1ª Edição
Indaial - 2019
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Z69t
ISBN 978-85-7141-412-9
ISBN Digital 978-85-7141-413-6
1. Educação a distância. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 370
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
O Que Significa Ser Tutor............................................................ 7
CAPÍTULO 2
Competências e Atuação do Tutor na EAD............................... 49
CAPÍTULO 3
Didática na Educação a Distância............................................... 97
APRESENTAÇÃO
A Educação a distância deve ser entendida como uma modalidade de ensi-
no que permite uma aprendizagem mais individualizada em relação ao tempo e
espaço através dos meios de comunicação disponíveis, em vez da interação tra-
dicional em sala de aula. Ainda que a Educação a distância tenha seus primeiros
registros nos cursos por correspondência, nos últimos anos essa modalidade de
ensino vem se multiplicando com a disseminação da internet e com o desenvol-
vimento das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), superando
barreiras e proporcionando maiores oportunidades de acesso. Assim, estendendo
seus domínios pelos quatro cantos do mundo, as TICs podem ser consideradas
aliadas importantes da Educação. O reconhecimento da importância da educação
e aperfeiçoamento profissional também são fatores que contribuem com os avan-
ços da educação a distância, assim como as vantagens proporcionadas por ela,
como flexibilidade geográfica e de horários.
Pois bem, no primeiro capítulo deste livro, propomos uma conversa dedicada
a desvendar o tema da tutoria. Quem é esse sujeito e como seu conceito foi se
desenvolvendo ao longo dos tempos. Nesse sentido, abordaremos também os di-
ferentes tipos de tutoria. Partindo da definição de tutoria, conversaremos sobre as
competências necessárias para o tutor que farão a diferença para uma boa atu-
ação. Pensando nisso, iremos abordar algumas responsabilidades e atribuições
desse sujeito, no segundo capítulo deste livro.
Esses pontos serão fundamentais para você, caro acadêmico, se situar nes-
se contexto, como também se posicionar como partícipe de um processo de ensi-
no-aprendizagem em expansão e para preparar você para atuar na tutoria.
Bons estudos!
Profª. Elys Regina Zils
C APÍTULO 1
O Que Significa Ser Tutor
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Caro acadêmico! Seja bem-vindo ao primeiro capítulo do livro da disciplina
de Tutoria na EAD.
Vamos lá!
2 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA
EAD
Sabemos que é impossível abranger todos os aspectos da Educação a
distância em um único livro, muito menos em uma breve contextualização,
como estamos fazendo aqui, tendo em vista a complexidade e multiplicidade
de possibilidades e abordagens que a envolvem. No entanto, nossa proposta é
oferecer subsídios para as reflexões que se seguirão.
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Tutoria na EAD
Assim vamos conversar sobre o panorama geral da EAD para que tenhamos
claro sua amplitude e complexidade.
• Aprendizado e ensino.
• Aprendizado que é planejado, e não acidental.
• Aprendizado que normalmente está em um lugar diferente do local de ensino.
• Comunicação por meio de diversas tecnologias (MOORE; KEARSLEY, 2008, p. 2).
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
Assim, a EAD faz uso de vários instrumentos e meios para que todos os
envolvidos consigam participar ativamente do processo educativo. Desde os
primórdios, a EAD utiliza diferentes meios de comunicação, como material
impresso, rádio, TV, telefone, computadores para proporcionar os elementos
necessários à aprendizagem, cada um com suas especificidades.
A EAD pode estar presente em uma grande variedade de cursos e A EAD pode estar
presente em uma
níveis de escolaridade. Podendo atender à Educação formal ou não for-
grande variedade
mal. A educação não-formal dispensa requisitos de admissão e está fora de cursos e níveis
do sistema formal de ensino e tem caráter inclusivo. Estamos falando de de escolaridade.
vários cursos de treinamento e que proporcionam o exercício da cidada- Podendo atender à
nia. Já a Educação formal está vinculada a uma instituição de ensino, nos Educação formal ou
sistemas de ensino tradicionais e pode ser de diferentes níveis, como não formal.
educação básica, de jovens e adultos, educação superior, pós-graduação. Sua cer-
tificação exige o cumprimento de exigências dos órgãos reguladores.
A EAD tem uma longa história, como iremos perceber ao tratar dos modelos
de tutoria mais adiante. Mas podemos afirmar que uma das características
fundamentais que sempre se fez presente com a utilização da EAD é aumentar
o acesso à educação, possibilitando o acesso àqueles que não conseguem estar
presentes no modelo tradicional de ensino, seja por morarem distante dos grandes
centros ou pela disponibilidade de horários regulares.
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Tutoria na EAD
Atividade de estudo:
1 Você consegue pensar em vantagens e desvantagens da educa-
ção a distância e da educação presencial? Quais vantagens da
EAD você destacaria em relação à educação presencial? Reflita
um pouco sobre e escreva os principais pontos encontrados.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
3 QUEM É O TUTOR?
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades
para a sua própria produção ou sua construção” Paulo Freire (1996, s.p.).
Dado este breve panorama da EAD, podemos seguir nosso estudo nos fo-
cando em compreender quem é o tutor. Você com certeza já deve ter ouvido falar
bastante nesse sujeito. A Educação a distância ao longo da sua história sempre
contou com a figura do tutor para dar apoio ao aluno. Ele não é apenas mais um
funcionário, esse sujeito foi se desenvolvendo como um dos elementos essenciais
dessa modalidade de ensino.
A palavra tutor tem origem no latim, como tutore, significando indivíduo en-
carregado legalmente de tutelar alguém, protetor, defensor. E se buscamos a pa-
lavra professor em latim encontramos professore, que significa aquele que ensina,
mestre, lente. Assim temos a aproximação dessas duas figuras (PARANÁ, 2010).
Atividade de estudo:
2 Diante da curiosidade da figura do tutor, que tal, você, caro
acadêmico, procurar em alguns dicionários ao seu alcance o
significado da palavra tutor. Vamos lá, vai ser interessante!
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Tutoria na EAD
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
A história da EAD costuma ser dividida em três gerações: educação por cor-
respondência, educação multimídia e educação telemática.
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Tutoria na EAD
Seguimos esta divisão da história da EAD por acreditarmos que ficaria mais
fácil a reflexão de como a figura do professor/tutor foi se inserindo neste cenário e
como isso afetou o seu entendimento. Mas existem outros pesquisadores da área
que dividem e definem diferente essas gerações, chegando a cinco gerações ou
ondas. Veremos essa divisão ao falarmos dos tipos de tutoria.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
Outro autor que conceitua a tutoria é Morchio (2009), para ele é um processo
sistemático e intencional de mediação para promover e assistir o estudante afim
de alcançar as metas acadêmicas.
São várias as
Assim, são várias as definições de tutoria que podemos resgatar, definições de tutoria
que podemos
mas todas estão marcadas pela ideia de educação e orientação. Nesse
resgatar, mas todas
sentido, inclusive, Rodolfo (2009) afirma que a tutoria é uma atividade estão marcadas pela
inerente à função docente, pois tem o objetivo de facilitar a aprendiza- ideia de educação e
gem, tanto individual como coletiva. orientação.
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Tutoria na EAD
Atividade de Estudo
3 Você acredita que seria possível a Educação a distância sem a
figura do tutor?
Depois dessas leituras iniciais, já deve estar ficando mais claro para você o
que é a tutoria, certo? Está percebendo como a tutoria é peça-chave na Educação
a distância? Muito bem, então agora também estamos prontos para refletirmos
sobre a indagação inicial que fizemos, sobre quem é o tutor.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
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Tutoria na EAD
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
Atividade de Estudo:
4 Depois dessa leitura, você já conheceu diversos conceitos de
tutoria apresentados por diferentes pesquisadores, que tal agora
você escrever o seu próprio conceito de tutor. Reflita sobre tudo o
que leu e sobre sua vivência e escreva o seu conceito de tutor.
21
Tutoria na EAD
perfis, organização, pois são esferas muito diferentes, concordamos com você.
A atividade de ensinar na Educação a distância não pode ser analisada simples-
mente tendo como referencial o ensino presencial. Mas ainda estamos falando
de ensino-aprendizagem. Se nas instituições tradicionais a função de ensinar era
basicamente do docente, no ensino a distância podemos dizer que é uma institui-
ção que mantém a responsabilidade. Afinal, envolve um trabalho coletivo. Assim,
o professor ou o tutor se torna um agente coletivo, o que não diminui a sua im-
portância, mas acaba por fazer com que o professor careça muitas vezes de uma
identidade própria e definida. E como vimos, o conceito de tutoria possui muitas
definições e estamos tratando de um cenário em constantes mudanças e avanços
(OLIVEIRA, 2014).
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
• Tempo: o tempo do tutor costuma ser mais escasso, precisando ser bem
aproveitado. Diferente do docente, o tutor não sabe se o aluno assistirá
à próxima tutoria ou mesmo se voltará a entrar em contato, acarretando
em um maior compromisso da sua tarefa.
• Oportunidade: o docente presencial sabe que o aluno voltará a pergun-
tar caso fique com dúvidas, inclusive podendo perguntar aos colegas de
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Tutoria na EAD
classe. Mas o tutor não pode ter essa certeza, ele precisa ser asserti-
vo, oferecendo a resposta exata quanto tem a oportunidade, pois poderá
não ter outra chance de fazê-lo.
• Risco: essa dimensão resulta das demais. Consiste em deixar que os
alunos permaneçam com um entendimento incompleto sem ter oportuni-
dade de esclarecer o assunto.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
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Tutoria na EAD
Atividade de estudo:
5 Depois dessas leituras, você concorda que um professor
tradicional é diferente de um tutor na Educação a distância? Por
quê? Justifique sua resposta.
Tudo bem até aqui? Esperamos que sim! Então, vamos adiante.
Encontramos
diferentes tipos e
3.2 OS DIFERENTES TIPOS E
modelos de tutoria
na literatura, que MODELOS DE TUTORIA
podem variar de
acordo com o uso Em nosso estudo até agora conversamos sobre a tutoria e a
das Tecnologias
de Informação figura do tutor, além de fazermos o paralelo com o professor do ensino
e Comunicação presencial e o tutor da Educação a distância. Podemos concluir que a
(TICs) e de acordo
como se organiza identidade do tutor ainda está em construção e sua definição gira em
o sistema de torno de suas atribuições relacionadas ao seu papel no projeto político
ensino e apoio pedagógico de cada instituição que atua em educação a distância. Pois
aos estudantes a
fim de atender às bem, ao analisarmos a função dos tutores, encontramos diferentes tipos
especificardes da e modelos de tutoria na literatura, que podem variar de acordo com o
instituição e da
região. uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e de acordo
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
A Tutoria pode ser presencial ou a distância que são as formas mais destaca-
das. E como meio termo, existe o tipo bimodal, onde a tutoria virtual é obrigatória
e acontecem encontros presenciais semestralmente. Esses encontros são obri-
gatórios e uteis para o apoio ao aluno e estimular a motivação. Para o tutor, esse
modelo de tutoria é interessante para conhecer o perfil do seu aluno.
Você está fazendo esse curso e conta com que tipo de tutoria?
Já fez outros cursos nos quais existia um tutor para orientar você?
Foi presencial e/ou virtual? Pense como foi esse contato. Analise a
partir da sua própria experiência.
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Tutoria na EAD
• presencial: é a interação face a face entre tutor e alunos, que pode ser
tanto individual quanto em grupo;
• não presencial/a distância: a interação ocorre de forma mediatizada, por
intermédio de algum canal de comunicação.
Ainda que não exista regra, e podendo variar de acordo com a função do
tutor na instituição, a tutoria pode se dividir em presencial e a distância, como
comentamos. Ambas as formas compartilham funções similares:
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
Cabe também salientar que o tutor presencial pode vir auxiliar com o uso
das tecnologias necessárias para a formação dos alunos. Desse modo, se faz
necessário que as instituições desenvolvam planos de capacitação de seu corpo
de tutores. Um programa de capacitação de tutores precisa, no mínimo, prever
três dimensões: “I) capacitação no domínio específico do conteúdo; II) capacitação
em mídias de comunicação; e III) capacitação em fundamentos da EAD e no
modelo de tutoria” (BRASIL, 2007, p. 22). Ademais, “o quadro de tutores previstos
para o processo de mediação pedagógica deve especificar a relação numérica
estudantes/tutor capaz de permitir interação no processo de aprendizagem”
(BRASIL, 2007, p. 22).
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Tutoria na EAD
• Vantagens:
o Permite um feedback e reforço imediato.
o Facilita as relações de afetividade, sociais e é mais dinâmica.
o Essencial em situações que envolvem habilidades psicomotoras e uso
de laboratórios.
• Desvantagens:
o Pode resultar em aulas no modelo tradicional.
o Exigem do tutor maiores habilidade pedagógicas no sentido de ser
dinâmico e coordenação de grupos.
o Os alunos podem associar as tutorias com avaliações e gerar tensões.
o Se os encontros não forem obrigatórios, corre o risco de os alunos não
comparecerem.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
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Tutoria na EAD
Atividade de estudo
6 Agora que você já viu diferentes tipos e modalidades de tutoria, que tal
escrever com suas próprias palavras uma pequena reflexão sobre a
tutoria presencial e a tutoria a distância, apontando algumas vantagens e
desvantagens. Vamos lá!
FONTE: A Autora
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
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Tutoria na EAD
Cabe lembrar que este modelo, por sua estrutura e interação pouco dialógica
com a tutoria, acaba sendo centrado na transmissão de conteúdos e no estudo
individualizado e autodirigido.
• Vantagens
o Atendimento fornecido aos alunos é individualizado.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
• Desvantagens
o Requer habilidades especiais do tutor para se comunicar por escrito, de
diversas formas.
o A lentidão com o que o aluno receberá uma resposta, principalmente se
pensamos no nosso país e nas grandes distâncias.
o A administração e logística da instituição para organizar o manuseamento
correto das correspondências.
rádio, com os efeitos sonoros e as músicas sem falar do uso da linguagem radio-
fônica que proporcionasse intimidade com o ouvinte. Os professores, em muitos
casos, usavam um vocabulário mais sofisticado, de difícil compreensão pelos in-
teressados (BIANCO, 2009).
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
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Tutoria na EAD
Esse modelo Se formos pensar, esse modelo ainda não difere muito do ensino
ainda não difere
muito do ensino tradicional, pois está centrado na figura do professor, com pouca
tradicional, pois está interatividade entre os envolvidos no processo de aprendizagem.
centrado na figura
do professor, com
pouca interatividade Mas a televisão é um ótimo recurso por conseguir atrair a atenção
entre os envolvidos mais do que outras mídias. Contudo, também apresenta vantagens e
no processo de
aprendizagem. desvantagens, apontadas por Moore e Kearsley (2008, adaptado):
• Vantagens
o Depois da tutoria presencial, a tutoria por televisão é a mais motivadora
para os alunos.
o Por combinar som e imagem, esse meio proporciona que o aluno se sinta
mais próximo do tutor.
o Se pensarmos em videoconferências, por exemplo, podem contribuir e
interagir com o tutor e mesmo com os outros alunos.
o Através deste meio é possível adicionar outros recursos, como filmes,
vídeos educativos, conferência.
o É um meio que traduz grande realismo de som, imagens e situações.
• Desvantagens
o Não é um meio barato e exige equipe técnica e aparelhagem tecnológica.
o Requer bastante planejamento e organização.
o Requer qualificação e capacitação dos tutores.
o Dificuldade de conciliar os horários da tutoria com os horários de maior
audiência.
o Sua utilização só se justifica diante de um público numeroso.
o A falta de interatividade e de uma avaliação sistemática do desempenho
dos estudantes, pode ser considerada uma das principais limitações
deste tipo de tutoria.
o Se as videoconferências e teleconferências poderiam ser uma solução
para a interatividade, também demandam maiores recursos por parte
dos alunos inviabilizando um maior alcance.
Na verdade, esse modelo não está distante de nós, pois muitos projetos
usam de DVDs e/ou aulas gravadas. Podemos pensar nos Telecursos pela
Fundação Roberto Marinho, e os vídeos da TV Escola/Salto para o Futuro do
MEC, veiculados para todo o Brasil e utilizados pelas nossas escolas públicas.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
Terceira onda da EAD: essa onda se refere aos avanços tecnológicos surgi-
dos a partir da década de 1970, com os computadores pessoais e CD-ROM. Os
materiais didáticos passam a serem gravados em CD-ROM e controlados pelo
usuário em seu computador. Isso ampliou as possibilidades de gravação de pro-
gramas em vídeo e áudio, com animações e manipulações, além de reduzir os
custos de distribuição.
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Tutoria na EAD
Desse modo, cabe o tutor ser o mais claro possível no atendimento telefônico
ao aluno e lembrar da objetividade, principalmente de o aluno estar arcando com
os custos da ligação. O tutor também precisa ter a percepção dos momentos de
silêncio do aluno, pois podem indicar que ele ainda não assimilou a informação e/
ou não entendeu completamente a explicação.
A partir dos itens apontados por Betancourt (1995), iremos apresentar algu-
mas vantagens e desvantagens do uso do telefone como recurso de comunicação
entre o aluno e tutor.
• Vantagens
o A comunicação é individualizada e personalizada. Permite uma relação
direta e interpessoal imediata mesmo com os interlocutores estando em
locais distantes.
o Possibilita que o aluno tire as dúvidas que possam surgir durante a
conversa.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
• Desvantagens
o O valor das ligações, tanto para alunos como para as instituições.
o Problemas com falta de pessoal para atender grande fluxo de chamadas
ou demora no atendimento podem causar desmotivação.
o Dificuldades por parte do aluno em verbalizar quais são as suas dúvidas
e inquietações.
o Dificuldades para criar explicações em assuntos que necessitem mais do
que uma explicação oral.
o Em locais muito isolados existe a falta de linhas telefônicas ou área de
celular.
o Limitações de horários e dias no atendimento.
Essa onda da EAD se complementa com a próxima, tanto que muitos autores
as consideram uma só geração. Então vamos para a próxima etapa!
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Tutoria na EAD
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
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Tutoria na EAD
Atividade de Estudo
7 Agora que você já viu diferentes tipos e modalidades de tutoria, que
tal escrever com suas próprias palavras uma pequena reflexão
sobre a tutoria a distância, apontando algumas vantagens e
desvantagens. Vamos lá!
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final do primeiro capítulo do nosso Livro Didático sobre a tu-
toria na EAD. Neste capítulo você conheceu, analisou, refletiu sobre a figura do
tutor, os diferentes tipos e modalidades de tutoria e estudou algumas diferenças
entre o professor tradicional e o tutor da EAD.
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
Colocamos toda essa contextualização para que você se sinta inserido nesta
modalidade de educação, tão atual e inovadora, mas que tem longa história e que
rompe com os modelos tradicionais de educação. Presenciamos grandes avanços
nas formas de comunicação e de busca de conhecimento. Desse modo, são ne-
cessárias novas posturas tanto dos professores como dos alunos.
Vimos que com o surgimento das novas TICs e ambientes virtuais, a EAD, e,
consequentemente, a tutoria, rompem com paradigmas da educação tradicional
e ganham nova dimensão. Cabe, inclusive repensar o conceito de ensinar. Não
concorda?
REFERÊNCIAS
ARREDONDO, S. C.; GONZÁLEZ, L. P.; GONZÁLEZ, J. A. Formação de
tutores: fundamentos teóricos e práticos. São Paulo: Editora IBPEX, 2011.
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Tutoria na EAD
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Capítulo 1 O Que Significa Ser Tutor
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Tutoria na EAD
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C APÍTULO 2
Competências e Atuação do
Tutor na EAD
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo, você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Como já conversamos no primeiro capítulo, partimos do entendimento de que
a EAD é uma modalidade educacional que não se resume ao mero uso de meios
tecnológicos para superar a ausência do docente, mas trata-se de proporcionar
a construção do conhecimento, e assim contribuir para a formação profissional
e humana. Sob essa perspectiva, a formação na EAD conta com uma figura
estratégica, o tutor.
A tutoria, como atividade docente, tem sua própria dinâmica interna em que se
destacam mudanças de concepções e de práticas pedagógicas, das tradicionais
às inovadoras. A educação a distância se refere muito mais a aprender do que a
ensinar. Assim, passamos de práticas centradas nos professores e no ensino para
práticas centradas nos alunos e na sua aprendizagem.
No capítulo anterior, ficou mais claro quem é o tutor e como ele se destaca
na modalidade a distância como o responsável pelo acompanhamento dos
alunos ao longo do curso, certo? Cabe a ele a responsabilidade de mediar todo o
desenvolvimento do curso. Mas, qual é o perfil do tutor? Qual é realmente o seu
papel?
Boa leitura!
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Tutoria na EAD
2 O PERFIL DO TUTOR
Vimos a variedade terminológica e os diferentes entendimentos diante da fi-
gura do tutor, certo? Diante dessa diversidade, a explicação do termo tutor vem
acompanhada da explicação funcional e habilidades sobre sua atuação. Assim,
acreditamos que, discutir o papel do tutor nos ajudará a esclarecer ainda mais
sobre esse sujeito.
Como você está vendo neste curso, existem diversos fatores que tornam a
modalidade de educação a distância diferente da presencial em uma sala de aula
tradicional. A diferença mais óbvia para o tutor é que ele não sabe como os alunos
reagem ao que foi redigido ou dito, a não ser que tenha um feedback por meio
de algum recurso. Isso faz desta modalidade de educação um desafio para os
tutores inexperientes até que consigam prever as reações dos alunos e como lidar
com elas. Outro fator que torna desafiadora a atuação da tutoria é o fato de ser
conduzida por intermédio de uma tecnologia. Os professores tradicionais sabem
como lidar com alunos em sala de aula, mas possuem pouca instrução ou nenhu-
ma de como ensinar usando tecnologia. Por exemplo, se for ensinar via televisão
terá que aprender como se portar diante das câmeras; por rádio, saber controlar
o ritmo e tom de voz; por escrito, como escrever de modo instrutivo, sem estender
em excesso o tempo dedicado a cada aluno (MOORE; KEARSLEY, 2008).
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
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Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
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Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Para que o tutor consiga exercer suas funções, ele necessita formação espe-
cializada, o que poderíamos dizer de muitas profissões, certo? Mas muitas vezes
isso parece ser esquecido na tutoria. O tutor necessita ter uma excelente forma-
ção acadêmica e pessoal. “Exige-se mais do tutor de que de cem professores
convencionais” (SÁ, 1998, p. 46).
Assim, torna-se imprescindível que o tutor tenha uma formação especial, “em
termos dos aspectos político-pedagógicos da educação a distância e da proposta
teórico-metodológica do curso que ajudará a construir” (VIGNERON, 2003, p. 22).
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Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Os tutores devem
Quer dizer, os tutores devem orientar, supervisionar, animar o pro-
orientar, supervi-
cesso de ensino e aprendizagem, respeitar e encorajar a autonomia dos sionar, animar o
alunos para que eles possam desenvolver seus caminhos. processo de ensino
e aprendizagem,
respeitar e encorajar
Desse modo, o tutor deve acompanhar e orientar o aluno com me- a autonomia dos
todologias e meios adequados, certo? Assim, ele precisa ter clara con- alunos para que eles
cepção dos objetivos e metodologias que irá usar para se comunicar possam desenvolver
com os alunos e ter uma base teórica consistente, para, por meio de seus caminhos.
diálogos e discussões, promover a construção do conhecimento.
Por isso, podemos afirmar que a ação tutorial intelectual não exclui a ação
educadora no sentido de formação permanente da pessoa. Ao tutor cabe conhe-
cimentos de técnicas de ajuda, de entrevistas, como forma comunicação; técnicas
de observação, como métodos de aproximação. (MEDIANO, 1988)
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Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Nesse contexto, imagino que você está fazendo este curso pois
almeja ou mesmo já está atuando na Educação a distância. Pois
bem, qual foi o último curso que você fez, antes desse? Faz quanto
tempo? Reflita sobre sua própria trajetória.
61
Tutoria na EAD
EAD, como veremos mais adiante, a formação dos tutores deve estar alicerçada
na articulação entre ensino e aprendizagem, mediação e interação, tecnologias e
recursos midiáticos, teoria e prática, ação e reflexão.
Ou seja, para exercer suas funções com aptidão, o tutor precisa de formação
especializada. Podemos falar isso de várias profissões vigentes, não concorda?
Mas especialmente para os profissionais da educação. As instituições de ensino
também devem se mostrar preocupadas em oferecer capacitações para o seu
corpo docente.
Segue uma descrição daquilo que imaginamos poder ser um tutor ideal,
baseada no feedback de alunos e de tutores.
62
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
O tutor da educação
Pensando neste cenário, Litwin (2001) também propõe algumas a distância não
características do bom tutor. Ela parte da comparação com o docen- sabe se o aluno
te convencional e seus respectivos alunos. O professor convencional voltará a consultá-
lo. Dessa situação
sabe que o aluno dele estará amanhã no mesmo lugar, e assim temos
aumenta os
a expressão “amanhã continuamos”, na boca dos nossos professores, compromissos e os
não é verdade? Porém o tutor da educação a distância não sabe se o riscos da tarefa do
aluno voltará a consultá-lo. Dessa situação aumenta os compromissos tutor.
e os riscos da tarefa do tutor. Vamos seguir o raciocínio com uma situ-
ação concreta.
Por exemplo, um aluno que assiste à tutoria presencial. Ao ler o material bi-
bliográfico surgem várias perguntas que anota para tratar com o tutor. Nessa situ-
ação o tutor poderá:
a) Não as responder.
b) Dar respostar pontuais às perguntas formuladas.
c) Explicar os fundamentos das respostas.
d) Remeter aos textos ou às fontes bibliográficas.
e) Sugerir aos alunos que comparem suas perguntas e as ca-
tegorizem.
f) Analisá-las como interrogações — quais entre os pres-
supostos que envolvem são centrais para a disciplina em
questão, que concepções prévias puseram em jogo, que
erros de compreensão.
g) Sugerir estratégias gerais para a abordagem de questão —
análise das perguntas, formulação de hipóteses acerca de
possíveis respostas, consulta a fontes, comparação de ma-
teriais diversos, busca de fontes alternativas de informação
etc.
h) Reformulá-las, colocando questões mais autênticas no
marco da disciplina, mais inclusivas ou mais complexas do
ponto de vista cognitivo (LITWIN, 2001, p. 100).
Diante dessa situação, se fôssemos definir um bom tutor, seria aquele que
tem consciência dessas alternativas, de suas combinações e inclusive de outras
de acordo com o conteúdo. Além de ter claro que o sentido didático de cada uma
dessas intervenções é diferente.
63
Tutoria na EAD
Pois bem, até aqui não vemos grandes diferenças entre um bom docente
e um bom tutor, certo? No entanto, se pensamos na modalidade a distância, o
quadro se distingue. Lembra de quando falamos da diferença entre docente e
tutor e comentamos as três dimensões que os diferem, tempo, oportunidade e
risco? Exatamente por isso que um tutor não pode dizer “amanhã continuamos”
para os alunos quando está tratando de sanar dúvidas. Amanhã pode ser nunca.
Na educação a distância a retenção é mais baixa se comparada com a educação
presencial. E mesmo para os alunos que não desertaram, pode acontecer de não
voltarem a consultar o tutor, e podemos reforçar aqui o fracasso (LITWIN, 2001).
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Tudo bem até aqui? Ótimo, então vamos conversar sobre o papel o tutor na
EAD.
Atividade de Estudo
1 Depois de ter estudado esse capítulo, elabore um pequeno
parágrafo com suas próprias palavras sobre o perfil requerido
para o tutor a distância.
65
Tutoria na EAD
Nesse sentido, temos que reconhecer que a tecnologia surge como forte
aliada das inovações na educação. Lógico que as mudanças na educação vivi-
das não dependem unicamente do uso dos recursos tecnológicos, mas de uma
mudança de postura e preocupação com a qualidade. Porém não podemos ig-
norar que o desenvolvimento das tecnologias tem provocado transformações e
que devemos aproveitar todas as potencialidades das TICs, afinal elas contri-
buem para novas formas de comunicação e interação e podem contribuir para
melhorar a educação.
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
O papel do
Então, nessa nova lógica, o papel do professor deixa de ser de
professor deixa
“mestre” e passa a ser parceiro, recurso a que o aluno recorre quando de ser de “mestre”
sente necessidade. No ensino tradicional o professor era a autoridade e passa a ser
e aquele que tinha o conhecimento que seria transmitido ao aluno, pela parceiro, recurso a
exposição oral. Nessa perspectiva, com o deslocamento do centro da que o aluno recorre
educação, o professor passa a ser o parceiro do aluno em um processo quando sente
necessidade.
contínuo de aprendizagem.
Espera-se que a educação, agora, não seja mais informativa, o aluno precisa
aprender a aprender e como lidar com a informação. O aluno tem papel ativo na
busca pelo conhecimento e deve trabalhar em parceria com o professor, buscan-
do construir novos conhecimentos e como criar a partir deles, por meio de intera-
ção, concepções, pensamento crítico e novas competências.
E ainda:
67
Tutoria na EAD
Vale ressaltar que o papel do tutor nesta modalidade deverá estar baseado
na consciência de que a educação a distância possui características diferenciadas
e incorporam práticas educativas e tecnológicas que a permitem atingir a milhares
de alunos, mas isso exige o discernimento de que esta modalidade não se torne
apenas educação de massa, onde apenas se repassam técnicas e métodos para
que sejam consumidos pelo estudante.
Diante dessa constatação, o papel do tutor não pode ser apenas de mediatizar
o conhecimento, usando estruturas arcaicas, padronizadas e autoritárias
de ensino. Ele deve contribuir para promover uma modalidade educacional
diferenciada, não só tecnológica, mas que contemple uma nova linguagem
interativa de ensino-aprendizagem. Assim, o tutor abandona os monólogos dos
professores em sala de aula, para adotar um diálogo mais dinâmico e mediatizado
(MASCHIO; SOARES, 2017).
68
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
69
Tutoria na EAD
Por meio de práticas afetivas, fazendo com que o aluno se sinta integrado,
o tutor consegue se fazer presente de modo diferenciado, não só transmitindo
conteúdos, mas orientando os alunos (apoio, feedback, sanando dúvidas) rumo
ao aprender a aprender e ao desenvolvimento de uma aprendizagem ativa.
Atividade de Estudo
2 Esta concepção de que a atuação do tutor favorece a autonomia
está de acordo ou se diferencia da estudada no primeiro capítulo
sobre a origem do termo tutor?
70
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Atividade de Estudo
3 Com base no que você estudou até aqui, liste novos papéis, do
professor-tutor, assumidos com a EAD e as novas tecnologias.
Você pode enriquecer a discussão comparando com o papel do
professor tradicional.
4 O PERFIL DE COMPETÊNCIAS
NECESSÁRIAS PARA O EXERCÍCIO
DA TUTORIA NA EAD
Às vezes pode se tornar um tanto impreciso o papel do tutor, pois pode
depender das instituições que promovem a EAD. Elas irão definir as atribuições e
71
Tutoria na EAD
72
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Cabe aqui recordamos as dez novas competências para ensinar listadas por
Perrenoud (2000), vamos ver:
73
Tutoria na EAD
• conhecimento do conteúdo;
• conhecimento pedagógico de tipo geral, com especial
referência aos princípios e às estratégias de manejo
e organização da classe;
• conhecimento curricular;
• conhecimento pedagógico acerca do conteúdo, como
um amálgama especial de conteúdo e pedagogia,
que é de exclusiva propriedade dos docentes;
• conhecimento sobre os contextos educacionais;
• conhecimento das finalidades, dos propósitos e dos
valores educativos e de suas raízes históricas e filosó-
ficas (SHULMAN, 1995 apud LITWIN, 2001, p. 103).
74
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
SABER DEFINIÇÃO
Conjunto de saberes que, baseados nas ciências e na erudição, são transmitidos
Saberes da aos professores durante o processo de formação inicial e/ou continuada pelas
Formação instituições de formação de professores. Também se constituem o conjunto dos
Profissional saberes da formação profissional os conhecimentos pedagógicos relacionados
às técnicas e métodos de ensino (saber-fazer), legitimados cientificamente e
igualmente transmitidos aos professores ao longo do seu processo de formação.
São os saberes reconhecidos e identificados como pertencentes aos diferentes
Saberes campos do conhecimento (linguagem, ciências exatas, ciências humanas, ciências
Disciplinares biológicas etc.).
São conhecimentos relacionados à forma como as instituições educacionais
Saberes fazem a gestão dos conhecimentos socialmente produzidos e que devem ser
Curriculares transmitidos aos estudantes. Apresentam-se, concretamente, sob a forma de
programas escolares (objetivos, conteúdos, métodos) que os professores devem
saber e aplicar.
São os saberes que resultam do próprio exercício da atividade profissional dos
Saberes professores. Esses saberes são produzidos pelos docentes por meio da vivência
Experienciais de situações específicas relacionadas ao espaço da escola e às relações
estabelecidas com alunos e colegas de profissão. Nesse sentido, “incorporam-se
à experiência individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades, de
saber-fazer e de saber ser” (p. 38).
FONTE: Tardiff (2002, p. 36-40)
75
Tutoria na EAD
76
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
77
Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Com base nas três dimensões de Belloni (2006) e acrescentado uma quarta
dimensão, que diz respeito aos “saberes pessoais”, (correspondentes de certa
forma aos saberes experienciais de Tardiff), podemos propor um quadro mais
completo sobre esse rico aspecto da Educação a distância. Vejamos:
DIMENSÕES DAS
COMPETÊNCIAS EXEMPLOS DE COMPETÊNCIAS
TUTORIAIS
Capacidade para interagir com os conteúdos e com o material didático,
PEDAGÓGICA difundindo-os e dinamizando-os.
Utilização de estratégias de orientação, acompanhamento e avaliação (so-
mativa e formativa) da aprendizagem dos alunos, identificando as dificul-
dades surgidas e tentando corrigi-las.
Demonstração de rapidez, clareza e correção na resposta às perguntas e
mensagens enviadas.
Estabelecimento regras claras e definidas para o trabalho a ser desenvolvido.
Disposição para a inovação educacional, em especial aquela que tem
TECNOLÓGICA suporte nas tecnologias de informação e comunicação.
Adequação das tecnologias, e do material didático do curso, às diferenças
culturais.
Domínio das ferramentas tecnológicas empregadas (“letramento tecnológico”).
Conhecimento do conteúdo do curso a ser ministrado.
DIDÁTICA Capacidade de realizar intervenções didáticas com a frequência, oportuni-
dade e sequencialidade necessárias.
Utilização de estratégias didáticas adequadas às diferenças culturais, para
dinamizar discussões animadas e produtivas, para a proposição de tarefas
e o esclarecimento de dúvidas.
Proposição e supervisão de atividades práticas, que completem os
conhecimentos teóricos do curso.
Habilidade para interagir com os alunos, de forma não–presencial,
PESSOAL individualmente e em grupos, encorajando-os e incentivando-os,
minimizando desta forma a evasão.
Habilidade para manter relações menos hierarquizadas do que na
educação presencial.
79
Tutoria na EAD
Atividade de Estudos
4 Agora que você já chegou até aqui nos seus estudos, escreva um
parágrafo sobre as principais competências e caraterísticas que
um docente convencional precisa ter para atuar na Educação a
distância. Vamos lá!
5 ATRIBUIÇÕES DO TUTOR
No que se refere especificamente ao repertório de funções e atribuições do
tutor, temos que destacar que elas estão diretamente relacionadas ao modelo de
educação a distância proposto pela instituição. Não existe um modelo único de tuto-
ria! Existem diferentes formas e modelos de educação a distância que podem variar
de acordo com as mídias e tecnologias utilizadas, os materiais didáticos, sistema de
avaliação e da concepção de ensino da instituição que promove os cursos.
Assim, nem todas as atribuições que iremos apontar aqui ocorrem em todas
as experiências de tutoria, inclusive podendo ficar algumas atividades ausentes.
80
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Tampouco a lista que iremos apresentar não pretende ser exaustiva, apenas ilus-
trar algumas, talvez as mais importantes, atribuições do tutor. Como já consegui-
mos delinear, a tutoria é uma atividade pedagógica muito ampla, e seu papel.
81
Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Por séculos, o ato de ensinar foi uma atividade que exigia proximidade
física, e mesmo isso mudando com a educação a distância, essa concepção se
fixou fortemente na consciência das pessoas. Assim, a distância entre os alunos
é considerada um déficit que deve ser superado. Já nas primeiras tentativas de
estabelecer princípios didáticos específicos para o ensino a distância se pretendia
encontrar recursos para superar ou amenizar essa distância física. Mas com quais
artifícios podemos conseguir isso? (PETERS, 2003).
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Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Hanna (apud ALVES; NOVA, 2003, p. 37) apresenta algumas sugestões para
o professor que deseja iniciar algum curso a distância. Logo no início, ele deve:
85
Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Andragogia: Ciência ou conjunto de métodos para ensinar adultos.
87
Tutoria na EAD
A temática com certeza é mais ampla, mas a noção desses princípios norte-
adores já contribui para a reflexão de propostas educacionais mais conscientes.
88
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
históricos de conversas, por exemplo. Mas por outro lado, pode ser torturador para
alguns tutores.
É preciso ter claro que a mensagem escrita para um grupo será lida por pessoas
diferentes. Por isso, também o texto deve ser claro e objetivo e com foco nos principais
temas da discussão, isso para evitar uma leitura cansativa ou mesmo desmotivadora.
Mas lógico, também é possível ampliar o escopo de aprendizagem.
Inclusive, se o aluno não for capaz de expressar sua ideia com clareza, o tutor
deve auxiliar, questionando-o nesta tarefa. Esta preocupação com a redação de
textos é uma das características principais que diferenciam à docência na EAD de
uma atuação convencional e exige grande esforço e dedicação por parte do tutor.
89
Tutoria na EAD
E se o tutor não for hábil para ajudar, deverá pedir apoio técnico. Como já
comentamos, a educação a distância é feita por uma equipe e sua colaboração.
Assim, a construção do conhecimento não se dá apenas na relação tutor-aluno,
mas também entre vários sujeitos envolvidos.
90
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
Atividade de Estudo
5 Já estamos chegando ao fim do nosso segundo capítulo, foi uma
rica reflexão sobre a função do tutor, verdade? Agora explique
três funções principais do tutor a distância, segundo o que você
considera ser mais importante.
91
Tutoria na EAD
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final do segundo capítulo! Como vimos, em um cenário em
constantes mudanças e inovações, a figura do tutor está envolta de polêmicas e
múltiplos entendimentos que vão desde seu conceito até seu papel. Na Educação
a distância as tarefas docentes acabam sendo diferentes daquelas do ensino
tradicional. Afirmamos que a EAD é um sistema de educação centrado no aluno,
o professor já não é o centro do processo de aprendizagem sozinho, mas ele
continua sendo figura essencial para o sucesso da aprendizagem. A atividade do
professor-tutor se torna voltada para facilitar o aprendizado do aluno.
Cada instituição pode construir seu próprio modelo tutorial para atender
suas necessidades e as dos alunos. Contudo, na prática, percebemos poucas
diferenças, uma vez que ao tutor cabe a mediação entre o estudante e os materiais.
O tutor participa de todo o processo de ensino-aprendizagem, oferecendo suporte
cognitivo, metacognitivo e motivacional.
92
Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. Formando professores para atuar em ambientes virtuais de
aprendizagem. In: ALMEIDA, F. J. (Org.). Educação a distância. Formação de
professores em ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem. v. 1, p. 20-
40, São Paulo: [s.n.], 2001.
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Tutoria na EAD
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Capítulo 2 Competências e Atuação do Tutor na EAD
95
Tutoria na EAD
96
C APÍTULO 3
Didática na Educação a Distância
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo, você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
98
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Caro acadêmico! Seja bem-vindo ao terceiro capítulo do livro da disciplina de
Tutoria na EAD.
Ao longo da nossa conversa até aqui, podemos concluir que o modelo peda-
gógico tradicional não é mais suficiente para atender às demandas atuais, com
isso, ganha destaque a EAD, que pode ser a resposta para uma educação reflexi-
va, crítica e que integre novas propostas transformadoras. Da mesma maneira, as
tecnologias estão cada vez mais presentes em nossas vidas, facilitando o acesso
à informação e aumentando as possibilidades de comunicação. Com as novas
TIC, podemos integrar diferentes mídias em um único suporte, ampliando para
novas formas de interação e linguagens. Assim sendo, ela pode ser aliada da
EAD e contribuir para o desenvolvimento das transformações.
2 MEDIAÇÃO E INTERAÇÃO
EM PROCESSOS DE ENSINO/
APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA
Comunicar não é de modo algum transmitir uma mensagem ou receber
uma mensagem. Isso é a condição física da comunicação. É certo que
para comunicar, é preciso enviar mensagens, mas enviar mensagens
não é comunicar. Comunicar é partilhar sentido (Pierre Lévy).
99
Tutoria na EAD
Para potencializar Para potencializar a educação on-line e a sua qualidade, são ne-
a educação on-line cessárias novas estratégias de ensino. A discussão permeia a educa-
e a sua qualidade, ção e sua condução por meio das TIC. Refletir sobre esse assunto é
são necessárias
pensar no processo de mediação pedagógica e nos mecanismos para
novas estratégias de
ensino. A discussão garantir o sucesso do aluno.
permeia a educação
e sua condução Segundo Belloni (2009), pedagogia e tecnologia sempre foram
por meio das TIC. elementos fundamentais da educação. Contudo, a autora, chama a
Refletir sobre atenção que, o uso de uma tecnologia em situação de ensino e apren-
esse assunto é
pensar no processo dizagem, deve vir acompanhada de uma reflexão sobre a tecnologia.
de mediação Na educação a distância, isso se torna ainda mais complexo, pois a
pedagógica e nos interação entre professor e aluno é indireta e tem de ser mediatizada
mecanismos para por uma combinação de tecnologias, o que torna essa modalidade bem
garantir o sucesso mais dependente da mediatização que a educação convencional.
do aluno.
Os problemas gerados pela separação no espaço podem ser facil-
mente superados por sistemas eficientes de comunicação pessoal, simultânea ou
diferida entre alunos e tutores. Inclusive, pode ser uma vantagem ao proporcionar,
ao aluno, o estudo em qualquer lugar, sem a necessidade de se deslocar. Assim, a
separação no espaço pode ser mais fácil de lidar para o aluno do que a dimensão
do tempo.
100
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Nesse cenário, saber mediatizar, para Belloni (2009), é uma das competên-
cias mais importantes e indispensáveis à concepção e realização de qualquer
ação de EAD. Ainda que mediatizar não possa ser considerada uma competência
totalmente nova, pois o professor convencional já mediatiza, de certa forma, ao
preparar suas aulas e os materiais que vai usar, mesmo que o meio mais impor-
tante neste caso seja a linguagem verbal direta.
101
Tutoria na EAD
Por esse caminho, Cruz (2007, p. 29) afirma que “utilizar as mídias como fer-
ramentas pedagógicas significa ‘mediatizar’ as mensagens educativas, ou seja,
adequar e traduzir o conteúdo educacional de acordo com as ‘regras da arte’, as
características técnicas e as peculiaridades do discurso do meio técnico escolhido”.
Cabe recordamos aqui que, como já vimos, o tutor deve ser um facilitador no
processo de aprendizagem do aluno, de um novo perfil de aluno. Essa mudança
deve acontecer na ação do tutor, assim o tutor precisa estar preparado para
assumir essa nova postura diante das novas tecnologias e propostas de ensinar
e aprender.
2.1 MEDIAÇÃO E A
TRANSFORMAÇÃO DA PRÁTICA
PEDAGÓGICA
Como já vimos, a EAD é uma modalidade de educação em que a situação
educacional é diferente e viabilizada pela integração das Novas TIC. A interação
entre professores e estudantes é mediada, muitas vezes ocorre por meio da lin-
guagem escrita, em vez da linguagem oral, como ocorre na tradição acadêmica
presencial (PETERS, 2003).
102
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
103
Tutoria na EAD
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
105
Tutoria na EAD
Atividades de Estudo
1 Agora escreva o seu conceito de Mediação e Mediatização. Pode
pesquisar na internet e enriquecer ainda mais o seu entendimento
sobre esses termos. Será que eles dizem respeito apenas à EAD?
106
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Este caráter reativo diz respeito a situações em que o aluno, no nosso caso,
está limitado a apenas algumas opções previamente definidas e disponibilizadas.
Assim, o sistema que alega ser interativo pode ser limitado a apenas uma assi-
milação passiva. Por exemplo, um aluno diante de um vídeo no qual ele apenas
tem a opção de pausar, parar ou continuar a assistir, ou seja, não tem interferên-
cia do receptor no emissor. Assim, podemos afirmar que interatividade é quando
o objeto da interação sofre interferência do usuário. Por isso é um conceito tão
importante na EAD, pois deve proporcionar a ação participativa, crítica do aluno
(SILVA, 2006). Desse modo:
107
Tutoria na EAD
108
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
109
Tutoria na EAD
Os autores Moore e Kearsley (2007), afirmam que uma das causas mais
comuns de fracasso na educação a distância reside na negligência da natureza
multidimensional do ensino a distância. Observam que fazer apenas uma apre-
sentação ou colocar o material em um website não significa um ensino melhor
do que era realizado quando o material ia por correio. Afirmam a necessidade da
atenção direcionada a conhecer a necessidade e a motivação de cada aluno para
o aprendizado, proporcionando a cada um a oportunidade de praticar o novo co-
nhecimento e receber um feedback do seu progresso. É preciso ter um equilíbrio
entre materiais de qualidade e a interação.
110
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
A COMUNICAÇÃO
Modalidade unidirecional Modalidade interativa
Mensagem: modificável, em mutação, na medida
Mensagem: fechada, imutável, linear, se-
que responde às solicitações daquele que a ma-
quencial.
nipula.
Emissor: “designer de software”, constrói uma rede
Emissor: contador de histórias, narrador que (não uma rota) e define um conjunto de territórios
atrai o receptor (de maneira sedutora e/ou a explorar; ele não oferece uma história a ouvir,
por imposição) para o seu universo mental, mas um conjunto intrincado (labirinto) de territórios
seu imaginário, sua récita. abertos a navegação e dispostos a interferências,
a modificações.
Receptor: “usuário”, manipula a mensagem como
Receptor: Assimilador passivo.
co-autor, co-criador, verdadeiro conceptor.
FONTE: Silva (2006, p. 70)
111
Tutoria na EAD
Atividade de Estudo
3. Não temos a intenção de fornecer definições prontas e acabadas.
Tampouco existe, apenas, uma verdade sobre a interação e a
interatividade. À vista disso, sobre esses dois termos, escreva o
seu conceito e a relação da interação e interatividade com a EAD.
3 O COTIDIANO DA TUTORIA
Continuando nossos estudos, temos que abordar, também, o fenômeno da Ci-
bercultura. Ela se refere a modos de vida e comportamentos assimilados e trans-
mitidos ao longo da história, marcados pelas tecnologias, informáticas, mediando
a comunicação e informação por meio da internet. Estamos falando de uma lógi-
ca comunicacional que supõe uma rede hipertextual, multiplicidade, interatividade,
imaterialidade, multissensorialidade e multidirecionalidade (SILVA, 2010).
112
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
113
Tutoria na EAD
Para Silva (2010, p. 5) não se trata de substituir uma lógica pela outra, mas de
procurar “alternativas comunicacionais e estéticas a uma centralidade historicamen-
te consolidada, como paradigma unidirecional dos meios de massa e dos sistemas
de ensino” (SILVA, 2010, p. 5). A um espectador da mídia e da aula unidirecionais, é
oferecido, apenas, a lógica arborescente, “que supõe uma estrutura de organização
dos dados que vai do geral ao particular, de modo que, a informação vai se ramifi-
cando em detalhes como os galhos de uma árvore” (SILVA, 2010, p. 5).
114
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Interfaces on-line mais conhecidas, como chat, fórum, wiki, lista, blog, site e
LMS ou AVA contemplam a sala de aula baseada na comunicação “todos-todos”.
Na educação on-line tem-se adotado bastante o chat, o fórum, a lista de discussão
e o blog. Essas ferramentas podem estar reunidas no LSM ou no AVA ou na
Plataforma de EAD, que são ambientes virtuais que reúnem diversas interfaces
de comunicação, de conteúdos e de administração para acomodar cursos on-line.
São as salas de aula on-line (SILVA, 2010).
• E-mail: é uma ferramenta muito popular na internet, e, por isso, muito prá-
tica, pois provavelmente, os alunos já estão familiarizados com ela. Per-
mite o contato direto entre alunos e professores e o compartilhamento de
informações e arquivos. É útil para sanar dúvidas específicas dos alunos.
• Lista de Discussão: tem sua origem datada com o início da internet.
Ocorre por meio de um software que automaticamente distribui um e-mail
para todos os membros inscritos na lista, remetido por um membro e per-
mitindo a interação com todos. É prático por não necessitar software espe-
ciais para a utilização. A comunidade virtual assim, cria um livre trânsito de
mensagens pelo coletivo. Os participantes podem fazer parcerias, críticas,
argumentações. É viável para entender discussões e promover a co-cria-
ção e a construção de conhecimento de modo dialógico.
115
Tutoria na EAD
Para saber mais sobre o uso da TV nesse contexto, você pode ler
o capítulo Televisão, vídeo e interatividade em educação a distância:
aproximação com o receptor-aprendiz de Vânia Lúcia Quintão
Carneiro, disponível no livro: FIORENTINI, L. M. R; MORAES, R. A.
(Orgs.). Linguagem e interatividade na educação a distância. Rio
de Janeiro: DP&A, 2003.
116
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Atividade de Estudo
4. Vamos supor que você está atuando como tutor e na disciplina
na qual você está tutorando exista um fórum aberto com uma
provocação, um tema, para os alunos participarem e deixarem
suas contribuições. Já estamos chegando ao final do período
previsto para as interações nesse fórum, e você percebeu que
alguns dos seus alunos ainda não participaram. Como você faria
nessa situação?
117
Tutoria na EAD
118
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
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Tutoria na EAD
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Lógico que, esse roteiro é só um modelo e não deverá ser entendido como
um modelo engessado, mas, sim, adequado às situações reais, vivenciados pelos
tutores. Esse roteiro se torna útil para planejar o tempo de cada etapa. Uma dica é
basear a previsão do tempo baseado nas experiências em sala de aula ainda que
presenciais.
121
Tutoria na EAD
Atividade de Estudo
5. Agora que você já conhece várias ferramentas que podem ser
usadas na EAD e refletiu sobre o carácter síncrono e assíncrono
delas, vamos tentar preencher a tabela abaixo? Lembre-se:
Síncrono é o que acontece simultaneamente, assíncrono é o
que não acontece ao mesmo tempo; Bidirecional é relativo a
duas direções e Unidirecional é que vai para uma única direção.
Coloque, pelo menos, um exemplo em cada item. Não esqueça
de conferir com o padrão-resposta.
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
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Tutoria na EAD
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
125
Tutoria na EAD
Mas lógico, com o hipertexto também vem algumas novas dificuldades. Como
construir um texto virtualmente aberto e prever as possíveis escolhas de seus
leitores? Outra dificuldade está no aumento da demanda de funções cognitivas do
leitor. O leitor precisa ter claro o que quer buscar e conhecimentos de base mais
sólidos. E com isso, nos deparamos com mais uma dificuldade, uma possível
superficialidade da leitura causada pela fragmentação do texto. Parece que
os leitores já não leem textos longos e não se aprofundam nos conhecimentos
(MARCUSCHI, 1999).
Para que a
interatividade Segundo Silva (2006), para que a interatividade aconteça, é
aconteça, é
preciso garantir preciso garantir a intervenção do usuário, no conteúdo da mensagem
a intervenção ou do programa, abertos a manipulações e modificações, permitindo
do usuário, no
conteúdo da ao usuário, ser co-criador do conteúdo. Assim, a docência interativa,
mensagem ou do se coloca como um dos desafios para o professor. Nesse sentido, Silva
programa, abertos (2010), cita a Martín-Barbero (1998, p. 23) que, aponta alguns desafios
a manipulações
e modificações, específicos do professor em relação ao hipertexto:
permitindo ao
usuário, ser co-
criador do conteúdo.
126
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
127
Tutoria na EAD
riência social” (ALMEIDA, 2011, p. 208). Temos que lembrar que, o ambiente se
modifica conforme as experiências sociais se desenvolvem e os significados são
construídos no plano coletivo e individual. Assim, das interações do sujeito com o
ambiente e com o sistema de inter-relações surgem as experiências significativas.
O elemento fundamental para a aprendizagem é o diálogo que faz da interação o
centro organizador da atividade (ALMEIDA, 2003).
128
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
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Tutoria na EAD
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
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Tutoria na EAD
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
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Tutoria na EAD
O tutor deve ter a capacidade para atuar como mediador e conhecer a reali-
dade dos alunos, pessoal, social, familiar, escolar, para que possa oferecer pos-
sibilidades “permanentes de diálogo, sabendo ouvir, sendo empático e mantendo
uma atitude de cooperação e possa oferecer experiências de melhoria de qua-
lidade de vida, de participação, de tomada de consciência e de elaboração dos
próprios projetos de vida” (GONZALEZ, 2005, p. 81).
134
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
4 MOTIVAÇÃO
Motivação é
um conjunto de
Vamos começar entendendo o que é motivação. Para Tapia e Fita
variáveis que
(2015), a motivação é um conjunto de variáveis que ativam a conduta e ativam a conduta
a orientam em determinado sentido para poder alcançar um determinado e a orientam em
fim. Assim, estudar a motivação, consiste em analisar os fatores, o motivo, determinado sentido
que leva as ações e determinados comportamentos. Bzuneck (2009), para poder alcançar
concorda e define motivação a partir da origem etimológica da palavra: um determinado fim.
Por esse caminho, destacamos a relação tutor e aluno, que favorece as trocas
afetivas, de modo motivador, e, assim, facilita a construção do conhecimento.
Pois, o papel do tutor não se limita:
135
Tutoria na EAD
Por esse aspecto, não é exagero dizer, que a tutoria tem importância na
função motivadora.
Segundo Deci e Ryan (1996 apud GUIMARÃES, 2009, p. 42), três neces-
sidades psicológicas podem ser destacadas como determinantes da motivação
136
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
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Tutoria na EAD
138
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
O aluno adulto, como qualquer outro, sente receio ao fracasso, medo de não
atender às expectativas, diante das primeiras atividades do curso, e esse aluno,
com grau maior de ansiedade, apresenta maior probabilidade de desistir do curso.
Conhecer essa ansiedade, é uma das primeiras tarefas do tutor, para assim, ten-
tar diminuir o nível de tensão. Desta forma, é preciso levar em consideração medi-
das para lidar com isso, como ajudar os alunos com o acesso ao material, enviar
mensagem de primeiro contato, coisas simples, que podem ter bons resultados
(MOORE; KEARSLEY, 2007).
139
Tutoria na EAD
Atividade de Estudo
6. Vamos supor que você é tutor da disciplina de Metodologia do
Trabalho Científico, de um curso de especialização, como esse
seu. Você deverá enviar para os seus alunos uma mensagem
de introdução à disciplina, contemplando alguns itens, como
introduzir a temática, objetivos, e não esqueça do carácter
motivador. Lembre-se, as mensagens enviadas aos alunos
deverão ser claras e objetivas, com uma linguagem acessível,
pois você terá alunos de perfis muitos diversos.
Ao propor uma atividade, o tutor deverá deixar claro os objetivos e como essa
atividade contribuirá para a geração de novos conhecimentos. Uma estratégia
que contribui nesse sentido, é enviar mensagens contextualizadoras, introduzindo
140
Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
141
Tutoria na EAD
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Outra sugestão é uma lista de perguntas que pode ser introduzida nos
primeiros contatos entre tutor e alunos, conforme quadro a seguir:
Com essas respostas, você provavelmente terá um perfil detalhado dos seus
alunos. A partir dessas informações será possível montar um portfólio, de cada aluno,
com as informações recebidas para consultar a qualquer momento. E assim, permitirá
ao tutor, executar ações de apoio e orientações adequadas aos seus alunos.
143
Tutoria na EAD
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Atividade de Estudo
7. Ao longo da nossa conversa sobre a tutoria, você já estudou
sobre a figura do tutor, seu papel e sua importância no processo
de ensino-aprendizagem na EAD. Agora escreva um pequeno
texto sobre o papel do tutor e sua relação com as TIC.
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Tutoria na EAD
Essas três folhas deverão ser afixadas na porta do quarto ou em algum lugar
para que o aluno possa visualizar diariamente. Quanto mais o aluno visualizar,
maior será a probabilidade de adquirir esse hábito. Para a neurolinguística, toda
vez que uma pessoa se visualiza realizando alguma coisa, isso ajuda ela a pôr em
prática o imaginado (GONZALEZ, 2005).
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
Atividade de Estudo
8. Estamos chegando ao final do nosso livro, sobre a Tutoria na
EAD. Que tal agora, você elaborar uma breve síntese sobre a
atividade do tutor?
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Esse apartado se chama “algumas considerações”, sem a intenção de ser
“considerações finais”, parafraseando Machado Jr. (2008), porque esse livro não
se esgota aqui. Desejamos abrir portas para outras reflexões e para atuações na
tutoria mais conscientes.
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Temos certeza que o percurso até aqui foi produtivo. Como vimos desde
o início do livro, na Educação a distância, o papel do tutor extrapola os limites
conceituais da sua origem, sendo o responsável pela construção de um ambiente
cooperativo de aprendizagem, capaz de fomentar a participação e interação dos
alunos, favorecendo a construção do conhecimento de modo colaborativo.
Lógico que, o tutor não conseguirá resolver todos os problemas. Mas deverá
dar o seu melhor, buscando sempre pensar o que pode fazer para melhorar sua
atuação na tutoria. Assim como o tutor deverá estar atento às novas propostas e
tecnologias, procurando sempre as melhores soluções.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. B. Educação, ambientes virtuais e interatividade. In: SILVA, M.
Educação on-line: teorias, práticas, legislação, formação corporativa. 3. ed. São
Paulo: Loyola, 2011.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
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Capítulo 3 Didática na Educação a Distância
SANTAELLA, L. A crítica das mídias na entrada do século XXI. In: Crítica das
práticas midiáticas: da sociedade de massa às ciberculturas (Org.). José Luiz
Prado. São Paulo: Hackers Editores, 2002.
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