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Devolutiva do Problema 7

1. DEFINIR endemia, epidemia, pandemia, surto, incidência, prevalência, enteroparasitas.


FONTE: NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo, SP: Atheneu,
2005.
➔ Prevalência: Termo geral utilizado para caracterizar o número total de casos de uma doença
ou qualquer outra ocorrência numa população e tempo definidos (casos antigos somados
aos casos novos).

➔ Incidência: É a frequência com que uma doença ou fato ocorre num período de tempo
definido e com relação à população (casos novos, apenas).

➔ Endemia: É a prevalência usual de determinada doença com relação a área. Normalmente,


considera-se como endêmica a doença cuja incidência permanece constante por vários
anos, dando uma ideia de equilíbrio entre a doença e a população, ou seja, é o número
esperado de casos de um evento em determinada época.
➔ Epidemia ou Surto Epidêmico: É a ocorrência, numa coletividade ou região, de casos que
ultrapassam nitidamente a incidência normalmente esperada de uma doença e derivada de
uma fonte comum de infecção ou propagação. Quando do aparecimento de um único caso
em área indene de uma doença transmissível.
➔ Pandemia: São as epidemias que ocorrem ao mesmo tempo em vários países.
➔ Surto: Caracterizado pelo rápido alastramento de uma doença contagiosa em região
específica. Tem alto poder de expansão em pouco tempo, mas ainda restrita a uma região
➔ Enteroparasitas: são parasitoses intestinais, em que os parasitas se alojam em algum dos
seguimentos do intestino. Exemplos: Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos, Giárdia, entre
outros
➔ Ciclo monoxênico:
2. LISTAR as principais endemias e epidemias causadas por helmintos:
A) No Brasil;
FONTE: FIOCRUZ
➔ No Brasil, a incidência da ascaridíase, ancilostomíase e tricuríase tem maior incidência na
região Norte e Nordeste como demonstra os gráficos. (Figura 2.1b, 2.2b, 2.3b)
B) No Paraná;

FONTE: FIOCRUZ

➔ No entanto, mesmo sabendo a alta incidência no Norte e Nordeste (Tabela 2.1 e Figura
2.4b), ao analisar 21 municípios paranaenses, constatou-se Ascaris lumbricoides em 16
deles (76%) e T. trichiura em 15 (71%). (Tabela 2.1)
C) Na região de Maringá.
FONTE: SILVA, Luiz Jacintho da. O controle das endemias no Brasil e sua história.
Cienc. Cult., São Paulo , v. 55, n. 1, p. 44-47, Jan. 2003 . Available from . access on 24
Apr. 2020

FONTE: FARIA, S. T, et al. Levantamento Das Parasitoses Intestinais Nos Municípios


De Maringá E Sarandi-PR. CESUMAR – Centro Universitário de Maringá. 2007.
Disponível em:
http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2007/anais/stella_lopes_de_faria.pdf.
Acesso em: 24 abr. 2020
➔ Em Maringá, de acordo com Silva (2003), entre os agricultores da “Feira do Produtor”
analisado, as doenças parasitárias seguem tal prevalência: ancilostomídeos (37,8%),
Trichuris trichiura (4,4%), Strongyloides stercoralis (4,4%), Schistosoma mansoni (4,4%), e
Ascaris lumbricoides (2,2%)
➔ Já em outro estudo feito comparando Maringá e Sarandi o Enterobius vermicularis se
destaca em ambas as cidades
3. DESCREVER e DEMONSTRAR os ciclos (transmissão, estrutura, ciclo no hospedeiro
intermediário e ciclo no hospedeiro definitivo, e a epidemiologia).
FONTE: NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo, SP: Atheneu,
2005.
A) Ancilostomídeos;
➔ Ancilostomose, amarelão, doença do Jeca Tatu
➔ Os ancilostomídeos não necessitando de hospedeiros intermediários. Os ovos dos
ancilostomídeos depositados pelas fêmeas (após a cópula), no intestino delgado do
hospedeiro, são eliminados para o meio exterior através das fezes
➔ Os ovos dependem de condições ambientais para formar a larva de primeiro estágio
(rabditóide) e eclodir, esse processo ocorrerá até tornar-se larva de terceiro estágio (filarióide
ou infectante), a infecção só ocorrerá se a larva filarióide penetrar ativamente (pele,
conjuntiva e mucosas) ou passivamente (via oral)
➔ A forma mais comum (penetração ativa) dura cerca de 30 minutos, as larvas caem na
circulação e vão pro coração, indo pelas artérias pulmonares, para os pulmões. Passa pelos
alvéolos, bronquíolos, brônquios, traquéia, faringe e laringe quando, então, são ingeridas,
alcançando o intestino delgado, seu hábitat final, após oito dias da infecção, a larva começa
a exercer o parasitismo hematófago, fixando a cápsula bucal na mucosa do duodeno
➔ Inicia-se a cópula, postura dos ovos, até a eliminação dos ovos dos ancilostomídeos pelas
fezes que varia entre 35 e 60 dias após o início da infecção para A. duodenale e de 42 a 60
dias para N. americanus .
➔ As larvas rabditóides eliminadas nas fezes do indivíduo parasitado podem seguir dois ciclos:
o direto (partenogenético) ou o indireto (sexuado/ de vida livre), sendo ambos monoxênicos.
As fases do ciclo indireto que se passa no solo exige condições semelhantes as do
ancilostomídeos, os ovos “originados do acasalamento das formas adultas de vida livre
serão triplóides, e as larvas rabditóides evoluem para larvas filarióides (3n) infectantes.”
➔ Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa das larvas na pele ou mucosa
oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro, atingem a circulação, em seguida, coração e
pulmões, passa por uma transformação e seguem em direção a faringe para serem
deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde se transformam em fêmeas
partenogenéticas. “Os ovos são depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a
luz intestinal. O período desde a penetração da larva na pele até que ela se tome adulta e
comece a eliminar ovos larvados, e eclosão desses no intestino, é de aproximadamente 15
a 25 dias.”, processo que garante elevados níveis de auto infecção
➔ A infecção por A. duodenale se estabelece, em proporções semelhantes, quando as L,
penetram tanto por via oral como transcutânea, apesar de alguns autores admitirem que a
via oral é mais efetiva. Já o N. americanus assegura maior infectividade, quando as larvas
penetram por via transcutânea. A possibilidade de L, ingeridas penetrarem na mucosa da
boca, ou no epitélio da faringe e caem na corrente sanguínea completando o ciclo, via
pulmonar, devidamente comprovada em N. americanus. A infecção por A. ceylanicum em
indivíduos humanos (e inclusive em animais) é bem mais efetiva quando as larvas penetram
por via oral. Vale a pena ressaltar que a auto-infecção endógena não ocorre por
Ancylostomidae e que as infecções pré-natal (intra-uterina) e transmamária (através da
ingestão de colostro ou leite) - verificadas em canídeos domésticos, por A. caninum, não
ocorrem em humanos
➔ EPIDEMIOLOGIA
o Distribuição mundial
o Ocorre, preferencialmente, em crianças com mais de 6 anos, adolescentes e em
indivíduos mais velhos, independentemente da idade. No Brasil, predomina nas áreas
rurais, estando muito associada a áreas sem saneamento e cujas populações têm o
hábito de andar descalças.
B) Trichuris trichiura;
➔ Tricuríase
➔ O ciclo do Trichuris trichiura é muito parecido com o ciclo do Ascaris lumbricoides. É do tipo
monóxeno e inicia-se com a ingestão dos ovos por alimento contaminado, ao entrar no trato
gastrointestinal eclodem no duodeno e migram pro ceco. Fêmeas e machos habitam o
intestino grosso (ceco) se reproduzem sexuadamente e eliminam 3 a 20 mil ovos por dia no
meio externo. O embrião contido no ovo recém-eliminado se desenvolve no ambiente para
se tomar infectante, tal processo ocorre mais rápido em altas temperaturas. Em 25"C, o
processo de embriogênese ocorre em 21 dias, enquanto a 34°C em 13 dias. Da mesma
maneira que Ascaris lumbricoides, os ovos de T. trichiura são muito sensíveis a dessecação,
não sobrevivendo por mais de 15 dias quando a umidade relativa é menor que 77%
➔ Caso os ovos sejam ingerido novamente pelo mesmo hospedeiro ou por um novo, o ciclo
reinicia-se
➔ Os ovos de Trichiura eliminados com as fezes do hospedeiro infectado, contaminam o
ambiente em locais sem saneamento básico. Como os ovos são extremamente resistentes
as condições ambientais, podem ser disseminados pelo vento ou pela água e contaminar os
alimentos sólidos ou líquidos, sendo, então, ingeridos pelo hospedeiro. Ovos de Trichiura
também podem ser disseminados por mosca doméstica, que transportam os ovos na
superfície externa do corpo, do local onde as fezes foram depositadas, até o alimento
➔ Epidemiologia
o Estimativas globais indicam que 600 a 800 milhões de pessoas se encontram
infectadas
o Uma grande parte dos infectados apresentam idade inferior a 15 anos e, geralmente,
estão expostas a infecções com alta carga parasitária, apresentando os quadros mais
graves desta helmintose
o A população com maior risco de adquirir a infecção por este nematódeo no Brasil vive
na periferia de centros urbanos e não em áreas rurais
C) Strongyloides stercoralis;
➔ Estrongiloidíase
➔ Esse verme possui 6 formas evolutivas
o Fêmea partenogenética parasita
▪ Corpo cilíndrico, com aspectos filiforme longo, extremidade anterior
arredondada e posterior afilada;
▪ Mede cerca de 2,0mm de comprimento;
▪ Libera cerca de 30 a 40 ovos por dia
o Fêmea de vida livre ou estercoral
▪ Aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior afilada;
▪ Mede cerca de 1mm de comprimento
o Macho de vida livre
▪ Possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior
recurvada ventralmente;
▪ Mede 0,7mm de comprimento
o Ovos
▪ São elípticos, de parede fina e transparente
▪ Da fêmea parasita medem 0,05mm de comprimento e da fêmea de vida livre
mede 0,07mm de comprimento;
▪ Podem ser observados nas fezes dos indivíduos contaminados
o Larvas rabditóides
o Larvas filaróides
➔ O parasito apresenta dois ciclos possíveis
o Ciclo direto
▪ As larvas rabditóides eliminadas com as fezes transformam-se, no meio
exterior, em larvas filarióides capazes de infectar diretamente as pessoas
o Ciclo indireto
▪ Larvas rabditóides formam, no solo, machos e fêmeas que produzem ovos;
estes eclodem produzindo larvas L1 que passam a L2, infectantes para
aqueles que andam descalços ou põem alguma região cutânea em contato
com o solo. Somente as larvas filarióides são infectantes e penetram
habitualmente pela pele dos pés. Também podem infectar por via oral (sem
fazer o ciclo pulmonar). As larvas migram pela circulação sanguínea até os
pulmões, penetram nos capilares pulmonares, acendem pela árvore brônquica
até a faringe, são deglutidas e alcançam o intestino delgado, onde se
transformam em adultos. No intestino delgado, as fêmeas adultas produzem
ovos
➔ EPIDEMIOLOGIA
o Nos países desenvolvidos, a infecção prevalece em agricultores, hortigranjeiros,
trabalhadores rurais, imigrantes e viajantes que visitaram áreas endêmicas
o Os fatores que influenciam o aparecimento, a manutenção e a propagação da
estrongiloidíase são: fezes de homens ou animais infectados contaminando o solo;
larvas infectantes originárias dos ciclos direto e de vida livre no solo; solo arenoso ou
areno argiloso, úmido, com ausência de luz solar direta; temperatura entre 25° e 30°C;
condições sanitárias inadequadas; hábitos higiênicos inadequados; contato com
alimento contaminado por água de irrigação poluída com fezes; não utilização de
calçados
D) Ascaris lumbricoides.
➔ É do tipo monoxênico, isto é, possuem um único hospedeiro
➔ Após a cópula, os machos são eliminados com as fezes e morrem. As fêmeas parecem um
"saco de ovos", principalmente à noite, elas se desprendem do ceco e dirigem-se ao ânus
eliminando os ovos. Cada fêmea fecundada é capaz de liberar 200.000 ovos não-
embrionados por dia. Em poucas horas esses ovos se tornam infectantes e são ingeridos
pelo hospedeiro.
➔ A primeira larva (L,) forma dentro do ovo e é do tipo rabditóide, isto é, possui o esôfago com
duas dilatações, uma em cada extremidade e uma constrição no meio. Após uma semana,
ainda dentro do ovo, essa larva sofre muda transformando-se em L2, e, em seguida, nova
muda transformando-se em L3, infectante com esôfago tipicamente filarióide (esôfago
retilíneo). Estas formas permanecem infectantes no solo por vários meses podendo ser
ingeridas pelo hospedeiro. Após a ingestão, os ovos contendo a L3, atravessam todo o trato
digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado. A eclosão ocorre graças a fatores ou
estímulos fornecidos pelo próprio hospedeiro, como a presença de agentes redutores, o pH,
a temperatura, os sais e, o mais importante, a concentração CO2, cuja ausência inviabiliza
a eclosão. As larvas, uma vez liberadas, atravessam a parede intestinal na altura do ceco,
caem nos vasos linfáticos e nas veias e invadem o fígado entre 18 e 24 horas após a
infecção. Em dois a três dias chegam ao coração direito, através da veia cava inferior ou
superior e quatro a cinco dias após são encontradas nos pulmões (ciclo de LOSS). Cerca de
oito dias da infecção, as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e caem nos
alvéolos, onde mudam para L5. Sobem pela árvore brônquica e traquéia, chegando até a
faringe. Podem então ser expelidas com a expectoração ou serem deglutidas, atravessando
incólumes o estômago e fixando-se no intestino delgado. Transformam-se em adultos jovens
20 a 30 dias após a infecção. Em 60 dias alcançam a maturidade sexual, fazem a cópula,
ovipostura e já são encontrados ovos nas fezes do hospedeiro. Os vermes adultos têm uma
longevidade de um a dois anos

➔ Ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo a L3. A
literatura registra grande número de artigos que avaliam a contaminação das águas de
córregos que são utilizadas para irrigação de hortas levando a contaminação de verduras
com ovos viáveis. Poeira, aves e insetos (moscas e baratas) são capazes de veicular
mecanicamente ovos de A. lumbricoides. Pesquisas revelaram que além destes
mecanismos a transmissão pode ocorrer pela contaminação do depósito subungueal com
ovos viáveis, principalmente em crianças, verificando-se níveis de contaminação que
variavam de 20 a 52%. Os ovos de A. lumbricoides têm uma grande capacidade de
aderência a superfícies, o que representa um fator importante na transmissão da parasitose.
Uma vez presente no ambiente ou em alimentos, estes ovos não são removidos com
facilidade por lavagens. Por isto, o uso de substâncias que tenham capacidade de inviabilizar
o desenvolvimento dos ovos em ambientes e alimentos é de grande importância para o
controle da transmissão
4. RELACIONAR a forma evolutiva dos seguintes parasitas com a patogenia deles:
FONTE: NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo, SP: Atheneu,
2005.
A) Ancilostomídeos;
➔ Larvas (L3): aparecimento imediato de erupções papulovesiculares pruriginosas
eritematosas. Os sinais e sintomas sequenciais são decorrentes da migração larval inicial,
geralmente observados pela tosse, inflamação na garganta e febre, ou pela presença do
parasito no pulmão, que pode desencadear febre transiente em 2 a 4 semanas após a
infecção. Durante a migração no trato respiratório, sinais e sintomas incluindo coriza,
faringite, laringite, sensação de obstrução da garganta e dor ao falar e deglutir foram
descritas na ancilostomose
➔ Verme adulto: diminuição do apetite, indigestão, cólicas, náuseas, vômitos, flatulência e
diarreia e, em casos mais graves, ulceração intestinal e colecistite. As principais
manifestações clínicas da ancilostomose são consequentes da perda crônica de sangue
intestinal, acarretando em anemia por deficiência de ferro e hipoalbuminemia
B) Trichuris trichiura;
➔ A maioria dos pacientes é assintomático, mas dependendo da quantidade parasitária
presente no organismo pode gerar desde diarreia, insônia, emagrecimento, até prolapso
retal e sangramento nas fezes
➔ Vermes adultos: a movimentação e a alimentação destes causam lesões ao epitélio e à
lâmina própria intestinal do hospedeiro, podendo ser observado um aumento na produção:
de muco pela mucosa intestinal, áreas de descamação da camada epitelial e infiltração de
células mononucleares na lâmina própria. O processo inflamatório pode ser particularmente
intenso quando os vermes atingem o reto, sendo observado edema e intenso sangramento
da mucosa local. Esta reação edematosa produz um inchaço da mucosa retal, que
provavelmente é responsável por iniciar o reflexo de defecação, mesmo na ausência de
fezes no reto
C) Strongyloides stercoralis;
➔ Cutânea: Em geral é discreta, ocorrendo nos pontos de penetração das larvas infectantes,
tanto na pele como nas mucosas, com reação celular apenas em tomo das larvas mortas
que não conseguiram alcançar o sistema circulatório. Nos casos de reinfecção, há reação
de hipersensibilidade com formação de edema, eritema, prurido, pápulas hemorrágicas e
urticárias
➔ Pulmonar: Apresenta intensidade variável, porém presente em todos os indivíduos
infectados, caracterizada por tosse, com ou sem expectoração, febre, dispneia e crises
asmatiformes decorrentes das larvas filarióides e, ocasionalmente, de fêmeas, que aí podem
alcançar a maturidade, produzindo ovos e larvas rabditóides. A travessia das larvas do
interior dos capilares para os alvéolos provoca hemorragia, infiltrado inflamatório constituído
de linfócitos e eosinófilos, que podem ser limitados, ou em casos mais graves, provocar
broncopneumonia, síndrome de Loeffler, edema pulmonar e insuficiência respiratória
➔ Intestinal: As fêmeas, com a finalidade de se fixar ou se alimentar, localizam-se
principalmente na mucosa do duodeno e jejuno, limitando-se à zona glandular, raramente
ultrapassando a muscularis mucosae, onde são aprisionadas pelas células epitelióides e
depois removidas pelos leucócitos polimorfonucleares. Fêmeas partenogenéticas, ovos e
larvas no intestino delgado ou ocasionalmente no intestino grosso podem determinar, em
ordem crescente de gravidade
o Enterite catarral: os parasitos são visualizados nas criptas glandulares e ocorre uma
reação inflamatória leve, caracterizada pelo acúmulo de células que secretam mucina
e, portanto, acompanhada por aumento de secreção mucóide, com caráter reversível
o Enterite edematosa: os parasitos são visualizados em todas as túnicas da parede
intestinal e ocorre reação inflamatória com edema de submucosa e desaparecimento
do relevo mucoso, caracterizado por síndrome de má absorção intestinal; considerado
de certa gravidade, porém de caráter reversível
o Enterite ulcerosa: os parasitos em grande quantidade provocam inflamação com
eosinofilia intensa; ulcerações, com invasão bacteriana, que durante a evolução serão
substituídas por tecido fibrótico determinando rigidez da mucosa intestinal. Essa lesão
é irreversível e considerada grave uma vez que a fibrose pode provocar alterações
no peristaltismo, ocasionando íleo paralítico. Os sintomas mais comuns vão desde
dor epigástrica antes das refeições, que melhora com a alimentação e piora com o
excesso; diarreia em surtos; náusea e vômito, até síndrome disentérica com
esteatorreia, seguida de desidratação, que pode levar a choque hipovolêmico, se
associada a vômito, emagrecimento e acentuado comprometimento do estado geral
do doente, muitas vezes fata
D) Ascaris lumbricoides.
➔ Na maioria dos casos, o parasitismo passa despercebido pelo paciente. Este só nota que
alberga o verme quando sente ligeiro prurido anal (a noite, principalmente) ou quando vê o
verme (chamado popularmente de "lagartinha") nas fezes
5. CONSTRUIR a tríade epidemiológica das helmintíases (Ancilostomídeos, Trichuris trichiura,
Strongyloides stercoralis e Ascaris lumbricoides) e APONTAR elementos que as influenciam
(políticas públicas, marcadores socioculturais, econômicos, fatores de risco e determinantes
sociais de saúde).
FONTE: NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 11. ed. São Paulo, SP: Atheneu,
2005.
➔ Ascaridíase, causada pelo Ascaris lumbricoides, é a verminose intestinal humana mais
disseminada no mundo, para Neves (2005) “ocorre com frequência variada em virtude das
condições climáticas, ambientais e, principalmente, do grau de desenvolvimento
socioeconômico da população”. Já a tricuríase, causada pelo Trichuris trichiura (Figura 1.2),
também está amplamente distribuída, no entanto, é mais prevalente em regiões de clima
quente e úmido associado às condições sanitárias precárias o que favorece a contaminação
ambiental e a sobrevivência dos ovos do parasito.
➔ Tanto a ascaridíase (Figura 1.1) quanto a tricuríase (Figura 1.2) tem como forma de
contaminação a ingestão de ovos pelo hospedeiro, tais ovos podem estar presente no solo,
água e alimentos contaminados por fezes humanas. Nesse contexto, tais parasitoses
guardam semelhanças na sua distribuição, tendo maior incidência nos mesmos estados,
assim como coincide a baixa incidência em outros. Tal fato acontece decorrente ao ciclo das
doenças serem parecidos e, principalmente, na forma que acontece a contaminação do
indivíduo. Ademais, a falta de hábitos de higiene pessoal, condições precárias de
saneamento básico, como falta de esgoto e de água tratada e até mesmo a lavagem
incorreta dos alimentos estão intrinsecamente ligadas com essas parasitoses
➔ Em outro plano, a ancilostomíase (Figura 1.3) é causada principalmente pelo Ancylostoma
duodenale e pelo Necator americanus, quando os ovos estão no meio externo, esses ovos
necessitam de um ambiente ideal para desenvolvimento, com boa oxigenação, alta umidade
(> 90%) e temperatura elevada. Essas são condições indispensáveis. O Strongyloides
stercoralis (Figura 1.4), causador da estrongiloidíase, também tem preferência por climas
quentes e úmidos. Para Neves (2005) a infecção por esse agente apresenta “elevada
prevalência em regiões tropicais e subtropicais, a facilidade de transmissão, o caráter de
cronicidade e auto-infecção, originando formas graves de hiperinfecção e disseminação
➔ Tanto a ancilostomose (Figura 1.3) quanto a estrongiloidíase (Figura 1.4) apresentam a larva
penetrando nas mucosas do hospedeiro. Diante disso, além dessas parasitoses estarem
ligadas às baixas condições sanitárias e falta de higiene pessoal, relacionam-se com o uso
de calçados, visto que a penetração ocorre principalmente pelos pés.
6. RELATAR as medidas de controle e prevenção das helmintíases para vendedores
ambulantes de produtos alimentícios

FONTE: CUNHA, Larissa Ferreira; AMICHI, Kelly Ribeiro. Relação entre a ocorrência de
enteroparasitoses e práticas de higiene de manipuladores de alimentos: revisão da
literatura. Revista Saúde e Pesquisa, Maringá, v. 1, n. 7, p. 147-157, jan./abr. 2014.

➔ Para o Ministério da Saúde (2018) “A transmissão das geo-helmintíases está relacionada


aos hábitos, práticas e atitudes das populações, portanto, o seu controle requer a
participação comunitária. Nesse contexto, a Educação em Saúde é fundamental para o
desenvolvimento de ações de prevenção e controle.”
➔ A manipulação é uma das formas mais importantes de contaminação de alimentos, pois
maus hábitos higiênicos, como a falta de regularidade na lavagem das mãos, e locais com
condições de higiene precários, permitem que microrganismos causadores de doenças
sejam propagados
➔ Através da portaria CVS-6/99 (ANVISA, 1999), o controle de saúde clínico exigido pela
Vigilância Sanitária, objetiva a saúde do trabalhador e a sua condição para estar apto para
o trabalho, não podendo ser portador aparente ou inaparente de doenças infecciosas ou
parasitárias. Para isso devem ser realizados os exames médicos admissionais, periódicos,
acompanhados das análises laboratoriais como: hemograma, coprocultura,
coproparasitológico e VDRL, devendo ser realizadas outras análises de acordo com
avaliação médica. Portanto, os manipuladores de alimentos desempenham um importante
papel na transmissão de doenças veiculadas por alimentos, tanto por hábitos inadequados
de higiene pessoal, ou por serem portadores de microrganismos patogênicos
➔ Medidas simples, como lavagem correta das mãos e alimentos, têm sido eficazes no
combate das infecções, além da realização de exames periódicos. Toscani et al. (2007),
relatam a respeito do papel da lavagem de mãos na saúde em países pobres e concluem
que, em todos os relatos analisados, programas de educação que promoviam o hábito de
lavar as mãos acarretaram uma diminuição significativa na incidência de doenças
infecciosas, sobretudo, de diarreias. O uso de calçados tem sido demonstrado, por vários
estudos, como método importante na prevenção das parasitoses humanas e o cuidado com
as unhas também se mostrou como uma estratégia eficaz para essa prevenção. Além disso,
um programa de educação continuada dirigido aos manipuladores de alimentos, alertando
para os riscos representados pela manipulação inadequada e o não tratamento das
infecções parasitárias é uma medida fundamental para a sua erradicação, pois nenhuma
forma de controle alimentar é eficaz sem o apoio da maioria dos interessados e o respaldo
da opinião pública bem informada
➔ Por reconhecer que essas infecções continuam prevalecendo no país, o governo brasileiro
lançou, em 2005, o Plano Nacional de Vigilância e Controle das Enteroparasitoses e, em
2007, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que prevê ações em saneamento
básico, tendo como meta a redução de doenças infecciosas e parasitárias, entre as quais
estão incluídas as parasitoses intestinais
➔ Uma das maneiras utilizadas para se garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos
é a realização de programas de educação continuada para os manipuladores de alimentos,
a realização anual de exames parasitológicos desses indivíduos e o fortalecimento do
sistema de vigilância sanitária para fiscalização de alimentos oferecidos pela população,
incluindo uma legislação adequada

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