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Ética

Código Deontológico Princípios éticos para atuação do Psicólogo

Criação da Ordem dos Psicólogos ––Lei 57/2008Lei 57/2008

Código Deontológico:

 Publicado na 2ª Série do Diário da República a 20 de Abril de 2011


 1ª Revisão publicado no Diário da República 2ª Série nº 246/2 de dia 26 de Dezembro
de 2016.

-Conjunto de princípios e deveres gerais que devem reger o comportamento profissional dos
psicólogos;

- Identificar princípios e promover o raciocínio ético;

- Base para pensar respostas e orientar a atuação e prática clínica do psicólogo;

- A pertença à Ordem dos Psicólogos obriga ao cumprimento dos princípios estabelecidos no


presente Código Deontológico.

 Conjunto de princípios e deveres gerais que devem reger o comportamento


profissional dos psicólogos:

Princípios gerais:

a) Atuar com independência e isenção profissional;


b) Prestigiar e dignificar a profissão;
c) Colocar a sua capacidade ao serviço do interesse público;
d) Empenhar-se no estabelecimento de uma dinâmica de cooperação social com o
objetivo de melhorar o bem-estar individual e coletivo;
e) Defender e fazer defender o sigilo profissional;
f) Exigir aos seus membros e colaboradores o respeito pela confidencialidade;
g) Utilizar os instrumentos científicos adequados ao rigor exigido na prática da sua
profissão;
h) Conhecer e agir com respeito pelos preceitos legais e regulamentares;
i) Respeitar as normas de incompatibilidade que decorram da lei.

Deveres gerais;

a) Abster-se de sancionar documentos ou de fazer declarações que indevidamente


resultem em favorecimento próprio ou de outrem;
b) Evitar deturpação da interpretação do conteúdo, explicito ou implícito, de documentos
de apoio técnico ao exercício da profissão, com o intuito de iludir a boa-fé de outrem;
c) Defender os princípios da ética da profissão, recusando colaborar ou participar em
qualquer serviço ou empreendimento que julgue ferir esses princípios;
d) Exercer a sua atividade em áreas dentro da psicologia para as quais tenha recebido
formação especifica;
e) Recusar quaisquer interferências no exercício da sua atividade que ponham em causa
aspetos técnico-científicos ou éticos do exercício profissional, sejam quais forem as
suas funções e dependências hierárquicas ou o local onde exerce a sua atividade;
f) Abster-se de utilizar materiais específicos da profissão para os quais tenha recebido
formação, que saiba desatualizados ou que sejam desadequados ao contexto de
aplicação.

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Ética

-O que acontece se um psicólogo não seguir, violar, princípios e deveres do código


deontológico?

-Em que situações se pode fazer queixa contra um psicólogo?

Artigo 2.º do regulamento, "Considera-se infração disciplinar toda a ação ou omissão que
consista na violação dolosa ou culposa, por qualquer membro da Ordem, dos deveres
consignados no Estatuto, no Código Deontológico e nos respetivos regulamentos.

-Quem pode fazer queixa ou denúncia de má prática?

-Como fazer uma queixa/ reclamação, denúncia de má prática?

https://www.ordemdospsicologos.pt/pt/orgaos_sociais/conselho_jurisdicional

Procedimento disciplinar: averiguar e punir no caso de incumprimento dos deveres


deontológicos.

i. Instrução: investigar a existência de uma infração;


ii. Defesa do visado: possibilidade do acusado de expor a sua apreciação dos fatos;
iii. Decisão: conselho jurídico decide pela absolvição ou punição do visado
- a sanção pode consistir numa advertência, numa repreensão registada ou, nos casos
mais graves, na suspensão ou na expulsão do membro
iv. Execução: nos casos em que seja decidida a suspensão ou expulsão do visado, tem
lugar a execução da decisão, com a suspensão ou cancelamento da sua inscrição na
ordem.

Infração disciplinar:

 Leve - violação de forma pouco intensa dos deveres profissionais a que se encontra
adstrito no exercício da profissão;
 Grave – violação de forma séria dos deveres profissionais a que se encontra adstrito
no exercício da profissão;
 Muito grave – violação dos deveres profissionais a que está adstrito no exercício da
profissão, afetando a sua conduta, a dignidade e o prestígio profissional de tal forma
que fique definitivamente inviabilizado o exercício da profissão.

As infrações disciplinares são puníveis a título de dolo ou negligência.

Sanções disciplinares:

a) Advertência: aplicada ao membro que cometa infração com culpa leve, de que não
tenha resultados prejuízos graves para terceiros nem para a ordem;
b) Obrigação de prática supervisionada até ao máximo de 12 meses: aplicada ao
membro que cometa infração disciplinar que resulte de manifesto défice de
formação.
c) Repreensão registada: aplicada ao membro que cometa infração com negligência
grave, mas sem consequência assinalável, ou que reincida nas infrações referidas
anteriormente.
d) Suspensão até ao máximo de 24 meses: aplicável ao membro que cometa infração
interdisciplinar que afete gravemente a dignidade e o prestígio da profissão, ou lese
direitos ou interesses relevantes de terceiros.

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Ética

e) Expulsão: aplicável a infração muito grave quando a infração tenha posto em causa a
vida, a integridade física das pessoas, ou seja, gravemente lesiva da honra ou do
património alheios.

 Conselho Jurisdicional - constituído por cinco psicólogos (não renumerados) e um jurista.


 Presidente: Mário Jorge Silva
 Vogais: Ana Torres ; Ana Ribas; Hélio Bento Ferreira; Ana Conde
 Consultor Jurídico: Duarte Lebre de Freita
 2010 a 2014 - 171 processos/queixas – 8 pedidos de recurso

Princípios Gerais:

 Princípio A - Respeito pela dignidade e direitos da pessoa;


 Princípio B - Competência;
 Princípio C - Responsabilidade;
 Princípio D - Integridade;
 Princípio E - Beneficência e Não-maleficência.

Orientações para guiar e inspirar os psicólogos para uma atuação centrada nos ideais da
intervenção psicológica.

 Princípio A – Respeito pela dignidade e direitos da pessoa:

Os psicólogos devem respeitar as decisões e os direitos da pessoa, desde que estes sejam
enquadrados num exercício de racionalidade e de respeito pelo outro. Nesta perspetiva, não
devem fazer distinções entre os seus clientes por outros critérios que não os relacionados com
os problemas e/ou questões apresentadas, e devem, com a sua intervenção, promover o
exercício da autonomia dos clientes.

Este princípio obriga o psicólogo a olhar para a pessoa como um ser único, com vontade
própria que, mais do que ser respeitada deverá ser promovida no contexto relacional
característico da pessoa humana.

Obriga o psicólogo a respeitar e a promover a autonomia e autodeterminação do seu cliente,


aceitando de uma forma incondicional todas as suas opiniões, preferências, credos e todas as
características decorrentes da afirmação do seu caracter, desde que integradas num quadro de
coerência e de respeito pelo outro.

Ex.: “Terapias de conversão” ou “Cura Gay”

 Princípio B – Competência:

O psicólogo tem como obrigação exercer a sua atividade de acordo com os pressupostos
técnicos e científicos da profissão, a partir de uma formação pessoal adequada e de uma
constante atualização profissional, de forma a atingir os objetivos da intervenção psicológica
para não prejudicar o cliente e não contribuir para o descredito da profissão.

Boas praticas baseadas em conhecimentos científicos atualizados e não presta serviço para o
qual não esta qualificado devido ao risco acrescido de prejudicar seriamente alguém.

Uma atuação pouco competente poderá levar ao questionamento da credibilidade do


profissional e da profissão, além do prejuízo que o seu cliente poderá sofrer.

Ex.: Técnicas e áreas de atuação específicas

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Ética

 Princípio C – Responsabilidade

O psicólogo deve ter consciência das consequências que o seu trabalho pode ter junto das
pessoas, da profissão e da sociedade. Devem contribuir para os bons resultados do exercício
da sua atividade nestas diferentes dimensões e assumir a responsabilidade pela mesma. Deve
saber avaliar o nível de fragilidade dos seus clientes, pautar as suas intervenções pelo respeito
absoluto da vulnerabilidade, e promover e dignificar a sua atividade.

O psicólogo é responsável por proporcionar, dentro das suas possibilidades, a devolução da


autonomia ao cliente que a ele recorre e deve ajudar todos aqueles que necessitem dos seus
serviços profissionais.

Deve ter consciência das consequências do seu trabalho e que o aplique em prol do bem-estar
da pessoa.

O profissional deve assumir a escolha, a aplicação e as consequências dos métodos e técnicas


que aplica, bem como os seus pareceres, perante as pessoas, os grupos e a sociedade, e
respeitar escrupulosamente o código deontológico.

Ex.: Relatórios, avaliações.

 Princípio D – Integridade:

O psicólogo deve ser fiel aos princípios de atuação da profissão promovendo-os de uma forma
ativa. Deve prevenir e evitar os conflitos de interesse e, quando estes surgem, deve contribuir
para a sua revolução, atuando sempre de acordo com as suas obrigações profissionais.

A integridade poderá ficar comprometida sempre o profissional se deixar influenciar pelas suas
próprias motivações ou crenças, preconceitos e juízos morais, nos casos em que surjam
conflitos de interesse pessoal, profissional e institucional, dilemas centrados nas hierarquias
ou mesmo a partir de pedidos não razoáveis dos clientes.

Frente a dificuldades o profissional deverá promover a discussão das diferentes perspetivas


em equação, tentando encontrar situações de compromisso que respeitem os princípios
gerais, específicos e linhas de orientação da prática da Psicologia.

Ex.: Terapia de Casal, Grupo.

 Princípio E – Beneficência e Não-maleficência:

O psicólogo deve ajudar o seu cliente a promover e a proteger os seus legítimos interesses.
Não deve intervir de modo a prejudica-lo ou a causar-lhe qualquer tipo de dano, quer por
ações, quer por omissão.

O psicólogo desenvolve o seu trabalho na promoção de bem-estar físico, psíquico e social de


pessoas, grupos, organizações e comunidades. É seu dever se preocupar em fazer o bem ao
seu cliente e evitar prejudicá-los.

Quando surgem conflitos de interesse o psicólogo deve fazer o máximo esforço para minimizar
dos danos. Deverá ter sempre o melhor interesse do cliente como referência, procurando
ajudá-lo e nunca o prejudicar. Deve ser sempre evitado todo o prejuízo que resultar de uma
atuação grosseira, negligente propositadamente malévola ou não fundamentada em
conhecimentos científicos atualizados.

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O psicólogo pode recusar-se a estabelecer relações profissionais com clientes que estejam a
ser assistidos simultaneamente por um colega, sempre que entender que tal duplicação de
intervenções possa ser prejudicial para o cliente.

Princípios Específicos:

1. Consentimento Informado:

Fornecer informação ao cliente e assegurar a sua compreensão através da clarificação e


discussão das informações para obter o consentimento informado por parte do cliente no
início da relação profissional.

- Consentimento informado do representante legal do cliente;

- Garantir a participação voluntária;

- Situações agudas – intervir em tempo útil de forma a garantir o bem-estar do cliente e de


terceiros;

- Processo legal – psicólogo deve clarificar o seu papel e os limites da confidencialidade da


informação recolhida, enfatizar a importância da colaboração no trabalho e discutir as
consequências prováveis de intervenção para o cliente;

- Registo da informação – consentimento escrito para registros fotográficos, áudio, vídeo e


posterior utilização dos dados obtidos.

2. Privacidade e Confidencialidade:

O psicólogo tem a obrigação de assegurar a manutenção da privacidade e confidencialidade de


toda a informação a respeito do seu cliente, obtida direta ou indiretamente, incluindo a
existência da própria relação, e de conhecer as situações especificas em que a
confidencialidade apresenta algumas limitações éticas ou legais.

- Recolha e registo de informação estritamente necessária;

- Informar o cliente sobre o tipo de utilização dos registos, como será conversado, por quanto
tempo e quem tem acesso;

- O cliente tem direito de acesso à informação sobre si próprio;

- Para divulgação de informação confidencial o psicólogo deve ter autorização prévia do


cliente;

- A não manutenção da confidencialidade pode justificar-se sempre que existir uma situação
de perigo para o cliente ou para terceiros que possa ameaçar de forma grave a sua integridade
física e psíquica, ou qualquer forma de maus-tratos a menores de idade ou adultos indefesos
(deficientes ou vulneráveis);

- Informação confidencial é transmitida apenas a quem se considerar de direito e


imprescindível para uma intervenção adequada e o cliente deve ser informado antes dessa
partilha de informação ocorrer;

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- O psicólogo que trabalha em equipas interdisciplinares pode transmitir apenas a informação


que for estritamente necessário para os objetivos em causa, e o cliente deve ser avisado e
esclarecido sobre essa possibilidade de partilha de informação dentro da equipa;

- Cliente criança, adolescente, adulto indefeso – partilha-se com o responsável legal apenas a
informação estritamente necessária para que se possa atuar em seu benefício;

- Serviços prestados por meios informáticos – informar o cliente sobre eventuais riscos e
limitações relativos à manutenção da privacidade e confidencialidade.

- Em apresentações (formação, ensino) é sempre protegida a identidade do cliente, e em casos


de haver possibilidade de identificação do cliente, deve-se assegurar previamente o
consentimento informado;

- Situações legais – solicitação de informação confidencial sobre o cliente é enviada para um


destinatário específico e apenas a informação relevante deve ser fornecida, e o cliente deve
ser informado previamente da informação a ser revelada;

- Se o psicólogo considera que a divulgação de informação confidencial pode ser prejudicial


para o seu cliente, podem invocar o direito de escusa (de acordo com o disposto no art.º 135º
do Código de Processo Penal);

- A não manutenção da confidencialidade pode justificar-se se o psicólogo for processado pelo


cliente. Nessa situação, o psicólogo transmite apenas a informação considerada necessária
para assegurar o seu processo de defesa.

3. Relações Profissionais:

O psicólogo respeita as relações profissionais, competência especifica, deveres e


responsabilidades de colegas e outros profissionais;

- Promover a boa prática da Psicologia colaborando com os colegas, independentemente de


estes utilizarem os mesmos ou outros modelos teóricos ou metodologias de intervenção;

- Encaminhar clientes sempre que não tenha competência ou manifeste impossibilidade de


assumir a intervenção;

- O psicólogo é independente e tem autonomia profissional para o exercício da sua profissão;

- O psicólogo contribui e coopera com a instituição para a qual colabora, desde que não sejam
contrárias aos princípios do Código Deontológico.

- Pautar as suas relações profissionais pela integridade, não desviando casos da instituição
pública para a prática privada, e não julgando ou criticando outros colegas ou outros
profissionais de forma não fundamentada;

- O psicólogo respeita as relações profissionais, a competência especifica, os deveres e a


responsabilidade de outros, e limitam o seu trabalho ao âmbito da sua competência;

- Sensibilizar os colegas para a boa prática da psicologia e quando toma conhecimento de um


desrespeito grave ou reiterado por parte de outro psicólogo deve:

a. Informar esse colega do seu desrespeito pelo atual Código Deontológico;


b. Proceder a uma exposição escrita ao Conselho Jurisdicional da OPP, órgão competente
para analise deste tipo de conteúdo.

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O psicólogo deve denunciar outras pessoas que desempenham funções para as quais apenas o
psicólogo está habilitado.

4. Avaliação Psicológica:

A avaliação psicológica concretiza-se através da utilização, de protocolos válidos e deve


responder as necessidades objetivas de informação, salvaguardando o respeito pela
privacidade da pessoa;

- Ato exclusivo da Psicologia;

- As técnicas e instrumentos de avaliação são utilizados por psicólogos qualificados com


formação, experiência e treino específico para a administração, cotação, interpretação dos
mesmos;

- É necessário a obtenção de consentimento informado para os processos de avaliação ou


diagnostico psicológico, exceto quando estes fazem parte das atividades de rotina
institucional, organizacional ou educacional, que correspondam a uma solicitação
regulamentada na lei ou pretendam identificar a capacidade de tomada de decisão;

- Deve-se selecionar e utilizar de modo adequado e válido o protocolo de avaliação


(entrevistas, testes e instrumentos de avaliação psicológica) para justificar formulações e
conclusões incluídas em avaliações, diagnósticos, relatórios e pareceres;

- Os materiais e protocolos de avaliação (manuais, instrumentos e sistemas de cotação e


interpretação) não são disponibilizados aos clientes ou a outros profissionais não qualificados,
assegurando a proteção e segurança dos materiais, prevenindo a sua divulgação para o
domínio público;

- O psicólogo só deve utilizar instrumentos de avaliação validados para a população portuguesa


e deve ter conhecimento das condições para a administração, cotação e interpretação dos
resultados dos mesmos;

- O psicólogo deve proporcionar explicações objetivas sobre a natureza e finalidade da


avaliação, dos limites dos instrumentos, resultados e interpretações formuladas. O psicólogo
faz uma entrevista de devolução dos resultados da avaliação, onde explica os dados constantes
no relatório e possibilita ao cliente a manifestação de dúvidas e o seu esclarecimento;

Relatórios Psicológicos:

- Devem ser documentos escritos objetivos e rigorosos e inteligíveis que fornecem informação
relevante que permita dar resposta às questões e pedidos de avaliação considerados
pertinentes;

- Os psicólogos devem ponderar as consequências das informações disponibilizadas nos


relatórios, considerar citicamente o carácter relativo das avaliações e interpretações, e
especificar o alcance, limites e grau de certeza dos conteúdos comunicados;

- Os relatórios incluem o nome do psicólogo e o número da cédula profissional;

- Se o cliente pretender uma segunda opinião de outro psicólogo, dados mais completos de
avaliação devem ser enviados diretamente a este último, para evitar interpretações incorretas
por parte do cliente e assegurar a segurança e integridade dos materiais de avaliação.

5. Prática e Intervenção Psicológicas:

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Ética

- O psicólogo deve seguir modelos teóricos disponíveis e os princípios associados a um


exercício cientificamente comprovado, rigoroso e responsável (princípios da beneficência e
não-maleficência e competência especifica), salvaguardando o respeito pelas diferenças
individuais e o consentimento informado:

- O psicólogo deve exercer a sua prática dentro dos limites da sua competência especifica,
como base na sua formação, treino, experiência e desenvolvimento profissional, procurando
atualizar-se ao longo do seu percurso profissional;

- Obter sempre o consentimento informado no início da atividade profissional com o cliente;

- O psicólogo deve assegurar a maior isenção e objetividade possível explicitando junto do


cliente as limitações inerentes a esse mesmo processo, e não discriminar os seus clientes em
razão de qualquer tipo de fator ou condição.

- Quando atuam com populações minoritárias devem obter conhecimento profissional e


científico relevante para intervir de forma ética e eficaz, adequando as suas intervenções
a fatores importantes como idade, sexo, orientação sexual, identidade de género, etnia,
origem cultural, nacionalidade, religião, língua, nível socioeconómico e outros.

- O psicólogo deve prevenir e evitar eventuais conflitos de interesse, portanto não deve
estabelecer relação profissional com quem mantenha ou tenha mantido uma relação prévia de
outra natureza. Não devem desenvolver outro tipo de relações com os seus clientes ou com
pessoas próximas dos seus clientes, sendo responsável por qualquer prejuízo que possa vir a
ocorrer nesse contexto;

- O psicólogo não se envolver em relações românticas ou sexuais com os clientes;

- A publicidade profissional é feita com exatidão e rigor e restringe-se à divulgação de


informação sobre tipos de intervenção e títulos que o psicólogo é detentor;

- O psicólogo atua em instalações adequadas que garantam a privacidade do cliente.

- Intervenção à distância – atenção as limitações e dificuldades deste tipo de intervenção (ex.,


telefone, internet, etc.) e discutir previamente as mesmas com os seus clientes. Neste
contexto, a responsabilidade do psicólogo é igual a qualquer outro tipo de intervenção.

- Honorários - são fixados de forma a representar uma justa retribuição pelos serviços
prestados e discutidos com o cliente antes do estabelecimento da relação profissional.

- Conclusão da intervenção - quando alcançados os objetivos propostos, em casos de


ineficácia da intervenção, ou quando se observa qualquer tipo de constrangimento à
continuação, incluindo situações de ameaça por parte dos clientes. Se necessário o cliente
pode ser referenciado a outro profissional que possa continuar o processo de intervenção de
uma forma adequada.

6. Ensino, Formação e Supervisão Psicológicas:

- Os programas de ensino, formação e supervisão apresentam conteúdos, objetivos e


requisitos de admissibilidade e avaliação bem definidos, e devem refletir uma formulação atual
e representativa das matérias, com referência a críticas fundamentadas;

- Importância da formação especializada e manter-se informados sobre os desenvolvimentos

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científicos e profissionais da sua área de trabalho;

- Supervisão - atividade psicológica especializada, fundamentada em conhecimento teórico e


empírico, por isso requer formação e responsabilidade pela atualização relativa a
conhecimentos científicos, princípios éticos, legislação, e outros documentos relevantes para
a promoção da qualidade da atividade de supervisão;

- Os supervisores partilham a responsabilidade com o Supervisor pelo bem-estar dos clientes


e pela privacidade e confidencialidade da informação;
- Os docentes, formadores, supervisores ou orientadores não se envolvem em relações
românticas ou sexuais com os estudantes, supervisandos ou estagiários com os quais possam
ser uma autoridade em termos avaliativos, e devem evitar outro tipo de relações que
possam diminuir a objetividade do processo de avaliação;

- Os docentes, formadores, supervisores e orientadores defendem a aplicação do Código


Deontológico pelos estudantes, supervisandos, etc. no exercício das suas competências;

- Devem ser proporcionadas aos estudantes e profissionais, no seu processo de


aprendizagem, formação e supervisão, condições para uma reflexão sobre as questões éticas
associadas à prática profissional e investigação em Psicologia.
7. Investigação:

- Os psicólogos investigadores têm em conta o princípio geral da beneficência e não-


maleficência, que o leva a colocar em primeiro lugar o bem-estar dos participantes nas
investigações, e o princípio geral da responsabilidade social no sentido da produção e
comunicação de conhecimento científico válido e suscetível de melhorar o bem-estar das
pessoas;

- Não causar danos físicos e/ou psicológicos aos participantes nas investigações;

- O investigador avalia os potenciais riscos para a saúde, bem-estar, valores ou dignidade do


participante para eliminá-los ou minimizá-los antes de decidir pela realização de uma
investigação. Os potenciais riscos e benefícios devem ser comunicados adequadamente aos
participantes;

- Participação voluntária- ninguém pode ser obrigado ou coagido a participar numa


investigação. Compensação, monetária ou outra, não pode constituir um estímulo que leve o
participante a ignorar riscos eventuais da sua participação.

- Os investigadores fornecem aos participantes a informação necessária sobre a investigação


que permita uma decisão informada quanto aos potenciais riscos e benefícios em participar.

- Nos casos em que os participantes não têm capacidade para dar consentimento informado, o
consentimento deve ser fornecido pelos seus representantes legais, mas a manifestação de
recusa por parte do participante pode ser impeditiva da sua participação.

- Anonimato e confidencialidade de dados recolhidos - no contexto de investigação só se


recolhem os dados pessoais estritamente necessários à investigação e os mesmos são
mantidos confidenciais.

- Uso do engano em investigação – utilizado apenas quando tem justificação significativa e


fundamentada cientificamente;

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Ética

- Em todas as investigações oferece-se aos participantes a oportunidade de obter informação


sobre os objetivos, resultados e conclusões da investigação. O esclarecimento pós-investigação
é obrigatório quando o engano fizer parte do procedimento;

- Investigação com animais – assegurado condições de vida adequadas e evita-se o sofrimento


desnecessário;

- Os investigadores asseguram que as investigações sãorealizadas de acordo com os princípios


mais elevados de integridade científica;

- Os investigadores não fabricam resultados, incluindo invenção, manipulação ou apresentação


seletiva de resultados e corrigem publicamente erros encontrados;

- Comunicação de resultados das investigações de forma adequada para a comunidade


científica e o público em geral não fazendo afirmações públicas falsas ou fraudulentas;

- Os investigadores não apresentam partes de trabalhos ou ideias de outros autores como


suas e dão crédito autoral em trabalhos publicados a todos que o realizaram de forma
significativa;

- Os investigadores cumprem estas regras e asseguram o cumprimento por todos que com
eles colaborem e/ou estejam sob a sua supervisão.

8. Declarações Públicas:

- As declarações públicas prestadas (programas de rádio e televisão, artigos em jornais ou


revistas, conferências e internet), devem pautar-se no respeito as regras deontológicas da
profissão. E devem ser considerados os princípios da competência específica, privacidade e
confidencialidade, respeito pela dignidade da pessoa, integridade, beneficência e não-
maleficência;

- Em declarações públicas (verbais ou escritas utilizando os media ou outras formas de


divulgação) o psicólogo deve observar o princípio do rigor e da independência, abstendo-se
de fazer declarações falsas ou sem fundamentação científica, deve relatar os factos de forma
criteriosa com base em fundamentação científica adequada;

- O psicólogo limita as suas declarações públicas apenas a temas para os quais têm formação e
experiência específicas;
- O psicólogo reconhece o impacto das suas declarações junto do público, em função da
credibilidade da ciência que representa. Este facto aumenta a sua responsabilidade em relação
às suas afirmações, uma vez que o psicólogo representa uma classe profissional;

- Quando solicitado a comentar publicamente casos particulares, o psicólogo pronuncia-se


sobre os problemas psicológicos em questão, mas não sobre os casos em específico.

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