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Hobsbawm

Filho de pais judeus, Eric John Earnest Hobsbawm nasceu no dia 9 de junho de 1917 na cidade
de Alexandria, Egito, quando o país se encontrava sob domínio britânico. Passou os anos
iniciais de sua vida vivendo nas cidades de Viena e Berlim, numa fase em que Áustria e
Alemanha viviam graves crises econômicas e sociais em decorrência da Primeira Guerra
Mundial. Muito novo, aos 14 anos de idade, Eric Hobsbawm já havia perdido seus pais, o que
refletiu em sua adoção e da irmã Nancy por parte da tia materna Gretl. Foi, então, viver em um
novo lar na cidade de Londres, em 1933.

Quando se mudou com a irmã para a Inglaterra, Eric Hobsbawm já havia iniciado suas leituras
de Karl Marx e Adolf Hitler já havia chegado ao poder na Alemanha. A ida para Londres foi
motivada pela fuga da perseguição nazista, mas, principalmente, pelo fato de ter recebido uma
bolsa de estudos para estudar em Cambridge, onde acabou se formando em História. Os tios
adotivos de Eric Hobsbawm decidiram levar toda a família e todos os negócios para Londres,
garantindo a sobrevivência já que os judeus seriam fortemente caçados na Alemanha nos anos
posteriores.

Eric Hobsbawm logo se envolveu intensamente com a política. Ingressou no Partido Comunista
da Grã-Bretanha e exerceu a militância política de esquerda. Por ser um intelectual, fluente em
quatro idiomas, ficou responsável pelos trabalhos de inteligência, após um ano cavando
trincheiras e preparando bunkers no litoral da Inglaterra.

O fim da Segunda Guerra Mundial marcou a volta de Eric Hobsbawm à Universidade de


Cambridge, na qual ele faria seu doutoramento. Foi nesse período que formou-se o Grupo de
Historiadores do Partido Comunista e que sua carreira na História ganhou grande notoriedade,
integrou um grupo de renomados Historiadores Marxistas que buscavam entender as classes
populares na corrente historiográfica que ficou conhecida como História Social.

Dedicou-se ao estudo do século XIX, que considera como iniciado com a Revolução Francesa,
em 1789, e encerrado com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. O que resultou na
publicação de clássicos da historiografia sobre o período: Era das Revoluções (1789-1948), A
Era do Capital (1848-1875) e A Era dos Impérios (1875-1914). Em seguida, vieram, então, as
análises do que chamou de “o breve século XX”.

Hobsbawm era um historiador ousado, escreveu e publicou a obra após o colapso da União
Soviética, em 1994, contrariando um pensamento muito difundido entre os historiadores, no
qual se diz ser impossível fazer uma análise crítica sobre um período de tempo próximo. Há
uma linha de pensamento nascida no iluminismo (corrente do século 18 que valorizava a
racionalidade humana) na qual é afirmado que “A história termina 30 anos antes daquilo que
se vive”.

Sua ousadia vai além, foi militante do partido comunista até sua extinção, e assumidamente
marxista. Em sua obra, Hobsbawm conseguia não apenas analisar criticamente os
acontecimentos do último século, como também faz uma análise desprendida de sua postura
ideológica.
“Era dos extremos” – Retrata a passagem do século XIX para o século XX que representou o
momento de apreensão que começariam a impactar a todos. Eric Hobsbawn trouxe nova
visão crítica sobre o século XX e descreveu como sendo o mais terrível dos séculos e o mais
veloz de todos, um século de guerras, de nascimento e fenecimento de utopias de
conhecimentos mais ao mesmo tempo, do predomínio de ignorância e medo.

Freud

Freud tomou conhecimento também que o grande psiquiatra Charcot chagara à


conclusão, surpreendente para a época, de que a natureza íntima da histeria não
era orgânica. mas psíquica. Era resultado de conflitos internos desconhecidos do
próprio doente. Charcot concluira ainda que a histeria além da ser uma doença
real, poderia acometer tanto mulheres quanto homens. E descobriu também que
os fenômenos histéricos-neuróticos são regidos por leis verdadeiras, embora
inconscientes e desconhecidas.
Os conhecimentos que Charcot acresceu à Psiquiatria e à incipiente Psicologia
Profunda ou do inconsciente (a Psicanálise) foram de um valor extraordinário a
ponto de colocá-lo em destaque entre os primeiros desse movimento.
No começo, quando Freud iniciava sua careira na medicina (psiquiatria) as causas
das neuroses eram atribuídas a certas lesões ou “debilidades” do sistema nervoso
(dai o termo neurose, de neuron, nervo).
Dessa forma Freud alertado pelas experiências de Breuer, e entusiasmado com as
descobertas que presenciara em Paris, continuava somando conhecimentos para
elaboração de suas conclusões. Retomou a Viena em 1886 e continuou suas
pesquisas, agora como associado de Breuer.
Freud, em seu trabalho de pesquisa encontrou em Ana O. (a paciente de Breuer)
uma excelente paciente: verificou que a maioria dos sintomas histéricos pareciam
ocupar o lugar de idéias, imagens e impulsos que experienciara e, por julgá-los
incorretos e repugnantes, optara por reprimi-los e esquecê-los. Concluiu ainda: as
penosas lembranças daqueles fatos e imagens não tinham desaparecido, mas
permaneciam como que escondidos exercendo sua nefasta influência até
finalmente exprimirem-se através dos sintomas.
E juntamente com Breuer, Freud observou também que quando a enferma revivia
essas lembranças de forma muito emotiva durante a hipnose conseguia realmente
um grande alívio ou até o desaparecimento total dos sintomas. Estiveram então
muito próximos da descoberta do recalque.
Em uma avaliação geral: (a) de acordo com Charcot, Freud aprendeu que a
natureza da histeria é psíquica e que nela as reminiscências traumáticas
inconscientes representam o papel principal dos sintomas; (b) com Bemheim,
LiébouIt c Janet reconheceu a presença de processos psíquicos que poderiam
permanecer ocultos à consciência. (c) E com Breuer construiria as bases de sua
teoria do recaI que e da censura.
Mas em especial baseado nas experiências de sugestões pós-hipnóticas de
Berheim, traçaria os fundamentos de sua teoria do inconsciente-dinâmico.
Principalmente na técnica em que pressionando com a mão a cabeça do paciente
era possível a suspensão da amnésia hipnótica que foi a origem da técnica
psicanalítica das associações livres, de grande importância em seus sistemas que
inclusive pennitiu abandonar o uso da hipnose catártica.
Gandhi

Gandhi na África do Sul

Foi durante sua estadia na África do Sul que Gandhi teve suas primeiras experiências com o
preconceito racial, vindo tanto das autoridades como dos habitantes europeus da região. Um
caso marcante que foi um dos fatos que levaram Gandhi ao ativismo aconteceu durante uma
viagem que Gandhi fazia para Pretória em 7 de junho de 1893.

Durante a viagem, um passageiro incomodou-se com a presença de Gandhi na primeira classe,


e os funcionários do trem solicitaram que Gandhi se retirasse para a terceira classe. Como
Gandhi se recusou a se transferir para a terceira classe – ele possuía passagens para a primeira
classe, foi expulso do trem.

Essa experiência, somada a uma lei discriminatória decretada pelas autoridades coloniais
contra os indianos, convenceu Gandhi a iniciar o ativismo em defesa dos direitos dos indianos
na região. Durante os 21 anos em que esteve na África do Sul, Gandhi atuou em defesa dos
indianos e lá desenvolveu seu método de protesto não violento, que foi importantíssimo na
luta pela independência da Índia e que o popularizou em seu país de origem.

O retorno à Índia e a luta pela independência

Após retornar à Índia, Gandhi retomou seu ativismo político somente após o fim da Primeira
Guerra Mundial. A Índia ainda era parte do Império Britânico, e a luta de Gandhi foi
justamente para emancipar seu país do domínio colonial britânico. Em 1919, autoridades
britânicas decretaram uma lei que permitia a prisão de qualquer pessoa que fosse julgada
como ameaça.

A partir disso, Gandhi retomou o seu princípio de Satyagraha, que propunha um protesto não
violento contra as injustiças existentes de maneira que o agressor se convencesse da injustiça
que estava cometendo. Foi exatamente a defesa de uma atuação pacífica que fez Gandhi
receber o apelido de “mahatma”, que para os indianos significa “grande alma”.

A atuação de Gandhi na luta contra a Inglaterra ocorreu a partir de ações de desobediência


civil, instigando o povo a se recusar a colaborar com as autoridades britânicas de forma a
enfraquecer o domínio sobre a Índia. A atuação de Gandhi como liderança do ativismo indiano,
naturalmente, rendeu-lhe a prisão por diversas vezes.

As principais ações tomadas por Gandhi foram incentivar o povo a produzir sua própria roupa
e não comprá-la dos britânicos como era comum na época. Para dar o exemplo, Gandhi
carregava consigo um tear manual que ele utilizava para produzir suas próprias roupas. O tear
manual utilizado por Gandhi tornou-se um símbolo nacional na Índia e atualmente é
estampado na bandeira do país.

Outro destaque vai para a “marcha do sal”, na qual Gandhi liderou uma multidão que marchou
a pé até uma região litorânea da Índia para que pudesse extrair sal do mar. A marcha do sal
aconteceu como forma de desafiar as autoridades britânicas, que haviam instituído um novo
imposto sobre o preço do sal na Índia.
A partir da década de 1920, uma rivalidade muito forte surgiu na Índia entre hindus e
muçulmanos e, por mais que Gandhi se posicionasse pelo fim da violência e pelo convívio
pacífico entre os dois lados, a violência continuou existindo. O crescimento do movimento de
independência durante a Segunda Guerra Mundial fez com que a Índia conquistasse a sua
independência em 1947. No entanto, a divisão existente entre muçulmanos e hindus
permaneceu, o que fez com que o território indiano se fracionasse em duas nações. A porção
muçulmana da Índia fundou o Paquistão.

A separação da Índia e do Paquistão foi o motivo da morte de Gandhi, quando, no dia 30 de


janeiro de 1948, um nacionalista hindu chamado Nathuram Godse atirou à queima-roupa em
Gandhi, em Nova Deli.

Nathuram Godse assassinou Gandhi porque o considerava responsável pela separação do


Paquistão. Depois de preso, foi julgado e condenado à morte. Nathuram Godse foi executado
no dia 15 de novembro de 1949.

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