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Mini-Projecto de Geomecânica Aplicada

Mestrado em Engenharia Geotécnica e Geoambiente

Unidade Curricular: Geomecânica Aplicada


Docente: Professor Hélder Gil Iglésias de Oliveira Chaminé
Data: janeiro de 2020

Linda Passos, nº1191738


Índice

1. Introdução ......................................................................................................................... 1

2. Enquadramento regional e local ........................................................................................ 3

3. Descrição geotécnica básica do maciço ............................................................................ 5


3.1. Apresentação, descrição e discussão dos dados geológico-geotécnicos .................... 5
3.2. Índice blocométricos e classificados- IB , JV , RQD e It ............................................ 14
3.3. Quadro-síntese dos parâmetros geológico-geotécnicos e geomecânicos ................. 15
3.4. Proposta de zonamento geotécnico – cartografia geotécnica subterrânea ................ 17
4. Aplicação das classificações geomecânica e índices geomecânicos ................................ 19
4.1. Considerações iniciais ............................................................................................. 19
4.2. Classificação Rock Load Mass Classification system- RLM ...................................... 19
4.3. Classificação Rock Structure Rating- RSR ............................................................... 19
4.5. Classificação Rock Tunnelling Quality Index- Q-system ........................................... 22
4.6. Correlação RMR - Q-system .................................................................................... 23
4.7. Classificação geomecânica GSI- Geological Strengh Index ...................................... 24
4.8. Comparação crítica das classificações geomecânicas e índices geológico-
geomecânicos ..................................................................................................................... 25
4.9. Proposta de solução de sustimento para a galeria ................................................... 25
5. Considerações finais ....................................................................................................... 27

6. Bibliografia ...................................................................................................................... 29

i
Índice de figuras

Figura 1- Aspetos diversos da antiga mina de volfrâmio das Aveleiras: a)Localização da mina de
Aveleiras; b) cartografia do traçado subterrâneo, fotográficas da mina e vista aérea da Cerca
dos mosteiro de Tibães; c) exemplo de sustimento original em madeira e esquema típico;
d)fotografia ilustrativas de trabalhos de pesquisa e processamento de minério de volfrâmio no
Norte de Portugal , em meados dos nos 30. .............................................................................. 3
Figura 2-Gráfico do zonamento geral do parâmetro do tipo de descontinuidades ..................... 6
Figura 3- Estereograma de Schmidt geral (em cima) e o Diagrama de Rosetas geral (em baixo)
............................................................................................................................................... 13
Figura 4-Gráficos do grau de fracturação, do grau de alteração e resistência, e respetivo
zonamento ............................................................................................................................. 17

ii
Índice de tabelas

Tabela 1- Famílias das descontinuidades ................................................................................. 14


Tabela 2- Valores do RQD........................................................................................................ 15
Tabela 3-Classificação RSR (Wickham et al., 1974) ................................................................... 20
Tabela 4- Classificação RMR|1989 (Bieniawski, 1989) ............................................................. 21
Tabela 5- Valores do Vão Livre ..................................................... Erro! Marcador não definido.
Tabela 6- Valores obtidos para as correlações RMR-Q-system ................................................. 23
Tabela 7- Valores do GSI ......................................................................................................... 24
Tabela 8-Síntese das classificações geomecânicas estudas ...................................................... 25
Tabela 9- Soluções pelas classificações .................................................................................... 26

iii
Índice de gráficos

Gráfico 1- Gráfico do zonamento geral do parâmetro do grau de alteração ............................... 6


Gráfico 3-Gráfico do zonamento geral do parâmetro do grau de fracturação (Espaçamento- F) 7
Gráfico 4-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da rugosidade.......................................... 8
Gráfico 5-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da abertura ............................................. 9
Gráfico 6-Gráfico do zonamento Gráfico 9-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da
presença de água .................................................................................................................... 11
Gráfico 10- Gráfico do zonamento geral do parâmetro da resistência ..................................... 12
geral do parâmetro da curvatura .............................................................................................. 9
Gráfico 7-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da rugosidade........................................ 10
Gráfico 8-Gráfico do zonamento geral do parâmetro do preenchimento ................................. 11

iv
Índice de equações
Equação 1- Índice dimensional para zonamento geral ............................................................. 14
Equação 2-Índice volumétrico para zonamento geral .............................................................. 14
Equação 3-Expressões para obter o RQD ................................................................................. 15
Equação 4- Expressão do índice de terminação ....................................................................... 15
Equação 5- Cálculo do RSR ...................................................................................................... 20
Equação 6- Equação do RMR básico ........................................................................................ 20
Equação 7-Equação do RMR|1989 .......................................................................................... 20
Equação 8-Equação para obter o RMR|2014 ........................................................................... 21
Equação 9-Equação do Q ........................................................................................................ 22
Equação 10- Equação para obter o vão livre ............................................................................ 23
Equação 11 - Equação para obter o 𝜎1′ ................................................................................... 24

v
vi
1. Introdução

O presente relatório é relativo ao mini-projeto geomecânico e insere-se na


unidade curricular de Geomecânica Aplicada do 1º semestre do Mestrado em
Engenharia Geotécnica e Geoambiente, lecionado no Departamento de Engenharia
Geotécnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto.
Com este relatório pretende-se analisar, do ponto de vista geomecânico e
geológico-geotécnico, uma galeria localizada em Mire de Tibães de forma a facilitar
a definição de zonas geotécnicas. Para isso, utilizou-se à técnica de amostragem
linear “Linear Scanline Technique” na recolha de informação sobre as
descontinuidades que atravessam o maciço granítico em estudo, sendo aplicadas
as classificações propostas pela ISRM (1981). Também foi utilizado o martelo de
Schmidt (esclerómetro portátil) que permitiu recolher a expedita do de alguns valores
de resistência do maciço em estações geotécnicas cautelosamente selecionadas ao
longo da galeria. Ao conjugar os dados obtidos dos dois métodos é possível definir
as zonas geotécnicas do troço de estudo da galeria em Mire de Tibães. Esta divisão
do maciço em zonas será baseada no grau de alteração (W), no grau de fracturação
(F) e na resistência à compressão uniaxial (S). Os dados recolhidos em campo serão
analisados estatisticamente com recurso ao programa Dips v6, da Rocscience. Esta
análise torna possível o agrupamento de descontinuidades em famílias que definem
o maciço em estudo e auxiliam a realização do zonamento geotécnico.

1
2
2. Enquadramento regional e local

A mina de Aveleiras situa-se na região Norte de Portugal, próxima da cidade de


Braga, na freguesia Mire de Tibães, dentro do mosteiro de Tibães (Figura 1).
Do ponto de vista geológico, a região de Mire de Tibães encontra-se numa área
constituída por rochas metassedimentares, acompanhadas pelos maciços graníticos
de Braga, de Gondizalves e de Aveleda. Nesta área em estudo destacam-se as
seguintes unidades:
i. Xistos Argilosos;
ii. Quartzofilitos e Metagrauvaques;
iii. Corneanas metapelítivas e quartzosas;
iv. Granito moscovítico de grão fino e médio

Figura 1- Aspetos diversos da antiga mina de volfrâmio das Aveleiras: a)Localização da mina de Aveleiras; b) cartografia
do traçado subterrâneo, fotográficas da mina e vista aérea da Cerca dos mosteiro de Tibães; c) exemplo de sustimento
original em madeira e esquema típico; d)fotografia ilustrativas de trabalhos de pesquisa e processamento de minério de
volfrâmio no Norte de Portugal , em meados dos nos 30.

3
4
3. Descrição geotécnica básica do maciço

3.1. Apresentação, descrição e discussão dos dados geológico-


geotécnicos

Durante as aulas de campo, que decorreram na galeria da mina de Aveleiras, foi


possível obter dados geológico- geotécnicos a partir da análise do maciço por meio da
técnica de amostragem linear. Sendo que esta análise nunca é objetiva, podendo
depender do operador que a realiza. A fita métrica (“scanline”) foi colocada no lado
direito da galeria de estudo a uma altura do solo entre 1,50 metro e 1,75 metros, sendo
que a orientação do perfil da “scanline” é N155-160º SE. O percurso de amostragem
tinha um comprimento de 75 metros, realizado em duas aulas de campos. Só as
descontinuidades que intersetaram na “scanline” é que fizeram parte deste estudo.

Os parâmetros geológicos-geotécnicos e geomecânicos incluídos neste estudos


foram a litologia, o grau de alteração W, a atitude, o tipo de descontinuidades (D-
diaclase, F-falha), a abertura (mm), o semi-comprimentos(m), a terminação T (O-
obscura; D-descontinuidade, R-rocha), a curvatura C, a rugosidade R , o tipo de
enchimento (argila mole, argila dura, quartzo, rocha esmagada, sem preenchimento), e
ainda a presença de água. Também foram anotadas as distâncias à origem com auxílio
da “scanline”, a partir destas e do trabalho em gabinete foi possível definir o grau de
fracturação F.

Como já foi referido, o túnel é constituído por xistos argilosos, quartzofilitos e


metagrauvaques, corneanas metapelítivas e quartzosas e granito moscovítico de grão
fino e médio, apresentando uma litologia bastante heterogénea. O grau de alteração W
de uma rocha na sua desagregação e decomposição levadas a cabo por os agentes
físico-químicos, sendo que quanto maior for a alteração da rocha, maior vai ser o
número atribuído a este parâmetro. Varia de W1 a W5, que neste caso são todos
incluídos, e pode ser fortemente influenciado pelo grau de fracturação e da quantidade
de água presente. A classificação do grau de alteração sugerida pela ISRM (1981)
encontra-se no Anexo I.

5
Grau de alteração
70
60
50 58
40 44
30
20 27
10
0
W1-2 W3 W4-5

Gráfico 1- Gráfico do zonamento geral do parâmetro do grau de alteração

Observando o gráfico 1 é possível verificar que existe uma predominância em


relação ao grau de alteração, sendo que existem 58 descontinuidades (45%) são
moderadamente alteradas W3, seguido do W4-5 com 44 descontinuidades (34%) e por
fim W1-2 com 27 descontinuidades (21%).

As descontinuidades analisadas podem ser de três tipos: falhas, diáclases ou


xistosidade. As falhas correspondem a planos de rotura com deslocamentos relativos
dos compartimentos. Já as diáclases têm uma ocorrência mais frequente nos maciços
e correspondem a descontinuidades planares fornadas em regime frágil. As
xistosidades, por outro lado, é a existência de planos paralelos (foliação) resultantes da
evidencia de uma forte recristalização dos minerais.

Tipo de Descontinuidade
120
100 111
80
60
40
20
17 1
0
Diaclase Falha Xistosidade

Diaclase Falha Xistosidade

Figura 2-Gráfico do zonamento geral do parâmetro do tipo de descontinuidades

6
Como foi referido, e como o gráfico 2, as diaclases são mais frequentes do as
falhas e que a xistosidade.

O grau de fracturação F corresponde à distância média medida entre


descontinuidades independentemente da família. O espaçamento corresponde à
distância perpendicular entre duas descontinuidades vizinhas que pertençam à mesma
família. O espaçamento está associado ao grau de fracturação, sendo que quanto maior
o grau de fracturação menos vai ser o espaçamento. Para tal é usada uma classificação
convencionada pela ISRM (1981) para agrupar o espaçamento em classes conforme as
distâncias entre as descontinuidades e que se encontra no anexo II.

Grau de faturação (Espaçamento-F)


60

50 54

40
42

30

20
19
10
10
4
0
F1 F2 F3 F4 F5

Gráfico 2-Gráfico do zonamento geral do parâmetro do grau de fracturação (Espaçamento- F)

Pode-se verificar no gráfico 3 que existe um grau de fracturação predominante é


o F3, tendo um espaçamento médio de 0,56 metros.

A continuidade é o comprimento superficial de uma dada descontinuidade. O semi-


comprimento é definido como o comprimento da descontinuidade acima e a baixo da
“scanline”. Para obter a continuidade é necessário somar ao semi-comprimento a altura
da “scanline” que neste caso está entre 1,5 metros e 1,75 metros, sendo que a esse
valor final de comprimento será aplicado uma classificação proposta pela ISRM(1981),
que se pode ver no anexo III. O valor do comprimento médio é aproximadamente 2,10
metros.

7
A rugosidade esta associado as irregularidades das paredes das descontinuidades.
Este parâmetro influencia a resistência de corte, ou seja, quanto mais rugosa for a
descontinuidade, maior será a resistência de atrito entre blocos, logo será maior a
resistência de corte. A rugosidade tem uma classificação qualitativa fazendo
corresponder a R1-2(lisa), R3 (algo rugosa) e R4-5(muito rugosa), mas também são
classificadas quanto ao tipo de rugosidade, podendo ser plana, ondulada ou denteada,
sendo que esta classificação (ISRM, 1981) pode-se ver no anexo IV.

Rugosidade
45
40
35
30
25
20 39 38
15
10 18
5 13
6 9 2 4 0
0
Denteada Ondulada Plana

R1-2 R3 R4-5

Gráfico 3-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da rugosidade

Pode-se verificar no gráfico 4 que existem duas classes predominante da


rugosidade, R3 Ondulada com 39 descontinuidades e R1-2 plana com 38
descontinuidades, mas existe uma classe que não tem nenhuma descontinuidade que
corresponde ao R4-5 plana.

A abertura define-se como a distância que separa duas paredes vizinhas de uma
descontinuidade. Este é um parâmetro que influencia a resistência ao deslocamento de
blocos, a rugosidade e tipo de enchimento.

A medição é classificada como descontinuidade fechada, descontinuidade aberta e


descontinuidade muito aberta, sendo uma classificação proposta pela ISRM em 1981,
e pode ser encontrada no anexo V. A abertura média deste estudo é 0,53 milímetros.

8
Abertura
120

100
105

80

60

40

20
23
1
0
Descontinuidade fechada Descontinuidade aberta Descontinuidade muito aberta

Gráfico 4-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da abertura

O gráfico 5 mostra que existem 105 descontinuidades que estão classificadas


como fechadas.

As descontinuidades podem ser também classificadas quanto a curvatura, sendo


que está esta associada a esforços compressivos das superfícies das descontinuidades.
Pode ser classificada como planas corresponde a C1-2 , algo curva corresponde a C3
ou muito curva corresponde a C4-5, fazendo corresponder a uma classificação proposta
pela ISRM me 1981.

Curvatura
120
100
97
80
60
40
20 30
2
0
C1-2 C3 C4-5

C1-2 C3 C4-5

Gráfico 5-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da curvatura

9
Pode-se verificar no gráfico 6 que 97 das descontinuidades apresentam C1-2
que significa que as descontinuidades são maioritariamente planas.

A terminação é o parâmetro que analisa como termina a descontinuidade. A


descontinuidade pode terminar noutra descontinuidade, sendo assim classificada com
um” D”. Pode aparentar que a descontinuidade não termine neste caso é classificada
como obscura “O” ou pode terminar na rocha, classificando-se como “R”.

Terminação
70

60 65

50

40

30 34
30
20

10

0
O R D

Gráfico 6-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da rugosidade

No gráfico 7 existem mais descontinuidades que terminam noutra


descontinuidades. As restantes são obscuras ou terminam numa rocha.

O preenchimento define-se como material que existe entre paredes opostas da


mesma descontinuidade. O tipo de enchimento das descontinuidades pode influenciar
a resistência de corte e a condutividade hidráulica do maciço. O preenchido por rocha
esmagada, argila mole, argila dura ou quartzo.

10
Preenchimento
90
80
70 78
60
50
40
30
20
19 20
10
11 1
0
Argila dura Argila mole Rocha esmagada Sem Rocha quartzo
preenchimento

Gráfico 7-Gráfico do zonamento geral do parâmetro do preenchimento

Neste gráfico 8 é possível ver que mais de metade das descontinuidades não há
preenchimento isso deve-se ao facto de também haver 105 descontinuidades
classificadas como fechadas.

A presença de água está associada ao grau de humidade presente nas


descontinuidades, podendo existir caudal se a condutividade hidráulica do local permitir.
Analisando o local optou por utilizar seco e húmido quanto a presença de água.

Presença de água
140
120
127
100
80
60
40
20 2
0
Seco Húmido

Seco Húmido

Gráfico 8-Gráfico do zonamento geral do parâmetro da presença de água

11
No gráfico 9, quase todas descontinuidades encontram-se secas. Existindo só
duas descontinuidades húmidas.

A resistência do maciço foi medida no local, com recurso do martelo de Schmidt.


As medições foram efetuadas de aproximadamente de 3 em 3 metros. Foram efetuadas
23 medições.

Este parâmetro está classificado com um S e varia de 1 a 5, sendo que o 1


corresponde a uma resistência muito elevada e o 5 a uma resistência muito baixa. No
anexo VI pode-se encontrar o quadro de classificação deste parâmetro e no anexo VII
temos o ábaco de Miller.

Resistência
14

12 13

10

6
6
4
4
2
0 0
0
S1 S2 S3 S4 S5

Gráfico 9- Gráfico do zonamento geral do parâmetro da resistência

O gráfico 10 demostra que a resistência à compressão simples que predomina


é o S3- Resistência media, contudo não existe nenhuma resistência S1- muito alta nem
S5-muito baixa.

Para cada zona geotécnica também foi realizado este estudo para cada
parâmetro encontra-se no anexo VIII.

12
As descontinuidades têm atitudes geológicas, essas dadas por duas partes: a
orientação do plano de corte e a inclinação, e são obtidas através de uma bússola com
clinómetro. Após o levantamento de 129 descontinuidades, foi necessário definir as
famílias para um melhor estudo do maciço. Para definir as famílias as atitudes foram
convertidas para dip /dip direction e introduzidas no Dips da Rocscience. Este software
permitiu obter o diagrama de rosetas e o estereograma de Schmidt(Figura 3)

Figura 3- Estereograma de Schmidt geral (em cima) e o Diagrama de Rosetas geral (em baixo)

13
Após a análise dos diagramas foi possível identificar 4 famílias, havendo outliers,
como se pode verificar na tabela 1. Os restantes diagramas encontram-se no anexo VIV.

Tabela 1- Famílias das descontinuidades

Família Atitude Nº de descontinuidades


1º N20-49ºE 56
2º N50-70ºE 23
3º N120-160 ºE 19
4º N0-19 ºE 13
Outliers -- 18

3.2. Índice blocométricos e classificados- 𝐈𝐁 , 𝐉𝐕 , RQD e 𝐈𝐭

Depois de estarem as famílias de descontinuidades definidas e os


espaçamentos médios, foram realizados os cálculos dos índices blocométricos, para
avaliar o tamanho dos blocos, recorrendo ao índice dimensional, 𝐼𝐵 (ISRM,1978), ao
índice volumétrico, JV (ISRM,1978) e ao índice de qualidade da rocha, RDQ
(ISRM,1978).

• Índice dimensional- 𝐈𝐁

Este índice permite obter as dimensões médias do bloco-tipo que foram


encontrados ao longo do maciço.

A equação 1 corresponde a este índice:

Equação 1- Índice dimensional para zonamento geral

e1 + e2 + e3 + e4 0,59𝑚 + 0,66𝑚 + 0,43𝑚 + 0,66𝑚


IB = = = 𝟎, 𝟓𝟖𝟓 𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐𝒔
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑚í𝑙𝑖𝑎𝑠 4

• Índice volumétrico- 𝐉𝐕

Este índice indica diretamente o número de descontinuidades por metro cúbico, mas de
uma forma indireta também determina a dimensão média dos blocos.

Equação 2-Índice volumétrico para zonamento geral

𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝑵𝒓 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏𝟖
𝐉𝐕 = + + + + = + + + + = 𝟐𝟓, 𝟏
𝑺𝟏 𝑺𝟐 𝑺𝟑 𝑺𝟒 𝑺𝒓 𝟎, 𝟓𝟗 𝟎, 𝟔𝟔 𝟎, 𝟒𝟑 𝟎, 𝟔𝟔 𝟏

14
• índice de qualidade da rocha- RQD

Este é índice indicativo da qualidade do maciço, sendo avaliado a partir do testemunho


de uma sondagem realizada com recuperação contínua. É possível determinar o RQD através do
ábaco de Priest and Hudson, 1976. Existem duas fórmulas para calcular o RQD, uma de 1982 e
a outra mais recente, de 2005, como se podem ver na equação 3.

Equação 3-Expressões para obter o RQD

𝑅𝑄𝐷 (1982) = 115 − 3,3 ∗ 𝐽𝑣 𝑅𝑄𝐷(2005) = 110 − 2,5 ∗ 𝐽𝑣

Na tabela 2, é possível ver os resultados das várias formas que há para obter o RQD.

Tabela 2- Valores do RQD

Abaco RQD(1982) RQD(2005)


Geral 48 32,33 47,373

• Índice de terminação- It

Este índice carateriza o tipo de terminação das descontinuidades presentes no maciço,


é obtido a partir da equação 4.

Equação 4- Expressão do índice de terminação

(𝐸𝑟 ∗ 100) (34 ∗ 100)


𝑇= %= % = 0,0026
(𝐸𝑟 + 𝐸𝑒 + 𝐸𝑥) (34 + 65 + 30)

15
3.3. Quadro-síntese dos parâmetros geológico-geotécnicos e geomecânicos

A tabela 3 encontra-se todos os parâmetros geológico-geotécnicos e geomecânicos avaliados, segundo o maciço global e as suas diferentes
zonas geotécnicas.

Tabela 3-Tabela síntese dos parâmetros para maciço global e cada zona geotécnica4

16
3.4. Proposta de zonamento geotécnico – cartografia geotécnica
subterrânea

Após uma análise ao maciço de uma forma global, é necessário fazer uma análise mais
pormenorizada. Para tal foram elaborados três gráficos, que demostram toda a extensão
do maciço, com três parâmetros essenciais, sendo eles, o grau de alteração, o grau de
fracturação e a resistência do maciço. A figura 4, apresenta os gráficos com o devido
zonamento geotécnica.

Figura 4-Gráficos do grau de fracturação, do grau de alteração e resistência, e respetivo zonamento

Resumidamente, as quatro zonas são descritas da seguinte forma:

• ZG_1: Xistos com raros filonetes de quartzo, alterado a muito alterado (W4-5),
com espaçamento médio F3 (0,30 a 0,37 m), resistência à compressão uniaxial
S4 a S3 (18 a 20,65 MPa);

17
• ZG_2: Quartzo-filitos e metagrauvaques, moderadamente alterados (W3), com
espaçamento médio F3 (0,44 a 0,59 m), resistência à compressão uniaxial S3 a
S2 (25,80 a 33,48 MPa);
• ZG_3: Filões de quartzo com intercalações de corneana, ligeiramente alterada
(W1), com espaçamento médio de F2 a F5 (0,10m a 2 m), resistência à
compressão uniaxial S2 (75 MPa);
• ZG_4: Corneanas, moderadamente alterado (W3), com espaçamento médio F3
a F2 (0,50 A 0,68 m), resistência à compressão uniaxial S3 (40,15 a 42,13).

18
4. Aplicação das classificações geomecânica e índices geomecânicos

4.1. Considerações iniciais

Após a caracterização do maciço e o seu zonamento, segue para a classificação


do maciço em estudo através de diversas classificações geomecânicas e índices
geomecânicos. Neste estudo foram utilizadas as seguintes classificações
geomecânicos: Rock Load Mass Classification system (RLM-system), Rock Structure
Rating (RSR), Rock Structure Rating (RSR) , Rock Mass Rating (RMR) e Rock
Tunnelling Quality Index (Q-system) também foi utilizado o seguinte índice
geomecânico: Geological Strengh Index(GSI).

4.2. Classificação Rock Load Mass Classification system- RLM

Este é um parâmetro meramente descritivo em que não são atribuídos pesos aos
parâmetros para definir um suporte para o maciço, ou seja, estabeleceu uma
metodologia para a determinação da carga transmitida pelo maciço aos suportes para
distintas condições de rocha. Baseia-se, globalmente, no modo de jazida e no estado
da fracturação.

Tendo com conta está classificação o maciço rochoso é classificado como


moderadamente fraturado.

4.3. Classificação Rock Structure Rating- RSR

Esta é uma classificação quantitativa para descrever a qualidade do maciço


rochoso, que depende do valor obtido.

A classificação assenta em três parâmetros, sendo o primeiro está relacionado


com a geologia (A), refere-se as características litológicas e estruturais da rocha. O
segundo parâmetro corresponde a geometria (B), refere-se ao efeito padrão da
descontinuidade no que diz respeito à orientação do túnel. O último parâmetro está
relacionado com a hidrogeologia (C), refere-se com o efeito e/ou superficial
relativamente às características das descontinuidades.

O valor do RSR é obtido através da soma dos três parâmetros, que podem ser
obtido através do anexo X, na equação 5:

19
Equação 5- Cálculo do RSR

A + B + C = RSR

A tabela 4 apresenta os valores dos parâmetros e o valor do RSR para o maciço


em geral e para cada zona geotécnica.

Tabela 4-Classificação RSR (Wickham et al., 1974)

Parâmetros Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4


A 13 10 13 22 20
B 28 25 25 36 40
C 18 9 18 35 25
RSR 59 44 56 83 85

4.4. Classificação Rock Mass Rating- RMR

Em 1974, Bieniawski introduziu esta classificação para um determinado maciço


rochoso e pressupõe o seu zonamento. Esta classificação baseia- se em 6 parâmetros,
e podem ser obtidos no anexo XI, sendo que os parâmetros são os seguintes:

P1- índice de qualidade da rocha (RQD);

P2- Resistência do material-rocha;

P3- Espaçamento entre descontinuidades;

P4- Condições geológicas-geotécnicas das descontinuidades;

P5-Condiçoes de percolação da água;

P6- Correção da orientação das descontinuidades relativamente ao sentido de


escavação.

As equações 6 e 7 apresentam como se obtém o RMR básico e RMR|1989.

Equação 6- Equação do RMR básico

𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 + 𝑃4 + 𝑃5 = 𝑅𝑀𝑅 𝑏á𝑠𝑖𝑐𝑜

Equação 7-Equação do RMR|1989

𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 + 𝑃4 + 𝑃5 + 𝑃6 = 𝑅𝑀𝑅

20
A tabela 4 apresenta os valores dos diversos parâmetros e o RMR|1989 para o maciço
geral e para as zonas geotécnicas, para chegar aos valores dos parâmetros foi utilizada uma
tabela que se encontra no anexo XI.

Tabela 5- Classificação RMR|1989 (Bieniawski, 1989)

Parâmetros Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4


P1 4 4 4 7 4
P2 8 3 13 13 13
P3 10 10 10 10 15
P4 25 18 18 24 20
P5 15 15 15 15 15
P6 -5 -10 -5 -2 -2
RMR|1989 56 40 55 67 65

O maciço geral e a ZG_2 foram classificadas como Classe III, sendo assim
classificado como um maciço razoável, a ZG_1 foi classificada como Classe IV, sendo
classificado como frágil. Já a ZG_3 e ZG_4 foram classificadas como Classe II, sendo
classificadas como Bom.

Em 2014, esta classificação sofreu alterações, tendo sido introduzida uma


expressão que corrige o anterior. A equação 8 apresenta a nova expressão.

Equação 8-Equação para obter o RMR|2014

𝑅𝑀𝑅|2014 = 1,1 × 𝑅𝑀𝑅| 1989 + 2

A tabela apresenta os valores de RMR|1989 e os valores de RMR|2014.

Tabela 6- Valores obtidos para RMR|2014

Geral GZ_1 GZ_2 ZG_3 ZG_4

RMR|1989 56 40 55 67 65

RMR|2014 63,6 51,5 62,5 72,4 70,2

21
4.5. Classificação Rock Tunnelling Quality Index- Q-system

Esta classificação é recomendada para tuneis, e tem como objetivo determinar as


características geomecanicas do maciço rochoso e do sustimento. O valor de Q varia numa
escala logarítmica desde 0,0001 até 1000. A equação 8 apresenta como obter o Q:

Equação 9-Equação do Q

𝑅𝑄𝐷 𝐽𝑟 𝐽𝑤
𝑄= + +
𝐽𝑛 𝐽𝑎 𝑆𝑅𝐹
A equação apresenta diversos parâmetros, os valores para estes parâmetros são
obtidos no anexo XII:

RQD- “Rock Quality Designation”;

Jn -números de famílias de diaclases;

Jr- índice de rugosidade;

Já- Índice de alteração de diaclase;

Jw- Fator de redução do caudal de água;

SRF- Stress Reduction Factor (estado de tensão do maciço rochoso).

A tabela 7 apresenta os valores obtidos de Q.

Tabela 7- Valores obtidos de Q

Parâmetros Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4

RQD 48 24 55 55 60

JN 12 12 12 12 12

Jr 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5

ja 8 8 8 8 8

jw 1 1 1 1 1

SRF 2,5 10 2,5 2,5 1

Total 0,3 0,037 0,343 0,343 0,937

Também é possível determinar o vão livre que corresponde a um comprimento


em que a capacidade autoportante do maciço permite a ausência de sustimento. A
equação 10 apresenta o cálculo para obter o Vão Livre.

22
Equação 10- Equação para obter o vão livre

𝑉ã𝑜 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 = 2 × 𝐸𝑆𝑅 × 𝑄0,4

A tabela 8 apresenta os valores do Q, ERS e do Vão Livre para o maciço geral


e para as zonas geotécnicas.

Tabela 8-Valores do Vão Livre

Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4

Q 0,3 0,037 0,343 0,343 0,937

ERS 0,5

Vão Livre 0,618 0,269 0,652 0,652 0,975

4.6. Correlação RMR - Q-system

A comparação e a correlação entre o RMR e Q-system, estabelecem-se a através


de vários casos reais. (Bieniawki, 1989) As correlações utilizadas surgiram por partes
dos autores.

A tabela 9 apresenta os valores obtidos para as correlações.

Tabela 9- Valores obtidos para as correlações RMR-Q-system

RMR= 9.lnQ + 44 (Bieniawsi,1989)

Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4

33,16 14,45 34,39 43,42 40,90

RMR=15.lnQ+50 (Barton,1995)

Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4

31,94 0,75 33,98 49,03 44,83

Q=e^((RMR-44)/9) (Bieniawski, 1989)

Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4

3,79 1,74 5,29 14,39 11,52

Q = 10^((RMR-50)/10) (Barton, 1995)

Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4

3,98 0,32 3,16 25,12 15,85

23
Após a análise aos valores, podemos verificar que há disparidade em
comparação as classificações individuais. Assim sendo, pode-se concluir que a
classificação do maciço fica mais realista aplicando as classificações RMR e G-system
sem correlações.

4.7. Classificação geomecânica GSI- Geological Strengh Index

Esta classificação determina índices geomecânicos obtidos pelos RMR ou Q-


system, a obtenção de parâmetros para critérios de resistência do maciço rochoso. O
valor do GSI pode ser obtido graficamente (2000 e 2013) ou analiticamente (2013). As
tensões 𝜎1′ e 𝜎3′ , correspondem respetivamente às tensões principais efetivas máxima e
mínima. O GSI é calculado através das tensões principais efetivas tendo o
conhecimento do valor da outra e do valor mi, apresentando diversos valores devido a
diversidade do maciço. Considerando que o valor de 𝜎3′ = 60 MPa, sendo que o valor de
𝜎1′ obtém-se através da equação 11:

Equação 11 - Equação para obter o 𝜎1′

𝜎3′ 1
𝜎1′ = 𝜎3′ + 𝜎𝑐′ × (𝑚𝑖 × ′ + 1)
2
𝜎1

Na tabela 10 estão apresentados os valores obtidos para o critério de resistência


de Hoek & Brown. No anexo XII, temos os valores da contante 𝑚𝑖.

Tabela 10- Valores do GSI

Parâmetros Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4


𝜎𝟑′ 60

𝜎𝒄′ 41,6 20,7 33,5 78,6 42,13


𝑚𝑖 12 7 10 23 20

𝜎𝟏′ 238 155,5 205,6 398,6 288,8

GSI 50-55 35-45 50-60 55-65 65-70

Os valores de GSI forma retirados graficamente do anexo XIII.

24
4.8. Comparação crítica das classificações geomecânicas e índices
geológico-geomecânicos

A tabela 7 representa os resultados obtidos para classificação geomecânicas


estudadas neste projeto.

Tabela 11-Síntese das classificações geomecânicas estudas

Classificações Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4


geomêcanicas

RSR(Wickham et al, 59 44 56 83 85
1972,1974)
Razoável Razoável Razoável

RMR (Bieniawski, 1973, 56 45 55 64 62


1989, 1993;
Razoável Razoável Razoável Boa Boa

RMR (Celada et al, 2014) 63,6 51,5 62,5 72,4 70,2

Q-System (Barton et al., 0,3 0,037 0,343 0,343 0,937


1974, 1980; NGI 2013) Excecionalmente
Muito fraco fraco Muito fraco Muito fraco Muito fraco

GSI|2000 (Hoek et 50-55 35-45 50-60 55-65 65-70


Razoável Razoável
al., 2000) Razoável Fraco Bom

Observando a tabela podemos verificar que o maciço apresenta uma qualidade


razoável, podendo de precisar de intervenções pontuais.

4.9. Proposta de solução de sustimento para a galeria

As classificações geomecânicas foram analisadas apresentam soluções de


sustimento conforme o resultado obtido. Será tomada uma decisão final a partir das
soluções de propostas pelas classificações.

Na tabela 9 temos a solução propostas pelas classificações, que se encontram


no anexo XIV.

25
Tabela 12- Soluções pelas classificações

Classificação Soluções
Geral ZG_1 ZG_2 ZG_3 ZG_4

RSR (Wickham et 64 cm de espessura de betão projetado;


al., 1972, 1974)
1,41 m de espaçamento entre pregagens;

1,99 m de espaçamento entre cofragens.

RMR (Bieniawski, Pregagens: Pregagens sistemáticas com 4m de comprimento, espaçamento


1973, 1989, 1993 de 2m nos hasteais e teto, com malha de aço no teto.

Betão projectado:50-100mm no teto e 30mm nos hasteais.

Q-System (Barton Pregagens pontuais espaçadas de 1,3 em áreas sem betão projetado
et al., 1974, 1980)

26
5. Considerações finais

O estudo do maciço de Mire de Tibães conduziu às seguintes conclusões:

• O maciço encontra-se modernamente alterado (W3), com descontinuidades


medianamente afastadas (F3) e resistência é média (S3);
• Foram definidas 4 famílias e um outlier, com o auxílio do Dips da Rocscience;
• O maciço rochoso e as zonas geotécnicas foram classificadas
geomecanicamente pelo: RSR de Wickham, RMR de Bieniawski, Q-system de
Barton e o GSI de Hoek.
• Este maciço foi classificado como razoável.

27
28
6. Bibliografia

• ISRM – International Society for Rock Mechanics, 1978. Suggested methods for the
quantitative description of descontinuites in rock masses. Int. J. Rock Mech. Min.Sci. &
Geom. Abstr., 15(6): 319 -368.
• ISRM – International Society for Rock Mechanics, 1981. Basic geotechnical descriptionof
rock masses. Int. J. Rock Mech. Min. Sci. & Geom. Abstr., 18: 85-110.
• ISRM [International Society for Rock Mechanics] 2007. The complete ISRM suggested
methods for characterization, testing and monitoring: 1974-2006. In: Ulusay, R. &
Hudson, J.A. (eds.), suggested methods prepared by the Commission on Testing
Methods, ISRM. Ankara, 628 p.
• ISRM [International Society for Rock Mechanics] 2015. The ISRM suggested methods
for rock characterization, testing and monitoring: 2007-2014. In: Ulusay, R. (ed.),
suggested methods prepared by the Commission on Testing Methods, ISRM. Springer,
Berlin, 293 p.

Classificações geomecânicas

• Hoek E., 2007. Practical rock engineering. RocScience: Hoek’s Corner, 342 pp.
Download em [consultar o capitulo 3]:
http://www.rocscience.com/hoek/corner/Practical_Rock_Engineering.pdf / + info em:
https://www.rocscience.com/education/hoeks_corner
• Bieniawski Z.T., 1989. Engineering rock mass classifications. Wiley, New York.
• Barton N. & BieniawskiZ.T., 2008. RMR and Q-setting records straight. Tunnels and
Tunnelling International.
• Celada B., Tardáguila I., Rodríguez A., Varona P., Bieniawski Z.T., 2014. Innovating
tunnel design by an improved experience-based RMR system. In: Proceedings of the
World Tunnel Congress 2014, Tunnels for a better Life, Foz do Iguaçu, Brazil,
• NGI [Norwegian Geotechnical Institute], 2015. Using the Q-system: Rock mass
classification and support design. NGI handbook, Oslo.
• Singh B. & Goel R.K., 2011. Engineering rock mass classification: tunneling, foundations,
and landslides. Butterworth - Heinemann, Elsevier Inc.
• Palmström A. (2005). Measurements of and correlations between block size and rock
quality designation (RQD). Tunnels and Underground Space Technology,

29
30
Anexos

31
Anexo I- Grau de alteração W

Anexo II- Grau de fracturação F

Anexo III- Continuidade

32
Anexo IV- Rugosidade, R

Anexo V- Abertura

Anexo VI-Resistência à compressão simples

33
Anexo VII- Ábaco de Miller

34
Anexo VIII- Estereogramas de Schmidt e diagramas de rosetas referentes a cada
zona geotécnica estudada

ZG_1

ZG_2

ZG_3

35
ZG_4

36
Anexo VIV- Análise estatística das zonas geotécnicas

ZG_1(=43)

ZG1_Grau de alteração ZG1_Tipo de


50 Descontinuidade
40 60
41
30
40
20 42
20
10
1 1 0 1
0 0
W1-2 W3 W4-5 Diaclasse Xistosidade Falha

ZG1_Grau de faturação ZG1_Terminação


(Espaçamento-F) 20
20 19
15
15
16 10 13
10 11
12
5 9 5
0 6
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 O R D

ZG1_Curvatura ZG1_Preenchimento
40 25
20
30 36 15 20
19
10
20 5 0 3 1
0
10
6 1
0
C1-2 C3 C4-5

ZG1_Presença de água ZG1_Resistência


50 5
40 4
41 4
30 3
20 2
2
10 1
2 0 1 0
0 0
Seco Húmido S1 S2 S3 S4 S5

37
ZG1_Abertura ZG1_Rugosidade
40 15
14
30 10
31 10
20 5 8
3 1 2 0 5 0 0 0 0
10 0
11 1 O D P L
0
Descontinuidade Descontinuidade Descontinuidade
Fechada Aberta Muita Aberta R1-2 R3 R4-5

ZG_2 (=31)

ZG2_Grau de alteração ZG2_Tipo de


20
Descontinuidade
15 40
15
14
10 20 29
1 1
5 0
Diaclasse Falha Xistosidade
2
0 Série1
W1-2 W3 W4-5

ZG2_Abertura ZG2_Grau de faturação


25 (Espaçamento-F)
20 23 15
15 14
10
10 10
5 8 5
0 6
1 0
0
Descontinuidade Descontinuidade Descontinuidade
0
fechada aberta muito aberta F1 F2 F3 F4 F5

ZG2_Terminação ZG2_Curvatura
15 40

13 30
10 30
11
20
5 7
10
1 0
0 0
O R D C1-2 C3 C4-5

38
ZG2_Rugosidade ZG2_Preenchimento
15 20
14 15
10 16 15
11 10
5 5
3 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0
0 0
R1-2 R3 R4-5

D O P L

ZG2_Presença de água ZG2_Resistência


40 4
30
3
20
31 2
10
0
0 1
Seco Húmido
0
Seco Húmido S1 S2 S3 S4 S5

ZG_3 (=13)

ZG3_Grau de alteração ZG3_Tipo de


15 Descontinuidade
15
10 12
10 13
5
5
1 0 0 0
0 0
W1-2 W3 W4-5 Diaclasse Falha Xistosidade

ZG3_Abertura ZG3_Grau de faturação


15 (Espaçamento-F)
13 6
10
4 5
5 4
2
0 0 2 2
0
0
Descontinuidade Descontinuidade Descontinuidade
0
fechada aberta muito aberta F1 F2 F3 F4 F5
.

39
ZG3_Terminação ZG3_Curvatura
12 12
10 10 11
8 10 8
6 6
4 4
2 0 3 2 1 1
0 0
O R D C1-2 C3 C4-5

ZG3_Rugosidade ZG3_Preenchimento
6 15 12
4 5 10

2 3 3 5
0 0 1 0
0 1 0 1 0 0 0 0 0
0 0
D O P L

R1-2 R3 R4-5

ZG_4(=42)

ZG4_Resistência ZG4_Grau de alteração


10 50
8 40
8 41
6 30
4 20
2 10
0 2 0 0 0 1
0 0
S1 S2 S3 S4 S5 W1-2 W3 W4-5

ZG4_Tipo de ZG4_Abertura
Descontinuidade 25
30 20 23
15 19
20 27
10
10 15 5
0
0
0
0 Descontinuidade Descontinuidade Descontinuidade
Diaclasse Falha Xistosidade fechada aberta muito aberta

40
ZG4_Grau de faturação ZG4_Terminação
(Espaçamento-F) 40
20 30
15 19 31
18
20
10
5 10
3 2 0 6 5
0 0
F1 F2 F3 F4 F5 O R D

ZG4_Curvatura 15 ZG4_Rugosidade
25
13
20 10
22
20
15
5
10 6
5 5 5
5 2 0 1 2 0 3 0
0 0
0 D O P L
C1-2 C3 C4-5 R1-2 R3 R4-5

ZG4_Preenchimento ZG4_Presença de água


40 50
30 40
20 31 42
30
10 0 4 7 0 20
0
10
0
0
Seco Húmido

41
Anexo X- Classificação RSR

42
Anexo XI- Classificação RMR

43
Anexo XII- Classificação do Q-system

44
45
Anexo XIII- Valores do constante mi do material rocha (adaptado de Hoek e
Marinos, 2000; Hoek, 2007)

46
Anexo XIV- Classificação GSI (Hoek et al., 1998, 2000; Hoek et al., 2013

47
48
Anexo XV – Soluções propostas pelas classificações RSR, RMR|89 e QSystem

49
50

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