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Lição 02: APOCALIPSE – A Revelação de Jesus Cristo

APOCALIPSE 1

3- Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as
coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.

4- João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é,
e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;

5- E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe
dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados.

6- E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre.
Amém

O livro de Apocalipse começa com uma visão de Cristo glorificado.

Ao mesmo tempo que conforta João, mostra a importância do papel da Igreja neste mundo.

A mensagem do Apocalipse foi um grande consolo para os cristãos daquele tempo,

em face das perseguições e sofrimentos vividos sob o império romano.

Hoje, nós também precisamos buscar em sua mensagem, edificação, força e esperança,

lembrando que nossa realização e esperança estão em Cristo, que muito breve voltará para
buscar a Sua Igreja.

 O primeiro verso do capítulo 1 de apocalipse responde detalhadamente sobre a autoria e


destino do livro, que diz:

Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que
brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo,

Observe:
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Revelação de Jesus Cristo - fala – nos que (Jesus Cristo é o centro do livro),

a qual Deus lhe deu - fala da (origem divina),

para mostrar aos seus servos - trata do (destino do livro)

as coisas que brevemente devem acontecer - (caráter profético do livro);

e pelo seu anjo as enviou - (mensageiro divino),

e as notificou a João seu servo - o (escritor humano)

Vejam que o apóstolo João está na ponta final da revelação.

Deste fato podemos tirar a lição de que não cabe orgulho e vaidade, quando se entende que o
verdadeiro autor é o nosso Senhor Jesus.

Sem Ele não podemos fazer nada como afirma Jo 15.5].

Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque
sem mim nada podereis fazer.

É interessante que no próprio livro do Apocalipse o nome de João aparece 5 vezes

Irineu, discípulo de Policarpo que foi discípulo de João, confirma a autoria do livro a João

e atesta que ele escreveu no final do reinado do imperador Domiciano,

que governou o império romano no período de 81 a 96 d.C.

Logo fica claro que João é o autor humano do livro, mas a inspiração é celestial.

Além disso, é importante lembrar que a Bíblia não é um livro de teoria sobre felicidade, e bem-
estar.
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Não é um livro de autoajuda, é o único livro no mundo cujo autor sempre está presente toda
vez que se lê.

Ela é o manual prático de bem-aventurança e vida plena.

Pois encontramos logo no início do Apocalipse três bem-aventuranças:

Primeiro “Bem-aventurado aquele que lê,

Segundo, e os que ouvem as palavras desta profecia,

Terceiro, e guardam as coisas que nela estão escritas.” [Ap 1.3].

Essa passagem deixa claro que não basta memorizar textos e ser um bom ouvinte.

É preciso obedecer a Palavra de Deus, para desfrutar realmente as bênçãos do Senhor para o
Seu povo.

 Russell Champlin diz que o termo “bem-aventurado” expressa o estado de bem-estar que é
resultado da retidão espiritual.”

É importante lembrar que quando Daniel recebe de Deus as revelações concernentes ao futuro
de Israel e do mundo,

Deus disse a ele:

E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de
uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Daniel 12:4

600 anos depois, no tempo do Novo Testamento, Deus diz para a sua igreja.

Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se
têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora. 1 João 2:18
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O escritor aos Hebreus afirma que falta apenas “um poucochinho de tempo” para a volta de
Cristo, como diz:

Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará.


Hebreus 10:37

No Apocalipse somos avisados por Cristo, que o tempo está próximo [Ap 1.3b].

A pergunta que nos vem à mente é: Se no tempo do Novo Testamento era a última hora, o que
diremos agora, há mais de dois mil anos?

É interessante que Enquanto Daniel fecha o livro, João vê Jesus abrir o livro. O aviso é claro:
“É tempo de arrependimento e consagração a Deus”.

Em sua mensagem final e profética, Jesus demonstra Seu cuidado e zelo com a Sua Igreja,

Trazendo admoestações e mostrando qual é a verdadeira identidade e posição do Seu Corpo,


enquanto não chega a hora do arrebatamento.

Veja que o amor de Cristo por Sua Igreja é tão grande que o apóstolo Paulo, ao admoestar a
Igreja de Éfeso,

exorta que o marido ame a esposa, tendo como padrão: “como Cristo amou a Igreja” [Ef 5.25].

Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela, Efésios 5:25

É possível perceber essa relação de Cristo com a igreja já no início do livro de apocalipse

Em [Ap 1.4]; João traz uma saudação do Deus Triuno às sete Igrejas

João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e
que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono;

Pai, Filho e Espírito Santo dão à Igreja graça e paz,


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Essa graça e essa paz são dois elementos fundamentais e insubstituíveis para a vida da Igreja.

A menção à Trindade falando com as sete igrejas demonstra a total atenção e apoio de Deus à
Igreja.

Elas são, também, as primeiras a receber a revelação do Apocalipse.


Jesus manda que João escreva num livro a mensagem apocalíptica e envie às sete igrejas [Ap
1.11].

Isto denota a importância que tem a Igreja, na presente dispensação,

Que tem o dever de conhecer o livro do Apocalipse, além disso, aumenta nossa
responsabilidade, para com o mundo perdido.

Para entendermos sobre a localidade das 7 igrejas da Asia, Segundo o Dicionário Wycliffe:

“No Novo Testamento, Ásia geralmente se refere à província romana criada em 129 a.C.

Neste tempo a Ásia incluía os países da Mísia, Lídia, Caria e a maior parte da Frígia, além de
várias ilhas e cidades costeiras.

Inicialmente, Pérgamo era a capital, porém mais tarde a sede do governo foi transferida para
Éfeso.
Os judeus da Ásia estavam presentes em Jerusalém no dia de Pentecostes, conforme [At 2.9].

Em sua segunda viagem, Paulo foi impedido de pregar na Ásia, segundo [At 16.6];

mas na terceira viagem o seu ministério havia se estendido de tal maneira que todos os que
habitavam na Ásia ouviram a Palavra [At 19.10].”

E durou isto por espaço de dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia
ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos. Atos 19:10

Em apocalipse 1.6 o texto vai falar sobre reis e sacerdotes, como diz:
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e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre.
Amém!

O propósito divino com Israel era que, após sua libertação do Egito, Seu povo se tornasse um
reino sacerdotal,

uma nação santa, separada de toda a idolatria e pecado e que fosse luz para as nações
conforme [Êx 19.5-6].

agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então,
sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha.
E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos
de Israel.

Mas, após a consumação da obra redentora de Cristo na cruz,

Sua ascensão e a descida do Espírito Santo, a Igreja é identificada com os termos: “sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido conforme [1Pe 2.9],

Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

esse reino sacerdotal é constituída de judeus e gentios salvos, conforme [Ef 2.12-20].

Quando somos chamados de “reis e sacerdotes”, aponta ainda para o poder e a


responsabilidade de interceder pelo mundo 1 Timóteo 2:1,2

Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações
de graças por todos os homens,
pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e
sossegada, em toda a piedade e honestidade.

E ainda
E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes são perdoados; e, àqueles a quem os
retiverdes, lhes são retidos. João 20:22,23
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e desfazer as obras do diabo [Lc 10.19; Mc 16.17].

E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas
línguas; Marcos 16:17

Eis que vosdou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada
vos fará dano algum. Lucas 10:19

A igreja deve dar continuidade na obra que Cristo iniciou, conforme 1 João 3.8
Quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto
o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.

Stanley M. Horton: diz: “Por sua graça, através da fé, entramos neste sacerdócio real, e temos
acesso ao Santo dos Santos na presença de Deus

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,
pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,
Hebreus 10: 19,20

Esta é a nossa posição agora.

E, quando Ele vier, temos a promessa de que reinaremos com Ele, observe [2Tm 2.10 a 13].

Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos;
se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;
se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.

O texto trata a Igreja de Cristo como sete castiçais de ouro [Ap 1.12].

E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro

O ouro é metal por excelência e aponta para a glória e majestade de Cristo,

que dá à Igreja capacitação para manifestar o poder de Deus e ganhar vidas com a pregação
do Evangelho.
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Em seu ministério terreno, Jesus afirmou ser a luz do mundo [Jo 8.12] e deu esta mesma
missão à Sua Igreja.

Para um mundo que jaz no maligno [1Jo 5.19]


Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno.

e que vive um verdadeiro apagão moral e espiritual, “em trevas” [Jo 1.5].
e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
João 1:5

Devemos cumprir nossa tarefa de ser luz [Mt 5.14].


Vós sois a luz do mundo; nãose pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Mateus 5:14

Diante disso, a Igreja não pode se esconder ou omitir e deixar a sua missão de, como luz, guiar
a humanidade a Cristo.

3- A VISÃO DE DEUS
João, na ilha de Patmos, tem uma visão do Deus Triuno e em destaque vê o Cristo glorificado.

Esta visão deve ter sido um grande consolo para o apóstolo neste tempo de exílio.

Devemos também, manter nossos olhos em Cristo, autor e consumador de nossa fé conforme
[Hb 12.2],

olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto,
suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.

e perseverar independente das adversidades ou problemas da vida.

Ainda sobre a trindade, No livro do Gênesis, que mostra o início de todas as coisas,
encontramos vislumbres da Trindade

, em expressões como: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”


[Gn 1.26];
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“Eis que o homem é como um de nós” [Gn 3.22];

e “desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro” [Gn
11.7].

Em Apocalipse 1.4, vemos a Trindade envolvida na revelação à Igreja: 1º - O Pai: “Graça e


paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir” [Ap 1.4]

Apontando assim para a sua eternidade.

2º - O Espírito Santo: “e dos sete espíritos que estão diante do seu trono” [Ap 1.4] fala da
perfeita e plena manifestação e operação do Espírito [Is 11.2].

Jesus Cristo: “fiel testemunha”, que fala de Cristo como profeta;

“o primogênito dos mortos”, que aponta para a sua morte e ressurreição,

tornando-o sacerdote de nossa salvação conforme [Hb 7.24-25];

“o príncipe dos reis da terra”, fala de Cristo como o rei proeminente, rei dos reis que governa o
destino dos homens conforme [Ap 1.5],

“num alto e sublime trono” [Is 6.1].

 Myer Pearlman: diz que “É verdade que a palavra “Trindade” não aparece no Novo
Testamento;
Já que é uma expressão teológica, que surgiu no segundo século para descrever a divindade.

Mas o planeta Júpiter existiu antes de receber ele este nome;

e a doutrina da Trindade encontrava-se na Bíblia antes que fosse tecnicamente chamada de


Trindade”.
Ou seja, assim como o Planeta Júpiter recebeu este nome depois que já existia,
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a Trindade (Pai – Filho – Espírito Santo) já estava presente em toda Bíblia, antes de ser
denominada de “Trindade”.

Em apocalipse 1.13 diz:


e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste
comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro.

Apocalipse 1:13

A expressão filho do homem tem vários significados ao longo da Bíblia:

No Antigo Testamento: Fala do homem de forma geral [Sl 8.4];

fala do Messias prometido [Dn 7.13-14].

Já no Novo Testamento esta expressão ocorre oitenta e quatro vezes,

todas relacionadas à pessoa de Cristo.

Que Fala da perfeita humanidade de Cristo e se tornou um título messiânico.

. O título aponta para Seu sofrimento e morte [Mc 8.31; Lc 9.58],

Seu ministério terreno [Mc 2.10,28]

e Sua volta gloriosa [Mt 24.27, 37, 39].

Stanley M. Horton: diz que “Precisamos saber, que ele já havia cumprido as profecias de
Daniel, onde “um semelhante ao Filho do Homem” receberia o reino [Dn 7.13].

Jesus já havia também se identificado a si mesmo quando estivera diante do Sinédrio; e, por
causa disso, procuravam matá-lo [Mt 26.64].

Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereisem breve o Filho do Homem
assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.
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Mateus 26:64

Mas, agora, João via um Jesus triunfante que haveria de descer das nuvens para receber “o
domínio, a honra, e o reino,

para que todos os povos, nações e línguas o servissem” [Dn 7.14].”

E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o
seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.

Daniel 7:14

 Na visão de João, vemos as características de Cristo: “vestido até os pés de um vestido
comprido” [Ap 1.13] isso fala-nos do sacerdócio de Cristo [Hb 4.14; 9.11; 10.21; 8.1-2; 7.21-28];
“cingido pelo peito com um cinto de ouro” [Ap 1.13] – aponta para a justiça de Cristo [Sl 132.9];

“sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve” [Ap 1.14] – mostra a sua
honra e eternidade [Dn 7.9; Pv 16.31];

“seus olhos, como chama de fogo” [Ap 1.14] – fala de Sua onisciência,

Ele é aquele que conhece e esquadrinha o coração do homem; “seus pés semelhantes ao
latão reluzente [Ap 1.15]

isso aponta para a Sua onipotência, Seu poder de subjugar os seus inimigos [1Co 15.25];

“sua voz, como a voz de muitas águas [Ap 1.15] – fala da autoridade e poder de Sua palavra
[Ez 43.2; Ap 14.2].

Diante disso precisamos estar atentos a mensagem de Cristo à sua igreja,

que se apresenta como o Deus Uno e triúno,

além de revelar o que somos para Ele e o que Ele fez por nós,
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a fim de estarmos preparados nesse tempo do fim

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