AVALIAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Curso de Especialização em
Gestão Educacional e Escolar
Governador do Estado do Maranhão Edição
Flávio Dino de Castro e Costa Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Núcleo de Tecnologias para Educação - UEMAnet
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43 p.
1. Gestão escolar. 2. Avaliação. 3. Educação básica.
4. Experiências de Políticas. 5. Terceiro milênio. I.
Título. II. Serra, Ilka Márcia Ribeiro de Souza.
CDU: 37.014.5
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1 GESTÃO ESCOLAR E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA..... 5
UNIDADE 1
BÁSICA BRASILEIRA................................................................................. 21
2.1 A avaliação nas reformas educacionais e as demandas da gestão escolar 26
2.2 A avaliação na educação básica, à luz dos projetos de diretrizes e
bases da educação e do plano nacional de educação...................... 27
2.3 A concepção qualitativa da avaliação na construção da gestão escolar 30
Referências........................................................................................ 32
TERCEIRO MILÊNIO........................................................................ 33
3.1 A interferência de políticas sobre práticas pedagógicas.................... 34
3.2 A avaliação em larga escala e a qualidade na educação básica brasileira 36
3.3 A gestão escolar e as demandas de avaliação qualitativa para o
enfrentamento dos desafios e perspectivas das escolas.................. 38
Referências........................................................................................ 42
APRESENTAÇÃO
T
ratar de Gestão Escolar e Avaliação da Educação Básica, exige
conhecimento para poder lidar com a complementaridade destes dois
momentos da dinâmica escolar, principalmente por se tratar de uma
temática que envolve a logística técnico-política da escolaridade básica.
Ver a Escola na sua Função Social é especialmente ter consciência dos
seus apelos e compromissos, considerando sua complexidade, ampliando o
conhecimento da forma e do conteúdo necessário para a amálgama de uma
instituição de formação ética, estética e cidadã. Para isto, é preciso vê-la na sua
verdadeira missão: formar cidadãos ativos na sociedade com a orientação de
uma comunidade educacional democrática, que se avalia na relação pedagógica
e administrativa.
E, para que o profissional da Educação Básica tenha mais entusiasmo e
autonomia para realizar um trabalho seguro, apesar dos desafios, trazemos o
presente material para refletirmos sobre dúvidas, sugestões, teorias e práticas
referentes à relação Gestão Escolar e Avaliação da Educação Básica. É uma
oportunidade para ampliarmos o conhecimento sobre: Gestão Democrática,
enquanto um processo a ser construído na escola; as experiências de políticas
de avaliação da educação básica brasileira; e alguns desafios, perspectivas da
avaliação em larga escala, e qualidade para as escolas brasileiras.
Bons estudos!
UNIDADE 1
GESTÃO ESCOLAR E AVALIAÇÃO
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
OBJETIVO:
Explorar o conceito de Gestão Democrática e sua
interdependência com o processo de Avaliação
escolar, bem como suas repercussões e efeitos
sobre a realidade escolar.
P
ara compreender a relação de interdependência entre Gestão e
Avaliação, é importante primeiro concebê-la como necessidade mútua,
sua complementaridade, seu processo e seus ajustes, e por fim, suas
intenções e revisões.
Coelho, 2018
Coelho, 2018
Bruno (apud OLIVEIRA, 2002, p.37) declara a sua descrença na busca desta
garantia na lei, justificando-se na síntese de Hobbes: “É a autoridade, não a
Segundo o autor,
[...] a direção de uma escola deve ser exercida tendo
em conta, de um lado, o planejamento, a organização,
a orientação e o controle de suas atividades internas
conforme suas características particulares e sua realidade;
de outro, a adequação e aplicação criadora das diretrizes
gerais que recebe dos níveis superiores da administração
do ensino (p. 142).
Libâneo (2008, p.145) sustenta que “a organização e a gestão do trabalho
escolar requerem o constante aperfeiçoamento profissional – político, científico,
pedagógico – de toda a equipe escolar”. E adverte sobre a responsabilidade
de dirigir uma escola, que implica conhecer bem seu estado real, observar e
avaliar constantemente o desenvolvimento do processo de ensino, analisar com
objetividade os resultados, fazer compartilhar as experiências docentes bem-
sucedidas.
Enfim,
é importante pensarmos a gestão democrática enquanto um processo construído
na escola, dessa forma,
na articulação das formas de mediação (nas dimensões: técnica, política e ética)
é preciso que se trabalhe:
Estudantes (o alvo);
Família (a parceria);
Professores (os profissionais do ensino; os educadores);
Recursos financeiros (a viabilidade material);
Funcionários (o apoio logístico).
RESUMO
Falar de Gestão Escolar Democrática parece ser um tanto utópico, mas não é!
Não podemos negar os avanços que a Escola vivencia atualmente, promovendo
a participação de todos da comunidade escolar; assumindo outras condutas
na resolução de problemas; e considerando a avaliação como instrumento
imprescindível da dinâmica escolar.
REFERÊNCIAS
P
ara avaliar a Educação Básica, a política educacional brasileira organiza-
se na unificação dos testes educacionais, cujo objetivo está definido em
“aferir o desempenho estudantil, para controlar a qualidade do ensino
ministrado nas escolas”. (LIBÂNEO, 2005, p.205). Segundo o autor, os exames
nacionais em vigor enfatizam a medição do desempenho escolar por meio de
testes padronizados, o que os vincula a uma concepção objetivista de avaliação.
Mas, como saber se o objetivo maior da escola foi atingido? Ou seja, como
saber se o aprendizado pretendido pelas escolas foi realizado? Será que medir
é o mesmo que avaliar?
Sobre avaliação
PONTOS DE AVALIAÇÃO!
A Aprendizagem por meio de atividades de ensino;
A relação dialética entre quem ensina e quem aprende;
A discussão dos Conceitos e as relações estabelecidas entre eles;
A organização do pensamento dos estudantes;
Os Procedimentos Metodológcos.
Questões fundamentais:
• O Sistema de Avaliação Tradicional, classificatório, assegura um ensino de
qualidade?
• A Manutenção das provas e notas é garantia do efetivo acompanhamento
dos alunos no seu processo de aprendizagem?
• O sucesso de um aluno na escola tradicional representa o seu desenvolvimento
máximo possível?
RESUMO
Nesta Unidade, consideramos alguns pontos importantes sobre o Avaliar na
Escola da Educação Básica. O objetivo a ser atingido contemplava a identificação
da relação entre a avaliação nas reformas educacionais e as demandas da
gestão escolar.
Neste sentido, procuramos apresentar algumas ideias para que fosse possível
compreender a avaliação na Educação Básica, à luz dos projetos de lei e das
intenções do Plano Nacional de educação - PNE. Nesta oportunidade, associamos
a concepção qualitativa da avaliação na construção da Gestão Escolar.
T
ais reflexões nos levam a perceber que ao entrarmos no novo milênio
começamos a criar expectativas e preocupações, ainda pendentes do século
passado. Há muitos avanços na ciência e na tecnologia. Muitas demandas
sociais, com seus riscos e incertezas, geraram grandes acontecimentos. Entretanto,
também proporcionaram a aceleração informacional, e implicaram no desenvolvimento
econômico e nas perspectivas positivas de qualidade de vida. Neste sentido, há de se
refletir sobre o papel da escola, como espaço profícuo de aprendizagens de crianças
e jovens, para o enfrentamento das urgências deste contexto.
Para o autor, “ao fazer isso, a escola e a definição das políticas passam a ser
exercidas exclusivamente pelo poder executivo” (ARAÚJO, 2012, p.20). E
ainda mais, que “a opção por não facilitar e incentivar canais de participação
da sociedade na esfera pública pode ser vista como uma alternativa das elites
brasileiras e/ou econômicas”.
Outro ponto de vista, sobre a interferência política nas práticas pedagógicas,
revela que:
A gestão escolar focaliza a essência do processo
educativo, considerando os sujeitos sociais envolvidos
em sua prática, e cuja direção para suas ações é a
relevância social. Essa forma de gestão deságua,
necessariamente, em uma experiência democrática na
escola, envolvendo todos os segmentos escolares, tanto
na concepção, como na implementação e avaliação do
trabalho escolar. Assim, desvelam-se as dimensões
política e pedagógica da gestão escolar, intrinsecamente
ligada à prática educativa e com um forte compromisso
com a transformação social. Com essas características, a
gestão escolar parece fazer jus à denominação de gestão
democrática do ensino. (GRACINDO, 2009, p. 136).
Pelo visto, os apelos do século XXI ainda são influenciados pelos concretos reflexos
do modo de produção capitalista, que é globalizante, e de caráter neoliberal em
nossa educação brasileira. Neste contexto, as políticas educacionais interferem
sim nas práticas pedagógicas, cujo objetivo se define por meio da avaliação em
larga escala para medir a qualidade da educação no Brasil.
RESUMO
A cultura escolar é dinâmica. É um construto das relações interpessoais, movidas
por reflexões, ações, compromissos e tomadas de decisão. Mas, a motivação da
avaliação sobre a aprendizagem continua baseada em mecanismos de premiação
e castigos. Isto pode não funcionar para todas as crianças, ou somente para as
que gostam de desafios. A avaliação escolar deveria ser observada, segundo a
concepção de Libâneo (1994) sobre esta prática pedagógica, definida pelo autor
como um componente do processo de ensino que visa, através de verificação e
qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com
os objetivos propósitos, e, daí orientar a tomada de decisões em relação às
atividades didáticas seguintes.
Verificamos que há muitos pontos importantes sobre a relação interdependente
entre as Políticas Educacionais, a Avaliação Escolar e a Gestão Escolar, e que
devem ser discutidos com gestores, professores, funcionários, alunos e famílias,
nas suas respectivas proporções. A cultura desenvolvida na escola deve ser
construída na dinâmica consciente de como os alunos estão sendo avaliados
em todas as suas circunstâncias. E não somente com avaliações obtidas de
provas escritas ou orais, mas em toda a vivência em sala de aula.
A avaliação do aluno deve estar sob a responsabilidade de toda a instituição.
Neste sentido, é oportuno observar as considerações de LIBÂNEO (1994, p.33)
sobre os compromissos da comunidade escolar acerca da avaliação:
A escola e os professores estão cumprindo
responsabilidades sociais e políticas. Com efeito, ao
possibilitar aos alunos o domínio dos conhecimentos
culturais e científicos, a educação escolar socializa o
saber sistematizado e desenvolve capacidades cognitivas
e operativas para a atuação do trabalho e nas lutas sociais
pela conquista dos direitos de cidadania.
REFERÊNCIAS