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Justiça- é aquilo que deve fazer de acordo com o direito, a razão e a equidade.
Sendo um conceito abstrato que faz a relação o termos morais.
Imprudência- tem a ver com algo mais do que a mera falta de atenção ou cuidado,
mas o ato pode até ser revelado de má fé, ou seja, com conhecimento do mal e
intenção de pratica-lo
A revisão que culminou com atual DH (2013) começou após a Assembleia Geral da
AMM ocorrida em outubro de 2011 na cidade de Montevideo, Uruguai. Foram
realizadas consultas às associações médicas mundiais e realizaram-se três
conferências: Rotterdam (Junho de 2012); Cape Town (Dezembro de 2012); Tóquio
(Fevereiro de 2013); Após, nova consulta pública foi realizada (abril a junho 2013)
sendo recebido 129 comentários e novo encontro de especialistas e interessados na
DH em Washington (Agosto de 2013).
A nova DH apresenta melhor legibilidade através da reorganização e
reestruturação do documento com subtítulos; apresenta ainda novo parágrafo para
garantir maior proteção para aos participantes de estudos, incluindo a questão da
compensação pela primeira vez na história da DH, descrito atual parágrafo 15 que
diz: “Deve ser garantida tratamento e compensação apropriada aos indivíduos
prejudicados devido sua participação na pesquisa” (tradução do autor). Contudo,
Não fica claro quem decidirá o que é apropriado e de que forma será garantida tal
compensação e quem irá arcar com as despesas: seriam patrocinadores da pesquisa,
sistemas nacional de saúde ou terceiros?
A DH 2013 traz ainda requisitos mais precisos e específicos para acordos pós-
estudo. Foi acrescentado um novo parágrafo, de número 22, que diz: “[…] O
protocolo deve descrever acordos sobre o acesso pós-estudo dos participantes às
intervenções identificadas como benéficas no estudo” (tradução do autor). E o
parágrafo que tratava do acesso pós estudo foi modificado para o atual parágrafo
34 que diz: “Antes do ensaio clínico, patrocinadores, pesquisadores e governos dos
países anfitriões, devem fazer provisões para o acesso pós-ensaio a todos os
participantes que ainda precisam de uma intervenção identificado como benéfico
no estudo. Essas informações também devem ser divulgadas aos participantes
durante o processo de consentimento informado. Todos os participantes do estudo
devem ser informados sobre o resultado do estudo”. (tradução do autor).
Contudo, o parágrafo que permanece controverso é o que diz respeito ao uso de
placebo em pesquisas para doenças com tratamentos já comprovados. A nova
resolução não fez mudanças no que diz respeito ao seu conteúdo. Faz apenas
mudanças para uma abordagem mais sistemática quanto ao uso de placebos,
incluindo no texto o uso de intervenções menos eficazes que o a melhor
comprovada e o não tratamento do grupo controle, quando justificáveis
metodologicamente. O novo parágrafo diz: 33. Os benefícios, riscos, encargos e
eficácia de uma nova intervenção devem ser testados comparativamente com a
melhor intervenção atual comprovada(s), exceto nas seguintes circunstâncias:
- O uso de placebo, ou nenhuma tratamento intervenção, é aceitável em estudos
onde existe nenhuma intervenção atual comprovada, ou
- Quando, por razões metodológicas convincentes e cientificamente sólida, se faz
necessário o uso de qualquer intervenção menos eficaz do que a melhor
comprovada, placebo ou nenhum tratamento para determinar a eficácia ou a
segurança de uma intervenção e os pacientes que receberem qualquer intervenção
menos eficaz do que a melhor comprovada , placebo ou nenhum tratamento não
estarão sujeitas a quaisquer riscos adicionais de danos sérios ou irreversíveis,
como resultado de não receber a melhor intervenção comprovada. (tradução do
autor).
Embora a DH 2013 tenha sido aprovada pela maioria das associações médicas
mundiais, as associações médicas do Uruguai, Vaticano e Portugal se manifestaram
contrários e comentaram seus pontos de vista. Para o representante da Associação
Médica do Uruguai, a nova DH é sem dúvidas melhor que a anterior, exceto no que
diz respeito ao uso do placebo para pesquisa alusivas às doenças em que já existem
medicamentos comprovados, pois esse parágrafo coloca as questões metodológicas
na frente das questões éticas e é considerada desfavorável aos interesses dos
participantes do estudo. Para o Padre Requena, representante do Vaticano, deveria
ser descrito quais seriam tais tipos de pesquisa que poderiam ser consideradas
éticas. Já para a Dra. Torunn Janbu, representante da Associação Médica da
Noruega, a DH não abre a possibilidade do uso do placebo ou de intervenções de
menor eficácia para todos tipos de estudos quando há comprovadas tratamentos
existentes, pois a DH clara ao dizer que os pacientes que receberem qualquer
intervenção menor que a comprovada não estarão sujeitos a quaisquer riscos
adicionais de danos sérios ou irreversíveis, como resultado de não receber a
melhor intervenção comprovada. A posição da Dra. Torunn Janbu foi considerada
pela maioria dos votantes e a DH foi adotada.
No Brasil, a DH permanecerá não sendo acatada como norma ética em pesquisa,
visto que o uso de placebo em situações nas quais existem tratamento eficaz é
proibido no País: a Resolução do Conselho Nacional de Saúde 408/08,
incorporada pela nova Resolução CNS 466/12, manifesta-se contrária a tais
tipos de pesquisa e o Conselho Federal de Medicina, através da Resolução CFM
1885/08, restringe o uso de placebo e permite placebo como comparativo no braço
controle do experimento exclusivamente em situações nas quais não existe
tratamento eficaz comprovado. Ressalta-se ainda a Moção da Sociedade Brasileira
de Bioética, aprovada por unanimidade no X Congresso Brasileiro de Bioética,
ocorrido de 24 a 27 de setembro de 2013 em Florianópolis, a qual é contrária ao
uso de placebo como comparador quando tratamentos existem; essa moção
recomendou à AMB defender na Assembleia Geral da Associação Médica Mundial
de outubro de 2013, a posição defendida pelo CFM – Código de Ética Médica e pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa/CNS, relacionada ao uso do placebo e
também ao acesso pós-estudo.
I – Método Alternativo: qualquer método que possa ser utilizado para substituir,
reduzir ou refinar o uso de animais em atividades de pesquisa;