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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ELETRICIDADE – DEEE

CURSO: ENGENHARIA ELÉTRICA

LABORATÓRIO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS (TURMA 02)

Lucas Silveira Soeiro – 2017023588

RELATÓRIO EXPERIMENTO 6 – PARALELISMO DE GERADORES SÍNCRONOS COM A REDE DA


CONCESSIONÁRIA

SÃO LUÍS – MA

2021

Lucas Silveira Soeiro


RELATÓRIO EXPERIMENTO 6 – PARALELISMO DE GERADORES SÍNCRONOS COM A REDE DA
CONCESSIONÁRIA

Trabalho referente à disciplina de Laboratório de Máquinas


Elétricas, no curso de Engenharia Elétrica, da Universidade Federal
do Maranhão, referente à nota parcial atribuída do primeiro
semestre letivo de 2021.

Prof.º Dr. José Gomes de Matos.

SÃO LUÍS – MA

2021
RESUMO

Este relatório tem por objetivo apresentar os procedimentos e resultados obtidos no sexto experimento da
disciplina Laboratório de Máquinas Elétricas referente aos procedimentos para paralelismo de geradores
síncronos com uma rede (neste caso rede da concessionária de distribuição local), que servem para garantir a
integração de novos geradores síncronos a uma rede existente sem grandes problemas e de forma segura.
Neste documento são mostrados os procedimentos feitos e elaborado comentários a respeito do observado e
aqui exposto.

Palavras-chave: procedimento; geradores; síncronos; paralelismo, rede.


Sumário
1 Introdução.................................................................................................................................................................... 5

1.1 Paralelismo e suas condições...............................................................................................................................5

1.2 Método das Lâmpadas.........................................................................................................................................6

2 Desenvolvimento..........................................................................................................................................................7

2.1 Equipamentos usados..........................................................................................................................................7

2.2 Procedimentos feitos...........................................................................................................................................9

2.3 Itens do Guia......................................................................................................................................................12

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................................14
1 INTRODUÇÃO

1.1 PARALELISMO E SUAS CONDIÇÕES

Figura 1 – Um gerador sendo ligado em paralelo com um sistema de potência que já está operando.

Fonte: autor.

O paralelismo é o procedimento admitido quando se deseja realizar a inserção de novas máquinas


geradoras a um sistema já presente. Isto pode ocorrer, por exemplo, quando se deseja aumentar a
estabilidade do sistema ou a capacidade de potência gerada pelo mesmo. Este procedimento, no entanto,
demanda alguns cuidados/condições para que o mesmo seja executado com sucesso e segurança; essas
condições são necessárias devido a natureza do sinal alternado gerado pelas máquinas geradoras síncronas;
sinais esses que possuem particularidades, como frequência angular elétrica (2π·f·t).
Das condições necessárias para o sucesso do paralelismo, elas são:

(1) A sequência de fase das tensões da rede devem ser iguais a sequência das tensões de fase do gerador.
(2) O valor eficaz da tensão do gerador deve ser igual ao valor eficaz de tensão da rede.
(3) A frequência das tensões induzidas pelo gerador deve ser as mesmas ou levemente superiores às das
frequências presentes na rede.
(4) Os ângulos de fase das duas fases a devem ser iguais.

Esses procedimentos garantem que nem o gerador e nem a rede tornem-se cargas um para o outro, o
que poderia levar um deles a condições de tensões e correntes potencialmente danosos aos equipamentos e
também as pessoas que estiverem ao alcance da rede.
1.2 MÉTODO DAS LÂMPADAS

Figura 2 – Método das três lâmpadas para paralelismo:(a) Em barramento infinito (b) entre dois
geradores.

(a) (b)
Fonte: editado pelo autor.
2 DESENVOLVIMENTO

Esta seção se encarrega de comentar, expor e discorrer sobre os equipamentos usados, procedimentos
feitos, valores anotados experimentalmente e cálculos sobre o mesmo.

2.1 EQUIPAMENTOS USADOS

Para este experimento fez-se reaproveito de montagens anteriores em que entregava potência ao
motor CC por meio de uma fonte de alimentação CC, este motor CC estava com seu eixo acoplado ao eixo
do gerador síncrono de forma que ao converter energia elétrica em mecânica o gerador convertia a energia
mecânica em energia elétrica novamente para que fosse possível realizar paralelismo no mesmo.
Máquina primária: Máquina de corrente contínua usada para acionar o gerador síncrono, em que
possuía-se controle de sua velocidade de rotação. Já usada em experimentos anteriores e neste funcionou
como Motor primário com excitação shunt.
Reostato: Elemento usado em série com o campo shunt da máquina CC para controlar o campo de
excitação nessa configuração.
Gerador síncrono: Objeto central do experimento em que se aplicou o procedimento de paralelismo
por meio do Método das Lâmpadas já explicado na seção1.3 desde relatório. O gerador estava ligado em
estrela e com duas bobinas por fase em paralelo e tensão nominal da conexão sendo 230 V.
Autotransformador conectado com Ponte Retificadora: Estrutura usada para alimentar o campo de
excitação do gerador.
Fonte de alimentação CC: Usada para alimentar a máquina primária CC.

Tabela 1 – Tabela de dados nominais do gerador síncrono e do motor de corrente contínua (motor)

Fonte: Guia experimental 6.

Foi montada também uma estrutura especialmente para aplicar o método das Lâmpadas.
Figura 3 – Estrutura usada no método das lâmpadas.

Fonte: Vídeo do experimento 6.

Na estrutura mostrada na figura 3, pode ser visto um bloco em branco contendo os LED's e os
terminais da rede a direita e os terminais do gerador a esquerda. Ainda nessa estrutura, é possível observar
três multímetros (um para medir a tensão nos terminais do gerador, um para medir a tensão nos terminais da
rede e um para medir a ddp entre ambos), um sequencímetro (para identificar a sequência de fases do
gerador), um amperímetro analógico para medir a corrente do campo shunt e um alicate-amperímetro para
medir (valores da rede).
2.2 PROCEDIMENTOS FEITOS

Assim que efetuada a montagem e atentado para que a mesma atenda as condições necessárias ao
paralelismo pôde-se realizar a energização dos circuitos e iniciar os experimentos.
Figura 4 – Esquemática da montagem em laboratório.

Fonte: Guia experimental 6.


Antes é relevante ressaltar que no experimento percebeu-se uma oscilação no sinal de frequência da
rede de 1,6% e isto se deu pela variação das cargas que eram inseridas e retiradas da rede, evidenciando a
sensibilidade da frequência da rede com o carregamento da própria rede. E também que antes de energizar a
máquina primária foi visto que os LED's, que representavam as lâmpadas no método aplicado, estavam
acesos porque de fato havia diferença de potencial entre os terminais da rede (ao momento 230 V) e os
terminais do gerador síncrono (que estava zerado por não funcionar).
Ao realizar partida na máquina primária que por sua vez acelerava o eixo do gerador, viu-se tensão
gerada na saída do gerador. No primeiro momento, foi notado que o gerador síncrono e a rede da
concessionária estavam com frequências elétricas diferentes, como essa é uma das condições necessárias ao
paralelismo era necessário corrigir essas frequências para que fossem as mesmas. Isto foi feito aumentando a
velocidade da máquina primária reduzindo a corrente do campo da máquina primária, através do incremento
do varistor presente no campo shunt; o que de fato corrigiu as frequências para que as mesmas fiquem em
valores muito próximos. Mesmo assim ainda viu-se brilho nos LED's, indicando diferença de potencial entre
os terminais da rede e do gerador; que por sua vez foi corrigido aumentando a corrente de campo da
máquina síncrona para que ambas fossem de 230 V.
Mesmo atendendo a condição de mesma sequência de fases, praticamente mesma frequência elétrica
e praticamente mesmos valores de tensão eficazes ainda assim viu-se brilho nos LED's mas dessa vez
esporadicamente piscando em uma frequência baixa, indicando que ainda não poderia ser feito o fechamento
da chave entre os dois barramentos. Vale ressaltar neste ponto que esse piscar descrito pode ser
compreendido quando é lembrado que o diagrama de fases das tensões da rede gira com uma velocidade
angular proporcional a frequência da rede e que por sua vez o diagrama de fases das tensões do gerador gira
com uma velocidade angular proporcional a frequência do gerador; ou seja, o momento em que as LED's se
apagam é o momento em que os dois diagramas estão em fase e quando estão ligadas os diagramas estão
defasados.
A saída adotada foi atuar na máquina primária (por meio do reostato no campo shunt) para que ele
atuasse na velocidade de rotação do diagrama fasorial das tensões do gerador com o objetivo deste girasr em
fase ou em velocidade levemente superior com o diagrama fasorial das tensões da rede. De fato, é difícil
conseguir que as LED’s estejam apagadas o tempo todo sem auxílio de sistemas de controle moderno porque
esse é um sistema muito sensível, entretanto para que o paralelismo ocorra de forma sucedida (que era o
objetivo principal), foi preciso apenas que elas estivessem apagadas no momento do fechamento da chave
entre os dois terminais (da rede e do gerador). Dessa forma com o ajuste manual e atenção, assim que as
LED’s apagaram foi feito o fechamento dos terminais do gerador e da rede e o paralelismo completo; de
modo que daquele momento em diante o gerador e a rede estavam sincronizados e apresentaram mesmos
valores de tensão eficaz e frequência elétrica e quando viu-se divergências eram apenas por erros de
medição nos instrumentos diferentes.
Feito o paralelismo, observado o comportamento do gerador em paralelo com a rede. Isto foi feito
por meio de um alicate amperímetro estava convencionado para medir potência positiva quando a energia
fluir no sentido da fonte que alimenta a máquina primária para a rede e negativa quando fluir no sentido
contrário. Quando ocorrer o segundo caso, pode-se afirmar que a máquina síncrona atua como motor e não
como gerador o que é algo indesejado pois uma das motivações do paralelismo é adicionar potência a rede e
não subtraí-la.
No experimento, foi visto que de fato o medidor informava valores negativos de potência, portanto, a
máquina estava atuando como motor e não como gerador. Para corrigir isso, novamente, foi feito
incrementado a corrente de armadura da máquina primária que foi uma solução correta uma vez que após o
incremento o medidor informava potência positiva, ou seja, o gerador estava fornecendo potência a rede.
Então foi observado a natureza do fator de potência do gerador pois o controle e acompanhamento
das potências ativas e reativas são dissociados e não apresentam dependência, enquanto a potência ativa é
controlada pela fonte primária (que ficou aproximadamente constante pois pouco foi alterado na máquina
primária da montagem – o motor CC com excitação shunt), a potência reativa é controlada pela corrente de
campo da máquina síncrona que quando incrementada tendencia o fator de potência a crescer até se tornar
indutivo; o ponto ótimo de operação sendo o fator de potência ser unitário.
Ao primeiro momento estava 0,67 capacitivo. Quando foi feito incremento o fator de potência foi
para 0,83 ainda capacitivo e a medida que a corrente de campo da máquina era incrementado houve aumento
na excitação do gerador síncrono, redução da potência aparente capacitiva, melhoria do fator de potência e
redução da corrente de armadura.
A medida que o fato de potência aumenta foi observado aumento também na tensão terminal da
máquina que cada vez mais foi entrando em uma região de operação conhecida como sobrexcitada (mais
indutiva), vale lembrar que antes ela estava subexcitada (mais capacitiva). Ao ponto que a máquina
apresentava tensão terminal de 235 V e um fp muito próximo ao unitário.
A esse ponto, foi mostrado como usar a variação da corrente de campo para controlar no gerador o
fator de potência, melhorar a corrente de armadura (reduzindo-a, essa corrente é inversamente proporcional
a corrente do campo) e regular a tensão terminal. Assim a máquina síncrona como gerador a corrente de
campo baixa coloca o gerador para funcionar em um regime subexcitado e fp capacitivo e quando a corrente
de campo está elevada o gerador funciona em regime sobrexcitado com fp indutivo.
2.3 ITENS DO GUIA

Esta seção se dedica a responder os itens propostos na seção “6. RELATÓRIO” do documento guia
fornecido aos alunos pelo professor sobre este experimento. Para tal foram mantidos os itens na íntegra;
referenciando isto em itálico.

6.1. Com os dados medidos e anotados na Tabela 1, faça uma análise geral e qualitativa da
operação de geradores síncronos em paralelo com a rede. Como se faz o controle da potência ativa
gerada? Como se faz o controle da potência reativa?
Assim como visto o controle da potência ativa é feito na máquina primária e o controle da potência
reativa é pela corrente de campo
6.2. Identificar as situações em que o gerador opera sobre-excitado e quando ele opera subexcitado.
Assim como visto, o gerador está sobrexcitado quando sua corrente de campo é elevada e
subexcitado quando sua corrente de campo é baixa
6.3. Elabore um esquema (diagrama de blocos) de um sistema capaz de automatizar a sincronização
do gerador síncrono, usando a solução de sincronização que lhe pareceu mais simples de implementar.
REFERÊNCIAS

Chapman, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas [recurso eletrônico] / Stephen J.


Chapman ; tradução: Anatólio Laschuk. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.
Umans, Stephen D. Máquinas elétricas de Fitzgerald e Kingsley [recurso eletrônico] / Stephen D.
Umans; tradução: Anatólio Laschuk. – 7. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014.

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