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O que podemos fazer pelos que amamos?


Crescer, nos iluminando e tenhamos em mente que só é
útil o conhecimento que colocamos em prática.

Emmanuel, explicando a passagem onde Jesus diz ser


Pastor e que nenhuma ovelha se perderá, nos traz uma
pequena, mas muito forte lição:

Conta-nos ele que um aprendiz perguntou a um Pastor


como esse fazia para conduzia suas ovelhas:

- Mestre, se uma ovelha cair na fossa, o que o Sr. faz?


- Eu a tiro e carrego, respondeu.

- Mas Mestre, e se a avelha se machucar, se ferir?

- Eu a curo e mesmo sangrando eu a carrego.

- E Mestre, se a ovelha fugir longe, léguas e léguas?

- Ah meu filho, ai eu não posso ir atrás, porque não


posso deixar todo o rebanho desprotegido por causa de
uma ovelha rebelde, mas eu mando o cão buscá-la...

Como lhes adiantei, uma pequena, singela mais muito


forte lição, difícil de esquecer...
O cão que auxilia o Pastor, é a dor, que é a mais bela rainha
sob a qual todos se ajoelham...
É a benção de Deus aos seus eleitos...
Eu, em minha ignorância de Espírito imperfeito, quando ouvi
que a dor é a benção de Deus aos seus eleitos, considerei
inicialmente incompreensível e injusta essa predileção.
Até que descobri o Médico das Almas, aquele que veio para
os doentes, e fez todo o sentido essa frase, porque nosso
encontro com Jesus só se dá quando realmente estamos
dentro de uma das situações descritas no Cap. V do ESE que
trata das aflições da alma, onde visitando as crises da
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existência, toda a gama de problemas, dificuldades,


incompreensões, injúrias, injustiças, provas, lutas,
tribulações, amarguras, desafios, perseguições, angustias,
desilusões, melancolias, humilhações, calúnias, preterições,
privações, perdas de entes queridos, doenças, enfim, todas as
aflições possíveis e imagináveis...
O Cap. V do ESE é o Cap. com o maior número de itens, pois
grande são as aflições da alma.
Esse é o capítulo em que nos enxergamos, pois que nos
retrata com fidelidade, onde podemos nos observar ainda com
tantas dificuldades e que se faz necessário a revisitação desse
Cap. inúmeras vezes para que nós possamos assumir nossas
próprias imperfeições.
E qual será o motivo das nossas aflições?
No CAP. V, em qualquer item que nós abramos, nos
reconhecemos porque:
Temos aquelas aflições;
Nós somos todos muito parecidos,
Nós vivemos as mesmas situações, os mesmos problemas só
mudando o nome, sobrenome e endereço, mas estamos
juntos nas mesmas dificuldades e dores, a diferença é a
maneira com que enfrentamos essas dificuldades.
Chora quem está no casebre como quem está na mansão.
E só quando passamos por determinadas situações é que
percebemos o quanto temos que nos melhorar, nos renovar a
forma de nos comportar, de reagir, de falar, pois enquanto a
palavra está dentro de nós, somos donos dela, após a
pronunciarmos, somos seus escravos e teremos a eternidade
para desfazermos os nós que criamos e transformá-los em
laços.

Então, Allan Kardec, um professor emérito, com metodologia


e lógica, colocou na sequência do CAP. V, que trata das
aflições da alma, o Capítulo VI com o Cristo Consolador, o
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Divino Rabi, o Mestre, o amigo e Médico que nos trará o


remédio para essas dores da alma.
Estamos de joelho Capítulo V porque nos reconhecemos como
aflitos e encontramos no Cap. VI a Consolação do Cristo
dizendo: - Vinde a mim agora que você tem melhor
compreensão e eu vou te consolar porque antes você não
tinha nem condição de ouvir, estava perdido em si mesmo,
apaixonado por si mesmo e assim sendo, repetindo os
mesmos erros, repetindo sempre as mesmas falas, com
respostas para tudo e se alguém viesse ajudar você recusaria
dizendo: - Eu já sei o que vc vai dizer.
Então somente quando nos sentimos fracos e sofredores,
reconhecemos que ainda recapitulamos os mesmos erros é
que estamos aptos a aceitar Jesus, que não veio para os sãos
e curados, pois os doentes e que precisam de médico.
Somente a alma que se reconhece sofrida, fraca e pede:
- Senhor renova a minha fé porque eu sou ainda muito
fraca, eu só tenho fé quando está tudo bem.
Sabe aquela canção que diz assim:
Eu não sou diferente de ninguém
Quase todo mundo faz assim
Eu me viro bem melhor
Quando tá mais pra bom que pra ruim..

Condição – de Lulu Santos... pois é assim que somos antes


do Cap. V.

Somente essa condição de fragilidade eu aceito o Cristo, pois


se eu não estiver assim e o Cristo vier até mim eu o nego:
- Eu não preciso, eu não tenho problema, pra mim está tudo
certo, eu não sofro, eu não tenho mágoa, eu sou quase um
espírito superior e eu nem sei o que eu estou fazendo aqui!!!!
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É assim que nós agimos, então nesse momento que nós


reconhecemos a nossa fragilidade, nosso sofrimento é que o
mestre chega e diz:
- Vim trazer o remédio que deve curá-lo.
E esse remédio meus queridos é o Evangelho, o remédio da
alma sofrida. É aquele momento em que o evangelho cala
dentro do nosso coração, é quando nós entendemos o que
Evangelho tem a nos dizer; quando reconhecemos o
Senhor como nosso Pastor e o Evangelho como nosso
remédio, quando me vejo ainda como uma alma enferma
e o evangelho vai cicatrizando a minha alma vai pegando
aquelas feridas e vai expurgando todas uma a uma.
Quando o mestre fez aquele convite há aproximadamente
1989 anos atrás, mas que ainda está vigente:
- Vinde a mim voz que sofreis, estais aflitos e fatigados que
sereis consolados e aliviados, ele não está dizendo que vai
retirar a nossa cruz, mas sim que vai aliviar, nos consolar,
bastando que confiamos nele.
O Cristo é para o espírito que quer parar de sofrer, que
cansou de sofrer e que quer mudar então, ele levanta e
segue o Cristo e o Cristo não pergunta em quais
condições estamos: ele não cogita da procedência dos
viajores – se somos bons, se somos maus querendo ficar
bons, se somos meio bons...ele só pede a postura e a
vontade de mudar, que aceitemos o seu convite e que
sigamos o seu evangelho.
Não adianta procurar fora a Consolação porque ele não é
capaz de nos proporcionar.
O conhecimento do médico da Terra tem limite, porque não
pode adentrar na nossa alma e modificar os nossos
sentimentos. O mundo lá fora é fraco para me dar consolo.
Valemo-nos dos médicos da terra para minimizar as nossas
dores e sofrimentos. Sempre há alívios que nos reparam as
forças através da assistência que recebemos. Contudo, não
esqueçamos de que “as doenças do corpo são reflexos das
mazelas da alma”! É nela que estão incrustadas todas as
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imperfeições que nos fazem padecer. Em “reduto egoísta”


mantemos arquivados de forma impensada os sentimentos
inferiores que nos escravizam há séculos.

A medicina terrena ajuda-nos quanto às dores que nos


acometem. Mas Jesus como médico das almas, é o remédio
que nos libertará, visto que na alma é que se encontram as
causas dos nossos sofrimentos. 

Quando está escuro e ninguém nos ouve, Cristo é a lanterna


dos afogados.... quando acreditamos estar sozinho, esse é o
momento preferido do médico Jesus, a voz que diz: - Confia
que eu estou aqui.
Quantas vezes em uma prece sentimos uma força um
avivamento onde nos questionarmos como foi que passamos
por aquelas situações, de onde haurimos forças e aí nós
percebemos que foi o amparo espiritual, a sustentação do
Cristo na nossa vida e que sozinhos não conseguiríamos.
CX: Não devemos pensar em Jesus nas alturas, distante de
nós. Ele está perto de nós; ele e sua mãe continuam
ajudando a toda a humanidade.
Quando nos elevamos em prece, a espiritualidade superior se
inclina em misericórdia.
Jesus faz um supremo apelo aos vossos corações por meio do
espiritismo, basta que queiramos aceitar o convite da
renovação.
Daí percebemos que não há como ser feliz querendo fazer
prevalecer os nossos desejos egoístas e sentimentos
caprichosos, quantas reencarnações já tivemos e retornando
ao planeta repetido os mesmos erros devido ao nosso livre-
arbítrio?
Quando tomamos o remédio doce do Evangelho, entendemos
que a dor é apenas a causa da lei de ação e reação. Como não
há privilegiados, teremos que nos ater com todo caminho que
fizemos que pode ser um caminho uma trilha de luz um
rastro de sombras.
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Precisamos mais do que nunca, desfazer os nós que fizemos e


transformar todos em laços e isso leva várias reencarnações...
Precisamos dizer:
-Senhor eu quero mudar!!! Eu aceito o seu remédio, que nada
mais é do que a observância da lei de amor e caridade.
E assim, a cada dia o nosso combate de aprender e de
transformar as nossas más inclinações em boas.
Hábitos cristalizados no passado tem que ser modificados,
tais como a impiedade, o egoísmo, orgulho, a vaidade e se eu
conseguir reconhecer essas chagas morais, estarei no
caminho da cura.
Quando eu reconheço que a felicidade depende
exclusivamente de mim.
Devemos sempre nos perguntar:
Eu quero ser feliz? Então eu vou ter que trabalhar esses
sentimentos ruins que ainda tenho.
Eu sou melhor que o outro?
O outro é melhor que eu?
Se eu tenho o direito de errar ele também tem.
Se eu peço para Deus todos os dias que perdoe a minhas
faltas, o outro também tem o direito de ser perdoado.
São questionamentos com objetivo de aquietar essas
emoções, trabalhar essas imperfeições, regar todo nossos
sentimentos com o conhecimento doutrinário, iluminar a
nossas emoções e assim, desatar os nós que fizemos no
passado recente ou remoto e transformar em laços de afeto.
O Convite do Pastor, o Médico das Almas aflitas e doentes se
renova sempre:
- Vinde a mim todos os que estais aflitos e fatigados e eu
vos aliviarei, tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de
mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis
descanso para vossa alma porque o meu jugo é leve e o
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meu fardo é suave porque só exige a observância da lei de


amor e de caridade.
Jesus não nos trará alívio provisório, e sim a cura
definitiva que precisamos. É Ele que possui a moral, como
arsenal terapêutico para o Espírito, capaz de expurgar todas
as nossas iniquidades, concedendo pela sua imensa
misericórdia várias reencarnações até que possamos chegar à
iluminação total.
Bem aventurada as dores que nos trouxeram o médico Jesus.
E que possamos como nosso querido Chico Xavier: Agradeço
todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu
não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de
caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”

Não há mais, diante de todas essas reflexões, não entender a


bem aventurança das aflições que nos faz receber em nossa
vida o médico Jesus, assim sendo, realmente é a dor a
benção de Deus aos seus eleitos que nos faz aceitar o médico
Jesus que veio para curas o doentes que somos todos nós.

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