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TECNOLOGIAS DA

INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO
APLICADAS À EDUCAÇÃO

Autoria: Gabriella Eldereti Machado

UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:


Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci

Revisão de Conteúdo: Bárbara Pricila Franz


Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2019


Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
M149t

Machado, Gabriella Eldereti

Tecnologias da informação e comunicação aplicadas à edu-


cação. / Gabriella Eldereti Machado. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.

113 p.; il.

ISBN 978-85-7141-293-4
1.Tecnologia educacional – Brasil. 2.Tecnologia da informação –
Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 371.334

Impresso por:
Sumário

APRESENTAÇÃO...........................................................................05

CAPÍTULO 1
Introdução às Tecnologias da Informação
e Comunicação – TIC..................................................................... 7

CAPÍTULO 2
Educação e as Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC).............................................. 45
CAPÍTULO 3
Ambientes Virtuais e as Possibilidades
de Aprendizagens........................................................................ 81
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina irá contemplar os principais conceitos relacionados às
tecnologias da informação e comunicação (TIC) no contexto da educação. Busca
trazer aspectos gerais das TIC, dialogando com a função educacional e o potencial
de aplicação dessas ferramentas no cotidiano. Assim, abrange possibilidades
didáticas pedagógicas da tecnologia da informação e comunicação no contexto
educacional.

O Livro de Estudos da disciplina Tecnologias da Informação e Comunicação


Aplicadas à Educação compreende três capítulos, sendo eles: o Capítulo 1,
intitulado “Introdução às Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC”; o
Capítulo 2, intitulado de “Educação e as Tecnologias da Informação e Comunicação
– TIC”; e o Capítulo 3, intitulado de “Ambientes Virtuais e as Possibilidades de
Aprendizagens”.

O Capítulo 1 tem o propósito de realizar a introdução dos temas que


envolvem as tecnologias da informação e comunicação com o objetivo de
promover a compreensão entre a relação do contexto histórico e o conhecimento
sobre a tecnologia. Ele apresenta os conceitos principais na área de tecnologia
da informação e comunicação, sendo dividido em duas seções: o histórico das
tecnologias da informação e comunicação e as definições e conceitos iniciais das
tecnologias da informação e comunicação.

No Capítulo 2, são introduzidos os temas das TIC e suas relações com os


processos de ensino e aprendizagem a partir do contexto da educação e do uso
de recursos tecnológicos. Contextualiza o papel dos professores e a utilização
das TIC nos espaços escolares, promovendo o desenvolvimento de atividades
relacionadas ao conhecimento sobre os ambientes de ensino-aprendizagem
através de projetos que utilizam multimídias. Assim, o capítulo é dividido nas
seguintes seções: o espaço da escola e a tecnologia e ambientes virtuais no
processo de ensino-aprendizagem.

O Capítulo 3 compreende a abordagem dos ambientes virtuais e as


possibilidades de aprendizagens, contendo as seções: formação de educadores
e a produção de material didático com as TIC; e ferramentas didáticas. Tem a
finalidade de capacitar para o trabalho com a produção de material didático e
utilizar as TIC por meio do conhecimento para promover a utilização em sala de
aula. É preciso incentivar o desenvolvimento de estratégias de soluções para
situações práticas do uso das TIC e a educação.
C APÍTULO 1
Introdução às Tecnologias da
Informação e Comunicação – TIC
A introdução dos temas que discutiremos nestes capítulos busca trazer
ao acadêmico o conhecimento sobre o contexto geral das tecnologias e suas
aplicações no cotidiano de cada um. Serão abordados conhecimentos sobre os
desafios, potencial de aplicação e as dificuldades enfrentadas pelos avanços
tecnológicos ao longo do tempo, a fim de possibilitar a contextualização do papel
do professor na era da informação.

O novo papel do professor está ligado ao processo de aprimoramento do uso


das novas tecnologias, possibilitando aos alunos outros modos de aprender em
sala de aula e fora dela. Assim, o ensino e a aprendizagem podem se concretizar
em ambientes de aprendizagem, sejam estes presenciais ou a distância (EAD)
(GUIMARÃES, 2007).
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

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Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

1 Contextualização
Neste capítulo, estará sendo contextualizada a temática das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC). Elas são constituídas por um grupo de
tecnologias e recursos tecnológicos desenvolvidos ao longo do tempo pela
humanidade. Tais tecnologias possibilitaram outros modos de transmissão da
informação e comunicação, principalmente depois da década de 1970, com a
Terceira Revolução Industrial, e da década de 1990, com os avanços da internet.

A partir dessa perspectiva, são apresentados os seguintes objetivos de


aprendizagem deste capítulo: promover a compreensão entre a relação do
contexto histórico e o conhecimento sobre a tecnologia; incentivar a reflexão sobre
o contexto da construção da aprendizagem dos sujeitos; apresentar os conceitos
principais na área de tecnologia da informação e comunicação e desenvolver as
habilidades com e para o uso das TIC na educação.

O uso das TIC no Brasil possui deficiências, pois ainda precisam ser
melhoradas algumas competências relacionadas com a utilização das TIC nas
escolas. O sistema atual exclui a utilização das tecnologias para a aprendizagem
em sala de aula, resultando em um processo de exclusão digital. No contexto da
escola, a atuação das TIC vai ao encontro do desenvolvimento de habilidades
ligadas ao espaço cognitivo que a tecnologia pode proporcionar.

As TIC podem complementar os conteúdos presentes em livros, revistas etc.


São ferramentas que ampliam o conhecimento. Atualmente, estamos na era da
informação e vivemos conectados: temos as notícias ao alcance de um clique; a
solidificação da educação a distância no meio educacional e a utilização das TIC
por empresas e outros setores. Portanto, devemos ampliar as possibilidades de
conhecimento e aprendizagem.

Na área da ciência, a tecnologia subsidia diversos estudos e pesquisas que


possuem resultados de grande valia à humanidade, melhorando a qualidade de
vida das pessoas. Alguns exemplos são: as pesquisas para a busca da cura da
AIDS com coquetéis de remédios; a máquina a vapor que revolucionou a indústria;
as redes de computadores e a internet (GUIMARÃES, 2007).

A ciência pode ser entendida como a necessidade de conhecer


as coisas do universo e de descobrir como é constituído o mundo
(GUIMARÃES, 2007).

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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Assim, podemos verificar o importante papel das tecnologias para o


aprendizado e o desenvolvimento da humanidade. A partir dessa contextualização,
iremos percorrer a história dos avanços da tecnologia e as principais descobertas
que contribuem para a vida em sociedade. Posteriormente, traremos os principais
conceitos para auxiliar no entendimento das tecnologias da informação e
comunicação.

2 Histórico das Tecnologias da


Informação e Comunicação (TIC)

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão presentes no
contexto do desenvolvimento tecnológico da humanidade, contribuindo no
avanço de inovações e na melhoria das condições de vida das pessoas. Assim,
neste capítulo será abordada a história do desenvolvimento das TIC no contexto
mundial, destacando seus principais recursos e aplicações nos processos e
momentos históricos globais.

O campo de utilização das TIC é diversificado, sendo utilizadas, por exemplo:


na indústria, no desenvolvimento dos processos de automação; no meio comercial,
com a publicidade; na educação; na fabricação e criação de hardwares e softwares,
entre outros. A partir de agora, começaremos uma viagem pela história das TIC
destacando alguns momentos importantes do avanço das tecnologias.

O interesse pela tecnologia, ainda que naquele tempo não fosse esse o nome
dado, tem início na Grécia antiga, berço da civilização e das descobertas, com Tales
de Mileto, em 700 a.C., quando descobriu a eletricidade em seus experimentos com
o atrito do âmbar na pele de carneiros (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

A chamada Grécia antiga é, atualmente, a região que nós conhecemos


como Grécia. O local abrigou as primeiras organizações sociais ou civilizações no
território da Europa, contendo cidades com arquiteturas imponentes e filósofos que
iniciaram a construção do conhecimento, bem como as descobertas na arte, ciência
e modo de viver em sociedade. Como exemplos de invenções do período, temos a
eletricidade, a filosofia, o modo de governar a partir da democracia e a política.

Há uma história por trás de sua constituição, já que a civilização não se fez
do nada. Passaremos a conhecê-la agora através do estudo de Dars (2015). O
mundo grego tem sua origem fora da Grécia, na chamada civilização Micênica.
Os primeiros povos denominados de gregos, oriundos da região conhecida hoje
como Turquia e Rússia, migraram para as margens do mar Egeu (DARS, 2015).

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Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

A civilização Micênica esteve presente na região da Península Balcânica


e, posteriormente, expandiu-se por meio do mar para outras localidades. A
cultura presente na civilização foi responsável pelo desenvolvimento da escrita e
linguagem, que até o momento não existia.

O mar Egeu está situado entre a Grécia e a Turquia, sendo um local A civilização
estratégico, berço de muitas conquistas e civilizações. Micênica
desaparece sem
motivos definidos
A tecnologia e o conhecimento sempre estiveram presentes nesses no período de 1200
povos, visto que os gregos são precursores de diversas conquistas a.C. Sugere-se que
o desaparecimento
e descobertas. No período entre 2700 a.C. e 1100 a.C., ocorreu uma foi resultado de
revolução tecnológica que proporcionou uma modificação no modo de invasões por
vida dos povos. povos egípcios
no território. Há,
também, a sugestão
O período foi denominado “Idade do Bronze” devido à descoberta da de que houve uma
catástrofe natural,
liga metálica, de cor dourada, oriunda do processo de fusão dos metais como um terremoto,
cobre e estanho (DARS, 2015). Tal material possibilitou a produção de resultando na
armas, revolucionando o contexto da época. erupção do vulcão
Santorini em uma
ilha (DARS, 2015).
A civilização Micênica desaparece sem motivos definidos no período Após o período,
a sociedade se
de 1200 a.C. Sugere-se que o desaparecimento foi resultado de invasões reconstituiu com
por povos egípcios no território. Há, também, a sugestão de que houve base nos mitos
uma catástrofe natural, como um terremoto, resultando na erupção do que envolvem o
desaparecimento,
vulcão Santorini em uma ilha (DARS, 2015). Após o período, a sociedade os quais são as
se reconstituiu com base nos mitos que envolvem o desaparecimento, os bases fundadoras
da civilização grega.
quais são as bases fundadoras da civilização grega.

Conheça mais sobre a Grécia antiga, berço da civilização e


da democracia. Assista ao documentário “Grandes Civilizações
– A Grécia Antiga”. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=8_LoAioaOD0>. Acesso em: 26 nov. 2018.

Voltando à eletricidade, descoberta por Tales de Mileto, seu significado é


proveniente do vocábulo grego elektron. Quando o filósofo e matemático Tales de Mileto
estava realizando o seu experimento, que consistia em esfregar um copo de material
oriundo do âmbar em um pano, percebeu a passagem de energia, pois observou que
algum atrito era provocado no movimento e resultava na produção de carga elétrica.

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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Entende-se por eletricidade a forma pela qual a energia executa um trabalho


ou ação, podendo ser na forma elétrica, hidráulica, mecânica e/ou térmica. O
átomo é parte essencial para a eletricidade, sendo constituído por regiões que se
complementam, tendo o núcleo como região central. As partículas que ocupam
o restante de sua estrutura são conhecidas por elétrons, ocupando a
Para saber mais região chamada de eletrosfera. No núcleo, estão presentes os prótons
sobre a história do
átomo, leia o livro “A e nêutrons.
História do Átomo
- de Demócrito Aos Para saber mais sobre a história do átomo, leia o livro “A História
Quarks” de Jader
Benuzzi Martins. do Átomo - de Demócrito Aos Quarks” de Jader Benuzzi Martins.

Uma tecnologia que se destaca no período de 1468 é a impressão tipográfica,


descoberta por Johannes Gutenberg, o que possibilitou a publicação impressa de
livros e jornais, difundindo a informação na época (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Johannes Gutenberg (1398-1468) foi um cientista e inventor,


Johannes
Gutenberg (1398- nascido no chamado Sacro Império Romano-Germânico, atualmente
1468) foi um localizado na Alemanha. Sua descoberta causou a Revolução
cientista e inventor, da Imprensa, causando a disseminação do conhecimento e das
nascido no chamado informações.
Sacro Império
Romano-Germânico,
atualmente Os estudos iniciados por Tales de Mileto foram aprofundados, no
localizado na século XVII, por estudiosos que utilizaram suas descobertas sobre
Alemanha. Sua
descoberta causou eletricidade para aprimorar o movimento de máquinas e geradores em
a Revolução da indústrias. Somente em 1873, através de James Clerk Maxwell, físico e
Imprensa, causando matemático nascido em 1831, na Escócia, que houve o aprimoramento
a disseminação do
conhecimento e das dos estudos sobre a eletricidade e magnetismo, sendo de grande
informações. valia aos avanços de equipamentos e tecnologias de informação e
comunicação (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Maxwell desenvolveu o conceito fundamental do que ele chama de


eletromagnetismo, conceituando o campo eletromagnético. É um cientista
pouco conhecido devido à curta vida, já que faleceu aos 48 anos. Além do
eletromagnetismo, pesquisou sobre a produção de fotografias coloridas.

Pesquise as aplicações da eletricidade no nosso cotidiano. Qual


a relevância dessa descoberta para a nossa sociedade atual?
Relacione quantos equipamentos você utiliza que demandam
eletricidade em seu dia a dia. Use o mapeamento como um
caminho para a sua resposta.

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Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

Tais ideias sobre eletricidade são aprimoradas pelo físico e químico britânico
Michael Faraday (1791-1867), que contribuiu para o andamento das pesquisas
com a eletricidade, eletroquímica e magnetismo (CURY; CAPOBIANCO, 2011).
Na eletroquímica, Faraday foi o principal precursor, descobrindo propriedades
magnéticas que impulsionaram o desenvolvimento da área.

Tais descobertas possibilitaram a produção de métodos que hoje


conhecemos como processo de refrigeração e conservação de alimentos. Dentre
suas descobertas, estão o gerador elétrico e o transformador elétrico.
O invento de
Samuel Finlay
Suas pesquisas são aprimoradas por Samuel Finlay Breese, Breese, denominado
construtor do aparelho telegráfico registrador de apenas um fio, o qual de telégrafo, é
considerado uma
patenteou o invento em 1837, possibilitando a popularização do seu uso das principais
(CURY; CAPOBIANCO, 2011). descobertas na área
da comunicação
dos séculos XIX
O invento de Samuel Finlay Breese, denominado de telégrafo, é e XX, sendo,
considerado uma das principais descobertas na área da comunicação posteriormente,
substituído pelo
dos séculos XIX e XX, sendo, posteriormente, substituído pelo telefone. telefone.

Em seguida, no ano de 1839, ocorreu a descoberta da fotografia por Louis


Jacques Mandé Daguerre, artista e pesquisador de origem francesa (CURY;
CAPOBIANCO, 2011). As descobertas e pesquisas foram de grande importância
para o acesso e popularização das tecnologias da comunicação de um modo
geral, favorecendo as transformações no âmbito social, econômico e civilizatório.
A invenção da câmera ocorreu por volta do século X, com Alhazen, um físico e
matemático. A câmera é talvez a maior descoberta no contexto da fotografia.

Alhazen desenvolveu o protótipo da câmera a partir da observação


Alhazen
dos eclipses solares. desenvolveu
o protótipo da
câmera a partir da
No contexto da América, temos o cabograma como o primeiro observação dos
telegrama transmitido via cabo submarino, em 1858, sendo levado eclipses solares.
aos Estados Unidos pelo escocês Alexander Graham Bell (CURY;
CAPOBIANCO, 2011).

Graham nasceu na Escócia, no ano de 1847. Foi alfabetizado em casa,


lecionando para pessoas surdas em sua juventude. O telefone é seu principal
objeto de pesquisa, apresentado para a sociedade durante a comemoração
da Independência dos Estados Unidos, fundando, no momento, a Companhia
Telefônica Bell (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Graham Bell e Dom Pedro II tinham uma relação pouco conhecida, mas
que proporcionou frutos relevantes, como a instalação da primeira companhia

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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

O encontro telefônica no Brasil. Eles se conheceram em uma exposição de


proporcionou invenções em 1876, na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, onde
medidas tecnológicas
tomadas pelo Bell estava expondo seu telefone. Naquele momento, ele não era um
Imperador, como dos inventores mais disputados, despertando somente a curiosidade de
a instalação de Dom Pedro II. Ao testar o invento de Bell, Dom Pedro II ficou muito
aparelhos de telefone surpreso e, naquele momento, tornaram-se amigos (GOMIDE, 2018).
no Palácio Imperial
de São Cristóvão e
na Quinta da Boa O encontro proporcionou medidas tecnológicas tomadas pelo
Vista, onde hoje se Imperador, como a instalação de aparelhos de telefone no Palácio
encontra o Museu
Nacional, na cidade Imperial de São Cristóvão e na Quinta da Boa Vista, onde hoje se
do Rio de Janeiro. encontra o Museu Nacional, na cidade do Rio de Janeiro.

Retornando ao interesse de Bell em ajudar as pessoas surdas, ele colocou


em prática invenções voltadas à educação, chegando a fundar uma organização
para o ensino de deficientes auditivos. Nos Estados Unidos e Canadá, ocorreram
homenagens e agradecimentos a Bell por suas contribuições ao mundo durante
seu enterro, no ano de 1922.

Em 1885, as comunicações de longa distância tornaram-se efetivas com a


fundação da companhia de telefonia e telégrafos e com a produção e distribuição
de energia proporcionadas pelas descobertas, ocorridas em 1879, do cientista
americano Thomas Alva Edison (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Ainda, temos a descoberta da lâmpada elétrica, do gramofone e do teletipo,


os quais revolucionaram a vida das pessoas. Por ser autodidata, a experiência de
estudo proporcionou a Edison tornar-se um inventor e empreendedor renomado
para a sua época, registrando descobertas que incluíam o fonógrafo e a câmera
cinematográfica.

Reconhecido mundialmente pelo invento da lâmpada incandescente, ele


buscava aprimorar o invento da telegrafia, possibilitando a transmissão de
mensagens para longas distâncias. Suas outras invenções são: a bateria de carro
elétrico, feita de níquel e ferro, usada até os anos 1970; e a distribuição de energia
elétrica, ao projetar o primeiro sistema de iluminação e distribuição de eletricidade
para a cidade de Nova York (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Para conhecer mais sobre as descobertas de Thomas Edison,


faça a leitura do livro “Thomas Edison – O Feiticeiro de Menlo Park”,
de Randall Stross.

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Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

O primeiro teste da lâmpada, talvez seu maior invento, foi em 1879. Ele
utilizou uma lâmpada feita de algodão, carbonizando-a dentro de um local a
vácuo, no qual a lâmpada funcionou por 45 horas (CURY; CAPOBIANCO,
2011). A descoberta da lâmpada representou não só um avanço para a ciência e
tecnologia, mas também para a humanidade, que deixou de utilizar a iluminação a
velas e passou a utilizar a eletricidade.

FIGURA 1 – THOMAS EDISON E SEU INVENTO: A LÂMPADA

FONTE: <https://www.inverse.com/article/15057-thomas-edison-couldn-t-
predict-the-future-because-his-ego-was-too-big>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Para saber mais sobre a vida e a obra científica de Thomas Edison,


acesse o site da Revista Galileu. Disponível em: <https://revistagalileu.
globo.com/Tecnologia/noticia/2017/02/8-invencoes-de-thomas-edison-
que-mudaram-o-mundo.html>. Acesso em: 27 nov. 2018.

Na virada do século, John Ambrose Fleming (1849 - 1945), engenheiro e


físico britânico, aperfeiçoou as invenções de Thomas A. Edison, dando forma a
técnicas impulsionadoras do desenvolvimento do rádio, televisão e, anos depois,
dos computadores. Em 1906, com as pesquisas envolvendo os sistemas de raios
catódicos, foi possível a criação do sistema funcional de televisão por Arbwehnelt
(CURY; CAPOBIANCO, 2011).

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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Assim, a televisão adquiriu um papel relevante como parte da produção em


escala industrial devido a sua fabricação. Hoje em dia, o aparelho faz parte da
vida da maioria da população. As primeiras transmissões televisivas ocorreram
na Alemanha e França, em meados de 1935, e, após, difundiram-se na Rússia
e nos Estados Unidos. Sua transmissão foi suspensa durante a Segunda
Guerra Mundial, isentando-se do episódio somente a Alemanha, que manteve
determinado canal de comunicação. Passado o período, demarcou-se uma
nova fase das tecnologias de informação e comunicação como mecanismos de
comunicação em massa (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Para você entender mais sobre o cenário do Brasil na época de


inovações tecnológicas, conheça a história do precursor da TV no
filme Chatô, o Rei do Brasil.

Agora, começaremos a conhecer a história do computador, tecnologia


que possibilitou grandes avanços para a humanidade. Ela tem seu início com
a ideia remota do ábaco, em 2000 a.C., usado como instrumento de realização
de cálculos (CURY; CAPOBIANCO, 2011). Posteriormente, Leonardo da Vinci,
em 1500, inventou a primeira máquina que permitia a realização de operações
matemáticas, além de outras invenções no campo das tecnologias, ciência e arte.

Leonardo da Vinci era estrábico? Segundo estudos, foi


comprovado que o cientista e artista tinha estrabismo divergente, fato
que induzia seu cérebro a desviar o olho afetado. Como um de seus
olhos estava focado e o outro desviava, seu cérebro produzia duas
imagens diferentes.

A característica explica algumas habilidades de Leonardo,


como sua percepção tridimensional para retratar rostos, objetos
e paisagens. Leia mais em: <https://www.metrojornal.com.br/
entretenimento/2018/10/19/da-vinci-pode-ter-sofrido-de-estrabismo-
aponta-estudo.html>. Acesso em: 27 nov. 2018.

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Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

Leonardo da Vinci nasceu na Itália, em uma cidade próxima de Florença, em


1452. Em seus estudos, ele se baseava no animismo, devido ao período histórico
no qual se inseria durante o Renascimento.

O animismo tinha um caráter espiritual baseado na existência da alma


humana. O fato dava subsistência ao contexto da natureza (ISAACSON, 2017).
Assim, o animismo afirmava que a terra possuía alma e sua constituição natural
assemelhava-se ao corpo humano. Por exemplo: os rios eram suas artérias, os
vulcões sua residência e os oceanos e mares eram seu sangue e coração.

Quando trabalhava como engenheiro militar, ele se dedicou a algumas


invenções que foram usadas na área. No período, ele inventou uma grua, uma
espécie de equipamento para transporte de materiais pesados, além de pás
escavadoras que facilitaram o trabalho desempenhado (ISAACSON, 2017).
Assim, dividiu-se entre o trabalho de inventor, a pintura e as pesquisas científicas,
buscando entender o funcionamento do planeta e dos seres humanos.

FIGURA 2 – PROJETO DE INVENÇÃO DA GRUA

FONTE: <https://i.pinimg.com/474x/66/38/5a/66385ad62f7888fb78c
80a2549c8d577--leonardo.jpg>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Apresento a vocês, na Figura 3, O Homem Vitruviano, um desenho conhecido


por todos nós, que, alguma vez na vida, já tivemos a oportunidade de vê-lo. O
desenho foi encontrado nas notas de Leonardo da Vinci. Presume-se que ele
tenha feito no ano de 1490 (ISAACSON, 2017). Conheça, na Figura 3, o famoso
trabalho de Leonardo da Vinci.

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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 3 – O HOMEM VITRUVIANO

FONTE: <https://br.depositphotos.com/1544868/stock-illustration-
the-vitruvian-man.html>. Acesso em: 3 nov. 2018.

O obra O Homem O obra O Homem Vitruviano está exposta atualmente na Galleria


Vitruviano está dell'Accademia, na cidade de Veneza, na Itália.
exposta atualmente
na Galleria
dell’Accademia, na A figura representa o masculino desnudo. Nela, duas imagens do
cidade de Veneza, masculino estão sobrepostas em posições diferentes, com medidas
na Itália.
geométricas para composição. No desenho, podem ser conferidas
algumas combinações métricas entre as posições dos braços e das pernas,
formando posturas diferentes. Olhando de um outro ângulo, a posição superior
dos braços e pernas realiza a representação de um círculo.

A obra representa o princípio de que, na mudança entre as duas posições,


parece que o centro é a parte que se movimenta, porém, é o umbigo que representa
o centro de gravidade. Dessa maneira, Leonardo quis representar o movimento
gravitacional da terra (ISAACSON, 2017). Em um contexto posterior, em 1936,
através de Alan Mathison Turing e Alonzo Church, temos o desenvolvimento do
algoritmo (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

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Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

Assista ao filme O Jogo da Imitação, de 2014. É a cinebiografia


de Alan Mathison Turing, o cientista e matemático britânico.

O modelo teórico que hoje conhecemos como computador O conceito de


tem origem nas pesquisas de Turing, com os algoritmos, os quais algoritmo é uma
sequência finita e
simulavam o sistema operacional do computador que conhecemos. Só ordenada, composta
em 1946, com Von Neumann, desenvolveu-se a arquitetura base dos de passos, regras
e esquema de
computadores, ou seja, os programas, dados e armazenamento de processamento que
memória (CURY; CAPOBIANCO, 2011). permitem a realização
de uma tarefa,
como a resolução
O conceito de algoritmo é uma sequência finita e ordenada, de problemas ou
composta de passos, regras e esquema de processamento que cálculos (CURY;
CAPOBIANCO,
permitem a realização de uma tarefa, como a resolução de problemas 2011).
ou cálculos (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Turing iniciou os estudos relacionados aos algoritmos impulsionado pela ideia


de poder exprimir a escrita e a leitura dos símbolos binários, os quais eram emitidos
por uma máquina composta de fita, com um comprimento definido e quadrados de
tamanho estipulado para expressar as operações matemáticas realizadas (CURY;
CAPOBIANCO, 2011). Os princípios impulsionaram o que hoje conhecemos como
a ciência da computação. Na Figura 4, você pode conhecer a máquina criada por
Turing para realizar os cálculos matemáticos e sequências algorítmicas.

FIGURA 4 – CENA DO FILME QUE CONTA A HISTÓRIA


DE TURING (JOGO DA IMITAÇÃO)

FONTE: <https://goo.gl/advHYF>. Acesso em: 3 nov. 2018.

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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Posteriormente, iniciou-se a terceira geração de computadores, impulsionada


por empresas como a Intel, que passou a construir e produzir microprocessadores
e chips, favorecendo a construção de microcomputadores.

Ocorre, em meados dos anos de 1970, um período histórico caracterizado


pelo aperfeiçoamento da tecnologia que já havia sido desenvolvida ao longo dos
tempos. No cenário, desponta a empresa Apple, fundada em 1976, pelo famoso
Steve Jobs, e também a empresa Microsoft, no mesmo ano, fundada por Bill
Gates e Paul Allen (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Piratas da Informática, de 1999, conta a história da informática


e o surgimento de Steve Jobs e Bill Gates liderando a revolução que
integrou os computadores em nossas vidas.


As empresas se dedicaram à produção e venda de computadores e
softwares. Assim, temos o início do mercado tecnológico, impulsionado pela
fabricação de sistemas operacionais, programas para computadores, e-mail,
jogos e navegadores para internet. A década de 1980 é marcada pelo computador
como a principal revolução tecnológica, propiciando o desenvolvimento das
telecomunicações por meio da conexão via internet.

No período dos anos 1970, temos a ascendência de alguns gênios de nosso


tempo. Começaremos a abordar, prioritariamente, a história de Steve Jobs e Bill
Gates. Jobs nasceu em 1955, na Califórnia, Estados Unidos, falecendo no ano
de 2011. Entre suas invenções, estão os computadores pessoais, os filmes de
animação na empresa Pixar, as plataformas para músicas e os aparelhos de
telefone, além de ser um dos criadores da empresa Apple (ISAACSON, 2011).

Ele começou seus empreendimentos na década de 1970, desenvolvendo os


primeiros computadores pessoais. Na década de 1980, ele os amplia, aprimorando
a interface do equipamento e criando, no período, a marca Macintosh. A seguir,
vocês podem conferir a foto do primeiro computador criado por Jobs, adquirindo
características de computador pessoal, distinguindo-se dos modelos anteriores.

20
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

FIGURA 5 – PRIMEIRO COMPUTADOR DE MESA DESENVOLVIDO POR STEVE JOBS

FONTE: <https://goo.gl/j1CLqw>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Steve Jobs era uma pessoa peculiar e sua personalidade era refletida em
suas criações na Apple. Possuía uma forte personalidade, era perfeccionista e,
ao mesmo tempo, possuía talento. Em tudo o que criava, misturava a
O computador Lisa
tecnologia com um sentido artístico (ISAACSON, 2011). Tinha muitos foi revolucionário no
desafetos como, por exemplo, o Google e a Microsoft, de Bill Gates, sentido de possuir
mouse, já que
com brigas marcantes em sua segunda fase, em meados dos anos antes não havia
2000. Antes de entrarmos na fase de Jobs e de suas criações, a Figura outro computador
6 retrata Jobs no lançamento do computador de mesa, o modelo mais com esse atributo.
Esse computador
próximo do que hoje conhecemos. demonstrou a
praticidade esperada
e projetada por
O computador Lisa foi revolucionário no sentido de possuir mouse, já Jobs, e, sem dúvida,
que antes não havia outro computador com esse atributo. Esse computador mostrou-se como uma
demonstrou a praticidade esperada e projetada por Jobs, e, sem dúvida, inovação pioneira na
área das tecnologias.
mostrou-se como uma inovação pioneira na área das tecnologias.

Volte no tempo, no ano de 1983, quando Steve Jobs lançou o


computador pessoal chamado de Lisa, título do comercial “Apple
Lisa computer – comercial”. Assista ao comercial do computador.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=k7YkTu5geuc>.
Acesso em: 27 nov. 2018.

21
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 6 – STEVE JOBS EM 1983, LANÇANDO O COMPUTADOR CHAMADO DE LISA

FONTE: <https://veja.abril.com.br/tecnologia/o-computador-
pessoal-de-steve-jobs/>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Na virada do século, nos anos 2000, Jobs toma outro potencial criativo,
acompanhando as mudanças da sociedade e da conectividade entre as pessoas.
Assim, é criado o iPod, que possibilita escutar músicas em aparelhos mais
portáteis.

Uma das características de Jobs é a forma pela qual os sistemas de


compartilhamento de programas e softwares eram feitos pela Apple, a qual tinha
seus sistemas fechados. Ou seja, o download de conteúdo e músicas somente
podia ser feito nos próprios softwares da Apple (ISAACSON, 2011).

Esse detalhe não foi um problema, pois o mercado da tecnologia recebeu bem
tais inovações, principalmente os consumidores que tinham acesso aos inventos
de Jobs. O iPod não era somente um aparelho para escutar músicas, já que
possibilitava o acesso à internet em qualquer lugar, dando origem, posteriormente,
ao que hoje conhecemos como smartphone e iPhone. Na Figura 7, temos Jobs
lançando o iPod em uma de suas famosas conferências de apresentação dos
produtos que criava.

22
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

FIGURA 7 – LANÇAMENTO DO IPOD EM 2001

FONTE: <https://www.iphoneincanada.ca/news/apple-
15-years-ipod/>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Léo Polêmica – Pense no seu dia a dia, desde o momento


em que você acorda até a hora que vai dormir. Como e quando
você utiliza a tecnologia? Você viveria sem a tecnologia? Qual
equipamento tecnológico você mais utiliza durante o seu dia?

Conheceremos agora Bill Gates, outro gênio de nosso tempo. O fundador da


Microsoft Corporation, nascido no ano de 1955, na cidade de Seattle, nos Estados
Unidos, estudou em escola particular, onde, curiosamente, no ano de 1969,
promoveu a arrecadação para a compra de computadores aos alunos da escola.

Gates é oriundo de uma família de classe média, seu pai era advogado e
sua mãe era professora na Universidade de Washington. Chegou a ser aceito na
Universidade Harvard, mas não deu sequência aos cursos de Matemática e Direito
que cursava, abandonando a instituição para investir na Microsoft (ROGAK, 2012).

Em 1975, juntamente com Paul Allen, funda a Microsoft, tendo como seu
produto inicial o chamado Altair BASIC, que era uma espécie de interpretador de
programação. Em 1980, os parceiros Gates e Allen adquirem o sistema operativo

23
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

chamado 86-DOS, aprimorando-o e evoluindo para novos produtos. Em 1987, a


Microsoft compra alguns dos programas que mais utilizamos em nosso cotidiano
e em sala de aula, o PowerPoint, Excel e Word (ROGAK, 2012).

Em 1988, é lançado o sistema operacional Windows 2.0, sendo um passo


inicial para o que conhecemos atualmente. Temos também o lançamento de
aplicativos, como o pacote Office e o navegador Internet Explorer (ROGAK, 2012).
Gates tornou-se bilionário no mercado de tecnologia, visto que esses programas
são fundamentais para o uso de computadores. Na Figura 8, temos Bill Gates no
lançamento de um dos primeiros pacotes para o Windows.

FIGURA 8 – BILL GATES NO LANÇAMENTO DO WINDOWS

FONTE: <http://history-computer.com/ModernComputer/
Software/Windows.html>. Acesso em: 3 nov. 2018.

O lançamento do Windows 95, em 1995, foi um marco devido à popularização


dos computadores e internet. Determinado sistema operacional, para a época, era
completo em relação aos programas e pacotes, além do visual ser moderno e
tecnológico, como podemos observar na Figura 9.

24
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

FIGURA 9 – WINDOWS 95

FONTE: <http://history-computer.com/ModernComputer/
Software/Windows.html>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Gates esteve por anos na posição de homem mais rico do mundo. Este
mérito não é em vão: quem não conhece o Windows XP? Ele foi lançado em
2001, com uma interface aprimorada dos sistemas anteriores.

No mesmo ano, a Microsoft entra na área dos videogames com o lançamento


do Xbox, competindo com a empresa Sony, dona do PlayStation, e com a Nintendo
(ROGAK, 2012). Em 2014, adquiriu a empresa de celulares Nokia, passando a
produzir tablets e smartphones.

FIGURA 10 – BILL GATES NO LANÇAMENTO DO XBOX

FONTE: <https://goo.gl/FXcgBs>. Acesso em: 22 out. 2018.

25
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Conheça a história do videogame no documentário A história


do Videogame. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=xIrs9js0uHo>. Acesso em: 27 nov. 2018.

A partir do período, a evolução da tecnologia da informação e comunicação


conseguiu potencializar a integração dos recursos da telecomunicação, como
a internet, no contexto global devido à interligação dos computadores na rede.
Como exemplo de rede pública, temos o World Wide Web (WWW), que possibilita
a nossa integração com o meio virtual da rede mundial de computadores (CURY;
CAPOBIANCO, 2011).

Tal meio de acesso foi criado em 1989 por Timothy Berners-Lee.


Pesquisador de partículas físicas, ele buscou essa tecnologia para favorecer
o compartilhamento de informações no meio científico, mas não imaginou que
determinaria os avanços futuros (CURY; CAPOBIANCO, 2011).

Escolha um dos cientistas citados no decorrer da contextualização


histórica sobre o desenvolvimento das TIC e pesquise sobre a
sua trajetória de vida, curiosidades e principais invenções.

Após o período de desenvolvimento tecnológico, inicia-se a chamada


“Nova Era Digital”, em que estamos atrelados ao sistema de comunicação
permanentemente, seja via celular, computador ou outros meios de comunicação.
No novo contexto, a funcionalidade da comunicação ocorre conforme os seguintes
processos: o sistema de comunicação está conectado a uma fonte de informação,
a qual está atrelada a um receptor de informação que, consequentemente,
interliga-se a um canal fonte (GUIMARÃES, 2007).

Atualmente, a comunicação está associada à questão da linguagem como um


sistema de sinais que possibilita a codificação e decodificação das informações
que se deseja passar (GUIMARÃES, 2007). Além da tecnologia estuda-se a forma

26
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

pela qual essas informações serão transmitidas aos usuários. Temos, no espaço,
o papel atuante da mídia como um suporte de difusão da informação, utilizando
meios como o rádio, televisão, internet e redes sociais.

Ao contextualizar a trajetória histórica do avanço e desenvolvimento das


TIC no cenário mundial e sua importância para a vida em sociedade, pode-se
perceber o quanto torna-se relevante que elas também estejam presentes nas
salas de aula. Pensando na comunicação como um mecanismo de relações e
aprendizagens, temos atualmente a mídia que favorece tais processos, ou seja,
estamos evoluindo no sentido de ultrapassar algumas barreiras, como a superação
da transmissão do conhecimento baseado na memorização. Atualmente, pensa-se
na construção atuante do conhecimento, podendo agregar as TIC nos processos
de ensino e aprendizagem (GUIMARÃES, 2007).

Chegamos à era da informação ao alcance de uma curtida ou post e das


redes sociais, que todos nós conhecemos e utilizamos diariamente. As redes
sociais são estruturas que conectam pessoas e/ou organizações socialmente
conforme as relações estabelecidas (DUARTE; FREI, 2008). As redes são abertas,
de acesso a todos, em que as pessoas se conectam por afinidade, interesses em
comum, parentesco, divergências, trabalho e qualquer outro objetivo para trocar
informações.

Assim, temos alguns tipos de redes sociais, como as redes sociais de


relacionamento, por exemplo: Facebook, Twitter, Instagram, Google+, Youtube,
MySpace, Badoo e WhatsApp. O Linkedin difere-se das demais redes sociais por
ser uma rede profissional, em que constam o currículo e interesses profissionais.
Há, também, as redes comunitárias, direcionadas aos moradores de um local
especifico, como bairros ou cidades, voltadas aos interesses comuns da
comunidade (DUARTE; FREI, 2008).

No contexto das redes sociais, o programador e empresário americano


Mark Zuckerberg destaca-se por ser um dos fundadores do Facebook, a rede
mais acessada pela população mundial. O Facebook surgiu na Universidade de
Harvard, quando Mark e seus colegas Eduardo Saverin, Andrew McCollum, Dustin
Moskovitz e Chris Hughes criaram a rede, lançando-a no ano de 2004.

27
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 11 – INTERFACE DO PRIMEIRO ESBOÇO DO FACEBOOK

FONTE: <http://epocanegocios.globo.com/Revista/
Common/0,,ERT292702-16382,00.html>. Acesso em: 6 dez. 2018

Mark Zuckerberg nasceu em Nova York, nos Estados Unidos. Logo em sua
adolescência, durante seus estudos no ensino médio, começou a aprofundar-se
no interesse em computadores e softwares. Aprendeu programação básica com
seu pai que, mesmo sendo dentista, possuía esse conhecimento. Mark tinha
interesse na criação de programas voltados à comunicação e aos jogos.

FIGURA 12 – MARK ZUCKERBERG EM UM LANÇAMENTO DO FACEBOOK

FONTE: <http://fortune.com/2016/12/01/facebook-artificial-
intelligence-news/>. Acesso em: 3 nov. 2018.

28
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

Para conhecer mais sobre a história da rede social mais


acessada no mundo, o Facebook, assista ao filme A Rede Social, de
2010.

Conheça as redes sociais mais usadas no Brasil. Acesse:


<https://resultadosdigitais.com.br/blog/redes-sociais-mais-usadas/>.
Acesso em: 27 nov. 2018.

Para pensarmos sobre as relações com as redes sociais no nosso cotidiano,


as Figuras 13 e 14 trazem duas charges, as quais ilustram o modo que estamos
nos relacionando na rede e com as redes socais:

FIGURA 13 – CHARGE ENEM 2012

FONTE: Disponível em: <https://www.ivancabral.com/2011/06/


charge-do-dia-rede-social.html>. Acesso em: 6 dez. 2018.

29
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 14 – CHARGE SOBRE A NOSSA RELAÇÃO COM AS REDES SOCIAIS

FONTE: <https://saude.abril.com.br/bem-estar/navegue-nas-redes-
sociais-sem-botar-a-saude-em-risco/>. Acesso em: 24 out. 2018.

Agora que você conhece um pouco mais do contexto histórico


das TIC, reflita sobre o que você aprendeu e escolha duas das
invenções apresentadas. Destaque alguns pontos positivos e
negativos sobre as invenções e a nossa relação com elas.

3 Definições e Conceitos Iniciais


das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC)
A formação de professores na contemporaneidade é permeada por diversas
questões, como o convívio com a tecnologia no ambiente escolar, trazendo
diferentes significados e questionamentos sobre o papel social dos docentes.

30
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

Ao dispor do trabalho com as TIC nas escolas, presume-se que os


profissionais estejam dispostos a atuar em outra lógica, podendo ser caracterizada
como uma desconstrução necessária. Assim, pode-se propor a reconstrução dos
paradigmas e da naturalização disciplinar e normatizadora apresentadas nas
instituições escolares e na sociedade, que impossibilitam a criação de outras
formas de construção do conhecimento.

Assim, esta seção traz o embasamento teórico em relação a algumas


definições e conceitos necessários ao entendimento das tecnologias da informação
e comunicação que irão contribuir para o seu trabalho no ambiente escolar.
Serão trazidas as definições de: tecnologia, tecnologia educacional, multimídia,
informação, comunicação, cibercultura, sala de aula invertida e ensino híbrido, além
da disposição de reflexões acerca da educação e as relações com as TIC.

O conceito de tecnologia está envolvido no desenvolvimento de aparelhos


que possuem como função a distribuição da informação. As tecnologias
estão presentes não só nos aparelhos que conhecemos, como celulares e
computadores, mas também cooperam para o avanço de áreas do conhecimento,
como a biologia e a arqueologia.

No caso da biologia, mais especificamente na área de pesquisa em evolução


animal e vegetal, os equipamentos utilizados são constituídos de ferramentas que
facilitam o trabalho. Já na arqueologia, são utilizadas ferramentas que ajudam no
estudo dos elementos históricos e tecnologias para a conservação e projeções 3D
(GUIMARÃES, 2007).

Leia mais sobre o conceito de tecnologia na matéria “O que


é tecnologia?”. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/
tecnologia/42523-o-que-e-tecnologia-.htm>. Acesso em: 28 nov.
2018.

A tecnologia educacional está interligada com as novas formas de troca de


conhecimento e aprendizagem. Assim, atua como extensão do ensino na escola
devido às diferentes tecnologias disponíveis no trabalho docente, melhorando a
qualidade das aulas. Porém, ainda há resistência ao uso das tecnologias como parte
do ensino, pois faltam estruturas mínimas, predominando o giz e o quadro como
instrumentos de ensino. Guimarães (2007, p. 47) exemplifica, ao mencionar que:

31
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

No início as tecnologias eram mais voltadas para o professor e


suas apresentações (exposições). O quadro-negro, e, agora no
mundo digital, os slides eletrônicos, são tecnologias que vieram
para reforçar o papel centralizador do professor. Na medida em
que a escola tenta trabalhar com novas pedagogias, que levam
a uma mudança do papel do professor numa sala de aula,
reconhece-se que as tecnologias convencionais são limitadas.
Com a difusão das novas tecnologias digitais, abre-se assim
um papel significativo para o computador na educação. Além
de facilitar o trabalho de apresentações, essas tecnologias
permitem consolidar e ampliar a interação e a colaboração das
pessoas envolvidas no aprendizado.

Assim, entramos na discussão do papel central dos docentes em sala de


aula. O papel torna-se relevante desde a preparação da aula até a sua execução,
realizando leituras que contribuem para a aula, pensando em estratégias de
ensino aliadas às tecnologias e fazendo a concordância dos instrumentos antigos
com as novas mídias. A prática facilita a compreensão da sala de aula como algo
coletivo, ou seja, um espaço de ensino e aprendizagem de todos.

Leia mais sobre o tema que estamos discutindo no site da


Revista Educação. Acesse a matéria “A evolução da tecnologia
educacional e os benefícios na prática”. Disponível em: <http://www.
revistaeducacao.com.br/a-evolucao-da-tecnologia-educacional-e-os-
beneficios-na-pratica/>. Acesso em: 28 nov. 2018.

As tecnologias educacionais podem ser classificadas em três conceitos:


tecnologias distributivas, interativas e colaborativas. Assim, cada uma das
classificações será contextualizada. As tecnologias distributivas são criadas para
auxiliar os docentes na distribuição do conhecimento aos estudantes, as que
conhecemos são: quadro, televisão e páginas na internet (GUIMARÃES, 2007). São
tecnologias mais convencionais, conhecidas por todos e mais acessíveis ao uso.

No caso das tecnologias interativas, possuem a função de promover e facilitar


a comunicação na interface digital, como exemplo: telefone e e-mail. Elas também
promovem a interação dos seres humanos com as tecnologias, como no caso
dos jogos virtuais. Nas escolas, as tecnologias interativas podem ser aplicadas
na utilização de vídeos, sites, grupos e fóruns de debate on-line, favorecendo a
interação em rede (GUIMARÃES, 2007).

32
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

Na tecnologia colaborativa, a atuação das pessoas é envolvida na função do


grupo. É uma tecnologia que promove a criação de inovações e conhecimento de
forma conjunta e compartilhada (GUIMARÃES, 2007). Devido à vida no contexto
globalizado, a tecnologia colaborativa torna-se necessária para aliar a educação,
inovação e empreendedorismo, abrangendo aspectos sociais, econômicos e de
conhecimento.

No contexto do Brasil, pesquise quais são as políticas públicas


que incentivam e apoiam a ciência e tecnologia no país.

O conceito de multimídia pode ser entendido como uma dimensão linear


da estruturação da informação, possibilitada pelo uso de alguns equipamentos
que irão dar suporte à estruturação, como o computador, a imagem e o som.
Então, a multimídia provoca no estudante ou sujeito que se coloca a aprender
uma interação com tais aplicativos, dando um sentido de interação ao ensinar e
aprender (SOUSA; MIOTA & CARVALHO, 2011).

Quais as alternativas de multimídia que podem ser aplicadas no contexto


da escola? Utilizando multimídias, podemos incluir os vídeos nas aulas como
um dispositivo que atua de forma motivacional e estética no contexto da
aprendizagem.

Além dos vídeos, temos a produção de audiovisuais como estratégia de


interação e criação. Uma outra estratégia associada ao uso de computadores é a
criação de textos e páginas on-line, como blogs e outros. Os papéis no processo
de ensino e aprendizagem se invertem, o professor torna-se um auxiliar e tutor,
enquanto os alunos têm autonomia para a criação de seu próprio conhecimento.

O que você pensa em relação ao uso de celulares nas escolas?


Reflita sobre os pontos positivos e negativos do uso em sala de aula.

33
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Busca-se, ao utilizar essas ferramentas na escola ou em outros ambientes


de criação, cumprir com o intuito socioeducacional da formação de cidadãos e
da alfabetização digital. As novas linguagens digitais contribuem para o ofício de
educar, facilitando a teoria e a prática do processo educacional. Em relação ao
conceito de informação, temos nos estudos de Messias (2005, p. 10) que:

A informação é o recurso que movimenta a economia global,


sendo o principal elemento de produção das sociedades
desenvolvidas. A fonte de renda e poder não é mais
representada pela moeda, mas pela quantidade de informação
acumulada, organizada e transformada em valor monetário.

A informação é representada por duas formas, uma delas está na utilização,


pelo homem/sujeito, da informação como forma de comunicar-se e relacionar-se
em sociedade. A segunda forma está relacionada ao conteúdo ou mensagem que
a informação passa, aliando o seu conteúdo à forma pela qual ela será repassada
(MESSIAS, 2005). As relações que permeiam a sociedade, informação e
tecnologia interferem nas relações entre as pessoas e no desenvolvimento dos
países e das regiões nas quais se inserem (SENDOV, 1994).

Entramos na discussão da “Era da Informação”, que é uma nova fase do


desenvolvimento da sociedade e dos seres humanos. O papel da informação foi
sempre desempenhado em nossa sociedade, mas a diferença trazida pela nova
era é justamente a mudança da forma pela qual a informação é permeada na
sociedade. Atualmente, nós consumimos informação, seja em redes sociais,
jornais ou televisão.

Contudo, o que é a “Era da Informação”? A “Era da Informação” é o nome


dado à revolução e evolução das técnicas que compõem o modo de vida e os
processos de produção na sociedade atual (PENA, 2018). Podemos chamar o
período de era digital ou tecnológica, visto que convivemos diariamente com
alguma ferramenta digital ou tecnológica.

Para saber mais Para saber mais sobre a chamada” Era da Informação”, leia
sobre a chamada” a reportagem “Era da informação: tudo ao mesmo tempo agora”, do
Era da Informação”, Site Super Interessante. Disponível em: <https://super.abril.com.br/
leia a reportagem
“Era da informação: tecnologia/era-da-informacao-tudo-ao-mesmo-tempo-agora/>. Acesso
tudo ao mesmo em: 28 nov. 2018.
tempo agora”, do Site
Super Interessante.
Disponível em: A estruturação da informação se dá por meio de computadores e
<https://super.abril. da telecomunicação, favorecendo a conectividade (SENDOV, 1994).
com.br/tecnologia/
era-da-informacao- Assim, vamos conhecer as definições relacionadas à comunicação. O
tudo-ao-mesmo- conceito de comunicação deve ser compreendido juntamente com o de
tempo-agora/>.
Acesso em: 28 nov. informação, pois são termos que se complementam já que um depende
2018. do outro, já que só teremos comunicação se gerarmos informação.

34
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

Segundo Messias (2005, p. 37), “o ato de partilhar, tornar comum uma ideia,
informação ou atitude, seria um dos preceitos da comunicação”. A informação é
a essência da comunicação, no momento em que constitui a matéria principal
a ser comunicada. Nesse sentido, temos alguns tipos de comunicação a trazer,
como: comunicação interpessoal, comunicação direta, comunicação indireta,
comunicação institucional e comunicação de massa.

A comunicação interpessoal ocorre quando as pessoas trocam informações entre


si, de forma direta (pessoalmente) ou indireta (on-line ou por telefone). A comunicação
direta ocorre pessoalmente, como o nome já antecipa, de forma a proporcionar as
relações entre os sujeitos por meio da linguagem oral (BRASIL, 2006).

A comunicação indireta é recorrente quando há uma distância, a fim de


favorecer as pessoas que não estão no mesmo local. Os meios de comunicação
facilitam a troca de informações, podendo ser por meio de telefone, carta, redes
sociais e aplicativos. A comunicação institucional se dá no processo de comunicação
empresarial de valores e objetivos no meio de trabalho (BRASIL, 2006).

O conceito de cibercultura relaciona-se com o contexto da era digital no


qual todos estão inseridos, principalmente pelo uso da internet. A cibercultura é
a relação de sociabilidade, informação e aprendizagem através da internet na
escola (LEMOS, 2002). Assim, é definido um outro ambiente de conhecimento,
atuando em uma nova lógica proposta para a prática docente.

Quando a escola se isenta de colocar em contato com o ambiente de


aprendizagem as TIC e recursos que temos atualmente, nega o acesso às
gerações de estudantes que ali estão. Entretanto, nem todas as escolas possuem
equipamentos, computadores e salas de informática devido ao pouco investimento
realizado nas instituições públicas. Mesmo assim, é possível instituir uma cultura
escolar mais conectada utilizando os celulares disponíveis, vai da criatividade
dos educadores. Certamente sua utilização facilita o ensino dos conteúdos, pois
aproxima-se da vida dos estudantes.

A reinvenção da prática docente atua no processo de reinventar a educação


escolar na era digital. Logo, o movimento chamado educomunicação busca
problematizar a complexidade da atualidade em relação à comunicação (ADEVE,
2012). Assim, faz uma crítica ao direcionamento da comunicação para atingir
uma massa de pessoas, sem ter um intuito fundamental. Como exemplo, temos a
crítica às propagandas publicitárias de produtos ou políticos.

É uma proposta mundial a inserção das TIC na educação, sendo facilitada


por práticas didáticas como a aula invertida e o ensino híbrido, que passaremos a
conhecer. A sala de aula invertida ou aula invertida funciona como um contraponto

35
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Segundo uma ao ensino tradicional que busca somente a memorização (PAIVA, 2016).
pesquisa feita na No ensino tradicional, temos a figura do professor como algo central,
Universidade de
British Columbia, o transmissor do conhecimento, enquanto na sala de aula invertida o
no Canadá, com contexto muda, já que os alunos também produzem conhecimento.
professores de Física
que utilizaram a Portanto, é outra concepção de ensino e aprendizagem.
metodologia, ocorreu
um aumento de
20% na presença e Segundo uma pesquisa feita na Universidade de British Columbia,
40% na participação no Canadá, com professores de Física que utilizaram a metodologia,
dos alunos com
o modelo. Além ocorreu um aumento de 20% na presença e 40% na participação dos
disso, as notas dos alunos com o modelo. Além disso, as notas dos alunos duplicaram ao
alunos duplicaram
ao se comparar se comparar com a utilização da metodologia tradicional.
com a utilização
da metodologia
tradicional.

FIGURA 15 – ESQUEMA DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM INVERTIDA

FONTE: <https://ensinovirtualdequimica.blogspot.com/>. Acesso em: 3 nov. 2018.

A ideia da inversão da aula tem origem justamente na possibilidade de o


conteúdo ser aprendido de forma autônoma, saindo do ambiente tradicional. O
estudante é incentivado a buscar o conhecimento, na medida em que se torna
atrativo resolver os exercícios e estudar os conteúdos em outras vias de estudo.
Um resumo esquematizado dessa metodologia pode ser observado na Figura 16.

36
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

FIGURA 16 – AULA INVERTIDA

FONTE: <https://sites.google.com/a/ctmsenai.com.br/googleeducator/
recursos/aula-invertida>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Nas tendências, inclui-se o ensino híbrido que passaremos a conhecer agora.


O ensino híbrido, em inglês Blended Learning, é uma tendência metodológica atual
que busca promover a integração do ensino feito presencialmente em conjunto a
uma proposta on-line (virtual) (NETA; CAPUCHINHO, 2017). A prática se propõe
a ampliar o que é chamado de letramento digital, aproximando e educando as
pessoas em relação às TIC.

Nessa proposta, não é suficiente apenas introduzir as tecnologias na escola,


mas possibilitar as condições necessárias para a aprendizagem. O ensino
híbrido surge semelhante à aula invertida, da necessidade de outros cenários
educacionais. O termo híbrido possui o significado de mesclar, combinar vários
espaços e atividades para a aprendizagem (NETA; CAPUCHINHO, 2017).

Leia mais sobre o ensino híbrido no site da Revista Nova


Escola, na matéria “Ensino híbrido: conheça o conceito e entenda
na prática”. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/104/
ensino-hibrido-entenda-o-conceito-e-entenda-na-pratica>. Acesso
em: 28 nov. 2018.

37
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

O ensino híbrido funciona através do processo de rotação dos estudantes,


ou seja, há uma alternância de atividades a serem realizadas. O roteiro pode ser
fixo e as decisões são pensadas pelos docentes em conjunto com os estudantes.
Então, o professor desempenha atividades de tutoria em relação à aprendizagem
dos alunos (NETA; CAPUCHINHO, 2017). A sistematização da rotação pode ser
feita por meio de submodelos rotacionais, que podemos conferir no Quadro 1.

QUADRO 1 – MODELOS DE ROTAÇÃO

Rotação Funcionamento
Funciona na medida de revezamento
Rotação por Estações ou Rotação de
de ambientes na sala de aula/ou
Turmas ou Rotação em Classe
salas de aulas
Ocorre rotação entre a sala de aula
Modelo de Laboratório Rotacional e o laboratório de aprendizado/ou
laboratório de informática
A rotação se dá entre prática em sala
Sala de Aula Invertida
de aula presencial e fora (on-line)
Fonte: Adaptado de Neta e Capuchinho (2017)

Essas metodologias são consideradas mais ativas se comparadas com


as convencionais, mas devem ser pensadas no contexto amplo, inserindo tais
perspectivas nas propostas de modificações nos currículos. O funcionamento do
ensino híbrido pode ser conferido de forma ilustrativa nas Figuras 17 e 18.

FIGURA 17 – ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DO ENSINO HÍBRIDO

FONTE: <http://info.geekie.com.br/especial-ensino-hibrido/>. Acesso em: 3 nov. 2018.

38
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

FIGURA 18 – ETAPAS DO ENSINO HÍBRIDO

A AULA É DIVIDIDA POR


AULA HÍBRIDA EM SALA ETAPAS

EXPLICAÇÃO DA MATÉRIA
OU EXIBIÇÃO DE VÍDEOS
COMO CONTEÚDO

ATIVIDADES EM GRUPO
E INTERAÇÃO ENTRE
PROFESSOR E ALUNO

REALIZAÇÃO DE TESTES NA
PLATAFORMA DISPONÍVEL
PARA O ENSINO HÍBRIDO

FONTE: <https://meuaio.com/blog/o-que-e-ensino-hibrido/>. Acesso em: 3 nov. 2018.

Ao finalizarmos o trecho, construa uma ideia de projeto ou


atividade a ser realizada na escola que associe as TIC ao ensino
e aprendizagem.

Portanto, através das TIC, os sujeitos podem construir e desconstruir


diversos significados a partir da chamada projeção e identificação, ocorrendo uma
identificação. Morin (1989, p. 31) destaca que “o estético domina o real”.

Reflete em um processo de formação que contempla o desenvolvimento


pessoal, desvinculando-se da formação por acumulação, adotando, assim, um
ambiente reflexivo em relação às práticas docentes, articulando a formação com
as experiências e efetivando a escola como um espaço que relaciona o trabalho
docente e a formação continua (NÓVOA, 1995).

Então, a docência possui tais relações de aprendizagem que estão associadas


ao sentido atribuído à profissão docente e à construção e reconstrução do

39
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

conhecimento. Gadotti (2003) resume o sentido reflexivo e complexo da profissão


docente. Aprender é conviver com a incerteza. Demonstra-se a necessidade de
agregar as TIC às aulas, podendo ser na criação de uma página na internet, em
que ocorrerão postagens dos conteúdos e pesquisas realizadas pelos estudantes,
tarefas simples que fazem a diferença.

A escola atual não pode mais ignorar os jovens nativos digitais. O termo
“nativos digitais” foi sugerido pelo escritor e palestrante sobre aprendizagem
e educação, o americano Marc Prensky. O termo designa os nascidos do ano
de 1990 em diante que apresentam familiaridade com o computador e outros
dispositivos tecnológicos, possuindo a capacidade de recepção das informações
de forma rápida, a habilidade do processamento de vários assuntos ao mesmo
tempo e o desempenho de diversas tarefas.

As tecnologias digitais adquiriram um significativo espaço no cotidiano das


pessoas, as quais atualmente convivem e desfrutam das ferramentas e do acesso
às informações que os dispositivos móveis, internet e outros recursos fornecem.
Os novos recursos encontram-se atrelados às relações sociais atuais, estando
presentes em diversos ambientes, com destaque para a escola.

Segundo Mosé (2013, p. 33), “vivemos em rede, a palavra mais pronunciada


é, provavelmente, conexão”. Portanto, acompanhamos a realização desse
laço aos novos tempos, sendo necessário pensarmos sobre a utilização das
tecnologias de informação e comunicação para a aprendizagem no âmbito
escolar. Dessa forma, os avanços dos recursos tecnológicos não se restringem
somente ao meio urbano, pois o meio rural também está construindo a sua forma
de utilização e estruturação para o uso destes dispositivos.

Ao ultrapassar as funções que tínhamos com o uso dos computadores de


mesa, além de acompanhar as mudanças e os novos recursos tecnológicos que
estão disponíveis a todos atualmente, começa-se a pensar sobre a inserção das
tecnologias digitais, como celulares e tablets, como um instrumento no processo
de ensino-aprendizagem. Podemos levar em conta a geração “polegarzinha”
(SERRES, 2013), que possui seu comportamento, pensamento e aprendizagem
diferenciados e atrelados a esses dispositivos, que fazem parte do dia a dia.

Para se propor novas concepções para um processo educativo, deve-se


romper com a concepção bancária, em que não deixamos de pensar nas relações
possíveis que existem a partir do cotidiano, e partir da realidade social e vivências
dos alunos, levando em conta os hábitos e vivências das crianças e adolescentes
que habitam o virtual, como menciona Serres (2013, p.19):

40
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

As ciências cognitivas mostram que o uso da internet, a


leitura ou a escrita de mensagem com o polegar, a consulta à
Wikipédia ou ao Facebook não ativam os mesmos neurônios
nem as mesmas zonas corticais que o uso do livro, do quadro –
negro ou do caderno. Essas crianças podem manipular várias
informações ao mesmo tempo.

As tecnologias digitais estão inseridas direta ou indiretamente na realidade de


alunos, professores e funcionários das escolas. Assim, torna-se relevante inserir
essas questões atuais à educação, trazendo novas possibilidades de interação e
mediação do conhecimento, que podem se dar de diversas formas, como ressalta
Belloni (2006, p. 59):

As técnicas de interação midiatizadas criadas pelas redes


telemáticas (e-mail, listas e grupos de discussões, Webs, sites
etc.) apresentam grandes vantagens pois permitem combinar
a flexibilidade da interação humana (com relação à fixidez dos
programas informáticos, por mais interativos que sejam) com
a independência de tempo e no espaço, sem por isso perder
velocidade.

Assim, assegura-se a complexidade da formação como algo visível e


criativo, baseada em práticas de formação que contemplem a investigação e a
problemática da ação docente (NÓVOA, 2009). Assim, a formação se faz na ação
contínua da movimentação do tempo do sujeito e dos seus processos do passado,
presente e posteriores.

Portanto, é possível aplicar as tecnologias no cotidiano da prática docente


com o propósito de transformar a sala de aula em um espaço mais abrangente
em relação às aprendizagens, visto que o trabalho do professor ocorre através
da construção de suas práticas como docente, tendo o propósito de mediar a
aprendizagem dos alunos (NÓVOA, 2009).

4 Algumas Considerações
Finalizamos este capítulo inicial de aprendizagens sobre as tecnologias da
informação e comunicação aplicadas ao contexto da educação. Inicialmente,
tratamos do novo papel das TIC associadas aos processos de ensino e
aprendizagem, possibilitando aos alunos outros modos de aprender em sala de
aula e fora dela, seja em espaços de ensino presencial ou a distância (EAD).

O desenvolvimento tecnológico caminha em conjunto com os avanços


na melhoria de vida das pessoas. Então, permeamos uma linha do tempo, não
cronológica, mas significativa, privilegiando algumas das descobertas mais

41
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

importantes na história das TIC. Assim, viajamos na história do desenvolvimento


das TIC no contexto mundial, destacando os principais recursos e aplicações nos
processos e momentos históricos globais.

Iniciamos nossa jornada na Grécia antiga, demonstrando o interesse pela


tecnologia, ainda que naquele tempo não fosse esse o nome dado. Assim, no
berço da civilização e das descobertas, começamos com Tales de Mileto, em 700
a. C., descobrindo a eletricidade em seus experimentos com o atrito do âmbar na
pele de carneiros.

Passamos por Leonardo da Vinci, Alan Turing, entre outros. Então, chegamos
ao contexto mais conhecido por nós, destacando a fundação da empresa Apple,
em 1976, com seu famoso fundador Steve Jobs, e a Microsoft, no mesmo ano,
fundada por Bill Gates e Paul Allen.

Então, chegamos ao momento atual, da chamada “Nova Era Digital”, sendo o


sistema de comunicação no qual estamos inseridos, sendo via celular, computador
ou outros meios de comunicação. No novo contexto, a comunicação se difunde
no sistema de comunicação que está conectado a uma fonte de informação em
tempo real, no processo em massa.

Hoje em dia, a comunicação está associada à questão da linguagem como


um sistema de sinais que possibilita a codificação e decodificação das informações
que se deseja passar (GUIMARÃES, 2007), ou seja, além da tecnologia estuda-
se a forma pela qual essas informações serão passadas aos usuários. Temos,
no espaço, o papel atuante da mídia como um suporte de difusão da informação,
utilizando meios como o rádio, televisão, internet e redes sociais.

Ao finalizar esta etapa da aprendizagem, discutimos o embasamento teórico


em relação a algumas definições e conceitos necessários ao entendimento das
tecnologias da informação e comunicação que irão contribuir para o seu trabalho
no ambiente escolar. Ainda, trouxemos os conceitos de tecnologia, tecnologia
educacional, multimídia, informação, comunicação, cibercultura, aula invertida e
ensino híbrido, além da disposição de reflexões acerca da educação e as relações
com as TIC.

Pensando de tal forma, estamos contribuindo para o processo de


aprendizagem em relação às TIC, priorizando o ensino de questões para a
posterior utilização do conhecimento produzido neste capítulo.

42
Introdução às Tecnologias da Informação
Capítulo 1
e Comunicação – TIC

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43
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

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44
C APÍTULO 2
Educação e as Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC)
Você ouviu ou conhece termos como: games, robótica, inteligência artificial,
internet, nuvem, 3D e recursos digitais? Já pensou em aliar essas tecnologias
com sua prática docente? No capítulo anterior, percebemos que há formas de
agregar esses recursos a uma educação voltada para as mudanças presentes no
século XXI.

Assim, este capítulo abordará as questões que envolvem a educação e


as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em um sentido amplo,
colocando-se a pensar sobre a constituição da sociedade no século XXI, no papel
da escola no contexto das mudanças tecnológicas e sociais presentes no século
enquanto busca problematizar os paradigmas ainda existentes sobre a inserção
de outros instrumentos de ensino e aprendizagem.

Ainda, este capítulo contém os seguintes objetivos de aprendizagem: inserir
a discussão sobre a educação e suas relações com as TIC; discutir a educação
no século XXI; estabelecer algumas relações entre o modo de vida atual e os
processos de aprendizagem com as TIC; esquematizar o contexto do papel
docente em relação às TIC e demonstrar algumas possibilidades metodológicas
para agregar o ensino com as TIC.
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

46
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

1 Contextualização
No contexto dos avanços e mudanças em relação ao modo de vida e de
nos relacionarmos com as tecnologias, temos também a mudança no papel do
professor em sala de aula que, a fim de acompanhar esses novos cenários, traz
um novo paradigma para a prática pedagógica, como reflete Morais (2005).

Desse modo, são necessárias algumas mudanças de atitudes pedagógicas,
como a promoção da reflexão compartilhada com os alunos, em que o professor
toma outra posição no processo de ensino e aprendizagem, buscando uma
atuação dialógica e priorizando a participação e a interação entre docente e
estudantes (MORAIS, 2005).

Uma das formas de promover espaços de aprendizados mediados pelas TIC
é através das aulas dialógicas, tornando a proposta de aprendizagem desafiadora
e motivadora aos estudantes. Quando pensamos na sociedade da informação na
qual estamos inseridos, esse exercício de aprender a aprender é primordial para
promover transformações na forma como a educação estrutura-se.

Devemos entender que ensinar na era da informação e das tecnologias vai


muito além de apenas projetar no projetor as informações referentes ao conteúdo,
pois demanda um entendimento de que é necessário aliar as demais tecnologias
ao ensino. Enquanto docentes, estamos preparados para essas mudanças? Ou
estamos relutantes em estar um processo de aprender a aprender?

Assim, iniciamos um novo capítulo que promoverá a contextualização e a


problematização dessas questões, no sentido de aliar o conhecimento teórico
sobre educação, TIC e formação, com o contexto prático, por meio de perspectivas
válidas ao campo de aplicação.

2 O Espaço da Escola e a
Tecnologia

Ao começarmos esta etapa de aprendizagens, acreditamos que é fundamental
a abordagem de aspectos referentes à educação em sua profundidade de bases
epistemológicas e pedagógicas como uma ciência estruturada historicamente.
Com isso, a educação e o sistema escolar no Brasil são constituídos a partir de
reflexos micro e macropolíticos, sendo, assim, aspectos a se considerar relevantes
quando pensamos sobre as bases epistemológicas que fundamentam o que hoje
entendemos como educação.

47
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Nesta parte, destacam-se alguns pontos significativos em relação à


constituição da educação escolar no Brasil, não se detendo em uma análise
histórica profunda, visto que há uma contextualização para o entendimento
posterior dos temas tratados. A educação no Brasil tem início no período colonial,
com características medievais, frutos da cultura europeia. São os jesuítas que
instituem, a partir da catequização dos índios, as exigências dominantes,
recrutando fiéis e servos.

Desse período em diante, a sociedade possuía uma estrutura latifundiária,


escravocrata e aristocrática, com uma economia agrícola. Reflete-se na educação
o sentido da sociedade presente nessa época, no qual não se necessitava de
pessoas que tivessem alguma instrução intelectual, pois era necessário prevalecer
à submissão.

Inicialmente, a educação elementar estava voltada às classes de menor


poder aquisitivo, enquanto a educação média às classes dominantes, com
algumas exceções: mulheres e filhos primogênitos não podiam estudar. A
educação superior na colônia não existia, pois, geralmente, os filhos de famílias
da classe dominante iam estudar na Europa (RIBEIRO, 1993).

Após a vinda da família real para o Brasil, têm-se algumas


Há alternância no mudanças no contexto educacional, como a criação de: academias
pensamento filosófico
que influenciava militares; academia da marinha; cursos de ensino superior na área da
essas reformas. medicina; Jardim Botânico; museus; biblioteca pública e da imprensa.
O positivismo, de
orientação cientificista Enfim, houve a criação de alguns meios de produção do conhecimento
e pragmática, havia ainda não existentes no cenário do Brasil, bem como, meios de
reunido adeptos informação e comunicação.
no Brasil e estava
presente nas
reformas de Benjamin No período, o ensino superior foi valorizado e a educação básica
Constant e Rivadávia
Correa, enquanto que deixada de lado. Isso ocorre devido à necessidade de pessoas
o pensamento liberal, capacitadas para ocupar cargos administrativos existentes na época,
fundamentado na em um contexto de Brasil Monárquico. Nessa época, o ensino ainda
igualdade de direitos
e oportunidades, possuía um caráter elitista, que preparava os alunos para o ingresso no
na destruição ensino superior, destacando-se algumas reformas que ocorreram, como
de privilégios
hereditários, a Reforma de Benjamin Constant, e o avanço de algumas correntes
no respeito às pedagógicas.
capacidades
individuais e na
educação universal, Há alternância no pensamento filosófico que influenciava essas
influenciou as reformas. O positivismo, de orientação cientificista e pragmática, havia
reformas de Epitácio
Pessoa, Carlos reunido adeptos no Brasil e estava presente nas reformas de Benjamin
Maximiliano e Luiz Constant e Rivadávia Correa, enquanto que o pensamento liberal,
Alves (RIBEIRO, fundamentado na igualdade de direitos e oportunidades, na destruição
1993).
de privilégios hereditários, no respeito às capacidades individuais

48
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

e na educação universal, influenciou as reformas de Epitácio Pessoa, Carlos


Maximiliano e Luiz Alves (RIBEIRO, 1993).

Já na década de 1920, há um contexto de crise do modelo econômico vigente


e a abertura à industrialização, com a ascensão de algumas classes sociais, como
a burguesia industrial; as mudanças políticas, incluindo as revoluções; a existência
de outros partidos, como o Partido Comunista; a inserção da arte no país; e o
retorno de intelectuais. Com isso, novas correntes de pensamento começaram a
fluir e a se incorporar na organização da educação.

Nesse contexto histórico, surge um movimento de cunho pedagógico,


a “Escola Nova”. Veremos, pela primeira vez, educadores de profissão que
denunciam o analfabetismo e outros problemas da educação. O Escolanovismo
vai buscar na Europa suas origens, onde, já no século anterior, uma sociedade
industrializada se preocupava com a individualidade do aluno.

No Brasil, os pioneiros da Escola Nova defendem o ensino leigo, universal,


gratuito e obrigatório, a reorganização do sistema escolar sem o questionamento
do capitalismo dependente e enfatizam a importância do Estado na educação e
da educação na reconstrução nacional (RIBEIRO, 1993).

Como soluções para os problemas do país, apelam para o humanismo científico-


tecnológico, ou seja, a convivência harmoniosa do homem com a máquina, criando-
se condições para que os indivíduos convivam com a tecnologia e a ciência, fazendo-
os entender que tudo isso está a serviço e disponibilidade do homem.

A partir de 1930, fica marcante a influência dos Escolanovistas, trazendo um


viés pedagógico americano, através de educadores como Fernando de Azevedo e
Anísio Teixeira inspirados nas ideias de John Dewey. Posteriormente, no período
chamado Estado Novo, tem-se um aumento de investimentos na educação,
com políticas educacionais, criação de órgãos ligados à educação, além do
surgimento da necessidade de uma formação voltada à prática operária, visto que
o desenvolvimento industrial da época era grande.

Após os anos 1950, tem-se a contraposição de ideias de cunho católico


e liberais na estruturação do sistema educacional, e o embate das escolas
particulares e públicas, o que impulsionou, posteriormente, em 1961, a aprovação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (RIBEIRO, 1993).

Durante a ditadura têm-se diversos fracassos referentes a acordos


técnicos para a educação, além do embate com o movimento estudantil, que foi
protagonista na luta pela liberdade, denunciando abusos, repressões e agressões
sofridas no período descrito (RIBEIRO, 1993).

49
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

A educação no período da ditadura, assim como todas as decisões dos


governantes do país, sofriam fortes influências americanas, visto o contexto
mundial que pairava com a Guerra Fria. Uma reforma que ocorre no período, e
ainda se encontra na mesma estrutura, é a reforma do ensino superior, baseado
no modelo universitário americano, com estrutura organizada em: ensino básico
e profissional, com níveis de pós-graduação (mestrado e doutorado); adoção
do sistema de créditos; matrícula por disciplina; e a seleção para ingresso via
vestibular (RIBEIRO, 1993).

No período posterior a 1990, temos o país vivendo sua jovem democracia,


conquistada, em 1985, com o movimento “Diretas Já”. Durante o governo de
Fernando Henrique Cardoso (FHC), é proposta a modernização do sistema
escolar, com uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), diante da
orientação neoliberal que constituía o governo. A educação não escapou desse
contexto, com políticas educacionais focadas em uma dinâmica competitiva
de índices de qualidade, ou seja, uma reforma da educação estimulando a
competição (GUIMARÃES, 2015).

Assim, a educação é entregue aos investimentos e gerência dos municípios,


e o ensino médio aos estados. Ainda, durante o governo de FHC, tem-se um
aumento na taxa de matrículas nessas modalidades. Porém, o ensino superior é
deteriorado, já que não há crescimento da universidade pública. Em contrapartida,
motivados por uma política econômica favorável, ocorre um crescimento de
universidades e instituições particulares (DURHAM, 2010).

Nos governos posteriores ao de FHC, com um cunho ideológico que se difere


em algumas partes da política neoliberal adotada até meados de 2002, é adotado um
caráter popular, com implementação de programas sociais, buscando a diminuição da
desigualdade no país. Nesse sentido, a educação no Brasil começa a se modificar,
com maiores investimentos públicos e melhoria em diversos níveis da educação.

O ensino superior é um dos mais beneficiados. As universidades são


contempladas com investimentos, expansão e interiorização do ensino superior.
Alguns exemplos de instituições beneficiadas são os Institutos Federais e outras
universidades públicas em diversas regiões do país, através do REUNI, ou
Programa do Governo Federal de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais Brasileiras.

Há uma abertura do ensino superior às classes sociais menos favorecidas,


que historicamente não pertenciam ao espaço acadêmico, além da implementação
de cotas para estudantes oriundos de escolas públicas, cotas raciais e cotas para
portadores de deficiência, além do olhar para a diversidade, com o decreto do uso
do nome social.

50
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

Além do conhecimento sobre a história da educação em nosso país, temos


que fortalecer o entendimento sobre a estruturação pedagógica da relação ensino
e aprendizagem por meio de alguns modelos epistemológicos de construção do
conhecimento. Começaremos essa abordagem por meio da pedagogia, em sua
origem como ciência da educação. Considerando as definições dos dois termos,
muitos autores compreendem a pedagogia e a ciência da educação como uma
coisa só, cabendo destacar esse detalhe (FRANCO, 2008).

Levando em conta os aspectos de sua constituição como ciência, a pedagogia


sistematiza- se com moldes das ciências exatas, em virtude da época na qual está
inserida, em que predominava uma ciência baseada na experimentação. O reflexo
disso é o afastamento da prática educativa e, consequentemente, do seu objeto
de estudo (FRANCO, 2008). O objeto de estudo da pedagogia é o homem em
formação. Portanto, é um objeto complexo, evidenciando o caráter antropológico,
ético e social dessa ciência.

Nesse sentido, ao tratar da relação entre ensino e aprendizagem, que faz


parte das discussões da pedagogia, pode-se dizer que essa relação ocorre
através dos modelos representativos, pedagógicos e epistemológicos. O destaque
vai para três modelos apresentados por Becker (2001), sendo: pedagogia diretiva,
pedagogia não diretiva e pedagogia relacional.

Trazer esses modelos é uma forma de auxiliar a compreensão das concepções


pedagógicas e epistemológicas refletidas nas práticas dos professores, através
dos quais se exemplifica o fazer pedagógico.

O primeiro modelo que Becker (2001) traz é a pedagogia diretiva. Nesse


contexto, a atuação do professor ocorre com a seguinte configuração: o professor
observa a organização dos seus alunos em sala de aula, aguardando que o
silêncio predomine; a estrutura do espaço tem uma base disciplinar que facilita
o funcionamento do modelo, com fileiras de carteiras afastadas entre si que
possibilitam a não proliferação de conversas e contatos entre os alunos.

Já para Foucault (1999), a disciplina torna-se realidade a partir de métodos


que permitem o controle sobre as operações dos corpos, ou seja, algumas forças
que impõem uma posição dócil, na qual a estrutura escolar contribui. Sobre a
postura do professor nesse modelo, Becker (2001, p. 16) demonstra:

Como é essa aula? O professor fala, e o aluno escuta. O


professor dita, e o aluno copia. O professor decide o que fazer,
e o aluno executa. O professor ensina, e o aluno aprende. Se
alguém observasse uma sala de aula na década de 60 ou de
50, ou, quem sabe, de dois séculos atrás, diria, provavelmente,
a mesma coisa: falaria como Paulo Freire, em Pedagogia do
oprimido. Por que o professor age assim? Muitos dirão: porque
aprendeu que é assim que se ensina. Para mim, esta resposta
é correta, mas não suficiente. Então, por que mais?

51
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Essa ação do docente pode ser explicada pelo seguinte motivo: o professor,
nesse modelo, acredita que o conhecimento se dá pela transmissão. Assim, sua
epistemologia é baseada na explicação dos conteúdos. O professor segue a
premissa de que o aluno é uma tábula rasa e não possui um conhecimento a
oferecer, por isso deve somente receber o conhecimento. Portanto, o sujeito é o
elemento conhecedor, o centro do conhecimento, enquanto o objeto é tudo o que
o sujeito não é.

Uma questão a ser ressaltada é a formatação do aluno dessa escola.


Posteriormente, quando entrar no mercado de trabalho, será recebido nesse
outro espaço com facilidade, pois é apto a praticar o silêncio, já que aprendeu
a silenciar. Ou seja, é um produto da escola que, devido a sua formação, deixa
de pensar sobre o trabalho que irá executar, suas ações na sociedade e suas
discordâncias em relação a ela.

Isso é algo que pode ser explicado com o conceito de alienação que Marx
(2004) reflete. Segundo Marx (2004), a capacidade que os seres humanos
possuem de modificar o ambiente, de acordo com seus projetos e sua realidade, é
o que os difere dos demais animais e, desse modo, pode criar novas ferramentas
de produção. A alienação é o que impede a criação nesse contexto, mostrando o
vazio do sujeito e a descaracterização de sua constituição como ser humano, ou
seja, o sujeito alienado não consegue ver e nem provocar a mudança no espaço
em que atua (MARX, 2004).

Passamos agora ao modelo de pedagogia não diretiva, centrada no papel


do professor como facilitador das aprendizagens do aluno, levando em conta
o saber prévio que cada aluno possui, realizando a mediação desse saber e
organizando-o afim de agregar mais conteúdo. Como menciona Becker (2001, p.
19): “é o regime do laisser-faire: deixa fazer, que ele encontrará o seu caminho”.

A epistemologia que sustenta esse modelo é denominada apriorista, a qual


compreende o ser humano desde o nascimento. Com seu conhecimento já
programado na sua herança genética, basta, ao longo do desenvolvimento, moldar
e aprimorar esses conhecimentos. Nessas condições, a relação pedagógica
ocorre a partir do aluno que, com seu conhecimento prévio e herança genética, irá
determinar a ação do professor.

A pedagogia relacional é focada na exploração e posterior aplicação


do conhecimento. A dinâmica da sala de aula é feita a partir do professor.
Primeiramente, ele traz aos alunos o material a ser explorado e, após, os orienta
a sistematizar o que foi explorado, o que pode ser feito de diversas formas:
utilizando exercícios, desenhos, teatro etc.

52
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

A atuação do professor é focada na epistemologia construtivista O professor


devido a sua compreensão de que o aluno só aprende ou constrói o construtivista não
acredita no ensino,
conhecimento quando utiliza de sua experiência e problematização em seu sentido
(BECKER, 2001). convencional ou
tradicional, pois
não acredita que
O professor construtivista não acredita no ensino, em seu sentido um conhecimento
convencional ou tradicional, pois não acredita que um conhecimento (conteúdo) e uma
condição prévia
(conteúdo) e uma condição prévia de conhecimento (estrutura) possam de conhecimento
transitar, por força do ensino, da cabeça do professor para a cabeça do (estrutura) possam
transitar, por força do
aluno. Ele acredita que tudo o que o aluno construiu até hoje, em sua ensino, da cabeça
vida, serve de patamar para continuar a construir e que alguma porta se do professor para
abrirá para o novo conhecimento, é só questão de a descobrir. Dessa a cabeça do aluno.
Ele acredita que
maneira, o aluno descobre isso por construção (BECKER, 2001). tudo o que o aluno
construiu até hoje,
em sua vida, serve
Portanto, procuram superar, com o modelo construtivista, a de patamar para
disciplina e a estrutura engessada de sala de aula que os demais continuar a construir
modelos trazem, buscando alternativas para a atuação docente e de e que alguma porta
se abrirá para o
ensino e aprendizagem. Desse modo, a educação pode ser pensada novo conhecimento,
como um projeto antropológico, sendo relevante a discussão do termo é só questão de a
descobrir. Dessa
educabilidade sob o viés da constituição do ser humano. maneira, o aluno
descobre isso
O conceito de educabilidade surge da aproximação entre as por construção
(BECKER, 2001).
questões antropológicas e os temas da educação. Assim, direciona-
se a projetos educativos e antropológicos. Cabe ressaltar que, para a
A educabilidade pode
educação atingir um caráter antropológico, é necessário o envolvimento ser compreendida
de fatores culturais, sociológicos e históricos. como a capacidade
natural de
desenvolvimento das
A educabilidade pode ser compreendida como a capacidade natural próprias disposições
de desenvolvimento das próprias disposições humanas em relação à humanas em
relação à educação
educação (CARVALHO, 1994). (CARVALHO, 1994).

O homem é produto de sua evolução, seja ela biológica, cultural ou fruto


das relações sociais, por isso difere-se das outras espécies. Considerando
a determinação do homem como homo educandus, verifica-se uma esfera
antropológica que ultrapassa largamente a dimensão orgânico-biológica,
demonstrando a importância da discussão.

Os estudos de Rousseau, com a obra O Contrato Social (1978), e de Kant, com


a Crítica Da Razão Pura (2001), levam em conta a liberdade como parte do processo
de diferenciação da natureza humana do estado natural (CARVALHO, 1994).

A antropologia de Rousseau tem como cerne a crítica ao Estado,


mencionando que a força do Estado é derivada do contrato social. Porém,

53
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

defende que o Estado surge da necessidade do homem em melhorar a sua vida.


Nesse contexto, a liberdade entra como fator principal para definir a melhoria da
qualidade de vida do ser humano (ROUSSEAU, 1978).

No pensamento de Kant (1987), o desenvolvimento humano é baseado na


circularidade de condições da possibilidade de educação. Considera importante
o dever de cada geração de melhorar a formação da geração seguinte. Dessa
maneira, pondera que o homem se diferencia do animal devido ao seu potencial
educável, racional e sua educabilidade.

Pode-se dizer que o sentido da educabilidade de Kant seja a sua ação


de introdução de uma diferença na natureza do homem. Outra consideração
relevante de Kant é que a educação ensina algo aos homens e, com isso, faz com
que sejam desenvolvidas certas qualidades, as quais são o meio de inserção dos
homens, exigido pela educabilidade.

Hegel (1992a; 1992b) apresenta seus estudos e teorias sobre o


O homem não é, conhecimento na obra intitulada Fenomenologia do Espírito (1992a).
para Hegel (1992a), Para ele, a concepção de homem perpassa a relação do sentimento
determinado
totalmente pela sobre a razão, complementando-se na concepção da estrutura de
natureza. Por isso, liberdade. Segundo ele, o homem como homem é livre, ou seja, o
ele se constrói e, sujeito é a liberdade.
ao construir-se,
realiza o espírito,
por exemplo, O homem não é, para Hegel (1992a), determinado totalmente pela
presente na cultura natureza. Por isso, ele se constrói e, ao construir-se, realiza o espírito,
de uma época, por exemplo, presente na cultura de uma época, isso significa a sua
isso significa a sua
própria realização. própria realização. Desse modo, o homem participa da vida do espírito
Desse modo, o sendo, ao mesmo tempo, o espírito cuja indeterminação é resultado de
homem participa um processo que se expressa na liberdade.
da vida do espírito
sendo, ao mesmo
tempo, o espírito Aqui não se trata de um conceito abstrato, mas da consciência
cuja indeterminação de ser livre, a qual é a consciência de algo mais, de uma realidade
é resultado de
um processo que objetiva. Portanto, trata-se de uma relação que põe, e na qual é posta,
se expressa na a liberdade. A liberdade, por sua vez, é atingida por um processo que
liberdade. exige um outro ensino ao sujeito, no sentido do indivíduo encontrar e
reconhecer o outro para além de si.

Já Hobbes (2003), em seus estudos sobre os indivíduos, coloca como ponto


principal a relação entre a ação humana e o Estado, em que o poder político
deve impor o respeito pelas leis da natureza humana (CARVALHO, 1994).
Outro autor, Skinner, contextualiza a sua crítica em relação às teorias neo-
humanistas (CARVALHO, 1994), ao mencionar que essas teorias esquecem os
condicionamentos do homem. Logo, não se pode prevalecer um sentido completo
de liberdade, pois estamos condicionados aos fatores externos e internos das
reações provocadas pelos acontecimentos.

54
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

Assim, aproxima-se de Lévi-Strauss (1989), o qual, a partir de estudos


antropológicos, ressalta o papel das redes estruturais sobre o indivíduo, o qual,
através da ação delas, dilui-se e passa a fazer parte da composição da história
e, também, produto dela. Portanto, revisitar os clássicos torna-se necessário para
propor uma escrita sobre os temas em discussão, haja vista a complexidade das
relações de educação.

Chegamos ao pensamento da prática educativa como prática social. A


complexidade do objeto em questão é configurada a partir de dimensões, sendo
elas: a prática educativa e a prática social. Nesse contexto, Franco (2008, p. 80)
considera que “a dimensão da educação que será o objeto da pedagogia como
ciência será a práxis educativa”.

Vale associar as questões anteriores, no sentido de situar a prática educativa


e social como fenômenos ou processos humanos, por estarem inseridas em uma
cultura e momento histórico, adotando o pensamento de totalidade e singularidade
quanto à compreensão dos sujeitos.

Em par com essas questões, entra em jogo o sentido da escola, pois lá se


concretizam as ações e, propriamente, a práxis que é teorizada nos estudos,
trazendo, então, a contribuição de Franco (2008, p. 80), o qual contextualiza sobre
o sentido da escola:

Sabe-se, observa-se, consta-se que a escola é um espaço


privilegiado do exercício da ação educativa, ao lado de muitos
outros espaços, que concorrem, confluem, ampliam ou
completam o lócus educativo escolar. Todos os outros espaços,
além da escola, produzem influências formativas sobre os
sujeitos, produzem saberes, propõem comportamentos e valores,
estimulam ações e pensamentos. No entanto, nem sempre estão
explícitas as intencionalidades presentes nessas práticas.

Ao pensar no sentido epistemológico para esses conceitos relacionados


à educação, Morin (2002) contribui na discussão, ressaltando que se deve
considerar a identidade ao estudar a constituição biológica e social do ser humano,
visto que sabemos que não existe educação, escola, pedagogia e ciência sem o
ser humano. Talvez, o entendimento dessa relação entre a aprendizagem e sua
constituição seja o caminho para pensarmos sobre o sentido das coisas.

55
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Para saber mais sobre os caminhos epistemológicos no diálogo


com a educação, realize a leitura do livro Epistemologia e educação:
bases conceituais e racionalidades científicas e históricas, publicado
em 2016 por Ivanilde Apoluceno de Oliveira. Ela traz o debate
sobre conceitos do campo da epistemologia, as racionalidades
epistemológicas historicamente construídas e suas influências no
campo educacional.

O ser humano se desenvolve biologicamente e, também, sob a


influência cultural, tornando-se, desse modo, parte da sociedade. Portanto, o
desenvolvimento é determinado por meio de uma relação entre o indivíduo,
espécie e sociedade.

Conheça sete vantagens do uso de tecnologia na sala de


aula. Acesse: <http://novosalunos.com.br/7-vantagens-do-uso-de-
tecnologia-na-sala-de-aula/>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Nesse sentido, percebe-se que a pedagogia fundamenta a docência, e não o


contrário. Desse modo, fica evidente a contribuição dos estudos epistemológicos
nesse contexto, já que é a partir da epistemologia que iremos pensar e analisar o
conhecimento científico, o ensino e a aprendizagem nos espaços de convívio escolar.

Após essa viagem pelos aportes epistemológicos que fundamentam a


educação e contribuem no entendimento do sentido da escola e do papel
do professor, entraremos nas questões relacionadas às políticas públicas da
educação, especialmente no que diz respeito às TIC.

Nesse contexto, vocês irão conhecer o documento da Conferência Nacional


de Educação (CONAE), que estabelece diretrizes ao Plano Nacional da Educação
(PNE), e as propostas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO) para a educação e para as TIC.

56
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

O documento da CONAE traz, em suas resoluções, alguns itens que


dizem respeito ao Sistema Nacional de Educação e a sua relação com as TIC,
incentivando a inserção e a presença das TIC nas escolas, bem como algumas
práticas de ensino, com o objetivo de promover o desenvolvimento dos sujeitos
interligados com as tecnologias e recursos digitais disponíveis, sugerindo o uso
dos laboratórios de informática das escolas e a prática de pesquisa na internet
etc. (CONAE, 2010).

Embora o documento traga essas resoluções e propostas em relação ao uso


das TIC, ele não dispõe de uma base reflexiva sobre o potencial e as limitações
do uso nas escolas e das práticas educativas, como reflete Zuin (2010, p. 967):

No Documento-Referência da CONAE, há uma série de


pertinentes considerações sobre a importância da ampliação
da chamada educação tecnológica, sobretudo no incentivo
à presença dos laboratórios de informática nas escolas,
pesquisas on-line e intercâmbios científicos e tecnológicos,
nacional e internacional, entre instituições de ensino,
pesquisa e extensão. Contudo, nota-se a ausência de uma
reflexão mais desenvolvida sobre a forma como as novas
TIC determinam os rumos dos atuais processos de ensino e
aprendizagem. A ênfase sobre os aspectos técnicos envolvidos
no uso dos instrumentais listados no documento não pode ser
absolutizada a ponto de ofuscar a necessária discussão sobre
o papel da tecnologia como processo social que reconfigura as
características identitárias dos agentes educacionais.

A CONAE traz, ainda, critérios a serem desenvolvidos em políticas de


formação e valorização dos professores e profissionais da educação, tornando-
se um documento amplo e completo em relação às demandas que contempla.
Essa formação propõe-se a promover espaços de reflexão sobre as diferentes
linguagens digitais e midiáticas, que podem contribuir de alguma forma aos
processos de ensino e aprendizagem (CONAE, 2010).

O documento mostra preocupação em relação à influência das TIC na


educação devido ao fato das escolas ainda não se mostrarem como espaços
acolhedores das tecnologias. Ele propõe, nesse sentido, uma maior abrangência
do suporte estrutural, com acesso à internet e laboratórios de informática em boas
condições, ressaltando que somente esses recursos não garantem uma completa
formação educacional com as TIC (CONAE, 2010).

A CONAE traz, ainda, a contextualização da relação entre a educação a


distância (EAD) e a sua abrangência e aplicabilidade no ensino superior através
de cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EAD, como o programa
Universidade Aberta do Brasil (UAB), que viabilizou o acesso ao ensino superior
para quase 30% de brasileiros.

57
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

A UNESCO, Com isso, passamos ao documento da UNESCO (2015), no


a agência qual constam os desafios à educação no Século XXI. O documento
especializada da
Organização das contém propostas à Educação para a Cidadania Global (ECG), como
Nações Unidas plataformas on-line de aprendizagens para educadores, focadas na
(ONU) para a oportunidade de vivência das abordagens pedagógicas tecnológicas.
educação, considera
a educação Dessa maneira, ele propõe o engajamento de profissionais na
para a paz e o concepção de comunidade de aprendizagem colaborativa em ambiente
desenvolvimento
sustentável como on-line.
o objetivo maior de
seu programa de A UNESCO, a agência especializada da Organização das Nações
educação para os
próximos oito anos, Unidas (ONU) para a educação, considera a educação para a paz e o
com cidadãos globais desenvolvimento sustentável como o objetivo maior de seu programa
empoderados como
um de seus objetivos. de educação para os próximos oito anos, com cidadãos globais
empoderados como um de seus objetivos.

Portanto, colabora com a superação de empecilhos para a formação, na


medida em que os processos de desenvolvimento profissional vinculados à
EAD favorecem a participação de professores e profissionais. Com isso, podem
ampliar o repertório de conhecimento desses atores fundamentais da educação,
bem como o incentivo à construção de materiais didáticos on-line, planos de aula
e recursos digitais (UNESCO, 2015).

Assim, atingem as conquistas educacionais motivadas por abordagens
inovadoras do ensino, oriundas da incorporação de ambientes híbridos de
aprendizagem e ambientes inovadores, articulando as TIC com a oportunidade de
conhecer e ensinar.

Conheça as dez tendências da tecnologia na educação.


Acesse: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141202_
tecnologia_educacao_pai>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Agora, iremos adentrar e conhecer propostas de escolas inovadoras, em


que a tecnologia e a educação andam juntas. Começamos pela proposta das
escolas-irmãs, criadas pelo Conselho Britânico em 2013, como um programa no
esquema Connecting Classrooms (UNESCO, 2015). Esse programa tem como
foco a educação global e uniu escolas da Inglaterra, Jordânia e Líbano, buscando
dar apoio às crianças refugiadas.

58
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

Para conhecer melhor o programa Connecting Classrooms,


entre no site: <https://www.britishcouncil.org.br/atividades/educacao/
connecting-classrooms>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Como funciona esse programa? A partir da conectividade entre alunos


e professores britânicos que estão no ensino médio, os quais se conectam
a 20 escolas da Jordânia e Líbano. Dessa forma, trabalham integrados com o
propósito de identificar as dificuldades de aprendizagem das crianças refugiadas
e, posteriormente, buscam a solução. Veja como funciona o programa:

FIGURA 1 – PROGRAMA CONNECTING CLASSROOMS

FONTE: <http://www.jkgisv.com/Connecting-Classroom/>. Acesso em: 21 nov. 2018.

As experiências e o convívio são compartilhados por meio de Skype e cartas,


sendo que tanto os alunos quanto os professores trocam ideias em relação ao
trabalho desenvolvido no projeto.

59
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Conheça a proposta no Brasil, assista ao vídeo Connecting


Classrooms no Brasil. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=lJ0WtQclZ-U>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Saímos da Inglaterra e vamos para o Uruguai para conhecer o laboratório


tecnológico do Uruguai. Esse parque de inovação vai além do empreendedorismo,
pois propõe espaços de educação que não se configuram fielmente como escola, mas
promovem o ensino e a aprendizagem, pois é um projeto socioeducativo (CALVO,
2016), conhecido como Plan Ceibal, conforme pode-se observar na Figura 2.

FIGURA 2 – PLAN CEIBAL LOCALIZADO NO URUGUAI

FONTE: <https://www.ceibal.edu.uy/en/institucional>. Acesso em: 9 nov. 2018.

No Plan Ceibal, também são produzidos hardware e software. Essa produção


é resultado do investimento nas pessoas e nas condições de criação. Nesse
local, ocorreu uma melhora da conectividade, possibilitando essas experiências
pioneiras (CALVO, 2016). Há, também, um projeto de robótica, encarado como
um eixo-chave do ensino e da aprendizagem nesse local, sendo que os robôs são
montados e criados pelos estudantes e pessoas que atuam no projeto.

O projeto organiza o espaço digital das escolas de todo o país, prolongando


a sua atuação. Com isso, as escolas descobriram seu potencial digital, pois é uma
dimensão construída de acordo com o cenário da aprendizagem. Ressalta-se
que o trabalho não surgiu do nada. Antes de iniciar o projeto, a equipe dispôs de
pesquisa das fontes psicológicas, pedagógicas e sociológicas, com aporte para a
prática de ensino (CALVO, 2016).

60
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

Nesse sentido, integrar a aprendizagem ativa à dimensão digital Nesse sentido,


potencializa o ensino, pois é integrado de métodos, tarefas cooperativas integrar a
aprendizagem ativa
e estratégias para a autonomia dos alunos (CALVO, 2016). à dimensão digital
potencializa o ensino,
A experiência desse projeto no Uruguai mostra o quanto a pois é integrado de
métodos, tarefas
tecnologia contribui para a melhoria da educação no século XXI, devido cooperativas e
a sua atuação como facilitadora no processo de autonomia dos alunos e estratégias para a
autonomia dos alunos
do trabalho do professor. (CALVO, 2016).

Conheça o trabalho desenvolvido no Plan Ceibal. Acesse:


<https://www.ceibal.edu.uy/es>. Acesso em: 6 dez. 2018.

No Brasil, temos a experiência no Colégio Século, em Manaus, no Amazonas,


em que se investe em atividades que aliam a tecnologia e a educação através do
manuseio de equipamentos eletrônicos, ocorrendo um processo de alfabetização
tecnológica e desenvolvimento computacional.

A oferta da disciplina de pensamento computacional, ofertada no Colégio


Século, atua em conjunto com os projetos de robótica da escola. Dessa maneira,
os alunos aprendem os conceitos básicos da computação, como algoritmo,
decomposição e abstração.

FIGURA 3 – COLÉGIO SÉCULO

FONTE: <http://d.emtempo.com.br/ciencia-e-tecnologia/116916/colegio-seculo-
em-manaus-do-ensino-tradicional-a-sala-invertida>. Acesso em: 21 nov. 2018.

61
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Para conhecer melhor essa iniciativa, acesse o site da escola.


Acesse: <https://seculomanaus.com.br/site_/>. Acesso em: 6 dez. 2018.

3 Ambientes Virtuais no Processo


de Ensino e Aprendizagem
Nesta seção do capítulo serão contextualizados os recursos tecnológicos que
podem contribuir na prática docente. Vocês irão conhecer alguns instrumentos
tecnológicos e suas possíveis aplicações no ensino e aprendizagem.

Segundo Moran (1997), esses recursos podem atuar em um duplo papel de


avanços e problemas devido ao conteúdo que podemos encontrar na web, como
a facilidade de pesquisa e conteúdo e, ao mesmo tempo, uma multiplicidade de
fontes diferentes, com diversos graus de confiabilidade e visões de mundo.

Outra questão é a facilidade de postarmos algo ou expormos nossa vida,
emoções e desgostos, enfim, a internet é um mundo. Desse modo, no espaço da
internet, deve-se praticar a educação, esclarecendo as suas vantagens e déficits,
principalmente ao trabalharmos com os alunos. A dica é focar mais em qualidade
de conteúdo e menos em quantidade. Com isso, esse recurso torna-se útil em sala
de aula (MORAN, 1997). Nesse contexto, um infográfico sobre a atual realidade
da relação entre a escola e a internet é apresentado na Figura 4.

62
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

FIGURA 4 – REALIDADE DA CONECTIVIDADE NAS ESCOLAS DO BRASIL

ESCOLA OFF-LINE
Pesquisa com professores avalia à internet em escolas do ensinoensino fundamental

48,8% PROGRAMAS DISPONÍVEIS


dos professores do
ensino fundamental 2
55,9% apontam “escassez ou inadequação”
de programas de computador educativos
(6º ao 9º ano) estão em
escola com “acesso à Piores indicadores*, em % Melhores indicadores*, em %
internet insuficiente”,
segundo a pesquisa 1º PI 83,7 1º TO 41,3
2º GO 75,8 2º SC 45,9
Os piores Estados
Professores com acesso à internet “insuficiente”, em %* 3º PB 74,4 3º RS 49,1

Acre 81 NOVAS TECNOLOGIAS


Piauí 76,2
Amazonas 74,2 36,9% dos docentes afirmam ter “grande
Alagoas 67,4 necessidade” em ampliar conhecimento sobre novas
tecnologias no trabalho
Bahia 65,5
Goiás 65,1 Piores indicadores*, em % Melhores indicadores*, em %
Pernambuco 64,7
1º MA 60,3 1º MS 29,1
São Paulo 64,1
Sergipe 63,9 2º PI 51,4 2º RJ 31
Roraima 62,5 3º PA 48,3 3º ES 31,3
*Dados desagregados por UF representam a realidade de escolas estaduais e municipais ** Questionário preenchido pelos diretores
Fonte: Inep/OCE e Anatel/Ministério das Comunicações

FONTE: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/01/1570302-professores-
reclamam-de-falta-de-tecnologia-nas-escolas-do-pais.shtml>. Acesso em: 21 nov. 2018.

Esse processo contribui no trabalho dos professores, na medida em que


incentivam seus alunos a saber perguntar, questionar, avaliar os conteúdos
disponíveis e analisar os textos. Desse modo, a internet se torna didática,
podendo o professor propor níveis de investigação através de temas, partindo
de níveis básicos para os complexos. Assim, desenvolve no aluno o potencial de
pensamento com rupturas no ensino que somente decora, a fim de que o aluno
organize e reorganize seus processos de aprendizagem (MORAN, 1997).

Uma opção interessante é o uso da Webquest, que possibilita o


desenvolvimento de projetos de pesquisa a partir de tarefas. Esse instrumento
funciona da seguinte forma: partimos de um tema que resulta em uma tarefa;
para a resolução da tarefa, os alunos deverão pesquisar em fontes confiáveis; e,
posteriormente, construir uma resolução para a tarefa (MORAN, 1997). As fontes
são variáveis, podendo ser em sites, revistas, livros e entrevistas.

A Webquest pode ser entendida como uma metodologia para a pesquisa


na internet. Embora não seja uma metodologia de ensino, ela cumpre um papel
voltado ao processo educacional, pois estimula que os estudantes pesquisem e
exercitem seu pensamento crítico. Confira um exemplo de Webquest.

63
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 5 – EXEMPLO DE WEBQUEST DE MATEMÁTICA

FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/2748462/>. Acesso em: 11 de nov. 2018.

A montagem de uma Webquest não é um processo simplório, já que envolve


algumas etapas que são fundamentais para a conclusão da tarefa. Confira no
Quadro 1 as etapas e funções de cada etapa de construção de uma Webquest.

QUADRO 1 – ETAPAS DE UMA WEBQUEST


ETAPA FUNÇÃO/OBJETIVO
Nesta etapa, devem ser fornecidas as informações iniciais
que ajudam a motivar os alunos para o envolvimento com
Etapa 1: Introdução
a atividade. Define-se aqui o que se pretende pesquisar,
fornecendo algumas informações preliminares.
Esta etapa fornece a meta e o foco para a pesquisa dos
Etapa 2: Tarefa
alunos, tornando concretas as intenções curriculares.
Traduz a dinâmica da atividade com a organização
Etapa 3: Processo dos alunos para a resolução da tarefa a fim de
que atinjam os objetivos propostos.
São as fontes de informações da internet
Etapa 4: Recursos
que devem ser consultadas.
Nesta etapa, o aluno deve ser informado
Etapa 5: Avaliação
sobre o seu desempenho e avaliação.
Recomenda-se que a conclusão da Webquest
siga algumas direções, como a reafirmação de
Etapa 6: Conclusão
aspectos de interesse que constam na introdução e
o destaque da importância do que se aprendeu.
FONTE: Adaptado de Pereira (2008)

64
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

Desse modo, resolver uma Webquest torna-se um processo de aprendizagem


interessante e motivador, envolvendo a pesquisa e a leitura, além das relações
pessoais de interação e colaboração.

Outra alternativa que alia a tecnologia com a educação são os games, mais
precisamente o processo chamado de Gamificação. O uso de jogos de videogame
contribui cognitivamente em relação à memória, estratégia, resolução de problemas
e imaginação (COSTA; MARCHIORI, 2015). Nesse contexto, o aprendizado é
construído por meio do processo chamado de learning by doing. É um processo
de autonomia, em que o aluno explora, descobre, experimenta e desenvolve a sua
própria maneira de interagir com o game (COSTA; MARCHIORI, 2015).

Essa proposta de ensino é considerada uma inovação na área metodológica


e ainda é pouco utilizada pelos professores. A gamificação atua como um recurso
metodológico que funciona por meio da aplicação de jogos/games com o propósito
de aumentar a motivação e o engajamento dos alunos. O processo da gamificação
vai desde a seleção do game, a combinação de regras e as estratégias para
provocar determinado conhecimento ou habilidade dos estudantes (COSTA;
MARCHIORI, 2015).

A organização do uso de games no ambiente educacional envolve quatro


pontos principais, sendo eles: desafio das fases, que consiste no aluno cumprir
cada desafio proposto nas fases do jogo; a automotivação, com recompensas
e prêmios aos jogadores; a compreensão das narrativas presentes nos games,
como forma de desenvolvimento da interpretação; e a personalização do game,
com a identificação pessoal com algum personagem (COSTA; MARCHIORI,
2015). Dessa maneira, desafia os jogadores a irem além da competição, enquanto
amplia o leque de possibilidades.

Para podermos utilizar os games como instrumento de ensino, é importante


conhecer a história dos games, destacando alguns períodos marcantes.
Começamos por 1972, quando chega ao consumo o protótipo, desenvolvido por
Ralph Baer, chamado de Odyssey (LEITE, 2006). O Odyssey inaugura a utilização
de console e o sistema de jogos por cartuchos.

65
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 6 – VIDEOGAME ODYSSEY

FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Magnavox_Odyssey>. Acesso em: 11 nov. 2018.

O jogo Pong, criado em 1973 pela Atari, tornou-se um fenômeno de vendas,


sendo o primeiro jogo que gerou altos lucros aos fabricantes. A Atari foi uma das
primeiras empresas criadas com o foco em videogames, ajudando a popularizar os
jogos. Em 1974, a Atari se une com a Kee Games, conseguindo, então, aumentar
a distribuição de seus produtos. Após, é lançado o jogo Tank, que se torna o mais
vendido. Desse modo, essas empresas viram as maiores do ramo (LEITE, 2006).

FIGURA 7 – JOGO TANK

FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=GVLdKXbvxo4>. Acesso em: 11 nov. 2018.

Em 1975, a Atari começa a investir em Arcade, conhecido como Fliperama


aqui no Brasil, contribuindo para a popularização dos games. Em 1976, é lançado

66
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

o primeiro videogame com o recurso de programar o congelamento do jogo,


alterar o tempo e a velocidade, além do joystick, que continha o botão rotacional
(LEITE, 2006).

Em 1977, temos a Midway Games lançando jogos como: Mortal Kombat e


NBA Jam, utilizando microprocessadores ao invés de circuitos (LEITE, 2006).

FIGURA 8 – JOGO NBA JAM

FONTE: <https://www.youtube.com/user/GADZombie>. Acesso em: 21 nov. 2018.

Na década de 1980, o mercado de games cresce e a Namco lança o jogo


Pac-Man, produzido pela Atari, vendendo mais de 300 mil unidades em todo o
mundo.

FIGURA 9 – JOGO PAC-MAN

FONTE: <http://radioconectados.com.br/noticia/8729/melhores-jogos-de-atari-
2600-breakout-pac-man-enduro-e-mais>. Acesso em: 11 nov. 2018.

67
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

A Nintendo, em 1981, lança o sucesso Donkey Kong, o qual possui como


herói um encanador baixinho, que, no jogo, deveria salvar sua namorada Pauline
das garras de um gorila. Nos Estados Unidos, esse herói recebe o nome de Mario,
hoje conhecido por todos nós.

FIGURA 10 – JOGO MARIO

FONTE: <https://goo.gl/vYPPCc>. Acesso em: 11 nov. 2018.

No ano de 1984, nos Estados Unidos, as empresas de videogames


enfrentam uma estagnação nos negócios, enquanto no Japão o NES (Nintendo
Entertainment System) começa a nascer. Com o lançamento do Famicom, as
vendas da Nintendo são novamente impulsionadas.

FIGURA 11 – VIDEOGAME FAMICOM

FONTE: < https://goo.gl/f4DQ7Z>. Acesso em: 21 nov. 2018.

68
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

Naquele contexto, eram utilizados cartuchos para armazenamento dos jogos


e, para as cópias de programas utilizavam fitas e disquetes. Em 1987, a Nintendo
lança o jogo Zelda, sendo uma inovação no mercado americano. No ano seguinte,
são lançados os jogos R-Type, Fighting Street, Street Fighter e o Power League
Baseball (LEITE, 2006).

Em meados dos anos 1990, a Nintendo lança o Game Boy nos Estados
Unidos, inovando no mercado com o videojogo portátil que continha versões de
Super Mario, o Super Mario Land; um clone de Breakout, chamado de Alleyway; e
um jogo de beisebol (LEITE, 2006).

FIGURA 12 – GAME BOY

FONTE: <http://g1.globo.com/tecnologia/games/noticia/2014/04/videogame-portatil-
game-boy-feito-pela-nintendo-completa-25-anos.html>. Acesso em: 11 nov. 2018.

Chegamos na década de 2000, que é considerada a sexta geração do


videogame. Seu ponto inicial, primeiramente, é o lançamento do Sega Dreamcast
no Japão e, depois, nos Estados Unidos. Já a Sony lança o PlayStation (LEITE,
2006).

69
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 13 – SEGA DREAMCAST

FONTE: <https://goo.gl/VhLDXV>. Acesso em: 11 nov. 2018.

A linhagem do PlayStation alastra-se e populariza-se pelo mundo,


continuando seu legado de sucesso. Atualmente, os jogos on-line ocupam espaço
no mercado de games, sendo uma história promissora e se tornando parte da vida
das pessoas.

Nesse sentido, entramos em um outro assunto: o uso da robótica como


recurso de ensino e aprendizagem. Assim, a robótica educacional ou pedagógica,
como é chamada, é utilizada como um ambiente de aprendizagem (SANTOS,
2012), em que são utilizados materiais de sucata ou kits de montagem, motores,
sensores e softwares que permitem programar o funcionamento dos modelos
montados. Dessa maneira, contribui no interesse e na criatividade dos alunos,
podendo ser integrada a diversos conteúdos. A prática da robótica educacional
pode ser conferida na Figura 14.

FIGURA 14 – ROBÓTICA EDUCACIONAL

FONTE: <https://stemfreak.com/lego-ev3-programming-3/>. Acesso em: 21 nov. 2018.

70
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

A robótica educacional é uma atividade lúdica que une aprendizado e prática,


incentivando o trabalho em grupo, a cooperação, o planejamento, a pesquisa, a
tomada de decisões, a definição de ações e o diálogo com diferentes opiniões
(SANTOS, 2012). A robótica educacional possui alguns objetivos a serem
trabalhados, os quais você pode conferir no Quadro 2.

QUADRO 2 – OBJETIVOS DA ROBÓTICA

Objetivos gerais para o trabalho com robótica educacional


Objetivo Função/atuação
Favorecer a interdisciplinaridade Promover a integração de conceitos de diversas
áreas, trabalhando de forma prática conceitos
trabalhados em sala de aula nas diversas disciplinas.
Planejamento e organização de projetos Desenvolvimento de aspectos ligados à
motivação em estudar e a análise de máquinas
e mecanismos existentes no cotidiano do aluno,
de modo a reproduzir o seu funcionamento.
Criatividade Para a concepção na criação de maquetes e
no aproveitamento de materiais reciclados.
Raciocínio lógico Para a construção de maquetes e programas
para controle de mecanismos.

FONTE: Adaptado de Santos (2012)


Desse modo, a robótica torna-se um recurso interessante o qual o professor
dispõe para trabalhar em sala de aula.

Conheça diversos projetos de robótica no site Porvir. Acesse:


<http://porvir.org/>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Temos os chamados recursos eletrônicos, como: Twitter, YouTube, Google


Docs, Delicious, Slideshare, Skype, Blog e Apps, os quais iremos conhecer a
partir de agora.

O Twitter possibilita o encontro de diversos grupos que são dedicados a
temas específicos, principalmente sobre a educação. É entendido como uma rede

71
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

social, no modelo de um microblog, em que os usuários podem enviar e receber


atualizações pessoais de outros contatos em textos de até 280 caracteres,
chamados de tweets (WIKIPÉDIA, 2018).

FIGURA 15 – TWITTER

FONTE: <https://www.redmondpie.com/heres-how-to-get-the-new-
twitter-web-interface-right-now/>. Acesso em: 11 dez. 2018.

Essa rede social foi criada no ano de 2006 por Jack Dorsey, Evan Williams,
Biz Stone e Noah Glass que tinham a ideia inicial de que o Twitter atuaria como
uma espécie de SMS da internet.

Saiba mais informações sobre o uso do Twitter em sala de aula.


Acesse: <https://novaescola.org.br/conteudo/9904/como-usar-o-twit-
ter-na-sala-de-aula>. Acesso em: 6 dez. 2018.

72
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

O YouTube é um site de hospedagem de vídeos, muito popular entre os


jovens, em que encontramos videoaulas, palestras, filmes e documentários. Pode
ser utilizado pelos alunos para a postagem de vídeos produzidos por eles.

FIGURA 16 – INTERFACE DO YOUTUBE

FONTE: <https://mauriciodamianhs.wordpress.com/2014/09/03/
youtube-en-la-educacion/>. Acesso em: 21 nov. 2018.

O Google Docs é uma ferramenta criada pelo Google e atua como um


escritório virtual, possibilitando o compartilhamento de textos, planilhas,
programas e slides. Pode ser usado em sala de aula para a escrita, discussão de
ideias e armazenamento de livros.

73
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 17 – INTERFACE DO GOOGLE DOCS

FONTE: <https://www.extremetech.com/internet/258210-google-docs-lockout-
resolved-users-unhappy-vague-explanation>. Acesso em: 11 nov. 2018.

O Delicious é um repositório de links e páginas da internet. Não é muito


conhecido, mas é útil, pois possibilita que o professor oriente a busca de conteúdos
confiáveis. Pode ser usado para a prática de pesquisa em sala de aula. Já o
Slideshare possibilita a publicação de slides sobre aulas, arquivos e documentos.

FIGURA 18 – INTERFACE DO SLIDESHARE

FONTE: <https://business.tutsplus.com/series/how-to-make-online-presentations-
slideshare-powerpoint--cms-1224>. Acesso em: 11 nov. 2018.

74
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

O Skype pode ser utilizado para promover a comunicação com educadores


e estudantes de todo o mundo, por meio de chamadas em tempo real de vídeo e
áudio.

Para aprofundar o conhecimento sobre as TIC e a educação,


uma boa dica de leitura é o livro Tecnologia na escola: abordagem
pedagógica e abordagem técnica, publicado em 2014, por Nanci
Almeida. Tem como foco de abordagem a incorporação das
TIC no ensino presencial, como um pilar de sustentação para o
desenvolvimento de um novo paradigma educacional nas escolas
atuais.

FIGURA 19 – INTERFACE DO SKYPE

FONTE: <https://www.bit.com.au/news/a-free-program-for-
recording-skype-calls-331613>. Acesso em: 11 nov. 2018.

Os blogs são uma espécie de diários on-line, em que podem ser postadas
informações, conteúdo pessoal e conteúdos didáticos das disciplinas. Os alunos
também podem construir blogs sobre temas que despertem o seu interesse.

75
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 20 – INTERFACE DE UM BLOG

FONTE: <https://whatpixel.com/best-lifestyle-blogs/>. Acesso em: 11 nov. 2018.

Os aplicativos móveis, conhecidos como Apps, são acessíveis e estão à


disposição em qualquer celular. Podemos encontrar diversos apps com conteúdo
educativo e, também, promover a sua criação em sala de aula. Para a criação de
Apps, temos o site Eduapps, que é uma plataforma de fácil acesso, grátis e com
diversas aplicabilidades.

FIGURA 21 – EDUAPPS

FONTE: <http://eduapps.com.br/>. Acesso em: 11 nov. 2018.

76
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

Conheça alguns aplicativos que podem ser usados nas escolas.


Acesse: <http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/10-aplicativos-para-
complementar-o-ensino-em-sala-de-aula/>. Acesso em: 6 dez. 2018.

Após conhecer alguns recursos tecnológicos, escolha um entre


os mencionados – Twitter, Youtube, Google Docs, Delicious,
Slideshare, Skype, Blog e Apps – e elabore uma atividade de
ensino com o auxílio do recurso. Mencione o conteúdo que você
irá ensinar, a maneira que o recurso tecnológico irá te ajudar no
ensino do conteúdo e defina o público-alvo da atividade.

4 Algumas Considerações
Neste capítulo, conseguimos ampliar nosso leque de possibilidades
metodológicas e práticas em relação à educação e às TIC. Conseguimos percorrer
epistemologicamente o contexto da história da educação por meio de teóricos e
pensadores da área, fornecendo embasamento teórico.

Fizemos uma viagem por algumas escolas que adotam perspectivas ligadas
à tecnologia, sendo elas na Inglaterra e no Uruguai, a fim de incentivar que os
professores em formação possam ousar em sala de aula, promovendo outros
modos de educação.

Completamos o capítulo aprendendo mais sobre recursos tecnológicos,


games, redes sociais, entre outros recursos que podem contribuir no contexto do
ensino e aprendizagem, agregando diversos conteúdos por meio das TIC.

Para você que gostou da ideia de trazer a tecnologia para a sala


de aula, isso pode ser feito por meio do cinema! Veja as dicas de
filmes que tratam de tecnologia no seguinte link: <https://netsupport.
com.br/blog/14-filmes-sobre-tecnologia/>. Acesso em: 6 dez. 2018.

77
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Desse modo, podemos cumprir com o papel da escola oferecendo aos


estudantes a oportunidade de estarem em contato com recursos tecnológicos.
Assim, eles podem vivenciar, na prática, o conhecimento sobre a tecnologia.

A tecnologia é uma aliada educacional, pois ajuda no desenvolvimento das


habilidades da geração que nasceu no século XXI, cumprindo, na escola, o papel
de formar cidadãos competentes e criativos. Portanto, temos o pensamento
claro de que a tecnologia não substitui o papel do professor. Contribui e facilita
no ensino de diversos conteúdos, além de motivar os estudantes em aprender
através da tecnologia.

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relativa e financiamento.  Revista Inter Ação, v. 30, n. 1, p. 11-35, 2007.
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78
Educação e as Tecnologias da Informação
Capítulo 2
e Comunicação (TIC)

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Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

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80
C APÍTULO 3
Ambientes Virtuais e as
Possibilidades de Aprendizagens
Neste capítulo serão discutidos temas que envolvem as Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC) e o contexto das possibilidades de aplicação
no ensino, promovendo uma maior aprendizagem abarcada pelos recursos. O
objetivo de aprendizagem, neste capítulo, é proporcionar a capacitação para o
trabalho docente em relação à produção de material didático utilizando as TIC e o
seu uso.

Dessa maneira, este capítulo busca fornecer o conhecimento sobre a


organização do trabalho pedagógico para promover a utilização das TIC em sala
de aula. É preciso o desenvolvimento de estratégias e soluções para situações
práticas do uso das TIC em sala de aula a fim de novas possibilidades do ensino e
aprendizagem por meio das ferramentas didáticas digitais.
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

82
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

1 Contextualização
Nos tempos atuais, a educação procura novos caminhos para promover
os processos de ensino e aprendizagem em convívio com as tecnologias e as
demandas do contexto mundial. O modelo de escola tradicional já não comporta
mais os sujeitos que interagem com o mundo digital. Portanto, a escola
encontra-se em mudança, buscando superar o seu intuito inicial de treinamento
de trabalhadores em uma sociedade que recém se industrializara, como era o
cenário do século XX.

A pouca inserção das TIC nas escolas e em outros espaços de ensino torna-
se um empecilho ao desenvolvimento dos estudantes, refletindo em um amplo
sentido, pois os cidadãos não se tornam sujeitos preparados para os atuais
desafios do mundo do trabalho ligado à globalização.

Nesse sentido, é importante, além de conheceremos as TIC, pensarmos em


suas aplicabilidades no cotidiano escolar, com o propósito de elas dialogarem
com as mudanças cotidianas da sociedade. Refletindo sobre o contexto atual da
inserção das TIC nas escolas, temos um cenário em que embora se tenha acesso
e conexão de internet, a velocidade ainda é de baixa qualidade, dificultando o
trabalho com as TIC.

Há, ainda, a questão da formação dos professores para o trabalho com as


TIC, já que nem todos possuem conhecimento para as inserirem em suas aulas,
embora as políticas públicas exerçam seu papel na distribuição de equipamentos
e recursos financeiros para projetos que envolvem as TIC. Desse modo, neste
capítulo dialogaremos com a constituição da profissão docente e com as
possibilidades didáticas que temos disponíveis no trabalho com as TIC.

2 Formação de Educadores e a
Produção de Material Didático com
as TIC
Ao começarmos a discutir sobre a formação de professores, iniciaremos
apresentando um cenário geral da profissão. De acordo com Lopes (2015), com
base no Censo da Educação Superior de 2013, que é o último levantamento
realizado no Brasil, existem 7.900 cursos de licenciatura na área de educação,
sendo 56% na modalidade presencial e 44% no ensino a distância.

83
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Assim, a Educação a Distância (EaD) torna-se uma alternativa acessível para


a qualificação dos profissionais que atuam nas escolas ou em formação inicial,
adequando-se ao tempo que cada um dispõe em seu cotidiano.

A EaD surge inicialmente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em


1996, materializando-se posteriormente com decretos referentes à modalidade.
Com o Decreto nº 5.622/2005, do Ministério da Educação e Cultura, tem-se a
definição de educação à distância, que é caracterizada como uma modalidade
em que os processos de ensino e aprendizagem ocorrem por meio da mediação
didática e tecnológica (BRASIL, 2005).

Em relação à procura pelos cursos de licenciatura, temos, no ano de 2013, por


exemplo, 990.559 vagas oferecidas e apenas 468.747 preenchidas. No contexto
de acesso e procura pelos cursos de licenciatura, percebemos a pouca atração
dos profissionais pela carreira docente, sendo um dos primeiros problemas da
formação inicial no país (LOPES, 2015).

A formação de professores está assegurada no Plano Nacional de Educação


(PNE), o qual tem quatro, de suas vinte metas, voltadas aos professores. O PNE
prevê a formação inicial, formação continuada, valorização do profissional e plano
de carreira. Ainda hoje, a realidade da formação profissional é deficitária. Há cerca
de 2,2 milhões de docentes atuando na educação básica do país, mas 24% deles
não têm a formação adequada, segundo dados de 2014 (LOPES, 2015).

FIGURA 1 – METAS DO PNE

FONTE: <https://goo.gl/HLPSMa>. Acesso em: 18 nov. 2018.

84
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

As demandas trazidas pelas leis, programas, planos e diretrizes devem ser


tratadas como prioridade, mas, infelizmente, não acontece dessa forma. Outra
medida adotada no primeiro ano de vigência do PNE, em 2015, foi a divulgação
das novas diretrizes para a formação de professores. O documento ainda está
sendo implementado pelas instituições de ensino superior e prevê o aumento do
tempo mínimo de formação nos cursos de licenciatura, passando de 2.800 para
3.200 horas (LOPES, 2015).

Escolha uma das metas do PNE e discuta sobre a sua aplicação


e inserção no contexto escolar.

FIGURA 2 – METAS DO PNE PARA AS TIC

FONTE: <http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/plano-nacional-de-
educacao-completa-tres-anos/>. Acesso em: 18 nov. 2018.

85
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Dessa forma, pode-se incentivar a aproximação entre a teoria e a prática


durante o período de formação docente a fim de sanar o problema pertinente à
formação, o qual ocasiona déficits em relação aos conhecimentos específicos,
didática e práticas de ensino. Outro problema em relação à formação de
professores é a falta de diálogo com a realidade escolar, o que dificulta o ingresso
de novos profissionais, ao concluírem o curso, nas redes de ensino.

Referente às metas do PNE para tecnologia e inovação, qual


delas é a que possui a maior dificuldade de realização e aplicação
em sua concepção?

Assim, o modelo de formação é colocado em jogo, necessitando de novas


metodologias e o uso de tecnologia (LOPES, 2015). É uma demanda das
instituições de ensino superior, que necessitam transformar a forma de ensino dos
professores, modificando o modelo que ainda persiste. Para conhecer mais sobre
os tipos de formação, observe o Quadro 1.

QUADRO 1 – TIPOS DE FORMAÇÃO

FORMAÇÃO INICIAL FORMAÇÃO CONTINUADA


TEMPO De 4 a 5 anos Depende da formação (pode
ser curso de aperfeiçoamento
ou Pós-Graduação)
PÚBLICO-ALVO Futuros professores Professores já formados.
CONTEÚDO Saberes teóricos e práticos; Adequação das práticas
Técnicas de ensino; pedagógicas;
Conhecimento pedagógico Reconstrução profissional e pessoal;
especializado; Reflexão da prática;
Educação científica; Aprofundamento das
Rigor e investigação; políticas educacionais.
Desenvolvimento e aprendizagem;
Política da educação;
Práticas pedagógicas.
OBJETIVO Preparar o futuro professor Adequar o professor para
PRINCIPAL para a profissão. as realidades vivenciadas
em sala de aula.
FONTE: Adaptado de <http://queroserdocente.blogspot.com/>. Acesso em: 18 nov. 2018.

86
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

Assim, ao entrarmos no campo do ensino e formação de professores, torna-se


necessária a compreensão da trajetória do campo educacional (MARIN, 2011), que
compreende a história da escola, a sua relação com a profissão docente e a história
da didática. O contexto emerge por volta dos anos 1500 a 1600, durante o período
da escolarização moderna na Europa (MARIN, 2011).

Na época, tinham-se como princípios o currículo, o livro-texto, a disciplina e


a didática. Também surge a didática como uma área da educação, um alicerce ao
trabalho dos professores (MARIN, 2011). A didática é uma palavra que carrega, ao
mesmo tempo, um arcabouço de teoria e a simplicidade de ser compreensível a
todos, pois sabemos identificar se uma aula é boa ou não e se o professor é capaz
de ensinar bem ou não.

Um dos precursores da didática é chamado Coménio. No século XVII, ele


constituiu um conjunto de saberes organizados para orientar o ensino de todas as
coisas para todos. Coménio, além da didática, defendia a construção de escolas
para as pessoas serem educadas coletivamente e não apenas em suas casas,
organizando a escola, incluindo os conhecimentos em uma das partes do livro e, na
outra parte, conhecimentos como moral, ciências, artes e línguas (MARIN, 2011).

Assim, temos o desenvolvimento da didática como um aporte ao trabalho do


professor, compreendendo três características, descritas no Quadro 2.

QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DA DIDÁTICA

Tipo Descrição
É a parte fundamental do trabalho, promovendo a
atividade de ensinar e aprender. É, portanto, um
1. Didática como núcleo conjunto de ações que articula os conhecimentos
do trabalho docente que o professor possui para poder contemplar tarefas
da escolarização de crianças, jovens e adultos.
Como parte fundamental e componente central do currículo
2. Didática materializa-se na dos cursos de licenciatura, atua no processo de disseminar
formação de professores o conhecimento existente para auxiliar os professores na
preparação das aulas e no desempenho ao ensinar.
É a perspectiva investigadora que busca aguçar o saber
mais sobre algum assunto ou aspecto do trabalho docente.
3. Didática como investigação Nessa perspectiva, são utilizados procedimentos de
ensino e materiais didáticos para compreender os
problemas enfrentados pelos professores no dia a dia.
FONTE: Adaptado de Marin (2011)

A didática e o desenvolvimento das escolas surgem em um período de


criação de novos meios de realização do trabalho nas salas de aula, de mudanças

87
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

sociais e do desenvolvimento da ciência em todas as áreas (MARIN, 2011). Há a


expansão da industrialização, impulsionando os ideais de educação para toda a
população devido ao surgimento de novos países, que exigiam outras condições
para o ensino (MARIN, 2011).

Assim, começamos a pensar na figura do professor como o detentor dos


procedimentos didáticos, responsável por levar o conhecimento aos alunos,
considerando as fases de seu desenvolvimento e as características individuais de
cada um.

Destacamos alguns exemplos de procedimento, como: o estudo do meio


como atividade organizada, em que os alunos são levados para conhecer lugares
da cidade que, posteriormente, serão estudados; o estudo dirigido, em que o aluno
recebe orientações e estímulos do professor para a construção do conhecimento;
o método de projetos, em que os professores e alunos planejam uma atividade
e organizam várias ações a fim de atingir um objetivo, o qual refere-se à solução
de um problema; as fichas didáticas, que permitem aos alunos trabalharem de
acordo com as suas condições e ritmos, portanto, cada criança recebe o seu
conjunto de acordo com as condições que apresenta naquele momento descrito
na ficha (MARIN, 2011).

Escolha um dos procedimentos didáticos estudados neste tópico


– estudo do meio, estudo dirigido, método de projetos e fichas
didáticas – e descreva uma atividade em que você atuaria com o
aporte desse procedimento em aula.

Iniciamos agora a permear o contexto da formação de professores, onde


temos que o sujeito toma para si as condições para análise de sua formação,
porém prevê um distanciamento do vivido como forma possível para pensar as
representações presentes no que foi vivenciado (POWACZUK; PIVETTA, 2011).

Ferry (2004, p. 53) ressalta que a noção de formação se constitui em duas


formas, sendo que a primeira ocorre no sentido permanente, com os dispositivos
dando suporte à formação, afirmando que: “este é o primeiro significado da palavra
‘formação’. No que me diz respeito, direi que, quando falamos de um dispositivo,

88
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

falamos sobre certas condições de formação que são os suportes do treinamento.


Mas isso não é treinamento”.

A segunda noção de formação constitui-se na implementação de programas


e conteúdos de aprendizagem durante a formação. Segundo Ferry (2004, p. 53),
o processo seria “um programa de aprendizagem, o currículo, o que significa que
há um certo número de etapas definidas de forma racional. É também algo que é
essencial para a formação, faz parte dos apoios e condições de formação, mas
não é formação”.

Assim, a formação profissional pode ser concebida como um processo


de colocar-se em condições para o exercício da docência, buscando melhores
formas para exercê-la ou, como destaca Ferry (2004, p. 19), “uma continuidade
entre as situações da vida profissional e a situação da formação”.

É um pensamento que segue a ideia do “cuidado de si”, de Foucault (2006), em


que se pensa no sujeito como um ser humano, na função de sua condição no mundo.
Como Foucault (2006) explica, essa subjetividade do sujeito mostra-se através de
suas decisões e de suas experiências éticas e estéticas, como um cuidado de si.

Foucault (1985, p. 63) afirma que o conceito é “ao mesmo tempo pessoal
e social, e o conhecimento de si ocupa evidentemente um lugar considerável”,
ou seja, um saber é elaborado a partir do cuidado de si. O conceito da formação
ético-estética é relevante no trabalho do cinema, sendo discutido por Foucault
(1985, p. 49) da seguinte forma:

Pode-se caracterizar brevemente essa ‘cultura de si’ pelo fato


de que a arte da existência – a techne tou biou sob as suas
diferentes formas – nela se encontra dominada pelo princípio
segundo o qual é preciso ‘ter cuidados consigo’; é esse princípio
do cuidado de si que fundamenta a sua necessidade, comanda
o seu desenvolvimento e organiza a sua prática.

A complexidade das relações humanas e sociais exige da formação muitos


aspectos necessários em sua estruturação que, talvez, ainda não encontramos,
pois, a formação universitária é distante da escola, os futuros professores não
vivem a profissão, a visão da teoria e da prática é dicotômica, sendo difícil de
pensar que elas são a constituição uma da outra.

Quando falamos de formação docente, é inevitável trazer o questionamento


de Nóvoa. Dessa forma, devemos sempre nos questionar: qual profissional
docente está sendo formado? Possivelmente, os questionamentos corriqueiros
nos levam a discussões efetivas, sendo importante ressaltar, como afirma Nóvoa
(1995, p. 25), que:

89
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

A formação não se constrói por acumulação (de cursos,


de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um
trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)
construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso
é tão importante investir na pessoa e dar estatuto ao saber da
experiência.

Assim, Nóvoa assegura a complexidade da formação como algo visível e


criativo, baseada em práticas de formação que contemplam a investigação e a
problemática da ação docente (NÓVOA, 2009). Dessa forma, a formação se faz
incessante, na ação contínua da movimentação, do tempo do sujeito, dos seus
processos do passado, do presente e posteriores.

Na construção permanente de si, como mencionam Vasconcellos e Oliveira


(2014, p. 407), a formação docente “envolve processos inacabados, que implicam
tempos e espaços da vida docente em suas idas e vindas, e extrapolam qualquer
currículo de curso ou espaço acadêmico, pois são complexos, singulares e se
relacionam com as experiências vividas”.

Destaque um dos conceitos de formação abordados neste tópico


e construa sua reflexão em relação a ele, pensando em seus
aspectos positivos e negativos.

A trajetória da formação de professores no Brasil é permeada por diversas


épocas históricas, as quais iremos abordar a partir de agora. A formação começou
a ser uma área de investimento no momento em que a educação tomou forma
por meio da escola, já que ensinar grandes grupos de alunos tornou-se algo mais
complexo. Assim, iniciou-se o processo de profissionalização do magistério, com
programas de estudos e cursos de formação (BORGES et al., 2011).

Após a Revolução Francesa, inicia-se a criação de escolas normais com


o propósito de formação de professores. A partir desse momento, universaliza-
se o ensino escolar. Então, após a França adotar a denominada Escola Normal,
em 1795, ela é implantada também na Itália, na Alemanha, na Inglaterra e nos
Estados Unidos (BORGES et al., 2011).

No Brasil, a implementação da formação de professores é recente se


compararmos com a Europa. No ano de 1882, Rui Barbosa analisou a educação

90
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

imperial e proferiu uma crítica em relação à situação do ensino superior, emitindo


um parecer no qual solicitava que fosse realizada uma reforma. O primeiro período
da reestruturação é compreendido durante o período colonial, no qual temos
os colégios jesuítas, as aulas régias e as reformas denominadas pombalinas
(BORGES et al., 2011).

Até o momento, a formação de professores não contava com investimentos


do Estado. Assim, os professores eram formados, desembolsando o custo de
sua formação. Para a sociedade dessa época, a educação era um privilégio de
poucos e direcionada a uma elite. Com isso, a educação primária é colocada
sob a responsabilidade das províncias, em 1834, que adotavam a formação dos
professores com base no modelo dos países europeus (BORGES et al., 2011).

Em um segundo período, temos o estabelecimento da expansão do padrão


das escolas normais, nos anos de 1890 a 1932, tendo como marco a reforma
paulista da Escola Normal. Desse modo, as escolas normas são reformadas
buscando acrescentar conteúdos aos currículos, sendo destinadas a contemplar a
formação de professores de cursos específicos (BORGES et al., 2011).

Em 1924, ocorre a criação da Associação Brasileira de Educação,
congregando estudiosos de várias tendências da educação. Nesse espaço,
debatia-se sobre novas ideias pedagógicas, originando, no ano de 1927, a 1ª
Conferência Nacional de Educação (BORGES et al., 2011).

As reformas de Anísio Teixeira no Distrito Federal, em 1932, dão início ao


terceiro período, que marca a história da formação de professores no Brasil.
Nesse período, tem-se a organização dos Institutos de Educação (BORGES et al.,
2011), representando uma fase nova nesse cenário, em que esses espaços eram
demarcados pela educação, ensino e pesquisa. A partir do decreto proposto nas
reformas de Anísio Teixeira, há a modificação das escolas normais para institutos
ou faculdades de formação.

Esse modelo de formação durou até a aprovação da reforma universitária,


através da Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968, que propôs e definiu normas
para a organização e funcionamento do ensino superior (BORGES et al., 2011).

Assim, ocorreram modificações com o intuito de manter a ordem e o controle,


haja vista ser o período da ditadura militar, além de forte tendência liberal e
tecnicista, com escolas de ensino técnico. No período, temos claramente a
divisão social da educação, em que o ensino proporcionado pela universidade era
destinado à elite e o ensino profissionalizante às classes de baixa renda.

91
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

O período posterior, compreendido entre 1971 a 1996, marca a substituição


da formação da Escola Normal para a Habilitação Específica de Magistério. As
mudanças, impulsionadas pelas adequações no campo curricular das escolas,
modificaram o ensino primário e médio (BORGES et al., 2011).

Essas mudanças, organizadas por meio do Parecer nº 349/72 de 1972,


promoveram a organização da formação de professores em duas modalidades
básicas: a primeira com duração de três anos (2.200 horas), habilitando o
ensino até a 4ª série; e a segunda com a duração de quatro anos (2.900 horas),
habilitando para o ensino até a 6ª. Ambas as habilitações para o chamado 1º grau
(BORGES et al., 2011).

No ano de 1982, presenciando uma gravidade na questão da formação,


foram criados os Centros de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério, com
objetivo de revitalização do ensino fornecido na escola normal. Assim, modificou-
se a formação para cursos de licenciatura curta (3 anos de duração) ou plena (4
anos de duração) (BORGES et al., 2011).

Em relação às políticas públicas de formação de professores, tiveram maior


ênfase de construção e implementação com o fim da ditadura militar e a abertura
política do Brasil, no período dos anos 1980. A partir do período, o destaque
fica para a construção de alguns documentos voltados à educação, como os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), no governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002).

Os PCN trazem a importância do combate às discriminações, ressaltando a


pluralidade cultural do Brasil. Assim, o conceito de etnia foi agregado à discussão,
substituindo o termo raça, utilizado até então. Define-se etnia (BRASIL, 1997, p.
35) como:

‘Etnia’ ou ‘grupo étnico’ designa um grupo social que se


diferencia de outros por sua especificidade cultural. Atualmente
o conceito de etnia se estende a todas as minorias que mantêm
modos de ser distintos e formações que se distinguem da cultura
dominante. Assim, os pertencentes a uma etnia partilham de
uma mesma visão de mundo, de uma organização social própria,
apresentam manifestações culturais que lhe são características.
‘Etnicidade’ é a condição de pertencer a um grupo étnico. É o
caráter ou a qualidade de um grupo étnico, que frequentemente
se autodenomina comunidade. Já o ‘etnocentrismo’ – tendência
de alguém tomar a própria cultura como centro exclusivo de
tudo, e de pensar sobre o outro também apenas a partir de seus
próprios valores e categorias – muitas vezes dificulta um diálogo
intercultural, impedindo o acesso ao inesgotável aprendizado
que as diversas culturas oferecem.

Assim, a atuação dos professores deve auxiliar na diminuição da


discriminação, evitando a intimidação ou a invasão da intimidade dos discentes
(BRASIL, 1999). O PCN traz a necessidade de a formação tratar sobre temas

92
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

relacionados à sexualidade de crianças e jovens, propondo o contato inicial


com as dificuldades dos docentes em relação aos temas, buscando subsidiar
teoricamente as discussões referentes aos temas, ou seja:

A formação deve ocorrer de forma continuada e sistemática,


propiciando a reflexão sobre valores e preconceitos dos próprios
educadores envolvidos no trabalho de orientação sexual. É
necessário que os professores possam reconhecer os valores
que regem seus próprios comportamentos e orientam sua visão
de mundo, assim como reconhecer a legitimidade de valores e
comportamentos diversos dos seus. Tal postura cria condições
mais favoráveis para o esclarecimento, a informação e o debate
sem a imposição de valores específicos (BRASIL, 1999, p. 303).

A década de 1990 foi marcada pela relação entre governos e órgãos


internacionais, como a UNESCO, a qual foi precursora de documentos como o Plano
Decenal de Educação para Todos (1994), e o planejamento político-estratégico, do
Ministério da Educação e Cultura (1995-1998), que orientaram as reformas na área
da educação. O período foi marcado pelo neoliberalismo, com uma perspectiva de
gerir a educação com ênfase no ensino privado (BORGES et al., 2011).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) vigente, aprovada em 1996,


trouxe mudanças de paradigmas e debates sobre o cenário educacional no
Brasil. Assim, a partir do ano de 2002, são promulgadas as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de Professores, fortalecendo a qualidade dos cursos
de licenciatura (BORGES et al., 2011). As diretrizes concederam às universidades
a autonomia para a organização dos cursos de formação de professores.

Dessa forma, os institutos federais, espaços de troca de saberes e


formação no ensino superior e no ensino tecnológico básico, possuem algumas
particularidades distintas de outras instituições, como o seu histórico, que se
relaciona à educação profissional devido aos cursos ofertados que trazem a
missão educacional de profissionalização. Assim, as licenciaturas possuem seu
diferencial, pois se constituem em um lócus diferente de outras instituições de
ensino superior (LIMA, 2014).

No governo de Michel Temer, temos a proposta da Base Nacional Comum


Curricular (2016), que retira as discussões de gênero como obrigatoriedade nas
escolas. O documento define um conjunto de aprendizagens e conteúdos comuns
a todos os locais do país, determinando que, ao longo da trajetória do discente, se
desenvolvam dez competências.

A atual realidade do país encontra-se representada no documento, ao esquecer


os avanços em termos de políticas públicas e documentos educacionais, visando à
implantação de um ensino voltado ao desenvolvimento de competências, enquanto
deixa de lado alguns fatores relacionados ao contexto sociocultural dos sujeitos.

93
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Para conhecer mais sobre a Base Nacional Comum Curricular,


acesse: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 18
nov. 2018.

Construa uma linha do tempo contemplando os períodos


históricos referentes à formação de professores no Brasil,
destacando os pontos principais descritos.

Confira um resumo das principais mudanças trazidas pela Base Nacional


Comum Curricular:

FIGURA 3 – QUATRO ÁREAS CENTRAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

FONTE: <https://goo.gl/bEiPL8>. Acesso em: 18 nov. 2018.

94
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

FIGURA 4 – O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A BNCC

FONTE: <http://info.geekie.com.br/base-nacional-comum-guia/>. Acesso em: 18 nov. 2018.

Na figura a seguir, podemos conferir dados atualizados sobre o perfil


do professor no Brasil, oriundos da Pesquisa Internacional sobre Ensino e
Aprendizagem, realizada em 2013, que investigou o ambiente de aprendizagem e
as condições de trabalho dos professores nas escolas. Assim, podemos conferir
os resultados da pesquisa no infográfico a seguir:

95
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 5 – PERFIL DOS PROFESSORES NO BRASIL

FONTE: <https://goo.gl/rdNgyh>. Acesso em: 23 nov. 2018.

96
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

FIGURA 6 – PERFIL DO MAGISTÉRIO NO BRASIL

FONTE: <https://goo.gl/CJanrr>. Acesso em: 5 jan. 2019.

O Brasil enfrenta um processo de escassez de docentes em virtude da baixa


procura por cursos de licenciatura, o que ocorre por diversos fatores. Alguns
índices sobre esse déficit de professores no Brasil podem ser conferidos a seguir.

FIGURA 7 – DÉFICIT DE PROFESSORES NO BRASIL

FONTE: <https://goo.gl/b6YhFq>. Acesso em: 23 nov. 2018.

97
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Após o contexto histórico, o qual auxilia na compreensão da profissão,


passaremos a discutir novos meios de ensino e aprendizagem que podem ser
incorporados à formação, como é o caso das TIC. Os jovens da geração atual,
que são o público-alvo da educação escolar, crescem atrelados à tecnologia.

Temos, atualmente, uma nova configuração social, baseada na sociedade


da informação, que contém linguagens diversificadas, as quais impulsionam
diferentes maneiras de pensar e agir (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2017). Assim,
é papel da formação de professores incluir essas linguagens digitais com o
propósito de renovação e inovação tecnológica desde a formação inicial, trazendo
como alternativa a inserção das TIC nos currículos dos cursos de licenciatura.

Portanto, podem englobar questões como: as tecnologias da informação e


comunicação no mundo contemporâneo; impactos e contribuições; sociedade
informacional, globalizada e tecnológica; conceitos, modelos, experiências e
mudanças no campo educacional com as tecnologias digitais; TIC e a formação
de professores (VASCONCELOS; OLIVEIRA, 2017).

Pensando na inserção das TIC no cotidiano da escola e em seu


papel como docente, crie um esboço de atividade ou projeto no
qual o ensino e as TIC estejam juntas.

3 Ferramentas Didáticas
Existem algumas ferramentas didáticas que contribuem na integração
da prática de ensino às TIC. Portanto, vamos conhecer as suas aplicações e
potencialidades. As ferramentas aplicadas no contexto da educação produzem
fatores favoráveis, os quais promovem qualidade aos processos de ensino e
aprendizagem devido à expansão do acesso de professores e alunos.

Ainda, promovem a aproximação do contexto da cultura digital e o ambiente


escolar. Por serem dinâmicas, possuem o potencial de despertar o interesse
dos alunos. Dessa forma, a aprendizagem torna-se algo prazeroso e próximo da
realidade, facilitando o relacionamento entre docentes e estudantes através da
troca de informações e conhecimento, promovendo, assim, um ensino colaborativo

98
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

e participativo. Passaremos a apresentar algumas dessas ferramentas disponíveis


para o uso em sala de aula.

Primeiramente, vamos conhecer a ferramenta chamada plataforma, que


são ambientes on-line promotores do ensino e aprendizagem (SILVA; OLIVEIRA,
2018). A plataforma tem como objetivo facilitar a troca de informações durante o
trajeto pedagógico que cada aluno constrói (SILVA; OLIVEIRA, 2018). Ocorre em
um ambiente virtual de aprendizagem em que é possível ter o armazenamento de
conteúdos e a sua publicação.

Nas plataformas, os professores podem acompanhar o desenvolvimento


cognitivo dos alunos, além de interagir através dos debates dos conteúdos.
Portanto, contribuem no processo educativo da educação básica e superior com o
ensino a distância, e no suporte ao ensino presencial (SILVA; OLIVEIRA, 2018). A
seguir, podemos conferir um exemplo de plataforma de ensino:

FIGURA 8 – PLATAFORMA DE ENSINO DE HARVARD

FONTE: <http://meuintercambio.net/estudar-fora/cursos-online-
e-de-graca-de-harvard/>. Acesso em: 21 nov. 2018.

A plataforma da Universidade de Harvard oferece muitos cursos na


modalidade a distância, de forma gratuita e disponível ao acesso de todos. São
chamadas também de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). Desenvolvidas
a partir dos avanços da tecnologia no século XXI, buscam proporcionar o mesmo
contexto vivido no mundo globalizado, o que envolve a dinamicidade da realização
das tarefas e da troca de informações (PEREIRA; SCHMITT; DIAS, 2018).

A globalização demandou que a educação tornasse o espaço educativo


voltado para o aproveitamento do tempo cotidiano para uma melhor aprendizagem,
o que reflete na atuação profissional no mundo do trabalho (PEREIRA; SCHMITT;

99
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

DIAS, 2018). Nos últimos tempos, os AVAs estão cada vez mais sendo utilizados
para o ensino, principalmente no espaço acadêmico e em empresas.

Os AVAs se constituem a partir das mídias, utilizando o ciberespaço como local


de atuação, em que são realizadas as interações, além dos compartilhamentos
de conteúdos (PEREIRA; SCHMITT; DIAS, 2018). A proposta de ensino envolve,
além do AVA, uma estrutura que compreende tutores, professores e monitores
para que existam o desenvolvimento e o acesso ao conhecimento.

FIGURA 9 – INTERFACE DE UM AVA

FONTE: <https://www.uniasselvi.com.br/aprendizagem/o-2.0/avisos/imagem_
aviso.php?imag=6345&tamanho=670x570>. Acesso em: 22 nov. 2018.

Conceitualmente, o AVA consiste em um espaço composto de ferramentas


eletrônicas que objetivam facilitar o ensino e aprendizagem. Podemos observar
algumas funções disponíveis no uso do AVA:

QUADRO 3 – FUNÇÕES DISPONÍVEIS NO AVA


RECURSO/FERRAMENTA FUNÇÃO
Realizado por meio de senha, cadastrada
Controle de acesso
somente pelo usuário em seu login
Refere-se ao acompanhamento do desenvolvimento
Administração do estudante no ambiente, registrando o seu progresso
por meio das atividades e das páginas consultadas

100
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

Controle de tempo Realizado por meio do recurso calendário


Avaliação Usualmente formativa
Comunicação De forma síncrona e assíncrona
Espaço privativo Espaço para os participantes trocarem e
armazenarem arquivos e mensagens
Gerenciamento de uma
São administrados os recursos menos formais
base de recursos
Apoio Como a ajuda on-line sobre o ambiente
Relacionada à criação e à atualização
Manutenção
de matérias de aprendizagem
FONTE: Adaptado de: Pereira, Schmitt e Dias (2018)

Pense em sua trajetória de estudante, localizando o momento no


qual você teve contato com ferramentas como a plataforma de
ensino ou o AVA, e de que forma a utilização desses recursos
foram importantes para a sua aprendizagem. Reflita e descreva
as suas opiniões relativas ao questionamento.

Agora, passamos a conhecer o Blackboard, chamado de “quadro negro” em


português, o qual é uma tecnologia educacional que atua no gerenciamento do
aprendizado. Assim, uma empresa fornece um software de educação que facilita
a mobilidade, comunicação e serviços voltados ao ensino.

O Blackboard foi criado pelos americanos Stephen Gilfus, Daniel Cane,


Michael Chasen e Matthew Pittinsky no ano de 1997, quando associaram seus
negócios formando uma empresa só. Em uma estimativa realizada no ano de
2014, os produtos da empresa e seus serviços eram utilizados em mais de 17 mil
escolas localizadas em 100 países (WIKIPÉDIA, 2018).

A empresa dispõe de alguns produtos para a área da educação, tendo como


destaque o Blackboard Learning System. Inicialmente, em 1998, foi produzido um
software de gerenciamento de cursos, o qual foi aprimorado e lançado novamente
em 2010, oferecendo um sistema de comunicação e gerenciamento de conteúdo
de cursos e ensino (WIKIPÉDIA, 2018).

101
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Já o Blackboard Collaborate foi lançando em 2010, tendo como foco o uso


em escolas de ensino fundamental, médio e no ensino superior, com o objetivo de
desenvolvimento profissional e ensino a distância.

FIGURA 10 – CONHEÇA A INTERFACE DA BLACKBOARD

FONTE: <https://technews.olemiss.edu/new-blackboard-
interface/>. Acesso em: 5 jan. 2019.

A Blackboard tem investido na área mobile, fornecendo uma plataforma


de acesso por meio de aplicativos móveis: iOS, Android, BlackBerry e WebOS.
Há, também, o Blackboard Student Services, que atua no gerenciamento de
matrículas e admissões de estudantes (WIKIPÉDIA, 2018).

Para conhecer melhor as aplicabilidades dessa ferramenta,


acesse: <https://www.blackboard.com/learning-management-system/
blackboard-learn.html>. Acesso em: 14 dez. 2018.

Passamos para a plataforma Dokeos, um outro recurso de aprendizagem,


composta pelos seguintes componentes: o autor, que constrói o conteúdo a ser
disponibilizado na plataforma; o sistema de gerenciamento da aprendizagem,

102
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

que irá controlar a interação dos sujeitos; a loja, que disponibiliza para venda os
cursos criados; e a avaliação após a realização do curso (UFRGS, 2018).

O Massive Open Online Courses (MOOC) é uma plataforma de cursos on-


line voltada ao ensino superior, introduzida de forma gratuita, a partir de 2011, por
universidades de ponta dos EUA (MENDONÇA, 2014). No exterior, universidades
como Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts utilizam o recurso.
No Brasil, temos a USP como uma das precursoras na utilização da plataforma,
oferecendo diversos cursos.

FIGURA 11 – MOOC

FONTE: <http://blog.mcchristie.com/tag/mooc/>. Acesso em: 22 nov. 2018.

Você quer conhecer na prática o MOOC? Acesse uma lista de


cursos promovidos por universidades através dessa plataforma no
site: <https://www.publico.pt/2018/10/27/p3/noticia/universidades-
aprendizagem-online-eis-lista-600-cursos-gratuitos-1848984>.
Acesso em: 14 dez. 2018.

De forma semelhante às plataformas mostradas anteriormente, temos o


Coursera, que oferece aulas em vídeo, além de um espaço para armazenamento

103
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

de textos. O Coursera foi criado por professores da Universidade de Stanford


justamente para contemplar a demanda de oferta do ensino em um contexto
amplo, atendendo ao maior número de estudantes.

FIGURA 12 – COURSERA

FONTE: <https://goo.gl/1WkmYG>. Acesso em: 22 nov. 2018.

O Moodle, provavelmente a mais conhecida pelos estudantes, é uma


plataforma de gerenciamento e criação de cursos on-line. Atuando como ambiente
virtual de aprendizagem, tem seu potencial de apoio ao ensino devido a ser um
software livre, que pode ser utilizado em diversos sistemas operacionais, como
Linux e Windows.

FIGURA 13 – INTERFACE DO MOODLE

FONTE: <https://goo.gl/cXJmRv>. Acesso em: 22 nov. 2018.

104
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

Além das plataformas mostradas anteriormente, temos as plataformas


adaptativas, as quais proporcionam ao usuário trilhas de aprendizagem de acordo
com o ritmo de cada um. Abordaremos aqui a Geekie, que é uma plataforma de
ensino on-line brasileira.

Conheça o trabalho desenvolvido pela Geekie. Acesse: <https://


www.youtube.com/watch?v=HLoT5SFavzc>. Acesso em: 14 dez. 2018.

Criada em 2011 pelos brasileiros Claudio Sassaki e Eduardo Bontempo,


a plataforma Geekie auxilia no ensino em escolas a fim de aprofundar o
conhecimento em relação aos conteúdos, fortalecendo a parceria com o professor.
Assim, prepara os jovens para provas como o ENEM e outros vestibulares.

Leia a entrevista dos criadores da Geekie. Nela, você pode


conferir a concepção deles em relação ao uso da tecnologia para
promover uma educação individualizada em cada aluno. Acesse:
<https://gizmodo.uol.com.br/geekie-ensino-individualizado/>. Acesso
em: 14 dez. 2018.

Ainda no contexto da organização do conhecimento, temos os mapas


conceituais, entendidos como estruturas gráficas que ajudam na organização das
ideias, conceitos ou informações. Podem ser elaborados em algumas plataformas
on-line.

105
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

FIGURA 14 – EXEMPLO DE MAPA CONCEITUAL

Mapa Conceitual

é composto de
identifica

é composto de

Frases Relacio-
ligadas namentos

Conceitos ligam

FONTE: <https://www.significados.com.br/mapa-conceitual/>. Acesso em: 23 nov. 2018.

Para a criação de mapas conceituais on-line, temos sites gratuitos e pagos,


como o Lucidchart e o Canva.

FIGURA 15 – MAPA CONCEITUAL FEITO NO LUCIDCHART

FONTE: <https://www.lucidchart.com/pages/pt/exemplos-e-
modelos-de-mapa-conceitual>. Acesso em: 23 nov. 2018.

106
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

FIGURA 16 – MAPA CONCEITUAL FEITO NO CANVA

FONTE: <https://www.canva.com/pt_br/graficos/>. Acesso em: 5 jan. 2019.

Outro espaço on-line conhecido pela maioria das pessoas é a Wikipédia,


um site no formato de enciclopédia colaborativa com o propósito de produção de
conteúdo livre. Qualquer pessoa pode contribuir, editar e ajudar a melhorar o que
já está publicado.

FIGURA 17 – INTERFACE DA WIKIPÉDIA

FONTE: <https://catalog.keep.edu.hk/products/wikipedia>. Acesso em: 23 nov. 2018.

107
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

Após conhecer essas ferramentas didáticas, ficamos instigados a pensar na


aplicação dessa tecnologia no contexto escolar. Assim, passaremos a conhecer o
Planejamento Estratégico Participativo (PEP), que irá contribuir para a construção
de projetos nas escolas (SILVA, 2001).

Para realizar o PEP, a equipe escolar deve estar integrada e comprometida


a dedicar um tempo para o planejamento e realização das metas. Para o começo
do trabalho com o PEP, devem ser priorizados os seguintes itens: planejamento,
estratégias, diagnósticos realizados, pesquisa, ensino e mobilização das pessoas
para a participação (SILVA, 2001).

Portanto, temos alguns passos a serem seguidos na construção do PEP,


iniciando pela definição do ator ou grupo que irá realizar o planejamento. Pode ser
um professor, gestor ou o grupo de docentes da escola e, posteriormente, a definição
de um mediador para o PEP. Algumas questões que devem ser observadas:

QUADRO 4 – PRIMEIRA ETAPA DO PEP

AÇÃO EXPLICAÇÃO/DESDOBRAMENTO
Que tipo de grupo está atuando ou
se envolvendo: é um movimento,
Quem está planejando? entidade, associação, sindicato,
gabinete, secretaria ou escola?

Onde ele atua? Local de atuação do grupo que realiza o PEP


Tarefas profissionais que o grupo
O que o ator faz?
deve realizar diariamente
FONTE: Adaptado de Silva (2001)

Após o levantamento inicial do perfil do grupo que realiza o PEP, podemos


conhecer as características iniciais, passando então ao segundo passo. Está
relacionado ao levantamento dos problemas que o grupo possui, os quais se
tornam objetos a serem modificados. Dessa maneira, é necessário listar todos os
problemas que podem atrapalhar a ação (SILVA, 2001).

O terceiro passo é o enfrentamento dos problemas levantados anteriormente.


Desse modo, é escolhida a ordem de prioridades de problemas a serem resolvidos,
levando em conta alguns quesitos: a governabilidade, a capacidade, a vontade e
o impacto do problema (SILVA, 2001).

108
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

QUADRO 5 – QUESITOS PARA RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS

QUESITO DESCRIÇÃO
Governabilidade Governabilidade é o poder de fogo que o ator/
grupo tem para decidir e realizar o que foi decidido.
O ator/grupo pode ter governabilidade alta, média
ou baixa, em relação a problemas diferentes. A
governabilidade pode ser alta quando a solução de
um problema depende apenas de nós. Quando a
solução depende de outros, a governabilidade pode
ser média ou baixa.
Capacidade Capacidade é o conjunto de recursos de todos os
tipos que o ator/grupo possui para superar seus
problemas. Cada problema requer um tipo de
capacidade diferente. As capacidades podem ser
adquiridas com um treinamento. Em geral, são
ligadas a habilidades como conhecimento, recursos
materiais e financeiros.
Vontade Vontade é o desejo do ator/grupo para resolver um
problema específico. Às vezes, um problema está
fora de nossa governabilidade, mas causa grande
mal-estar. O ator tem grande vontade de resolvê-lo.
Impacto Impacto é o grau de dificuldade que o problema
exerce sobre a ação do ator/grupo. Tem maior
impacto negativo sobre a ação do ator/grupo. Tem
maior impacto negativo sobre a ação o problema
que causa um grande estrago.
FONTE: Adaptado de Silva (2001)

Sugere–se que enquanto o ator/grupo realize as etapas, que sejam descritas


em um quadro ou espaço visível a todos. Após a concretização das três primeiras
etapas, passa-se para a leitura do quadro para a montagem da estratégia de
resolução. Assim, consideramos os pontos prioritários e de possível resolução,
deixando os de baixa resolução para depois.

O sexto passo está voltado aos resultados a serem conquistados. Devem ser
listados e colocados em local visível a todos. No sétimo passo, o foco é o plano
de ação e a construção do caminho que será seguido para alcançar os resultados
esperados (SILVA, 2001). O plano de ação é o fruto do planejamento que estava
sendo realizado anteriormente.

O plano de ação é o local em que estará armazenado o conjunto de ações,


prazos responsáveis e recursos para a concretização da resolução dos problemas.

109
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação

QUADRO 6 – PLANO DE AÇÃO

ITEM FUNÇÃO
É o meio para gerenciar o plano de ação e verificar se o
Indicadores de resultado resultado está sendo atingido. São eles que quantificam e
qualificam o resultado. São fontes importantes para a avaliação
Ação É o que necessitamos fazer para atingir o resultado proposto
Prazo Data precisa em que o gerenciamento será feito – cronograma
É a pessoa que nem sempre terá de realizar uma
ação, mas será fundamental para que essa ação
Responsável
seja cumprida. O responsável pela ação tem nome
e sobrenome, não pode ser o grupo todo
Tudo de que necessitamos para realizar a ação. Não
apenas recursos financeiros, mas custo, recursos de
Recursos conhecimento, tempo em horas, infraestrutura (sala e
material necessário), recursos políticos, organização
ou até uma ação realizada anteriormente
Analisar a viabilidade do plano de ação. Trata-se de
Viabilidade
verificar se o plano de ação desenhado tem viabilidade
FONTE: Adaptado de Silva (2001)

Após o ator/grupo colocar em prática o plano de ação, uma etapa importante


é a avaliação, que pode ser realizada ao final, de forma permanente ou durante as
reuniões de gerenciamento das ações. Como deve ser o processo? A avaliação
deve ser a etapa para perceber se as ações planejadas estão modificando a
realidade problemática, a fim de que possamos chegar aos resultados esperados
(SILVA, 2001).

Após a realização do PEP, será possível o planejamento dos projetos a partir


do plano de ação que foi desenvolvido, concretizando um trabalho de qualidade
nos espaços escolares ou demais contextos que buscam agregar as TIC à
educação.

4 Algumas Considerações
Desse modo, ao concluirmos este capítulo, podemos compreender o quanto
a tecnologia pode facilitar o trabalho dos professores e o aprendizado dos alunos.
São possibilidades de utilização, as quais oportunizam que a aprendizagem se
efetue dentro e fora de sala de aula, em outros contextos de vivência.

110
Capítulo 3 Ambientes Virtuais e as Possibilidades de Aprendizagens

Enquanto docentes, não podemos deixar de considerar esses avanços


tecnológicos em relação às TIC, agregando essa demanda à prática educacional.
Conhecendo essas possibilidades de ferramentas didáticas para serem aplicadas
no ensino, começamos a perceber o quanto elas podem facilitar a troca de
informações e conhecimento, de modo alinhado com o modo de vida que temos
atualmente. Elas também proporcionam a personalização da aprendizagem. Cada
aluno segue em seu tempo e possibilidade de conhecimento.

No caso do trabalho docente e da gestão das escolas, as ferramentas
contribuem para o planejamento das ações pedagógicas, no armazenamento de
materiais didáticos e livros e na difusão do conhecimento. Produzem o processo
da democratização do acesso ao conhecimento e informações, em sua maioria de
forma gratuita.

Assim, encerramos as aprendizagens da disciplina. Permeamos, ao longo
dos três capítulos, os conceitos principais relacionados às tecnologias da
informação e comunicação (TIC) no contexto da educação.

Assim, podemos teorizar sobre os aspectos gerais das TIC em diálogo com
a função educacional e potencial de aplicação dessas ferramentas no cotidiano,
possibilitando o conhecimento sobre os potenciais didáticos e pedagógicos da
tecnologia da informação e comunicação no contexto educacional.

Referências
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