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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

LICENCIATURA EM ESTATÍSTICA E GESTÃO DE INFORMAÇÃO

CAROLINA JORGE MUTITA

ANÁLISE DO CRESCIMENTO ECONÓMICO NOS


CONSELHOS AUTÁRQUICOS DE QUELIMANE E
MOCUBA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS
RECEITAS FISCAIS DOS ÚLTIMOS 2 ANOS (2020 E
2021)

Quelimane
2022
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CAROLINA JORGE MUTITA

ANÁLISE DO CRESCIMENTO ECONÓMICO NOS


CONSELHOS AUTÁRQUICOS DE QUELIMANE E
MOCUBA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS
RECEITAS FISCAIS DOS ÚLTIMOS 2 ANOS (2020 E 2021)

Trabalho apresentado ao curso de


Licenciatura em Estatística e Gestão de
Informação do Departamento de Ciências e
Tecnologias.

Orientado por Mcs. Nasma Da Glória


Langa Langa

Quelimane

2022
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Sumario
1. Introdução.................................................................................................................................4

2. Revisão da literatura..................................................................................................................5

2.1. Conceitos chaves...................................................................................................................5

2.1.1. Crescimento económico municipal....................................................................................5

2.1.2. Receitas fiscais...................................................................................................................6

2.1.3. Esforço Tributário..............................................................................................................6

2.2. Capacidade financeira do Conselho Autárquico de Mocuba e de Quelimane......................6

2.2.1. Teoria do crescimento económico.....................................................................................7

3. Metodologia..............................................................................................................................7

4. Resultados e Discussão.............................................................................................................8

4.1. Resultados..............................................................................................................................8

4.1.1. Análise exploratória dos dados..........................................................................................9

4.1.2. Pressupostos de aplicação de teste paramétrico...............................................................11

4.1.2.1. Teste de Normalidade dos dados..................................................................................11

4.1.2.2. Teste da homogeneidade de variâncias........................................................................12

4.1.3. Teste de Mann-Whitney...................................................................................................13

4.2. Discussão dos resultados.....................................................................................................13

5. Considerações Finais...............................................................................................................14

6. Referencias..............................................................................................................................15
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1. Introdução

A preocupação com os efeitos dos gastos públicos na economia é recorrente, sobretudo, pelo
impacto que eles provocam no crescimento econômico. Na literatura existem diversos trabalhos
teóricos e empíricos que tratam da relação existente entre o gasto público e o crescimento
econômico. No entanto, são poucos os trabalhos empíricos que utilizam bases de dados locais
para avaliar o crescimento econômico.

De acordo com MAEFP (2020, p.180), o Município de Mocuba depende em grande medida de
fundos estatais para garantir o seu funcionamento, pois somente 23% das receitas são
provenientes de fundos próprios, gerados pela autarquia. O Município de Quelimane depende em
grande medida (66%) de fundos estatais e outras fontes externas como donativos (5%) para
garantir o seu funcionamento, pois somente 29% das receitas são provenientes de fundos
próprios, gerados pela autarquia em receitas fiscais e não fiscais.

Diante das situações citadas acima, foi levantada a seguinte questão: “Existe diferença
significativa entre o crescimento económico nos Conselhos Autárquicos de Mocuba e
Quelimane, nos últimos 2 anos, por meio das receitas fiscais?”

Para responder à questão, o estudo teve como o objectivos:

Objectivo Geral

 Analisar o crescimento económico dos Conselhos Autárquicos de Quelimane e de


Mocuba nos últimos 2 anos, por meio de receitas fiscais.

Objectivos específicos:

 Aferir o crescimento económico nos Conselhos Autárquicos de Quelimane e Mocuba;


 Comparar o crescimento económico, por meio de receitas fiscais;
 Verificar a diferença significativa do crescimento económico entre as Autarquias.

O estudo visa trazer uma visão clara sobre o nível do crescimento económico referente as
Autarquias de Quelimane e de Mocuba no que tange a contribuição das receitas próprias e
consignadas, bem como dos motivos pela qual elas diferem. Outrossim, os futuros leitores terão
uma visão ampla sobre o crescimento económico entre as duas Autarquias e conhecerão as
possíveis razões que tornaram o crescimento obter níveis diferentes um do outro.
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2. Revisão da literatura
2.1. Conceitos chaves
2.1.1. Crescimento económico municipal

De acordo com Sede AMM (2014), as autarquias são agentes determinantes para o
desenvolvimento da economia local. As prefeituras são responsáveis por vários serviços que
podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento de negócios, a atração e permanência de
empresas, bem como oferecer incentivos para apoiar a expansão dos negócios, fornecer educação
e treinamento, apoiar o desenvolvimento de pequenos empresários e melhorar a manutenção da
infra-estrutura.

Na visão do mesmo autor, os municípios administram uma grande diversidade de procedimentos


regulatórios, relativos ao setor de negócios, tais como: registro, concessão de licenças e de
alvarás e podem incluir também:

 Realizar análises da economia local;


 Prover liderança para o desenvolvimento econômico local;
 Coordenar e financiar a implementação de projetos de desenvolvimento da economia
local;
 Garantir a alta qualidade dos serviços disponibilizados;
 Prover incentivos fiscais, de desenvolvimento do uso do solo e de marketing, para atrair o
capital privado;
 Promover o desenvolvimento dos negócios locais por meio de políticas de aquisição; e
 Gerar e promover uma atmosfera que estimule o crescimento dos negócios.

Outrossim, as autarquias podem identificar e fornecer a liderança necessária para organizar e


construir coalizões e parcerias para a troca de informações entre actores sociais locais e regionais
interessados em desenvolvimento econômico. É importante promover encontros e seminários,
além de promover contatos entre indivíduos, grupos e organizações interessadas, para a geração e
a divulgação do conhecimento que pode servir para identificar novas oportunidades de
crescimento econômico (Sede AMM, 2014).

2.1.2. Receitas fiscais


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Segundo Nguenha et al. (2012), estas consistem em todas as receitas associadas aos impostos
(receitas fiscais), taxas, licenças, e tarifas / obrigações (receitas não fiscais), bem como na receita
proveniente de: (i) transferências de propriedade própria, (ii) prestação de serviços próprios, (iii)
rendimento de bens fixos e móveis (aluguer de bens móveis, equipamento, máquinas e aluguer de
bens fixos e privilégios do uso da terra) e (iv) rendimento de investimento de capital
(participações financeiras).

2.1.3. Esforço Tributário

Para se optimizar o potencial tributário existente dentro de uma autarquia, exige-se das
autoridades locais um esforço em termos de cobrança e arrecadação dos tributos para
financiamento das suas despesas, daí a importância que se dá ao termo esforço tributário
(WEIMER, 2012).

Segundo Weimer (2012) esforço tributário é um indicador que exprime a relação entre a receita
arrecadada no presente e a receita possível de arrecadar nas condições económicas prevalecentes.
Isto é, o esforço tributário de uma autarquia seria aquilo que o município consegue arrecadar no
total do potencial fiscal que dispõe (dos contribuintes cadastrados assim como dos contribuintes
não registados ou cadastrados) no território municipal.

2.2. Capacidade financeira do Conselho Autárquico de Mocuba e de Quelimane

A análise financeira da Autarquia da cidade de Mocuba e de Quelimane procede ao


enquadramento geral da capacidade de realização dos investimentos em infra-estruturas e da
gestão, operação e manutenção dos serviços básicos. Ela é feita com base em três indicadores: (i)
autonomia financeira, através do rácio receitas próprias versus receitas totais; (ii)
sustentabilidade da gestão corrente, com referência ao rácio de receitas próprias versus
despesas correntes; (iii) taxa de investimento, através do rácio Despesas de Capital/Investimento
versus Despesas Totais (MAEFP, 2020).

Segundo o MAEFP (2020), Sustentabilidade de gestão corrente ilustra a capacidade da autarquia


sobreviver na sua actividade corrente com fundos próprios. O comportamento deste indicador
tem uma evolução positiva e situa-se ao nível de 0,46 na média dos 3 anos: i.e: as receitas
próprias cobrem somente 46% das Despesas Correntes para o Município de Quelimane e 40%
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das Despesas Correntes para a Autarquia de Mocuba, com uma queda em 2018, mas com
tendência positiva.

O crescimento da autarquia em termos de infra-estruturas e serviços básicos depende do


investimento, pelo que este rácio, apesar de não corresponder à realidade global, é indicativo do
papel que a autarquia tem nas iniciativas de investimento para o crescimento urbano. A média
dos 3 anos é de 32%, devido ao maior crescimento do investimento em relação as despesas
correntes.

2.2.1. Teoria do crescimento económico

Vivemos numa era de abundância e prosperidade sem precedentes. O enorme progresso


tecnológico a que assistimos no século XX transformou completamente a economia. Usufruímos
agora de bens como o automóvel, a televisão, o computador e o telemóvel. Usamos aviões para
viajar pelo mundo, e comunicamos através da Internet. Temos cada vez mais qualidade de vida, e
as nossas vidas são cada vez mais longas (Silva, 2010).

De acordo com Silva (2010, p.2) o desenvolvimento económico vai relaxando as restrições que
limitam as escolhas e oportunidades das pessoas, que procuram essencialmente viver bem e por
muito tempo. O conceito de crescimento económico é mais restrito, focando-se no aumento
quantitativo da capacidade produtiva, e não na transformação qualitativa da estrutura da
economia.

A teoria do crescimento económico procura encontrar os factores determinantes da taxa de


crescimento económico e identificar políticas que fomentem o seu aumento. A medida de
crescimento mais frequentemente utilizada é a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB), que é o valor dos bens e serviços produzidos anualmente. Uma vez que o horizonte
temporal do estudo do crescimento económico é o longo prazo, devemos procurar ignorar as
flutuações de curto prazo (ciclos económicos) e medir o crescimento económico como a taxa de
crescimento do produto natural. (Silva, 2010).
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3. Metodologia

A metodologia usada para a elaboração deste artigo obedece a seguinte classificação: (I) quanto a
natureza a pesquisa é básica; (II) quanto aos objectivos a pesquisa é de carácter explicativo; (III)
quanto a abordagem é de caracter quantitativo; e (IV) quanto aos procedimentos, a pesquisa é
documental. O método de amostragem usado para a seleção dos municípios foi o de amostragem
não probabilística por conveniência; e o método de análise de dados foi feita com base no auxílio
do teste t – Student e pelo facto de não seguir a normalidade e homogeneidade, recorreu-se ao
teste de Mann-Whitney para comparação de amostras emparelhadas.
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4. Resultados e Discussão
4.1. Resultados
4.1.1. Análise exploratória dos dados

O estudo, contou com a análise de uma base de dados dos 24 meses correspondentes aos anos
2021 e 2022, obtidas nos municípios de Quelimane e Mocuba. No que tange a tabela 1 abaixo,
verifica-se que em média a Autarquia de Mocuba apresentou uma receita de 11.179.102,00 Mts e
a Autarquia de Quelimane apresentou uma receita de 13.973.878,00 Mts, relativamente aos
últimos dois anos, constatando-se que a Autarquia de Quelimane apresentou uma média superior
a da Autarquia de Mocuba, apresentando uma diferença de 20%.

Analisando o desvio padrão, nota-se que a receita de cada mês na Autarquia de Mocuba dista-se
da média em 6.272.087,00 Mts e as da Autarquia de Quelimane, dista-se da média em
7.840.109,00 Mts.

Também podemos medir o grau de dispersão com o Coeficiente de Variação (CV), de acordo
com DA FONSECA & MARTINS (1996, p.147) “Trata-se de uma medida relativa de dispersão
útil para a comparação em termos relativos do grau de concentração em torno da média de séries
distintos. É dado por:

S
CV = ×100 %
x

onde: S é desvio padrão amostral e x é média amostral.


O coeficiente de variação é expresso em percentagens. Alguns analistas consideram:
Baixa dispersão: CV ≤ 15 % ; média dispersão: 15 %< CV <30 % e alta dispersão: CV ≥ 30 %”.

Como podemos ver, os coeficientes de variação das duas Autarquias é de 56,07% e esta acima de
30%, isto é, as receitas mensais das duas autarquias são muito dispersas umas das outras. Este
cenário verifica-se devido a dinâmica nas receitas. Olhando para a base de dados, nota-se que as
receitas são mais produzidas nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro. Nos demais meses
existe muita oscilação.
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Tabela 1: Descrição das receitas mensais nos anos 2020 e 2021, referente aos municípios de
Quelimane e Mocuba

Descritivos
Autarquias Estatística Erro Padrão
Receitas Autarquia Média 1280284,0000
11179102,00000
Mensais de Mocuba 00
Mediana 10619606,00000
Variância 39339086388455,000
Desvio Padrão 6272087,000000
Mínimo 3727152,000
Máximo 24940738,000
Assimetria ,000 ,000
Curtose ,000 ,000
Autarquia Média 1600355,0000
13973878,00000
de 00
Quelimane Mediana 13274507,00000
Variância 61467322508186,000
Desvio Padrão 7840109,000000
Mínimo 4658940,000
Máximo 31175923,000
Assimetria ,000 ,000
Curtose ,000 ,000

De acordo com o gráfico 2 abaixo, verifica-se existência da distribuição equitativa do diagrama


de caixa, ou seja a mediana se encontra no centro, relativamente as duas autarquias. Isto é, não
existe nenhuma receita mensal atípica nas duas autarquias. Por outro lado, o distanciamento do
das receitas mensais, ou seja, os valores atípicos podem influenciar na distribuição normal dos
dados em ambas autarquias em estudo.
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Gráfico 1 – Diagrama de caixa das receitas mensais dos Conselhos Autarquicos de Mocuba e
Quelimane nos anos 2020 e 2021

4.1.2. Pressupostos de aplicação de teste paramétrico

Para se aplicar o teste paramétrico deve-se validar as seguintes condições: Distribuição Normal e
as variâncias populacionais sejam homogéneas. A seguir apresenta-se os pressupostos dos dados
em estudo:

4.1.2.1. Teste de Normalidade dos dados

H 0 : A receita mensal dos Conselhos Autárquicos de Quelimane e de Mocuba segue uma


distribuição normal;

H 1 : A receita mensal dos Conselhos Autárquicos de Quelimane e de Mocuba não segue uma
distribuição normal;

Como verifica-se na tabela 2 que todos sigs. são iguais a 0,000 < 0,05, portanto, rejeita-se a

hipótese nula, a nível de significância de 5% afirmando que as receitas mensais dos dois
Conselhos Autárquicos não seguem distribuição normal.
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Tabela 2: Teste de Normalidade

Testes de Normalidade
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Autarquias Estatística df Sig. Estatística df Sig.
*
Receitas Autarquia de Mocuba ,000 24 ,000 ,000 24 ,000
Mensais Autarquia de
,000 24 ,000* ,000 24 ,000
Quelimane
*. Este é um limite inferior da significância verdadeira.
a. Correlação de Significância de Lilliefors

4.1.2.2. Teste da homogeneidade de variâncias

H 0 : ( σ 21=σ 22 ) As variâncias da receita mensal dos Conselhos Autárquicos de Quelimane e de


Mocuba são iguais;

H 1 : ( σ 1 ≠ σ 2 ) As variâncias da receita mensal dos Conselhos Autárquicos de Quelimane e de


2 2

Mocuba são diferentes;

De acordo com a tabela 3 abaixo, notamos que sig < 0,05, por isso, rejeita-se a hipótese nula, a
nível de significância de 5% afirmando que as variâncias da receita mensal dos Conselhos
Autárquicos de Quelimane e de Mocuba são diferentes.

Tabela 3: Homogeneidade de Variância


Teste de Homogeneidade de Variância
Estatística de
Levene df1 df2 Sig.
Receitas Mensais Com base em média 1,000 1 46 ,000
Com base em mediana 1,000 1 46 ,000
Com base em mediana
1,000 1 43,000 ,000
e com df ajustado
Com base em média
1,000 1 46 ,000
aparada

Como os pressupostos de aplicação de teste paramétrico foram violados, devido a não


homogeneidade da variância e por não seguir a distribuição normal, usamos o teste alternativo,
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que é o teste de Mann-Whitney. Nesta situação, MAROCO (2007, p.240) afirma que “o recurso a
transformações matemáticas de modo a validar os pressupostos da análise paramétrica é neste
caso preferível à utilização imediata da alternativa não-paramétrica porque os testes paramétricos
são de um modo geral mais potentes”.

4.1.3. Teste de Mann-Whitney

H 0 : ( σ 21=σ 22 ) Não há diferença significativa no crescimento económico nos Conselhos


Autárquicos de Quelimane e Mocuba;

H 1 : ( σ 1 ≠ σ 2 ) Há diferença significativa no crescimento económico nos Conselhos Autárquicos de


2 2

Quelimane e Mocuba;

Tabela 4: Estatística de teste de Mann-Whitney

Olhando para a tabela 4 acima, nota-se que sig = 0,194 > 0,05, portanto, aceita-se a hipótese nula,
ao nível de significância de 5% afirmando que não há diferença significativa no crescimento
económico nos Conselhos Autárquicos de Quelimane e Mocuba.
4.2. Discussão dos resultados

Com base nos resultados obtidos das análises, nota-se que não existe uma diferença significativa
nas receitas obtidas nos dois municípios nos últimos dois anos. A Autarquia de Mocuba, nos
últimos anos, apresenta um aspecto quase similar ao da autarquia de Quelimane, isto é, um olhar
sobre a cidade de Mocuba é visível um “espaço dividido” (SANTOS, 2009, p. 96), onde, de um
lado está o circuito inferior da economia urbana “essencialmente constituído por formas de
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fabricação de ‘capital não intensivo’, por serviços não modernos, geralmente abastecidos pelo
nível de venda e varejo e pelo comércio em pequena escala e ‘não moderno’” (Ibid., 2009, p. 97).
Neste fluxo de circuito inferior são visíveis as precariedades da cidade mostrando como os povos
locais e os “vientes” impõem sua ordem no espaço, por exemplo ao montarem os seus negócios
nos passeios da cidade ou em barracas em frente das residências. Do mesmo modo, os
estrangeiros, principalmente nigerianos e burundeses, colocam contentores na berma do passeio
para servir de loja onde vendem peças de veículos e outros produtos, muitos deles de origem e
qualidade duvidosa (LIMA, 2015).

Contrariamente, encontramos o outro lado, o do circuito superior da economia urbana, o circuito


do capitalismo internacional, que é caracterizado pelo dinamismo do grande capital, constituído
por “negócios bancários, comércio de exportação e indústrias de exportação, indústria moderna
urbana, comércio moderno, serviços modernos, comércio atacadista e transporte” (SANTOS,
2012, p. 97).

O que faz com que os Conselhos Autárquicos de Quelimane e Mocuba tenham uma pequena
diferença nas receitas consignadas é pelo facto da cidade de Quelimane ser capital Zambeziana e
possuir um aeródromo, dela reter maior oportunidades de investidores turistas, facto que
impulciona logo de primeira a economia através de hotelarias, economia, etc. Não muito obstante
disso, o Distrito de Mocuba é a ponte de ligação entre a zona norte, centro e sul de Moçambique,
bem como o corredor que vai ao vizinho pais Malawi, dai que a diferença económica existente
entre os dois distritos é mínima.
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5. Considerações Finais

Contudo, o estudo teve como o principal objectivo de analisar o crescimento económico dos
Conselhos Autárquicos de Quelimane e de Mocuba nos últimos 2 anos, por meio de receitas
consignadas, onde, devido a não homogeneidade e normalidade das receitas recorreu-se ao teste
de Mann-Whitney ao envés do teste t-Student.

A partir das análises feitas, notou-se que não existem diferenças significativas no crescimento
económico nos Conselhos Autárquicos de Quelimane e Mocuba, nos anos 2020 e 2021, a um
nível de significância de 5%. Esta semelhança económica dos dois Municípios nota-se devido a
velocidade de desenvolvimento que a autarquia de Mocuba esta a ter. O número de
microempresas nos dois municípios esta a crescer e pelo motivo do distrito de Mocuba ser um
Corredor que liga o norte, centro e sul do pais, enquanto que município de Quelimane por ser a
capital provincial atrai maiores investidores e turistas por ser a porta de entrada a província, este
por possuir um aeródromo. De outro lado, pelo fluxo do êxodo rural de muitos jovens a procura
melhores oportunidades de vida, regista-se um fluxo maior de negócio informal, facto este que
contribui em grande medida para arrecadação de receitas.
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6. Referencias

Autarquico, C. (2021). Conta De Gerencia 2020 - 2021. Mocuba: Autarquia De Mocuba.

Conselho Autarquico. (2020). Conta De Gerencia 2020. Quelimane: Autarquia De Quelimane.

Conselho Autarquico. (2021). Conta Anual 2021. Quelimane: Autarquia De Quelimane.

Conselho Municipal. (2021). Relatorio Balanco De Actividades Referente Ao Ano 2021.


Quelimane: Municipio De Quelimane.

Da Foseca, J. S., & Martins, G. D. (2011). Curso De Estatistica (6a Ed.). Sao Paulo: Atlas.

Lima, J. C. (2015). Os Circuitos Da Economia E As Desigualdades Sociais Em Mocuba: Uma


Abordagem Espacial E Escalar. Maputo, Moçambique: Universidade Pedagógica De
Moçambique.

Maefp, M. D. (2020). Diagnóstico Integrado De Infraestruturas E Serviços Básicos Para Os


Municípios Da Província De Zambézia. Quelimane: Município De Quelimane.

Marôco, J. (2014). Analise Estatistica Com O Spss (6a Edicao Ed.). Lisboa, Portugal : Pse.

Nguenha, E., Raich, U., & Weimer, B. (2012). Finanças Locais: Desempenho E Sustentabilidade
Dos Municípios Moçambicanos. Maputo: Instituto De Estudos Sociais E Económicos
(Iese).

Sede Amm. (04 De Junho De 2014). Desenvolvimento Econômico Municipal. Obtido Em 22 De


Setembro De 2022, De Portal Associacao Maneiras De Municipio:
Https://Portalamm.Org.Br/Como-Estruturar-A-Prefeitura-Para-Promover-O-
Desenvolvimento-Economico-Municipal/

Silva, J. C. (2010). Crescimento Económico. Em J. C. Silva, Macroeconomia Ii (Pp. 1-3). Sao


Paulo: Fep-Up.

Weimer, B. (2012). A Base Tributária Das Autarquias Moçambicanas: Características,


Potencial E Economia Política. Maputo: Instituto De Estudos Sociais E Económicos
17

(Iese).

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