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A maturação dos linfócitos B e T envolve uma série de eventos que ocorrem nos órgãos linfoides
geradores. Esses eventos incluem os seguintes:
o Comprometimento das células progenitoras com as linhagens linfoides B ou T.
o Proliferação das células progenitoras e das células comprometidas imaturas em estágios iniciais específicos
do desenvolvimento, criando um amplo pool de células capazes de gerar linfócitos úteis.
o O rearranjo sequencial e ordenado de genes do receptor antigênico e a expressão de proteínas desse
receptor. (Os termos rearranjo e recombinação são usados de modo intercambiável.)
o Eventos de seleção que preservam células que produziram proteínas funcionais do receptor antigênico e
eliminam células potencialmente perigosas que reconhecem fortemente autoantígenos. Esses pontos de
controle durante o desenvolvimento garantem que os linfócitos que expressam receptores funcionais com
especificidades úteis amadureçam e entrem no sistema imune periférico.
o Diferenciação de células B e T em subpopulações funcional e fenotipicamente distintas. As células B se
desenvolvem em células foliculares, da zona marginal e B-1. As células T se desenvolvem em linfócitos T αβ
CD4+ e CD8+, células T natural killer (NKT), células MAIT e células T γδ. As propriedades e funções dessas
diferentes populações de linfócitos são discutidas em capítulos posteriores.
MATURAÇÃO DE LINFÓCITOS T
O desenvolvimento de linfócitos T maduros a partir de progenitores comprometidos envolve o rearranjo
sequencial e a expressão de genes de TCR, proliferação celular, seleção antígeno-induzida e comprometimento
com subpopulações fenotípica e funcionalmente distintas. De muitos modos, isso é similar à maturação da
célula B. Entretanto, a maturação da célula T tem alguns aspectos exclusivos que refletem a especificidade da
maioria dos linfócitos T por antígenos peptídicos
ligados ao MHC próprio, bem como a necessidade de
um microambiente especial para a seleção de células
com esta especificidade.
PAPEL DO TIMO NA MATURAÇÃO DA CÉLULA T
O timo é o principal sítio de maturação de células T. O timo involui com a idade e é quase indetectável
nos seres humanos após a puberdade, o que resulta em redução gradativa na produção de células T maduras.
Entretanto, algumas células T maduras persistem ao longo da vida adulta, como indicado pela reconstituição
bem-sucedida do sistema imune em receptores adultos de transplantes de medula óssea. É possível que o
remanescente do timo involuído seja adequado para certo grau de maturação de células T. Como as células T
de memória têm expectativa de vida longa (talvez, superior a 20 anos em seres humanos) e se acumulam com
o avanço da idade, a necessidade de gerar novas células T diminui conforme os indivíduos envelhecem.
Os linfócitos T se originam de precursores que surgem no fígado fetal e na medula óssea adulta, e são
semeados no timo. Esses precursores são progenitores multipotentes que entram no timo a partir da corrente
sanguínea, atravessando o endotélio de vênulas pós-capilares na região da junção corticomedular do timo. As
células T em desenvolvimento no timo são chamadas timócitos. Os timócitos mais imaturos são encontrados
no seio subcapsular e na região cortical externa do timo. A partir desse local, os timócitos migram para dentro
e ao longo do córtex, onde ocorre a maioria dos eventos subsequentes de maturação. No córtex, os timócitos
primeiramente expressam TCRs γδ e αβ. As células T αβ amadurecem em células T CD4+ restritas ao MHC de
classe II ou em células T CD8+ restritas ao MHC de classe I, conforme saem do córtex e entram na medula. A
partir da medula, os timócitos simples-positivos CD4+ ou CD8+ saem do timo pela circulação. Discutiremos a
maturação das células T αβ nas próximas seções, e as células T γδ.
O ambiente tímico fornece estímulos que são requeridos para a proliferação e maturação dos timócitos.
Muitos desses estímulos são oriundos de células tímicas diferentes das células T em maturação. Junto ao córtex,
as células epiteliais corticais tímicas formam uma rede de longos processos citoplasmáticos ao redor dos quais
os timócitos devem passar para chegar à medula. As células epiteliais de um tipo distinto conhecidas como
células epiteliais medulares tímicas também estão presentes na medula e podem exercer um único papel na
apresentação de autoantígenos para a seleção negativa das células T em desenvolvimento. As células
dendríticas derivadas da medula óssea estão presentes na junção corticomedular e junto à medula, enquanto
os macrófagos estão presentes primariamente junto à medula. A migração dos timócitos por esse arranjo
anatômico permite interações físicas entre os timócitos e estas outras células que são necessárias à maturação
e seleção dos linfócitos T. As células epiteliais e as células dendríticas no timo expressam moléculas de MHC de
classes I e II. As interações de timócitos em maturação com estas moléculas de MHC são essenciais para a
seleção do repertório de célula T madura, como discutiremos depois.
O movimento das células para dentro e ao longo do timo é dirigido pelas quimiocinas. Os progenitores
dos timócitos expressam o receptor de quimiocina CCR9. A entrada desses precursores no timo depende da
ligação de CCR9 à quimiocina ligante CCL25, produzida no córtex tímico. Quimiocinas como CCL21 e CCL19, que
se ligam ao receptor de quimiocina CCR7 nos timócitos, dirigem o movimento das células T em desenvolvimento
a partir do córtex para a medula. Eventualmente, os linfócitos T recém-formados, que expressam o receptor de
esfingosina-1 fosfato, saem da medula tímica seguindo um gradiente de esfingosina-1 fosfato e entram na
corrente sanguínea.
As células estromais tímicas, incluindo as células epiteliais, secretam IL-7, que foi mencionada
anteriormente como fator de crescimento linfopoiético essencial. As taxas de proliferação e morte apoptótica
celulares são extremamente altas em timócitos corticais. Um único precursor origina muitas progênies e 95%
dessas células morrem por apoptose antes de atingirem a medula. A morte celular é devido a uma combinação
de fatores, entre os quais a falha em rearranjar produtivamente o gene da cadeia β do TCR e, portanto, a falha
na seleção do ponto de controle pré-TCR/β (descrita adiante), a falha em ser positivamente selecionado por
moléculas de MHC próprias no timo e a seleção negativa induzida por autoantígeno.
ESTÁGIOS DA MATURAÇÃO DA CÉLULA T
Durante a maturação da célula T, existe uma ordem precisa em que os genes de TCR são rearranjados e
na qual o TCR e os correceptores CD4 e CD8 são expressos. No timo fetal murino, a expressão de superfície do
TCR γδ ocorre primeiro, decorridos 3-4 dias da primeira chegada das células precursoras, e o TCR αβ é expresso
após 2-3 dias. Em timócitos fetais humanos, a expressão de TCR γδ começa em cerca de 9 semanas de gestação,
seguida pela expressão do TCR αβ em 10 semanas.
TIMÓCITOS DUPLO-NEGATIVOS
A maioria dos timócitos corticais imaturos, que são recém-chegados da medula óssea, contêm genes de
TCR em sua configuração de linhagem germinativa e não expressam TCR, CD3, cadeias ζ, CD4 ou CD8; essas
células são chamadas timócitos duplo-negativos. Os timócitos nesse estágio são considerados do estágio de
maturação pró-célula T. A maioria (>90%) dos timócitos duplo-negativos que sobrevivem aos processos de
seleção tímica por fim originarão células T CD4+ e CD8+ MHC-restritas, expressando TCR αβ; alguns timócitos
duplo negativos originam células T γδ. As proteínas Rag-1 e Rag-2 são expressas primeiramente no estágio
duplo-negativo do desenvolvimento da célula T e são requeridas para o rearranjo dos genes TCR.
TIMÓCITOS DUPLO-POSITIVOS
No próximo estágio da maturação da célula T, os timócitos expressam ambos, CD4 e CD8, e são chamados
timócitos duplo-positivos. A expressão de CD4 e CD8 é essencial para os eventos subsequentes de seleção.
As células duplo-positivas que são bem-sucedidas nos processos de seleção seguem adiante e
amadurecem em células T CD4+ ou CD8+, as quais são chamadas timócitos simples-positivos. Portanto, os
estágios da maturação da célula T no timo podem ser prontamente distinguidos pela expressão de CD4 e CD8.
Essa maturação fenotípica é acompanhada do comprometimento com diferentes programas funcionais
mediante ativação nos órgãos linfoides secundários. As células T CD4+ e CD8+ adquirem propriedades exclusivas
durante sua maturação:
Os timócitos simples-positivos maduros entram na medula tímica e, então, saem do timo para povoar os
tecidos linfoides periféricos.
SUBPOPULAÇÕES
Os linfócitos consistem em subgrupos distintos que são diferentes em suas funções e produtos proteicos.
Os dois subgrupos principais de célula T são os linfócitos T auxiliares CD4+ e os CTLs CD8+, que expressam
receptores para antígenos denominados receptores αβ de célula T (TCRs) e agem como mediadores da
imunidade celular.
As células T regulatórias CD4+ constituem um terceiro subgrupo de células T que expressam receptores
αβ; sua função é inibir as respostas imunes.
Além disso, as células NK, células T invariantes associadas à mucosa (MALT) e as células T γδ são subgrupos
numericamente menores de células T que expressam TCRs com diversidade limitada, análogos aos anticorpos
produzidos pelas células B-1.
A expressão de várias proteínas na membrana é usada para distinguir populações distintas de linfócitos.
Por exemplo, a maioria das células T auxiliares expressa uma proteína de superfície denominada CD4 e a maior
parte das CTLs expressa uma proteína de superfície diferente e chamada de CD8. Estas e muitas outras proteínas
de superfície frequentemente são chamadas de marcadores, porque elas identificam e discriminam entre
(marcam) diferentes populações celulares.
LINFÓCITOS T CD4+ (AUXILIAR)
Expressam receptores para antígenos denominados receptores αβ de célula T (TCRs). São responsáveis
pela diferenciação de células B (imunidade humoral); ativação de macrófagos (imunidade mediada por células);
estimulação da inflamação. Ao serem ativadas pelas células T passam a secretar citrinas (IL-2), a qual estimula
a proliferação de células T específicas ao antígeno. Dentre essas células produzidas algumas serão efetoras, as
quais irão deixar o tecido linfoide e irão migrar ao local de inflamação.
Os linfócitos T CD4 também são capazes de auxiliar a ação de fagócitos, pois secretam citocinas que
recrutam leucócitos e induzem fagócitos a produzirem microbicidas. Alguns podem, ainda, estimular a ação de
células B.
Após o estágio de células pré-B, cada célula B em desenvolvimento rearranja, inicialmente, um gene da
cadeia leve κ. Se o rearranjo for interno, produzirá uma proteína da cadeia leve κ, que se associa à cadeia μ
sintetizada anteriormente para produzir uma proteína de IgM completa. Se o lócus κ não for rearranjado de
maneira produtiva, a célula pode rearranjar o lócus λ e, novamente, produzir uma molécula de IgM completa
(a indução do rearranjo do gene da cadeia leve λ ocorre principalmente quando os receptores da célula B que
expressam κ da Ig são autorreativos).
A célula B que expressa IgM é denominada célula B imatura. Subgrupos distintos de células B se
desenvolvem a partir de diferentes progenitores. As CTH derivadas do fígado fetal são as precursoras das células
B-1. As CTH derivadas da medula óssea dão origem à maioria das células B. Estas células passam rapidamente
por dois estágios de transição e podem se comprometer com o desenvolvimento em células B da zona marginal
ou em células B foliculares. A maioria das células B maduras pertence ao subgrupo de células B foliculares e
produz IgD além de IgM.
As células da zona B marginal estão localizadas primariamente nas proximidades do seio marginal no baço
e são semelhantes às células B-1 em relação à sua diversidade limitada e sua capacidade de responder a
antígenos polissacarídios e gerar anticorpos naturais. Elas respondem muito rapidamente a microrganismos
transportados pelo sangue e diferenciam-se em plasmócitos secretores de IgM de vida curta. Embora elas
geralmente medeiem respostas imunes humorais dependentes de células T a patógenos circulantes, as células
da zona B marginal também parecem ser capazes de mediar algumas respostas imunes dependentes de células
T.
FUNÇÕES DE LINFÓCITOS B
IgG
o ESTRUTURA: Todas IgG's são monômeros (imunoglobulina 7S). As subclasses diferem no número de pontes
dissulfeto e comprimento da região da dobradiça.
o PROPRIEDADES: A mais versátil imunoglobulina porque é capaz de realizar todas as funções das moléculas
de imunoglobulinas.
o IgG é a principal Ig no soro - 75% das Ig do soro são IgG.
o IgG é a principal Ig em espaços extra vasculares.
o TRANSFERÊNCIA PLACENTÁRIA: IgG é a única classe de Ig que atravessa a placenta. A transferência é
mediada pelo receptor da região Fc do IgG nas células placentárias. Nem todas as subclasses atravessam com a
mesma eficiência; IgG2 não atravessa bem.
o FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO: nem todas as subclasses fixam com a mesma eficiência; IgG4 não fixa
complemento.
o LIGAÇÃO A CÉLULAS: macrófagos, monócitos, PMN's e alguns linfócitos têm receptores para a região Fc da
IgG.
o O termo opsonina é usado para descrever substâncias que aumentam a fagocitose. IgG é uma boa
opsonina. Ligação de IgG a receptores de Fc em outros tipos de células resulta na ativação de outras funções.
o SUBCLASSES DE IGG:
✓ IgG1 – Cadeias pesadas gama 1
✓ IgG2 - Cadeias pesadas gama 2
✓ IgG3 - Cadeias pesadas gama 3 7
✓ IgG4 - Cadeias pesadas gama 4 2.
IgM
o ESTRUTURA: A IgM normalmente existe como um pentâmero (imunoglobulina 19S) mas ela pode também
existir como um monômero. Na forma pentamérica todas as cadeias pesadas são idênticas e todas as cadeias
leves são idênticas. Assim, a valência é teoricamente 10.
o PROPRIEDADES: IgM é a terceira Ig mais comum no soro.
o IgM é a primeira Ig a ser feita pelo feto e a primeira Ig a ser feita por uma célula B virgem quando é
estimulada pelo antígeno.
o Como consequência da sua estrutura pentamérica, IgM é uma boa Ig fixadora do complemento. Assim,
anticorpos IgM são muito eficientes em levar à lise de microrganismos.
o C1 (proteína do sistema complemento) deve-se ligar a duas ou mais porções Fc para iniciar a
cascata do complemento. IgG possui apenas uma região Fc, enquanto IgM pode se ligar a duas moléculas de
C1q. Essa é uma das razões que explicam por que a IgM é um anticorpo mais eficaz para a ligação ao
complemento.
o Como consequência da sua estrutura, IgM também é uma boa Ig aglutinadora. Assim, anticorpos IgM são
muito boas em agregar microrganismos para eliminação eventual para fora do corpo.
o IgM liga-se a algumas células via receptores de Fc.
o Ig de superfície de célula B.
IgA
o ESTRUTURA: A IgA do soro é um monômero, mas a IgA encontrada em secreções é um dímero. Ao contrário
do resto da IgA que é feito no plasmócito, a peça secretora é feita nas células epiteliais e é adicionada à IgA à
medida que esta passa através das secreções. A peça secretora ajuda a IgA a ser transportada através da mucosa
e também a protege da degradação nas secreções.
o PROPRIEDADES: IgA é a segunda Ig mais comum no soro.
o IgA é a principal classe de Ig em secreções – lágrimas, saliva, colostro, muco. Uma vez que é encontrada em
secreções IgA secretora é importante na imunidade local (de mucosa).
o Normalmente IgA não fixa complemento, a menos que esteja agregada.
o IgA pode se ligar a algumas células - PMN's e alguns linfócitos.
IgD
o ESTRUTURA: A IgD existe somente como um monômero.
o PROPRIEDADES: IgD é encontrada em baixos níveis no soro; seu papel no soro é duvidoso.
o IgD primariamente encontrada em superfícies de célula B onde funciona como um receptor para antígeno.
IgD na superfície de células B tem aminoácidos extras na região C- terminal para ancoramento à membrana. Ela
também se associa com as cadeias beta de Ig-alfa e Ig- beta.
o IgD liga complemento.
IgE
o ESTRUTURA: A IgE existe como um monômero e tem um domínio extra na região constante.
o PROPRIEDADES: IgE é a Ig sérica menos comum uma vez que se liga fortemente com receptores de Fc em
basófilos e mastócitos mesmo antes da interação com o antígeno.
o Envolvida em reações alérgicas – Como consequência da sua ligação a basófilos e mastócitos, IgE é
envolvida em reações alérgicas. Ligação do alergeno à IgE nas células resulta na liberação de vários mediadores
farmacológicos que resulta em sintomas alérgicos.
o IgE também participa em doenças parasitárias por helmintos. Uma vez que os níveis sorológicos de IgE
aumentam em doenças parasitárias, a quantificação dos níveis de IgE auxilia no diagnóstico de infecções
parasitárias.
o Eosinófilos têm receptores de Fc para IgE e a ligação de eosinófilos a helmintos cobertos por IgE resulta na
morte do parasita.
o IgE não fixa complemento.
4. Diferenciar adenomegalias inflamatórias e neoplásicas.
Adenomegalia significa aumento de volume de um linfonodo, predominando, do ponto de vista histológico,
hiperplasia reacional. Pode ser produzida por inúmeras causas, tais como:
o infecções bacterianas - estreptococcias, estafilococcias, sífilis, tuberculose.
o infecções virais - rubéola, mononucleose.
o neoplasias próprias dos linfonodos, como a doença de Hodgkin.
o invasão de linfonodo por metástases neoplásicas de outros órgãos - do aparelho digestivo, rins, próstata,
útero, ovários, pele, osso.
o invasão por fungos - blastomicose, cromomicose.
o invasão por parasitos – estrongiloidíase.
CAUSAS FREQUENTES
o Cânceres
o Hipersensibilidade
o Infecção
o Colagenoses
o Atípicas (doenças típicas (doenças linfoproliferativas linfoproliferativas atípicas)
o Granulomatosas
o Outras