Você está na página 1de 17

REGIME JURÍDICO

DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

ESTRUTURA GERAL

 CORPO DO DECRETO-LEI 220/2008 (RJ-SCIE)

 Capítulo I – Disposições gerais


 Capítulo II – Caracterização dos edifícios e recintos

 Capítulo III – Condições de SCIE


 Capítulo IV – Processo contra-ordenacional
 Capítulo V – Disposições finais e transitórias

 ANEXOS

 I – Classes de reacção ao fogo para produtos de


construção

 II – Classes de resistência ao fogo padrão para


produtos de construção

 III – Categorias de risco

 IV – Elementos de projecto da especialidade de SCIE

 VI – Fichas de segurança

 V – Equivalência entre as especificações do LNEC e


as constantes das decisões comunitárias

Prof. João Porto 1


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

ESTRUTURA GERAL

 DIPLOMAS COMPLEMENTARES

 Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em


Edifícios (RT-SCIE) – Portaria n.º 1532/2008, de 29 de
Dezembro (prevista no Art.º 15.º do RJ-SCIE)

 Registo de entidades com actividades de comercialização,


instalação ou manutenção de produtos e equipamentos de
SCIE – Portaria n.º 773/2009, de 21 de Julho (prevista no Art.º
23.º do RJ-SCIE)

 Taxas por serviços de SCIE prestados pela ANPC – Portaria


n.º 1054/2009, de 16 de Setembro (prevista no Art.º 29.º do
RJ-SCIE)

 Regime de credenciação de entidades para a emissão de


pareceres, realização de vistorias e de inspecções das
condições de SCIE – Portaria n.º 64/2009, de 22 de Janeiro
(prevista no Art.º 30.º do RJ-SCIE)

 Funcionamento do sistema informático – Portaria n.º


610/2009, de 8 de Junho (prevista no Art.º 32.º do RJ-SCIE)

 Critérios técnicos para determinação da densidade de


carga de incêndio modificada – Despacho n.º 2074/2009,
de 15 de Janeiro, do Presidente da ANPC (previsto no Art.º
12.º do RJ-SCIE)

Prof. João Porto 2


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

ÂMBITO
 ESTÃO SUJEITOS AO REGIME DE SCIE:

 Os edifícios, ou suas fracções autónomas, qualquer


que seja a utilização e respectiva envolvente
 Os edifícios de apoio a postos de abastecimento de
combustíveis, tais como estabelecimentos de
restauração, comerciais e oficinas (regulados pelos DL
267/2002 e 302/2001, de 26 de Novembro e de 23 de
Novembro, respectivamente)
 Os recintos

 Exceptuam-se do disposto no ponto anterior:

 Os estabelecimentos prisionais e os espaços


classificados de acesso restrito das instalações de
forças armadas ou de segurança
 Os paióis de munições ou de explosivos e as carreiras
de tiro

 Às entidades responsáveis pelos edifícios e recintos


acima referidos incumbe promover a adopção das
medidas de segurança mais adequadas a cada caso
(ouvida a ANPC, sempre que entendido conveniente)

Prof. João Porto 3


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

ÂMBITO

 Estão apenas sujeitos ao regime de segurança em matéria


de acessibilidade dos meios de socorro e de disponibilidade
de água para combate a incêndios (aplicando-se nos demais
aspectos os respectivos regimes específicos):

 Os estabelecimentos industriais e de armazenamento de


substâncias perigosas (abrangidos pelo DL 254/2007, de 12
de Julho)

 Os espaços afectos à indústria de pirotecnia e à indústria


extractiva

 Os estabelecimentos que transformem ou armazenem


substâncias e produtos explosivos ou radioactivos

 Nos edifícios com habitação, exceptuam-se os espaços


interiores de cada habitação, onde apenas se aplicam as
condições de segurança das instalações técnicas

 Quando o cumprimento das normas de SCIE nos imóveis


classificados se revele lesivo dos mesmos ou sejam de
concretização manifestamente despropositada são
adoptadas as medidas de autoprotecção adequadas, após
parecer da ANPC

Prof. João Porto 4


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

PRINCÍPIOS GERAIS

 O RJ/SCIE BASEIA-SE NOS PRINCÍPIOS GERAIS DA


PRESERVAÇÃO:

 Da vida humana

 Do ambiente

 Do património cultural

 Neste sentido, inclui disposições que cobrem todo o ciclo


de vida dos edifícios ou dos recintos, destinando-se a:

 Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios

 Limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios,


circunscrevendo e minimizando os seus efeitos,
nomeadamente a propagação do fumo e gases de
combustão

 Facilitar a evacuação e o salvamento dos ocupantes


em risco

 Permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de


socorro

Prof. João Porto 5


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

RESPONSABILIDADE

 Em FASE DE PROJECTO E CONSTRUÇÃO de edifícios e


recintos, são responsáveis pela aplicação e pela verificação
das condições de SCIE:

 Os autores de projectos e os coordenadores dos


projectos de operações urbanísticas, no que respeita à
respectiva elaboração, bem como às intervenções
acessórias ou complementares a esta a que estejam
obrigados, no decurso da execução da obra

 A empresa responsável pela execução da obra

 O director de obra e o director de fiscalização de obra,


quanto à conformidade da execução da obra com o
projecto aprovado

 Os autores dos projectos, os coordenadores dos projectos,


o director de obra e o director de fiscalização de obra
subscrevem termos de responsabilidade, de que conste,
respectivamente, que na elaboração do projecto e na
execução e verificação da obra em conformidade com o
projecto aprovado, foram cumpridas as disposições de SCIE

Prof. João Porto 6


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

RESPONSABILIDADE

 A manutenção das condições de SCIE aprovadas e a


execução das medidas de autoprotecção aplicáveis aos
edifícios ou recintos DESTINADOS À UT I, durante todo o
ciclo de vida dos mesmos, é da responsabilidade dos
respectivos proprietários, com excepção das suas partes
comuns na propriedade horizontal, que são da
responsabilidade do administrador do condomínio:

 Durante todo o ciclo de vida dos edifícios ou recintos QUE


NÃO SE INTEGREM NA UT I, a responsabilidade pela
manutenção das condições de SCIE aprovadas e a execução
das medidas de auto protecção aplicáveis é das seguintes
entidades:

 Do proprietário, no caso do edifício ou recinto estar na


sua posse

 De quem detiver a exploração do edifício ou do recinto

 Das entidades gestoras no caso de edifícios ou recintos


que disponham de espaços comuns, espaços
partilhados ou serviços colectivos, sendo a sua
responsabilidade limitada aos mesmos

Prof. João Porto 7


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

UTILIZAÇÕES-TIPO

 De EDIFÍCIOS ou RECINTOS (total ou parcialmente):


 I – Habitacionais
 II – Estacionamentos
 III – Administrativos
 IV – Escolares
 V – Hospitalares e lares de idosos
 VI – Espectáculos e reuniões públicas
 VII – Hoteleiros e restauração
 VIII – Comerciais e gares de transportes
 IX – Desportivos e de lazer
 X – Museus e galerias de arte
 XI – Bibliotecas e arquivos
 XII – Industriais, oficinas e armazéns

 Consideram-se de utilização exclusiva os edifícios ou


recintos que possuem uma única utilização-tipo

 Consideram-se de ocupação mista os edifícios ou recintos


que possuem diversas utilizações-tipo

Prof. João Porto 8


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

UTILIZAÇÕES-TIPO
(Continuação)

 Nas utilizações-tipo III a XII, são considerados na utilização-


tipo onde se inserem, desde que geridos pela mesma
entidade:

 Espaços onde se desenvolvam actividades


administrativas, de arquivo documental e de arma-
zenamento necessários ao funcionamento das
entidades que exploram as UT´s IV a XII – desde que
possuam uma área bruta não superior a 10% (UT´s IV a
VII, IX e XI) ou 20% (UT´s VIII, X e XII) da área bruta
afecta à utilização-tipo dominante e não estejam
normalmente acessíveis ao público

 Espaços de reunião, culto religioso, conferências e pa-


lestras, ou onde se possam ministrar acções de forma-
ção, desenvolver actividades desportivas ou de lazer e,
ainda, os estabelecimentos de restauração e bebidas
integrados no funcionamento de entidades exploradoras
de UT´s III a XII – desde que o seu efectivo não seja
superior a 200 pessoas, em edifícios, ou a 1000
pessoas, ao ar livre

 Espaços comerciais, oficinas, de bibliotecas e de


exposição, bem como os postos médicos, de socorros e
de enfermagem integrados no funcionamento de
entidades exploradoras de UT´s III a XII – desde que
possuam uma área útil não superior a 200 m2

Prof. João Porto 9


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

LOCAIS DE RISCO
(definição sumária)

 Local de risco A – Presença dominante de pessoal afecto


ao estabelecimento, em pequena quantidade

 Local de risco B – Presença dominante de pessoas


(pessoal e público), em grande quantidade

 Local de risco C – Risco agravado de incêndio, devido a


actividades, equipamentos ou materiais (carga de incêndio)

 Local de risco D – Presença de pessoas de mobilidade ou


percepção reduzidas (idosos, acamados, crianças)

 Local de risco E – Locais de dormida, em estabelecimen-


tos, que não caibam na definição de local de risco D

 Local de risco F – Com meios essenciais à continuidade


de actividades sociais relevantes

Prof. João Porto 10


RISCO DE INCÊNDIO

LOCAIS DE RISCO C
(lista não exaustiva)

 Oficinas de manutenção e reparação onde se verifique


qualquer das seguintes condições:
 Sejam destinadas a carpintaria
 Sejam utilizadas chamas nuas, aparelhos envolvendo
projecção de faíscas ou elementos incandescentes em
contacto com o ar, associados à presença de materiais
facilmente inflamáveis

 Farmácias, laboratórios, oficinas e outros locais onde sejam


produzidos, depositados, armazenados ou manipulados líquidos
inflamáveis em quantidade superior a 10 L

 Cozinhas em que sejam instalados aparelhos, ou grupos de


aparelhos, para confecção de alimentos ou sua conservação,
com potência total útil superior a 20 kW

 Locais de confecção de alimentos que recorram a


combustíveis sólidos

 Lavandarias e rouparias com área superior a 50 m2 em que


sejam instalados aparelhos, ou grupos de aparelhos, para
lavagem, secagem ou engomagem, com potência total útil
superior a 20 kW

Prof. João Porto 11


RISCO DE INCÊNDIO

LOCAIS DE RISCO C
(lista não exaustiva – continuação)

 Instalações de frio para conservação cujos aparelhos possuam


potência total útil superior a 70 kW

 Arquivos, depósitos, armazéns e arrecadações de produtos


ou material diverso com volume superior a 100 m3

 Reprografias com área superior a 50 m2

 Locais de recolha de contentores ou de compactadores de


lixo com capacidade total superior a 10 m3

 Locais afectos a serviços técnicos em que sejam instalados


equipamentos eléctricos, electromecânicos ou térmicos com
potência total superior a 70 kW, ou armazenados combustíveis

 Locais de pintura e aplicação de vernizes

 Centrais de incineração

 Locais cobertos de estacionamento de veículos com área


compreendida entre 50 e 200 m2 (com excepção dos
estacionamentos individuais)

 Outros locais que possuam uma densidade de carga de in-


cêndio modificada superior a 1000 MJ/m2 de área útil, asso-
ciada à presença de materiais facilmente inflamáveis e, ainda,
os que a ANPC considere comportarem riscos de explosão

Prof. João Porto 12


RISCO DE INCÊNDIO

LOCAIS DE RISCO D
(lista não exaustiva)

 Quartos nos locais afectos à UT V (ou grupos desses quartos e


respectivas circulações horizontais exclusivas)

 Enfermarias (ou grupos de enfermarias e respectivas


circulações horizontais exclusivas)

 Salas de estar, de refeições e de outras actividades (ou


grupos dessas salas e respectivas circulações horizontais
exclusivas) destinadas a pessoas idosas ou doentes em locais
afectos à UT V

 Salas de dormida, de refeições e de outras actividades


destinadas a crianças com idade inferior a seis anos (ou
grupos dessas salas e respectivas circulações horizontais
exclusivas) em locais afectos à UT IV

 Locais destinados ao ensino especial de deficientes

Prof. João Porto 13


REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS
(DL 220/2008, de 12 de Novembro)
RISCO DE INCÊNDIO DAS UTILIZAÇÕES-TIPO
FACTORES DE CLASSIFICAÇÃO

UTILIZAÇÃO-TIPO
FACTORES DE CLASSIFICAÇÃO
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII

Altura da utilização-tipo + + + + + + + + + + +
Efectivo + + + + + + + + +
Efectivo em locais de tipo D ou E + + + +
Área bruta +
Número de pisos abaixo do plano de referência + + + + + + +
Espaço coberto ou ao ar livre + + + +
Saída independente de locais do tipo D ou E (1) + + +
Densidade de carga de incêndio modificada + +
(1) – Saída directa ao exterior, ao nível do plano de referência (apenas para a 1.ª categoria de risco)

I – Habitacionais V – Hospitalares e lares de idosos IX – Desportivos e de lazer


II – Estacionamentos VI – Espectáculos e reuniões públicas X – Museus e galerias de arte
III – Administrativos VII – Hoteleiros e restauração XI – Bibliotecas e arquivos
IV – Escolares VIII – Comerciais e gares de transportes XII – Industriais, oficinas e armazéns

Prof. João Porto 14


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

ALTURA DA UTILIZAÇÃO-TIPO

 DEFINIÇÃO: Diferença de cota entre o plano de referência e


o último piso acima do solo, susceptível de ocupação por
essa UT

X
UT

H

Havendo mais de um plano de referência, toma-se a menor das


alturas (H´)

 A ALTURA DO EDIFÍCIO é a altura da UT mais elevada

 CLASSIFICAÇÃO dos edifícios segundo a ALTURA (m)

Classificação Pequena Média Grande Muito grande

Altura (H) H≤9 9 < H ≤ 28 28 < H ≤ 50 H > 50

Prof. João Porto 15


REGIME JURÍDICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(DL 220/2008, de 12 de Novembro)

CATEGORIAS DE RISCO

 São definidas quatro categorias de risco: 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª

 A categoria de risco de cada utilização-tipo é a mais baixa


que satisfaz integralmente os critérios indicados nos
quadros de classificação

 “É atribuída a categoria de risco superior a uma dada UT,


sempre que for excedido um dos valores máximos da
classificação na categoria de risco”

 EXEMPLO:

Prof. João Porto 16


REGULAMENTO TÉCNICO
DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

(P 1532/2008, de 29 de Dezembro)

ESTRUTURA GERAL

 CORPO DA PORTARIA 1532/2008 (RT-SCIE)

 Título I – Objecto e definições

 Título II – Condições exteriores comuns

 Título III – Condições gerais de comportamento ao


fogo, isolamento e protecção

 Título IV – Condições gerais de evacuação

 Título V – Condições gerais das instalações técnicas

 Título VI – Condições gerais dos equipamentos e


sistemas de segurança

 Título VII – Condições gerais de autoprotecção

 Título VIII – Condições específicas das utilizações-tipo

 ANEXOS

 I – Definições a que se refere o artigo 2.º do RT-SCIE

Prof. João Porto 17

Você também pode gostar