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Saúde e doença: a doença, o doente, o uma à outra.

O morrer é uma possibilidade destacada


adoecer e a morte. do existir humano, por ser a mais extensa e não
Revendo historicamente os fatos, observa-se que o ultrapassável.
homem sempre lutou contra a doença e, num sentido mais A morte dos homens é a possibilidade de não
amplo, lutou contra a morte, buscando preservar sua vida mais poder estar aqui, sendo que ao homem pertence,
terrena, lutando contra a doença dos modos mais com o seu vir à vida, também a possibilidade do morrer.
diferentes, Para Boss (1981), o existir humano encontra-se, com a
em cada época e cultura. A doença surge como sua morte, diante do seu mais íntimo poder ser. Diz ele
um inimigo que deve ser estudado, localizado e que cada homem tem que morrer a sua própria morte.
combatido No morrer, todos nós somos insubstituíveis.
e, para tanto, existe uma série de medicamentos e Boss (1981) afirma que a possibilidade extrema e mais
profissionais de saúde para combater a doença. No íntima do existir do homem, a de morrer, é por ele
entanto, percebida
parece que, muitas vezes, se esquece o significado desde cedo, como sendo a mais certa de todas as
do adoecer. Na cultura ocidental, a visão da doença é suas possibilidades.
diferente Kovács (1987) diz que a morte é uma das únicas
da cultura oriental. Os orientais buscam ler o organismo experiências
focalizando a integração corpo e mente dentro universais do homem mas, ao mesmo tempo,
de sua condição antropológica. Já a Medicina ocidental, reveste-se de características muito particulares para cada
muitas vezes, cuida da doença em si, do órgão ser humano.
prejudicado, Segundo Kierkegaard, só aos homens foi dada
fazendo a dualização corpo-mente, deixando de lado consciência
a história pessoal, familiar ou social. No entanto, temos de sua terminalidade e isto está na raiz da angústia
de entender que o ser é único e seu modo de existir básica do ser humano. A essência desta angústia inclui
e adoecer atende a características próprias, de maneira a possibilidade do “ não estar mais” , da destruição
original, individual. do corpo e da consciência.
41 O homem é, provavelmente, o único ser vivo que sabe,
A doença impede o indivíduo de trabalhar, de se divertir, com certeza, do seu ser-mortal e do seu ter-quemorrer.
tira-o do convívio familiar e dos amigos, isola-o. Sabendo disto, reage ao percebido. Neste sentido,
Cada um vive a sua dor; por mais que os outros se o ser humano tem razões para temer pela sua vida,
esforcem em ter medo de sua morte, do seu não-poder-mais-ser.
para compreendê-lo, ninguém sentirá o que ele sente. Boss (1981) afirma que só quando continuamos
A experiência de estar doente é sentida de uma forma conscientes
sempre única, pela pessoa. de nossa mortalidade é que continuamos percebendo
Observa-se que a doença física é acompanhada de que cada momento de nossa vida é irrecuperável
manifestações na esfera psíquica, ocasionando também e por isso tem que ser aproveitado. Somente porque o
alterações na interação social. A doença provoca, 43
precipita homem é finito, cada momento conta. Conta como
ou agrava desequilíbrios psicológicos, quer no paciente, realização
quer na família. e libertação ao nos envolvermos adequadamente
Lepargneur (1980) diz que, nas sociedades primitivas, com as reivindicações daquilo que nos solicita.
a enfermidade era vista como expressão simbólica E Boss (1981) continua: o ser humano é essencialmente
de conflitos internos. culpado e assim permanece até sua morte; o futuro
Para Kovács (1987), a morte está presente na vida do ser humano só é alcançado completamente por ele
do ser humano em todas as idades, tendo características no momento da morte. Mas se ele assume livremente seu
diferentes segundo o estágio de desenvolvimento em que estar culpado diante das possibilidades vitais dadas a ele
se encontra o indivíduo. e se ele se decide a um ter consciência e a um deixar-se
Kovács (1987), focalizando o medo da morte, afirma usar adequado, então não mais experimenta o estar-
que o homem, de forma geral, antes do advento da culpado
tecnologia, estava mais familiarizado com a morte, essencial da existência humana como carga e opressão
compartilhada, de culpa. Parece que, até sua morte, o ser humano
tanto no leito de morte como nas cerimônias não consegue chegar ao fim, livre de estar culpado e
que envolviam a comunidade, sendo permitida a angustiado.
expressão Angústia e culpa seriam hipóteses igualmente
de tristeza e dor. Ressalta que, com o grande pesadas, árduas e esmagadoras do estar-aí humano, cargas
desenvolvimento inevitáveis desde a infância, que não podem ser liquidadas
industrial, com os avanços da medicina e com no decurso da vida.
a grande demanda da sociedade, que valoriza a produção Boss (1981) comenta que o mundo é sempre algo que
do homem de hoje, este se vê solitário, no momento o indivíduo partilha com os outros. Diz que há
de sua morte, em um quarto de UTI. As crianças são necessidade
afastadas, de um relacionamento basicamente livre frente ao
temendo-se que o contato com o moribundo ou espírito tecnocrata da sociedade industrial.
com a morte possa afetar profunda e negativamente o Angústia e culpa, para Boss (1981), são fenômenos
seu desenvolvimento. Parece que as expressões de dor e humanos muito significativos e fatores dominantes da
tristeza foram banidas, não havendo elaboração do luto. vida
Boss (1981) afirma que toda doença é uma ameaça dos seres humanos. Angústia e culpa são de máxima
à vida e, com isso, é um aceno para a morte, ou até um importância prática no campo total da formação e do
42 tratamento
primeiro ou um último passo em direção à morte. Para da doença. Para ele, é no âmbito dos psiquicamente
ele, vida e morte são inseparavelmente unidas e doentes que o domínio da angústia e da culpa é
pertencem
imediato e palpável, revelando-se onipresente. A chama de crise, apresenta-se a impossibilidade do
culpabilidade paciente
dos seres humanos torna-se visível nos sentimentos se autoperceber como aquele que era.
de culpa, nos casos de neuroses obsessivas e nas Assim se expressa:
autoacusações “ ... a nova situação o colocou fora de sua história,
dos casos de indisposições depressivas e de melancolias. ficando alienado, estranho para si mesmo. O suceder
Continuando, Boss (1981) afirma que os sentimentos de sua vida paralisou-se, a percepção não consegue
de angústia e culpa dos pacientes se recolheram para 46
44 ler a realidade e o futuro está vazio. Esta é uma vivência
o esconderijo do interior do corpo. Daí somente falam de suprema angústia, a pessoa fica desesperada,
na linguagem estranha dos distúrbios funcionais desestruturou-se a leitura prospectiva de sua ação.”
cardíacos, Moffat (1987) diz que a crise se manifesta pela invasão
gástricos, intestinais e de outras neuroses orgânicas. de uma experiência de paralisação da continuidade
Também nos casos de doença mental, para Campos do processo da vida. Isto provoca uma descontinuidade
(1974), ela não é algo atemporal e místico, mas resulta das na percepção da vida como uma história coerente,
relações e condições ditas humanas que ocorrem, segundo organizada
os moldes da cultura e do momento histórico-social, como uma sucessão, na qual cada uma das etapas
num contexto de vida das pessoas desde sua infância até é conseqüência da anterior.
a idade adulta. Assim, os aspectos sociais, culturais, May (1980), analisando a questão da morte, revê alguns
políticos teóricos e diz que Freud postulou a presença de um
e econômicos são fatores constituintes das condições inconsciente desejo de morte nas pessoas, que ele ligou
do doente mental. a certas tendências para a autodestruição. Melanie Klein
Freitas (1980) fala de trabalhos que mostram como acredita que o medo da morte está na raiz de todas as
alterações psicológicas podem afetar o padrão evolutivo idéias persecutórias e, por isso, indiretamente, de toda
da doença: a ansiedade. Paul Tillich baseia sua teoria da ansiedade
“ Em estados de estresse ou depressão, o organismo no postulado ontológico de que o homem é finito, sujeito
perde a capacidade de reconhecer e anular células ao não-ser. A insegurança bem pode ser um símbolo
malignas da morte. Qualquer perda pode representar uma perda
mutantes que passam a se reproduzir livremente. total. Jung vê a segunda metade da vida como estando
Esse é um dos motivos pelos quais quando o sentimento dominada pelas atitudes do indivíduo para com a morte.
de culpa é muito intenso, é necessária ajuda Há um crescente reconhecimento da relação entre a
psicológica para evitar que o estado emocional impeça doença
de responder positivamente ao tratamento.” mental de alguém e sua filosofia de vida e de morte.
E continua: Perestrello (1982) relembra que antigos conceitos
“ Na situação de doença, internação, cirurgia, a intensa negavam
ansiedade é capaz de desencadear comportamentos as implicações psicológico-emocionais assim como
regredidos, a criança volta a maneiras mais a subjetividade da vida emocional, implícita nos
antigas de se comportar.” relacionamentos
“A regressão é natural, muitas vezes incentivada pelos interpessoais e, dentro de uma visão organicista,
familiares, que ansiosos e culpados, mimam e o relacionamento médico-paciente se restringia ao
superprotegem questionamento
o doente. O que não é natural é a criança da queixa da doença, sua evolução, sua história,
forte que não chora e entende que a quimioterapia sem que se buscasse a reação emocional.
é para o seu bem.” No entanto, a pessoa é única, com impressões digitais
45 que a distinguem de qualquer outra. Possui uma fi-
Observamos tensões psicológicas e desequilíbrios durante 47
toda a situação em que a doença está presente, tanto sionomia diferente dos outros, assim como suas próprias
no indivíduo como em seus familiares. A situação de formas de viver, de conviver, de agir, de reagir, tendo
tratamento uma configuração única e um funcionamento e um modo
e internação acarreta separações e cortes em suas de adoecer também próprios.
ligações afetivas com o mundo. Os adultos ou crianças Recorrendo a Perestrello (1982), vemos que assim ele
muitas vezes se desligam do mundo, não brincam, perdem se expressa:
o interesse. “ A doença não é algo que vem de fora e se superpõe
Freitas (1980) diz: ao homem, e sim um modo peculiar de a pessoa se
“ As reações de cada paciente são ditadas pelo seu expressar em circunstâncias adversas. É, pois, como
mundo interno, pela sua história psicossocial e do suas outras manifestações, um modo de existir, ou
seu contexto familiar. Há uma série de fatores que de coexistir, já que o homem não existe, coexiste. E
podem determinar dinamicamente formas de estar como o ser humano não é um sistema fechado, todo
doente. Apesar das diferenças individuais, durante o seu ser se comunica com o ambiente, com o mundo,
a enfermidade todas as crianças passam por situações e mesmo quando, aparentemente, não existe
reais e imaginárias comuns a todas, e que em comunicação,
todas provocam grande ansiedade. Uma das situações isto já é uma forma de comunicação, como
comuns é a percepção da morte, consciente ou o silêncio, às vezes, é mais eloqüente do que a
inconsciente.” palavra.”
Para Forghieri (1984), a existência é muito instável, Nesse sentido, o autor acredita ser a doença fruto de
incerta e até mesmo contraditória; por isso o homem, sua configuração já estruturada. A enfermidade decorre
freqüentemente, do modo de ser das pessoas, como sendo a expressão
procura se refugiar na ciência, que é estável máxima
e congruente, para tentar escapar às ansiedades de seu de sua crise existencial, como episódio necessário,
existir. talvez, dos novos rumos que iria tomar, sendo que a
Para Moffat (1987), na perturbação do existir, que doença
já se elaborava muito antes de sua manifestação. além do entendimento da doença, pois vai abranger a
Chiattone (1984) assim se expressa: pessoa
“ A doença em si é um fator considerável de como um todo, sua história, suas aspirações, seus medos,
desajustamento, enfim, a sua vida e seu modo de adoecer.
pois acaba por provocar, precipitar ou A saúde é um processo a ser adquirido e conquistado
agravar desequilíbrios na criança e em sua família. em todos os momentos da vida, assim como as
Assim, a criança fisicamente doente estará afetada potencialidades
em sua integridade.” para as realizações. Pode-se dizer que ser
48 saudável é uma conquista contínua e não algo definitivo
A doença, para Foucault (1975), tanto em designações e eterno.
psicológicas como orgânicas, se refere à situação global Todos estes aspectos relacionados à doença, ao doente
do e ao adoecer estão presentes também na vida dos
indivíduo no mundo, sendo uma reação global do profissionais
indivíduo que atuam na área hospitalar e os inquietam,
tomado na sua totalidade psicológica e fisiológica. trazendo à tona questões pessoais que merecem ser
Atualmente, a tendência é no sentido de considerar consideradas
corpo e mente como uma real unidade, sendo esta unidade também por eles, enquanto membros de uma
que adoece, dadas as inter-relações de ambos os seus equipe que atua junto aos doentes, devendo o psicólogo
componentes. Perestrello utiliza a expressão “ não há oferecer sua contribuição diversificada.
doenças, mas doentes” , mostrando que uma enfermidade 50
produz efeitos diferentes nos diversos pacientes, 2.3.1. O atendimento hospitalar à criança, ao jovem, ao
especialmente adulto e ao idoso.
do ponto de vista psicológico, pois as manifestações No Brasil, existem grupos populacionais bem numerosos
da pessoa, tanto no estado de saúde como no em todas as faixas etárias e em diferentes classes
da doença, comunicam algo do seu mundo interior. sociais.
Muitas pessoas, através de seu adoecer e de sua Algum tempo atrás, costumava-se dizer que a população
internação, infantil era bem grande, mas hoje sabemos do aumento
têm oportunidade de reflexão sobre seu modo de dos índices de sobrevivência e vemos que a população
vida, suas necessidades, suas vontades, suas de adultos e idosos é bem significativa também.
características. Assim, observamos que as instituições hospitalares
Diante das considerações feitas pelos autores, podemos precisariam estar preparadas para atender a todo esse
entender que os fatores externos devem ser contingente
compreendidos populacional.
e avaliados em função da pessoa, na expressão de Devemos ter consideração e dar assistência a todos
sua doença. Quando muitos pacientes procuram as os grupos nas diferentes fases do desenvolvimento e
clínicas crescimento,
do hospital, transitando de uma para outra, parece seja o grupo de crianças, adolescentes, adultos
que buscam, ao mesmo tempo, resolver conflitos, ou idosos.
impasses, Muitas vezes, pensando no indivíduo como um todo,
buscando alguém que delas cuide, tanto o médico percebemos que há carência de locais de atendimento
como a instituição médica, tendo muitas vezes encontrado e serviços adequados a cada faixa etária. No entanto,
um modo de viver doentio como solução de situações devemos reconhecer que já existem serviços
pessoais difíceis. especializados
Nesse sentido, seria importante conciliar a abordagem em algumas instituições hospitalares.
compreensiva com a explicativa causal, tentando O atendimento à criança, apesar de já existir em
compreender, buscando no próprio indivíduo os motivos quantidade adequada, nem sempre é global e muitas vezes
de seu adoecer, assim como o porquê do fazer aquela retira a criança do seio familiar sem substituir essa
doença no seu corpo, entendendo também que quando carência. A mãe e familiares passam a ver a criança
a pessoa adoece exterioriza um conflito com o seu apenas
mundo interno e com o mundo externo. em horário de visitas, o que não preenche as suas
49 necessidades
Vale a pena dizer que, apesar dos problemas de cada afetivas e cria uma angústia na família.
um serem diferentes, cada um tem a sua história pessoal, Há necessidade de desenvolver soluções técnicas,
sua originalidade nas manifestações e, apesar de todos econômicas
participarem da mesma sociedade, as sensações de e talvez até legais junto aos hospitais. Assim,
cada um devem ser entendidas na sua individualidade. por exemplo, dentro das possibilidades do hospital e da
Junto com Perestrello, poderíamos dizer que os problemas família, seria de interesse que a mãe e familiares
do ser humano são amplos, desde a dor, o sofrimento, pudessem
o abandono, o desamparo, a angústia, e cada indivíduo ficar com a criança no hospital com alguma forma
se manifesta de um modo pessoal diante da vida, de participação.
pelas atitudes no cotidiano, pela maneira de falar, 51
verstir-se e se comportar, assim como pela manifestação Seria importante que, dentro das possibilidades, a
de sua doença. mãe pudesse ter maior liberdade no trabalho para poder
i Cada pessoa tem uma história singular, tendo permanecer com o filho no hospital.
necessidade Também dentro das possibilidades do hospital, seria
de contar e re-significar, ou seja, reprocessar sua conveniente que houvesse um lugar para alojar mãe
história. Na história singular estão contidos seus e filho, com uma área para atividades lúdicas e de
conteúdos observação,
inconscientes, sua sexualidade, suas condições adequação do pessoal para a internação e o hospital
sócioeconômicas. poder ser ressarcido nos gastos.
Neste sentido, o conhecimento do doente vai Em relação aos adolescentes, o atendimento hospitalar
ainda não é bem desenvolvido no país, a não ser os melhores recursos médico-sociais para permitir
nos grandes centros, onde, muitas vezes, o pediatra que que os idosos continuem a ser úteis a si próprios e à
vem acompanhando o crescimento e desenvolvimento da sociedade e não considerados como descartáveis ao
criança continua a assistência ao adolescente. chegarem
Podemos dizer que há carência de profissionais no à casa dos sessenta anos.
atendimento hospitalar para a área ambulatorial e de
enfermaria,
assim como há falta de leitos na enfermaria adequados
aos adolescentes. De uma forma geral, faltam
profissionais
habilitados a lidar com os adolescentes.
Vem se intensificando nos últimos tempos a
responsabilidade
social perante os adolescentes, bem como a polarização
dos interesses para o atendimento desse grupo,
salientando suas condições de vida e suas necessidades.
O atendimento ao adulto parece continuar preenchendo
as necessidades do ponto de vista assistencial, médico
e, na medida em que outras profissões, inclusive a dos
psicólogos, vêm sendo solicitadas, está se intensificando
o interesse diferenciado por uma abordagem mais global,
multiprofissional.
A freqüência do idoso ao hospital vem num crescente,
mas encontra uma ambiência hospitalar despreparada
para
recebê-lo. Há, nos últimos tempos, movimentos
constantes
no sentido de dirigir ao idoso as atenções da mesma
equipe multiprofissional.
52
Enquanto isso não ocorre satisfatoriamente, o
atendimento
ao idoso pode ser negligenciado, pois é possível
e evidente que a sociedade não o reconhece como alguém
suficientemente importante para merecer atenção
especial.
No caso dos idosos, conforme pondera Jordão Netto
(1986),
“ ... com o aumento crescente da proporção de idosos
na população, não só os problemas previdenciários,
como aqueles relacionados com os aspectos
sócio-culturais da exclusão ou baixa participação dos
velhos nos processos produtivos e decisórios da sociedade
ampliaram-se enormemente, impondo a necessidade
urgente de uma revisão geral do assunto.”
Destaco aqui uma agravante que surge quando a
previdência
não custeia os gastos hospitalares, pois muitos
idosos têm que ficar mais tempo internados.
Além disso, observamos a necessidade de revisão do
papel do idoso na sociedade pois, pelos crescentes índices
de sobrevivência, houve o aparecimento de estudos
específicos
sobre o assunto, conforme acrescenta Jordão Netto:
surgiu, incialmente nos países mais desenvolvidos,
uma disciplina científica especial voltada para
o estudo da velhice de um ponto de vista genérico,
isto é, não somente do ponto de vista médico, mas
também social, econômico, psicológico etc: a
gerontologia.
E como um ramo específico desta, dedicado ao estudo
das moléstias orgânicas peculiares à idade madura
nos seres humanos, a geriatria.”
53
Baseando-nos em dados de observação e experiências
e concordando com Jordão Netto, poderíamos dizer
que a sociedade, investindo em saúde, educação e
treinamento,
deveria também procurar conseguir o maior
rendimento possível até as idades mais avançadas,
destinando

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