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ESSA Módulo II

2022

ESTÁGIO SETORIAL
DE AUXILIAR DE
ALMOXARIFADO

Módulo II – Fases da Gestão de Almoxarifado

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9º Centro de Gestão, Contabilidade e Finanças do


Exército
ESSA Módulo II

Atualizações

Breve descrição da
Autor Data Item alterado
alteração

9º CGCFEx 10 dez 21 TODOS Atualização visando


atender o novo modelo
proposto pelo IEFEx

(Atenção: esta apostila não deve ser usada como amparo


legal, tratando-se apenas de um material didático de apoio
para estudo e eventuais consultas)

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Sumário

1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 4
1.1. Objetivos do Curso ....................................................................................................................4

1.2 Objetivos de Aprendizagem ......................................................................................................4

1.3. Principais Tópicos......................................................................................................................5

2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 5
3. GESTÃO DE MATERIAIS NO SETOR PÚBLICO ......................................................................... 6
3.1. Conceito de Almoxarifado ........................................................................................................6

3.2. Organização da área de logística na Administração Federal .............................................7

3.3. Atividades inseridas na gestão de recursos materiais...................................................... 10

4. RECEBIMENTO ................................................................................................................................ 12
5. ARMAZENAGEM OU ESTOCAGEM ............................................................................................ 18
5.1. Conceito de Estoques ........................................................................................................ 19

5.2. Técnicas de Armazenagem .............................................................................................. 22

6. DISTRIBUIÇÃO ................................................................................................................................. 23
6.1 Reposição dos Estoques .................................................................................................... 26

6.2 Just in time e Kanban .......................................................................................................... 32

7. COBRANÇA DE FORNECEDORES ............................................................................................. 34


8. MATERIAL INSERVÍVEL ................................................................................................................. 38
8.1 Descarga de Material .......................................................................................................... 39

8.2 Destinação do Material ....................................................................................................... 42

ENCERRAMENTO ................................................................................................................................ 45
Referências ............................................................................................................................................ 46

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1. APRESENTAÇÃO

Prezado instruendo,

Esta apostila foi estruturada para servir de guia para o agente da


administração encarregado de auxiliar de almoxarifado, que será coordenado pelo 9º
Centro de Gestão, Contabilidade e Finanças do Exército e ministrado na modalidade
de Ensino a Distância (EAD).

1.1. Objetivos do Curso

De maneira geral, contribuir com o Instituto de Economia e Finanças do


Exército (IEFEx) nas atividades de ensino de interesse da Secretaria de Economia e
Finanças, desenvolvidas na modalidade de Ensino a Distância (EaD) e,
principalmente disponibilizar, aos Agentes da Administração das Unidades Gestoras
do Exército, um material didático de fácil entendimento e mais direcionado as nossas
atividades.
Oferecer aos Agentes da Administração das Organizações Militares,
responsáveis pela elaboração destes documentos, a oportunidade de refletirem
sobre a importância dos processos que envolvem a gestão de almoxarifado.

1.2 Objetivos de Aprendizagem

Ao final deste módulo, o instruendo será capaz de:


• indicar a legislação relacionada às fases da gestão de almoxarifado/material;
• conhecer os conceitos de estoques e técnicas de armazenagem;
• identificar os principais processos que envolvem o recebimento,
armazenamento e distribuição do material;

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1.3. Principais Tópicos

• Uma breve explanação a respeito da gestão de material no setor público,


focada na organização e processos da área de logística da Administração
Federal;
• As fases que envolvem a gestão de almoxarifado/material;
• As legislações/normas que regulamentam a gestão de almoxarifado/material
na Força.

2. INTRODUÇÃO

Almoxarifados são locais destinados à guarda e à conservação dos itens de


material em estoque de uma determinada organização. É essencial que a gestão
dos almoxarifados seja eficiente, visando minimizar os custos de armazenamento de
estoques, bem como maximizando a qualidade de atendimento aos clientes internos
da entidade.
Nesse sentido, o quadro a seguir sintetiza os objetivos da gestão de
almoxarifados, bem como as atividades necessárias para isso:

OBJETIVO AÇÕES NECESSÁRIAS


- maximizar o uso do espaço físico disponível;
- evitar perdas/roubos/furtos;
Minimizar os custos de - evitar obsolescência;
armazenamento - buscar a eficiência na movimentação dos materiais;
- diminuir as distâncias internas percorridas;
- prover treinamento aos colaboradores envolvidos.

Maximizar a qualidade Assegurar a provisão do item de material certo,


de atendimento na quantidade e no local corretos, no menor tempo
aos usuários possível, sempre que for necessário.

Fonte: Fenili (2014).

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De certa forma, todas as atividades listadas acima visam contribuir para a


melhoria do controle patrimonial e modernização administrativa, dando maior
celeridade, segurança e economicidade nas aquisições de bens móveis do Governo.
Assim, a gestão de almoxarifados, em uma visão macro, engloba as
seguintes atividades básicas: recebimento, armazenagem e distribuição. Essas
atividades serão estudadas neste segundo modulo, juntamente com os conceitos e
as determinações legais que norteiam a gestão do patrimônio e do almoxarifado de
forma sistematizada, com o intuito de facilitar a implementação dos controles
internos necessários a uma boa utilização desses recursos nos almoxarifados das
diversas unidades gestoras.

3. GESTÃO DE MATERIAIS NO SETOR PÚBLICO

3.1. Conceito de Almoxarifado

Unidade administrativa que tem por finalidade suprir de material, na


quantidade certa, no momento certo e na qualidade certa, pelo menor custo
possível, todas as demais unidades dos órgãos ou entidades para que possam
cumprir suas missões.
Curiosidade:
A origem da palavra almoxarifado ocorreu na Península Ibérica (765 a 1031),
quando houve a invasão árabe. O vocábulo al-xarif designava a pessoa de confiança
do Sultão, responsável pela guarda dos bens do seu senhor.
Para uma boa gestão do almoxarifado, o gestor deve munir-se de adequadas
técnicas de quantificação e previsão a fim de fornecer material, de forma contínua,
para que não haja solução de continuidade no processo produtivo. E, para isso, é
necessário conhecer as características dos materiais sob sua responsabilidade. A
classificação dos materiais possibilita esse conhecimento. Além disso, é fundamental
conhecer também as regras, processos e legislações atinentes ao processo de
ressuprimento ou obtenção.
As atividades básicas de um almoxarifado são o recebimento, o
armazenamento (ou estocagem) e a distribuição, conforme mostra a figura abaixo:

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Figura 1 – Atividades básicas do Almoxarifado

Durante este módulo de nosso Estágio, essas atividades serão estudadas


com maior profundidade, a fim de lhe proporcionar os conhecimentos necessários à
boa gestão do Almoxarifado.

3.2. Organização da área de logística na Administração Federal

De forma geral, as Instituições são formadas pela junção de quatro


ingredientes:

Figura 2 – Componentes de uma Instituição

Indivíduos que fazem uso de Recursos e Coordenam suas Tarefas para que
atinjam Objetivos Comuns. Os Recursos são os meios empregados na Instituição
para a realização dos seus objetivos. São as Ferramentas que servem de base para
o desempenho Institucional.

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E podem ser divididos em:

Figura 3 – Tipos de recursos

É na Gestão dos recursos materiais que está inserida a área de logística e de


almoxarifado, envolvendo as atividades de gestão de estoques e gestão de
distribuição.

Figura 4 – Atividades de logística

No âmbito do Governo Federal, as atividades de gestão de materiais foram


organizadas de modo centralizado e na forma de um sistema, pela Instrução
Normativa Nº 205, de 08 de abril de 1988 e pelo Decreto nº 1.094/1994, o chamado
Sistema de Serviços Gerais (SiSG).
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O órgão central do SiSG é a Secretaria de Gestão (SEGES), integrante do


Ministério da Economia (ME), sendo responsável pela formulação de diretrizes,
orientação, planejamento e coordenação, supervisão e controle dos assuntos
inerentes aos chamados serviços gerais. Além do órgão central, o SiSG é composto
por órgãos setoriais (unidades administrativas nos ministérios e órgãos integrantes
da Presidência da República) e seccionais (unidades incumbidas da execução das
atividades do SiSG no âmbito das autarquias e das fundações públicas).
Concomitante à criação do SiSG, o art. 7º do Decreto nº 1.094/1994 instituiu o
Sistema Integrado de Administração e Serviços Gerais (SIASG), destinado à
informatização e operacionalização do SiSG. Trata-se, pois, de uma ferramenta de
apoio informatizado voltada eminentemente aos processos de aquisições e
contratações públicas, capitaneadas pelas Unidades Administrativas de Serviços
Gerais (UASG) de órgãos e entidades da Administração Pública federal.
O Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG)
consolidou-se, ao longo dos anos, como o principal sistema informatizado de apoio
às atividades de suprimento nos órgãos públicos. Concebido de forma compulsória
apenas para órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais (SiSG),
é aindapermitida a adesão a seus módulos por órgãos não-SiSG, linha de ação
usualmente adotada por órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, seja pela
abrangência do sistema, pelo número de potenciais fornecedores cadastrados (mais
de 400 mil) ou pela rapidez de sua atualização frente às inovações normativas.
As Unidades Gestoras do Exército Brasileiro, apesar de não integrarem o
SiSG, utilizam-se do sistema SIASG nas suas atividades do dia-a-dia. Atualmente, o
SIASG é composto por diversos subsistemas/módulos, sendo que os principais
estão relacionados no quadro a seguir:

MÓDULOS DO SIASG
MÓDULO OBJETIVO
CATMAT Catálogo de Materiais – é o catálogo de materiais utilizado como subsídio nas
compras governamentais.
CATSER Catálogo de Serviços – é o catálogo de serviços utilizado como subsídio nas
contratações governamentais.

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Sistema de Comunicação – concebido para facilitar a comunicação entre o


COMUNICA Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – gestor do SIASG – com as
unidades administrativas usuárias dos demais módulos do SIASG (expedição de
orientações, informações, solicitações, atualizações, etc.).

SICAF Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – constitui o registro


cadastral do Poder Executivo Federal.
Sistema de Gestão de Contratos – destina-se ao registro e ao acompanhamento
SICON dos contratos administrativos firmados pela administração pública federal.

Sistema de Divulgação de Compras – possibilita o cadastramento de processos


de compras realizados pela administração pública e o consequente envio
SIDEC eletrônico de matérias relativas aos avisos de licitação, dispensa e inexigibilidade
à Imprensa Oficial para publicação no Diário Oficial da União e divulgação no
Comprasnet, permitindo o acesso e consulta desses atos pela sociedade.
Sistema de Minuta de Empenho – possibilita a consolidação da reserva
SISME orçamentária para suprir a despesa estimada em uma licitação, facilitando, ainda,
a subsequente emissão da nota de empenho.

SISPP Sistema de Preços Praticados – registra os preços praticados nas


aquisições/contratações realizadas no âmbito da administração pública federal.

SISRP Sistema de Registro de Preços – registra e divulga as Atas de Registro de Preços.

Fonte: Portal de Compras do Governo Federal

Os diversos módulos do SIASGNet estão migrando gradativamente para a


plataforma web. Dessa forma, os módulos SICAF e SIDEC já estão funcionando
neste novo formato, no Portal de Compras do Governo Federal.

3.3. Atividades inseridas na gestão de recursos materiais

A gestão de materiais consiste no rol de atividades desenvolvidas dentro da


organização, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas
unidades, com materiais necessários ao desempenho normal das suas atribuições.
Tem por objetivo garantir a existência contínua de um estoque organizado, de
modo a nunca faltar nenhum dos itens que o compõe, sem excessos. Nesse sentido,
sua finalidade é a existência de suprimento de materiais na quantidade necessária,
qualidade requerida, tempo oportuno e menor custo.
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Envolve as atividades de compras, recebimento, armazenamento,


fornecimento e controle de estoque. Gonçalves (2007), de forma didática, agrupa
as atividades inerentes à gestão de materiais em três nichos principais, conforme a
seguir: contratações, atividades de almoxarifado e controle do estoque.
De acordo com a legislação, o Almoxarifado é a área responsável pelo
recebimento, cadastramento, armazenamento, controle e movimentação dos bens
de consumo das Unidades Gestoras da Administração Federal. Tendo como suas
atribuições:

 Enviar pedidos de fornecimento de materiais, contratos ou empenhos aos


fornecedores;
 Receber e conferir os materiais adquiridos de acordo com o documento de
compra ou equivalente, podendo, quanto for o caso, convocar a Comissão
de Recebimento de Materiais ou servidor com conhecimento técnico;
 Notificar os fornecedores pelo atraso na entrega de materiais, quando for o
caso;
 Registrar ocorrência quando os materiais não forem entregues ou forem
entregues em desacordo com o empenho, termo de referência ou
equivalente;
 Controlar e manter os registros de entrada e saída dos materiais do
estoque do Almoxarifado;
 Realizar o balanço mensal para elaboração do Relatório de Movimentação
Mensal de Almoxarifado – RMA;
 Organizar a estocagem dos materiais, de forma a preservar a sua
integridade física e condições de uso, de acordo com as características de
cada material, bem como para facilitar a sua localização e manuseio;
 Atender às solicitações de materiais dos usuários, fornecendo em tempo
hábil os materiais solicitados;
 Auxiliar a comissão nomeada para realizar o Inventário Anual do
Almoxarifado;
 Manter controle do estoque, através de sistema informatizado, anotando
todas as entradas e saídas;
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 Solicitar reposição dos materiais, conforme necessário, de acordo com as


normas de manutenção de níveis mínimos de estoque;
 Elaborar inventário mensal, visando a comparação com os dados dos
registros do almoxarifado.

4. RECEBIMENTO
O recebimento do item de material é a etapa intermediária entre a compra e o
pagamento ao fornecedor. Somente após o recebimento (etapa que, nos órgãos
públicos, refere-se à etapa de liquidação da despesa) é que o pagamento é
autorizado.
A IN nº 205/1988 define a atividade de Recebimento de material em duas
etapas:
“3. Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao
órgão público no local previamente designado, não implicando em
aceitação. Transfere apenas a responsabilidade pela guarda e conservação
do material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxarifados,
salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou
recebido, caso em que a entrega se fará nos locais designados. Qualquer
que seja o local de recebimento, o registro de entrada do material será
sempre no Almoxarifado. ”
Desta forma, a atividade de recebimento mantém estreito relacionamento com
as áreas contábeis e de compras da organização, além de contar, por vezes, com a
necessidade do suporte provido pelo setor de transportes (quando for o caso).
O recebimento é usualmente dividido nas seguintes etapas:
ETAPA DESCRIÇÃO
Recepção dos veículos transportadores; Verificação de dados básicos da entrega
(informações da nota fiscal, local de entrega, existência de empenho autorizando a
Recebimento entrega); Autorização para descarga do material. Nessa etapa, o “recebedor” assina
provisório o documento fiscal que acompanha o material, apenas para fins de comprovação da
data de entrega. O prazo do recebimento provisório para o definitivo é de 15 dias, a
contar da data de entrega do material.
- Conferência quantitativa: verificação da quantidade da nota fiscal, certificando
se corresponde àquela efetivamente entregue.
Conferência do Material - Conferência qualitativa: verificação das especificações técnicas do objeto
entregue, certificando se coincidem com as solicitadas pelo setor de compras
(dimensões, marcas, modelos etc.).
A aceitação definitiva é o resultado de fase anterior, podendo ocorrer:
Aceitação do
Material
a. entrada do material e liberação do pagamento ao fornecedor, no caso
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de ocorrer a aceitação total do material;

b. devolução parcial ou reclamação junto ao fornecedor, por falta de material


ou erro de especificação.

Fonte: ENAP (2015)

Em órgãos públicos, por ocasião do recebimento, três informações alusivas


às especificações dos materiais devem ser comparadas, verificando se há
conformidade entre elas:
 informações constantes da nota de empenho;
 informações constantes da nota fiscal; e
 dados da mercadoria efetivamente entregue.
Ainda, cabe a menção de que há órgãos públicos nos quais nem todos os
materiais de consumo são recebidos em almoxarifados. As exceções, em geral, são
alusivas aos materiais de consumo imediato, que podem não transitar fisicamente
pelos almoxarifados. Nesse caso, o recebimento seria apenas comunicado ao setor
de almoxarifado, para os devidos registros. Nas OM do Exército existem outros
depósitos que também recebem materiais diretamente, tais como aprovisionamento,
oficinas etc.
Nesse sentido, a Lei nº 8.666/93 em seus art. 73 e 74, regula os
procedimentos para recebimento das compras, serviços e obras contratados
mediante licitação.

Lei nº 8.666/93

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido: I -


em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da
comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de
observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o
disposto no art. 69 desta Lei;
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a
especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e
conseqüente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se- á
mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e
segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro
dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato. 13/46
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Lei nº 8.666/93
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
III I - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde
que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de
funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.

Dessa forma podemos ilustrar, de forma simples, o fluxo de recebimento de


material para o Almoxarifado da seguinte forma:
Figura 5 – Fluxo do processo de recebimento

Além das aquisições realizadas pela UG, poderá ocorrer o recebimento de


materiais fornecidos pelos órgãos provedores, por transferência de material de outra
UA ou doações. A Portaria – C Ex Nº 1.555, de 9 de julho de 2021, aprovou o
Regulamento de Administração do Exército “Novo RAE”. Vejamos o Capítulo IV (art
57 a 64) do referido regulamento:

Regulamento de Administração do Exército – RAE

Art. 57. O material que der entrada na OM será recebido e examinado:


I - individualmente, pelo encarregado do setor de material, encarregado de depósito,
encarregado do setor de aprovisionamento ou qualquer agente executor designado pelo OD, com a
supervisão do fiscal administrativo; ou
II - por comissão de recebimento e exame de material (CREM) nomeada para esse fim.
Parágrafo único. Será nomeada comissão nos casos previstos em legislação específica ou,
a critério do OD, considerando-se o alto custo e/ou a complexidade técnica do material.
Art. 58. A CREM será constituída por, no mínimo:
I - 3 (três) oficiais, admitindo-se, em casos excepcionais, a critério do OD, ser composta
por, no mínimo, 1 (um) oficial e 2 (dois) graduados (subtenente/sargento); ou
II - 2 (dois) membros, na situação prevista no § 3º do art. 73 deste Regulamento.
§ 1ºO encarregado do setor de material e o provável detentor direto do material em causa
integrarão a comissão, a critério do OD, que poderá ser assessorada por especialistas ou técnicos, civis14/46
ou militares, julgados necessários.
§ 2º A CREM ou o agente executor encarregado do recebimento e exame terá o prazo de 8
(oito) dias úteis para apresentar ao fiscal administrativo o Termo de Recebimento e Exame de Material
(TREM) ou o recibo passado no documento de recebimento, podendo este prazo ser prorrogado,
conforme o previsto no art. 140 deste Regulamento.
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Regulamento de Administração do Exército – RAE

§ 3ºA CREM poderá ser designada para cada recebimento específico ou recebimentos em
determinado período, nunca superior a 90 (noventa) dias.
§ 4º A impossibilidade de realização de testes de material no processo de recebimento será
informada no TREM.
§ 5º As aquisições, em que forem previstas a realização do Termo de Recebimento
Provisório (TRP) e Termo de Recebimento Definitivo (TRD), serão reguladas em legislação específica.
Art. 59. Todo e qualquer material destinado à OM será entregue nos almoxarifados ou
depósitos, acompanhados, conforme o caso, da nota fiscal, guia de remessa, de transferência, de
recolhimento, de fornecimento ou documento equivalente.
§ 1º Cabe aos encarregados das dependências a que se refere o caput deste artigo
formalizar ao fiscal administrativo, de imediato, a entrega do material.
§ 2º Quando houver conveniência para a OM, o recebimento e o exame de material
poderão ser feitos no próprio local de procedência, sendo feita a formalização imediata ao fiscal
administrativo.
§ 3º O recebimento do material será formalizado pelo agente executor que o recebeu
individualmente, ou pelo presidente da comissão, exceto quando houver divergências.
§ 4º O fiscal administrativo despachará os documentos de recebimento do material com o
OD, para inclusão em carga ou registro do material.
§ 5º Ao documento de formalização de que tratam os §§ 1º, 2º e 3º deste artigo serão
anexadas a guia de remessa, de transferência, de recolhimento ou de fornecimento, notas fiscais ou
documentos equivalentes.
§ 6º Os documentos relativos ao processo de recebimento e exame de material serão
arquivados na seção de conformidade dos registros de gestão.
Art. 60. Se o material tiver que ser submetido a exame ou análise, os responsáveis pelo
recebimento adotarão as providências necessárias, dentro dos prazos estabelecidos em legislação
específica.
§ 1º Quando a OM não possuir laboratórios, os responsáveis pelo recebimento solicitarão
ao OD que o exame ou análise sejam feitos na OM mais próxima que dispuser de recursos para tal ou
em instituição comprovadamente capacitada.
§ 2º Os responsáveis pelos exames ou análises apresentarão seus pareceres visados pelo
respectivo chefe, dentro dos prazos estabelecidos em legislação específica.
§ 3º O material será identificado conforme estabelecido em legislação específica.
Art. 61. As obras, serviços, locações de equipamentos e material adquirido ou fornecido
serão recebidos na OM:
I - nos casos de obras e serviços:
a) provisoriamente pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, de acordo
com legislação específica, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze)
dias da comunicação escrita do contratado; e

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Regulamento de Administração do Exército – RAE

a) definitivamente pelo agente ou comissão designada pelo OD, composta nos moldes
do art. 58 deste Regulamento, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso
do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,
observado o disposto no § 1º deste artigo;
I - nos casos de materiais e locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com
a especificação; e
b) definitivamente, por agente ou comissão designada pelo OD, composta nos moldes
do art. 63 deste Regulamento, após a verificação da qualidade e quantidade do material e
consequente aceitação.
§ 1º O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou
incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.
§ 2º Nos casos de aquisição e locação de alto custo o recebimento será feito mediante
TREM e, nos demais, mediante recibo na nota fiscal correspondente.
§ 3º Nos casos de aquisição e locação com valores iguais ou inferiores às despesas de alto
custo, fica a critério do OD designar a comissão para o recebimento do material.
§ 4º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e
segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos
limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 5º O prazo de recebimento, provisório ou definitivo, deverá ser informado no edital de
licitação correspondente.
Art. 62. O recebimento provisório poderá ser dispensado nos casos previstos em legislação
específica.
Art. 63. Quando se tratar de material fornecido pelos OP, os agentes que procederem ao
recebimento e exame do material adotarão as seguintes providências:
I - quanto às guias de remessa, transferência ou de fornecimento quitadas:
a) uma via acompanhará o documento de recebimento, para que sejam registradas no
sistema corporativo de controle patrimonial utilizado no Comando do Exército, de acordo com o
estabelecido em legislação específica;
b) uma via será remetida ao OP que forneceu o material; e
c) serão feitas referências às alterações detalhadas nos TREM, para que sejam
registradas no sistema corporativo de controle patrimonial utilizado no Comando do Exército, de
acordo com legislação específica;
II - quanto aos termos:
a) uma via para a fiscalização administrativa da OM;
b) uma via para o OP que forneceu o material;
c) as demais, às partes interessadas, segundo o previsto em legislação específica; e
d) mencionarão as irregularidades encontradas e os bens rejeitados, com declaração
dos motivos da rejeição;

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Regulamento de Administração do Exército – RAE

I - remeter às demais partes interessadas cópias das folhas do boletim onde conste a
ordem para inclusão em carga ou registro no sistema corporativo de controle patrimonial utilizado no
Comando do Exército, autenticadas pelo fiscal administrativo, de acordo com legislação específica; e
IV - realizar a inclusão em carga e o registro contábil do material.
Art. 64. Toda divergência no recebimento e exame, no que se referir ao estado, à
quantidade, à qualidade ou a qualquer outro aspecto dos materiais, serviços e obras, deverá ser
levada imediatamente ao conhecimento do OD, que tomará a decisão, em sua esfera de competência.
§ 1º Se a má qualidade dos materiais, serviços e obras, ou qualquer falha somente vier a
ser constatada posteriormente, a responsabilidade caberá:
I - aos membros da comissão que os tenham recebido e examinado, em parecer unânime;
II - ao OD, se tiver decidido, em definitivo, em divergência com o parecer unânime da
comissão;
III - subsidiariamente, aos membros da comissão que colaboraram na decisão divergente
do OD;
IV - ao fiscal administrativo e ao agente executor, nos casos previstos no inciso I do art. 57
deste Regulamento, ou ao OD, quando tiver solucionado em definitivo qualquer divergência surgida,
dela compartilhando o agente cujo ponto de vista houver sido esposado por ele; e
V - aos especialistas ou técnicos, quanto à qualidade e funcionamento, se tiverem dado
parecer favorável à aceitação dos bens.
§ 2º Se os especialistas ou técnicos opinarem pela não aceitação de qualquer artigo,
nenhuma responsabilidade lhes caberá, se este for aceito.
§ 3º O parecer do técnico ou especialista será entregue ao presidente da comissão.
§ 4º Nos casos de haver alteração no recebimento de material oriundo de outra OM,
caberá à OM de origem realizar o respectivo processo apuratório, cuja solução deverá ser
encaminhada ao escalão imediatamente superior para fins de ratificação ou retificação, e outras
providências cabíveis.

Cabe destacar que o RAE aprovado, em vários trechos, regula que a


movimentação de material deve ser registrada no sistema corporativo de controle
patrimonial utilizado no Comando do Exército, atualmente o SISCOFIS.

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5. ARMAZENAGEM OU ESTOCAGEM

A armazenagem de materiais é atividade de planejamento e organização das


operações de manter e abrigar adequadamente os itens de material, mantendo-os
em condições de uso até o momento de sua efetiva entrega aos solicitantes da
Instituição. A armazenagem tem como objetivos:

Figura 7 – Objetivos da Estocagem

Na armazenagem, devemos levar em consideração as várias características


físicas e químicas dos itens em estoque para que tais características não influenciem
nas propriedades dos outros itens. Dessa forma, devemos atentar, no momento da
armazenagem, aos seguintes aspectos dos materiais:

ASPECTOS FÍSICOS ASPECTOS QUÍMICOS


 Fragilidade  Perecíveis

 Volume  Oxidáveis

 Peso  Inflamáveis

 Forma  Potencial de Contaminação

De posse das características do material, cabe o Gestor de Almoxarifado


adotar um critério para a guarda dos materiais, respeitando os aspectos físicos e
químicos. De modo usual, temos os seguintes critérios para armazenagem dos
materiais:

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CRITÉRIO CRITÉRIO DESCRIÇÃO


Materiais no mesmo grupo de subitens ou que se complementam
Armazenagem por devem ser alocados próximos uns aos outros, de forma que facilite na
agrupamento tarefa de arrumação e busca. Exemplo: armazenar materiais de limpeza
em uma mesma prateleira.
Nesse critério, devemos observar a influência que uma característica de
um material pode ter sobre o outro, de modo que devem ser mantidos
Armazenagem por
distantes ou em ambiente distintos. Exemplo: devemos manter
compatibilidade
materiais inflamáveis longe de corrosivos ou que, facilmente,
propaguem chamas.
Materiais de características físicas semelhantes são armazenados mais
Armazenagem por próximos, possibilitando um maior aproveitamento do espaço físico.
tamanho, peso e forma. Esse critério demanda maior necessidade de controle por parte
do gestor de almoxarifado.
Armazenagem por Os materiais com maior frequência de entrada e saída do almoxarifado
frequência são armazenados próximos à sua entrada/saída.
Tipo de armazenagem complexa, destinada a materiais
inflamáveis, perecíveis, explosivos etc. Note-se que este critério de
armazenagem pode ser “acumulado” com um dos anteriores (por
Armazenagem
exemplo: carnes são armazenadas em câmaras frigoríficas –
especial
armazenagem especial, e pode ser empregado em conjunto o critério
de armazenagem por frequência). Importante: produtos perecíveis
devem ser armazenados respeitando-se o prazo de validade.
Este critério é aplicável a materiais que podem ser armazenados em
Armazenagem em áreas externas (por exemplo, automóveis acabados, armazenados em
área externa pátios), reduzindo custos e ampliando o espaço interno do almoxarifado
para materiais que necessitam de maior proteção.
Trata-se de soluções para a obtenção de uma área coberta, sem
Coberturas alternativas incorrer em custos de construção atinentes à expansão do almoxarifado.
Em geral, a cobertura é de PVC.
Fonte: ENAP (2015)

Os critérios para armazenagem tanto podem ser aplicados de forma isolada,


por exemplo buscando apenas um maior aproveitamento do espaço físico, como de
forma associada, dependendo da disponibilidade de cada estoque.

5.1. Conceito de Estoques

Slack et al. (1997) trazem a seguinte definição de estoque:

“Estoque é a acumulação armazenada de materiais em um sistema de transformação.”

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ESSA Módulo II

Logicamente, esta definição é aplicável ao setor privado, ou, mais


propriamente, a uma organização que detém um ciclo de produção/transformação.
Essa, como vimos, não é a lógica preponderante em órgãos públicos, tipicamente
voltados à oferta de serviços (e não de materiais) à sociedade.
Dessa forma, podemos oferecer uma conceituação de estoque que mais se
aproxime à realidade do setor público:

Estoque é o somatório de materiais armazenados em uma organização, que


permanecem reservados para uso oportuno.

Ou, ainda:

Estoque é toda e qualquer porção armazenada de material, com valor econômico para
a organização, que é reservada para emprego em momento futuro, quando se mostrar
necessário às atividades organizacionais.

A manutenção de estoques é onerosa às organizações. Os custos para


mantê-los são relativos a diversos fatores, tais como: roubos, furtos, aluguel de
espaços físicos, seguros, entre outros. No setor privado, estes podem atingir a níveis
altíssimos e insuportáveis. No âmbito das UG do Exército, os referidos fatores são
amenizados pelas peculiaridades das organizações militares, mas não deixa de ser
oneroso manter produtos em estoque.
Tomando esse fato em consideração, o ideal seria não manter estoques,
havendo o fornecimento dos materiais apenas quando fossem estritamente
necessários. Isso, logicamente, demanda a necessidade de uma grande agilidade
na relação entre a organização e seus potenciais fornecedores.
No contexto do serviço público, contudo, essa agilidade não é observada. As
compras, no setor público, são processadas por meio de licitações, sendo usual que
um único processo de aquisição chegue a demorar até 06 (seis) meses, ante os
trâmites burocráticos (disfuncionais), bem como o rigor e a observância das
formalidades inerentes aos ritos licitatórios.
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ESSA Módulo II

Dessa forma, a manutenção de estoques é uma realidade na prática


administrativa do setor público brasileiro.
Os motivos para o uso de estoques podem ser assim sintetizados:

 Estoques podem proteger as organizações de eventuais oscilações


de demanda: uma vez adquirida, a mercadoria torna-se independente de
flutuações de demanda (= de consumo). Em passado recente, na
prevenção da gripe H1N1, comprávamos álcool em gel tão logo o
encontrávamos em uma farmácia, muitas vezes em quantidade maior do
que nossas reais necessidades. Tentávamos, neste caso, nos resguardar
de oscilações na demanda, estocando mercadorias.

 Estoques podem proteger as organizações de eventuais oscilações


de mercado: uma vez adquirida, a mercadoria torna-se independente de
flutuações do mercado. Há um tempo, na época da hiperinflação e do
Plano Cruzado, muitos tinham o hábito de estocar mercadorias nas casas,
tentando, assim, fugir dos efeitos das altas dos preços. Essa medida é
muito comum em períodos inflacionários.

 Estoques podem ser uma oportunidade de investimento: isso ocorre


quando, em determinado período, a taxa de aumento do valor financeiro
do estoque for maior do que a taxa de aplicação em outros ativos que
podem ser obtidos no mercado. Seria quase que um caso particular de
oscilação de mercado, mencionado anteriormente.

 Estoques podem proteger de atrasos: os atrasos podem ser originários


de diversas fontes, desde um problema no transporte das mercadorias, até
uma negociação mais prolongada com fornecedores, ou até mesmo uma
influência do clima. No setor público, por exemplo, as demandas
burocráticas relativas à obrigatoriedade de regularidade fiscal das

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ESSA Módulo II

empresas contratadas podem implicar um tempo maior do que o desejado


para reestabelecer um fornecimento.

 Grandes estoques podem implicar economia de escala: a aquisição de


itens de material em maiores quantidades, por vezes, implica a prática de
preços unitários menos significativos, se comparado com compras de
menores vultos. É o que, usualmente, denomina-se “poder de barganha”.

5.2. Técnicas de Armazenagem

Os materiais de armazenagem complexa exigem uma infraestrutura de


guarda especial, assim exemplificada:
 equipamentos de prevenção a incêndios (sprinklers, etc.);
 ambientes climatizados (câmaras frigoríficas etc.);
 ambientes com controle de temperatura e umidade (paióis de munição
etc.);
 uso de equipamentos de proteção individual (EPI) pelos funcionários que
lidam diretamente com esses materiais.
No que diz respeito às técnicas de armazenagem propriamente ditas, é
essencial nos familiarizarmos com os dispositivos mais usuais empregados nessa
atividade.
CRITÉRIO CARACTERÍSTICAS

Podem ser de aço ou madeira. As de aço, apesar


de mais caras, possuem maior durabilidade, e não
Prateleiras são atacadas por insetos. De forma geral, as
prateleiras têm a propriedade de alocarem materiais
de dimensões variadas.

Caixas metálicas retangulares, hermeticamente


Contenedores fechadas e seladas, destinadas ao transporte
(containers) intermodal de mercadorias (ferroviário, rodoviário,
fluvial, marítimo ou aéreo).

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ESSA Módulo II

Paletes são estrados que possibilitam o


empilhamento das cargas, maximizando a
utilização do espaço cúbico do almoxarifado.
Podem ser de madeira, metal, papelão ou
Pallets plástico.
(paletes)
A paletização (possibilidade de empilhamento
dos paletes e de manipulação de uma carga
unitizada) possibilita o aproveitamento eficiente
do espaço vertical dos armazéns.

São destinados à guarda e transporte de


materiais frágeis ou irregulares, que não admitem
Engradados o uso de simples estrados, carecendo de uma
estrutura que ofereça proteção lateral.

São ideais para a armazenagem de materiais


Caixas ou
de pequenas dimensões, como pregos, porcas,
gavetas
parafusos e sobressalentes pequenos em geral.

Fonte: Fellini (2014)

Ao assumir a função, o encarregado do setor de material deve conferir as


condições de armazenagem e providenciar os devidos ajustes, se for o caso.

Normas Administrativas Relativas ao Suprimento (NARSUP)


Art. 44. Aos gestores de paióis, armazéns, almoxarifados e demais reservas de material
cabe a responsabilidade de inspecionar o material estocado, a realização da conferência
física dos itens, a verificação dos prazos de validade dos lotes, quando for o caso, e a
tomada de todas as providências para evitar a sua danificação, quer pela ação de animais
daninhos ou por ocorrência de sinistros. (grifo nosso)

6. DISTRIBUIÇÃO

O atendimento dos pedidos de material (requisições) é o ato pelo qual o


Almoxarifado supre as necessidades dos setores de cada unidade com material em
estoque fundamentais para a execução das atividades da Instituição. Essas
requisições são realizadas através do módulo de pedidos no SISCOFIS-OM,

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ESSA Módulo II

utilizado em todas as Unidades do Exército. No procedimento de atendimento de


requisições, devemos seguir as seguintes etapas:

A distribuição de materiais é a atividade derradeira da gestão de


almoxarifados, cuja finalidade é fazer chegar o material em perfeitas condições ao
usuário.

Há autores que fazem a seguinte divisão:

 Distribuição interna = diz respeito à distribuição de materiais internamente


à organização, para a continuidade de seu processo de trabalho.

 Distribuição externa = trata da entrega dos produtos acabados a seus


clientes, o que pode envolver mais de um meio de transporte.

No âmbito das OM, a Seção VII do Capítulo IV (Procedimentos


Administrativos), os artigos 72 a 74 tratam sobre a metodologia para distribuição às
frações da Organização Militar.

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ESSA Módulo II

Regulamento de Administração do Exército – RAE

Art. 72. Os setores de material (almoxarifados) e depósitos da OM farão entregas dos


suprimentos necessários às frações e dependências internas, mediante ordem de distribuição
publicada em boletim administrativo da OM ou, em casos excepcionais, ordem verbal do
comandante.

§ 1º O responsável pela fração ou dependência receberá o bem, mediante quitação no


documento de remessa, e formalizará o recebimento do material distribuído, dentro do prazo de 5
(cinco) dias úteis, detalhando se está sem ou com alteração.

§ 2º Em caso de ordem verbal, o responsável pelo recebimento do material emitirá,


imediatamente, o pedido, devendo a ordem de distribuição ser confirmada em boletim administrativo
da OM.

§ 3º No caso de indisponibilidade do sistema corporativo de controle patrimonial em uso


no Comando do Exército, a distribuição de material poderá ser realizada mediante pedido provisório,
devendo tal ato ser registrado em até 8 (oito) dias úteis, após cessarem os motivos do impedimento
de lançamento no sistema.

§ 4º No âmbito da OM, o detentor do material somente poderá redistribuí-lo, mediante


autorização do chefe imediato ou comandante da OM, e pedido formal encaminhado ao fiscal
administrativo.

§ 5º A distribuição de peças do fardamento será procedida conforme legislação


específica.

Art. 73. O material necessário às SU e frações destacadas será fornecido pela OM a que
pertençam.

§ 1º A OM que tiver dificuldade para o apoio à SU ou fração destacada poderá solicitar,


por intermédio dos canais de comando e da Região Militar (RM), que a SU ou fração seja suprida por
outra OM ou diretamente pelo OP.

§ 2º Quando a SU ou frações destacadas receberem materiais diretamente dos OP ou


fornecedores, os comandantes destas emitirão o TREM, de acordo com o art. 57 deste
Regulamento, no que for aplicável, remetendo-o para a OM de vinculação, a fim de ser realizado o
respectivo registro contábil.

§ 3º Na ocorrência da situação prevista no § 2º deste artigo, quando houver efetivo


insuficiente de oficiais na SU ou fração destacada, a CREM poderá ser composta por dois membros,
sendo um deles o respectivo comandante.

Art. 74. No âmbito da OM, a distribuição de material para emprego e uso individual é feita
pelas SU, sob a responsabilidade dos encarregados de material e a fiscalização dos seus
respectivos comandantes.

§ 1º Antes da distribuição para emprego ou uso individual, as frações da OM identificarão


os materiais permanentes.

§ 2º Quanto ao fardamento, serão observadas as prescrições da legislação específica.

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ESSA Módulo II

Nas unidades, toda movimentação de material é realizada pelo Sistema de


Controle Físico (SISCOFIS-OM), subsistema do SIMATEx. A seguir, segue um
fluxograma dos procedimentos para a movimentação do material, utilizando-se o
SISCOFIS:

6.1 Reposição dos Estoques

O primeiro passo para que possamos repor nossos estoques com a devida
precisão é obtermos uma previsão acurada do consumo dos materiais envolvidos.
Caso haja informações incorretas na previsão de consumo, duas situações podem
ocorrer, conforme ilustra Fenili (2014):
Acentuação de custos de estoque: ocorre quando mantemos estoque de itens
que não têm demanda na organização. Os custos a eles relacionados são vários:
aluguel de espaço físico, obsolescência, entre outros;
Custos de falta de estoque: ocorre quando o estoque mantido é inferior à
demanda, acarretando a falta do item de material em um momento em que ele é
necessário. Esse fato pode implicar até mesmo a paralisação de uma linha de
produção, caso falte um insumo necessário ao produto final. Os custos de falta de
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ESSA Módulo II

estoque, conforme vimos anteriormente, são difíceis de mensurar, podendo tomar


grandes proporções.
Antes de ingressarmos no estudo dos métodos de previsão propriamente
ditos, há de se registrar que existem 3 (três) tipos principais de evolução da
demanda (ou seja, do modo como a demanda de determinado item de material se
comporta em determinado período), retratados no quadro a seguir:

Fonte: Fenili (2014)

As técnicas para a previsão de demanda podem se valer de informações


qualitativas e/ou quantitativas. De modo geral, podem ser agrupadas em três
categorias principais, a saber:
Predileção: nesse caso, a previsão é feita mediante informações qualitativas,
tais como pesquisas de opinião, informações prestadas por funcionários experientes
etc.
Explicação: há a correlação entre o comportamento da demanda em períodos
recentes, com outra variável quantitativa de evolução conhecida. Por exemplo, pode-
se traçar um paralelo entre a evolução da demanda e o incremento do número de
clientes internos/externos da organização, o número de contratos firmados, etc.

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ESSA Módulo II

Projeção: é uma técnica quantitativa, que prima unicamente pelo tratamento


de dados de uma série histórica de consumo, de forma a obter a previsão para
períodos subsequentes.
Caberá ao encarregado, ouvido o Fiscal Administrativo, escolher a melhor
técnica para prever a demanda, de acordo com as peculiaridades da unidade.
Estabelecida a demanda, será selecionada o melhor sistema para reposição dos
estoques.
Há, basicamente, dois sistemas principais de reposição de estoque inseridos
no Sistema tradicional de abastecimento: periódico e continuo, cujas características
principais são abordadas a seguir.

 Sistema de reposição periódica (modelo de estoque máximo ou


intervalo padrão): os pedidos para reposição de estoques são feitos
periodicamente. A quantidade comprada, somada com a existente em
estoque, deve ser suficiente para atender o consumo até a chegada da
encomenda seguinte. Guardadas as devidas proporções, é o sistema
utilizado por quem vai ao supermercado uma vez por semana, por
exemplo. Nesse modelo, decorrido certo período T, verifica-se o que falta
para chegar ao estoque máximo (Emax) e faz-se o pedido do lote de
compra (LC).

 Sistema de reposição contínua (modelo de máximos e mínimos):


sempre que o estoque atingir uma determinada quantidade, um novo
pedido de compra é emitido. Esta quantidade é chamada de ponto de
pedido ou ponto de ressuprimento/revisão. Seria semelhante ao “sistema”
utilizado por quem vai ao supermercado somente quando a geladeira está
ficando vazia.

Antes de abordarmos o modo de operacionalização dos sistemas de


reposição, é essencial a apresentação de alguns conceitos:

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ESSA Módulo II

CONCEITO DEFINIÇÃO

É o intervalo de tempo entre a emissão do pedido e a chegada do


Tempo de material ao almoxarifado. É também conhecido como lead time.
reposição (TR) = Δt (processamento da licitação/compra direta + tarefas do fornecedor
+ recebimento).

Lote de compra (LC) Quantidade do item de material especificada no pedido de


compras.
É a quantidade de um determinado produto em estoque que,
sempre que atingida, deve provocar um novo pedido de compra. Essa
quantidade garante a continuidade do processo produtivo até que
Ponto de pedido (PP) chegue o lote de compra (durante o tempo de reposição). O ponto de
pedido é inerente ao sistema de reposição contínua. PP = (C X TR)
+ ES, onde: C = consumo médio do item; TR = tempo de reposição; ES
= estoque mínimo ou de segurança.

É um estoque “adicional”, capaz de cobrir eventuais situações


imprevisíveis, tais como:
Estoque mínimo ou
- atrasos no tempo de reposição;
de segurança (ES)
- cancelamento do pedido de compra (por diversos motivos);
- aumento imprevisto do consumo;
- rejeição dos itens comprados quando do recebimento (por
exemplo, por inconformidade com as especificações).

É o máximo de itens em almoxarifado. No sistema de reposição


Estoque máximo contínua, é igual à soma do estoque de segurança com o lote de
compra.
(Emax)
Emax = ES + LC

É a situação na qual há a impossibilidade de atendimento a uma


Ruptura de estoque necessidade de demanda, por insuficiência de estoque.
Da ruptura de estoque advêm os custos de falta de estoque.

Fonte: Fenili (2014)

a. O sistema de reposição continua

O sistema de reposição contínua parte do pressuposto de que a demanda


do item de material é constante. De acordo com esse sistema, partindo-se de um
nível máximo de estoque, ocorre a demanda até o instante em que o estoque atinge
um nível denominado ponto de pedido, quando deve ocorrer a solicitação do
almoxarifado para a área de compras da organização. Nesse momento, passa a
contar o tempo de ressuprimento (ou de reposição).

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ESSA Módulo II

A operacionalização do sistema de reposição contínua pode ser visualizada


por meio de um gráfico comumente denominado “curva dente de serra”, apresentada
a seguir:

Fonte: ENAP (2015)

Há de se considerar que, durante o tempo de ressuprimento (TR), continua a


ocorrer o consumo. O sistema de reposição contínua é concebido de modo que, no
momento em que seria necessário fazer uso do estoque de segurança, o lote de
compra (LC) é entregue, evitando o consumo do estoque desse estoque mínimo.
A curva dente de serra representa o nível de estoque ao longo do tempo, no
sistema de reposição contínua. Em geral, seu desenho é iniciado do estoque
máximo, havendo, ao longo do tempo, o decréscimo do nível de estoque em uma
razão constante. Ao chegar a um nível pré-determinado, é disparado um pedido do
gestor de estoques à área de compras – é o ponto de pedido. Durante o tempo de
ressuprimento, o consumo do material não cessa, de forma que no momento da
chegada do lote de compra estar- se-ia chegando ao nível do estoque mínimo (ou de
segurança).

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ESSA Módulo II

b. O sistema de reposição periódica

No sistema de reposição periódica, o pedido de compra é efetuado em


intervalos de tempo fixos e predeterminados.
O Manual de Gestão de Materiais da Câmara dos Deputados (Brasil, 2010)
preconiza, para aquele órgão, a adoção desse tipo de sistema de reposição, no que
concerne aos materiais de estoque (de consumo).
As regras gerais para o planejamento da reposição dos materiais de estoque,
de acordo com o citado Manual, são sumarizadas no quadro a seguir.

PLANEJAMENTO DAS AQUISIÇÕES

Cabe à Coordenação de Almoxarifado (mais especificamente, na figura dos


supervisores de almoxarifado). Em casos específicos (materiais de proteção
e prevenção, artigos de decoração, dormitório, enfermaria, vestuário em
A quem cabe o geral, material para cerimonial, divulgação de eventos etc.), as unidades
planejamento administrativas interessadas (por exemplo, Secretaria de Comunicação
Social, Departamento Médico etc.) é que fazem o planejamento, cabendo ao
supervisor do almoxarifado apenas informar a quantidade existente em
estoque.

Período de O período de suprimento considerado no planejamento de aquisições é de


suprimento 12 (doze) meses.

Forma de
O suprimento é realizado por meio de contratos de fornecimento.
Suprimento

Os procedimentos de planejamento destinados ao suprimento do estoque


Quando se inicia o
para o exercício subsequente deverão ser elaborados e iniciados no
planejamento
princípio do segundo semestre de cada exercício.

Quando se iniciam Os processos de aquisição para o suprimento de material de consumo


os processos de de estoque iniciam-se nos primeiros meses do exercício subsequente
aquisição ao planejamento.

Os supervisores dos
almoxarifados podem Podem sim, apesar de ser essa uma exceção. Eventualmente, os
solicitar aquisições supervisores dos almoxarifados poderão fazer solicitação de aquisições
suplementares, desde suplementares, em virtude de alteração de demanda de materiais e
que devidamente de outras situações.
justificadas?

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ESSA Módulo II

Informações essenciais Relatórios de consumo com as médias mensais


na instrução dos
dos últimos cinco anos. Saldo de estoques dos materiais.
processos de
suprimento de estoque

A compra volumosa de materiais sujeitos, num curto espaço de tempo, à


perda de suas características normais de uso, bem como daqueles
propensos à obsolescência (por exemplo: canetas esferográficas, materiais
de informática em geral etc.);
Deve-se evitar O parcelamento das aquisições para suprimento de estoque (deve-se
planejar apenas uma aquisição, por material, ao ano). Obviamente, pode-
se sugerir que a entrega do material pela empresa contratada seja
realizada de forma parcelada (em especial dos materiais que contêm
prazo de validade exíguo, tais como vacinas, por exemplo).

Fonte: Manual de Gestão de Materiais da Câmara dos Deputados (BRASIL, 2010)

6.2 Just in time e Kanban

Preliminarmente, pode-se dizer que o Just in Time é uma filosofia de gestão


de estoque que defende a minimização dos níveis estocados como forma de
redução de desperdícios.
A Toyota Motor Company, empresa japonesa do ramo automobilístico, foi
pioneira na defesa da extinção de estoques, ainda nos anos 50. Assim, o Sistema
Toyota de Produção passou a utilizar uma abordagem de trabalho denominada Just-
in-Time (JIT), significando fazer “o que é necessário, quando é necessário, e na
quantidade necessária”. Dentro do JIT encontramos a ferramenta de controle de
estoque chamada de Kanban que, para Shingo (1996), significa “abastecer a
unidade fabril, de acordo com os itens necessários, nas quantidades necessárias, no
momento necessário, com a qualidade necessária para suprir a linha de montagem
final, sem perdas e geração de estoques”.
Assim, ao passo que o Just in Time é uma abordagem metodológica de
trabalho, o Kanban é uma ferramenta de controle de estoque, inserida na
“filosofia” do Just in Time. O importante é lembrarmos que o Sistema Just-in-Time

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ESSA Módulo II

prima pelo estoque nulo, considerando-o um verdadeiro desperdício de


investimentos.
O Just-in-Time/Kanban trouxe uma quebra de paradigma com relação ao
chamado Sistema Tradicional de Abastecimento.
No Sistema Tradicional de Abastecimento, o que importa é a produção de
itens de material em cada etapa do processo produtivo, “empurrando-os” para a
próxima etapa (= sistema de produção empurrada). O foco, nesse caso, é a previsão
da demanda.
Já no Just in Time/Kanban, o foco é a demanda efetiva, sendo que esta “puxa
a produção” (= sistema de produção puxada). Dependendo da velocidade da
produção, os estoques são repostos com maior ou menor rapidez.
O mais importante, no que diz respeito ao tópico Just in Time/Kanban, é
termos em mente as seguintes características, assim sumarizadas por Fenili (2014):
 Redução de desperdícios;
 Estoque de produtos finais ou acabados nulo;
 Aquisição/entrega/produção de materiais apenas quando necessárias;
 Necessidade de maior agilidade no ressuprimento (tempo de
ressuprimento mínimo).

É possível o emprego Just in Time no setor público?

De acordo com a filosofia do Just in Time, nada deve ser produzido,


comprado ou armazenado antes do momento exato da derradeira necessidade. O
intuito é a redução de estoques, entendidos, nessa filosofia, como sinônimo de
desperdício (por imobilizar, desnecessariamente, capital e por suscitar os custos de
estoque).
Logicamente, a operacionalização do Just in Time, nos casos de aquisição do
material no mercado, requer um tempo de resposta do fornecedor bastante ágil.
Nem sempre isso é observado em órgãos públicos.
No setor público, a regra é que as compras sejam processadas mediante
licitação. As tarefas da fase interna da licitação (especificação dos materiais a serem
adquiridos, pesquisa de preços, definição da modalidade licitatória, confecção de
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ESSA Módulo II

minutas de edital/ contratos, análise jurídica e autorização da licitação) e da fase


externa (publicação, abertura, adjudicação, respostas a eventuais recursos), por
vezes, chegam a se alongar por cerca de seis meses (ou mais).
Traz-se à baila, contudo, uma sistemática de aquisição em órgãos públicos
denominada Sistema de Registro de Preços (SRP). De modo geral, no SRP, faz-
se uma licitação (pregão ou concorrência), visando-se à assinatura de uma ata, pelo
vencedor da licitação, na qual o fornecedor se compromete a:

 no decorrer da vigência da ata (não superior a 12 meses, já contadas as


eventuais prorrogações), fornecer o material pelo valor registrado;
 durante a vigência da ata, caso o órgão público emita uma ordem de
fornecimento, o prazo de entrega não poderá exceder ao registrado em
ata.

Assim, apenas no momento em que haja a efetiva necessidade do item de


material, o órgão público emite uma ordem de fornecimento à empresa. Esta detém
um prazo de entrega delimitado previamente (por exemplo, 5 dias), o que minimiza
enormemente o interstício compreendido entre a demanda e a entrega do produto.
Há de se ressaltar, contudo, que a aproximação com o Just in Time cessa
nesse ponto. A filosofia japonesa apregoa não só a agilidade no tempo de
ressuprimento, mas também a intimidade na relação entre a organização que
compra e o seu fornecedor, agora ocupando os papéis de cofabricantes. Tendo em
vista o princípio da impessoalidade, previsto no art. 37 da CF/88, torna-se inviável a
aplicação deste aspecto do Just in Time na administração pública.

7. COBRANÇA DE FORNECEDORES

Neste ponto temos que ter em mente que o principal objetivo do Almoxarifado,
com relação à aquisição de materiais, é o efetivo recebimento dos mesmos e, para
isso, deve existir um controle dos empenhos que são encaminhados aos

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ESSA Módulo II

fornecedores garantindo, assim, que sejam cumpridos os prazos estabelecidos nos


editais.
Infelizmente, esse controle, ainda, tem que ser feito de forma manual,
buscando a melhor maneira para a realidade de cada Unidade. Para uma efetiva
cobrança aos fornecedores, devemos ter sempre disponível as seguintes
informações:

Para contagem do prazo de entrega devemos nos atentar ao Art.110 da Lei


8666/93:

Lei nº 8.666/93

“Art.110 – Na contagem dos prazos, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento,


e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
Lembrando que só se iniciam e vencem os prazos em dia de expediente no órgão”

De posse dessas informações poderemos, enfim, cobrar nossos


fornecedores. Essa cobrança pode ocorrer de forma preventiva, anterior ao término
do prazo de entrega, contatando o fornecedor para informações sobre a entrega,
tendo em vista a proximidade do fim do prazo de entrega; ou quando finda o prazo
de entrega e, consequentemente, o fornecedor já se encontra em atraso, teremos
que oficialmente cobrar a entrega do material. A cobrança oficial deve ocorrer
através Notificação Oficial emitida por responsável da Área de Almoxarifado,
constando todos dos dados da empresa notificada, modalidade de licitação, o
empenho e a irregularidade ocorrida.

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ESSA Módulo II

De acordo com o ilustrado abaixo:

Como podemos ver, a notificação intima o fornecedor a se manifestar dando


mais um prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da confirmação do recebimento da
notificação. Dessa forma, podemos ter as seguintes situações após a notificação:

 Fornecedor regulariza a situação, sanando a irregularidade apresentada


na notificação, no mesmo prazo de 5 (cinco) dias úteis;

 O Fornecedor solicita uma prorrogação de prazo. A solicitação deverá ser


encaminhada ao solicitante, que, se ainda for conveniente à UG, poderá
aceitar o novo prazo para entrega e um novo acompanhamento do prazo
deverá ser feito;

 O Fornecedor não solicita prorrogação de prazo e nem regulariza a


irregularidade, caso em que já estará em atraso e devemos elaborar
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ESSA Módulo II

relatório expondo as informações sobre a situação e sugerir penalização


ao fornecedor de acordo com os termos dos nossos editais.

O relatório será elaborado pela área de almoxarifado e deverá resumir todo o


ocorrido e ser encaminhando à autoridade competente, sugerindo anulação do
empenho ou abertura de processo sugerindo penalidade. A Sugestão de aplicação
de penalidade deverá constar no parecer do relatório enviado à autoridade
competente, apontado as cláusulas de descumprimento e as sanções previstas. O
processo de penalização deve seguir o fluxo de penalidade.
As penalidades previstas em nossos editais estão de acordo com as leis
8.666/1993 e 10.520/2002, que listam as seguintes sanções:

SANÇÕES DESCRIÇÃO

A sanção de advertência consiste em uma comunicação formal ao fornecedor, após


a instauração do processo administrativo sancionador, advertindo-lhe sobre o
Advertência descumprimento de obrigação legal assumida, cláusula contratual ou falha na
execução do serviço ou fornecimento, determinando que seja sanada a
impropriedade.

A sanção de multa tem natureza pecuniária e sua aplicação se dará na gradação


prevista no instrumento convocatório ou no contrato quando houver atraso
injustificado no cumprimento da obrigação contratual. De acordo com nossos editais,
a multa será:

 0,5% (cinco décimos por cento) ao dia sobre o valor adjudicado em caso de atraso
na execução dos serviços, limitada a incidência a 15 (quinze) dias;
Multa
 20% (vinte por cento) sobre o valor adjudicado, em caso de atraso na execução do
objeto, por período superior ao previsto na alínea “a”, ou de inexecução parcial da
obrigação assumida;

 30% (trinta por cento) sobre o valor adjudicado, em caso de inexecução total da
obrigação assumida.

A sanção de suspensão temporária de participar em licitações suspende o direito dos


Suspensão fornecedores de participarem dos procedimentos licitatórios promovidos no âmbito do
Temporária órgão ou entidade responsável pela aplicação da sanção, por prazo não superior a 2
anos.

Impedimento Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública


de Licitar e enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
Contratar promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que
será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
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ESSA Módulo II

resultantes e depois de decorrido o prazo da sanção aplicada com base no item


anterior.

As sanções de Advertência, Suspensão Temporária e Impedimento de Licitar


e Contratar poderão ser aplicadas com a multa.

8. MATERIAL INSERVÍVEL

A gestão do material inservível no Comando do Exército está regulada pela


Portaria nº 232, de 6 ABR 10, que aprova as IG 10-67 (Instruções Gerais para a
Gestão de Material Inservível do Comando do Exército). Segundo essa norma, o
material disponível na Unidade, quando não atender mais a sua finalidade, deverá
ser recolhido ao almoxarifado para conserto, descarregamento ou alienação.
Os materiais recolhidos, por ordem do Ordenador de Despesas, devem ser
recebidos pelo Encarregado do Setor de Material, que será o responsável por
mandar realizar os consertos ou reparações no material.

Regulamento de Administração do Exército – RAE

Art. 86. Os materiais recolhidos ao almoxarifado ou aos depósitos da OM serão recebidos


pelo encarregado do setor de material ou de depósito, devendo a quitação ser realizada no
documento de recolhimento e o ato registrado no sistema corporativo de controle patrimonial utilizado
no Comando do Exército.

Parágrafo único. No documento de recolhimento constarão:


I - quantidade e espécie dos bens;
II - data do recebimento;
III - tempo mínimo de duração;
IV - motivo do recolhimento;
V - prazo de validade do material, se houver; e
VI - outros esclarecimentos julgados necessários.

Art. 87. O material recolhido pelas OM aos OP será recebido nestes por comissão
nomeada, que lavrará termo de abertura, exame, avaliação e classificação.

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ESSA Módulo II

Segue um fluxograma relativo à manutenção de material:

Legenda:
1 – Detentor recolhe ao Almoxarifado por meio de Guia de Recolhimento (GR);
2 – Encarregado do Setor de Material remete uma via da GR para a Fisc Adm, que publica
em Boletim Administrativo (BA);
3 – Descarga do material de acordo com o Capítulo VII - Da Descarga, do RAE;
4 – A UG envia o material para a uma OM de Manutenção por meio de uma Guia de
Remessa (GRem) ou para uma empresa civil por meio de documento similar a GR, sendo
uma via deste documento entregue na Fisc Adm que publicará em BA;
5 – O material reparado será recebido pelo o Almx, que informará ao Fisc Adm por meio
do envio da GRem (OM Mnt) ou nota fiscal (empresa civil);
6 – A Fisc Adm publica o recebimento do material e determina a distribuição para o uso.

8.1 Descarga de Material

Conforme visto anteriormente, caso a manutenção do material seja inviável,


este será descarregado. No entanto, este não é o único motivo para descarga de
material. Os artigos de 76 a 85 do RAE detalham todos os procedimentos de
descarga previstos conforme veremos abaixo:
- inservibilidade para o fim a que se destina, não sendo suscetível de
reparação, recuperação ou transformação;
- perda ou extravio;
- furto, roubo, peculato, apropriação indébita ou demais delitos contra o
patrimônio; e
- outros motivos justificados.

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ESSA Módulo II

Regulamento de Administração do Exército – RAE


Regulamento
Regulamento de de Administração
Administração do do Exército
Exército –– RAE
Art. 81. A CEAM terá composição e prazos conforme o previsto nos art. 58 e 140 deste
Regulamento.
Art.
1. não 76.tiver
A descarga
atingido do o tempo
materialmínimo
é ordenada
de duração;
pelo OD, em face dos termos das comissões,
pareceres 2.§ for1º
doQuanto valorao
de fiscal exame,
líquido
administrativo,a CEAM
contábil verificará
superior
relatórios o
deestado
ao previsto no do material
sindicâncias,
item “2.” da e,
termosprincipalmente,
alínea “a” seI ele
circunstanciados
do inciso do
é administrativos,
suscetível ou
caput deste artigo; não de reparação,
inquéritos
ou recuperação
ou tomadas de contas. ou transformação.
3.§for 2º controlado;
Quanto à averiguação, a CEAM verificará:
§ I1º- Os a causa
motivos dogerais
dano paraou inutilização,
descarga deamaterialfim de são:imputar o prejuízo aos detentores, aos
usuários, Iou à União, de
c)- inservibilidade
abertura conformepara oo caso;
sindicância, e se
fimsempre
a que quedestina,
houvernão indício
sendo desuscetível
imperícia, de imprudência
reparação,ou
II - se houveououtransformação;
recuperação
negligência; não motivo de força maior de que trata o art. 135 deste Regulamento.
IId)§- abertura
3º O termo
perda oude de
extravio;
termoexame e averiguação
circunstanciado de material (TEAM)
administrativo, será enviado
em substituição para a seção de
à sindicância,
conformidade
III
desde dos
– furto, registros
queroubo,
reunidos de
peculato, gestão
os seguintes e requisitos:
apropriaçãoórgãos competentes,
indébita ou demaisde acordo
delitos contra com o previstoe em
o patrimônio;
legislaçãoIV específica.
1. -prejuízo
outros motivos
de baixojustificados.
custo;
§2.§2ºresponsável
4ºA Se o material
descarga dostiver
pelo dano
bens sido adquiridoidentificado;
previamente
classificados pela
como própria OM, o TEAM
controlados, será disposto
conforme lavrado em no uma só
art. 53
via, destinada
deste à seçãode
Regulamento,
3. ausência de conformidade
ficará
indíciossujeita à dos
de conduta registros
autorização
dolosa ou dede
dos gestão,
má-fé,salvo
escalões ainda se tratar
superiores,
que de
de forma bens
segundo controlados,
subjetiva;
legislação
e
caso em que
específica. será aplicado
4. inexistência deo ato
disposto no § 3º
normativo deste artigo.
específico que determine a instauração obrigatória de
sindicância;
§ 3º A homologação da descarga de material controlado será procedida pelo órgão gestor
responsável,Art. mediante
82. Na publicação
solicitação de descarga
da RM, de material
Grupamento em boletim(Gpt
de Engenharia administrativo da OM
E) ou Grupamento
constará,
Logísticoconforme
e)(Gpt Log)o de
instauração caso:vinculação
de InquéritodaPolicialOM detentora,
Militar (IPM),
de acordo
sempre comquelegislação
houver indício
específica.
de crime;
III--noso número
casos de e aperda
data do oudocumento
extravio: de solicitação da descarga pelo detentor direto;
II - a)
Art. o número
77. descarga, e aquando
A descarga datadodo TEAM;
material,
se tratarpelos
de material
motivos que a que preencha,
se referesimultaneamente,
o § 1º do art. 76asdeste três
Regulamento,III - aserá
condições quantidade,
referidas
solicitada
nosa pelo
especificação
itensdetentor
da alínea e o“a”
valor
direto ao do
dofiscal material
inciso I doacaput
descarregar;
administrativo. deste artigo e tenha sido
IV - aem
indicado,
Parágrafo decisão
único.doQuando
documento termo circunstanciado
circunstanciado,
se tratar de SU administrativo,
o responsável
incorporada, oadocumento
pelo solução da será
ressarcimento sindicância
do
visado ou
prejuízo do
pelo ou
seua
respectivo inquérito;
existênciacomandante.
de causa que justifique sua imputação à União; e
V -b) o destino
aberturada dematéria-prima;
sindicância, quando não estiver caracterizada a responsabilidade pelo
VI
ressarcimento- a imputação
Art. 78. O fiscal do prejuízo;do prejuízo; eencaminhará a solicitação da descarga ao OD, com o seu
administrativo
parecer. VII - a data da inclusão do material em carga.
III - nos casos de furto, roubo, peculato, apropriação indébita ou demais delitos contra o
patrimônio, Art.será
Art. 83. instaurado
79. OsOD
O materiais
examinará
IPM. serão os examinados
documentos nos a lugares
que se emreferem
que estiverem
os art.depositados,
77 e 78 deste e os
que, porventura,
Regulamento
§ 1º e,Nos estiverem
conforme danificados
casos odecaso, material serão
determinará acompanhados,
excedente as seguintes
ou obsoleto, tanto quanto
providências: possível, de suas
poderá ser realizada a descarga, partes
componentes.
para finsI -de nos alienação,
casos deapós inservibilidade:
autorização ou determinação do escalão superior.
§§2º1º Os Osmateriais
bens móveis serão descarregados
inservíveis, os se forem
ociosos considerados em mau estado
e os recuperáveis e nãoser
poderão se
prestarem a
reaproveitados, reparos
a) descarga, ou
mediante transformação,
quando transferência ressalvado
o material preencher, o disposto
interna ou externa. no § 2º do art. 76 deste
simultaneamente, as três condições abaixo: Regulamento.
§§3º2º Os No materiais
despacho que do OD forem
que considerados em mau constará
determinar a descarga estado, porémo destinosuscetíveis
da matéria- de
conserto ou
1. transformação,
prima, quando for
for odecaso,
tempo continuarão
e a deimputação emdo
duração carga, comaas
indeterminado
prejuízo observações
terceiros
ou tiver pertinentes.
ou àatingido
União. o tempo mínimo de
§ 3º Os materiais que tiverem sido transformados em objetos de aplicação diversa à
duração previsto;
original serão
2.
Art. 80. descarregados
forA dedescarga
valor líquido
decombens acontábil
antiga igual
fornecidos nomenclatura
pelos
ou inferior
OP será e aincluídos
registrada
10% (dez em carga
nopor
SIAFI ecom
cento) nodoa limite
nova
sistema
designação.
estipulado
corporativopara de controle
aquisições patrimonial
de materiais,em uso porno meio
Comando
de dispensa
do Exército,
de licitação,
de acordo
previsto
comna a legislação
que regula§ a4ºrealização
específica. As transformações
de licitações emebens oriundos
contratos dos OP somente
na administração serão
pública; e realizadas com prévia
autorização3. do respectivo órgão
não for controlado; gestor responsável.
b)
Parágrafo
nomeação único.
de comissão
Quando a dedescarga
exame e resultar
averiguação de termo
do material
circunstanciado
(CEAM), quando administrativo,
ocorrer
com
sindicância Art.ou84.
o material Os materiais
qualquer
inquérito, uma
cópias oriundos
das dos OP:
autenticadas
condições abaixo:
das folhas do boletim interno onde conste a solução
do processo I - serão
julgados em mau
remetidas aos estado, com declaração de serem suscetíveis de reparo ou
órgãos competentes.
transformação, serão tratados de acordo com a legislação específica; e
II - descarregados na forma deste Regulamento, serão substituídos, mediante pedido
eventual da OM ao OP.
Parágrafo único. O pedido eventual a que se refere o inciso II do caput deste artigo não
será emitido para bens cujo fornecimento é automático, conforme legislação de cada órgão gestor
responsável, salvo nos casos excepcionais de substituição resultantes de necessidade imprevista.

Art. 85. O material de consumo será deduzido no sistema corporativo de controle


patrimonial utilizado no Comando do Exército, à medida que for distribuído, na forma do art. 72
deste Regulamento.

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ESSA Módulo II

Os materiais controlados seguem um processo mais complexo para


realização de sua descarga, sendo necessária a homologação por escalão superior.
Nos termos do art 76 da NARSUP, a autoridade que homologar a descarga
determinará o destino do material, obedecendo às disposições das IG 10-67.
Regulamento de Administração do Exército – RAE

Art. 85 (...)
§ 2º A descarga dos artigos classificados como controlados (art. 61) ficará
sujeita à autorização dos escalões superiores, segundo normas baixadas pelos Órgãos
Gestores respectivos. A homologação da descarga será procedida pela RM de
vinculação, de acordo com as instruções dos Órgãos Gestores a que estiver vinculado o
material.

Segue abaixo um fluxograma da descarga de material:

Legenda:

1 – O Encarregado de Material encaminha uma via da GR para a Fisc Adm, que publica em
Boletim Administrativo e classifica na conta de bens móveis a reparar.
2 – O material controlado deve ser registrado na conta bens móveis inservíveis enquanto
aguarda homologação da descarga pela RM ou Órgão Gestor do material.
3 – Descarregado material de acordo com o Capítulo VII - Da Descarga, do RAE.

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ESSA Módulo II

8.2 Destinação do Material

O material descarregado, a critério do Ordenador de Despesas, poderá ser


alienado, nos termos da legislação vigente, cedido, inutilizado ou abandonado.
Os materiais que forem considerados inservíveis, a matéria-prima que não
tenha previsão de ser utilizada, bem como os resíduos das oficinas podem ser
alienados pela unidade, mediante licitação e na forma das instruções vigentes. Os
valores obtidos com essa alienação deverão ser recolhidos ao Fundo do Exército
mediante GRU (Guia de Recolhimento da União).

Regulamento de Administração do Exército – RAE

Art. 88. As OM poderão alienar, mediante licitação ou de acordo com legislação específica, a
matéria-prima que não tenha previsão de ser utilizada, bem como os resíduos de oficina.
§ 1ºOs materiais adquiridos por qualquer OM e que forem considerados inservíveis, não
comportando reparo nem transformação, poderão ser alienados na forma deste artigo.
§ 2ºOs resíduos de oficinas serão alienados, em princípio, por peso ou volume, levando-se
em conta a sua natureza.
§ 3º Nos casos específicos previstos em Lei, as alienações poderão ser realizadas mediante
dispensa de licitação.

Art. 89. As importâncias resultantes das alienações previstas no art. 88 deste Regulamento
tomarão os destinos previstos em legislação específica.

Art. 90. Os preços de referência a serem atribuídos aos bens patrimoniais destinados à
alienação serão estabelecidos por intermédio de laudos técnicos ou de acordo com a legislação
específica.

Nos termos do art. 9º da IG 10-67, nas alienações por venda ou permuta,


poderão ser observadas as prescrições contidas nos arts. 7º a 14 do Decreto nº
99.658/90, bem como o prescrito na legislação pertinente a licitações e contratos em
vigor, desde que respeitadas as particularidades do Exército. Vide o referido Decreto
na Biblioteca do curso.
Na Lei nº 8.666/93, a seção III (art 17 a 19) trata dos procedimentos para a
alienação de bens da administração pública, especificando os casos em que a
licitação é dispensada.

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ESSA Módulo II

Lei nº 8.666/93

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência


de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da


administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração
pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art.
24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de
governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,
locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de
interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de
7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública
em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,
locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até
250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de
regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas
rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos
fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os
requisitos legais;

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta


nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após


avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra
forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração
Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação
específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da
Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

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ESSA Módulo II

Lei nº 8.666/93

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada


esta nos seguintes casos:

(...)
o
§ 6 Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em
quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a
Administração poderá permitir o leilão.
(...)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação
limitar-se- á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por
cento) da avaliação.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja


derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por
ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;


II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III I - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

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ESSA Módulo II

ENCERRAMENTO

Encerramos o módulo 2 e até aqui estudamos, resumidamente, assuntos


relacionados à eficiência da gestão do almoxarifado, buscando sempre medidas de
minimizar os custos de armazenamento, bem como aprimorar os controles de
distribuição do material. É importante entender as principais etapas relacionadas a
gestão de material, ou seja, o recebimento, armazenagem e distribuição. Caso
você possua alguma dúvida relacionada ao conteúdo, retome os estudos ou entre
em contato com o seu tutor.

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ESSA Módulo II

Referências

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

BRASIL. Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização


da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1967. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm

BRASIL. Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm

BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui o Pregão. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm

BRASIL. Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019. Regulamenta o Pregão


Eletrônico. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2019. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10024.htm

BRASIL. Instrução Normativa nº 005, de 26 de maio de 2017. Dispõe sobre as regras e


diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta
no âmbito da Administração Pública Federal Direta, Autárquica e Fundacional. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20239255/do1-2017-05-26-instrucao-
normativa-n-5-de-26-de-maio-de-2017-20237783

BRASIL. Instrução Normativa nº 073, de 5 de agosto de 2020. Dispõe sobre o


procedimento administrativo para a realização de pesquisa de preços para a aquisição de
bens e contratação de serviços em geral. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2020.
Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-73-de-5-de-
agosto-de-2020-270711836

BRITO JUNIOR, I. Gestão estratégica de armazenagem. Curitiba: IESDE, 2010.

ENAP, Didáticos. Gestão de Materiais. Renato Ribeiro Fenili/revisores Vandeir Luiz da


Silva e Manuela Deolinda dos Santos da Silva Pires. – 1.ed – Brasília: ENAP, 2015.

HAY, E. J. Just in time: um exame dos novos conceitos de produção. São Paulo:
Maltese, 1992.

FENILI, R. R. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Abordagem


Completa. 3ª edição. São Paulo: Ed. Método, 2014

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