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1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
F363i
ISBN 978-65-5646-093-2
ISBN Digital 978-65-5646-094-9
1. Estimulação sensorial. - Brasil. I. Leite, Gizela. II. Centro Uni-
versitário Leonardo Da Vinci.
CDD 615.82
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Introdução à Integração Sensorial............................................ 7
CAPÍTULO 2
Como Lidar com os Processamentos Sensoriais.................... 37
CAPÍTULO 3
A Estimulação e a Desorganização no Cotidiano.................... 71
APRESENTAÇÃO
Olá acadêmico! É com grande satisfação que damos início à disciplina de
Integração Sensorial. O principal objetivo da disciplina é abordar conceitos neces-
sários que fundamentem a compreensão sobre o ser humano com uma desordem
sensorial. Além disso, instrumentalizar os profissionais para que auxiliem a pes-
soa com desordem sensorial e os demais que estão em seu entorno. A finalidade
é desenvolver competências positivas para se transformar o momento da desor-
dem mais suave e menos danoso.
Esperamos que com esse estudo você consiga desenvolver a visão ampla
para melhor enxergar e compreender o mundo sensorial que nos envolve a todo
momento e, desta forma, compreender e auxiliar as pessoas com autismo.
Bons estudos!
Saber:
Fazer:
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, apresentaremos algumas noções da Teoria de Integração
Sensorial de Ayres e discutiremos a importância da sincronia de todos os siste-
mas no nosso organismo. Afinal, somos uma engenharia perfeita e se algo desre-
gula, interferem diretamente em nossas vidas e atividades.
2 INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Atualmente, muito se fala da Teoria de Integração Sensorial, principalmente
como uma das comorbidades nos autistas, mas sabemos que todos os seres hu-
manos apresentam alguma disfunção sensorial.
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Integração Sensorial
para as ações serem realizadas. Franco Boscaini (1985 apud Pereira, 2017) re-
lata que segundo o corpo é a síntese dos modos de ser do indivíduo, o corpo é
matéria, mas também psique, emoção, linguagem, história, presente, passado e
futuro. Desta maneira, tudo passa pelo corpo e por ele é percebido e sentido, pro-
porcionando emoções, descobertas e aprendizagens distintas (BOSCAINI, 1985
apud PEREIRA, 2017).
São três os postulados que a teoria de integração sensorial tem como base: o
primeiro, refere-se à capacidade de processamento da informação sensorial pelo
Sistema Nervoso Central (SNC), sendo esta, posteriormente, utilizada para o pla-
neamento e organização do comportamento, intimamente ligada à aprendizagem
(relativo ao desenvolvimento normal). O segundo assume que, na presença de
déficits na integração dos inputs sensoriais (internos ou externos), estes podem
induzir dificuldades na realização de movimentos e, consequentemente, proble-
mas ao nível da aprendizagem e comportamento (referente às disfunções de in-
tegração sensorial). O terceiro, considera que quando se promovem experiências
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Pereira (2017) ao referenciar o corpo como sensorial, por ser um veículo tão
importante para a comunicação e a expressão das manifestações para o mun-
do. O coloca como mediador das relações com o mundo e torna possível formar
conceitos sobre as experiências vividas e aplicar tais experimentações em ativi-
dades futuras. O não reconhecimento deste corpo sensorial enquanto vinculo de
comunicação interfere no desenvolvimento do ser humano, mas no autista dificul-
ta suas interações consigo e com o mundo.
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Integração Sensorial
FONTE: <http://blog.gazinatacado.com.br/marketing-sensorial-na-hotelaria-os-
-cinco-sentidos-e-a-experiencia-do-hospede/>. Acesso em: 11 maio 2020.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Russo (2019) relata que nem todo mundo gosta de ser tocado se
apresenta alguma alteração no sistema sensorial tátil, mas para pessoas
com TEA isso é mais do que uma simples preferência é uma desordem
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Integração Sensorial
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Ayres (1979) considera estas informações como crucial para nossa segu-
rança. Este sistema envia continuamente paras os músculos extensores das
costas, originando uns tônus muscular que nos permite manter sentados sem
esforço. Se esta informação faltar então iríamos experimentar cansaço. Ajuda-
-nos a mantermos o equilíbrio e informa-nos se estamos em movimento ou pa-
rados, a que velocidade e em que direção nos movemos. Este sistema é um dos
primeiros a desenvolver in útero.
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Integração Sensorial
Ao contrário dos outros sistemas ele só se conecta com os demais nos he-
misférios cerebrais. Sua ligação com o sistema límbico faça que nossas experi-
ências olfativas estejam ligadas as nossas emoções. Esta projeção no sistema
límbico condiciona elementos básicos de comunicação e interação. Por exemplo
o cheiro da mãe é reconhecido pelo bebe e favorece a sensação de vinculo e tran-
quilidade (SERRANO, 2016).
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
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Integração Sensorial
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
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Integração Sensorial
Russo (2019) salienta que, os pais percebem que as crianças não olham
nos olhos nem mesmo quando são chamadas pelo nome. É bastante comum que
algumas pessoas com autismo não façam contato visual, pois se sentem descon-
fortáveis ou porque essa é uma situação difícil para eles, mas lembre-se que essa
característica não pode determinar um diagnóstico de TEA, já que nem todos com
autismo apresentam essa dificuldade. E também há crianças que são bastante
tímidas ou tem uma personalidade mais introspectiva.
John Robson (2008, p. 4), em seu livro Olhe nos meus olhos traz um de-
poimento sobre esta constante necessidade do olhar nos olhos ao falar com o
autista, “eu não conseguia entender porque eles ficavam tão agitados, nem ao
menos porque era tão importante olhar nos olhos dos outros”. Em outro trecho do
livro podemos compreender o porquê de o olhar nos olhos não ser comum para
os autistas.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
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Integração Sensorial
movimento e da ação. Nos fornece também a noção sobre a força que exercemos
quando fazemos as nossas atividades. É através deste sistema que temos uma
noção espacial em relação ao espaço e o nosso corpo. E desta forma os recepto-
res encaminham informações ao cérebro que decifra a posição do corpo no espa-
ço, o estado motor, e não nos deixa esbarrar nas pessoas e objetos.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
3 O QUE É A ESTIMULAÇÃO
SENSORIAL?
O termo estimulação pode ser definido como a ação ou efeito de estimular
(incentivar) ou de estimular-se. Então, a nossa proposta é estimular sensorial-
mente os autistas visando com que ele explore todos os sistemas sensoriais atra-
vés de uma estimulação adequada, mas que vocês percebam a diferença entre
uma Terapia de Integração Sensorial e a Estimulação Sensorial.
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Integração Sensorial
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
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Integração Sensorial
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Esta montanha russa de estímulos afeta diretamente a rotina, pois eles ficam
ansiosos e desconfortáveis com algumas situações. Não suportam barulhos, tocar
alguns tecidos, não conseguem comer alguns alimentos por causa da cor ou tex-
tura, por exemplo. Também podem ser indiferentes a dor e a temperaturas, cheirar
ou tocar objetos excessivamente ou ter fascinação por luzes ou movimentos. A
pessoa com TEA pode precisar de ajuda profissional para trabalhar essas ques-
tões sensoriais e assim responder mais adequadamente as sensações e estímu-
los recebidos pelo ambiente (RUSSO, 2019).
O afeto destes indivíduos pode ser restrito e pode ser descrito como desin-
teressados. São indivíduos com pouca energia e agem como se estivessem can-
sadas. A razão para este comportamento é porque seu cérebro não recebe o que
precisa para gerar resposta e a sua tendência para agir de acordo com seu limiar le-
va-a parecer apática, parecendo ter pouca empatia com o outro (SERRANO, 2016).
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Integração Sensorial
dade o que acontece é que elas nem notam as possibilidades de ação a sua volta
(SERRANO, 2016; CAMINHA, 2013).
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Dentro deste processo de busca e/ou procura sensorial podemos resultar al-
guns pontos:
4.2.1 Dispraxia
É o prejuízo nas habilidades de planejar, sequenciar e executar uma nova
ação. Caracteriza-se por um desempenho motor pobre e descoordenado que
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Integração Sensorial
pode se manifestar na coordenação motora grossa e/ou fina e/ou oral. Essas
crianças podem ter inteligência e musculatura normais, mas apresentam proble-
ma na ponte entre o intelecto e a musculatura (CAMINHA, 2013).
Crianças com este distúrbio aprendem por tentativa e erro e apresentam uma
capacidade reduzida para generalizar as habilidades aprendidas para atividades
motoras similares. Essas crianças são frequentemente inativas dando preferên-
cia ao sedentarismo como ver televisão e jogar vídeo game, o que muitas vezes
resulta até mesmo em problemas de peso. A insatisfação com as habilidades e o
fracasso repetido frequentemente causam baixa autoestima e intolerância à frus-
tração. Estes comportamentos são percebidos principalmente em adolescentes e
adultos (CAMINHA, 2013; CARNEIRO, 2019).
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Atividade de Estudo:
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Integração Sensorial
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, falamos um pouco sobre como surgiu a Teoria de Integração
Sensorial e como os sistemas sensoriais são importantes para o funcionamento
do nosso corpo humano. A integração deles nos faz aprender, ter afeto, ter noções
de onde estamos no espaço e quais atividades podemos realizar. No nosso dia a
dia realizamos tudo no automático sem ter noção da complexidade do funciona-
mento do corpo humano não só na questão de funcionamento dos órgãos, mas
como os sentidos básicos são imprescindíveis para uma vida com qualidade.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO SENSORIAL
REFERÊNCIAS
AYRES, A. J. Sensory integration and the child. Los Angeles: Western
Psychological Services, 1979.
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Integração Sensorial
ROBSON, John Elder. Olhe nos meus olhos: minha vida com a síndrome de
Asperger. São Paulo. Larouse do Brasil, 2008.
SACKS, Oliver. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. Rio de
Janeiro: Cia das Letras,1985.
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C APÍTULO 2
COMO LIDAR COM OS
PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
Saber:
Compreender a interação dos sistemas sensoriais nas atitudes do ser
humano.
Compreender as dificuldades no processo de alimentação de base sen-
sorial.
Fazer:
Identificar alterações de comportamento através do sistema sensorial.
Usar recursos sensoriais durante o brincar.
Integração Sensorial
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo iremos falar sobre algumas alterações comportamentais, co-
morbidades que podem afetar as pessoas com autismo.
2 COMORBIDADES
Como vimos no Capítulo 1, os sistemas sensoriais agem de forma conjunta
nas nossas ações e reações, em nossos comportamentos. No entanto, não pode-
mos deixar de falar que o Transtorno do Espectro Autista - TEA - apresenta comor-
bidades importantes ligadas com o comportamento. Como podemos ver na figura a
seguir, 70% dos TEA estão associados com algum tipo de Transtorno Mental.
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Integração Sensorial
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
FONTE: <https://oparana.com.br/noticia/voce-sabe-o-que-e-a-
-sindrome-do-x-fragil/>. Acesso em: 12 maio 2020.
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Integração Sensorial
FONTE: <https://autismoconsejospracticos.com/sindrome-do-x-fra-
gil-sob-o-olha-de-l-messi/ >. Acesso em: 12 maio 2020.
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didati-
co/epilepsia/encefalopatias-epilepticas >. Acesso em: 24 maio 2020.
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Integração Sensorial
• Atraso motor;
• Dificuldade de fala;
• Alterações de comportamento;
• Alguns apresentam desordem sensorial;
• Dificuldades de aprendizagem;
• Apresentam comorbidades clínicas, dentre elas as alterações do proces-
samento sensorial.
FONTE: <https://www.revistaversar.com.br/modelo-catarinense-
-com-sindrome-de-down/>. Acesso em: 12 maio 2020.
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
3 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS
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Integração Sensorial
FONTE: <https://acredita.pt/blog/agitacao-psicomotora-ou-hiperactividade-
-o-que-e-a-visao-da-psicomotricidade/>. Acesso em: 12 maio 2020.
FONTE: O autor
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
3.2 ORGANIZAÇÃO
A organização faz parte do processo de aprendizagem, mas como esta orga-
nização interna e externa acontece nos indivíduos com TEA?
As pessoas mais novas estão sempre prontas a dar respostas a tudo e, com
isso não conseguem organizar todas as respostas sensoriais que recebem. As
crianças mais velhas geralmente estão sempre agitadas e têm dificuldade de
manter a organização das informações. Muitas delas mantêm o quarto desarru-
mado, as mesas de atividade costumam ser confusas e esquecem dos materiais,
roupas, materiais escolares (SERRANO 2016).
3.3 COMPORTAMENTOS
Para que se possa traçar uma linha de ação efetiva é necessário compreen-
der que o comportamento é tudo o que as pessoas fazem, isto é, comer, correr,
escrever, falar, morder, desenhar, dormir, cantar, bater, se machucar, enfim. Tudo
o que a gente vê e também o que a gente não vê como: pensar, contar, sentir,
compreender, os quais são comportamentos encobertos.
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Integração Sensorial
Evento
Comportamento
Antecedente
Consequência
Muitas vezes, dá-se atenção às crianças apenas quando elas estão causan-
do problemas. Essa atenção reforça o comportamento errado. Não existe um pro-
fessor que tenha descoberto um reforçador que funcione para todas as crianças.
Os reforçadores apresentam duas partes (acontecem logo após a ação e aumen-
tam a frequência da ação) que nos permitem identificar reforçadores independen-
tes de qualquer outra consideração.
Uma maneira de descobrir é, por exemplo, dar esta mesma atenção depois
que a criança fizer outra coisa que não seja a birra e observar se essa outra ati-
vidade fica mais frequente. Toda criança faz birra por isso a importância de reco-
nhecer a birra e a crise.
FONTE: <https://www.picuki.com/media/2207361890108321864>.
Acesso em: 24 maio 2020.
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Integração Sensorial
4 SELETIVIDADE ALIMENTAR
Alimentação é um assunto muito delicado e uma queixa muito frequente dos
pais de crianças com autismo ou não. Não apenas pela angústia de se alimentar
mas, pelo risco de deficiências nutricionais mas também, pelo momento da refei-
ção se tornar uma rotina estressante (MONTEIRO, 2018).
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
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Integração Sensorial
Algumas mães, utilizam como estratégia o que o filho gosta, como o uso da
farinha de mandioca sobre a comida para seu filho comer. No ato de comer, é
importante uma aparência agradável. O nosso cérebro é uma máquina eu faz as-
sociações as vezes malucas e no funcionamento do cérebro do TEA estas com-
binações são fatores determinantes para a realização de ações sociais, lúdicas
dentre outras. Bom como estamos falando de comida vamos a algumas imagens
associativas.
FIGURA 10 - MACARRONADA
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
FIGURA 11 - MINHOCAS
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
5 IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO
PROCESSAMENTO SENSORIAL
Segundo Winnicott (1975) é no brincar, e somente no brincar que o indivíduo,
criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral. E é so-
mente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu. É através da brincadeira e ou
de atividades que geram prazer que se aprende a regular as sensações, explorar
o ambiente e a si mesmo, adquirindo novas habilidades que ajudarão a transpor
os obstáculos que inibem seu desenvolvimento. Nestas atividades os estímulos
chegam ao cérebro e vão naturalmente interagindo, a pessoa aprendendo, desen-
volvendo-se para novas experiências futuras (PEREIRA, 2017).
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Integração Sensorial
O brincar é uma atitude séria e de tamanha profundidade que pode ser con-
fundida com o fazer nada. No entanto, Friedrich Schiller (2006, p. 26 apud Re-
zende, 2008) corrobora com tais ideias ao expressar que “o homem só é inteiro
quando brinca e é somente quando brinca que ele existe na completa acepção da
palavra: Homem”.
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
FONTE: <https://www.diariodoiguacu.com.br/noticias/detalhes/brincar-e-a-a-
tividade-mais-importante-da-infancia-51211>. Acesso em: 10 mar. 2020
De acordo com Bundy et al. (2007 apud Rezende 2008), algumas crianças
podem apresentar reações inapropriadas a certos estímulos sensoriais, exibindo
padrões de comportamento incompatíveis com a situação ou com o momento,
impedindo que o papel de brincante seja desempenhado de forma adequada e
satisfatória (REZENDE, 2008).
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Integração Sensorial
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
A criança autista, às vezes, não capta os estímulos ou não sabe como reagir
a eles, ficando assim privada das melhores oportunidades de desenvolvimento
e, por essa razão é que tal criança pode precisar de ajuda até para brincar que
para crianças não autistas pode parecer uma tarefa simples e natural da idade.
Segundo Rezende (2008) na área de abrangência do brincar, a família e a esco-
la podem aumentar o interesse exploratório da criança e ampliar o pensamento
dela na compreensão de relações de causa e efeito nas atividades, maximizar
habilidades emergentes, propondo novos desafios percepto-motores e sensoriais.
Estas atitudes de apoio à criança ajudam no desenvolvimento da competência
social, por meio de respostas adaptativas flexíveis às demandas e oportunidades
do ambiente, através da estimulação sensorial e do ato de brincar.
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Integração Sensorial
Atividade de Estudo:
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, tratamos sobre assuntos inerentes ao ser humano, altera-
ções de comportamento, alimentação e o brincar. Nas pessoas com autismo estas
áreas são afetadas direta ou indiretamente pelas alterações sensoriais, de modo
mais intenso, pois todos nós temos alguma alteração sensorial, no entanto conse-
guimos nos organizar sem a necessidade de uma crise ou mecanismos de seleti-
vidade como vimos, no caso da alimentar.
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
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Integração Sensorial
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
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15. Morto-vivo: Crianças lado a lado de frente para uma que es-
tará sentada. O que está sentado grita bem alto: Morto para todos se
abaixarem e Vivo! para se levantarem. Quem errar, sai da brincadei-
ra. O vencedor é aquele que ficar por último.
Bom era para ser uma ou duas dicas, mas foram surgindo brin-
cadeiras bem legais que não tive coragem de não compartilhar. Ago-
ra não tem desculpa que não sabe o que fazer. Bora lá brincar e
curtir cada momento de interação com os nossos filhos.
REFERÊNCIA:
“Cadê o Manual?”
Adriana Czelusniak
O que fazer com um bebê que chora e chora sem parar durante
o primeiro ano de vida todo sem que você saiba o que está motivan-
do esse comportamento?
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
Afinal, todo mundo sabe que uma mulher depois de dar à luz
fica mais cansada, não dorme direito, amamenta… então pra mim
aquilo fazia parte do pacote maternidade.
Mas logo vieram outras crises. Percebi mais tarde que eram mo-
mentos em que ele não conseguia se fazer entender.
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Integração Sensorial
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. P. Autismo e integração sensorial: a intervenção psicomotora
como instrumento facilitador no atendimento de crianças e adolescentes adultos.
Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, MG, 2012.
Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/3479/
texto%20completo.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 24 maio 2020.
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Capítulo 2 COMO LIDAR COM OS PROCESSAMENTOS SENSORIAIS
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Integração Sensorial
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C APÍTULO 3
A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO
NO COTIDIANO
A partir da perspectiva do saber-fazer são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
Saber:
Compreender a importância da família no processo de cuidado e socialização
da pessoa com TEA.
Conhecer o desenvolvimento das atividades esportivas ea importância peda-
gógica no processo de inclusão social do autista.
Fazer:
Utilizar algumas técnicas da EstimulaçãoSensorial para o manejo nos mo-
mentos de crise em casa.
Aprender o manejo de desorganização e inclusão na escola e em qualquer
outro espaço social.
Integração Sensorial
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo abordaremos o papel da família para o desenvolvimento da
pessoa com autismo. A família é importante colaboradora no processo de inclu-
são, seja na escola ou nos ambientes sociais de convívio.
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Integração Sensorial
Quando um diagnóstico de TEA é dado para uma pessoa ele é dado também
para aqueles com convivem com ela, ele modifica todo um núcleo familiar. Uma
boa metáfora para ajudar àqueles que veem de fora como é receber um diagnós-
tico é a fábula “Bem-vindo à Holanda” escrita em 1987 por Emily P. Kingsley, onde
compara a gestação com um planejamento de uma viagem.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
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Integração Sensorial
Diante do exposto, fica claro que os pais conhecem os seus filhos e, caso
ainda estejam em processo de namoro, é muito importantesaber sobre ele, pois
assim podemos identificar as necessidades de cada e o que causa a desorganiza-
ção deles e o que altera seus comportamentos.
2.1 OS CUIDADORES
Como vimos anteriormente o diagnóstico de TEA modifica todo um núcleo
familiar, e uma das questões muito presentes é a percepção da necessidade da
dedicação prolongada de um cuidador assim como de que a evolução daquela
pessoa vá exigir dela bem mais do que dos neurotípicos em geral.
Esse papel, na maioria esmagadora das vezes, recai sobre a mãe, como po-
demos ver no depoimento de Lau Patrôn a seguir, mãe de João uma criança que
após um Acidente Vascular Cerebral, teve como sequela uma Paralisia Cerebral.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
FONTE: <https://www.caamt.com.br/pagina/auxilio-ma-
ternidade>. Acesso em: 5 maio 2020.
2.2O INDIVÍDUO
Do TEA já se sabe muito mais do que duas décadas atrás, mas ainda esta-
mos muito longe de entendê-lo por completo. Das certezas, a mais presente é a
singularidade de cada indivíduo dentro do espectro. Na verdade todos nós somos
singulares e também temos o nosso espectro individual. Cada ser humano reage
diferente a cada situação seja de alegria ou tristeza. Diante disto no caso do TEA
estas manifestações individuais são mais intensas ou menos intensas diante da
mesma causa.
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Integração Sensorial
poderem auxiliar nesta crise. Uns mais, outros menos, mas suas ações realmente
independem unicamente de sua vontade.
É uma situação com a qual terão de conviver vida afora, mas não quer dizer
que será sempre da mesma maneira. A intensidade, os starts e as maneiras para
se mitigar essas sensações evoluem com o indivíduo.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
Outra coisa importante é criar estratégias que a pessoa com autismo goste,
por exemplo aula de música, dança teatro, esportes, yoga e tantos recursos que
podemos descobri a partir do momento que conhecemos o nosso autista. Ana a
mãe de dois autistas que fez um depoimento para Gazola, relata como foi bom
para os filhos eles participarem do teatro:
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Integração Sensorial
Para poder ter as informações sobre como conhecer a pessoa com autismo
é muito interessante o preenchimento do perfil sensorial da pessoa. Nele temos
orientações para serem completadas sobre os sistemas sensoriais e diante des-
tes dados podemos saber como agir em caso de desorganização, conhecer os hi-
perfoco e outras informações que podem ser apresentadas na escola, instituições
de saúde para facilitar o atendimento da área de saúde. Segue abaixo um modelo
do Perfil Sensorial.
Perfil Sensorial
QUEM SOU ?
Nome - data de nascimento e idade.
Moro com ....
Faço atividades no período vespertino como:...............
Tenho diagnóstico de TEA (verbal ou não verbal e nível )
Escrever sobre os gostos, passatempos preferidos...
Alguns pontos relevantes (serve para maioria dos/das autistas):
− Saber qual o hiperfoco, pois é mais fácil ensinar se partir dele;
− Antecipar o que será feito, ser claro e objetivo;
− Solicitar uma ação por vez, facilita o convívio e a aprendizagem;
− Prestar atenção na sobrecarga de estímulo, pois podem acarretar
numa desorganização (crise), como: gritar, correr e auto agredir;
− Caso isso ocorra, não tente segurar. Identifique o foco da desor-
ganização, se possível corrigi-lo.
− Perguntar o que o/a acalma é o mais indicado e talvez seja ne-
cessário repetir várias vezes.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
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Integração Sensorial
Nome:
Idade:
Nome dos pais:
Nome do responsável que irá acompanhar o paciente em todos os
procedimentos:
Nome do médico:
Queixa principal:
Ele fala: [ ]sim [ ]não
Caso não como se comunica:
Já foi internado: [ ] sim [ ] não
Já foi atendido no serviço de emergência trazido pela família: [ ] sim
[ ] não
Como foi:
Andou de ambulância: [ ] sim [ ] não
Caso sim como foi:
Quais medicamentos que usa:
Tem resistência a palavra NÃO: [ ] sim [ ] não
Tem sensibilidade a sons: [ ] sim [ ] não Que tipos:
Tem sensibilidade a luz: [ ] sim [ ] não que tipo:
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
3 ATIVIDADES ESPORTIVAS
Na Roma antiga o esporte já era famoso que até surgiu a expressão: “Mens
Sana in Corpore Sano”. Quase todo mundo conhece essa expressão de origem
romana que significa “Uma mente sã, em um corpo sadio” e, imediatamente, iden-
tifica-a como uma exortação à necessidade de se cultivarconcomitante o intelecto
e o físico. Trata-se, na verdade, de um verso do grande poeta romano Juvenal,
que inclui a boa saúde física e mental como uma das bênçãos que se deve pedir
aos deuses, preferivelmente a uma vida longa, mas sem virtude (PINTO,2015)
E quando falamos sobre o esporte para pessoas com TEA (Transtorno Espec-
tro Autista), toma uma maior proporção este apelo ao uso do esporte como ins-
trumento de transformação de vidas. O que se observa nos alunos autistas de di-
ferentes idade. Como cada autista tem suas peculiaridades todo profissional que
trabalhar com eles tem que estar preparado, entusiasmado e porque não dizer apai-
xonado. Digo isso porque é preciso muita paciência, repetição, correção, carinho,
83
Integração Sensorial
atenção verdadeira e não obrigatória, pois eles percebem isso. O tempo destinado
para pratica esportiva tem que ser de qualidade e não tanto quantidade, tem que
fazer a pena ele estar ali junto com os outros se divertindo e fazendo algo saudável.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
e o peso, algo fundamental se considerarmos que crianças com TEA têm mais
chances de serem obesas em relação a crianças neurotipicos (TISMOO,2018)
Cada criança com TEA ou não, vai se identificar mais e se sentir estimulada
com um determinado tipo de esporte. Quanto mais nova ela começar a praticar
alguma atividade, melhor para seu desenvolvimento. Algo que garante o sucesso
disso é um treinamento estratégico cuidadoso, em que o aprendizado das regras
do esporte é dividido em vários pequenos passos para que tudo fique bem claro.
Nesse sentido, ilustrações, comunicação com gestos e instruções bem objetivas
podem ajudar muito (TISMOO,2018).
3.1 JUDÔ
Judô significa ‘caminho suave’ e tem como base uma filosofia que trabalha
valores de eficiência, ceder para vencer, prosperidade entre outros. O esporte
foi criado no Japão em 1882, pelo professor de educação física Jigoro Kano. A
proposta inicial da atividade era desenvolver uma técnica de defesa pessoal, mas
que também trouxesse benefícios para o físico, espírito e mente do praticante
(INSTITUTO REAÇÃO, 2019).
O judô tem seus princípios de disciplina, respeito, honra, empatia, dentre ou-
tros, as quais motivam a construir não somente um atleta, mas um bom ser huma-
no, uma pessoa que respeita os limites de cada um e aceita as pessoas com suas
características, isso caracteriza esta ferramenta tão poderosa de transformação.
O maior benefício do judô para uma pessoa com TEA é o convívio aberto e direto
com outras pessoas, os toques, as brincadeiras, as risadas juntos, os exercícios
juntos, as “lutas” onde aquele que derruba ajuda o outro a levantar, onde eles
aprendem que ali todos ganham, todos são importantes e campeões, que cada
um de nós tem seus próprios limites e precisamos dia a dia superar, e para isso
precisamos uns dos outros.
Assim como o judô, vários outros esportes tambémtêm seus benefícios para
pessoas com TEA, o mais importante é a pessoa que está ensinando o esporte
escolhido ame o que escolheu fazer.
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Integração Sensorial
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
3.3 FUTEBOL
O futebol é uma das possibilidades de inclusão das crianças autistas, com
foco no desenvolvimento das habilidades sociais em um ambiente não competi-
tivo. Apesar das dificuldades inerentes à prática do jogo em si, as atividades de
treinamento de dribles, condução de bola através de cones e obstáculos podem
ser executadas pelas crianças. Progressos na comunicação e no trabalho em gru-
po, além de uma maior integração entre os familiares das crianças que acompa-
nhavam os jogos e treinamentos.
FIGURA 3 - FUTEBOL
Diante dos benefícios do esporte, indicamos aos pais que procurem algum
esporte para seus filhos, dentro das opções disponíveis e de agrado do autista por
ele de alguma maneira expressado. Todavia, é importante buscar orientação de
um profissional da modalidade esportiva escolhida ou de educador físico, os quais
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Integração Sensorial
4 O AUTISTA NA ESCOLA
No contexto escolar ainda se ouvem falácias sobre as pessoas com autismo
como, por exemplo: “indivíduos autistas vivem em seu próprio mundo” ou que
“não possuem sentimentos”. Além disso, as crenças ligadas a conceitos limitan-
tes: “toda forma de autismo é altamente incapacitante” ou “os autistas são agres-
sivos na escola”, expressões estas que geram preconceitos e dificuldade da rela-
ção social com esses indivíduos.
Essa realidade tem criado justificativas para a exclusão dos autistas no am-
biente da escola, baseada no desconhecimento sobre abordagem de inclusão e
arraigado no senso comum sobre os comportamentos dos autistas para o apren-
dizado.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
Uma mãe em seu relato para Gazola (2018) tem esta visão como milhares
de pais neurotípicos ou atípicos. Que a inclusão ocorra de forma como está na lei.
Esta capacitação é muito importante para evita discurso como o relato a se-
guir:
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Integração Sensorial
1. O direito de Conviver esse direito garante que toda criança possa con-
viver com seus pares e adultos, de formas variadas em grupos com pou-
cas crianças ou com toda turma em que está inserida. Conviver com o
outro amplia conhecimentos sobre si mesma e sobre o outro. Nesta con-
vivência são oportunizadas experimentar culturas diferentes, bem como
pessoas diferentes, considerando que todas as pessoas são de fato mui-
to diferentes. Entende-se que esta vivencia é muito importante para a
criança com TEA, dá-lhe a possibilidade de interagir e enriquecer sua
comunicação.
2. Brincar a brincadeira faz parte do cotidiano da educação infantil, portan-
to devem ser oferecidas situações de brincadeiras em espaços e tempos
alternativos, oportunizando a brincadeira de modo que possa ser desen-
volvida entre crianças e crianças, crianças e adultos e criança sozinha.
No brincar a criança explora sensações, percepções, imaginação de ma-
neira lúdica e leve, oportunizando interações sociais que são fundamen-
tais para os autistas.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
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Integração Sensorial
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
FONTE:<http://falandosobreautismo.blogspot.com/2011/05/ca-
pacidade-interativa.html>. Acesso em: 5 maio 2020.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
O fato é que não há um padrão comum para esta transição, tendo em vista
que cada ser humano é único. Todavia, o importante é que o professor conheça
seu aluno em todos os aspectos possíveis. No caso do autismo, tem-se que ter
em mente os comprometimentos na comunicação, dificuldade de interação social,
atividades restritas e repetitivas além do transtorno do processamento sensorial.
Estudantes com autismo apresentam diferenças entre si, no que cabe à sua
capacidade de interação social e, muitas vezes, têm dificuldade em estabelecer
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Integração Sensorial
relacionamentos. Estes desafios que eles têm com a comunicação social não de-
vem ser vistos como falta de interesse ou de vontade, mas compreendidos como
fator a ser desenvolvido com suporte pedagógico. Da mesma forma deve ser
conduzido com relação ao comportamento sensorial. Portanto, é indicado que a
escola se adapte para receber o aluno com autismo e atende-lo em suas necessi-
dades, oferecendo profissionais especializados, que possam promover esta inte-
gração e sejam facilitadores do acesso ao ensino.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
O aluno com autismo pode não ser expert na empatia ena reciprocidade com
o outro, mas algumas habilidades podem ser ensinadas. Nessas situações, um
colega pode ajudá-lo, apresentando comportamentos-modelo, conforme sugere
Andrade (2012):
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
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Integração Sensorial
Bruni et al. (2013) pontuam que existem duas formas de registro mais co-
muns a freqüência e a duração de um comportamento, que tem um desencadea-
dor e um organizador que são facilmente descritos um soco, ou chute, na maioria
das vezes há uma duração que se mantém por determinado tempo e observa-se
no registro quantas vezes ocorre em freqüência (há uma motivo).
Bruni et al. (2013) observam que existem formas de prevenção para minimizar
seus efeitos dos comportamentos agressivos, reconhecendo que a mediação deve
ser entendida em toda a sua complexidade do que desperta essa agressividade no
aluno. Sugere que é pertinente conversar com a família com freqüência e realizar
acordos de conduta e colaborar na construção dos planos de trabalho e traçar no-
vos métodos de trabalho. É preciso criar formas segurar de intervir com a criança no
momentos de crise, caso o comportamento se apresente de forma intensa.
É sabido por todo meio educacional que trabalhar com a inclusão da criança
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
Bruni et al. (2013) ressaltam que uma relação de confiança com a família e
um planejamento re-estruturado, com varal de rotinas e clareza nas informações,
são um bom começo para o sucesso no trabalho com crianças autistas. Para que
isso aconteça é preciso pensar em como serão definidos os objetivos educacio-
nais no início do ano letivo e reavaliá-los pelo menos duas vezes no decorrer do
ano; flexibilizar o currículo de forma a encontrar meios de como o conteúdo será
apresentado, a fim de facilitar a aprendizagem do aluno; ter clareza na elaboração
de cada planejamento dos objetivos, do tempo e que apoios metodológicos serão
necessários para desenvolver esse trabalho e quem sabe alcançar cada objetivo;
ter clareza do que irá avaliar em cada criança, com foco em suas potencialidades
e não nos interesses da disciplina trabalhada (BRUNI et al., 2013).
Atividade de Estudo:
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Integração Sensorial
Textos Complementares
Texto 1
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
105
Integração Sensorial
Texto 2
106
Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
ADAPTAÇÕES
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Integração Sensorial
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo tratamos da tríade do autismo, família, escola e incluímos as
atividades físicas devido aos benefícios que proporcionam a todas as pessoas
normaltípicos ou neurotípicos. Pais e professores precisam conhecer seus filhos e
alunos para poderem auxiliar no seu desenvolvimento e promoverem a inclusão.
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Capítulo 3 A ESTIMULAÇÃO E A DESORGANIZAÇÃO NO COTIDIANO
Frente a esse direito e ao fato de que a escola não tem a escolha de não
aceitar uma criança ou adolescente com TEA, é pertinente afirmar que há a ne-
cessidade de todos os envolvidos na educação buscarem mais conhecimentos
sobre as potencialidades e dificuldades destas pessoas, para que possam re-pen-
sar suas metodologias, práticas e também currículo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. P. de. Autismo e integração sensorial: a intervenção psicomo-
tora como instrumento facilitador no atendimento de crianças e adolescentes
autistas. Viçosa, MG: 2012. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/5b40/
ffae171e8ed04c954070e551a7bb9dad46fb.pdf. Acesso em: 20 maio 2020.
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Integração Sensorial
LETRAS. Discografia Titãs, Cabeça Dinossauro. 1986. Faixa 10, música: Famí-
lia. Disponível em: https://www.letras.com/titas/48973/. Acesso em: 20 maio 2020.
NOTBOHM, E. Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você
soubesse. 2005. Disponível em: https://www.inspiradospeloautismo.com.br/tre-
cho-livro-dez-coisas-que-toda-crianca-com-autismo-gostaria-que-voce-soubesse-
-edicao-atualizada-e-ampliada/. Acesso em: 15 set. 2019.
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