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Universidade Nilton Lins

Ricardo de Freitas Pereira Filho

Resumo das Apresentações de Pediatria

Manaus-Amazonas

2022
Universidade Nilton Lins

Ricardo de Freitas Pereira Filho

Resumo das Apresentações de Pediatria

Trabalho solicitado para


conclusão do módulo de pediatria
sob a orientação da dra.
Wandrycya Dalprá.

Manaus-Amazonas

2022
TESTE DO PEZINHO

Trata-se de Programa nacional de triagem neonatal, início em 2001, com implementação


em fases, cujo objetivo é a identificação de doenças crônicas congênitas cujo diagnóstico e
tratamento precoce reduzem a morbimortalidade e aumentam a qualidade de vida.

É coletado através de punção na lateral da região plantar do calcanhar, onde é


armazenado em papel filtro (sangue seco). Deve ser realizado sempre após 48 horas de vida
(ideal: entre 3 e 5 dias de vida).

FENILCETONÚRIA

Trata-se de um erro inato do metabolismo de aminoácidos e tem caráter autossômico


recessivo. A partir de 3 meses de vida se manifesta com: atraso no DNPM; convulsões; urina
com cheiro característico – fenilcetonúria; lesões cutâneas.

DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE

Trata-se de um erro inato do metabolismo de carboidratos e lipídios, de caráter


autossômico recessivo, onde há alteração na enzima biotinidase, causando incapacidade de
reciclar a biotina.

O quadro clínico envolve: crises epilépticas. Hipotonia; microcefalia; atraso no DNPM.


O tratamento é feito com suplementação de biotina

HEMOGLOBINOPATIAS

A mais característica é a anemia falciforme, mas também pode indicar talassemias e


hemoglobinopatias C.

HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA

Trata-se de grupo de doenças autossômicas recessivas, caracterizado como deficiência


de uma das enzimas necessárias na síntese de esteroides no córtex da adrenal; deficiência de
21-hidroxilase: >90% dos casos. A partir do colesterol temos a síntese hormonal, havendo
comunicações inter e intracadeia.

FIBROSE CÍSTICA

Esta patologia retrata defeito no canal de cloro e bicarbonato CFTR, menos sal e água
nas secreções. Acomete glândulas exócrinas, gerando desequilíbrio de fluidos e eletrólitos,
como Doença pulmonar e Doença gastrointestinal

DIARREIA AGUDA

DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO:

A diarreia pode ser definida como o aumento do número de evacuações, sendo no


mínimo três, em um período de 24 horas, com diminuição da consistência das fezes. Em recém-
nascidos e lactentes jovens, é importante saber o hábito intestinal normal da criança para
classificar como diarreia.

A diarreia aguda pode durar até 14 dias e determina a perda de volumes e fluidos,
podendo levar à desidratação. Pode ser causada por bactérias, protozoários ou, na maioria das
vezes, vírus, com má absorção e/ou secreção de água e eletrólitos. Grande parte dos casos tem
evolução autolimitada e benigna.

Após 14 dias e em caso de instabilidade hidroeletrolítica, a diarreia pode ser classificada


como persistente. Por fim, duração superior a 30 dias ou a ocorrência de três episódios no
período de 60 dias, consequente ao maior conteúdo de água fecal, associada ou não à síndrome
de má absorção, pode ser classificada como diarreia crônica.

Também é importante falar sobre a disenteria, que é caracterizada pela presença de


sangue nas fezes. Representa lesão na mucosa intestinal e pode associar-se com infecção
sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella são os
principais agentes etiológicos.

ETIOLOGIA E QUADRO CLÍNICO


A maioria dos episódios diarreicos agudos é de origem infecciosa ou parasitária. O
rotavírus é classicamente o principal responsável pela DDA na criança, causando 20 a 30% de
todos os episódios de diarreia. Já nas bactérias, além da Shigella, vale ressaltar também E. coli
enteroinvasiva, Yersinia, V. cholerae, C. difficile e Salmonella não tifoide. Dentre os parasitas,
destacam-se e protozoários como Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, entre outros.

As diarreias bacterianas seguem padrão semelhante entre si, com febre, vômitos,
toxemia e distensão abdominal; em alguns casos, as fezes apresentam muco e sangue e são
acompanhadas de cólicas intensas que melhoram com a evacuação. O aspecto comum à diarreia
aguda, não importando o agente, é o seu risco potencial de causar desidratação e distúrbios
eletrolíticos, um dos principais fatores determinantes da morbimortalidade.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico é eminentemente clínico. A investigação da etiologia da diarreia aguda


não é obrigatória em todos os casos. Deve ser realizada nos casos graves e nos pacientes
hospitalizados.

Para o tratamento, é importante classificar a criança em sem desidratação e desidratação


leve/moderada. Na criança sem desidratação, o tratamento é oferecer líquidos com maior
frequência que o habitual, manter a alimentação habitual da criança, oferecer Sais de
Reidratação Oral (SRO) após cada episódio de evacuação líquida ou vômito. O volume a ser
oferecido é de 50 a 100 mL para crianças de até 1 ano e de 100 a 200 mL para as crianças acima
de 1 ano.

Para as crianças que apresentam esse tipo de desidratação, preconiza-se a TRO ou o


plano B. São situações em que a TRO deve ser realizada na Unidade de Saúde e supervisionada
de maneira adequada. Inicialmente, deve-se pesar a criança sem roupa; anotar vômitos, diurese
e evacuações; calcular reposição de 50 a 100 mL/kg, até desaparecerem os sinais de
desidratação; oferecer líquidos em volumes pequenos e frequentes com colher ou seringa. Após
a primeira hora, deve-se reavaliar o paciente e observar se a hidratação está sendo efetiva.

Quanto aos sintomáticos, para êmese é recomendado ondansetrona na dose de 0,15


mg/kg nos casos de desidratação leve ou moderada com vômitos durante o plano B.
Antiespasmódicos e antidiarreicos são contraindicados, pois, além de não oferecer benefícios
na evolução do processo, pode causar complicações. O uso de probióticos tem mostrado efeito
mais promissor mediante melhor balanço microbiano intestinal. Diversos estudos têm mostrado
que a suplementação de zinco diminui a gravidade e a duração do quadro diarreico, bem como
a ocorrência de novos episódios nos meses subsequentes. Dessa forma, a OMS e o Ministério
de Saúde recomendam o uso de zinco para crianças com diarreia, na dose de 10, em lactentes
menores de 6 meses, a 20 mg/d, em lactentes a partir de 6 meses de idade até os 5 anos. Quanto
aos antibióticos, seu uso de antibióticos restringe-se a situações especiais, como: diarreia
causada pelo Vibrio cholerae; evolução para quadro séptico; imunodeprimidos; doença
prolongada e debilitante

PRIMEIRO ATENDIMENTO AO RECÉM-NASCIDO

O primeiro atendimento ambulatorial do recém-nascido deve acontecer no primeiro mês


de vida, preferencialmente na primeira semana. Nesta consulta, deverá ser realizado exame
físico detalhado para identificar quaisquer tipos de atipicidades precocemente.

É necessário dar apoio e aconselhamento quanto a temas como: aleitamento materno,


alimentação, vacinas, cuidados gerais, higiene e etc.

LARINGITE

DEFINIÇÃO E QUADRO CLÍNICO

A laringite, a laringotraqueíte, a laringotraqueobronquite e a epiglotite formam o grupo


das obstruções agudas inflamatórias das vias aéreas superiores que apresentam como sinal
clínico comum o estridor. Essas doenças se manifestam clinicamente por graus variados de
obstrução e inflamação das vias aéreas superiores. Também em conjunto correspondem à
síndrome clínica conhecida como “síndrome do crupe”, cujos sintomas em comum são tosse
metálica, rouquidão, estridor e graus variáveis de desconforto respiratório.

ETIOLOGIA E DIAGNÓSTICO
O crupe geralmente é causado por vírus, embora possa ocorrer infecção bacteriana
secundária. Os principais agentes envolvidos são os vírus parainfluenza (tipos 1, 2 e 3),
influenza A e B e vírus sincicial respiratório.

O diagnóstico das patologias obstrutivas inflamatórias das vias aéreas superiores é


clínico, pela história e pelo exame físico. Exames de imagem não são necessários. Exames
laboratoriais não estão indicados nos quadros virais e, se colhidos, hemograma e exame de PCR
não apresentam alterações significativas.

TRATAMENTO E CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO

O crupe viral é autolimitado, com duração de três a sete dias. O tratamento é direcionado
primariamente ao alívio do desconforto respiratório e a manutenção das vias aéreas patentes.
Nos casos leves — taquipneia e desconforto respiratório ausentes ou leves, sem hipoxemia e
sem piora do estado geral — o tratamento é feito em ambiente domiciliar, com inalação com
soro fisiológico e sintomáticos. Embora o uso da inalação com soro fisiológico seja bastante
comum, essa medida não tem eficácia comprovada e não deve ser utilizada se deixar a criança
mais agitada. Pode ainda ser utilizada a dexametasona seguida de alta para casa.

Nos casos em que há taquipneia ou desconforto respiratório importante, hipoxemia


(SatO2 abaixo de 92%) ou acometimento do estado geral, o tratamento é realizado com
corticoide sistêmico e inalação com adrenalina pura. O corticoide sistêmico tem efeito
comprovado na redução da gravidade dos sintomas, da necessidade e da duração da
hospitalização, da necessidade de admissão em UTI e da necessidade de associação de outras
drogas para o tratamento. Recomenda-se o uso da dexametasona visto que é um potente
glicocorticoide e tem período de ação maior do que 48 horas. Hoje já é reconhecida também a
ação de corticoide inalatório no tratamento das laringites (budesonida).

A inalação com adrenalina pode ser realizada apenas em ambiente hospitalar e, após sua
realização, é necessário um período mínimo de observação por seis horas, pelo risco de efeito
rebote. A criança deve ser mantida na forma mais tranquila e confortável possível, muitas vezes
no colo dos pais, para evitar a piora do desconforto respiratório. A epinefrina inalatória tem
efeito ultrarrápido nos sintomas do crupe, diminuindo quase que instantaneamente o estridor e
os sintomas de falência respiratória. Está indicada no crupe moderado ou grave e crianças com
procedimento ou manipulação prévias da via aérea superior, sendo utilizada na dose de 0,5
ml/kg de epinefrina até dose máxima de 5 ml (cinco ampolas) de epinefrina não diluída por
dose da mistura do lisômero de epinefrina (1:1000).

Alguns critérios que indicam internação no crupe são: suspeita de epiglotite; estridor
progressivo; estridor intenso em repouso; dificuldade respiratória; hipóxia; cianose e/ou
palidez; alteração do nível de consciência; desidratação ou incapacidade de ingerir líquidos;
febre alta e sinais de toxemia; ausência de resposta à inalação com adrenalina ou piora do
quadro 2 horas após a inalação.

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