DEFICIÊNCIA AUDITIVA
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
Profa. Jociane Stolf
371.912
D555p Didó, Andréia Gulielmin
Práticas de ensino em deficiência auditiva /
Andréia Gulielmin Didó; Juliana de Oliveira Pokorski.
Indaial:Uniasselvi, 2013.
93 p. : il
Impresso por:
Andréia Gulielmin Didó
APRESENTAÇÃO...................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Libras: Educação e Cultura Surda ............................................. 9
CAPÍTULO 2
Práticas Pedagógicas Bilíngues na Educação de Surdos........... 39
CAPÍTULO 3
Utilizando Diferentes Abordagens em Sala de Aula:
Ensinando Surdos e Ouvintes ................................................... 69
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Bons estudos!
As autoras.
7
C APÍTULO 1
Libras: Educação e Cultura Surda
Contextualização
Este capítulo aborda questões sobre a história e a língua dos surdos, de
maneira a apresentar aspectos importantes da constituição da cultura surda,
assinalando assim sob qual perspectiva estaremos trabalhando durante toda
esta unidade. Na impossibilidade de formá-los de maneira mais completa,
pretendemos, com este capítulo, dar-lhes instrumentos para buscar novos
conhecimentos e uma base que sustente suas escolhas no percurso da educação
de surdos.
Somos seres históricos, constituídos pelo que vivemos no dia a dia, pelo que
já vivemos e até mesmo pelo que se espera que sejamos no futuro. Da mesma
forma, os modos de pensar a educação de surdos na atualidade são resultado
de várias formas de pensar e produzir a educação de surdos ao longo
da história e trazem marcados os olhares sobre a surdez produzidos Embora a luta
dentro e fora das escolas. dos surdos pela
educação seja de
Novos conceitos surgiram e foram desconstruídos ao longo da longa data, a maior
história, seguindo questões sociais, filosóficas e políticas. Embora parte dessa luta
nem ao menos é
a luta dos surdos pela educação seja de longa data, a maior parte
reconhecida.
dessa luta nem ao menos é reconhecida.
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
a) Oralismo
Figura 2 - Oralismo
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
b) Comunicação Total
Outra crítica que também é feita a esta perspectiva é o fato de que muitas
vezes havia a primazia de uma língua em relação à outra, ou seja, grande parte
dos professores, embora julgasse utilizar as duas línguas ao mesmo tempo,
não as transmitia na mesma qualidade. Como, em geral, os professores eram
ouvintes, quase sempre a língua que era tratada com inferioridade era a língua
de sinais.
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
c) Bilinguismo
Figura 4 – Bilinguismo
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
Refletir sobre os aspectos propostos nessa seção não é tarefa fácil. Portanto,
não vamos nos posicionar a favor de uma terminologia ou de outra. Apenas vamos
tentar apresentar conceitos acerca delas e deixar para você, leitor, a tarefa de eleger
a que mais se adequa às suas concepções acerca da surdez.
Atividade de Estudos:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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A imagem abaixo ilustra alguns dos aspectos desta cultura, quando mostra
os surdos (ou ouvintes fluentes em sinais) em grupo, animados em sua conversa
quando todos os demais já haviam deixado o espaço.
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Atividade de Estudos:
De acordo com Skliar (1997), existe uma grande diferença entre compreender
a surdez como uma deficiência e entender como uma diferença. Nesse momento,
segundo o autor, é estabelecida a linha que separa a visão clínica da surdez e a
visão antropológica.
O sujeito surdo sinalizante, este tido como culturalmente surdo, não tem
dúvidas em relação à sua identidade, que se distingue culturalmente da identidade
dos ouvintes, o surdo não se vê como deficiente, mas como diferente baseado na
sua percepção visual, que oportuniza processos culturais específicos, identidades
culturais diferentes.
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
Atividade de Estudos:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Para deixar mais claro, observe a diferença em relação à fonologia das duas
línguas.
As palavras nas línguas orais são formadas por fonemas, unidades mínimas
sonoras que não possuem significados em separado. Como na palavra “tóxico”,
que é formada pelos fonemas /t/ó/k/s/i/c/o.
Fonte: As autoras.
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
http://www.faders.rs.gov.br/portal/uploads/Dicionario_Libras_CAS_
FADERS1.pdf
http://www.acessobrasil.org.br/libras/
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
a) Alfabeto Libras
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
surda. Podemos compreender, dessa forma, que nos encontramos frente a uma
definição de linguagem cuja ênfase se encontra em uma visão da criança como
um ser com a capacidade de produção e interação que evolui nas trocas do
cotidiano. Portanto, o desenvolvimento da linguagem das crianças tem como base
a relação social estabelecida com a família.
Atividade de Estudos:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
O contato da criança surda com a língua de sinais depende, principalmente,
do envolvimento da família em direção ao aprendizado da língua materna de
seu filho. Primeiramente, os pais ou responsáveis devem se apropriar da língua
de sinais e, aos poucos, amigos e demais familiares devem dominá-la também,
oportunizando o pleno desenvolvimento da criança.
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Figura 14 - Bilinguismo
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
Figura 15 - Interação
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Atividade de Estudos:
Algumas Considerações
Na medida do possível escolhemos textos que pudessem ser encontrados
online, visando facilitar a busca por conhecimentos mais aprofundados.
Enfatizamos que a qualidade da disciplina e do conhecimento adquirido ao longo
do semestre, dependerá muito de você, caro aluno.
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Capítulo 1 Libras: Educação e Cultura Surda
Referências:
DIDÓ, Análise de atividades em língua portuguesa/libras desenvolvidas
com crianças surdas no ensino fundamental (Trabalho de Conclusão) Letras-
Universidade do Vale dos Sinos, 2009.
PERLIN, Gládis. O lugar da cultura surda. In.: THOMA, Adriana da Silva; LOPES,
Maura Corcini (orgs.). A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidade e
diferença no campo da educação. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004.
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C APÍTULO 2
Práticas Pedagógicas Bilíngues na
Educação de Surdos
Contextualização
Este capítulo visa proporcionar que o aluno conheça as diferentes
experiências pedagógicas no ensino de surdos, dando subsídios a produzir um
olhar mais crítico e produtivo em relação às práticas educativas. Além disso,
pretende-se permitir que o aluno aprenda como empregar a Libras e analisar
como está sendo empregada em suas atividades em sala de aula.
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Cabe salientar que, embora seja a língua dos surdos, a língua de sinais
necessita ser estimulada assim como qualquer outra língua, uma vez que a
maioria dos surdos é filha de pais ouvintes. Desta forma, para que a língua se
desenvolva da maneira mais natural possível, é importante que existam outros
pares com os quais seja possível criar um ambiente de trocas linguísticas.
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
muitos os envolvidos nesse processo, a começar pela família do aluno surdo, que
deve conhecer e utilizar a língua de sinais e ser comprometida e participante no
processo de aprendizagem do seu filho surdo; a comunidade escolar, que além de
intérpretes, deve ter profissionais fluentes na língua de sinais; e ainda profissionais
surdos, a fim de proporcionar uma identidade linguística aos alunos.
Você pode verificar que incluir o aluno surdo requer muita habilidade por
parte do professor, que deverá buscar mais do que aperfeiçoar sua formação,
pois parece muito evidente que a presença de um aluno surdo em uma sala de
alunos ouvintes provoca muitas mudanças na prática do professor. Na melhor
das hipóteses, o professor terá dificuldades para adequar suas aulas, dinâmicas
e metodologias à presença de um intérprete e um aluno que, por sua condição
física, requer uma metodologia própria, embasada em práticas amplamente
focadas em metodologias e recursos visuais. Ressalta-se que a presença da
Libras através de um intérprete não é satisfatória para considerar que o processo
de inclusão está acontecendo.
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d
16t07.pdf
Pesquisas alertam que incluir o aluno surdo na escola regular expõe o sujeito
surdo à interação com professores e colegas que utilizam outra língua para a
comunicação, uma língua inacessível, que utiliza um canal diferente de comunicação,
uma vez que se trata do convívio de uma modalidade oral com uma visual.
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui
%C3%A7ao.htm
Como você pode, observar o processo de inclusão passa por muitas etapas
e são vários os envolvidos. Observe o diagrama abaixo:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
Práticas Bilíngues
A presença de duas línguas no mesmo ambiente não assegura uma educação
bilíngue de fato. Em uma proposta bilíngue, ambas línguas devem ser vistas
como de igual importância e devem ser utilizadas de maneira que uma auxilie
no desenvolvimento da outra. O que queremos dizer com isso é que, para que
um aluno surdo produza um texto escrito, precisa conseguir produzi-lo também
em língua de sinais, pois não é possível escrever sobre o que não se consegue
expressar. Os vocabulários escritos devem também ser trabalhados em língua de
sinais e vice e versa.
Isto significa que é preciso partir do todo (da palavra, do texto) e não das
partes (sílabas e letras) quando se trabalha a alfabetização de surdos. Uma
questão crucial é que os alunos precisam ter desejo de aprender a ler e escrever,
para que valha a pena a luta pelo aprendizado, isso vale tanto para surdos
quanto para ouvintes, uma vez que o processo da alfabetização não é nem um
pouco simples.
A leitura e a escrita podem ser estimuladas pelo prazer de ler, e neste caso
é importante que os alunos entrem em contato com materiais lúdicos, textos
agradáveis que estimulem o desejo de saber mais. Um professor que goste de
ler e que saiba escolher o tipo de literatura certa para sua turma é uma peça
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Para que isso aconteça, é relevante que o aluno possa participar ativamente
das aulas, o que nem sempre é possível se o aluno é o único surdo em sala de
aula e sua comunicação é estritamente dependente de um intérprete. Ao menos
nas séries iniciais, acreditamos ser de extrema importância a possibilidade de o
aluno fazer trocas diretamente com o professor e colegas, e que esse diálogo seja
rico, estimulando o vocabulário sinalizado do aluno que servirá de base para o
aprendizado da escrita.
Uma questão que é de extrema importância é subsidiar a leitura mais
autônoma do aluno. Como o aluno não terá o apoio auditivo para poder fazer suas
hipóteses de leitura das palavras, é importante que esse auxílio exista de maneira
visual. Uma das possibilidades é fazer os textos e registros em português escrito
e escrita de sinais. Observe as imagens abaixo:
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
A escrita de sinais ainda não é utilizada por grande parte dos surdos, uma vez
que as pesquisas no Brasil sobre esta forma de registro são bastante recentes,
tendo como pesquisadora mais conhecida a doutora surda Marianne Stumpf, que
vem pesquisando questões nesta área há mais de dez anos. No entanto, esta
forma de escrita possibilita o registro visual dos sinais, apresentando os fonemas
presentes no sinal (configurações de mão, locação, movimento, orientação de
mão), como pode ser visto no exemplo abaixo:
Existem livros infantis que trazem, além do texto escrito, a tradução para a
escrita de sinais, o que pode servir como uma opção de leitura para os surdos
não alfabetizados e como apoio à leitura do português para as crianças em
alfabetização. Veja alguns exemplos:
Muitas crianças surdas são filhas de pais ouvintes, e muitas dessas famílias
não possuem conhecimentos aprofundados em Língua de Sinais, assim, é
interessante que o professor, ao enviar atividades para casa, envie o texto nas
duas línguas para que os enunciados sejam mais bem entendidos pelos alunos
em alfabetização.
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Quando uma criança surda tenta produzir um texto escrito, necessita primeiro
pensar o texto em língua de sinais, portanto, quando não sabe como escrever
uma palavra, precisa ter em mente o sinal da mesma e procurar no dicionário
alfabético uma palavra cuja grafia desconhece completamente, o que seria um
trabalho árduo e desnecessário.
Figura 25 - Telefone
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
Atividade de Estudos:
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_____________________________________________________
• Tibi e Joca (BISOL, 2001): trata do dilema da família ao ter um filho surdo, a
descoberta da Libras e a relação entre a comunidade surda e ouvinte.
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Figura 29 - A escola
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
com senso crítico, interessados nas diversas oportunidades que a escola pode
proporcionar, como ler, interpretar, escrever, calcular, desenhar, enfim, participar do
processo de ensinar e aprender, ampliando seus conhecimentos significativamente.
A escola deve ter como principal objetivo práticas sociais que A escola deve ter
envolvam os alunos, pais e professores no processo de conhecimento. como principal
A família e os alunos devem participar, interagir, compartilhar objetivo práticas
sociais que
conhecimento. Enquanto que o professor, através da sua experiência
envolvam os alunos,
compartilhada com alunos e outros professores, formação profissional pais e professores
e, principalmente, baseado na sua concepção de língua e linguagem, no processo de
deve oportunizar práticas motivadoras e competentes. conhecimento.
A fim de ilustrar algumas práticas, trazemos duas atividades propostas
para alunos surdos. Primeiro apresentaremos relatos de uma prática realizada
em um estágio voluntário em um centro de atendimento. A seguir, relataremos os
resultados atingidos em um projeto realizado em uma escola especial para alunos
surdos. Para melhor compreensão, será apresentado o projeto trabalhado e os
objetivos/justificativa, seguido de uma breve análise sobre as atividades.
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Atividade I
Projeto Libras
Objetivos:
Justificativa
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
Atividade II
Objetivos:
Justificativa:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
Atividade de Estudos:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Algumas Considerações
No decorrer do capítulo foi possível refletir sobre algumas possibilidades para
as aulas de Língua Portuguesa escrita para surdos. Cabe ressaltar que, mesmo
que os alunos não alcancem completamente os objetivos propostos, é importante
que participem das aulas e sejam desafiados diariamente. O professor precisa
acompanhar o processo de desenvolvimento do aluno. Antes de ser convidado a
escrever um texto, o aluno surdo poderá ser convidado a escrever listas ou frases
acerca do tema abordado. Relatos e produções coletivas ou em grupos também
são recursos que motivam a escrita. Enfim, é importante que o professor busque
recursos, principalmente visuais, para estimular a produção escrita.
Referências:
GÓES, Maria Cecília Rafael de. Linguagem, surdez e educação. Campinas:
Autores Associados, 1996.
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa De; GÓES Maria Cecília Rafael. Surdez:
processos educativos e subjetividade. São Paulo: Lovese, 2000.
LODI, Ana Claudia Balieiro; LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de; (orgs.) Uma
escola duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas
etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre: Mediação, 2009.
LOPES, Maura Corsini. Surdez & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
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Capítulo 2 Práticas Pedagógicas Bilíngues
na Educação de Surdos
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C APÍTULO 3
Utilizando Diferentes Abordagens
em Sala de Aula: Ensinando
Surdos e Ouvintes
Contextualização
Este capítulo pretende oportunizar reflexões acerca das diferentes
abordagens possíveis em sala de aula. O professor deve observar seu grupo
e decidir quais estratégias poderá utilizar para incentivar seu grupo a produzir.
Apresentar sugestões para que professores de outras áreas do conhecimento
participem de um mesmo projeto, oportunizando um trabalho interdisciplinar que
contribuirá para o efetivo desenvolvimento do aluno. O mesmo assunto pode ser
abordado sob diferentes olhares, possibilitando que o aluno o compreenda por
diferentes posicionamentos e, assim, construir seu conhecimento de forma ampla
e significativa.
não possui tais características, ou seja, ela vai se tornando surda no contato com
outros surdos, o que não contradiz a ideia de que tais sujeitos possuam uma perda
auditiva que implicará em mudanças na prática educativa direcionada a eles.
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
A língua de sinais, com a qual iniciamos este capítulo, é a base de toda a
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
Sugestão de site:
http://www.literaturasurda.com.br/
Atividade de Estudos:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
Figura 32 - Discriminação
Indicação de site:
http://www.institutosantateresinha.org.br
http://www.profala.com
http://www.ufpel.edu.br/fae/caduc/downloads/n36/08.pdf
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Atividade de Estudos:
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
Figura 36 - Planejamento
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Figura 37 - Inclusão
Indicação de site:
http://portal.mec.gov.br
http://www.dislexia.org.br
http://www.dicionariolibras.com.br
http://www.crmariocovas.sp.gov.br
Para que aconteça a inclusão é preciso o envolvimento da escola, da família
e da comunidade. Não basta determinar que aconteça a inclusão, é fundamental
a integração da criança no processo de ensino e aprendizagem com qualidade
e eficiência.
Atividade de Estudos:
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Vamos trabalhar com o livro “Pé de Pilão”, de Mário Quintana. Para tanto,
vamos iniciar as atividades explorando o título do livro. Situando o grupo acerca
do título do livro, questionar e dar noções do que é um pilão.
Figura 38 - O pilão
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
a) Explorando a capa
• Há algum outro lugar no livro que apresente informações sobre o autor (oriente
para que procurem dentro do livro, na orelha, na contracapa)?
b) Pré-leitura
Observe a imagem:
Figura 40 – Pé de Pilão
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
• Dê uma olhada nas ilustrações dentro do livro: o que você acha que vai
encontrar na história? Por quê?
c) Leitura-descoberta
Figura 41 - Pé de Pilão
• Cada parte lida será também sinalizada (lida em Libras) para os alunos,
teremos espaço para discussões e interpretações.
c) Pós-leitura
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
• Sempre que propomos uma produção textual, é importante que ela tenha
um objetivo final, ter uma função. Ex.: ser vinculada ao jornal da escola, ser
apresentada para os colegas de outras classes, ser exposta no mural...
Figura 42 - Mural
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Figura 44 - Mural
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Justificativa
Objetivos
Metodologia
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
Estrutura do Jornal
• Editorial;
• Esporte;
Cronograma
Resultados esperados
Estratégias
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Práticas de Ensino em Deficiência Auditiva
Algumas Considerações
A presença de alunos surdos e ouvintes no mesmo contexto escolar é por si só
desafiadora. Desenvolver atividades que motivem o gosto pela leitura e a escrita,
assim como habilidades e competências na Língua Portuguesa, certamente gera
inseguranças. Mas as principais dificuldades não são decorrentes da surdez, mas
da falta de preparo do professor, que na sua formação não aprendeu a língua de
sinais, nem tampouco foi apresentado a práticas direcionadas para esse público,
currículo ou avaliação. É importante lembrar que talvez os alunos surdos não
alcancem os mesmos resultados obtidos pelos alunos ouvintes, os estudantes
surdos precisam participar efetivamente de todas as aulas. Se o aluno surdo
ainda não for capaz de escrever um texto, faça com que ele contribua para as
atividades sugerindo e escrevendo frases sobre o assunto abordado. Projetos
incentivando reflexões em grupos e produções textuais coletivas também ajudam
o aluno a desenvolver a escrita. O importante é sempre oportunizar o apoio visual.
O professor deve utilizar diferentes recursos - como painéis, jogos, caça-palavras,
cruzadinhas, cores diferentes para indicar elementos distintos de uma frase,
enfim, usar todos os recursos disponíveis para mediar e incentivar o aprendizado,
assim como atuar em conjunto com o professor de Libras.
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Capítulo 3 Utilizando Diferentes Abordagens em
Sala de Aula: Ensinando Surdos e Ouvintes
Referências
FERNANDES, S. É possível ser surdo em português? Língua de sinais e escrita:
em busca de uma aproximação. In: SKLIAR, C. (Org.) Atualidade da educação
bilíngue para surdos. Porto Alegre: Mediação,1999.
HAUALAND, Hilde; ALLEN, Colin. Deaf people and Human Rights. Disponível
em: <http://www.wfdeaf.org/wp-content/uploads/2011/06/Deaf-People-and-
Human-Rights-Report.pdf>. Acesso em: 12 set. 2012.
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