas zonas urbanas, peri-urbanas como rurais, assim como a fungéo do solo para habitacgo, agricultura ou equipamentos e a sua infraestruturagao. Plano de Pormenor Espera-se que, embalados pelo desenvolvimento do pais, 0s Instrumentas de Ordenamento Territorial sejam acima de tudo implementados pelas autarquias ao longo do pais, com énfase no Plano de Pormenor, que concretiza a ocupacso de determinadas areas municipais, disciplinando a implementacao de infra-estruturas, a utlizagio colectiva dos espagos, 0 modo de edificacdo e a sua integragéo na paisagem, além de organizer territorialmente as diversas actividades de interesse geral 2.2 GESTAO DE RISCO DE DESASTRES NATURAIS: PRINCIPAIS RISCOS EM MOGAMBIQUE As cidades de Mocambique, que s80 vulnerdveis a inundacBes ¢ erosdo, desempenham um papel crtico no crescimento econémico € no desenvolvimento do pais. © factor dos investimentos urbanos inadequados, combinados com a falta de um planeamento territorial e fraca capacidade de gestio da terra em varios municipios s4o as principais barreiras para 0 desenvolvimento e 0 aprimoramento urbano eficaz, resilente & vidvel. Os assentamentos na maioria dos municipios em Mocambique so desenvolvidos sem nenhuma planificagso territorial e de infra-estruturagao. prévia, muitas vezes formados em areas de isco de calamidades, 0 que dificulta o transporte e servicos de apoio & agricultura, turismo e sector extractvo. ‘A maior necessidade sobre 0 risco de desastres no pais é a informagio, pois € através dela que diferentes agdes de gestio podem ser implementadas no planeamento urbano para principalmente reduzir as probabilidades de isco, mitigar os impactos destes e criar resilgncia no processo de recuperag3o reconstrucgo. Sendo assim, a gestdo do risco de desastres pode ser sumarizada como sendo um conjunto de decisoes administrativas, de organizagéo @ conhecimentos operacionais desenvolvidos pela sociedade para implementar polticas, estratégias e fortalecer suas capacidades internas a fim de reduzir os impactos de ameacas naturais € de desastres ambientais, Isto, portanto, requer um envolvimento de todo o tipo de atividades desde medidas estruturais e nao estruturais para evitar (prevenit) ou limitar (mitigar e preparar) os efeitos adversos dos desastres nas comunidades. Figura 1. Quadro de medidas de gestao de risco de calamidades naturais Gestdo de Risco de Desastres Naturais Reducao de Risco Maneio do Desastre Recuperagao > Prevengio > Alerta > Reabiltacao > Mitigacao > Resposta > Reconstrugso > Preparagio Fonte: Adaptado pelo consultor Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP Em Mogambique, 0s principais documentos orientadores da gestdo de calamidades so a Politica de Gestia de Calamidades, © Plano de Nacional de Acgio de Gestéo de Calamidades e os Planos de Contingéncia elaborados anualmente, onde estes so desenhados tendo em vista trés tipos de eventos climsticos: cheias, Ciclones e secas; e 0 O Plano Director de Reducio do Risco de Desastres © Plano Director de Reduco do Risco de Desastres 2017-2030 @ (0 Plano Director de Redugio do Risco de Desastres 2017-2030 =a © objectivo geral do PORRD 2017-2030 envolve reduzir 0 risco de desastres, da perda de vidas humanas e de infraestruturas vitais, assim ‘mano ater it mane 0 como a prevencao do surgimento de novos riscos. Este plano, que tem em considerag3o os principals instrumentos © orientagdes estabelecidas na Redugdo do Risco de Desastres, Be nomeadamente os Objectivos de Desenvolvimento Sustentavel © 0 Quadro de Sendai para a Reduao do Risco de Desastres 2015-2030, est actualmente em vigor e estabelece cinco objectivos estratégicos > Melhorar a compreensao do risco de desastres a todos os niveis; > Reforcar a governagio e a participacao publica e privada na reducdo do risco de desastres; > Consolidar 05 processos de investimento piblico, ordenamento territorial ¢ proteccao financeira contra calamidades; > Reforcar as capacidades de prontido, resposta, répida recuperagio e reconstrucao resiliente; > Estabelecer parcerias e cooperagio internacional 5 riscos naturals que respeitam as tipologias definidas na Lei n® 15/2014 de 20 de Junho, que estabelece 0 regime juridico da gestéo das calamidades, e no PDRRD 2017-2030 sao: secas; ciclones; cheias e inundagdes; incEndios; erosdo: sismos e movimentos de vertente. Em Magambique, os riscos que 80 registados com mais frequéncia e que afectam milhées de pessoas todos os anos sdo as cheias e inundacbes, as secas e os ciclones. Cheias e inundagdes Em Mocambique, as cheias s30 causadas por um conjunto de factores, incluindo precipitacao localizada intensa, actividade dos ciclones tropicais, ¢ a deficiente gestio das barragens quer no terrtério nacional ou nos paises da montante. Consideranda que o pais tem 9 bacias hidrogréficas internacionais e outras tantas pequenas bacias, pode-se afirmar que praticameente todo o pais é vulneravel a cheias Plano de Pormenor Secas O risco da seca é 0 produto da exposiggo de uma regio as ameacas naturais e sua \wuinerabilidade a longos periodos de escassez de dgua que se apoiam na falta de capacidade dos sistemas de abastecimento de Agua que no atendem a demanda de uma cidade; na contaminagéo das fontes de abastecimento de Aqua da cidade: (a) expansio da cidade e falta de tratamento de esgoto; (b) acidente com efluentes em montante e/ou redugdo da qualidade da agua do mananciais em fungo da reducso do caudal; (c) retirada de aqua de pocos e langamento de efluentes por fossas; € na disponibilidade hidrca inferior a0 do projeto de abastecimento da cidade, | Ciclones ® A costa Mogambicana nos seus 2,700 kim forma a fronteira ocidental duma das mais @ activas bacias de ciclones tropicals, o Sudoeste do Oceano Indico, onde todos os anos, © esta bacia sozinha produz cerca de 10% de todos os clones do mundo. Portanto, Nn e7” _pode-se dizer que toda 2 zona costeira de Mogambique € vulnerdvel a acco dos Ciclones. Figura 2. Desabamento de casas construidas em areas de risco perto da Avenida Julius Nyerere aguas devido a erosio provocada pela chuva Fonte: Carlos Serra - Maputo, 2017 Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP Eroséo A erosdo & um fendmeno preocupante na gestéo ambiental por causa da sua acéio de desgaste do solo. Em Mocambique, a construgo desordenada em dreas improprias contribui em grande parte para a proliferagio da erosio, causada por sua vez por agentes hidricos (er0sd0 devido Agua), agentes edlicos (devide a0 vento) e agentes costeiros (devido a abrasao dos solos pela acco das marés). Deslizamentos de terra Esto relacionados a chuvas, aos tremores de terra, incinagdo das encostas ou 8 cocupagio desordenada de terrenos que modificam @ aceleram a erosdo. 2.3 A SITUACAO INTERNACIONAL SOBRE O CLIMA E DESASTRES NATURAIS ‘As mudangas climéticas so uma realidade. A luta contra as mudangas climéticas é um fenémeno que se faz sentir no mundo todo e Mocambique nao é indiferente a ela, Estas alteracbes que se fazem sentir no clima do planeta esto a transformar 0 mundo e é importante notar que as duas tiltimas décadas incluiram 18 dos anos mais quentes de que hé registo no planeta (EU 2020), Eventos climaticos extremos tornam-se mais frequentes ou intensos, causando a perda de vidas humanas danas elevados na econdmia dos paises. Para aprender a viver com um clima em constante mudanga e adaptarmo-nos aos impactos actuais e futuros das mudancas climaticas, as nossas sociedades podem fortalecer sua resiléncia a estas mudangas através de varias accbes e compromissos nacionais internacionais. Liderada por organizacées como a ONU € a UE, 0s formmuladores de politicas a nivel mundial desenvolveram uma série de acordos internacionais para que os paises possam fazer frente ao fendmeno das mudangas climaticas Nestes acordos, @ destacada a integracéo de politicas e programas a nivel local numa estratégia de adaptago para que tornemos as nossas cidades mais resiientes. Mogambique & um dos paises que, procurando fazer a sua parte na luta contra as mudancas climéticas, faz parte destes principais acordos a nivel internacional Plano de Pormenor B Vide Aneno 4 Figura 3. Linha do tempo dos principais acordos sobre o clima e 0 risco de desastres ‘Margo de 2015 Dezembro de 2015 Marco de SENDAI para a Reducgo do} | CoPp21- Acordos de Risco de Desastres Pais » 2015 2016 Setembro de 2015 Outubro de 2016 UN ODIT7 - Objectivos Il Conferéncia sobre Habitacdo € do Desenvolvimento Desenvolvimento Urbano Sustentivel SUstentavel - Nova Agenda Urbana Fonte: Adaptado pelo consultor 2.3.10 Marco de SENDAI para reducao de risco de desastres 2015-2030 Nos titimos anos, a resiéncia emergiu como um tema central do desenvolvimento urbano. A resiéncia foca 1n80 apenas na forma como os individuos, comunidades @ negécios agem face aos diversos impactos e desastres, como também na forma que so identificadas oportunidades para um desenvolvimento transformacional local, regional e global (O marco de Sendai para a reducao do risco de desastres foi adoptado na Terceira Conferéncia Mundial sobre a Redugao do Risco de Desastres,realizada entre 14-18 Marco de 2015, em Sendai, Miyagi, no Japo, onde foi assinado por 185 paises, send Mogambique um deles. O principal resultado esperado do marco de Sendai é a reducao substancial do risco de desastres © das perdas de vidas, meios de subsisténcia e salide, bem como dos bens econdmicos,fisicos, sociais, cuturais e ambientais de pessoas, empresas, comunidades e Paises Sem um bom planeamento urbano, investimentos rentaveis e sustentéveis podem dar lugar a outros fracos e vulnerdveis, onde © cendrio de investimentos se toma incerto, dificultanda 0 desenvolvimento € a implementac3o de bons planos. Um dos pontos positives que mostra que Mogambique esta comprometido com 0 marco de Sendai é a inclusdo e alinhamento dos objectivos do O Plano Director de Reduco do Risco de Desastres 2017-2030 com os objectivos tracados pelo quadro de Sendai. Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP © Marco de Sendai introduziu quatro prioridades para ago que incluern medidas especiicas para a construgdo de resiliéncia em éreas urbanas: Prioridade 3 Prioridade 4 Investimento na Melhorar a preparacso de redugéo do risco de desastres para uma resposta desastres para a eficaz e para reconstruir resiiéncia ‘melhor na recuperagio reabiltagao Fonte: O Marco de Sendai para a redugao de risco de desastres 2015-2030 No que concemne o planeamento do territério, as estratégias recomendadas pelo marco de Sendai a serem empregues principalmente nos Planos Urbanos séo: > Desenvolver, atualizar € divulgar periodicamente, conforme adequado, informacSes sobre isco de desastres especificos a cada local, incluindo mapas de risco, para os tomadores de decisio, o piblico ‘em geral € as comunidades em risco de desastre; > Fortalecer, conforme adequado, os investimentos piblicos e privados resiientes a desastres, ‘especialmente por meio de: medidas estruturals, no estruturais e funcionais de prevencdo e redugao de riscos de desastres em instalagées crticas, principalmente em escolas e hospitais e infraestruturas fisicas; > Construir melhor desde o inicio para suportar os perigos através de projecto e construgdo adequados, incluindo a utilizacao dos principios de design universal e a padronizacao dos materiais de construcdo; > Promover a integrac8o das avaliagdes de risco de desastres no desenvolvimento € na implementacéo de politicas de uso da terra, incluindo o planeamento urbano, avaliagdes de degradacao do solo € habitagoes informais e no permanentes, bem como o uso de directrizes e ferramentas de ‘acompanhamento informadas por previsties de alteractes demograificas e ambientais; > Promover a integracio da avaliagao do mapeamento e da gestdo do risco de desastres no planeamento e na gestdo do desenvolvimento rural através da identificagio de areas sequras para 0 ‘assentamento humano, preservando, simultaneamente, as fungies ecossistémicas que ajudam a reduzir 0s riscos; > Promover a revisao de cédigos existentes ou o desenvolvimento de novos cédigos de construgao, rnormas e praticas de reabilitagdo e de reconstruco, em nivel nacional ou local, conforme o caso, com ‘© objectivo de tomna-los mais apliciveis no contexto local, especialmente em assentamentos humanos informais com vista a promover estruturas resistentes a desastres Plano de Pormenor 2.3.2 Os Objectivos do Desenvolvimento Sustentavel Mogambique é um pais membro da ONU e partiipou no processo de elaboracdo da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentivel (2015). Esta agenda para o Desenvolvimento Sustentével contémn 17 objectivas globais chamados de Objectivos do Desenvolvimento Sustentvel (ODS). Figura 4. Objectivos dos Desenvolvimento Sustentavel @ OBIETIVOS susrentAvet iP Te Ey Fo oe a re ea ho Cro AnD, ee pct peel oa Fonte: Agenda 2030 ONU Os objetivos mostram-se interdependentes, mas cada um apresenta uma lista de ao total 169 metas a serem alcangadas que mesclam, de forma equilbrada, as trés dimenses do desenvolvimento sustentével: a econémica a social e a ambiental. Destes objectivos, este guiio metodolégico destaca 6 relevantes na elaboragao dos Planos de Pormenor 7 So 50% Agua Potavel e Saneamento na promogio de infraestruturas de abastecimento ¢ saneamento universais e de qualidade no processo de planeamento para todos tanto no meio Urbano como rural; Energias Renovaveis e Acessiveis no incentivo ao acesso as diferentes fontes de energia, principalmente as renovaves, eficientes e no poluentes vio Metodolégico para ragzio de PP Industria, Inovacéo e Infraestrutura para planear e alavancar 0 sector industrial, prover e melhorar as infraestruturas vidrias, de saneamento, abastecimento, energia, Reducdo das Desigualdades sociais entre a populacéo vivendo em éreas urbanas, peri-urbanas e areas rurais @ promogio de acessibilidade para todos, drenagem e telecomunicagoes; Ce ® ‘Agao Contra a Mudanga Global do Clima na adopcao de medidas de resliéncia que possam ajudar a mitigar e gerir os riscos de desastres naturais Cidades e Comunidades Sustentaveis 20 pautar por cidades e ‘comunidades sustentéveis, sequras, acessiveis e reslentes, que possam ser planificadas adequadamente & ‘oferecer melhores condigSes de vida para a populacio; dda melhor maneita possivel para que vidas humanas, infraestruturas e 0 ambiente em geral seja protegido; 2.3.3 Acordo de Paris - COP21 2015 Na 21° Conferéncia das Partes (COP21) das Nagdes Unidas, realizada em Paris em 2015, foi adoptado um novo Acordo com 0 objectivo central de fortalecer a resposta global 8 ameaca da mudanca do clima e de reforcar a capacidade dos paises para lidar com os impactos decorrentes dessas mudancas. Este foi um dos primeiros acordos verdadeiramente universats sobre a mudanga climstica. Os seus principals objectivos so © Assegurar que © aumento da temperatura média global fique abaixo de 2°C acima dos niveis pré: industrials ¢ prosseguir os esforgos para limitar o aumento da temperatura a até 15°C acima dos niveis pré-industriais, reconhecendo que isto vai reduzir significativamente os riscas e impactos das alteragoes climsticas; © Aumentar a capacidade de adaptacdo aos impactos adversos das alteracées climaticas € promover a resiiéncia do clima e 0 bata desenvolvimento de emissdes de gases do efeito estufa, de maneira que no ameace a producao de alimentos; ‘© Criar fuxos financeiros consistentes na direcio de promover baixas emissbes de gases de efeito estufa e 0 desenvolvimento resistente ao clima. Na COP24, realizada na Poldnia em dezembro de 2018, as paises chegaram a um consenso sobre regras praticas para implementar concretamente as metas do Acordo de 2015, especialmente na forma de técnicas ientificas de medicdo, registro e comunicasao d: erissdes poluentes. ‘A implementagao da Nova Agenda Urbana contribui imensamente para a implementacéo da Agenda 2030 para 0 Desenvolvimento Sustentavel de maneira integrada, assim como para a concretizagao dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentével (ODS) € as suas metas, indusive © ODS 11 para tornar as cidades € os assentamentos humanos inclusivos, sequros, resiientes e sustentéveis (0 modo como as pessoas percebem os fatores de riscos @ 0 quanto elas esto vulnerdveis a eles influencia o seu comportamento de autocuidado e de proteco; iqualmente influencia no quanto elas se mobilizam para enfrentar 0s riscos de dasastre, atuam para reduzir vulnerabilidades e, num horizonte mais ampio, como elas participam do processo de constituigao de uma cultura de redugao de risco. A constituigo de uma cultura de redugao de risco, refletida em ages permanentes nas comunidades e integradas as politicas intergovernamentais promovera comunidades e pessoas mais resilientes aos desastres, £ neste contexto que Mogambique faz parte dos paises que adoptou esta nava agenda urbana que tem como foco uma visio de cidades e assentamentas humanos que adoptem e implementem a reducdo e gestdo de risco de desastres, reduzam a vulnerabilidade, construam resiléncia e capacidade de resposta a perigos naturais e gerados pelo homem, e promovam a mitigagao e a adaptagao @ alteragao climatica, Ce €) Metodologia para a Elaboragao de Planos de Pormenor METODOLOGIA PARA A ELABORAGAO DE PLANOS DE PORMENOR (PP) FASE (4) procepimenros iniciais FARA - Datbran de Eerie do Paro ETAPA2-Consugao dau de rid do Pano APA ions os Cemaons do Langamatia Otc co ana FTAPAA Detgn do Arbo do an de Pamenor ADRS - Crago de Bae de Dado Orga da Cros ESTUDOS DE FASE (2 CARACTERIZAGAO E DIAGNOSTICO FASE (4) estratécia ve execucho [WPA Pian de Obra Pte TWA2 Popo Fnal eo Pano f i w IMPLEMENTAGAO E FASE (6 MONITORIA [APA Vico de plamentagio dos rgecas do Fane Guido Metodolégico para a Elaboracao de PP FASE (3) oPLano DE PORMENOR THPA Deno de ObecivoseExaeas [TAPA2- Recomencates pra Parca bara TAP 3 enticaso ds Cortalios do Pano de Pormerar [TAPAA- Rezo de MopestaPelenia do Pane APROVACAO E FASE (5) Rarinicacko Etapa 1- Avrovacio do Plano Ftapa 2 Ratfcag ¢Publicagio no Bolt da Replica 3.10 QUE E UM PLANO DE PORMENOR OPP & um plano de carécter técnico-executivo a nivel de detalhe, destinado a promaver a pormenorizacdo de uma determinada area delimitada em Plano de Estrutura Urbana ou em Plano Geral e Parcial de Urbanizagio. O PP abrange também areas continuas do territério municipal, que podem corresponder a uma Unidade (ou sub-unidade) Operativa de Planearnento Gesto (UOPG) ou a parte delas. Este plano concebe a forma urbana no detalhe, servindo de base aos projectos de execucio das infraestruturas e aos projetos de arquitetura Sendo assim, pode dizer-se que 0 Plano de Pormenor desenvolve e concretiza em detalhe as propostas de ocupagio de qualquer érea do territério municipal, estabelecendo regras sobre os pardimetros urbanisticos, a implantago das infraestruturas, a volumetria e as regras para a edificagao e a disciplina da sua integrago na paisager, o desenho, a localizacao e a inser¢ao urbanistica dos equipamentos de utlzagio colectiva e a organizacao espacial das demais actividades de interesse geral Portanto, 0s Planos de Pormenor visam: Definir as operaces de transformagSo fundisria necessérias; Definir as regras relativas &s obras de urbanizaco; Definira distribuigdo de fung6es e a definigso de pardmetros urbanisticos; Identificar as operacdes de demolicdo, conservacao e reabilitacao de construgées existentes; Estabelecer as regras para a ocupacao e gesto dos espacos puibiicos; Definir a implantagao das redes de infra-estruturas, com delimitago objectiva das areas a elas afectas: VV Estabelecer 05 critérios de insercao urbanistica e 0 dimensionamento dos equipamentos de utlzagao ccolectiva e respectiva localizacZo no caso dos equipamentos publicos; ¥ Identificar 0s sistemas de execucéo do plano bem como a programagao dos investimentos piiblicos associados, aticulando-os com os investimentos privados € 4 <<< FASE &% 8, i 8 PROCEDIMENTOS INICIAIS © processo de elaboragao do Plano de Pormenor & desencadeado apds o Presidente da Autarquia toma a iniciativa de realizar 0 Plano e autoriza os preparativos para a realizacéo dos termos de referéncia, que ira permitir a criag5o de uma equipa de trabalho que ird efectivamente ‘racar 0 plano. ETAPA 1: DELIBERACAO DE ELABORACAO DO PLANO. A deliberagao de elaboragio do Plano de Pormenor & tarefa do Presidente da Autarquia, a quem cabe fundamentar a oportunidade desta decisdo e a escolha da drea de intervengSo, estabelecendo os respectivos terms de referéncia Na decisdo de elaboracdo do Plano de Pormenor, especialmente na escolha da sua area de intervencéo, devem ser identiticados e ponderados os planos, programas e projectos com incidéncia na area em causa, incluindo os que se encontrem em preparacso, assegurando, desde logo, as necessérias compatibiizagées. 1° PASSO: Elaboragao dos Termosde Referéncia O Termo de Referéncia é um documento que ira orientar a equipa técnica de trabalho e que tem como fungo principal informar a quem iré elaborar 0 plano sobre as suas especificagées desejadas, indicando os principals objectivos do trabalho a ser realizado, juntamente com as necessidades e requisitos que 0 municipio espera que sejam abordados no Plano em si, Nele, deve constar de forma detaihada todo o trabalho a ser realizado para que este seja executado de uma forma eficiente e satisfatria, onde os contetdos, procedimentos metodolégicos e produtos do Plano devem ser descritos. Quanto a elaboragaio dos Termos de Releréncia: Os termos de referéncia devem ser elaborados pelo municipio. Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP fren ——— © objecto do contrato Que € 0 proprio Plano de Pormenor Objetivos gerais e especificos do Onde sera mencionado 0 que se espera do Plano de uma forma PP geral e dos seus contetidos especiicas, estabelecendo 0 nivel de detalhe do Plano Contextualizagao Onde & dada a conhecer a problematica do ordenamento territorial 1no dea de intervencao e a necessidade de realizagéo de um PP Metodologia a usar na elaboragdo Tendo em conta 0 Guido Metodolégico para a elaboracio de do plano Planos de Pormenor, onde todas as abordagens técnicas de andlis, de levantamento de dados, pesquisas, elaboragao de mapas produtos serdo descritas Plano de Trabalho detalhando as _Identificando as fases, etapas e passos a serem seguidos de acordo actividades com a metodologia usada que faz parte do proccesso de trabalho para elaboragio do plano Produtos esperados e sua Definigao do contetido material e documental do plano, onde descrigio todos os documentos, mapas, relatérios, base de dados, apresentagbes, entre outros, serdo mencionados e descritos detalhadamente Cronograma de trabalho Que relaciona as actividades definidas a prazos de inicio e término de cada uma delas ‘Qualificago da equipa técnica de Onde & descrita a qualificagao dos profissionats tecnicos necessérios trabalho para integrarem 2 equipa técnica de trabalho Disponibilidade financeira para os trabalhos (orgamento basico) Contendo uma estimativa de custos para o desenvolvimento do plano; Plano de Pormenor ETAPA 2: CONSTITUICAO DA EQUIPA DE TRABALHO DO PLANO A equipa que iré participar na elaboracao do plano sera responsavel pela recolha de informaao, andiise dos aspectos urbanos e de ordenamento territorial, de questdes infra-estruturais e de analise de riscos, andlises & mapeamentos de dados levantados, organizago da base de dados nos softwares a serem utlizados elaboragéo dos produtos do plano. As fungSes da equipa de trabalho e o que esta deve produzir devern, & prior, estar bem determinadas e claras Tabela 2. Exemplo das competéncias da equipa de trabalho Coordenador Geral Urbanista ou Arquitecto Planeador Fisico; Engenheiro do Ambiente; Topdgrafo com conhecimentos de Sistemas de Informacio Geagréfica (SIG); Engenheiro (Civil, Hidrbulico, Ambiental, Hidrélogo, Estradas e Estruturas, Saritario, Electrotécrico); Licenciado em Direito; Ecologist Gebgrafo, Geélogo, Bidlogo, Agrénomo; ‘Antropélogo, Socisiogo; Economista Equipa Técnica de Trabalho Fonte: Adaptado pelo consultor AA Equipa Técnica de elaboragio 0s Planos de Pormenor deve ser multidiscipinar, composta por quadros ‘€cnicos de diferentes sectores municipais, devendo estar claramente definidas as tarefas e responsabilidades de cada um dos seus intervenientes. Os elementos que devem fazer parte desta equipa podem fazer parte de uma consul ia extema, pelos técnicos da area de intervengdo de diferentes reas ou por uma equipa mista composta pelos mesmos, desde que todos os seus integrantes possuam habiltagées técnicas profissionais nas areas de planeamento territorial, gest8o e desenvolvimento urbano. A equipa técnica poderd ser acompanhada regularmente por uma comisso de acompanhamenta do plano formada de preferéncia, por técnicos municipais. Quanto 20s municipios com menor capacidade, estes podem adoptar uma menor equipa de trabalho, mas que sigam esta légica e estrutura basica determinada neste guido. NOTA. Fora 0s profissionais mencionados neste Guido, existem outras especialidades que podem fazer parte da equipa técnica que ira elaborar os Planos de Pormenor, assim como as vereacées indicadas neste exemplo podem ter pessoal envotvido directamente na elaboragao destes Planos. Nem todos os municipios podem ter este mesmo estatuto, contudo, este foi realizado com base na alinea a) N°l do artigo 50 da Lei 2/97 de 18 de Fevereiro; N'3 do artigo 50; N'3 do artigo 51 € artigo 63 da mesma lei ae corganigrama _ tabelas Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP Tabela 3. Exemplo das competéncias dos Técnicos Municipais que poderdo participar na elaboracao do Plano article Uae) al (planeia, executa) Vereacdes Departamentos Promosao Econémica e Gestio de Departamento de mercados e feras Mercados e Feiras et a ‘Administragio e Recursos Humanos e Departamento de relagées ptbblicas é Cooperagio Departamento de comunicacao e imagem g Finangas, Planificacéo e Patriménio Departamento de planificac8o = & Infraestruturas, Urbanizacéo e Meio Departamento de urbanizagao e gestdo de terra : Ambiente Departamento de meio ambiente, gua e energia 3 Manutengio, Obras e Saneamento Departamento de manutengo, obras e saneamento | < Transportes, Comunicages e Trénsito Departamento de transportes, comunicagbes e transito| Educagéo, Cultura, Juventude e Departamento de educacao Desporto Departamento de juventude e desportos Satide, Mulher e Accéo Social Departamento da sade Departamento da mulher e agao social Fonte: Estatuto Organico do Conselho Municipal de Nampula - 2014 18 PASSO: Ret Trabalho {0 Introdut6ria e definigdo do Plano E importante que a equipa se familiarizar-se primeiramente com a Lei de Ordenamento do Territéria Lei n® 17/2007 (Assembleia da Republica de 18 de Julho de 2007) € 0 seu. Regulamento da Lei de Ordenamento do Territrio, Decreto n° 23/2008 (Consetho de Ministros de 1 de Julho de 2008) que definem com exatidao os instrumentos de ordenamento territorial © 0 seu dmbito, assim como com este guido metodolégico, que explica com clareza 0 que produzir em todas as etapas de elaboragdo do plano e 0 que se ter concretamente como produto do plana em si Plano de Pormenor B Figura 5. Exemplo do cronograma do plano de trabalho ‘Semanas 1]2[3 [4]1[2]3[4]1[2]3] 4] 12] 3] 4 Cronograma do Plano de Trabalho Publicacio do despacho do Presidente do Municipio Instalagdo da Equipa Técnica Inventario e Diagnéstico da situagao actual Comunicagao e realizado da 1a Audio Publica/Diagnéstico Formulagao dos objectives gerais e especificos Elaboracao e avaliagao de alternativas Elaboracao da versao preliminar do PP Comunicagao e realizacao da 2a Audigao PUblica/Preiiminar Elaboracao da versdo Final do PP Fonte: Adaptado pelo consultor nrcrwacto @ tabelas A reunigo introdutéria de engajamento dos memioros da equipa extremamente importante do ponto de vista de inicio dos trabalhos, pois € aqui onde 2 equipa ja formada ird trocar informagdes e acertar os detalhes do plano de trabalho. Este plano permitiré a criago de um cronograma que funcionaré como um instrumento de apoio, orientago © controle do Plano. Este instrumento asseguraré 0 controle dos prazos de inicio e término de todas as actividades tracadas, assim como a gestiio de possiveis atrasos ou incumprimentos a0 longo do processo, pelo que este pode € deve quando necessario ser reajustado periodicamente Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP Resultados a serem obtidos desta reuniso: ‘* A metodologia de elaboragio do plano tem de estar em concordancia com a ‘metodologia tragada neste guido; # Deve ser realizada a familiarizago de todas as equipas com 0 Guia Metodologico para a elaboragio de Planos de Pormenor, ‘= Deve-se comecar a tragar esratégias| —_# Deve-se identiicar os principals agentes intervenientes e a para a participacdo da comunidade’ informagao a recolher de partida para a realizagio do pré- comunicagéo do plano; diagnéstico e a andlise da situagio atual do municipio; * Deve-se realizar um cronograma de | — |*Deve-se_marcar outras reunides periddicas de elaboracdo do plano com todas as fases acompanhamento e troca de informagées entre as © etapas devidamente identificadas; equipas de trabalho; * 4 equipa técnica de trabalho precisaré de ferramentas ¢ infraestrutura necesséria de comunicagao, equipamentos de informatica, softwares e aplicativos para a melhor execugSo do plano, pelo que estes dever ser indicados desde 0 inicio dos trabalhos. 2° PASSO: Processo de participagto e estratégia de comunicagao A participagéo publica na elaboragao do plano obrigatéria e deve ser garantida a0 longo de todo o processo. £ necessério também que as estruturas tradicionais nestas 4reas tenham uma participagso activa neste processo, principalmente para a formago de opiniées e transmiss3o de ideias nos eventos Participativos entre a equipa técnica que iré elaborar 0 plano e a comunidade E necessério que a equipa técnica comece a pensar na organizago dos processos participativas, os niveis de participagdo, formas de participagio, canais permanentes e temporarios de comunicacio, grupos participantes e que instrumentos devern ser usados para tal, podendo ocorrer de distintas maneiras, por meio de conselhos, comités, grupos de trabalho teméticos, conferéncias, projectos de lei de inciativa popular, além de audiéncias pablicas, debates, entre outros, nos bairros e outros locais do municipio. A sociedade civil Fazem parte seja as ONG's e as OCB's (organizagdes comunitérias de base). Os membros da sociedade civil so um importante elo de ligagdo entre as comunidades e as autoridades locais, faciitando a comunicagdo e interaccéo entre ambos, ‘As comunidades e autoridades —Fazem parte as autoridades tradicionais, os representantes dos administrativas locais bairros e 0s grupos religiosos. Sao um elemento fundamental nas fases de organizagdo das actividades de melhoramento de um assentamento informal através do processo participativo, Plano de Pormenor B sector privado Fazem parte empresas privadas que poderdo vir a ser uma chave CO a ee ee ee er importante nos processos de implementacao do plano uma vez definidas e acordadas as accoes prioritarias, Entrevistas semi-estruturadas: discuss6es informais baseadas numa lista flexivel de topicos. Os inquirides podem ser moradores comuns ou informantes-chave, isto é, pessoas que possuem algum As instituigdes académicas Representadas por dacentes, estudantes ¢ outros profissionais que trazem contribuigdes valiosas e pertinentes a0 longo de todo 0 focesso de elaboracao do plano. tipo de conhecimento especial tis como professores lideres da comunidade, chefes dos quarteirdes, trabalhadores da saiide, etc. que fagam parte da comunidade. Perguntas chaves: Que? Quando? (Onde? Porque? Como? Quem? Diagramacao: produzir diagramas de problemas e potencialidades, muitas vezes no proprio local de pesquisa, tendo em vista @ melhorar @ comunicag8o entre a comunidade ¢ a equipa de trabalho. Poderdo ser desenhados no papel; no solo, etc. e depois organizados e documentados, Recomendagdes de metodologias de planemento pa ipat Os Planos de Pormenor, por serem de menor escala, possuemn maior proximidade com as comunidades onde sero. implementados pois estas conhecem melhor do que ninguém os seus problemas ¢ as suas Mapeamento participativo: a partir de mapas jé elaborados ou Iniciar a partir da observac30 de necessidades, requerendo assim uma maior participagao da comunidade. Esta participagao em peso da campo e desenho da comunidade. Servem para informar a localizacio das diferentes actividades, comunidade no proceso de planeamento permit que as solugées partam também da comunidade e que principals equipamentos e servigos da comunidade, dos usos do solo, de pontos focais de confitos ou as mudangas sejam facilmente aceitas por estas. A comunidade tem de ser estimulada a participar em todo de risco, ete processo de desenvohimento urbano para a promogéo de uma cultura urbana sustentavel Perfis Transversais (caminhadas): percorrer a area de estudo acompanhado da comunidade, Figura 6. Participagao da comunidade de Ka Nyaka reconhecendo diferencas nos usos do solo, acidentes geogréficos e vegetacio, préticas culturas, infra- estrutura urbana, mobiliério, etc. O diagrama transversal é a representagio esquematica da caminhada realizada pela equipe de trabalho nas diferentes vias da érea de estudo, TAREFA 1 - Esti E importante notar que © proceso de participago precisa ser adequado a realidade de cada municipio, onde poderdo ser realizadas actividades como as auscultacGes piiblicas e as audiéncias publica. ‘Auscultagdes piblicas _ E um processo menos formal e mais criativo que as sessbes de audiéncia, nas quais grupos formados pela comunidade orientados por um facilitador podem explorar e discutir temas, desenvolvend ideias nas diferentes etapas do plano, desde 0 diagnéstico as propostas do plano. Os orientadores deste proceso devem familiarizar os participantes com assuntos especificos para ue possam construr juntos a partir de suas experiéncias e vivéns s Fonte: CEDH - Centro de Estudos de Desenvolvimento do Habitat (FAPF-UEM), 2011 poracso de PP Plano de Pormenor Gui30 Metodolégico para a 7} ys ‘Audiéncias piiblicas _Processo mais formal, onde serao reslizadas reunides de preferéncia de partipacto numerosa pare dicussio © debate durante as fases de i ae slaboracao do Plano. Ao longo do processo dever ser realizadas no minimo ects dluas audiéncias pablicas, onde o 0s editais de aniincio devem ser afxados . . . eee oe eee ea eee A eg Destina-se a areas de solo urbana, urbanizavel ou de urbanizaco programada em cuja gestSo seja : suficiente a caracterizacio dos volumes a edificar. Sd concebidos para novas Areas destinadas a realizar a sua acta e assinar-se a lista de presenga, Estes editais dever’o me expansdo habitacional, industrial, comércio, equipementos, que s80 definidas pelo Plano de Estrutura Urbana (PEU) ou Plano Geral e Parcial de Urbanizacéo (PPL/PPU), Reo COs aI es acer © desenho urbano é mais simplificado dependendo da abstraccao do projectista onde considera as fog SEEMS Sala) limitantes de ordem regulamentar, financeira, da caracterizago do solo (morfologia, topogratia), > Quem deve participar factores ambientais de conforte humano como a orientagao solar da malha que se pretende e a > Aagenda da audiéncia eee cereal rato iene! ora ja eee > Contetdo a ser ciscutido > Quem irédirigir a audiéncia 3S: pas > Plano de Pormenor de reabilitacio urbana Aplica-se a reas degradadas do tecido urbano consolidado, zonas histéicas ou outras éreas ETAPA 3: REALIZACAO DA CERIMONIA DO LANCAMENTO OFICIAL DO utbanizadas com vista a sua revitalzacéo, requalificagio e reabiltacio. Abrange solo urbano correspondente a totalidade ou a parte de PLANO © Um centro histérco delimitado no Plano de Estrutura Urbana (PEU) ou Plano Geral e Parcial de A ceriménia de langamento do plano & um acto que deve ser particioado por todos os agentes interessados Urbanizacdo (PGU/PPL); na elaboracio do PP do municipio. Para tal, deve-se publicitar no maior nUmero de veiculos de comunicaca0 © Uma érea critica de recuperacao e reconversio urbanistca, © langamento do plano, para que toda a comunidade tome conhecimento sobre ela. Pode e deve-se © Uma érea localizada em assentamento informal também convidar entidades governamentais e do sector privado que além de se benefciar do plano ppaderdo contribuir naimplementacBo dos seus projectos, © plano de pormenor de reabiitac’o urbana enquadra-se em areas urbanas antigas cujas construgBes clamam por renavaco ou mudanca do tipo de uso por forma a dar mais vida a urbe, Neste despacho do Presidente da Autarquia devem constar: incidindo assim sobre &reas do terrtério municipal que justlique uma intervencao integrada, em virtude da insufciéncia, degradac3o ou obsolescéncia dos edifcios, das infraestruturas, dos 2) Os termos de referéncia equipamentos de uiilizagSe colectiva e dos espacos urbanos verdes de utiizagSo colectva, By -Arecxryasier da onl tr rnd para es eas designadamente no que se refere 3s suas condigées de uso, solidez, sequranca, estética ou ©) As atrbuigdes a serem conferidas aos 6rgBos responsaveis pela sua elaboracto; sabres, 9) Os prazos para a sua elaboracao. Sempre que a area de intervencao do plano de pormenor de reabilitago urbana contenha ou coincida com patriménio cultural imdvelclassficado ou em vias de classficagao, e respectivas zonas ETAPA 4: DEFINICAO DO AMBITO DO PLANO DE PORMENOR de protecéo, a administragdo do patriménio cultural competente colabora, em parceria com 0 municipio, na elaboracao do plano. Este, € mais exigente em termos de contetido materia . nomeadamente levantamento © caracterizagio da situacdo existente e pormenorizacio de © Ambit territorial de um Plano de Pormenor (PP) depended, evidentemente, do prépria tipo e da escala : : elementos arquitecténicos ait existentes. de cada plano, Poders inclu um &rea de intervengSo existente ou a ser implantado, area especial do centro Urbano, eixos vidrios, assentamentos esponténeos ou mesmo terrenos objectos de construgées publicas ou privadas. © contedido material destes planos deve ser adaptado as finalidades especificas de intervengso previstas nos termos de referéncia e na deliberagao municipal que determina a respectiva elaboragao. Gullo Metadolégico para a Elaboragao de PP Plano de Pormenor B ov > Plano de Pormenor de reordenamento ou de melhoramento Incidem fundamentalmente sobre as reas néo consolidadas, ocupadas inforralmente - de ‘ocupagio esponténea, areas inaptas para habitacdo ou de ocupagdo de algumas reservas ¢/ou infraestruturas. S30 planos correctivos que visam criar as minimas condigées de habitabilidade sobre a dreas seleccionadas para este tipo de intervengéo. projectista tem muitas limitagbes pois a malha urbana a conceber deverd tomar em consideracdo a ocupagio existente. A intervengio a realizar visa redimensionar, no minimo, a rede de infta- estruturas © a area de equipamentos, assim como libertar as areas de ocupagao ndo seguras para habitagio. © plano de reordenamento uma ver que atinge algumas familias no acto do redimensionamento das infra-estruturas € equipamentos (transforrnago fundiaria), pode exigir reas alternativas para o reasssentamento de familias atingidas. > Plano de Pormenor - Projecto Urbano ‘Aplica-se a uma érea urbana, em solo urbanizado, devidamente delimitada e identficada; Regula, (© seu uso e ocupagio procurando integrar os elementos edificados no espaco puiblico envolvente ¢ onde poderdo ocorrer novas construgées. Trata-se de uma modalidade com uma maior exigéncia fem termos de contetido material, uma vez que incide sobre aspectos como: Elementos com valor arquitecténico a manter ou preservar; Estudo prévio da arquitectura dos edifcios e do interior dos quarteirbes; Articulacéo entre os edificios e 0 espaco publica; Redes de infra-estruturas eéctricas, de abastecimento de Aqua, drenagem de aguas pluviais ¢ residuals, recolha de residuos sdlidos e telecomunicacbes; Projecto paisagistico das zonas verdes e do espaco publica incluindo © mobilério urbano; > Plano de Pormenor - Projecto de Intervengio em espaco rural Elaborado no 2mbito de uma intervengao integrada sobre reas classificadas como solo rural © Pormenoriza e concretiza as propostas dos |OTS aplicéveis, indicando acces necessérias & sua cconcretizagio e reqrando 0 uso, ocupagaa ¢ transformacéo do solo rural © Pode proceder a reclassificagto do solo como solo urbano com 0 intuito de reordenar zonas edificadas ou edificacdes isoladas ou pré-existentes; Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP ETAPA 5: CRIACAO DE BASE DE DADOS E ORGANIZACAO DA CARTOGRAFIA A base de dados (Geodatabase) a ser criada ¢ um produto que traduz a sistematizacio e digitaizag3o da informagao resultante de diversas operagGes de levantamento @ forneceré o suporte necessério para proceder as andlises técnicas necessérias relativas ao plano e encaminhamento dos produtos relacionados &s temiticas especificas. Esta base de dados estaré representada por meio de mapas (realizados via SIG com 0 auxlio da ferramenta QGIS), graficos,tabelas, imagens fotogréficas, entrevistas,inquéritos, formulérios,fichas, textos, entre outros. s seus principais objectivos séo: 1@ Levantamento @ Cadastro de Informagtes (para construgo de um banco de dados): © planeamento do levantamento de dados € o primeiro passo na geragio dos dados |@ Modelagem de Contexto Espacial: Do ponto de vista socioeconémico, varios mapas tematicos podem ser gerados a partir do levantamento de dados como de renda, faixa etaria, empprego, entre outros. A producdo de cartografia deve obedecer & legislagao do pais no que tange 8 simbologia cartogréfica, procurando padronizar e uniformizar os produtos, para que n3o tenham grandes dlsparidades de informages. No caso da indisponibilidade de uma cartogratia actualizada da area de intervengao, é possivel defini a base cartogréfica através de uma ortofoto ou imagens geradas por satéltes, © Plano de Pormenor deve, nas suas subsequentes pecas, distinguir graficamente a situaco actual das propostas, principalmente em plantas que hajam sobreposigio de elementos (ex. Planta de Transformaggo Fundiia). A representacao grafica da cartografia tem de ser uniforme e coerente, isto significa que todos os elementos de uma cartografia de base tém de ser respeitados. NOTA: Por este ser um um sistema de informacéo geogréfica livre e de cédigo aberto, 0 QGIS é 0 Software recomendado aos técnicos municipais para a elaboracao dos seus mapas e organizacdo da sua base de dados. Elementos que compéem a Cartografia > 1. Espaco para o desenho car de autores ou > 2 Espago para a legenda técnica: com espao para a identificagao colaboradores que realizaram a carta ou mapa, as escalas g perenne peer tere oles ree ore ey ee folha, codigo da folha, data de elaboragao tagdo [4% 3. Legenda de simbologia descrigdes de elementos que constam no mapa/carta > 4, Reticulado (rede geogréfica de coordenadas) Fonte: Instituto médio de planeamenta fisica e ambiente, 2017 Figura 7. Planta de implantacao do PP de Odivelas Fonte: Plano de Pormenor de Odivelas, 2018 - Portugal rT ESTUDOS DE CARACTERIZACAO E DIAGNOSTICO © diagnéstico no ambito do Plano de Pormenor apoia-se em informagio de base jé existente, cconsequéncia de outros planos em vigor na area de intervenco. Contudo, é imprescindivel que seja feita uma andlise minunciosa através de estudos de caracterizag30 da area de intervenc2o, principalmente no 2mbito da realizacio do cadastro fundirio, uma vez que a sua menor escala assim o permite. ETAPA 1: OS ESTUDOS DE CARACTERIZACAO DA AREA DE INTERVENGAO Esta etapa trata de identificar e entender a situaco econdmica e social da area de intervengio € 0 seu papel no municipio - a érea urbana e a rea rural, 0s seus confltos e as suas potencialidades. Sequem-se as leituras técnicas @ leituras comunitérias, que podem ser independentes, mas realizadas no mesmo periodo de recolha de informagéo. A leitura técnica ajuda a entender a érea sujeita a0 plano, pela comparagio entre dados e informagées socio econémicas, culturais, ambientais ¢ de infra-estrutura disponiveis no municipio. Assim, pode se comegar a tragar um inventério da situagéo actual do territério através de estudos de caracterizagdo da rea, onde deve-se principalmente comegar a elaborar mapas tematicos e recolher outros tipos de informagio. Portanto, 0 estudo de caracterizacao da area de intervencao abrange a génese da morfologia urbana, analises s6cio-economicas, de acessibilidade e disponibiidade do espago publico, a oferta actual de infraestruturas e 0 estado do edificado, Este estudo consolida o diagnéstico suportado numa caracterizagso pormenorizada da area de intervenco do plano para que @ posterior se possam indicar as estratégias de intervengio nesta area. Guido Metodoldgico para a Elaboracao de PP 1° PASSO: Identificagdo e recolha de informactio existente E necessério que, numa primeira fase, a equipa técnica identifique a informacdo necessaria a ser recolhida, tanto a existente como a informacao a ser recothida no campo. Isto inclui também identificar os agentes pblicos, privados ou académicos em cada municipio, que poderdo contribuir na busca destas informagbes, sejam elas mapas jé realizados, diversos planos sectoriais em vigor, dados estatisticos, entre outros. Assim, todos aqueles que estejam de alguma forma envolvidos, que tenham interesse e que exercam influéncia sobre 05 resultados do PP, direta ou indiretamente, ou que possam ser afectados de forma positiva ou rnegativa pela sua implementacéo, devem ser indicados No mesmo mbito e de forma a assegurar que sejam realizadas as necessarias compatibilizagées entre os difetentes os planos, programas e projectos em vigor no municipio e na area de intervenco, & necessario que estes sejam recolhidos para estudos preliminares pela equipa de trabalho. Estes planos @ projectos podem ser caracterizados da seguinte maneira > Anivel Nacional > Anivel Regional > Anivel Municipal > Planos Sectoriais em vigor (de infraestruturas, do ambiente, climéticos, agricutura, educagao, satide, desporto, turismo etc) Como Por Exemplo: > Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial > Plano Provincial de Desenvolvimento Territorial Plano Distital de Uso de Terra > Programa Quinquenal do Governo (PQG) > Plano Econémico e Social PES) > Plano de Estrutura Urbana do Municipio > Plano Geral ou Parcial de Urbanizagao > Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentével 2051-2035 E Os Planos Sectoriais Como: Planos de Mitigagao de Riscos: Drenagem, Enchentes e Erosso Planos de Aque e Saneamento Basico Planos de Mercados e Feiras Planos de Mobilidade, Transporte e Estradas Plano de Gestdo Urbana de Terras Planos de Gestdo Integrada de Residuas Sélidos Urbanos VEY Plano de Pormenor

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