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© de Marcos Madaleno
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, distribuída ou
transmitida sob qualquer forma ou meio, ou armazenada em base de dados ou sistema de recuperação
sem a autorização prévia por escrito da Editora Inspire.
Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI), salvo indicação do
contrário.
Editora: Mariana Madaleno
Coordenação editorial: Natália C. Barros
Revisão: Márcia Niemeyer, Nicolau Braga, Pedro Pinto, Pedro Lopes
Capa e Projeto Gráfico: Agência 3.16
Diagramação: Felipe Cavalcanti
Impressão: Copiart
Produção de ebook: S2 Books
M adaleno, M arcos
M 178m M inistério com jovens [recurso eletrônico] : eleve a nova geração ao extraordinário / M arcos M adaleno. – São
José dos Camp os, SP: Insp ire, 2020.
Formato: ePUB
Requisitos de sistema: Adobe Digital Editions
M odo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-65-86516-02-9
vença os mitos
do ministério com
a juventude
2. Faz só barulho. Um “acampamentão” por ano e um “cultão” por mês e está perfeito.
Fusquinha
7. Che O ministério da crítica a tudo e todos, sem propor nada em troca. Expressa-se sobre o
Guevara que é contra, mas não faz nada sobre o que é a favor. Quer ser revolucionário, mas
consegue ser apenas revoltado.
8. Órfão Vive em guerra com o pastor sênior (e às vezes o pastor sênior com o ministério).
9. Crentão Tudo que é diferente é considerado algo para “entreter bodes”. O jovem crente é
aquele que volta ao Século 19. Amam citar Spurgeon, mas não têm uma proposta
relevante.
10. Político Quer agradar a todos, mas nunca chega a algum lugar.
8. Persistência e fé.
A promessa vem de Deus, mas o cumprimento da promessa tem muito a
ver com a nossa postura. É preciso orientar a nossa vida e as nossas ações
na direção das promessas de Deus. Deus prometeu a reconstrução dos muros
de Jerusalém a Neemias enquanto ele orava, mas ele conquistou a dignidade
do seu povo e a reconstrução dos muros trabalhando, e trabalhando duro.
Vejo pessoas dizendo muito precocemente que uma iniciativa ou outra não
deram certo, mas uma ideia precisa passar pelo teste da perseverança.
Bons resultados vêm com bom trabalho feito por muito tempo. Muitos
ministérios não crescem por mera preguiça. É duro, mas é verdade.
Se você quer conquistar algo grande, não pense que porque Deus faz
milagres e nos surpreende com Seus feitos poderosos, que isso signifique
pouco trabalho. Deus faz milagres e não mágica. Foi sobre essa prerrogativa
que Davi estabeleceu o Reino de Israel, que Jesus agiu em Seu ministério e
que a igreja primitiva avançou e transformou cidades, culturas e reinos. Foi
com muito trabalho.
Eu acredito
na geração
(que chamam de)
“mimimi”
A marca da orfandade
Uma das características da nova geração é que muitos deles são órfãos,
ainda que de pais vivos. Antes da revolução industrial, as famílias
trabalhavam juntas na manufatura. Filhos cresciam junto com seus pais,
aprendiam suas profissões e tinham suas companhias. As transformações
sociológicas provocaram um distanciamento entre pais e filhos. Hoje, no
pouco período que passam juntos, pais e filhos estão ocupados em
atividades nada relacionais, como o uso de smartphones, computadores ou
TV.
A geração atual é uma geração de educação com uma fraca presença dos
pais. O número de divórcios no país cresceu mais de 160% na última
década [ 5 ]. O resultado é o distanciamento dos pais, físico ou emocional.
Temos uma geração que carrega profundas lacunas em suas almas, educados
por tios ou avós, que muitas vezes fazem o melhor que podem, ou educados
por TVs, vídeo games e computadores. Muitos não aprenderam a ser um
cônjuge, um pai ou uma mãe, um profissional ou a exercer uma vida moral.
Sempre online
Para as gerações mais novas, dispositivos com conectividade não são
mais algo que simplesmente carregam, mas funcionam como uma verdadeira
extensão do corpo. A comunicação, o entretenimento e o consumo passam
necessariamente por esse ambiente conectivo.
Pensamento relativista
Na pós-modernidade, os desejos e a experiência estão acima dos critérios
racionais. O autor Veith Jr [ 6 ] explica que, na modernidade, quando se
buscava uma verdade rígida e comprovada, a questão era se Deus existia ou
não, se Jesus era Deus encarnado ou não, se os milagres de fato aconteceram
ou não. Já nos dias de hoje estas questões parecem já não ter tanto valor,
pois “a religião é vista como preferência, opção. Cremos naquilo do qual
gostamos. Cremos naquilo que queremos crer”.
Como afirmou Zygmunt Bauman: “O espírito pós-moderno é bastante
humilde para proibir e bastante fraco para banir os excessos da ambição
do espírito moderno” [ 7 ]. O relativismo pode ser definido também como
uma cultura “antifundamentos”, ou seja, ela destrói os fundamentos sem
colocar nada no lugar.
Os jovens e a
igreja: reflexões
para um novo
momento
Segundo um estudo recente do Barna Group, seis em cada dez jovens vão
deixar a igreja permanentemente ou por um longo período após os 15 anos [ 9
].
Por que
ministério de
juventude
mesmo?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________
Comunidade: ________________________________________
Multidão: ___________________________________________
Congregação: ________________________________________
Ministério: __________________________________________
Comprometidos: _____________________________________
Capítulo 6
liderar
juventude x
Liderar
Juventudes
eleve a
atmosfera de
celebração da
Juventude (adoração)
Adoração não é sobre fazer algo, mas para quem você vive! Até a antropologia
chegou à conclusão de que nascemos com uma necessidade de adorar, é algo
estabelecido por Deus na essência de quem somos. Se não entregarmos essa
adoração a Deus, vamos substitui-la por algo, nem que seja nós mesmos.
Trabalhar o propósito da adoração na juventude é ajudá-los a descobrir a resposta
para essa questão: quem é digno da sua adoração? Cada jovem, cada adolescente, já
vive para alguém ou para algo. Seja trabalho, prazer, pessoas, dinheiro, religião, si
mesmos ou Jesus.
Adoração é reconhecer que Deus é digno da adoração. É reconhecer quem Ele é e
direcionar a Ele sua gratidão (louvor) e sua vida! Adoração não é música, é um estilo
de vida. Não é parte da sua vida, é a sua vida.
Lugar elevado:
A adoração é um estilo de vida. Cada pessoa é estimulada a viver para Deus, com
tudo o que é e tudo que faz. Um ambiente criado semanalmente apenas para celebrar
quem Deus é em comunidade e para valorizar o que Deus valoriza.
Não podemos fabricar nem controlar a ação de Deus, mas podemos preparar um
ambiente para Ele. No Antigo Testamento, Deus ensinou cada detalhe para Moisés e
para Salomão de como deveria ser o ambiente para a Sua habitação. O resultado foi
que eles experimentaram da glória enchendo o templo. “Moisés armou o pátio em
volta da Tenda e do altar e pendurou a cortina na entrada do pátio. E assim ele
terminou todo o trabalho. Então a nuvem cobriu a Tenda, e ela ficou cheia da
glória de Deus, o Senhor” (Êxodo 40.33-34).
No Novo Testamento, Jesus nos falou sobre o mais importante de tudo: amar a
Deus e ao próximo. Isso significa que um ambiente que cria a atmosfera ideal para
ação de Deus é aquele que serve as pessoas e que tem Deus como o centro. Um
ambiente que pessoas se sentem amadas e valorizadas e são levadas a Deus.
6. Valorize a música
A música na celebração tem o papel de reconhecer intencionalmente Deus no
ambiente, estimular a juventude à adoração genuína, baixar a defesa das pessoas,
identificar-se com públicos específicos com estilos diferentes, convidar pessoas para
refletirem sobre o relacionamento com Deus e permitir os jovens expressarem seu
coração a Jesus.
A adoração não é para as pessoas, é para Deus. E onde entra o estilo, já que Deus
aceita todos? O louvor não é focado em entretenimento, mas ele respeita a faixa
etária e considera estilo das pessoas, pois é a entrega do louvor daquele grupo
específico para Deus. Deus é adorado quando somos nós mesmos, somos autênticos.
Adoração tem a ver com autenticidade. No repertório:
• Questione se as letras estão comunicando bem para com todas as pessoas ou se é
uma linguagem de “gueto evangélico” em que o visitante fica perdido.
• Verifique se são músicas que se encaixam com a visão da igreja.
• Busque um equilíbrio e um movimento: reflita sobre começar mais pra cima,
conduza na direção de algo mais para o coração, prepare para os próximos
momentos, pense no momento de dízimos e ofertas, testemunho, intercessão e
mensagem.
• Evite deixar buracos de silêncio entre os momentos, esteja atento ao apelo e à
ministração ao final da mensagem, faça fundos musicais adequados e terminar para
cima.
• Você pode adicionar uma música especial. É um tipo de música que não é para
todos cantarem, mas para prestarem atenção na letra, na música e receberem aquela
mensagem.
Jejum e Vigília Oração Ação: Todos Open Box Abertura Após Após a
oração Todos com recepção prepara Dinâmica de das conta boa
Todos os entrega todos os Cenário dos e recepção portas gem noite, a luz
escalados rem o jejum vo Oração posicio (fila, Música regressiva, continua
em jejum e na vigília luntários nados aperitivos, alta entra baixa,
oração pela Reforço e Momento música) Iluminação primeira e entra
celebração alinhamento de Luzes do baixa música uma
do grupo encerrar Audi (ale música
escalado passa tório gre) alta no
gem de apagadas Movimento ambiente
som de por
Central de iluminação 10 min.
informações: (ela diz: Oração à
Batismo, come frente
células, çou!) com os
minis líderes
tério, etc Dinâmica
da
recepção
continua
na
entrada do
templo
Central
Eleve:
Batismo,
célu
la,
ministérios
etc
Distribuição
de funções
(áreas,
número
de
voluntários,
líderes)
Plano de
ação
Envio da
descrição
da
tarefa
eleve o
cuidado da
juventude (comunhão)
De volta à raiz
O que Jesus espera do seu ministério quando se fala em comunhão? Na
linguagem grega dos dias de Jesus, koinonia, que originou a palavra
comunhão para nós hoje, tinha três significados: uma sociedade comercial; a
união de duas pessoas no casamento a fim de terem koinonia de vida (uma
vida em que tudo é compartilhado); e o relacionamento com Deus e o
homem.
Na vida cristã há uma koinonia entre irmãos na fé, que significa o
compartilhar de amizade e a permanência no convívio uns com os outros
(Atos 2:42). É interessante notar que essa amizade é baseada num
conhecimento cristão mútuo (1 João 1:3). Somente aqueles que têm amizade
com Cristo podem ser verdadeiros amigos uns dos outros. Na vida cristã há
uma koinonia que significa uma divisão prática com os que são menos
afortunados. Paulo usa a palavra três vezes em conexão com a coleta que
levantou nas igrejas para os santos pobres de Jerusalém (Romanos 15:26; 2
Coríntios 8:4 e 9:13). A comunhão cristã é uma coisa prática, pois há uma
koinonia que existe na cooperação na obra de Cristo. Paulo, por exemplo, dá
graças pela cooperação dos filipenses na obra do evangelho (Filipenses
1:5). Por fim, a koinonia demonstra que o cristão nunca é uma unidade
isolada, mas um membro de um convívio da fé (Efésios 3: 9). Há uma
koinonia no Espírito (2 Coríntios 13:14, Filipenses 2:1). O cristão vive na
presença, no convívio, na ajuda e na orientação do Espírito.
Lugar elevado:
Uma agenda que promove intencionalmente relacionamentos profundos.
Como afirma meu pastor, Carlito Paes, “a igreja não é um clube, um bom
restaurante, mercado ou hotel, para que você a frequente quando der
vontade ou tiver necessidade. A igreja é um lugar especial, nobre, sagrado,
dado por Deus para preservar o mundo. Não frequentamos uma igreja,
pertencemos a ela”.
Desafios para a comunhão entre os jovens e os
adolescentes
É claro que existem desafios para estes relacionamentos profundos e
relevantes aconteçam. O primeiro é que, na medida em que o grupo cresce, o
cuidado fica comprometido. Ao mesmo tempo, os jovens possuem uma
agenda sobrecarregada com a formação, aperfeiçoamento e carreira
profissional, e pode ser desafiador encorajá-lo a dispor tempo para
ambientes de comunhão. Adiciona-se o fato de que é uma fase com uma
agenda sedutora para o entretenimento, que concorre diretamente com a
agenda da igreja.
No geral, há uma tendência para relacionamentos mais superficiais. As
redes sociais, aproximaram os de longe e distanciou os de perto. Com a
conectividade da tecnologia, aliada à imaturidade da faixa etária, jovens e
adolescentes enfrentam altíssimos níveis de ansiedade e se tornam cada vez
mais instáveis nos relacionamentos. Os adolescentes possuem mais tempo
disponível, mas dependem da agenda dos pais. Assim, se não houver
parceria com os pais, os encontros ficam abaixo do potencial que têm. O
ministério de juventude lidará com estes desafios todos os dias.
ESTUDO UM – 08 A 14 DE JANEIRO
Adoro! Descobrindo a verdadeira essência da adoração
Quebra-gelo (5-10min).
Stop do Adoro! Neste jogo de Stop você só pode escrever sobre
coisas que realmente gosta. Se você nunca jogou Stop na escola, aí vai
a explicação: Contem até três, e todos colocam no meio da roda um
número com os dedos. Comece contando cada letra do alfabeto para um
dedo, até terminarem. Quando chegarem à letra, todos devem preencher
a tabela com coisas que “adoram” que começam com aquela letra (usar
os itens abaixo). Contem 10 pontos para um item que só a pessoa
colocou, 5 para um item repetido, 0 para vazio. Quem terminar
primeiro grita “Stop”. As pessoas podem explicar porque gostam
daquilo. Repitam cerca de 2 a 3 vezes, para não demorar muito.
Distribua canetas e papeis logo que as pessoas chegarem.
Estudo: Descobrindo a verdadeira adoração
“Deem ao Senhor a glória devida ao seu nome. Tragam ofertas e
venham à sua presença. Adorem o Senhor no esplendor da sua
santidade....” 1 Crônicas 16:29
A palavra adorar virou bem comum nos nossos dias, e é usada até
para coisas triviais. Mas adorar é muito mais do que gostar muito de
algo, é entregar uma devoção do coração, é se esforçar e se entregar
por aquilo. É uma resposta que o ser humano dá a algo que é importante
para ele. Se uma pessoa não adora a Deus, ela vai adorar outra coisa:
uma pessoa, o dinheiro, a popularidade, um esporte, uma causa etc.
Quando você adora a Deus, deve primeiro reconhecer: foi Ele quem
amou você primeiro! Ele enviou Seu único Filho para que você tivesse
uma conexão com Ele. É por causa do amor e da misericórdia de Deus
que nossa adoração é aceita. Essa é a essência da adoração: ela é uma
resposta ao que Deus já fez!
A adoração é o resultado de um encontro genuíno com Deus. É dar a
Ele o que, na verdade, Ele já nos deu. Por exemplo, se oferecemos a
Ele arrependimento, é porque antes Ele já nos ofereceu o perdão. Ele é
quem inicia o relacionamento Dele com você, e te busca mesmo com
seus erros e falhas. Ele não nos chama para apontar o dedo para nós,
mas para nos transformar.
Vamos ler juntos essa definição de adoração:
“Respondeu Jesus: ‘O mais importante é este: ‘Ouve, ó Israel, o
Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu
Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu
entendimento e de todas as suas forças’.” Marcos 12.29,30
Cuidados essenciais
1. O líder deve cuidar para não estender muito o encontro e atrapalhar a
dinâmica na casa do anfitrião. Ele encerra e dispensa todos, sem ser
indelicado com o grupo.
2. Na casa de jovens e adolescentes, certifique-se de que os pais estejam
de acordo e sejam parceiros da iniciativa. Se eles se fizerem uma oposição,
dificilmente o grupo cresce.
3. Se o grupo for misto, cuidado com o envolvimento com o sexo oposto,
sempre é bom orientar e tomar cuidados devidos sobre isso.
4. Os da juventude têm muito potencial para criar, inovar, fazer ações
realmente inspiradoras. Ao mesmo tempo, quando passam por alguns
problemas de relacionamento e quando decidem ir por um caminho ruim, têm
muito potencial destrutivo. É muito importante que os grupos sejam
visitados, não apenas para correção de caminhos, mas para que o líder, o
anfitrião e os participantes se sintam apoiados. Temos a orientação que a
cada dois meses cada célula seja visitada e o coordenador traga um relatório
de visita.
5. Uma célula que desenvolve problemas causa um grande prejuízo para o
todo, compromete a reputação do ministério e contamina outras pessoas.
Seja rápido para interferir e dar solução aos problemas.
6. Evite fechar células. Que esta seja sempre a última opção. Somente
encerre quando todas as tentativas possíveis forem esgotadas. Mesmo
quando todas as alternativas se encerram, se a decisão é mesmo de encerrar,
eu, como pastor de rede, peço um horário exclusivo com o líder para me
certificar sobre tudo o que aconteceu e para tentar reverter a situação.
Diminuímos em cerca de 80% de encerramentos de células quando
começamos a fazer isso.
eleve o
crescimento da
juventude (discipulado)
Existem muitos jovens que envelhecem, mas nunca crescem. Num mundo
cheio de relativismo, prazer a todo custo, imediatismo e muitas, muitas
distrações, não é de se admirar que tantos adultos “adolescentes
emocionais” andem por aí, pessoas que apenas envelhecem, sem alcançar
maturidade ou uma espiritualidade saudável. Por outro lado, há na juventude
uma sede por propósito e sentido, há uma força para o engajamento na nova
geração e, portanto, uma sede para o crescimento e o aprofundamento dos
assuntos espirituais.
Lugar elevado:
Jovens que vivem o discipulado como parte natural de suas vidas, num
movimento integral de conhecimento, relacionamentos e hábitos espirituais.
Fomos redimidos em Cristo para crescer Nele. É algo fantástico quando
este crescimento se desenvolve na adolescência e na juventude de uma
pessoa. Paulo afirmou: “O propósito é que não sejamos mais como
crianças, levados de um lado para outro pelas ondas (...) Antes, seguindo a
verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”
(Efésios 4.14,15).
Em palavras diretas, Discipulado significa tornar-se semelhante a Cristo.
E como promover e auxiliar este processo de crescimento e maturidade na
juventude? As salas de aula no estilo EBD (Escola Bíblica Dominical) com
certeza têm o seu valor, mas apenas o conhecimento intelectual não gera a
transformação profunda disponível para um discípulo de Jesus. Tornar-se
como Jesus envolve toda a pessoa – sua mente, sua alma, seus
relacionamentos – e por isso, o Discipulado deve ser integral.
Por isso, podemos pensar o Discipulado em três eixos principais: o
educacional, relacionado ao conhecimento intelectual e ao conteúdo; o
pessoal, relacionado à vida devocional de leitura bíblica e oração, e o
relacional, que envolve o discipulado entre duas pessoas que compartilham
a vida de Cristo juntas. Como afirma Viviam Ribeiro, “o discipulado é mais
que conhecimento, mais que um modelo de inspiração, mais ainda que
santidade. O discipulado é um lindo e natural relacionamento de amor
com Deus.”
Promovendo ambientes
O Discipulado é uma jornada incrível rumo a viver plenamente nossa
identidade em Cristo. Cremos que já temos tudo o que precisamos para isso:
o Espírito Santo que habita em nós. Como disse Rick Warren, crescer
espiritualmente não é uma questão de imitação, mas de habitação. Jesus
disse: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em
mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer
coisa alguma” (João 15.5). Não iniciamos o discipulado de um jovem ou
adolescente dizendo a ele sobre aquilo que ele não tem ou não é; começamos
relembrando-o de que ele já tem tudo para viver plenamente sua nova
identidade em Cristo.
Tudo o que tem vida cresce. Quando isso não acontece, algo está errado.
Quando uma criança não cresce, os pais passam a investigar a razão: ou ela
não come, ou não come bem, ou tem uma doença. A dinâmica do crescimento
espiritual é semelhante: o jovem ou o adolescente tem tudo para crescer na
fé, mas talvez não esteja se alimentando, não esteja se alimentando bem, ou
tenha alguma doença que precise ser sanada para que seu crescimento seja
pleno.
Ao trabalhar o crescimento espiritual dos jovens, seja no campo
educacional, pessoal ou relacional, procuramos sempre enfatizar que o
crescimento é natural para eles. A santidade é natural para eles. Na verdade,
escolher não crescer levará a situações que não são naturais para uma
pessoa que nasceu em Cristo, gerando frustração e dor. Para quem nasce em
Cristo, como diz Leila Paes, “não viver em santidade é tentar viver um
personagem.” Isso é verdade para um adolescente de quinze anos lidando
com sua sexualidade, quanto para um casal recém-casado que está lidando
com seus primeiros conflitos conjugais. Crescer é natural, é empolgante, é
recompensador e é necessário.
Onde entra, então, o ministério de juventude nesse processo? Ele buscará
promover ambientes para que este crescimento seja potencializado,
experimentado e compartilhado, tanto na frente educacional, quanto pessoal
e relacional. Estes ambientes podem ser, sim, uma classe com um currículo a
ser estudado, mas também podem ser um retiro espiritual com um foco
específico, ou uma boa conversa com outro cristão, onde aquele jovem pode
abrir o coração.
Circuito Vida
Em nossa realidade eclesiástica, organizamos os ambientes de
Discipulado no chamado Circuito Vida. Nele, organizamos os ambientes
para o crescimento espiritual em diferentes etapas e necessidades de uma
pessoa. O termo Circuito lembra-nos de que sempre estaremos em
crescimento enquanto estivermos na terra (Filipenses 2.12 a 14), mas já
temos a Vida necessária para isto. No processo de crescimento da vida
cristã, vamos recebendo estímulos que nos levam à maturidade.
O Circuito Vida é organizado em etapas. Nas primeiras delas teremos os
cursos e ambientes voltados para os novos na fé, como: Classe de Batismo,
Curso Conhecendo Mais a Deus, Conhecendo Mais a Igreja, e o Retiro
Inspiração, voltado para que pessoas conheçam a Cristo e tomem a decisão
do batismo. Outras etapas serão apresentadas às pessoas já integradas à
igreja, incluindo retiros espirituais, classes e programas: Retiro Satisfação
(sobre a vida plena em Jesus com base em João 15), Retiro Restauração
(voltado para cura da alma e libertação), o ciclo 30 Semanas (programa com
palestras e grupos de apoio tratando sobre traumas, maus hábitos e vícios),
classes bíblicas e outros. Estes ambientes também atuam na formação de
novos líderes, por exemplo, no Curso de formação de líderes de células. Por
fim, oferecemos aos interessados e vocacionados a formação teológica e
nosso Instituto Propósito de Ensino.
Alguns destes ambientes são especialmente adaptados para as faixas
etárias, visando tratar diretamente sobre seus desafios e questões.
Realizamos, por exemplo, o Ciclo 30 Semanas para Adolescentes, o Retiro
Feminina para solteiras e Homens de Honra para solteiros (retiros que
voltados para o público feminino e masculino, respectivamente). Estes
ambientes trabalham os mesmos princípios, porém no contexto das vivências
específicas das faixas etárias, como o relacionamento com os pais, as
experiências na escola, as escolhas para a profissão, o namoro, a escolha do
casamento etc.
É importante frisar que todos os eixos do Discipulado atuam em
mutualidade, ou seja, um ajuda o outro e não o contrário. Por exemplo, um
curso ou retiro poderá ser indicado por um líder de célula, e o próprio curso
ou programa apoia o líder em seu cuidado com aquela pessoa. Os ambientes
não competem um com o outro, mas procuram ajudar-se mutuamente.
Sempre convidamos e incentivamos jovens e adolescentes a estarem nos
ambientes de crescimento oferecidos pelo Circuito Vida, não
necessariamente seguindo uma ordem, apesar de que, naturalmente, alguns
passos serão dados um após o outro.
A vida no secreto
Quanto mais tenho caminhado no ministério com jovens, mais tenho
concluído que o que a juventude mais precisa é de hábitos espirituais, e
não de mais um programa. Entenda-me bem: os programas, se existirem
com um propósito claro, podem ser ferramentas poderosas na vida de um
jovem. Mas, ao fim das contas, o que mais fará diferença na formação de seu
caráter e de sua caminhada cristã serão os hábitos espirituais que ele
desenvolver, por meio dos quais ele aprofundará sua caminhada com o Pai.
Neste sentido, o discipulado educacional e o relacional sempre apontam
para o discipulado pessoal: a vida de intimidade pessoal com Jesus. Um
relacionamento pessoal de amor, conhecimento, busca e entrega. Se um
adolescente aprende a desenvolver como um hábito de vida seu tempo de
intimidade com Deus, por meio da oração e da meditação da Palavra, que
ganho incrível ele terá para o resto de sua vida! Quanto potencial ganhará
forma, quantas flechas de fato serão lançadas. Esta deve ser a caminhada de
cada líder, de cada discipulador e discípulo.
Davi, que foi colocado sobre o trono de Israel, desenvolveu sua
intimidade com o Pai muito antes da coroa, ainda bem jovem, pastoreando as
ovelhas de seu pai. Ele escreveu: “como a corça anseia por águas
correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de
Deus, do Deus vivo” (Salmo 42.1). Temos a maravilhosa chance de
encorajar adolescentes e jovens, talvez também sem nenhum reconhecimento
externo, escondidos “pelos campos”, a desenvolverem uma vida de busca e
intimidade com o Pai. Só Ele saberá até onde eles chegarão!
SOBRE O NAMORO
O tema da vida afetiva é crucial na juventude. É importante que o
ministério de juventude tenha uma visão e um processo claros para o
namoro. Cada indivíduo fará a sua decisão, mas entendemos que promover
um padrão saudável para a vida afetiva no ministério de juventude é
saudável e bíblico. Quando Paulo escreveu sobre a imoralidade sexual, os
impulsos sexuais e a defraudação, em 1 Tessalonicenses 4.1-8, ele mostra
um padrão para a vida afetiva. Em 1 Coríntios 7.9, Paulo está instruindo
também a respeito de um princípio para o relacionamento afetivo entre
solteiros, que não pode ser descontrolado e de qualquer jeito. É importante
lembrar que a Bíblia não fala de namoro, apenas sobre casamento. Portanto,
qualquer relacionamento que não tenha o propósito de se chegar ao
casamento não está de acordo com a vontade de Deus. Entendemos que este
processo seguirá a visão da igreja local sobre este tema. Em nossa
realidade, o processo que promovemos para o namoro cristão saudável
inclui:
1º - Observar a pessoa em seu ambiente natural;
2º - Desenvolver uma aproximação intencional;
3º - Incluir os pais e líderes espirituais (aconselhamento, oração,
prestação de contas, sem controle ou manipulação);
4º - Declarar sentimentos: fase da conquista;
5º - Estabelecer um compromisso de oração juntos (entre 1 a 3 meses,
normalmente, com um devocional de oração e jejum, sem beijos,
abraços e romance);
6º - Começar o namoro com o objetivo de se chegar ao casamento;
7º - Noivado e casamento (noivado é estabelecido com data de
casamento marcada. A fase do namoro transita para a preparação do
casamento).
eleve a força
voluntária da
juventude (serviço)
Lugar elevado:
Uma juventude relevante que coloca seus dons, talentos, experiências e todo
o seu potencial para servir a Deus e às pessoas.
Contratação x Paixão
Um dos assuntos mais comuns ao falar com líderes de jovens é sobre ter
muitas necessidades e uma equipe reduzida. Essa é a realidade da igreja em
geral. Uma igreja que cresce saudavelmente nunca terá uma equipe suficiente
para realizar todo o trabalho para qual foi chamada a fazer. Em uma
empresa, se contrata e se demite debaixo de outros princípios e
necessidades. No Reino, não obrigamos, não pagamos salário, não temos
RH, mas temos algo mais poderoso: um coração completamente entregue a
Jesus. Um coração apaixonado por Cristo gera uma ação mais poderosa do
que qualquer time de uma empresa pode oferecer. Lembro-me de uma vez,
quando chegamos a uma cidade para um evangelismo de carnaval com cerca
de mil jovens. Os organizadores do evento nos perguntaram como
conseguíamos mobilizar tanta gente. Eles ficaram impressionados, pois
nosso grupo era maior do que todas as escolas de samba envolvidas. A
minha resposta foi que facilitávamos o encontro de pessoas com Jesus, e os
apaixonados sempre terão uma entrega voluntária e apaixonada. A paixão
nos arrasta para a missão e para o propósito. Multiplique a paixão por
Jesus no ambiente em que você está e as pessoas vão se envolver e entregar
o seu melhor.
Mobilize-se e mobilize
Não há ministério de juventude que toque o extraordinário com pouca
gente envolvida. Se você entende que foi chamado para a grandeza, aprenda
a mobilizar pessoas para se moverem com você. A seguir compartilho
algumas ferramentas para isso.
Pessoas que seguem a voz da escassez nunca se sentem prontas, têm muito
discurso e quase nenhuma prática. Na verdade, não percebem que têm sido
dirigidas por essa escassez em seus pensamentos.
O que está por trás deste tipo de comportamento e dessas desculpas?
Normalmente estão orgulho, insubmissão, autoestima destruída,
preconceitos, julgamentos e falta da compreensão sobre o papel do
discipulado cristão. Na medida que essas questões raízes forem tratadas, o
discurso muda.
Não permita que esse pensamento de escassez impere no ambiente do
ministério. Gere uma cultura doadora, altruísta e de prontidão para
servir. Combata este pensamento por meio da Palavra, da pregação, das
iniciativas ministeriais e do exemplo. Como o apóstolo Paulo disse:
“Esqueçam-se de vocês o suficiente para estender a mão e ajudar”
(Filipenses 2:4, AM). Que assim seja!
eleve o
alcance dos sem
jesus (missões)
A vida cristã é muito mais do que apenas não pecar. Vejo muitos
ministérios de juventude focado apenas na questão da santificação pessoal,
mais especificamente em blindar a nova geração da perversão sexual. Ainda
que seja uma questão importante, principalmente para a faixa etária, fico
inconformado em apresentar uma vida cristã que se resume no foco em não
pecar (além do fato de que esta abordagem não funciona). É natural do ser
humano a sede por viver com intensidade. A sede por relevância, por mudar
o mundo é natural na juventude.
Temos uma agenda para viver em Jesus que não admite que esta fase seja
perdida. Assim, a agenda do ministério de juventude não deve ser apenas da
pregação moral, mas aquela que transforma de dentro para fora, que alcança,
atrai e envia com vida, poder e plenitude. A marca dos que são cheios do
Espírito Santo é que eles têm sonhos e visões, como está em Joel 2:28. A
maioria dos que se perdem, o fazem na sua luta com o vazio, buscando matar
uma sede insaciável, numa jornada ingrata pelo que está faltando. Se
recebemos Jesus, temos a água e o pão da vida, e encontramos Aquele que
nos sacia: “Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça” (João
1:16). Recebemos esta vida nova da pessoa de Jesus. Ele literalmente
derramou Sua vida para que todos pudessem viver: “Cristo é tudo e está em
todos. Vocês são o povo de Deus. Ele os amou e os escolheu para serem
dele” (Colossenses 3.11b-12a).
Como deve ser a agenda de uma juventude que já tem tudo? É viver para
deixar uma marca, um legado, transformar pessoas, ambientes, repartir vida,
trazer mais um para Jesus: por isso estamos aqui.
A Grande Comissão dada por Jesus aos discípulos não é uma “grande
sugestão”. Ele disse: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações” (Mateus 28:19a). A agenda do sobrenatural é o envio. O Espírito
Santo age na igreja quando ela cumpre a sua missão. Assim aconteceu nos
evangelhos, com Jesus e Seus discípulos: “Então, os discípulos saíram e
pregaram por toda parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-
lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam” (Marcos 16:20). Da
mesma forma aconteceu em Atos na igreja primitiva.
Lugar elevado:
Uma juventude que reparte, alcança outros, compartilha sua fé como estilo
de vida. Um ministério que envia e empodera pessoas para o evangelismo
efetivo e sobrenatural.
Minha vida sempre foi muito agitada, todas as datas comemorativas tinham que ser
comemoradas com muita bebida. Comecei a beber muito nova. Carnaval para mim era uma
data “única”, 4 dias de muita festa e na maioria das vezes eu acordava com uma ressaca
moral. Eu achava que era feliz naquela situação.
No ano de 2015 resolvi passar o carnaval mais uma vez em São Luís do Paraitinga. Em meio
a muita bagunça e bebida avistei uma bateria colorida e animada e comecei a me empolgar
com a batida da música, afinal tudo era festa naquele lugar.
Quando a bateria foi se aproximando eu fui prestando atenção na letra da música… “Jesus
te ama”. Fiquei sem entender. Logo avistei um amigo meu no meio do bloco da igreja e
quando acabou ele e uma amiga pediram para orar por mim e pelos meus amigos.
Era convidada desde então para ir ao Eleve, mas recusava, até que um dia fui a uma
celebração e conheci o meu primeiro amor: Jesus. Percebi que vivia uma vida de mentiras e
de ilusões.
Passei pelo batismo, hoje frequento uma célula e minha satisfação está totalmente em Deus.
Hoje sim, tudo faz sentido!
Reação em cadeia
Nos primeiros anos em que realizamos o Reação, Deus nos conectou com
muitos irmãos nobres, cheios de talentos e visão para nos ajudar a sair para
os impactos, quebrar a apatia, expandir a visão, ensinar como fazer.
Começava uma reação em cadeia. Há alguns anos recebemos o convite de
um líder de jovens da Primeira Igreja Batista da Rocinha no Rio de Janeiro.
Depois de vários anos vindo ao Reação com um ônibus, eles decidiram fazer
um impacto de carnaval na Rocinha. Enviamos um grupo da nossa bateria e o
Victor Lopes, pastor de jovens, pôde nos testemunhar, emocionado, que ele
cresceu na Rocinha e nunca tinha visto uma bateria de samba anunciando
Jesus e ganhando o coração das pessoas para o Reino. Várias outras igrejas
em outras cidades começaram um impacto inspirados nessa iniciativa, como
a Igreja Batista Atitude no Rio, Igreja Batista Rancho Novo em Nova Iguaçu,
a Primeira Igreja Batista de Araçatuba, a Primeira Igreja Batista de Marília,
Assembleia de Deus de Tabatinga em Brasília, Igreja Batista do Angelim em
São Luiz do Maranhão e muitos outros que assumiram o seu lugar na cidade
e enviaram a juventude para falar do amor de Deus. Quando começamos
algo com Deus, sabemos como começa, mas não sabemos aonde vai
chegar!
Meu nome é Fabiana Santos, tenho 20 anos e sou fruto do Eleve Resgate. Conheci o
ministério em 2013, época que eu frequentava um dos “rolezinhos” de São José. A galera se
aproximava da gente como se fossem nossos amigos de tempos atrás; estavam sempre lá,
mostravam preocupação, cuidado e falavam do amor de Deus por nós. As meninas sempre
me chamavam para ir à vigília, até que um dia aceitei e confesso que amei. Passei a ir com
mais frequência nas vigílias e fui me aproximando de Deus sem perceber. Umas das meninas
do Resgate me convidou a ir à célula dela e eu aceitei. Com todos os cuidados do Resgate e
da célula, as transformações da minha vida ficaram mais intensas. Decidi terminar um
namoro com uma menina, era complicado, deixei de frequentar baladas e parei de usar
drogas. Hoje sou muito grata a esse ministério lindo, porque através dele eu provei do amor
verdadeiro de Deus. Hoje faço parte do Eleve Resgate, saio para as ruas com a mesma sede
de resgatar vidas para Jesus, como eles tiveram quando me evangelizaram e me mostraram o
melhor caminho. Se hoje sou uma nova criatura em Cristo Jesus!
Meu nome é Jefferson, e eu vivia num mundo de máscaras. Trabalhava com moda e era
muito fácil entrar em baladas, beber e ficar com várias mulheres. Um dia estava na fila da
balada e avistei uma galera diferente. Chamaram um amigo e eu para conversar, mas eu
recusei e meu amigo foi. Logo percebi que falavam sobre Cristo. Meu impacto pelo Eleve
Resgate não foi simplesmente porque me abordaram, mas porque vi vários jovens falando de
Cristo para outros jovens. Eu era desviado da fé e só queria saber de curtir. Meu amigo
voltou para fila, chorando. Fiquei pensando: “o que estou fazendo da minha vida?” Meu
amigo foi ao culto da igreja e aceitou Jesus. Eu não queria abandonar o que estava
vivendo, mas acabei “quebrando a cara”, passando por dificuldades enormes, até a ideia
do suicídio passou pela minha cabeça. E meu amigo lá da balada, que foi alcançado pelo
Resgate, ficava sempre insistindo e me convidando para ir à igreja. Ele já servia no Eleve
Resgate e sempre me falava do dia que estávamos na balada e que a partir daquela data,
tudo havia mudado na vida dele. Um dia eu precisava desabafar e aceitei seu convite de ir à
igreja. Fui e lá e fiquei. Deus me quebrantou na pregação durante a celebração do Eleve;
foi no primeiro sábado de março, após o Reação (na época não sabia o que era). O vídeo
sobre quantas vidas aceitaram Jesus me pegou em cheio, chorei demais! Aceitei a Jesus e
decidi mudar de vida. Passei a querer viver os planos de Deus pra mim. Graças à
misericórdia Dele, hoje permaneço firme. Tudo mudou, meu foco, minha visão. Em casa, meu
relacionamento com meus pais mudou completamente, hoje somos mais que unidos, oramos
juntos e temos um diálogo frequente. Deus me mostrou o quanto minha vida é importante pra
Ele e o quanto Ele queria me usar. Hoje sou batizado, lidero uma célula, sirvo no Eleve
Resgate e em outros ministérios da igreja.
O evangelismo como uma cultura no ministério com
jovens
Certa vez, quando compartilhei testemunhos do Reação e do Eleve
Resgate em um evento com vários líderes de jovens, alguns líderes
compartilharam comigo logo depois sobre o grande desafio de levar a
juventude para a rua uma única vez, quanto mais todas as semanas. Eles me
bombardearam de perguntas para saber como trabalhar essa cultura no
ministério com jovens e adolescentes.
A primeira coisa que me veio à mente foi que precisamos entender que o
evangelismo não é um programa, é um processo, como disse Doug Fields.
Nessa perspectiva, compartilho aqui treze atitudes que podem fortalecer a
cultura do evangelismo no ministério com juventude.